Research, Society and Development, v. 11, n.
9, e31611931890, 2022
(CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31890
A importância da fisioterapia nas fases gestacionais
The importance of physiotherapy in gestational phases
La importancia de la fisioterapia en las fases gestacionales
Recebido: 17/05/2022 | Revisado: 29/06/2022 | Aceito: 01/07/2022 | Publicado: 10/07/2022
Layne Alves da Costa
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8225-9857
Instituto Educacional Santa Catarina, Brasil
E-mail:
[email protected] Vitória Ribeiro da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5801-8914
Instituto Educacional Santa Catarina, Brasil
E-mail:
[email protected] Karla Camila Correia da Silva
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1538-7028
Instituto Educacional Santa Catarina, Brasil
E-mail:
[email protected] Resumo
O processo gestacional surge desde a fecundação e dura por nove meses, o qual pode ser dividido em três trimestres,
gerando em cada um deles a modificação do organismo da mulher de maneira natural. Diante disso, podem ser formadas
expectativas e dúvidas de como saber lidar com essas mudanças, tendo em vista que podem gerar dificuldades de
adaptação, levando em conta as alterações fisiológicas, psicológicas e físicas. Por conseguinte, o presente trabalho tem
o objetivo de avaliar a importância da equipe de fisioterapia durante todo o processo gestacional, ressaltando o seu papel
de modo geral em meio a equipe multidisciplinar que realiza o pré-natal e o acompanhamento da gestante desde a
concepção ao parto. A metodologia utilizada foi realizada por meio de pesquisa baseada em uma revisão integrativa da
literatura, com a finalidade de permitir a análise completa de estudos e artigos científicos de forma sistemática e ampla,
onde foi priorizado a revisão bibliográfica. De acordo com os achados, devido a consolidação do trabalho, conclui-se
que é de suma importância a atuação do fisioterapeuta durante todo o processo gestacional e no puerpério, tendo em
vista que proporciona o bem-estar da gestante, previne algias, desconforto e enfermidades ou intercorrências.
Palavras-chave: Fisioterapia; Gestação; Parto; Alterações fisiológicas.
Abstract
The gestational process arises from fertilization and lasts for nine months, which can be divided into three trimesters,
generating in each of them the modification of the woman's organism in a natural way. Therefore, expectations and
doubts can be formed about how to know how to deal with these changes, considering that they can generate adaptation
difficulties, taking into account physiological, psychological and physical changes. Therefore, the present work aims to
evaluate the importance of the physiotherapy team throughout the gestational process, emphasizing its role in general
among the multidisciplinary team that performs prenatal care and the follow-up of pregnant women from conception to
delivery. The methodology used was performed through research based on an integrative review of the literature, with
the purpose of allowing the complete analysis of studies and scientific articles in a systematic and broad way, where the
literature review was prioritized. According to the findings, due to the consolidation of the work, it is concluded that it
is of paramount importance of physiotherapist's performance throughout the gestational process and in the puerperium,
considering that it provides the well-being of the pregnant woman, prevents algias, discomfort and diseases or
complications.
Keywords: Physiotherapy; Pregnancy; Childbirth; Physiological changes.
Resumen
El proceso gestacional surge de la fecundación y tiene una duración de nueve meses, que se pueden dividir en tres
trimestres, generando en cada uno de ellos la modificación del organismo de la mujer de forma natural. Por ello, se
pueden formar expectativas y dudas sobre cómo saber cómo afrontar estos cambios, considerando que pueden generar
dificultades de adaptación, teniendo en cuenta los cambios fisiológicos, psicológicos y físicos. Por ello, el presente
trabajo tiene como objetivo evaluar la importancia del equipo de fisioterapia en todo el proceso gestacional, haciendo
hincapié en su papel en general entre el equipo multidisciplinar que realiza la atención prenatal y el seguimiento de las
embarazadas desde la concepción hasta el parto. La metodología utilizada se realizó a través de la investigación basada
en una revisión integradora de la literatura, con el propósito de permitir el análisis completo de estudios y artículos
científicos de manera sistemática y amplia, donde se priorizó la revisión de la literatura. Según los hallazgos, debido a
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la consolidación del trabajo, se concluye que es de suma importancia el desempeño el fisioterapeuta durante todo el
proceso gestacional y en el puerperio, considerando que proporciona el bienestar de la mujer embarazada, previene
algias, molestias y enfermedades o complicaciones.
Palabras clave: Fisioterapia; Embarazo; Parto; Cambios fisiológicos.
1. Introdução
A gestação é o processo que surge desde a fecundação até o parto, o qual dura cerca de nove meses ou 40 semanas, e
este período é habitualmente dividido em três trimestres, onde são originadas alterações fisiológicas, físicas e psicológicas.
Diante disso, podem ser formadas expectativas e dúvidas de como saber lidar com essas mudanças, as quais podem gerar
inúmeras dificuldades de adaptação (Sola et al., 2018). Durante o processo gestacional, a gestante deve realizar logo de início o
pré-natal, que ocorre em todo o período da gestação, e ao final desse período, ocorre o parto que é o processo expulsivo do feto
e, posteriormente, ocorre o puerpério que é o período que começa logo depois do parto. Desse modo, o puerpério pode ser
dividido em imediato, que tem a duração de 1 a 10 dias e tardio, que é de 11 a 45 dias ou o mais longo, que é após 45 dias (Melo
et al.,2021).
Na gestação, a mulher passará por diversos desafios, os quais podem ser destacados como alterações hormonais e
modificações corporais, onde o organismo passa por um turbilhão de mudanças emocionais gerando sensibilidade, estresse,
ansiedade e mudanças nos hábitos do cotidiano. Nesta fase, estas mudanças podem ocasionar problemas de adaptação que podem
prejudicar, extremamente, o cotidiano não só da gestante como também do seu parceiro, tendo em vista que em cada mulher
essas modificações destacam-se de uma forma diferente, e, conforme o período gestacional no qual se encontram (Alves e
Bezerra, 2020).
Mesmo que para muitas mulheres este seja um momento mágico, não há como negar que por diversas vezes essas
modificações são cercadas de desconfortos e limitações, que impossibilitam a mulher de ter uma vida igual à que tinha antes.
Pelo fato de que todo corpo da mãe se altera para que consiga abrigar o bebê, alimentá-lo é possibilitar o seu desenvolvimento
até o parto (Leite et al.,2021).
Neste contexto, a fisioterapia desempenha um importante papel, tendo em vista que vai ajudar a minimizar os
desconfortos causados na gestação e no trabalho de parto, e, além disso, vai poder proporcionar diversos recursos no controle da
dor, por meio do auxílio do fisioterapeuta, o qual contribuirá para a ocorrência de um ótimo trabalho de parto, trazendo bem
estar para mãe e filho. No puerpério, a fisioterapia é de suma importância, devido esta fase poder causar complicações, visto que
o corpo da mulher sofre muitas alterações, e a fisioterapia vai ajudar na prevenção, recuperação e tratamento, com o intuito de
amenizar os efeitos das modificações fisiológicas.
A fisioterapia é extremamente valiosa, visto que em todas as fases o fisioterapeuta vai atuar com medidas preventivas,
correção postural, relaxamento, exercícios respiratórios, alongamentos, exercícios para preparar a mulher para o parto com
orientações sobre a musculatura do assoalho pélvico, mobilidade pélvica, posições para o alívio da dor, e, na fase final, prevenção
e tratamento das alterações de todos os sistemas, além de orientações gerais. Com isso, o objetivo desse estudo é descrever a
atuação do fisioterapeuta em todas as fases gestacionais.
2. Metodologia
A metodologia de pesquisa utilizada, foi baseada em uma revisão integrativa da literatura, com a finalidade de permitir
a análise completa de estudos e artigos científicos de forma sistemática e ampla, onde foi priorizado a revisão bibliográfica para
promover uma breve explicação acerca da problemática abordada, utilizando, dessa forma o conhecimento adquirido por meio
das teorias publicadas em livros, revistas ou obras. Dessa forma, a pesquisa é realizada por meio de levantamento bibliográfico
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que permitam ampliar a compreensão sobre as peculiaridades acerca da importância da fisioterapia em todas as fases gestacionais
(Köche, 2015).
A pesquisa foi realizada pelas plataformas de busca SciELO,PEDro e PubMed,no período de fevereiro a junho de 2022,
através de artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais entre 2014 a 2022 independentes do método de pesquisa
utilizado.
Diante disso, para o levantamento dos artigos, foram utilizados os descritores Fisioterapia; Gestação; Parto; Alterações
fisiológicas. Foram selecionados artigos com texto completo, em português e inglês, que apresentavam em seu título um dos
temas pesquisados, publicados no período mencionado. Assim, o estudo realizado tem como objetivo a pesquisa de nível
exploratória, tendo em vista que visa explanar as possíveis aplicações da fisioterapia nos períodos gestacionais, como também
descritiva a fim de caracterizar suas características e funções.
3. Resultados e Discussão
Gestação
Entende-se que a gravidez é uma situação incomparável na vida da mulher, pois traz alterações psicológicas,
fisiológicas, sociais e culturais com o intuito de proporcionar circunstâncias para o melhor crescimento e desenvolvimento fetal.
As mudanças do corpo que ocorrem nesse processo são difíceis para qualquer mulher podendo ser perturbadoras (Gandolfi et
al., 2019). A gravidez simboliza a criação de um novo ser. É um período na vida da gestante que começa desde a concepção
percorrendo um período de 40-41 semanas. Diante disso, esse processo é dividido em três trimestres, o primeiro duro cerca de
1º a 12 º semanas marcado por algumas alterações fisiológicas que indicam o começo do ganho de peso. No segundo ciclo, que
é de 13 a 25 semanas, ocorre transformações visíveis no corpo da mulher, e no terceiro trimestre, a partir da 26 semana acontece
um acréscimo das queixas físicas, onde estas queixas surgem, devido este período ser definido pelo maior desenvolvimento do
bebê, tendo em vista que também irá aumentar o peso da mãe e ser finalizado com o parto (Coutinho et al., 2014).
Por conseguinte, na gravidez o corpo sofre inúmeras mudanças, tais como o aumento da cintura, do quadril, das
glândulas mamárias, no centro de gravidade, aumentando a curvatura lombar e provocando o aparecimento de algias posturais,
como as lombalgias, ou mesmo as lombociatalgia. Outras dificuldades aparecem também, como, o déficit respiratório,
dificuldade na digestão, aumento da frequência cardíaca, alterações hormonais e edema em membros (Gandolfi et al., 2019).
A mulher vive essa fase de constantes mudanças tanto do aspecto biológico quanto do psíquico, podendo variar de
gestante para gestante (Silva et al., 2015). A mulher tem o dever de conhecer mais a respeito das alterações que afetam tanto o
organismo como também o desenvolvimento do seu corpo (Gandolfi et al., 2019).
A percepção das gestantes sobre as modificações provenientes da gravidez está direcionada ao aumento de peso, das
mamas e do abdome, sendo que estas modificações são destacadas de forma distinta por cada mulher, de acordo com o período
gestacional em que se encontram, sendo o segundo e terceiro ressaltados como períodos em que ocorrem as mais significativas
modificações corporais (Alves & Bezerra et al., 2020).
Contudo, acaba sendo notadas alterações posturais no sistema respiratório, no metabolismo, no sistema urinário,
assim também, como nos órgãos genitais, sendo capaz de serem agravados ao longo da gestação (Castro et al., 2021). Diante
desta situação observa-se que as gestantes carecem de atenção qualificada vinda dos profissionais da saúde, com o intuito de
poder encarar as alterações provenientes do período gestacional. É essencial um apoio de pré-natal de alta qualidade, com a
supervisão de uma equipe multidisciplinar, assim possibilitando uma melhor qualidade de vida das gestantes nestes momentos,
evitando possíveis complicações maternas e neonatais (Gandolfi et al., 2019).
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Fases gestacionais
Segundo Marques (2021 p. 2) “O acompanhamento pré-natal, por meio de ações preventivas, busca assegurar o saudável
desenvolvimento da gestação e possibilitar o nascimento de um bebê saudável, com preservação de sua saúde e de sua mãe”. A
assistência ao pré-natal necessita ser iniciada precocemente, assim as medidas preventivas conseguem ter um alcance maior, e
no tratamento algumas afecções é capaz de ser realizado antecipadamente do provável envolvimento do concepto (Silva et al.,
2018).
Diante da vivência de tais alterações físicas e emocionais, as mulheres devem procurar assistência com o intuito de
ajudar nas necessidades ao longo da gestação do parto e do puerpério (Bertochi et al., 2018). Segundo Borba (2021 p. 324) “O
parto é um acontecimento natural, sendo uma experiência subjetiva e complexa que varia de mulher para mulher”.
No primeiro trimestre gestacional, surgem inúmeras curiosidades e dúvidas da gestante acerca de como deve
prosseguir, quais cuidados tomar, como se preparar, e, surge medo em muitos casos, até mesmo ansiedade. Com isso, nas
primeiras consultas de pré-natal, é de suma importância que o profissional esclareça todas as dúvidas da gestante, é necessário
orientá-la sobre a importância de realizar um pré-natal completo para que ela consiga se adaptar as mudanças do seu corpo, sendo
muito importante o controle do peso e cuidados habituais com o seu organismo. Assim, o fisioterapeuta deve buscar assegurar a
gestante dos cuidados com a sua saúde e a de seu bebê (Marques et al., 2021).
Durante o período gestacional, no primeiro e no segundo trimestre, o pré-natal é extremamente importante para que a
gestante obtenha conhecimentos acerca dos cuidados que deve conter para que possa ter uma gestação saudável e sem
ocorrências. Dessa forma, durante o acompanhamento do segundo trimestre, são realizados exercícios e orientações à gestante,
que vão desde um simples alongamento, correção de respiração até a correção de posturas que possam gerar dor e desconforto a
mulher, tendo em vista as alterações fisiológicas que ocorrem (Silva e Arilo, 2020).
O parto é um processo fisiológico cercado de muitas sensações, é apontado como uma vivência alegre e empoderada,
mas, no entanto, pode mostrar efeitos negativos (Borda et al., 2021). Mesmo na atualidade o parto é marcado por sensações de
medo, dor, ansiedade, angústia e de desorientação por meio das parturientes, pelo fato que as mulheres em maior parte dos casos
não estão prontas para enfrentar essa etapa (Brandolfi et al., 2013).
No que se refere ao alívio da dor da parturiente, a prática dos métodos não farmacológicos são recomendados como
uma opção a fim de substituição de anestésicos e analgésicos durante o período de trabalho de parto. Nesta perspectiva, estes
cuidados são incentivados através da recomendação da prática de algumas ações não farmacológicas, como liberdade de adotar
posturas e posições variadas, deambulação, respiração ritmada e ofegante, comandos verbais e relaxamento, banhos de chuveiro
e de imersão, toque e massagens e o uso da bola (Sanarmed, 2017).
Portanto, o puerpério se qualifica como um período complicado para a mulher, em que ela vive novas experiências,
como o processo de amamentação, cuidar do bebê, dor lar além de ser esposa e mãe (Bertochi et al., 2018). Segundo Castiglioni
(2020 p. 2) “O puerpério é o período do ciclo gravídico-puerperal que corresponde à regressão física gravídica e à passagem para
o exercício da maternidade”.
Papel da fisioterapia nas fases gestacionais e achados científicos
Durante a realização da pesquisa, inúmeros artigos foram encontrados, e dentre eles, foi possível destacar alguns artigos
que proporcionaram o desenvolvimento de uma breve analogia acerca da problemática abordada. Dessa forma, foram destacados
artigos que mostraram de forma intrínseca o papel do fisioterapeuta no percorrer da realização do pré-natal e puerpério,
proporcionando um cuidado seguro e eficaz as gestantes. No quadro 1, é apresentado o autor, ano, objetivo de estudo e conclusão
de pesquisa, com a finalidade de melhor compreensão e embasamento de pesquisa.
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Quadro 1: Principais autores sobre o papel do fisioterapeuta do pré-natal e puerpério.
Autor, ano Objetivo do estudo Resultados e/ou conclusão do estudo
Alves e Bezerra, 2020. Analisar a percepção das gestantes acerca das Foi constatado a falta de literatura adequada e atualizada para
principais mudanças que ocorrem em seu corpo o desenvolvimento de trabalhos científicos, não permitindo
durante o período gestacional. um maior desenvolvimento científico e social.
Silva et al., 2021. Demonstrar a importância do fisioterapeuta O fisioterapeuta tem ação importante tanto no período
durante o período gestacional e o período pós- gestacional quanto no período de pós-parto, através de
parto. técnicas que melhoram a dor, a postura corporal, contribui no
parto, minimizando lesões no assoalho pélvico.
Santos et al., 2020. Avaliar o nível de conhecimento de mulheres Observou-se que o nível de conhecimento de cada gestante
grávidas a respeito da atuação fisioterapêutica acerca do tema que foi pedido tem relação com escolaridade,
durante a gravidez, no pré-natal na Santa Casa de classe econômica e social como pode ser observado na tabela
Misericórdia do munícipio de Anápolis-GO. presente no trabalho.
Leidens et al., 2021. Trazer um melhor entendimento do parto e expor A fisioterapia é eficaz e benéfica para a diminuição da dor
as práticas fisioterapêuticas que podem ser durante o trabalho de parto. É um processo natural pelo qual
adotadas nesse processo. a mulher passa e este é dividido em períodos e traz à gestante
uma nova possibilidade de vivenciar o parto, reduzindo a dor,
trazendo mais segurança e contribuindo para um menor
tempo de duração desse processo.
Brandolfi et al., 2017. A promoção da redução do quadro álgico através A abordagem fisioterapêutica junto à equipe de centros
da intervenção fisioterapêutica em gestantes em obstétricos é benéfica, atuando em orientações quanto a
trabalho de parto ativo do Centro Obstétrico de um mobilidade adequada à gestante, aderindo o uso de posturas
Hospital do Sul de Santa Catarina (SC). verticais bem como o uso de técnicas de terapia manual,
influenciando de maneira positiva na fase ativa do trabalho
de parto, diminuindo a dor e o tempo do trabalho de parto,
demonstrando a relevância desse estudo.
Coutinho et al., 2019. Verificar a eficiência dos tratamentos Ações desenvolvidas no tratamento da DMRA vêm
fisioterapêuticos na reabilitação da diástase do apresentando bons resultados e demonstram assim a
músculo reto abdominal (DMRA) no puerpério. importância da fisioterapia na atenção à puérpera, o que
contribui para a difusão do campo da fisioterapia na saúde da
mulher.
Fonte: Elaboração Própria.
De acordo com o levantamento dos dados encontrados durante a pesquisa, foi possível observar a enorme falta de artigos
que contribuíssem para o desenvolvimento dos trabalhos encontrados.
A gestação é um processo único na vida de uma mulher, e embora, se espere que este momento seja de experiências
saudáveis, podem aparecer problemas de ordem física, social e relacional. As grandes modificações vividas nesse tempo podem
apresentar as mulheres complicações específicas de mortalidade materna. Dessa forma, as puérperas requerem cuidados especiais
dos profissionais de saúde (Burti et al., 2016).
Dentro de todas essas alterações fica evidente o quanto a fisioterapia é importante. A fisioterapia é, segundo o
COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional), “uma área de conhecimento em saúde, que estuda os
distúrbios cinéticos e sinérgicos funcionais que acometem os órgãos e sistemas do corpo humano, gerados por alterações
genéticas, por traumas ou por condições adquiridas”. Nesse sentido, o fisioterapeuta se apresenta capaz de colaborar e
proporcionar a melhora da qualidade de vida da gestante.
A atuação da fisioterapia é de suma importância, quando se trata do desconforto postural e do assoalho pélvico. As
alterações posturais são normais devido ao período gestacional e ao ganho de peso, onde ocorre o deslocamento do centro de
gravidade, ocasionando alterações na conformação da coluna lombar e na região pélvica, conforme o crescimento do bebê ocorre
a modificação corporal da gestante (Leidens et al., 2021).
No decorrer da gravidez acontecem mudanças osteomusculares em consequência da ação hormonal, ocasionando
frouxidão ligamentar dessa forma mudando a biomecânica estrutural assim também como o aumento da mobilidade da
articulação do assoalho pélvico (Silva et al., 2018). Segundo Burti (2016 p. 194) Essas alterações determinarão uma mudança
do ângulo de inserção dos músculos abdominais e pélvicos, resultando em uma distensão muscular excessiva e prejuízo do vetor
de força e da contração desses músculos.
Diante disso, o principal hormônio responsável por essas ações é o relaxina, no qual provoca o aumento do
relaxamento articular e os ligamentos que favorece a anteversão pélvica e o aparecimento de uma lordose localizada na região
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lombar devido ao aumento do peso. Conforme o útero gravídico vai crescendo, gera alterações no sistema circulatório,
principalmente nos membros inferiores, ocorrem inchaços e câimbras, interferindo na qualidade de vida, como incapacidade
motora, má qualidade no sono, fadiga, problemas psicológicos e diminuição no desempenho de atividades (Silva et al., 2021).
Referente a mobilidade corporal durante o processo de parturição, podemos observar que envolve fatores fisiológicos,
psicológicos, culturais e, principalmente, o apoio e a orientação da equipe obstétrica. A atuação do fisioterapeuta é de suma
importância no momento do parto, tendo em vista que irá proporcionar a redução da dor, garantindo conforto e segurança (Silva
et al., 2021).
Segundo Brandolfi et al., 2017, durante o trabalho de parto, a parturiente requer mobilidade pélvica e uso intensivo da
musculatura do abdômen, do períneo e do diafragma respiratório. Diante disso, é necessário que haja um fisioterapeuta
capacitado para lidar com as múltiplas alterações musculoesqueléticas e com quaisquer intercorrências que ocorram durante o
parto.
Durante o trabalho de parto, o fisioterapeuta utiliza de meios não farmacológicos durante a sua assistência, e isto pode
prevenir inúmeras reações medicamentosas. Além disso, durante os momentos que antecedem ao parto, o profissional utiliza
técnicas como deambulação, adoção de posturas verticais, exercícios respiratórios, exercícios na bola, técnicas de relaxamento,
analgesia por meio da Eletroestimulação Transcutânea (TENS), massagens, banhos quentes, crioterapia, acupuntura e muitas
outras, as quais possibilitam o bem-estar da parturiente (Ramos et al., 2018).
4. Considerações Finais
Diante do que foi exposto, observa-se a suma importância da atuação do fisioterapeuta durante todo o processo
gestacional e no puerpério, tendo em vista que proporciona o bem-estar da gestante, previne algias, desconforto e enfermidades
ou intercorrências. Apesar de ser pouco citado ainda, a atuação do fisioterapeuta desde o início do pré-natal promove segurança
ao paciente sanando todos as dúvidas e orientando a gestante acerca dos cuidados que deve manter durante todo o processo
gestacional.
A assistência prestada pelo fisioterapeuta durante o trabalho de parto promove a valorização da gestante, o relaxamento
da musculatura vaginal, o controle respiratório, a adequação da postura, o alívio de dor na região lombo sacral, e entre outros
benefícios, os quais já foram citados ao decorrer do trabalho. O papel do fisioterapeuta é muito amplo e de suma importante
durante todo o processo gestacional, e quando há um acompanhamento, há a diminuição não só de dores, mas de ansiedade e
medo das gestantes. Os cuidados realizados pelo profissional de fisioterapia irão proporcionar uma gestação mais saudável,
diminuição de desconfortos, prevenção de problemas como edemas ou dispneia por meio de orientações e exercícios específicos.
O acompanhamento do pré-natal deve ser realizado de forma interdisciplinar, contendo cuidados médicos, dos
profissionais de enfermagem, odontológico, do nutricionista e do fisioterapeuta, onde todos devem estar disponíveis para
atendimentos de forma gratuita por meio do Sistema Único de Saúde, o que pode favorecer as gestantes de baixa renda.
Referências
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