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“Far-me-ás ver a vereda
da vida; na tua presença
há abundância de alegrias;
à tua mão direita há
delícias perpetuamente.”
Salmos 16.11
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Prefácio à 2ª Edição em Português
P or natureza, crescemos cultivando obter sucesso em tudo.
No entanto, descobrimos que a vida é cheia de inexplicáveis
contradições e sofrimentos. O conhecimento se multiplicou e com
ele o desafeto, a depressão, o medo e o vazio. Na jornada da vida
real, o mundo se tornou um deserto cruel que devasta a alma
humana, empurrando-nos para as trevas e insegurança.
No entanto, Deus preparou-nos Uma Mesa no Deserto
(Salmos 78.19) e quer nos ensinar a como lidar com problemas,
sofrimentos e as guerras travadas dentro de cada um de nós.
Uma Mesa no Deserto é um respeitado clássico entre os devocionais
que tem influenciado milhares de pessoas ao redor do mundo. Suas
mensagens foram garimpadas por Angus Kinnear do rico
ministério de Watchman Nee, de fontes particulares e de alguns
trechos de seus escritos.
Esta é a sua 2ª edição, revisada, em novo formato e com título
em cada mensagem. A cada dia você poderá desfrutar de uma
porção de encorajamento, fé e esperança. As mensagens são cheias
de luz e trazem alento e respostas que nos ajudam a ver o amor de
Deus presente mesmo nas circunstâncias mais difíceis da vida. São
366 meditações breves, baseadas na rica Palavra de Deus, em que os
segredos do Soberano são descortinados diante de nossos olhos,
ajudando-nos a trilhar o caminho da vida vitoriosa.
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Este devocional nos ajuda a irmos ao Senhor na primeira hora
do dia, a cada manhã, para receber o alimento do céu. “A aurora é o
portão do dia e deve ser guardada com orações. É a ponta do
cordão que amarra as ações do dia, devendo ser atado com devoção.
Se percebêssemos melhor a grandeza da vida, seríamos mais
cuidadosos com suas manhãs. Quem sai correndo da cama para os
negócios, e não espera para adorar, é tão tolo quanto quem não se
veste ou não lava o rosto, ou tão insensato quanto o que se lança na
batalha sem armas nem armadura. Que nos banhemos no rio
refrescante da comunhão com Deus, antes que a solidão e o peso da
estrada comecem a nos oprimir” (Charles Spurgeon).
Ouse encontrar-se com Deus a cada dia.
Os Editores
Campinas, novembro de 2014
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JA N E I RO
Isso é bênção
… erguendo os olhos ao céu, os abençoou; e, partindo os pães, deu-os aos
discípulos para que os distribuíssem… (Marcos 6.41)
C ertamente, a necessidade fundamental de nossa vida e obra para Deus
é a Sua bênção sobre elas. Não existe outra necessidade. A que nos referimos
quando usamos o termo “bênção”? Bênção é a obra de Deus quando não
existe nada que justifique Sua atuação. Por exemplo, calcula-se que um
centavo compra apenas o que vale um centavo. Entretanto, se você não paga
esse centavo e Deus lhe concede dez mil coisas que valem um centavo, logo,
você não tem uma base para seus cálculos. Quando cinco pães alimentam
cinco mil homens e enchem doze cestos de migalhas, ou seja, quando o fruto
de nosso serviço é desproporcional àquilo que temos, isso é a bênção. Ou,
para ser mais exagerado, quando, levando em conta nossas falhas e fraquezas,
não deveria haver nenhum fruto decorrente de nossas lidas, e, ainda assim, há
fruto, isso é bênção. Bênção é um fruto que não tem relação com aquilo que
somos, consequências que não são apenas o trabalho de causa e efeito. A
bênção vem quando Deus age completamente além daquilo que pensamos,
por amor de Seu nome.
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JA N E I RO
Ó SENHOR, quão magnífico!
Ó SENHOR, Senhor nosso, quão
magnífico em toda a terra é o teu nome! (Salmos 8.1, 9)
N o momento em que homens blasfemam o nome do Senhor, resta
apenas ao salmista exclamar com admiração diante da grandeza deste nome.
Embora seja um poeta, faltam-lhe palavras para expressar a dignidade d’Ele.
Tudo que pode fazer é clamar: “Quão magnífico!”. E esta indescritível
excelência está “em toda a terra”. Neste versículo está o eco de Gênesis 1,
onde tudo que Deus viu “era muito bom”. Contudo, tendo iniciado seu
salmo desta forma, o autor o conclui com o mesmo tributo ao nome
excelente, o que faz sem mencionar a Queda do homem. Se fôssemos nós
os autores, certamente ficaríamos compelidos a mencionar o fato.
Entretanto, Deus é imutável e, para o salmista, mesmo o pecado de Adão
não poderia revogar Seu intento de que, no final, o homem “tivesse
domínio”. Pois, neste momento, há a intervenção do Senhor Jesus. É o texto
de Hebreus 2 que elucida o salmo 8. Cristo é aquele Homem, e Ele já
tratou do pecado. N’Ele, toda vontade de Deus se efetua, e Ele está
relacionado a nós. Não há desvio nos caminhos de Deus: eles seguem em
linha reta. “Ó SENHOR, quão magnífico!”
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JA N E I RO
Seja diligente
… remindo o tempo, porque os dias são maus. (Efésios 5.16)
É possível que, no desígnio de Deus para você, hoje seja o maior dia de
sua vida. Entretanto, você poderia deixá-lo escapar como se fosse qualquer
outro dia. O homem, cujo hoje é como ontem, não é sensível ao tempo de
Deus. Nenhum servo de Deus deve contentar-se com o ponto a que chegou,
pois estar satisfeito com o que é ser um perdedor de oportunidades.
Imaginemos que neste dia o Senhor coloque em meu coração que eu vá
e procure uma determinada pessoa que, em Sua providência, está designada a
tornar-se, daqui a cinco anos, um poderoso instrumento em Suas mãos para a
salvação de almas. Obedecer talvez seja a mais importante obra de minha
vida. Contudo, suponhamos que, neste dia, eu esteja com medo do frio ou
de algo igualmente banal e não vá. Deixei escapar uma oportunidade e,
talvez, tenha perdido, com isso, um poderoso instrumento para Deus. O
problema é que estas ocasiões não estão à nossa espera. Passam rapidamente.
Portanto, quando Deus Se mover, que nos movamos com Ele. Nenhuma
oportunidade enviada por Deus deve escapar-nos.
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JA N E I RO
Qual é a obra d’Ele hoje?
E nós, na qualidade de cooperadores com ele, também vos exortamos
a que não recebais em vão a graça de Deus… (2 Coríntios 6.1)
D eus nos salvou para Si mesmo. “… mas prossigo”, diz Paulo, “para
conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus” (Fp
3.12). Não fomos conquistados apenas para a salvação eterna, mas para um
propósito bem-definido agora: sermos cooperadores de Deus! Qual é a obra
d’Ele hoje? É reunir todas as coisas em Cristo (Ef 1.10); não deixar pequenas
coisas de qualquer espécie no universo fora de harmonia com Seu Filho
exaltado. Como posso cooperar com Deus? Como posso realizar tão grande
obra? Não sei, mas, como Paulo, eu quero, acima de todas as coisas, ser
conquistado para isso.
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JA N E I RO
Por que Ele o salvou?
… pela graça de Deus, sou o que sou… (1 Coríntios 15.10)
V ocê sente que o modo de Deus trabalhar em sua vida é dirigido
especialmente a você? Você não se sente capturado pelo modo como Deus
tem agido, escolhendo-o entre multidões ao seu redor e tornando-o d’Ele?
Oh, penso nisto com frequência. Era um estudante quando fui salvo. Eu
tinha mais de quatrocentos colegas e, dentre todo este número, a escolha de
Deus pousou sobre mim. Como isso poderia ter acontecido? Eu fazia parte
de um grande grupo e, dentre de todo este grupo, Deus escolheu a mim.
Como isso aconteceu? Quando meditamos nas formas maravilhosas pelas
quais Sua graça nos alcançou, prostramo-nos diante d’Ele em adoração e
reconhecemos que Ele é Deus, somente Ele.
Você pergunta por que Ele o salvou? Deixe-me dizer que Ele o salvou
porque era Seu prazer salvá-lo. Uma vez que o queria, Ele escolheu você e o
trouxe para Si próprio. Portanto, não há nada a dizer, nada a fazer, nada senão
simplesmente adorá-lO.
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JA N E I RO
Confiança na providência divina
Preparas-me uma mesa na presença dos meus adversários,
unges-me a cabeça com óleo; o meu cálice transborda. (Salmos 23.5)
N osso irmão Paulo fez uma grande e maravilhosa afirmação aos
filipenses. Para estes que, nas coisas materiais, chegavam a ser quase que os
únicos a sustentá-lo, ele teve a coragem de dizer: “Recebi tudo e tenho
abundância” (4.18). Paulo não fez nenhuma alusão à necessidade, mas tomou
a posição de um filho abastado de um Pai rico e não teve receio de que, ao
fazê-lo, pudesse desencorajar futuras ofertas. Talvez seja quase normal para
um apóstolo dizer para um incrédulo que esteja em aflição: “Não possuo
nem prata nem ouro” (At 3.6). Jamais lhe convinha dizer a mesma coisa para
cristãos prontos e ansiosos por responder a qualquer pedido de ajuda.
Desonra o Senhor quando um de Seus representantes revela necessidades que
induzem à pena de seus ouvintes. Se temos uma fé viva em Deus, sempre nos
vangloriaremos n’Ele.
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JA N E I RO
Deus tem apenas uma resposta
Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com
Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados,
seremos salvos pela sua vida… (Romanos 5.10)
D eus deixa muito claro em Sua Palavra que, para toda necessidade
humana, Ele tem apenas uma resposta: Seu Filho Jesus Cristo. Em todas as
Suas atitudes para conosco, Ele opera tirando-nos do caminho e colocando
Cristo em nosso lugar. O Filho de Deus morreu em nosso lugar para nosso
perdão; vive em nosso lugar para nossa libertação. Portanto, podemos falar de
duas substituições: um Substituto na cruz, que garante nosso perdão, e um
Substituto interior, que garante nossa vitória. Será de grande ajuda para nós e
nos livrará de muita confusão se conservarmos constantemente este fato
diante de nós: que Deus responderá todas as nossas dúvidas de uma só
maneira, ou seja, mostrando-nos mais de Seu Filho.
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JA N E I RO
Entregue tudo a Ele!
… já se ouve ruído de abundante chuva. (1 Reis 18.41)
C omo Elias arriscava completamente tudo nas mãos de seu Deus! Por
três anos e meio houve uma seca por toda a nação, e a água de fato era muito
escassa. Contudo, ele insistia em derramar água abundante sobre o sacrifício
que reivindicaria o nome de Jeová. “O quê? Esbanjar nossas preciosas
reservas de água sem previsão de chuva?” “Enchei de água”, disse Elias.
“Fazei-o segunda vez; fazei-o terceira vez.” E, não satisfeito, ele mesmo
ajudou a encher de água o rego que passava ao redor do altar.
Se nós também queremos ver Deus vindicado, precisamos trazer aquilo
que temos e entregá-lo a Ele. “Mas que acontecerá se a chuva não vier?”,
você protesta. “Preciso garantir a água que tenho.” Deus me livre! Esta
atitude traz seca e esterilidade. Entregue tudo a Ele! Aquilo que você perde
nada será quando comparado à abundância de chuva d’Ele.
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JA N E I RO
Marcas de quem entrou
no descanso em Deus
Exultem de glória os santos, no seu leito cantem de júbilo. (Salmos 149.5)
A qui está uma descrição dos cristãos que realmente desfrutam a
vitória de Cristo. Eles repousam triunfantes no seu leito, descansando cheios
de júbilo n’Ele. Pense no significado desta posição. Suas costas estão voltadas
para a terra, deixando o mundo para trás, enquanto seu rosto volta-se para o
céu, mantendo os valores eternos sempre em vista. “Leitos” como os deles
não são meras camas para descanso, mas plataformas para um culto efetivo.
Porventura, você se sente obrigado a deitar na cama? Que os sublimes
louvores de Deus ainda estejam em seus lábios!
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JA N E I RO
Deus ri deles...
Por que se enfurecem os gentios…? (Salmos 2.1)
A resposta vem logo em seguida: porque “os reis da terra se levantam,
e os príncipes conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido”. Por mais
que seja violenta a hostilidade entre eles, os governos do mundo estão unidos
de coração num ponto: estão contra o reino de Cristo. Consideramos
algumas nações más e outras boas; entretanto, as Escrituras apontam-nos o
“príncipe deste mundo” por trás de todas elas. Induzidos por ele, os reis da
terra hoje buscam apenas liberdade total das sanções impostas pela lei de
Cristo. Não querem mais amor nem mais humildade ou mais verdade.
“Rompamos os seus laços”, eles clamam, “e sacudamos de nós as suas
algemas”.
Esse é o único lugar, em todas as Escrituras, em que se diz que Deus ri.
Seu Rei já está em seu Santo monte! A Igreja primitiva estava plenamente
consciente do domínio de Cristo. Mais do que nunca, é preciso que nos
lembremos desta verdade hoje. Logo, talvez em nossa vida, Ele pastoreará as
nações com vara de ferro. Nossa tarefa é apelar para que os homens sejam
prudentes e n’Ele se refugiem.
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JA N E I RO
Deus sempre partirá
aquilo que Lhe for oferecido
… todavia, eu me alegro no Senhor, exulto no
Deus da minha salvação. (Habacuque 3.18)
Q uando o menino galileu trouxe os pães para Jesus, o que Ele fez? Ele
os partiu. Deus sempre partirá aquilo que Lhe for oferecido. Ele parte aquilo
que recebe, em seguida abençoa-o e usa-o para suprir as necessidades dos
homens. Não é essa a sua experiência? Você se dá ao Senhor e, de repente,
tudo começa a piorar tanto que você é tentado a duvidar de Seus caminhos.
Persistir nesta atitude é, na verdade, ser quebrado, mas com que propósito?
Você foi muito longe para ser usado pelo mundo, mas não foi
suficientemente longe para Deus. Esta é a tragédia de muitos cristãos. Nosso
desejo é que Ele nos use? Então continuemos, dia após dia, a entregar nossa
vida a Ele, sem criticar Seus métodos, mas aceitando o modo como Ele nos
trata, com louvor e expectativa.
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JA N E I RO
Ele busca os primeiros
São os que foram redimidos dentre os homens,
primícias para Deus e para o Cordeiro… (Apocalipse 14.4)
M inha província natal de Fukien é famosa por suas laranjas. Eu diria
(ainda que, sem dúvida, seja preconceituoso) que não existe nada como suas
laranjas em qualquer parte do mundo. Ao contemplar as colinas no início da
época de laranjas, todos os pomares estão verdes. Contudo, se observar com
maior cuidado, você verá, espalhadas aqui e ali nas árvores, laranjas amarelas já
começando a aparecer. É maravilhoso ver aquelas manchas douradas
despontando entre as árvores verdes. Mais tarde, toda a colheita estará madura
e os pomares ficarão amarelos, mas, no momento, são estes primeiros frutos
que são colhidos. Eles são cuidadosamente colhidos com as mãos e chegam
aos maiores preços no mercado, quase sempre custando três vezes o preço da
colheita.
Estamos convencidos de que todos os cristãos chegarão à maturidade de
algum modo. Entretanto, o Cordeiro busca os primeiros frutos para Sua hora
de maior necessidade.
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JA N E I RO
Mãos abertas...
Disse Abraão a Ló: Não haja contenda entre mim e ti e
entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos parentes chegados.
Acaso, não está diante de ti toda a terra? (Gênesis 13.8-9)
P ara Abraão, que acabara de voltar de sua terrível aventura no Egito,
quão preciosa deve ter sido aos seus olhos a terra que Deus lhe dera! Neste
momento, entretanto, ele estava para aprender uma nova e importante lição,
ou seja, não tomar posse da terra. “Mas, certamente”, ele deve ter pensado,
“uma dádiva tão preciosa como esta deve ser aceita e logo ocupada a
qualquer preço!” E o mesmo pensamos quando Deus nos concede Suas
dádivas. Contudo, Abraão viu que teria de renunciar sua terra. A seu
sobrinho Ló cabia a primeira escolha de tudo que queria.
Esta é uma lição que todos nós devemos aprender. Podemos confiar que
Deus guardará para nós aquilo que nos tem dado, nunca prendendo-nos a
isto mediante nosso desejo natural de tomar posse? Aquilo que Deus
concede, Ele concede! Não precisamos lutar para preservá-lo. Na verdade, se
dominamos com temor a Sua dádiva e nos prendemos a ela, é possível que
corramos o risco de perdê-la. Somente aquilo de que abrimos mão em
virtude de nossa confiança n’Ele torna-se, de fato, nosso.
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JA N E I RO
Aquele que pode ver
permanece firme até o fim
José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto à fonte; seus galhos
se estendem sobre o muro. Os flecheiros lhe dão amargura, atiram contra ele e o
aborrecem. O seu arco, porém, permanece firme… (Gênesis 49.22-24a)
D os vários típicos servos de Deus no Antigo Testamento, José talvez
seja o mais perfeito. Embora a Bíblia não revele nenhuma falha visível em
seu caráter, sabemos muito bem que seu caminho não foi fácil. Quando seus
problemas tiveram início? Certamente, com seus sonhos, que representam
uma visão espiritual. Neles, José viu o que Deus faria e qual era seu próprio
lugar no plano divino. Foram seus sonhos que deram início aos problemas,
pois ele viu o que seus irmãos não podiam ver. Eles o chamavam de “o tal
sonhador” e planejavam sua queda. Desse modo, ele foi vendido como
escravo e colocado em grilhões de ferro (Sl 105.17-18). Entretanto, José
sobreviveu a tudo para tornar-se, por fim, o meio de Deus cumprir um
maravilhoso propósito para Seu povo.
Aquele que pode ver permanece firme até o fim.
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JA N E I RO
O Deus de Isaque
O SENHOR proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje:
No monte do SENHOR se proverá. (Gênesis 22.14)
D iz-se que a única pergunta que Isaque fez por sua própria decisão
foi: “Mas onde está o cordeiro para o holocausto?” (v. 7). A resposta foi
categórica: “Deus proverá”. Isso é típico de Isaque, cujo privilégio como
herdeiro era simplesmente receber aquilo que, de bom grado, lhe era
concedido pelo pai. Isaque não teve de cavar poços; o máximo que se exigiu
dele foi que reabrisse aqueles que seu pai cavara. Nem teve, entretanto, nada
a dizer com relação ao seu próprio casamento; não foi consultado sobre a
mulher com quem se casaria, nem se esperava que fizesse qualquer esforço
para procurá-la. Até o túmulo em que seria sepultado já havia sido adquirido
por seu pai.
Como Isaque, nascemos em um lar abastado. Aquilo que Deus, nosso Pai,
tem nos concedido, espera-se que recebamos. O Deus de Isaque é nosso
Deus e, porventura, não é Ele o Deus Provedor?
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JA N E I RO
A Palavra está perto de ti
E acontecerá que todo aquele que invocar
o nome do Senhor será salvo. (Atos 2.21)
C omo isso é possível? É possível porque Deus cumpriu aquela outra
profecia de Joel que diz: “… derramarei o meu Espírito sobre toda a
carne…” (2.28). Uma vez que o Espírito Santo foi derramado sobre toda a
humanidade, o simples clamor do pecador a Deus é suficiente.
Nenhum pregador do evangelho é de muita serventia, a menos que creia
nesta verdade. É vital para nossa pregação que o Espírito Santo esteja
próximo do pecador. Deus nos céus está muito longe do alcance do homem.
Entretanto, “não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para
trazer do alto a Cristo… A palavra está perto de ti…” (Rm 10.6, 8). Sempre
creio que o Espírito Santo está sobre um homem quando lhe prego a
respeito de Cristo, assim como Ele se movia sobre as águas no ato da criação.
Ele espera para levar Cristo à vida desse homem. Seu ministério é como a
luz do dia. Abrem-se, ainda que um pouco, as janelas, e a luz inunda e
ilumina todo o interior. Ainda que haja apenas um clamor a Deus vindo do
coração, neste momento o Espírito entra e começa Sua transformadora obra
de convicção, arrependimento e fé – o milagre do novo nascimento.
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JA N E I RO
E recebereis o dom do Espírito
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para
remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (Atos 2.38)
S uponhamos que eu entre em uma livraria, escolha um livro de dois
volumes e, ao pagar pela mercadoria, saia da loja deixando, desatentamente,
um dos volumes sobre o balcão. O que devo fazer quando me der conta da
falta de cuidado? Devo voltar à loja para reaver o volume que esqueci lá, sem
ter de pagar mais um centavo sequer por ele. Simplesmente lembrarei o
gerente da loja que os dois volumes foram devidamente pagos, agradecerei
novamente pelo segundo volume e, sem mais nenhuma palavra, sairei
contente da loja com meus pertences debaixo do braço.Você não faria o
mesmo sob as mesmas circunstâncias?
Mas você está sob as mesmas circunstâncias. Se cumpriu as condições,
você tem o direito aos dois dons, não apenas a um deles.Você já recebeu a
remissão de seus pecados. Por que não vir e, se nunca o fez, agradecer ao
Senhor pela dádiva do Espírito Santo neste exato momento?
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JA N E I RO
Privilégio maior do que
o dos discípulos primitivos
… aprouve [a Deus] revelar seu Filho em mim… (Gálatas 1.15b-16)
A inda que pudesse, não trocaria de lugar com os discípulos, nem com
aqueles que estavam no Monte da Transfiguração. O Cristo com quem
conviveram estava limitado pelo tempo e espaço. Ele estava na Galileia?
Portanto, não poderia ser encontrado em Jerusalém. Estava em Jerusalém?
Logo, os homens O procuravam em vão na Galileia. Hoje Cristo não se
limita pelo tempo nem pelo espaço, pois vive segundo o poder de uma vida
eterna, e aprouve ao Pai revelá-lO em meu coração. Ele esteve com eles por
vezes; porém, está comigo sempre. Eles O conheceram segundo a carne,
viram-nO, tocaram-nO, conviveram com Ele no mais íntimo contato. “… e,
se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos
deste modo” (2 Co 5.16) e, não obstante, eu O conheço em verdade, pois O
conheço segundo aprouve a Deus que Ele fosse conhecido. Deus não nos
concedeu o espírito de sabedoria e revelação no conhecimento de Cristo?
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JA N E I RO
Quando vemos
Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial. (Atos 26.19)
O que levou Paulo a consagrar-se por toda a vida foi aquele raio de luz
vindo do céu. A obediência foi fruto de sua visão. Embora seja verdade que
se entregar totalmente a Deus seja algo precioso para Ele, uma entrega cega
talvez não Lhe seja muito proveitosa. Em minha opinião, há uma diferença
entre a consagração inicial e pura, mas não instruída, que segue nossa
conversão, e aquele ato de entregar-nos a nós mesmos que pode ser fruto de
uma visão do plano de Deus. Com relação à primeira, baseada como tal em
nossa salvação, é possível que Ele não faça de imediato sérias exigências.
Entretanto, é quando abre Seu coração para revelar-nos o que Ele quer que
seja feito e quando recebe nossa pronta resposta ao pedir-nos disposição, que
Suas exigências com relação à nossa entrega se intensificam. Damos a nossa
palavra com base em uma nova compreensão, e Ele nos aceita mais uma vez
segundo a nossa palavra. Deste momento em diante, tudo que temos deve
condizer o tempo todo com ela.
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JA N E I RO
O segredo da vontade de Deus
Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo,
os filhos de Israel caminhavam avante… (Êxodo 40.36)
A ssim como todo o falar de Deus para Seu povo naqueles remotos
dias vinha de entre os querubins de glória, toda Sua forma de conduzi-lo
adiante se dava por meio dessa mesma glória. Na nuvem durante o dia e no
fogo à noite a glória de Deus aparecia e, por meio dela, o povo se movia.
Para nós também, toda a revelação da vontade de Deus procede de Sua
glória. Se virmos a glória de Deus em relação a qualquer assunto, teremos
descoberto Sua direção em relação àquilo.Você me pergunta: “Esta é a
vontade de Deus? Ou é aquela?”. Respondo com uma pergunta: “Nisto está
a glória de Deus?”. Discirna isso e você não necessitará esperar por nada
mais, pois a própria glória divina expressa a vontade de Deus. A direção de
Deus é algo que simplesmente corresponde à Sua glória. Não é preciso
perguntar pelo caminho no lugar onde a glória de Deus repousa.