Tema 1046 - Validade de norma coletiva de trabalho que limita ou
restringe direito trabalhista não assegurado constitucionalmente.
Há Repercussão?
Sim
Relator(a):
MIN. GILMAR MENDES
Leading Case:
ARE 1121633
Descrição:
Recurso extraordinário com agravo em que se discute, à luz dos arts.
5º, incisos II, LV e XXXV; e 7º, incisos XIII e XXVI, da Constituição
Federal, a manutenção de norma coletiva de trabalho que restringe
direito trabalhista, desde que não seja absolutamente indisponível,
independentemente da explicitação de vantagens compensatórias.
Tese:
São constitucionais os acordos e as convenções
coletivos que, ao considerarem a adequação
setorial negociada, pactuam limitações ou
afastamentos de direitos trabalhistas,
independentemente da explicitação especificada
de vantagens compensatórias, desde que
respeitados os direitos absolutamente
indisponíveis.
Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos
Coletivos de Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente
convocada para êsse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos,
dependendo a validade da mesma do comparecimento e votação, em
primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se
tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em
segunda, de 1/3 (um têrço) dos mesmos. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8
(um oitavo) dos associados em segunda convocação, nas entidades
sindicais que tenham mais de 5.000 (cinco mil)
associados. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter
obrigatòriamente: (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e
emprêsas acordantes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
II - Prazo de vigência; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967)
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos
respectivos dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967)
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho
durante sua vigência; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os
convenentes por motivos da aplicação de seus
dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
VI - Disposições sôbre o processo de sua prorrogação e de revisão total
ou parcial de seus dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei
nº 229, de 28.2.1967)
VII - Direitos e deveres dos empregados e
emprêsas; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as
emprêsas em caso de violação de seus dispositivos. (Incluído
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por
escrito, sem emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os
Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes, além de uma destinada
a registro. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes
promoverão, conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da
assinatura da Convenção ou Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para
fins de registro e arquivo, no Departamento Nacional do Trabalho, em se
tratando de instrumento de caráter nacional ou interestadual, ou nos órgãos
regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social, nos demais
casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º As Convenções e os Acôrdos entrarão em vigor 3 (três) dias após
a data da entrega dos mesmos no órgão referido neste
artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
§ 2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser
afixados de modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas
sedes e nos estabelecimentos das emprêsas compreendidas no seu campo
de aplicação, dentro de 5 (cinco) dias da data do depósito previsto neste
artigo. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção
coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo
vedada a ultratividade. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
de 2017)
Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação
total ou parcial de Convenção ou Acôrdo ficará subordinado, em qualquer
caso, à aprovação de Assembléia Geral dos Sindicatos convenentes ou
partes acordantes, com observância do disposto no art.
612. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de
Convenção ou Acôrdo será depositado para fins de registro e arquivamento,
na repartição em que o mesmo originariamente foi depositado observado o
disposto no art. 614. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
§ 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acôrdo, por fôrça
de revisão ou de revogação parcial de suas claúsulas passarão a vigorar 3
(três) dias após a realização de depósito previsto no §
1º. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 616 - Os Sindicatos representativos de categorias econômicas ou
profissionais e as emprêsas, inclusive as que não tenham representação
sindical, quando provocados, não podem recusar-se à negociação
coletiva. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
§ 1º Verificando-se recusa à negociação coletiva, cabe aos Sindicatos
ou emprêsas interessadas dar ciência do fato, conforme o caso, ao
Departamento Nacional do Trabalho ou aos órgãos regionais do Ministério
do Trabalho e Previdência Social, para convocação compulsória dos
Sindicatos ou emprêsas recalcitrantes. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º No caso de persistir a recusa à negociação coletiva, pelo
desatendimento às convocações feitas pelo Departamento Nacional do
Trabalho ou órgãos regionais do Ministério de Trabalho e Previdência Social,
ou se malograr a negociação entabolada, é facultada aos Sindicatos ou
emprêsas interessadas a instauração de dissídio
coletivo. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 3º - Havendo convenção, acordo ou sentença normativa em vigor, o
dissídio coletivo deverá ser instaurado dentro dos 60 (sessenta) dias
anteriores ao respectivo termo final, para que o novo instrumento possa ter
vigência no dia imediato a esse termo. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 424, de 21.1.1969)
§ 4º - Nenhum processo de dissídio coletivo de natureza econômica
será admitido sem antes se esgotarem as medidas relativas à formalização
da Convenção ou Acordo correspondente. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 617 - Os empregados de uma ou mais emprêsas que decidirem
celebrar Acôrdo Coletivo de Trabalho com as respectivas emprêsas darão
ciência de sua resolução, por escrito, ao Sindicato representativo da
categoria profissional, que terá o prazo de 8 (oito) dias para assumir a
direção dos entendimentos entre os interessados, devendo igual
procedimento ser observado pelas emprêsas interessadas com relação ao
Sindicato da respectiva categoria econômica. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se
desincumbido do encargo recebido, poderão os interessados dar
conhecimento do fato à Federação a que estiver vinculado o Sindicato e, em
falta dessa, à correspondente Confederação, para que, no mesmo prazo,
assuma a direção dos entendimentos. Esgotado êsse prazo, poderão os
interessados prosseguir diretamente na negociação coletiva até
final. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º Para o fim de deliberar sôbre o Acôrdo, a entidade sindical
convocará assembléia geral dos diretamente interessados, sindicalizados ou
não, nos têrmos do art. 612. (Incluído pelo Decreto-lei nº
229, de 28.2.1967)
Art. 618 - As emprêsas e instituições que não estiverem incluídas no
enquadramento sindical a que se refere o art. 577 desta Consolidação
poderão celebrar Acôrdos Coletivos de Trabalho com os Sindicatos
representativos dos respectivos empregados, nos têrmos dêste
Título. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
Art. 619. Nenhuma disposição de contrato individual de trabalho que
contrarie normas de Convenção ou Acôrdo Coletivo de Trabalho poderá
prevalecer na execução do mesmo, sendo considerada nula de pleno
direito. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
Art. 620. As condições estabelecidas em acordo coletivo de
trabalho sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção
coletiva de trabalho.