SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
COMANDO DE ENSINO POLICIAL MILITAR
CEPMG – UNIDADE AYRTON SENNA
Divisão de Ensino / Coordenação Pedagógica
SÉRIE: 3 ª SÉRIE TURMA(S): A, B, C, D, E, F, G DISCIPLINA: DATA:
Literatura _____/_____/______
PROFESSOR (A): Angela Maria Pereira Rezende
ALUNO (A): _________________________________________________ N° _______________ ATIVIDADE
LISTA 2 MODERNISMO 1ª, 2ª E 3ª FASES.
PRIMEIRA GERAÇÃO MODERNISTA
01 - (ENEM)
Erro de Português
Quando o português chegou
Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de Sol
O índio tinha despido
O português.
Oswald de Andrade. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
O primitivismo observável no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante
A - o regionalismo do Nordeste.
B - o concretismo paulista.
C - a poesia Pau-Brasil.
D - o simbolismo pré-modernista.
E - o tropicalismo baiano.
02 - (PUC) Retrato do Brasil: ensaio sobre a tristeza brasileira, de Paulo Prado (escritor a quem Mário de
Andrade dedicou Macunaíma), é hoje um livro quase esquecido. Quando saiu, porém, alcançou êxito
excepcional: quatro edições entre 1928 e 1931. O momento era propício para tentar explicações do Brasil,
país que se via a si mesmo como um ponto de interrogação. Terra tropical e mestiça condenada ao atraso
ou promessa de um eldorado sul-americano?
(BOSI, Alfredo. Céu, Inferno. São Paulo: Ática, 1988, p. 137)
A razão pela qual o escritor Mário de Andrade dedicou a Paulo Prado seu romance Macunaíma é sugerida
no próprio texto, uma vez que nesse romance o autor pretende
A - romper com as amarras desse gênero da ficção, apostando numa narração caótica e puramente
experimental.
B - historiar a saga da família Prado, identificando-a com a história dos chamados barões do café da
Pauliceia.
C - criar um protagonista cuja história espelhe e transfigure a diversidade e a busca de identidade cultural
do povo brasileiro.
D - denunciar o nacionalismo das tendências artísticas que retratam o Brasil como se fosse o centro do
universo.
E - lamentar o atraso de nosso país, enquanto sugere que nosso futuro está na modernização e na
tecnologia.
03 - (ENEM) Vei, a Sol
Ora o pássaro careceu de fazer necessidade, fez e o herói ficou escorrendo sujeira de urubu. Já era de
madrugadinha e o tempo estava inteiramente frio. Macunaíma acordou tremendo, todo lambuzado. Assim
mesmo examinou bem a pedra mirim da ilhota para vê si não havia alguma cova com dinheiro enterrado.
Não havia não. Nem a correntinha encantada de prata que indica pro escolhido, tesouro de holandês.
Havia só as formigas jaquitaguas ruivinhas.
Então passou Caiuanogue, a estrela da manhã. Macunaíma já meio enjoado de tanto viver pediu pra ela
que o carregasse pro céu.
Caiuanogue foi se chegando, porém o herói fedia muito.
- Vá tomar banho! - ela fez. E foi-se embora.
Assim nasceu a expressão "Vá tomar banho" que os brasileiros empregam se referindo a certos imigrantes
europeus.
ANDRADE, M. Macunaíma: o herói sem nenhum caráter. Rio de Janeiro: Agir, 2008.
O fragmento de texto faz parte do capítulo VII, intitulado "Vei, a Sol" do livro Macunaíma, de Mário de
Andrade, pertencente à primeira fase do Modernismo brasileiro. Considerando a linguagem empregada
pelo narrador, é possível identificar
A - resquícios do discurso naturalista usado pelos escritores do século XIX.
B - ausência de linearidade no tratamento do tempo, recurso comum ao texto narrativo da primeira fase
modernista.
C - referência à fauna como meio de denunciar o primitivismo e o atraso de algumas regiões do país.
D - .descrição preconceituosa dos tipos populares brasileiros, representados por Macunaíma e
Caiuanogue.
E - uso da linguagem coloquial e de temáticas do lendário brasileiro como meio de valorização da cultura
popular nacional.
04 - (ENEM)
O bonde abre a viagem,
No banco ninguém,
Estou só, stou sem.
Depois sobe um homem,
No banco sentou,
Companheiro vou.
O bonde está cheio,
De novo porém
Não sou mais ninguém.
ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Vila Rica, 1993.
O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente concentração populacional nos centros urbanos
geraram mudanças importantes no comportamento dos indivíduos em sociedade. No poema de Mário de
Andrade, publicado na década de 1940, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição
entre
A - a solidão e a multidão.
B - a carência e a satisfação.
C - a mobilidade e a lentidão.
D - a amizade e a indiferença.
E - a mudança e a estagnação
05 - (MACKENZIE) “Chamado de rapsódia¹ por Mário de Andrade, o livro é construído a partir de uma
série de lendas a que se misturam superstições, provérbios e anedotas. O tempo e o espaço não
obedecem a regras de verossimilhança, e o fantástico se confunde com o real durante toda a narrativa.
A afirmação faz referência à obra:
A - O rei da vela.
B - Calunga.
C - Macunaíma.
D - Memórias sentimentais de João Miramar.
E - Martim Cererê.
Significado de Rapsódia¹
Nome dado a certas composições musicais e poéticas, definidas por serem livres e muito emocionais: na
Grécia antiga, dava-se o nome de rapsódia a um poema épico para ser recitado.
[Literatura] Cada um dos livros e dos contos escritos por Homero (século VIII a.C).
[Literatura] Subdivisão ou parte separada de um poema.
Literatura] Poema épico que, sobre uma nação, se pauta em históricos, entrelaçados com a lenda, o
maravilhoso ou a Mitologia.[História] Na antiga Grécia, trecho de um poema épico para ser cantado por um
rapsodo (poeta popular que ia de cidade em cidade recitando poemas épicos).
Etimologia (origem da palavra rapsódia). Do latim rhapsodia.ae; pelo grego rhapsodía.
Fonte: https://www.dicio.com.br/rapsodia/ Acesso em 26 fev. 2023.
SEGUNDA GERAÇÃO MODERNISTA
06 - Sobre a segunda geração do modernismo brasileiro é correto afirmar:
A - a cultura indígena e africana foram os principais temas explorados pelos escritores desse período.
B - chamada de fase de construção, a produção literária desse momento esteve voltada para a denúncia
da realidade brasileira.
C - o índio foi eleito como o herói nacional, reforçando ainda mais a identidade brasileira.
D - desprovida de engajamento político, nesse momento a preocupação era acerca do aprimoramento da
linguagem.
E - com forte teor indianista, a poesia dessa fase esteve voltada para temas cotidianos.
07 - Sobre as características da prosa da segunda fase do modernismo no Brasil é incorreto afirmar:
A - a produção literária dessa fase buscou apresentar um retrato mais objetivo da realidade.
B - o regionalismo nordestino representou uma das principais expressões do romance de 30.
C - a denúncia social e o engajamento político são duas fortes características da produção desse período.
D - o uso da linguagem coloquial e dos regionalismos marcaram os romances publicados nessa fase.
E - a literatura destrutiva dessa fase foi essencial para criar uma abordagem menos politizada.
08 - A prosa de 30 foi um dos momentos de grande destaque da segunda geração modernista. Nesse
momento, a literatura teve um papel importante na divulgação de temas relacionados com a realidade
brasileira. Muitos escritores de destacaram nessa fase, exceto:
A - Rachel de Queiroz
B - Graciliano Ramos
C - José Lins do Rego
D - Clarice Lispector
E - Jorge Amado
09 - A poesia de 30 reuniu obras que foram produzidas no Brasil durante a segunda geração modernista
(1930-1945). Essa fase representou um dos melhores momentos da poesia brasileira. Sobre as
características desses textos, é correto afirmar:
A - presença de versos livres
B - preferência pela linguagem formal
C - excesso de pontuação
D - centrados na lógica
E - ausência de humor
10 - Temas relacionados com o universo nordestino foi explorado por diversos autores na segunda fase do
modernismo no Brasil. Das alternativas abaixo, o romance que não apresenta essa temática é:
A - Vidas secas, de Graciliano Ramos.
B - A bagaceira, de José Américo de Almeida.
C - O quinze, de Rachel de Queiroz.
D - Menino do engenho, de José Lins do Rego.
E - O país do carnaval, de Jorge Amado.
11 - No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
(No meio do Caminho, Carlos Drummond de Andrade)
Publicado na revista Antropofagia em 1928 e posteriormente em sua obra Alguma poesia (1930), o poema
de Carlos Drummond de Andrade causou um escândalo na época sendo duramente criticado. Sobre isso é
correto afirmar:
A - o poema representou um ataque aos políticos da época.
B - o poema critica duramente a desatenção dos seres humanos.
C - o poema utiliza do ceticismo para abordar um tema corriqueiro.
D - o poema apresenta críticas relacionadas com o choque social presente no país.
E - o poema utiliza a ironia e o sarcasmo para se referir a condição humana.
TERCEIRA GERAÇÃO MODERNISTA
12 - (UENP) Todos olharam a aniversariante, compungidos, respeitosos, em silêncio.
Pareciam ratos se acotovelando, a sua família. Os meninos, embora crescidos – provavelmente já além
dos cinquenta anos, que sei eu! – os meninos ainda conservavam os traços bonitinhos. Mas que
Mulheres haviam escolhido! E que mulheres os netos – ainda mais fracos e mais azedos – haviam
escolhido. Todas vaidosas e de pernas finas, com aqueles colares falsificados de mulher que na hora não
aguenta a mão, aquelas mulherzinhas que casavam mal os filhos, que não sabiam pôr uma criada em seu
lugar, e todas elas com as orelhas cheias de brincos – nenhum, nenhum de ouro! A raiva a sufocava.
– Me dá um copo de vinho! Disse.
O silêncio se fez de súbito, cada um com o copo imobilizado na mão.
– Vovozinha, não vai lhe fazer mal? Insinuou cautelosa a neta roliça e baixinha.
– Que vovozinha que nada! Explodiu amarga a aniversariante. – Que o diabo vos carregue, corja de
maricas, cornos e vagabundas! Me dá um copo de vinho, Dorothy! – ordenou.
(LISPECTOR, C. Laços de Família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. p.61-62.)
Com base no trecho, assinale a alternativa correta que apresenta um aspecto central da prosa de Clarice
Lispector.
A - Demonstração de vínculo com o Regionalismo literário.
B - Exposição de um forte componente científico na narrativa.
C - Perspectiva intimista da realidade retratada por meio do cotidiano familiar.
D - Uso de personagens pitorescos em um cenário rural.
E - Visão religiosa em conflito com o apego mundano do homem.
13 - (PUC-SP) Em cima das rapaduras, o defunto.
Com os balanços, ele havia rolado para fora do esquife, e estava espichado, horrendo. O lenço de amarrar
o queixo, atado no alto da cabeça, não tinha valido de nada: da boca, dessorava um mingau pardo, que ia
babujando e empestando tudo. E um ror de moscas, encantadas com o carregamento duplamente
precioso, tinham vindo também.
O trecho acima integra um dos contos de Sagarana, obra de João Guimarães Rosa, publicada em 1946.
Considerando o trecho indicado podemos afirmar que se trata de
A - “Conversa de Bois”, que relata a viagem de uma comitiva em que os bois falam entre si, tramam o
destino dos humanos, e é acompanhada por uma irara, curiosa dos acontecimentos da jornada.
B - “O Burrinho Pedrez” que conta um episódio de catástrofes em que, em sua maioria, boiada e vaqueiros
se afogam nas águas tempestuosas de um rio, ao tentarem fazer a sua travessia.
D - “A Hora e a vez de Augusto Matraga”, que narra as vicissitudes de um fazendeiro valentão, vítima de
um atentado que, após, marcado com ferro em brasa, é lançado num despenhadeiro.
E - “Duelo”, cuja narrativa revela a perseguição mútua de dois homens com intenção assassina para a
vingança de um crime passional.
14 - (UNIFESP) O uso intensivo da metáfora insólita, a entrega ao fluxo da consciência, a ruptura com o
enredo factual foram constantes do seu estilo de narrar. Os analistas à caça de estruturas não deixarão
tão cedo em paz seus textos complexos e abstratos. Há na gênese dos seus contos e romances tal
exacerbação do momento interior que, a certa altura do seu itinerário, a própria subjetividade entra em
crise. O espírito, perdido no labirinto da memória e da autoanálise, reclama um novo equilíbrio.
(Alfredo Bosi. História concisa da literatura brasileira, 1994. Adaptado.)
Tal comentário refere-se
A - Jorge Amado.
B - José Lins do Rego.
C - Graciliano Ramos.
D - Guimarães Rosa.
E - Clarice Lispector.
15 - (PUC-SP) A obra Sagarana, de João Guimarães Rosa, foi publicada em 1946. Dela é correto afirmar
que
A - Se intitula Sagarana porque reúne novelas que se desenvolvem à maneira de gestas guerreiras e
lendas e apresentam um tema comum que abarca a vida simples dos sertanejos da região baiana do São
Francisco.
B - Compõe-se de nove contos, entre os quais se sobressai “Corpo Fechado”, história de valentões e
espertos, de violência e de mágica, protagonizada por Manuel Fulô.
C - Estrutura-se em doze narrativas, de sentido moral e embasadas na tradição mineira, entre as quais se
destacam “Questões de família”, história meio autobiográfica, e “Uma história de amor”, expressivo drama
passional.
D - Apresenta narrativas apenas de teor místico religioso como a que se engendra em “A hora e a vez de
Augusto Matraga”, cujo estilo destoa do conjunto das outras que compõem o livro.
E - Prosadora da chamada primeira geração modernista, observa-se pelo texto da autora que esta opta
por radicalizar no uso da oralidade, rompendo com a tradição realista, utilizando-se do chamado fluxo de
consciência.
16 - (PUC-Campinas) Ao longo da década de 1950, período marcado pelo que se chamou de
“desenvolvimentismo”, manifestou-se uma nova geração de escritores, bastante viva, apostando em
profundo mergulho num Brasil histórico e mítico, como no caso singular de Guimarães Rosa, ou em
tendências de vanguarda, como a dos poetas do “Concretismo”, que concebiam a linguagem como objeto
visual, disposta na página em relação funcional com o espaço branco ou colorido, e aproveitando ainda,
por vezes, o chamamento de recursos gráficos usuais nas mensagens de propaganda.
(MOREIRA, Tibúrcio. Inédito)
A singularidade de Guimarães Rosa, de cuja obra é ponto culminante o romance Grande sertão: veredas
está, sobretudo no fato de ter conseguido, nessa obra prima,
A - Expressar aspectos regionais numa narração excepcionalmente criativa e de alcance universal.
B - Combinar os gêneros de um poema em prosa modernista e de uma exemplar novela de cavalaria.
C - Alternar o falar caipira e o falar urbano, numa sucessão de quadros de diferentes regiões brasileiras.
D - Retomar o gênero épico por meio de uma narrativa que dramatiza nosso processo colonial.
E - Estabelecer um novo padrão linguístico com base na valorização criativa da norma culta.
17 - (PUC-PR) No conto O ovo e a galinha, de Clarice Lispector, uma das características da 3ª fase do
Modernismo está presente no fragmento: “As galinhas prejudiciais ao ovo são aquelas que são um “eu”
sem trégua. Nelas o “eu” é tão constante que elas já não podem mais pronunciar a palavra “ovo”. Mas,
quem sabe, era disso mesmo que o ovo precisava. Pois se elas não estivessem tão distraídas, se
prestassem atenção à grande vida que se faz dentro delas, atrapalhariam o ovo. Comecei a falar da
galinha e há muito já não estou falando mais da galinha. Mas ainda estou falando do ovo”.
Fonte: (LISPECTOR, Clarice. O ovo e a galinha, de Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro, Rocco, 1998.)
Essa característica é:
A - A realidade objetiva que situa o ovo e a galinha num mesmo plano.
B - O fluxo de consciência, já que por meio dele se cruzam vários planos narrativos.
C - A autoanálise feita pela autora por meio da galinha que é mais importante que o ovo.
D - A ficção científica representada pelas galinhas que são figuras distraídas.
E - A linearidade dos eventos que termina com a extinção da galinha.