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Aspectos Sobre A Negociação Coletiva - Jusbrasil

O documento discute aspectos da negociação coletiva no Brasil, incluindo sua definição, tipos, natureza jurídica e desafios. A negociação coletiva é vista como importante meio de resolução de conflitos trabalhistas, mas enfrenta limitações como oposição patronal, debilidade sindical e intervenção estatal.

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Aspectos Sobre A Negociação Coletiva - Jusbrasil

O documento discute aspectos da negociação coletiva no Brasil, incluindo sua definição, tipos, natureza jurídica e desafios. A negociação coletiva é vista como importante meio de resolução de conflitos trabalhistas, mas enfrenta limitações como oposição patronal, debilidade sindical e intervenção estatal.

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3 de Maio de 2024

Aspectos sobre a Negociação


Coletiva
Publicado por Tassio Domingues há 9 anos

A negociação coletiva é uma importante fonte do Direito do


Trabalho. Ela está num estágio anterior ao da
convenção/acordo coletivo de trabalho e se traduz na reali-
zação de pactos e regulamentações de trabalho ajustadas
aos particularismos de cada profissão. Isso significa que
através dela surgem novas normas jurídicas aplicadas aos
particulares que as produziram.

1. Da Negociação Coletiva
A realização de negociações coletivas é um dos principais,
senão o principal, meios de manutenção da paz industrial e
social. Isso porque, para a sua realização não é necessária a
existência de um conflito anterior, ou seja, ela pode ser, e
depois porque ela existe para resolver questões de inte-
resse e não problemas jurídicos.

Trata-se
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em Jusbrasil melhor
o Googlemeio para a composição das partes,
tendo em vista que, ninguém melhor do que as próprias
Ivodiopartes
Aurelio para conhecer o conflito intimamente e determina-
[email protected]
rem a melhor solução, que agrade a ambos. Uma solução
heteronômica,
Marcelino Aurelio no entanto, poderia ser penosa para uma
[email protected]
das partes, quando não as duas, e teria de ser executada,
José independentemente
Becker da vontade destas.
A negociação coletiva é definida, no texto, como uma série
de atos sucessivos que buscam o entendimento entre as
partes. Nela ocorrem as negociações preliminares, onde são
discutidas as questões necessárias, podendo-se chegar à re-
dação de uma projeto do futuro contrato, que será a base
para a redação final do acordo. Apesar de sua importância,
tal projeto não tem força vinculante, ou seja, aquilo que foi
redigido preliminarmente não obriga as parte ao seu
cumprimento.

Existem quatro tipo de negociação coletiva, a saber: a) ne-


gociação coletiva de criação, quando não há convenção co-
letiva preexistente, e cria-se a solução para um conflito; b)
negociação coletiva de modificação, quando há apenas a al-
teração de cláusulas da convenção vigente; c) negociação
coletiva de substituição, usada para substituir uma conven-
ção coletiva por outra; e d) negociação coletiva de esclareci-
mento, cuja finalidade é apenas de interpretação da con-
venção coletiva vigente.

No que diz respeito à natureza jurídica da negociação cole-


tiva, ou seja, o modo como ela é vista no mundo jurídico,
em razão da finalidade desta ser que as partes interessa-
das, por elas próprias, ponham fim ao conflito, entende-se
que ela se assemelha à conciliação. Se diferencia desta, po-
rém, por cuidar apenas de divergências de interesses e de
não precisar ser feita mediante nenhum órgão competente.
Ademais, no caso da conciliação e da mediação, o resolvido
obriga as partes, enquanto que na negociação coletiva, só
obrigará as partes se estas estiverem em comum acordo.

As partes que podem celebrar uma convenção coletiva são,


de um lado o empregador, um grupo e empregadores, ou
uma associação que os represente, e do outro os emprega-
dos, devidamente representados pelo sindicato
responsável.
A negociação coletiva se inicia com o pedido de uma das
partes, e de desenvolve com a livre discussão sobre os pon-
tos necessários. O encerramento desta pode ocorrer de
duas formas: primeiro, havendo acordo, o qual será redi-
gido em uma convenção coletiva, e dará por encerrado o
conflito, ficando as partes obrigadas ao que foi estabele-
cido; ou não havendo acordo, e a situação de discórdia será
levada ao Judiciário, para sua apreciação.

Apesar da importância deste instituto e da possibilidade


dele de gerar soluções mais justas, muitos são os obstáculos
para que as negociações coletivas se desenvolvam como de-
veriam. Primeiramente podemos citar a oposição à negoci-
ação coletiva, praticada por muitos empregadores que
acreditam que todas as questões relativas à empresa ficam
a cargo dele, não havendo espaço para discussão. Depois,
ainda podemos menciona os empregadores que desejam
tratar das questões problemáticas diretamente com seus
empregados, não reconhecendo a legitimidade do sindicato
de atuar em nome destes.

Outro empecilho, e talvez o principal deles, é a debilidade


sindical. Configura-se impossível uma negociação entre ca-
tegorias, quando os sindicatos representantes de um grupo
ou do outro não é forte o suficiente para conduzir tais ne-
gociações e conseguir êxito nas suas pretensões.

Por fim, podemos ainda mencionar a intervenção estatal


que existe, apesar do sistema corporativista já ter sido abo-
lido do nosso ordenamento, ainda sobram resquícios na le-
tra da lei, e especialmente, na mentalidade das pessoas que
comandam o Estado. Tal intervenção é percebida quando a
lei estabelece soluções obrigatórias a determinadas situa-
ções, impedindo que as partes negociem livremente.
Percebemos, portanto, através do exposto que, a negocia-
ção coletiva é, provavelmente, o melhor meio de dirimir
conflitos no direito do trabalho, porém, que esta ainda se
encontra limitada por inúmeros fatores. Por isso, mostra-se
fundamental uma reforma em nosso ordenamento, a fim
de conferir maior liberdade às partes para convenciona-
rem de acordo com seus interesses particulares.

2. Negociações coletivas e as Normas da OIT


Duas são as principais para que se estude as normas da OIT
- Organização Internacional do Trabalho - no que diz res-
peito à negociações coletivas. A primeira delas é porque tas
normas se situam no âmbito dos direitos humanos, e a se-
gunda é porque o Brasil é membro permanente desta orga-
nização, de modo que tem obrigações jurídicas para aquilo
que é estipulado por ela.

Com relação ao primeiro motivo, devemos destacar que


surgiram inúmeros meios de proteção aos direitos do ho-
mem na mesma época. Podemos citar a Declaração Univer-
sal dos Direitos do Homem e a Convenção nº 87 da OIT no
ano de 1948, a Convenção nº 98 no ano de 1949 e a Conven-
ção Europeia dos Direitos do Homem em 1950. Trata-se da
era dos direitos, onde e busca a instituição e preservação
dos direitos humanos, entre eles, aqueles atinentes ao
trabalho.

No que diz respeito ao segundo motivo, por ser membro


permanente da OIT, o Brasil possui obrigações jurídicas so-
bre as questões tratadas na organização. No que se refere
às convenções aprovadas pela OIT, cabe ao Brasil sua ratifi-
cação; e em relação às recomendações da OIT, cabe ao país
legislar sobre o assunto, em conformidade com o recomen-
dado, ou tomar as providências que considerar cabíveis.
Vemos, porém, que isso não acontece no Brasil. Apesar de
muito já ter sido feito, há ainda muito que se fazer. Perce-
bemos que algumas das convenções da OIT não foram rati-
ficadas, e mais importante que isso, que os princípios bási-
cos pregados por ela não são aplicados no país, especial-
mente no que diz respeito à liberdade sindical.

2.1 Liberdade Sindical, Negociação Coletiva e Conven-


ção Coletiva:

Estudos feitos pela OIT apontam que há uma relação íntima


entre a liberdade sindical e a negociação coletiva. Isso por-
que, o direito de livre negociação entre empregadores e
empregadores sobre qualquer assunto, é um dos aspectos
mais básicos no que se refere à liberdade sindical, de modo
que este direito deve ser exercido pelos sindicatos sem
qualquer tipo de restrição.

No que se refere à interferência do Governo, a OIT tem se


oposto contra qualquer ato que dificulte ou impeça a livre
negociação. Naturalmente que, em casos excepcionais, po-
deria ocorrer a restrição ao direito de livre negociação.
Nestes casos, porém, além de serem medidas impostas com
caráter de urgência, tal medida teria um período de dura-
ção razoável e deveria ser acompanhada de meios de prote-
ger o padrão de vida dos trabalhadores.

Verifica-se que inúmeros são os diplomas da OIT que tra-


tam da liberdade sindical e da liberdade de negociação,
sendo assuntos absolutamente interligados. Apesar disso, o
que se observa é uma debilidade no ordenamento jurídico
brasileiro, que não confere plenitude a nenhum desses di-
reitos resguardados internacionalmente.

2.2 Procedimento da negociação coletiva:


Apesar dos esforços das partes em termos de negociação
coletiva, muitas vezes não é possível se chegar a um
acordo. Nesses casos, em que não é possível se resolver in-
ternamente um conflito, há a necessidade da prestação
jurisdicional.

No Brasil, atualmente, para se buscar a tutela jurisdicional,


é imprescindível que tenha havido a fase de negociação.
Isso porque, antes de tal determinação, muitos
empregados/empregadores, por comodismo, não buscavam
uma resolução, e propunham um dissídio coletivo, e logo
depois firmavam um acordo e requeriam a homologação
do juiz. Sendo, agora, requisito imprescindível à proposição
de ação, sua falta enseja a extinção do processo sem julga-
mento do mérito, por faltar à ação uma de suas condições e
existência.

Em relação à negociação coletiva, há uma espécie de uma


obrigação do empregador e sindicato de reunirem-se perio-
dicamente a fim de trocarem propostas acerca das condi-
ções de emprego.

Para que haja uma negociação coletiva, é fundamental a


presença do sindicato representante dos trabalhadores, po-
rém não é obrigatória a presença do sindicato patronal. Pe-
los princípios da boa-fé e da lealdade, seria interessante se
participassem.

A negociação pode se encerrar de duas maneiras: de modo


normal, com o consenso entre as partes, expresso em
forma de acordo ou convenção coletiva, ou de modo anor-
mal, quando não houver acordo, e for necessária uma tu-
tela jurisdicional. A essa segunda categoria podemos acres-
centar também a celebração de um acordo ou convenção
coletiva.
A restrição feita em relação à busca da tutela do Estado não
tem por finalidade extinguir qualquer direito, ela apenas
busca um maior incentivo à negociação coletiva, bem como
o desafogamento da Justiça do Trabalho.

3. Conclusão
É neste panorama que verificamos a importância das nego-
ciações coletivas, um importante ponto de equilíbrio social,
em busca do meio termo entre o interesse dos empregado-
res e dos empregados.

É por causa dela que se consegue, na maior parte do tempo,


manter uma certa paz social no campo do Direito do Traba-
lho, posto que os anseios de empregadores e empregados
são revistos periodicamente.

A Emenda Constitucional nº. 45 traz grandes e importantes


modificações no âmbito da negociação coletiva, instituindo
a obrigatoriedade de esgotamento de todas as vias extraju-
diciais, para só então buscar a tutela estatal. Apesar desse
importante instrumento, o que verificamos no Brasil é uma
legislação carente de dispositivos que incentive tais práti-
cas de negociação coletiva.

Fundamental, portanto, que haja uma reforma na legisla-


ção trabalhista brasileira, com o intuito de aderir aos pre-
ceitos difundidos pela OIT.

Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/artigos/aspectos-sobre-a-negociacao-


coletiva/152373056
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