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2o TRABALHO DE H.I.V

O documento discute a violência baseada no gênero em Moçambique, incluindo suas causas e estratégias de prevenção. A violência contra mulheres é persistente e generalizada no país, com um terço das mulheres entre 15-49 anos relatando violência física. As raparigas adolescentes são particularmente vulneráveis. O documento também aborda as causas e estratégias para combater a violência baseada no gênero.

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2o TRABALHO DE H.I.V

O documento discute a violência baseada no gênero em Moçambique, incluindo suas causas e estratégias de prevenção. A violência contra mulheres é persistente e generalizada no país, com um terço das mulheres entre 15-49 anos relatando violência física. As raparigas adolescentes são particularmente vulneráveis. O documento também aborda as causas e estratégias para combater a violência baseada no gênero.

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Violência Baseada no Gênero: causas e estratégias de prevenção e combate

Nome: Marina Rafael Phunzo

Código do estudante: 708221264

Docente: Miguel Natha

Turma: V

Curso: Licenciatura em ensino de Geografia

Disciplina: Habilidades de Vida, Saúde Reprodutiva e HIV/SIDA

Ano de frequência: 2ᵒ Ano

Tete, Setembro,de 2023


Folha de feedback

Categorias Indicadores Padrões Classificação

Pontuação Nota Subtotal


máxima do
tutor

Estrutura Aspectos Capa 0,5


organizacionais
Índice 0.5

Introdução 0.5

Discussão 0.5

Conclusão 0.5

Bibliografia 0.5

Conteúdo Introdução Contextualização 1.0

Descrição dos 1.0


objectivos

Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho

Analise e Articulação e domínio 2.0


discussão
Revisão bibliográfico 2.0

Exploração dos dados 2.0

Conclusão Contributos teóricos 2.0


práticos

Aspectos Formatação Paginação, tipo e 1.0


gerais tamanho de letra,
paragrafo e espaçamento
entre linhas.

Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência das 4.0


bibliográfica edição em citações / referências
s citações e bibliográficas
bibliografia

2
Folha para recomendações de melhoria

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Índice
pág.
1.Introdução.........................................................................................................................5

2.Fundamentacao Teórica....................................................................................................6

2.1. Violência Baseada no Gênero: causas e estratégias de prevenção e combate..............6

2.2. Causas e estratégias de prevenção e combate...............................................................7

2.3. Noção de gênero e normas sociais de gênero...............................................................9

2.4. Noção de VBG; formas de VBG..................................................................................9

2.5. Causas da VBG; estratégias de combate.....................................................................11

2.6. Estratégia de combate.................................................................................................12

3.Conclusão.......................................................................................................................13

4.Bibliografia.....................................................................................................................14

4
1.Introdução
O presente trabalho de pesquisa intitulado: ″Violência Baseada no Gênero: causas e
estratégias de prevenção e combate” enquadra-se na cadeira de Habilidades de Vida, Saúde
Reprodutiva e HIV/SIDA, como um dos requisitos avaliativo. Salientar que esse trabalho foi
desenvolvido nas linhas de pesquisa na Universidade Católica de Moçambique (instituto de
ensino à distância) na cidade de Tete. De referir que nesse trabalho, iremos desenvolver a
nossa pesquisa olhando para o seguinte ponto: Violência Baseada no Gênero: causas e
estratégias de prevenção e combate, Causas e estratégias de prevenção e combate, Noção de
gênero e normas sociais de gênero, Noção de VBG; formas de VBG, Causas da VBG;
estratégias de combate. No que concerne a estrutura, temos a introdução, de seguida temos a
parte de desenvolvimento que corresponde ao corpo do nosso trabalho, onde contemplamos as
abordagens concernentes ao tema em estudo e por fim temos a conclusão, e bibliografia.

No que diz respeito a metodologia, importa salientar que, na execução do nosso trabalho,
optamos pelo método bibliográfico, que consistiu na consulta de alguns livros e manuais já
publicados cientificamente que já abordaram questões ou assuntos pertinentes a nossa
pesquisa. No que diz respeitos aos objectivos, importa referir que traçamos como Objectivo
geral:Compreender Violência Baseada no Gênero: causas e estratégias de prevenção e
combate; Conhecer as normas socias de género.Objectivos específicos:Mencionar as causas e
estratégias de prevenção e combateda violecia baseada no genero; Caracterizar formas de
VBG.

5
2.Fundamentacao Teórica
2.1. Violência Baseada no Gênero: causas e estratégias de prevenção e combate
Em Moçambique a violência baseada no género, incluindo a exploração e abuso
sexual, é persistente e generalizada. Um terço de todas as mulheres com idades
compreendidas entre os 15 e 49 anos disseram ter sofrido violência física desde os 15 anos, e
25% disseram que tinham sofrido violência frequentemente ou por vezes nos últimos doze
meses. As raparigas adolescentes são particularmente vulneráveis, uma vez que 19% relatam
sofrer uma iniciação sexual forçada, 12% das mulheres declararam-se sobreviventes de
violência sexual, e 46% afirmaram ser sobreviventes de violência doméstica, sexual, ou
emocional dos seus parceiros(DHS, 2011).

A violência baseada no género constitui uma violação dos direitos humanos e é um


obstáculo para o desenvolvimento de qualquer sociedade democrática. É universal, e desde
2003 reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, como um grave problema de saúde
pública. É fruto de um sistema de relações sociais que atribui papéis diferentes a homens e
mulheres, colocando a mulher em uma posição de subordinação e inferioridade face ao
homem e gerando relações sociais, económicas e culturais historicamente desiguais. Persiste
porque ainda se mantém padrões sócio-culturais que permitem e justificam, o controlo e o
exercício de poder dos homens sobre as mulheres(Assembleia Da República, 2004).

As mobilizações iniciais para combater a violência baseada no género em Cabo Verde


levaram o país a ratificar diversos instrumentos internacionais, como a Convenção para
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra as Mulheres (CEDAW), a Carta
Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos
da Criança e o Protocolo à Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos relativo aos
Direitos da Mulher em África, dentre outros, que rapidamente deram lugar à formulação do
Plano Nacional de Combate à Violência Baseada no Género (PNVBG), aprovado em
Conselho de Ministros em 2007 e implementado no período 2007- 2009 (Mendonça Filho,
2004,p.145).

6
Há consequências significativas para a VBG na juventude, com algumas das mais claras
relacionadas com a saúde física e psicológica e com os resultados académicos. As
consequências para a saúde física do sexo forçado incluem a exposição a doenças
sexualmente transmissíveis, bem como concepção indesejada, gravidez e parto de
adolescentes de alto risco, e abortos inseguros. Psicologicamente, a experiência de violência
sexual tem a tendência de bloquear o desenvolvimento de capacidades sociais e minar a
autoestima, e pode levar a distúrbios alimentares, depressão, insónia, sentimentos de culpa,
ansiedade e tendências suicidas.

2.2. Causas e estratégias de prevenção e combate


Nestas capacitações criam-se espaços para utilização de técnicas pedagógicas eficazes
e adequadas aos grupos alvo a que se destinam, com grande recurso a meios audiovisuais
(filmes, vídeos) e debates interativos (com discussões abertas, análise e solução de casos
práticos em grupos de trabalho, sessões de reflexão conjuntas para solucionar problemas;
veja-se, por exemplo, os consultórios jurídicos junto da polícia) a fim de assegurar a
participação activa dos formandos. Os métodos são baseados na participação colectiva, na
reflexão e na vivência pessoal, para facilitar e atingir a produção e a apropriação dos
conteúdos; gerar acções transformadoras tendentes a alcançar os resultados desejados( Nobre,
2004,p.342).

As causas mais frequentes da violência contra mulheres estão relacionadas ao


machismo e à estrutura patriarcal da nossa sociedade. O ciúme, a sensação de posse, a
necessidade de controle e a concepção de que a mulher deve satisfazer o homem podem ser as
principais causa.

Em 2018, os Ministros da SADC responsáveis pela Igualdade de Género e Assuntos da


Mulher em Pretória, África do Sul, aprovaram a Estratégia e o Quadro de Acção da SADC
para Combater a Violência Baseada no Género (2018-2030) com vista a operacionalizar as
disposições do Protocolo da SADC sobre o Género e o Desenvolvimento respeitantes à
referida violência. Esta Estratégia visa oferecer uma plataforma e uma orientação comuns a
nível regional e nacional, para uma abordagem holística e coordenada eficaz de combater a
violência baseada no género na região da SADC. A Estratégia está alinhada com instrumentos
regionais, continentais e internacionais pertinentes sobre o género e a violência baseada no
género.

7
Além disso, a SADC elaborou a sua Estratégia Regional sobre Mulheres, Paz e
Segurança 2018- 2022 e o seu Plano de Acção Estratégico Revisto sobre o Combate ao
Tráfico de Pessoas, especialmente Mulheres e Crianças (2016- 2023) para orientar os Estados-
Membros nos esforços que visam pôr fim à violência contra mulheres e raparigas.

Em Moçambique dispõe, no seu quadro estratégico e legal, de instrumentos específicos


sobre VBG/EAS/AS, designadamente:

 Aplicar a tolerância zero para todas as formas de violência contra mulheres e meninas.
 Defender representação igual de mulheres e homens em todas as atividades na esfera
pública para criar consciência pública sobre a contribuição das mulheres na sociedade
e assegurar a participação das mulheres na tomada de decisão.
 Fazer campanha pela participação política igualitária para as mulheres em níveis
nacional e local como algo essencial para o futuro desenvolvimento de suas crianças e
o futuro da nação.
 Fazer lobby pela inclusão de estratégias de gênero e autonomia nos Documenos
Nacionais de Estratégia para a Redução da Pobreza (PRSPs) e por orçamentos
sensíveis a questão de gênero em todos os setores.
 Criar campanhas de conscientização pública dirigidas a homens e mulheres para
permitir maior conscientização sobre seus direitos humanos e legais, as conseqüências
legais de comportamentos abusivos, bem como o impacto da violência baseada em
gênero nas futuras gerações.
 Aumentar a conscientização sobre a importância da autonomia econômica das
mulheres e dos custos econômicos da ausência da contribuição delas à força de
trabalho devido à violência.
 Fortalecer e empenhar o compromisso por meio de campanhas para a reforma e a
implementação de leis permitindo que as mulheres possam herdar terra e propriedade,
ter acesso à educação e cuidados de saúde.
 Clamar por campanhas na mídia, destacando o importante papel das mulheres na
produção e na reprodução: a contribuição do trabalho remunerado e não-remunerado
das mulheres e a importância de produzir e reproduzir a força de trabalho futura.
 Estratégia Nacional de Prevenção e Eliminação do Casamento Prematuro, aprovada
em 2015.
 Lei da Violência Doméstica Praticada Contra as Mulheres (Lei 29/2009 de 29 de
Setembro) Dispõe sobre o tratamento penal da violência contra a mulher nas relações

8
domésticas e familiares, que não resulte na morte da vítima. O tipo legal de violência
previsto nesta lei inclui violência física simples, violência física grave, violência
psicológica, violência moral, sexo não consensual, sexo com transmissão de doença,
violência patrimonial e violência social.
 Lei n.º 35/2014, de 31 de Dezembro – Código Penal, com o objectivo (em particular)
de diminuir a discriminação e promover os direitos das mulheres, descriminalizar os
abortos praticados nas 12 semanas anteriores à gravidez e reconhecer o abuso sexual e
a violência doméstica como crimes puníveis

Opta-se por uma abordagem sobre conflitos e violência na relação entre homens e
mulheres como produto de estruturas de dominação. Parte-se do pressuposto de que existe um
tipo particular de violência, baseado nas assimetrias de poder ancoradas em determinadas
relações sociais que são marcadas pela desigualdade entre os géneros. Assim, por exemplo, o
que existe nas uniões forçadas de crianças com adultos é uma forma de violência sexual no
contexto da violência de género. Analisando a violência sexual numa perspectiva de relações
sociais de género, transversalidades por poder, compreende-se como se constrói a
naturalização da violação sexual, principalmente quando é cometida no contexto familiar,
permitindo assim ruptura com uma visão fatalista e banalizadora do mal (Osório, 2011,p.134).

2.3. Noção de gênero e normas sociais de gênero


Para Ferreira (1986, ),″ Se formos nos guiar por esse sentido, teríamos as espécies
homem e mulher da chamada classe Humana. Ainda, segundo o linguista Ferreira, o termo
Gênero também poderia ser "qualquer agrupamento de indivíduos, objetos, idéias, que tenham
caracteres comuns" (p.844).

Teríamos assim indivíduos dos dois sexos, de novo o homem e a mulher agrupados,
agregados através de características comuns, ou seja, o feminino para a mulher e o masculino
para o homem. Prosseguindo com a nossa língua portuguesa, esses caracteres comuns
seriam convencionalmente estabelecidos. Este convencionalmente pode ir desde maneiras,
estilos, significando os Gêneros artísticos ou se referir aos estilos de arte: o Gênero Literário e
Gênero Dramático. Pode-se buscar o significado do termo ainda na Biologia ou no campo da
Gramática propriamente dita.

2.4. Noção de VBG; formas de VBG


Por uma questão de harmonização da definição e da linguagem, os presentes POP
utilizam as categorias do Sistemas de Gestão de Informação sobre Violência Baseada no

9
Género (SGIVBG) para descrever os tipos de VBG que foram acordados internacionalmente.
Dentro do contexto humanitário existente, as definições podem variar e os exemplos
enumerados neste documento podem não ser necessariamente aplicáveis a Moçambique. As
definições aqui destacadas devem ser acolhidas pelos signatários dos POP.

O SGIVBG integra seis tipos principais de VBG: Estupro ou violação: penetração não
consensual (por mais ligeira que seja) da vagina, ânus ou boca com um pénis ou outra parte
do corpo. Também inclui a penetração da vagina ou do ânus com um objecto.

A tentativa de o fazer é considerada tentativa de violação. A violação de uma pessoa


por dois ou mais perpetradores é classificada como as formas de violação em grupo tais como:

Agressão sexual: Qualquer forma de contacto sexual não consensual que não resulte
em ou inclua penetração. Exemplos incluem tentativa de violação, bem como beijos
indesejados, carícias ou toque de genitais e nádegas. A mutilação genital feminina (MGF) é
um acto de violência que tem impacto nos órgãos sexuais, e como tal, deve ser classificada
como agressão sexual.

Agressão física: Acto de violência física que não é de natureza sexual. A título de
exemplo, bater, esbofetear, sufocar, cortar, empurrar, queimar, disparar ou utilizar uma arma,
atacar com ácido ou qualquer outro acto que resulte em dor, desconforto ou ferimentos.

Casamento forçado: Casamento de um indivíduo contra a sua vontade. O casamento


prematuro é um casamento formal ou união informal antes dos 18 anos de idade. Ainda que
alguns países permitam o casamento antes dos 18 anos de idade, as normas internacionais de
direitos humanos classificam este tipo de união como casamentos de crianças ou casamentos
“prematuros”, por se considerar que os menores de 18 anos não têm capacidade para dar o seu
consentimento informado. Por conseguinte, o casamento prematuro é uma forma de
casamento forçado, uma vez que as crianças não têm capacidade jurídica para concordar com
tais uniões.

Negação de recursos, oportunidades ou serviços: Negação do acesso legítimo a


recursos económicos/bens ou oportunidades de subsistência, educação, saúde ou outros
serviços sociais. Por exemplo: uma viúva impedida de receber uma herança; rendimentos
subtraídos à força por um parceiro íntimo ou membro da família; uma mulher impedida de
usar contraceptivos; uma rapariga impedida de frequentar a escola; etc. O “abuso económico”
está geralmente incluído nesta categoria.

10
Abuso Psicológico/Emocional: Inflição de dor ou sofrimento mental ou emocional.
Por exemplo: ameaças de violência física ou sexual, intimidação, humilhação, isolamento
forçado, perseguição, assédio, atenção indesejada, observações, gestos, ou palavras escritas de
natureza sexual e/ou ameaçadora, destruição de coisas acarinhadas, etc. Estes são conceitos
úteis no que respeita a tipos de VBG que, embora não sejam considerados como classificações
nucleares do SGIVBG, são frequentemente utilizados em contextos locais para fornecer uma
imagem mais abrangente da VBG e para consubstanciar a resposta humanitária.

2.5. Causas da VBG; estratégias de combate


Causas da Violência contra a Mulher em Moçambique Não existe uma explicação
acabada sobre as causas da violência, no entanto, o ciúme e a suspeita de infidelidade
conjugal, em parte, constituem grandes factores de risco para a ocorrência de comportamento
de violência física contra a mulher nos diferentes meios de convivência.

Segundo Nações Unidas(2003), ″as origens da violência situam-se na estrutura social e


no complexo conjunto de valores, tradições, costumes hábitos e crenças que estão
intimamente ligados à desigualdade sexual, onde a vítima da violência é quase sempre a
mulher e o agressor, quase sempre o homem, servindo-se das estruturas da sociedade de
confirmação desta desigualdade. Acredita-se que a violência contra a mulher seja resultado da
crença historicamente fomentada em muitas culturas, de que o homem é superior e deve ser
detentor de mais direitos que a mulher, nos diferentes meios de convivência social. Por outro
lado, é censo comum que a violência contra a mulher resulta de um desequilíbrio de poder
entre mulheres e homens, com base nas relações sociais desiguais, sustentadas por um sistema
hierárquico a que se pode chamar de patriarcado‶(p.17).

Portanto, ainda não existe uma explicação única para as causas da violência contra a
mulher. Contudo, algumas das causas que têm sido frequentemente apontadas no país,
justificando a ocorrência de vários tipos de violência contra a mulher são:

 Aspectos culturais (hábitos e crenças intimamente ligados a desigualdade sexual,


crenças de que a mulher é inferior ao homem, obscurantismo e maneiras de vestir
“indecentes”)
 Ciúmes - ciúme como causa da violência contra a mulher, manifesta-se através do
comportamento controlador do parceiro íntimo (suspeitas de infidelidade e tendências
obsessiva de controlar a mulher pelo parceiro íntimo);

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 Antecedentes de violência na família – manifesta-se quando os perpetradores
cresceram em ambientes familiares em que a violência era praticada;
 Dependência económica da mulher - vista na perspectiva de falta de recursos para a
satisfação das necessidades básicas que degenera em conflitos;
 Seropositividade: quando um dos cônjuges toma conhecimento da infecção do seu
parceiro ou obrigar a parceira a manter relações sexuais sem o uso do preservativo,
 Desigualdades nas relações de poder entre mulheres e homens, sendo estes últimos
detentores de um maior poder, através de estruturas e sistemas sociais, culturais,
económicas e políticas que historicamente lhes têm favorecido

2.6. Estratégia de combate.


Segundo Ferreira (1986),″Tendo em vista que a finalidade do plano que é de
construção de uma sociedade moçambicana em que a mulher e o homem têm uma
convivência mais harmoniosa, através do conhecimento, reconhecimento e respeito mútuo dos
seus direitos, deveres e obrigações sociais de forma a promover o respeito aos direitos da
mulher, foram desenhadas estratégias e acções, por cada objectivo específico. As acções
definidas neste plano visam prevenir e combater a violência contra a mulher nas suas
diferentes formas, conforme diagnosticado nos capítulos anteriores‶(p.67).

Neste sentido, as acções incidem sobre a mulher nos grupos sociais e as comunidades em
que ela está inserida,assi passamos a citar algumas estrategia de combate:

 Expandir e melhorar os serviços prestados às vítimas de violência, incluindo os


serviços de assistência médica, jurídica e psicológica
 Conceber modelos e mecanismos de funcionamento dos serviços de atendimento
familiar para situações de violência, nas esquadras, nos hospitais, nos bairros e nas
comunidades e assegurar a divulgação;
 Estabelecer mecanismos de funcionamento de serviços de assistência às mulheres
vítimas de violência sexual; Conceber modelos e mecanismos de funcionamento dos
serviços para abrigos de emergências para as vítimas de violência e assegurar a
respectiva divulgação;
 Assegurar a assistência técnica e financeira para a concepção da base de dados sobre
violência, incluindo a capacitação dos técnicos do sector;
 Propor mecanismos que visam imprimir maior celeridade na tramitação de
expedientes relacionados com a mulher na concessão de crédito, tramitação de

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documentos jurídicos e outros expedientes de formalidades e estabelecer acordos com
diferentes instituições; e
 Estabelecer e implementar programas conjuntos de formação entre instituições e
parceiros;
 Estabelecer directivas com vista as instituições integrarem acções de prevenção e

3.Conclusão
Após a efetivação do trabalho em causa concluímos que, a violência baseada no
género constitui uma violação dos direitos humanos e é um obstáculo para o desenvolvimento
de qualquer sociedade democrática. É universal, e desde 2003 reconhecida pela Organização
Mundial de Saúde, como um grave problema de saúde pública. É fruto de um sistema de
relações sociais que atribui papéis diferentes a homens e mulheres, colocando a mulher em
uma posição de subordinação e inferioridade face ao homem e gerando relações sociais,
económicas e culturais historicamente desiguais. Persiste porque ainda se mantém padrões
socioculturais que permitem e justificam, o controlo e o exercício de poder dos homens sobre
as mulheres.

E por fim notamos que, Em Moçambique a violência baseada no género, incluindo a


exploração e abuso sexual, é persistente e generalizada. Um terço de todas as mulheres com
idades compreendidas entre os 15 e 49 anos disseram ter sofrido violência física desde os 15
anos, e 25% disseram que tinham sofrido violência frequentemente ou por vezes nos últimos
doze meses. As raparigas adolescentes são particularmente vulneráveis, uma vez que 19%
relatam sofrer uma iniciação sexual forçada, 12% das mulheres declararam-se sobreviventes
de violência sexual, e 46% afirmaram ser sobreviventes de violência doméstica, sexual, ou
emocional dos seus parceiros.

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4.Bibliografia
Mendonça Filho, M.(2004).Educação, Violência e Polícia: Direitos
Humanos? Salvador: EDUFS.

Nobre, M.T., (2004).Formação Policial, Violência Contra a Mulher e Cidadania.


Uma experiência na delegacia da mulher de Aracajú.Sao paulo

Osório, C.(2004).Algumas reflexões sobre o funcionamento dos Gabinetes de


Atendimento da Mulher e da Criança.Rio de janeiro

Osório, C.(2011).A violência sexual e a violação de menores, uma discussão sobre os


conceitos. In: Outras Vozes, nº 33-34

Ferreira, A. B.H.(1986). Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2Ş ed. 18.


Impressăo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.

Assembleia Da República, (2004). Lei Nº 10/(2004).Aprova a Lei da Família e


Revoga o Livro IV do Código Civil. Maputo.

Conselho Nacional De Combate Ao Hiv/Sida, (2004). Plano Estratégico Nacional de


Combate ao HIV/SIDA. Livro I: Análise da Situação, Maputo.

14

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