GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS

SUPRAM NORTE DE MINAS - Diretoria Regional de

Regularização Ambiental

Parecer Técnico SEMAD/SUPRAM NORTE-DRRA nº. 4/2023

Montes Claros, 11 de janeiro de 2023.

PARECER TÉCNICO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL SIMPLIFICADO

PROCESSO SLA n°: 2978/2022 SITUAÇÃO: Sugestão pelo Deferimento

Comercial de Quartz Cavalcanti e

EMPREENDEDOR: CNPJ: 06.914.602/0001-30
Santos Ltda-ME

Comercial de Quartz Cavalcanti e

EMPREENDIMENTO: CNPJ: 06.914.602/0001-30
Santos Ltda-ME

MUNICÍPIO(S): Francisco Sá - MG ZONA: Rural

CRITÉRIO LOCACIONAL INCIDENTE:

Supressão de vegetação nativa, exceto árvores isoladas. (Peso= 1);

Localização prevista em área de alto ou muito alto grau de potencialidade de
ocorrência de cavidades, conforme dados oficiais do CECAV-ICMBio. (Peso= 1)

ATIVIDADE OBJETO DO
LICENCIAMENTO CRITÉRIO
CÓDIGO: CLASSE:
LOCACIONAL:
(DN COPAM 217/2017):

Lavra a céu aberto – Minerais não

A-02-07-0 metálicos, exceto rochas 2 1
ornamentas e de revestimento.

Disposição de estéril ou de rejeito

inerte e não inerte da mineração
(classe II-A e II-B, segundo a NBR
A-05-06-2 10.004) em cava de mina, em 2 1
caráter temporário ou definitivo,
sem necessidade de construção
de barramento para contenção

Parecer Técnico 4 (59129149) SEI 1370.01.0001428/2023-23 / pg. 1

CONSULTORIA/RESPONSÁVEL TÉCNICO: REGISTRO:

ART nº.:
Camila Santos Cordeiro
14202000000006199019
Alessandro Moura
ART nº.: 20221105354

AUTORIA DO PARECER: MATRÍCULA:

Frederico Rodrigues Moreira - Gestor Ambiental

1.324.353-0
Diretoria Regional de Regularização Ambiental - SUPRAM NM

Revisão:

Cláudia Beatriz Oliveira Araújo – Gestora Ambiental 1.148.188-4

Diretoria Regional de Regularização Ambiental - SUPRAM NM

Documento assinado eletronicamente por Frederico Rodrigues Moreira,

Servidor(a) Público(a), em 11/01/2023, às 15:46, conforme horário oficial
de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 47.222, de 26 de
julho de 2017.
Documento assinado eletronicamente por Claudia Beatriz Oliveira Araujo
Versiani, Servidor(a) Público(a), em 11/01/2023, às 15:55, conforme
horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº
47.222, de 26 de julho de 2017.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site

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acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código
verificador 59129149 e o código CRC DF62308C.

Referência: Processo nº 1370.01.0001428/2023-23 SEI nº 59129149

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PARECER TÉCNICO DE LICENÇA AMBIENTAL SIMPLIFICADA - RELATÓRIO

AMBIENTAL SIMPLIFICADO – LAS/RAS

1. INTRODUÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

O empreendimento “Comercial de Quartz Cavalcanti e Santos Ltda-ME”, inscrito no

CNPJ sob o nº.: 06.914.602/0001-30, exercerá suas atividades na Fazenda Tabual/Licuri,
Zona Rural-Cep 39580-000 – Francisco Sá/MG, nas coordenadas geográficas Lat.: 16° 28'
19.00" S e Log.: 43° 34' 14.23" O (imagem 01).
O empreendedor deu entrada com a solicitação SLA nº.: 2022.08.01.003.0000412 de
nova solicitação no dia 05/08/2022, gerando o processo administrativo de licenciamento
ambiental simplificado nº 2978/2022, que tramita na Superintendência Regional do Norte de
Minas - SUPRAM-NM para as atividades: A-02-07-0 - Lavra a céu aberto – Minerais não
metálicos, exceto rochas ornamentas e de revestimento e A-05-06-2 - Disposição de
estéril ou de rejeito inerte e não inerte da mineração (classe II-A e II-B, segundo a NBR
10.004) em cava de mina, em caráter temporário ou definitivo, sem necessidade de
construção de barramento para contenção, conforme descrito no quadro 01.

Quadro 01: Atividades requeridas, conforme DN COPAM n° 217/2017.

Potencial Fator
Atividade Quantidade Modalidade de
Parâmetro poluidor Porte Classe locacional
(código) / Unidade licenciamento
degradador (peso)
Produção
A-02-07-0 10.000 t/ano Médio Pequeno 2 1 LAS/RAS
bruta
A-05-06-2 Vol. Cava 20.000 m3 Médio Pequeno 2 1 LAS/RAS

O empreendimento possui potencial poluidor/degradador M e porte P, o que o

classifica como classe 2. Em consulta ao sistema IDE-Sisema, verificou-se que o
empreendimento se encontra em Localização prevista em área de alto ou muito alto grau de
potencialidade de ocorrência de cavidades, conforme dados oficiais do CECAV-ICMBio. Já
como fator de restrição ou vedação, o empreendimento situa-se em área de abrangência do
bioma Mata Atlântica estabelecido pela Lei 11.428/2006.

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Rua Gabriel Passos, nº 50. Centro. Montes Claros-MG. CEP: 39.400-112
Telefone: (38)32247500

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Após análise preliminar, para melhor instrução do processo foram solicitadas

informações complementares por meio do SLA, sendo que as mesmas foram entregues
tempestivamente.
O empreendedor é o titular/requerente da poligonal ANM 831.377/2004, com
requerimento de autorização de pesquisa da substância “Quartzo” e ANM 830.718/2017 para
requerimento em lavra garimpeira para o mesmo mineral.
A fase em que se encontra a atividade é de “operação” a “iniciada em 18/11/2011”. A
área total do empreendimento (que, segundo o RAS, equivale à área impactada) é de 15,117
hectares (ha), a área de lavra é 14,5 ha, a área construída é de 0,05275 ha e a área de
servidão é 0,05275 ha. Há área degradada dentro do empreendimento (5,6 ha) e não existe
área reabilitada ou em reabilitação.
O quadro de funcionários será composto de um total de 30 funcionários, sendo 02 no
setor administrativo e 28 no setor de produção (colaboradores terceirizados), trabalhando em
01 turno/dia de 08 h por turno, 05 dias por semana, 12 meses por ano.
De acordo com o RAS, o empreendimento está localizado em área com remanescente
de formações vegetais do Cerrado. O solo do empreendimento é o latossolo vermelho-
amarelo distrófico típico A, moderado textura média/argilosa + Cambissolo háplico distrófico
típico A, fraco/moderado textura média, pedregoso + Argissolo vermelho-amarelo distrófico
típico A, moderado textura média/argilosa.
De acordo com o Documento Autorizativo para Intervenção Ambiental-DAIA nº.
2100.01.0051320/2021-17 foi informado que o empreendimento está localizado no bioma
Cerrado, entretanto ao se verificar o IDE-Sisema percebe-se que sua localização é no bioma
Mata Atlântica. No parecer elaborado pelo Instituto Estadual de Floresta-IEF consta a seguinte
informação: “É objeto desse parecer analisar a supressão de cobertura vegetal nativa, com
destoca, em área de 4,0440ha de Floresta Estacional Decidual estágio inicial e 10,5147ha
de pastagem/antropizada, com baixo rendimento de material lenhoso, totalizando 14,5587ha,
inserido no bioma Cerrado-MAPA IBGE, pela 11.428/06 – dentro da Disjunções do Bioma
Mata Atlântica”.
O Relatório Ambiental Simplificado foi devidamente instruído de (ART nº.
MG14202000000006199019 e CTF/AIDA nº. 7284847) em nome de Camila Santos Cordeiro
CREA-MG – 180154/D e Alessandro Moura (ART nº. MG20221105354 e CTF/AIDA nº.
5825204) consoante preconiza a IN Ibama nº. 10/2013, Resolução do Conama nº. 01/1988 e
o art. 17, da Lei Federal nº. 6.938/1981. O empreendimento detém o certificado de
regularidade válido, sob nº. 5484578, no CTF/APP – Cadastro Técnico Federal de Atividades

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Potencialmente Poluidoras e Utilizadoras de Recursos Ambientais, com amparo na Instrução

Normativa do Ibama n. 06/2013 e art. 17, da Lei Federal n. 6.938/1981.

Imagem 01 – Localização do empreendimento e área de lavra Legenda

Área do
empreendimento

Reserva Legal

ADA

Fonte: RAS

Foi apresentada a certidão de registro de imóveis onde, no Livro 2-RG, matrícula n°.:
3042,consta a descrição de uma gleba de terra do imóvel rural denominado “Fazenda Tabual”
com área de 30.60 ha. Registra-se como EXPROPRIANTE do imóvel “o município de
Francisco Sá-MG” e o EXPROPRIADO “Edvaldo Paulo dos Reis”. Anexo ao RAS, foi
apresentado o “contrato de parceria” entre a associação dos garimpeiros manuais de
Francisco Sá (PARCEIRA OUTORGANTE) e a empresa Comercial de Quartz Cavalcanti e
Santos Ltda (PARCEIRA OUTORGADA).
Foi apresentado o CAR MG-3126703-2FF7.AF08.73D9.46CD.99B9.C95F.9F80.CC20
referente a Fazenda Tabual/Licuri. A caracterização do imóvel apresentada no documento
são: área total do imóvel declarada de 36,6072 ha; área consolidada de 17,9047 ha; não há
delimitação: da reserva legal, de vegetação nativa nem de área de preservação permanente.
O proprietário é a Cooperativa dos Garimpeiros Manuais de Francisco Sá-MG, CNPJ:
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06.207.598/0001-70, matrícula imóvel (nº. 3042), cuja data de registro do documento é de

10/12/2008, no livro 2/K, folha 241 no cartório pertencente ao município de Francisco Sá/MG.
Consta a informação que há uma diferença entre a área do imóvel rural declarada conforme
documentação comprobatória de propriedade/posse/concessão 30.6 ha e a área do imóvel
rural identificada em representação gráfica 36,6072 ha.

Imagem 02 – Situação do empreendimento na propriedade

Fonte: RAS

Imagem 03 – Localização do empreendimento conforme fator de restrição ou vedação

e critério locacional

(A) Localização em Bioma Mata Atlântica – Lei 11.428/2006; (B) Localização em Alto Potencial de Ocorrência de Cavidades;
Fonte: IDE-Sisema

Foi apresentado a Autorização para Intervenção Ambiental - AIA (SEI n°.

2100.01.0051320/2021-17) elaborado pelo SETOR TÉCNICO/NUREG - URFBio Norte do
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Instituto Estadual de Florestas o qual autoriza, com condicionante, a supressão de cobertura

vegetal nativa, com destoca, para uso alternativo do solo de 14,5587 ha em área definida,
identificada uso na imagem XX abaixo. De acordo com o parecer técnico elaborado pelo IEF,
tem-se a seguinte conclusão:

“(..)a equipe técnica sugere pelo DEFERIMENTO dessa solicitação de

intervenção supressão de cobertura vegetal nativa, com destoca, em
área de 4,0440ha de Floresta Estacional Decidual estágio inicial e
10,5147ha de pastagem/antropizada, com baixo rendimento de
material lenhoso, totalizando 14,5587ha, inserido no bioma Cerrado-
MAPA IBGE, pela 11.428/06 – dentro da Disjunções do Bioma Mata
Atlântica. O objetivo área de lavra de rocha ornamental (quartzo) e
infraestrutura, tendo como empreendedor/responsável a empresa ,
inscrito no CNPJ nº, localizada na Fazenda no município de Francisco
Sá/MG".

O empreendimento possui a certidão de uso insignificante n°. 332427/2022 onde o

Instituto Mineiro de Gestão das Águas-IGAM autoriza a exploração de 6,4 m3/h de água
subterrânea por meio de poço tubular já existente, durante 02 h/dia, totalizando 12,8 m3/dia
nas coordenadas lat. 16° 28' 19''S e de longitude 43° 34' 20''W, para fins de consumo humano,
válido até 23/05/2025.
A prefeitura municipal de Francisco Sá-MG certifica que o empreendimento está em
conformidade com a legislação quanto ao uso e ocupação do solo para as atividades descritas
nesse parecer.

2. ANÁLISE TÉCNICA

O empreendimento “Comercial de Quartz Cavalcanti e Santos Ltda-ME” pretende

atuar na atividade minerária, mais precisamente na extração de quartzo conforme
apresentado no RAS (Relatório Ambiental Simplificado) e em documentos anexados.
A operação consiste na extração líquida de 416.667 toneladas(t) por mês (157,23
m3/mês) de quartzo totalizando no ano uma movimentação bruta de 10.000 t/ano em 11
meses. A capacidade nominal mensal instalada de produção dos equipamentos é de 833,33
t (314,46 m3). E a porcentagem de recuperação da lavra é de 50%. A reserva mineral é de
75.471,69 m3 (200.000 t) e estima-se que a vida útil da jazida seja em 20 anos considerando
o avanço anual da lavra de 0,414 ha.
O empreendedor informa que o desmonte será manual uma vez que a extração
consistirá em trabalho braçal de forma “artesanal” com a utilização de pás e picareta (imagem
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04). O método aplicado na lavra será de céu aberto por meio manual. O estéril/rejeito será em
cavas, retornando às áreas abertas. Não haverá beneficiamento e o sistema de drenagem,
tanto das áreas de apoio quanto da área da lavra, será de canaletas em solo com a água
sendo direcionada para as bacias de decantação. O material extraído será armazenado ao ar
livre.

Imagem 04 – Área de extração (cava)

Fonte: Estudo de Prospecção Espeleológica

Cabe considerar que o empreendimento já possui instalação na área uma vez que
obteve autorização ambiental de funcionamento-AAF em momentos anteriores, tendo a última
sido concedida em 2015 (AAF nº. 04146/2015) para Atividade: A-02-07-0 - (DN74) LAVRA A
CÉU ABERTO SEM TRATAMENTO OU COM TRATAMENTO A SECO MINERAIS NÃO
METÁLICOS, EXCETO EM ÁREAS CÁRSTICAS OU ROCHAS ORNAMENTAIS E DE
REVESTIMENTO (Produção Bruta: 36000; Substância Mineral: QUARTZO; Número
DNPM/Ano: 831377/2004) válido até 01/09/2019, portanto a área já se encontra antropizada.

Estéril/Rejeito

Como já mencionado, estima-se que a recuperação da lavra é na ordem de 50%. Logo,

tem-se 50% do material lavrado, é considerado como estéril. Nestes 50% está incluso a
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camada superficial corresponde ao material proveniente do decapeamento.

Segundo o RAS, que o decapeamento corresponda entre 10 e 20% do volume
desmontado, ou seja, um volume máximo de 2.000 toneladas da camada superficial.
Após o processo de lavra, o material não aproveitado será temporariamente disposto
ao lado das cavas, por toda a área de lavra. A forma de armazenamento (que será temporário)
deste material será por pilha cônica, com tamanho médio de 1,5 metros. De uma forma geral
destacam-se os seguintes procedimentos para a estocagem da camada fértil:

• Preparação dos locais de estocagem com obras de drenagem (implantação de

canaletas) e proteção das pilhas que serão formadas, evitando-se assim,
perdas de solos e nutrientes por erosão e lixiviação;

• As pilhas devem ser revolvidas periodicamente, de forma a permitir a aeração

do topsoil, visando uma melhor preservação da atividade biológica.

• A compactação das pilhas da camada fértil deve ser evitada, tentando ao

máximo não alterar suas características;

• Quando não utilizadas em curto espaço de tempo, estas pilhas devem ser
recobertas por vegetação morta ou plantio de gramíneas para evitar lixiviação
e insolação, propiciando também a manutenção das características, atividades
biológicas e umidade do solo.

Para o empreendimento, em pauta, pretende-se utilizar o topsoil nas seguintes

demandas:

• Na recuperação das áreas impactadas pelo empreendimento;

• Na recomposição topográfica da área;

3. ASPECTOS, IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS MITIGADORAS

Os impactos ambientais inerentes às atividades “A-02-07-0 - Lavra a céu aberto –

Minerais não metálicos, exceto rochas ornamentais e de revestimento e A-05-06-2 -
Disposição de estéril ou de rejeito inerte e não inerte da mineração (classe II-A e II-B, segundo
a NBR 10.004) em cava de mina, em caráter temporário ou definitivo, sem necessidade de
construção de barramento para contenção conforme citados no RAS são:

3.1. Uso da água: De acordo com o RAS, toda água utilizada será proveniente da captação

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em poço tubular. Foi mensurado um consumo máximo mensal de 220 m3 (média de 143 m3)
para consumo humano, aspersão das vias e outras finalidades.

3.2. Efluentes líquidos: foi estimada a geração de 4,16 m³/dia de efluentes líquidos
proveniente de sanitário. Medidas mitigadoras: Segundo informações do empreendedor, é
lançado no sistema de fossa séptica, filtro anaeróbio seguida de sumidouro.
Conforme orientação da Superintendência de Apoio a Regularização Ambiental-
SUARA, para os sistemas tratamento de efluentes sanitários composto por fossa séptica, filtro
anaeróbico (caso haja), com lançamento dos efluentes tratados em vala sumidouro, não será
condicionado o automonitoramento para efluentes líquidos sanitárias, desde que seja
observado:

• Correto dimensionamento do sistema de tratamento proposto conforme normas

pertinentes;

• Contribuição exclusiva de efluentes de natureza sanitária, sem aporte de caixa

separadora de água e óleo e/ou efluentes industriais;

• A impossibilidade de lançamento em cursos d'água ou rede pública de coleta de

esgoto;

Para sistemas que visam o atendimento de indústrias, agroindústrias, minerações, ou

seja, que não seja para atender escritórios ou residências, desejável a instalação de filtro
anaeróbio.

Portanto, para o processo em análise, verificado o disposto acima, não será proposto
neste PT o programa de automonitoramento referente a efluentes líquidos exclusivamente
sanitários. Entretanto, com o objetivo de garantir a eficiência do sistema, o empreendedor
deverá realizar conforme projeto manutenções e limpezas periódicas (de todo o sistema) ou
quando necessário, cabendo ao empreendedor e ao responsável técnico a garantia do pleno
e eficiente funcionamento do sistema.

3.3. Efluentes oleosos: não será gerado uma vez que toda manutenção e abastecimento dos
veículos se dará na área urbana.

3.4. Emissões atmosféricas: serão provenientes da movimentação e veículos que

contribuirão tanto com a emissão de gases provenientes da queima de combustíveis fósseis
quanto de partículas sólidas (poeira). Medidas mitigadoras: conforme informado pelo
empreendedor no RAS, será realizado aspersão das vias de acesso e manutenção periódica
tanto das vias quanto dos veículos.
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3.5. Resíduos sólidos: segundo o RAS, consta a informação de geração mensal de resíduos
como papel/plático (100 kg); EPI’s (50 kg); sucata metálica (150 Kg); resíduos domiciliares
(330 Kg). Medidas mitigadoras: os resíduos gerados serão acondicionados em bombonas
plásticas que, esgotada sua capacidade de armazenamento, terão seus conteúdos destinados
às empresas licenciadas.

3.6 Ruídos e vibrações: a fonte desse impacto serão os veículos de pequeno porte.
Medidas mitigadoras: realização de manutenção preventiva, regulação dos dispositivos de
escapamento dos motores de explosão.

3.7. Processos erosivos: erosão laminar. Medidas mitigadoras: deverão ser construídos e
adequados canais preferenciais para a passagem da água pluvial com pequenas diferenças
de nível para diminuir a velocidade do escoamento superficial da água; serão instaladas
canaletas de drenagem interligadas a caixas secas; construção, adequação e manutenção
de canaletas em solo direcionando as águas pluviais

3.8. Fauna: ocasionada pela supressão da vegetação. Medidas mitigadoras: adequação

de medidas para otimização do tráfego e diminuição de ruídos; preservação da Reserva
Legal; recuperação das áreas degradas, durante e após o encerramento das atividades.

3.9. impactos positivos: Geração de emprego regional e contribuição tributária.

4. POTENCIALIDADE DE CAVIDADES (Prospecção Espeleológica)

O estudo apresentado visa atender ao solicitado no termo de referência para

empreendimentos no qual incide o critério locacional “Localização prevista em área de alto ou
muito alto grau de potencialidade de ocorrência de cavidades, conforme dados oficiais do
CECAV-ICMBio” assim como a Instrução de Serviço SEMAD n° 08 de 2017 e sua revisão.
Para a confecção do presente relatório foram utilizados dados primários e secundários.
Inicialmente foram realizadas pesquisas bibliográficas e cartográficas sobre a região, a fim de
subsidiar o trabalho de campo e a elaboração do relatório técnico.
De acordo com o estudo, a base cartográfica foi produzida originalmente em escala 1:
2.500.000, muito pequena para áreas de abrangência restrita, como no caso do referido
empreendimento. Dito isso, realizou-se a etapa de campo fundamentando-se em critérios
geológicos e geomorfológicos suscetíveis à espeleogênese.
Os trabalhos de prospecção foram realizados em dois dias, sendo estes, os dias 04
de junho e 16 de julho de 2020, na área diretamente afetada-ADA, acrescido de um entorno
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de 250 metros.
Foram percorridos acessos e trilhas em meio a área, distribuídos em todos os domínios
morfoestruturais de relevo. As áreas com presença de vegetação mais densa não foram
adentradas devido à dificuldade de acesso. Os pontos de controle foram tomados através do
caminhamento, a fim de se estabelecer uma malha mais descritiva, evidenciando ainda a
presença ou não de rochas aflorantes, o entorno do ponto (vegetação, pastagem ou estradas)
e observações acerca de feições espeleológicas.
As linhas de caminhamentos somaram 11.1 km. O adensamento médio da prospecção
foi de 12,52 km/km² (Imagem 05), considerando-se a abrangência de toda a ADA, somada ao
buffer de 250 m, totalizando uma área de 0.8867 km².

Imagem 05 – Caminhamento espeleológico

Fonte: Estudo de Prospecção espeleológica

Ao final dos trabalhos, o estudo apontou que após a prospecção espeleológica

englobar toda a área de estudo (ADA + Buffer) e superar o índice de adensamento planejado,
não foram identificadas cavidades naturais subterrâneas ou quaisquer feições endocársticas
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na área de estudo.

4. CONCLUSÃO

Em conclusão, com fundamento nas informações constantes do Relatório Ambiental

Simplificado (RAS), sugere-se o DEFERIMENTO da Licença Ambiental Simplificada ao
empreendimento “Comercial de Quartz Cavalcanti e Santos Ltda-ME” para as atividades:
A-02-07-0 - Lavra a céu aberto – Minerais não metálicos, exceto rochas ornamentas e
de revestimento e A-05-06-2 - Disposição de estéril ou de rejeito inerte e não inerte da
mineração (classe II-A e II-B, segundo a NBR 10.004) em cava de mina, em caráter
temporário ou definitivo, sem necessidade de construção de barramento para
contenção, no município de Francisco Sá-MG, pelo prazo de 10 anos, vinculada ao
cumprimento das condicionantes estabelecidas nos anexos I e II deste parecer, bem como da
legislação ambiental pertinente.

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ANEXO I
Ítem Descrição da Condicionante Prazo*
Executar o Programa de Automonitoramento, conforme
definido no anexo II, demonstrando o atendimento aos padrões Durante a vigência da
1
definidos nas normas vigentes e apresentar à Supram-NM licença.
anualmente relatório consolidado.
Apresentar à SUPRAM-NM o relatório fotográfico
comprovando a construção da fossa séptica, do filtro e do
sumidouro seguindo as especificações do projeto técnico e Até 12 meses após a
2
ABNT NBR’s específicas, apresentado pelo empreendedor. concessão da licença.
Apresentar a ART do profissional habilitado que executou a
obra.
Apresentar o contrato ou documento equivalente com a(s)
empresa(s) e/ou associação(ões) receptora(s) dos resíduos
sólidos, as quais devem estar aptas tecnicamente e
regularizadas ambientalmente para realizar a destinação final
Até 180 dias após a
3 ambientalmente correta dos resíduos a serem gerados, sejam
concessão da licença.
eles recicláveis ou não, classe I e II, inclusive os de construção
civil. Sendo que a destinação final dos resíduos deve atender
Lei nº 18.031, de 12 de janeiro de 2009, a qual dispõe sobre a
Política Estadual de Resíduos Sólidos.
Caso haja encerramento ou paralisação das atividades durante
Durante a vigência da
4 a vigência dessa licença, aplicar os procedimentos exigidos na
licença.
DN COPAM 220/2018 e legislação pertinente.
Na ocorrência de qualquer impacto ambiental não previsto no
RAS e neste parecer, o empreendedor deverá informar
imediatamente a SUPRAM NM, através de relatório técnico Durante a vigência da
5
com descrição dos impactos, causas, efeitos e medidas licença.
mitigadoras. Além de paralisar imediatamente as atividades
que provocaram os impactos.
Manter arquivado no empreendimento cópias impressas, na
íntegra, dos relatórios de cumprimento das condicionantes,
acompanhadas da respectiva ART, as quais deverão ficar
Durante a vigência da
6 disponíveis ao órgão ambiental durante a vigência da licença
licença.
ambiental e pelo período de 05 (cinco) anos após o vencimento
da mesma, podendo ser solicitadas a qualquer tempo, inclusive
pelo agente de fiscalização ambiental.
(*) Salvo especificações, os prazos são contados a partir da data de publicação da licença na imprensa
Oficial do Estado
IMPORTANTE
• Os parâmetros e frequências específicas para o Programa de Automonitoramento,
poderão sofrer alterações a critério da área técnica da Supram Norte de Minas, face
ao desempenho apresentado.
• Qualquer mudança promovida no empreendimento que venha a alterar a condição
original do projeto das instalações e causar interferência neste programa, deverá ser
previamente informada e aprovada pelo órgão ambiental.
• Toda documentação referente a esse licenciamento deverá ser enviada/protocolada
na SUPRAM-NM via SEI.
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ANEXO II
Programa de Automonitoramento da Licença Ambiental Simplificada do empreendimento
“Comercial de Quartz Cavalcanti e Santos Ltda-ME”.

1. Resíduos Sólidos e oleosos

1.1 Resíduos sólidos e rejeitos abrangidos pelo sistema MTR-MG

Apresentar, SEMESTRALMENTE, a Declaração de Movimentação de Resíduos-DMR,

emitida via Sistema MTR-MG, referente às operações realizadas com resíduos sólidos e
rejeitos gerados pelo empreendimento durante aquele ano ou conforme determinações e
prazos previstos da Deliberação Normativa COPAM 232/2019.

Prazo: Seguir os prazos dispostos na DN COPAM nº. 232/2019.

1.2 Resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo sistema MTR-MG

Enviar ANUALMENTE* à SUPRAM NM, relatório de controle mensais e disposição dos

resíduos sólidos gerados contendo, no mínimo, os dados do modelo abaixo, bem como a
identificação e a assinatura do responsável técnico pelas informações ou, alternativamente, a
DMR, emitida via Sistema MTR-MG.

Prazo: Seguir os prazos dispostos na DN COPAM nº. 232/2019.

Resíduo Transportador Disposição final Obs.

Empresa responsável
Classe Taxa de Licenciamento
Razão Endereço
Denominação Origem NBR geração Forma2 Razão Endereço ambiental
1 social completo
10.004 kg/mês social completo Nº Data da
processo validade

(1) Conforme NBR 10.004 ou a que sucedê-la.

(2) Tabela de códigos para formas de disposição final de resíduos de origem industrial
1- Reutilização 4 - Aterro industrial 7 - Aplicação no solo
2 - Reciclagem 5 - Incineração 8 - Estocagem temporária (informar quantidade estocada)
3 - Aterro sanitário 6 - Co-processamento 9 - Outras (especificar)

Observações:
• Em caso de transporte de resíduos sólidos Classe I - perigosos, deverá ser informado
o número e a validade do processo de regularização ambiental do transportador.

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• Em caso de alterações na forma de disposição final dos resíduos sólidos em relação

ao Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos apresentado, a empresa deverá
comunicar previamente à Supram para verificação da necessidade de licenciamento
específico.
• Fica proibida a destinação de qualquer resíduo sem tratamento prévio, em áreas
urbanas e rurais, inclusive lixões e bota-fora, conforme Lei Estadual nº 18.031/2009.
Para os resíduos sólidos Classe I – perigosos, e para os resíduos de construção civil,
a referida lei também proíbe a disposição em aterro sanitário, devendo, assim, o
empreendedor cumprir as diretrizes fixadas pela legislação vigente quanto à
destinação adequada desses resíduos. Os resíduos de construção civil deverão ser
gerenciados em conformidade com as Resoluções Conama nº 307/2002 e nº
348/2004.
• As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo
empreendedor. Desse modo, as notas fiscais de vendas e/ou movimentação, bem
como documentos identificando as doações de resíduos poderão ser solicitados a
qualquer momento para fins de fiscalização.
• O relatório de automonitoramento dos resíduos sólidos e rejeitos não abrangidos pelo
Sistema MTR-MG, que são aqueles elencados no art. 2º. da DN 232/2019, deverá ser
apresentado, anualmente, em apenas uma das formas supracitadas, a fim de não
gerar duplicidade de documentos.

(*) decorrido 12 meses após a publicação da licença

Método de amostragem: Normas ABNT, CETESB ou Environmental Protection Agency-EPA

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