Descrição
Utilização de indicadores educacionais para o monitoramento de resultados e
aperfeiçoamento dos sistemas educacionais e a importância dos índices e resultados para a
formulação de políticas públicas educacionais.
PROPÓSITO
Contextualizar a atuação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP) como órgão da gestão pública federal responsável pela avaliação do sistema
de ensino brasileiro e discutir o impacto potencial dos diversos índices comparativos no
desenvolvimento socioeconômico do país e na qualidade de vida da sociedade.
OBJETIVOS
Módulo 1
Descrever diferentes indicadores, como os formulados pelo INEP
Módulo 2
Compreender a utilização de indicadores internacionais na análise e na tomada de
decisão das políticas públicas
Módulo 3
Comparar as avaliações e os índices com as políticas públicas educacionais do Brasil e
com a qualidade de ensino
Introdução
Indicadores são de grande importância para a gestão de organizações públicas
e privadas, pois permitem medir e entender o seu desempenho como um
todo, usando diferentes métricas capazes de monitorar o conjunto de suas
operações.
Os benefícios proporcionados por uma gestão orientada a resultados, que
tem por base a avaliação de seu desempenho a partir da utilização de
indicadores, são inúmeros:
Monitorar com mais precisão os resultados.
Avaliar de modo mais assertivo o desempenho dos gestores.
Melhorar a gestão de programas, projetos e ações.
Estimular a conquista de objetivos, buscando a eficácia.
Incrementar a eficiência operacional, usando melhor os recursos.
Aumentar o impacto social e a efetividade da ação governamental.
Aumentar a credibilidade e a satisfação do cidadão com os serviços
públicos.
Diante disso, passamos agora a estudar e compreender índices de avaliação
das instituições e como elas permitem medir, apurar e gerar políticas públicas.
Nesse ponto, temos uma palavra-chave: qualidade. Definir qualidade não é
algo fácil, depende dos objetivos construídos, e, quando se fala em educação,
a construção desses objetivos faz parte de uma busca por aprimoramento e
readequação constante.
Vamos ouvir a professora Claudia Costin, que é ex-diretora do Banco Mundial
nos projetos de educação e ex-secretária de educação do Estado do Rio de
Janeiro, além de ser uma das consultoras em educação mais relevantes:
MÓDULO 1
Descrever diferentes indicadores, como os formulados pelo INEP
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP)
Com o propósito de apoiar a avaliação do sistema de ensino brasileiro e
subsidiar a formulação de políticas públicas nos diferentes níveis de governo, o
INEP tem, entre outras, as seguintes competências institucionais (BRASIL,
2017):
I. Subsidiar o poder público no monitoramento e na avaliação do Sistema
Nacional de Educação.
II. Subsidiar o planejamento de políticas para a garantia do direito à
educação de qualidade para todos e para cada um.
III. Propor e definir parâmetros, critérios e mecanismos de realização para
as avaliações dos sistemas de educação em todos os níveis e
modalidades, bem como para os processos de certificação de
competências, em articulação com os sistemas de ensino dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios.
IV. Planejar, desenvolver, implementar e organizar, na área educacional,
sistemas de avaliação, estatísticas, testes de desempenho, pesquisas
quantitativas e qualitativas ou qualquer outra metodologia necessária à
produção e à disseminação de informações sobre os sistemas
educacionais.
V. Realizar o Censo Escolar da educação básica e o Censo da educação
superior. [...]
VI. Subsidiar a formulação, a implementação, o acompanhamento e a
avaliação de políticas e programas na área da educação, mediante a
elaboração de diagnósticos, pesquisas e estudos decorrentes das
estatísticas e das avaliações da educação em todos os seus níveis e
modalidades.
VII. Promover a disseminação das estatísticas, dos indicadores e dos
resultados das avaliações, dos estudos, da documentação e dos demais
produtos de seus sistemas de informação.
VIII. Apoiar os estados, o Distrito Federal e os municípios no
desenvolvimento de sistemas de avaliação educacional, em articulação
com o sistema nacional de avaliação e seus respectivos sistemas de
educação. [...]
Neste módulo, destacam-se os principais indicadores utilizados pelo INEP para
avaliar a educação brasileira. O domínio deste tema representa um requisito
fundamental para educadores e gestores educacionais, de tal forma que suas
ações pedagógicas e administrativas sejam baseadas em dados e no
conhecimento existente sobre a dinâmica de funcionamento do sistema
educacional do país.
Indicadores
Indicadores podem ser definidos como unidades de medida utilizadas para
avaliar fenômenos de diferentes naturezas, sendo especialmente importantes
para entender como se comporta a dinâmica da sociedade, com destaque para
as questões educacionais e suas múltiplas implicações sobre o processo de
desenvolvimento sustentável do país, levando em conta as dimensões social,
econômica e ambiental.
Bons indicadores devem possuir as seguintes características e atributos:
Simplicidade Facilidade e rapidez para obter os dados e para ser
compreendido.
Abrangência Capacidade de capturar o fenômeno em sua
essência e amplitude.
Comparabilidade Possibilidade de ser comparado ao longo do tempo.
Baixo custo Benefício de medir é maior do que o custo de
monitoramento.
Tipos de indicadores
Indicadores podem ser classificados segundo diferentes critérios. Segundo
Jannuzzi (2005), no que diz respeito a indicadores aplicáveis à gestão
pública, o processo de construção de um indicador social precisa estar
vinculado à formulação de políticas públicas, de tal forma que se possa avaliar
se as demandas da sociedade estão sendo endereçadas adequadamente
pelas ações de governo contidas em seus programas.
Indicadores de avaliação da implementação de políticas públicas
São os indicadores a seguir: Indicadores de Insumos, Indicadores de
Processos, indicadores de produtos, indicadores de resultados, indicadores de
impacto.
Indicadores de insumo
Possuem relação direta com os recursos (humanos, materiais e financeiros)
necessários para a implementação de um programa. Eles medem a
disponibilidade desses recursos antes da implementação do programa.
Ex.: Nível de disponibilidade de professores nas escolas.
Indicadores de processo
Indicam o andamento das atividades de um programa e o esforço feito para a
obtenção dos resultados. Portanto, são medidas aferidas durante a
implementação do programa.
Ex.: Taxa de crescimento do número de vagas nas escolas de ensino
fundamental.
Indicadores de produto
Medem a entrega dos produtos (bens e serviços) ao público-alvo, o alcance
das metas físicas estabelecidas para um programa. São medidas que, em
geral, podem ser aferidas no curto prazo após a implementação do programa.
Ex.: Percentual de escolas reformadas entregues.
Indicadores de resultado
Indicam, direta ou indiretamente, os benefícios para o público-alvo decorrentes
das ações executadas e dos produtos entregues pelo programa. Tipicamente,
são indicadores que aferem as consequências da implementação
do programa no curto/médio prazo.
Ex.: Percentual de aprovação dos estudantes de ensino médio.
Indicadores de impacto
São medidas de natureza abrangente e multidimensional que medem um
conjunto de ações, não podendo ser relacionadas à execução de um programa
específico. Assim, medem um conjunto de iniciativas governamentais
no médio/longo prazo. Por esse motivo, são medidas pouco usadas/úteis para
a gestão de um programa específico, mesmo que se espere que a
implementação desse programa contribua de alguma forma para a alteração
desse tipo de indicado.
Ex.: Taxa de redução da pobreza das famílias.
Relação entre os diferentes tipos de indicadores de avaliação da
implementação de políticas públicas.
INSUMO
Nível de disponibilidade de professores nas escolas
PROCESSO
Taxa de crescimento do número de vagas nas escolas de ensino fundamental
PRODUTO
Percentual de escolas reformadas entregues
RESULTADO
Percentual de aprovação dos estudantes de ensino médio
IMPACTO
Taxa de redução da pobreza das famílias
Indicadores de avaliação de desempenho
Indicadores de avaliação de desempenho
Economicidade
Medem os gastos envolvidos na obtenção dos insumos (materiais, humanos,
financeiros etc.) necessários às ações que produzirão os resultados
planejados.
Ex.: Volume de despesas com a contratação de professores.
Eficiência
Essa medida possui estreita relação com produtividade e diz respeito ao
quanto se consegue produzir com os meios disponibilizados.
Ex.: Quantidade de horas de capacitação dos professores da rede municipal.
Eficácia
Aponta o grau com que um programa atinge as metas e os objetivos
planejados.
Ex.: Quantidade de alunos efetivamente atendidos pelo EJA.
Efetividade
Mede os efeitos positivos ou negativos na realidade que sofreu a intervenção,
apontando se houve mudanças socioeconômicas, ambientais ou institucionais
decorrentes dos resultados obtidos pela política, plano ou programa.
Ex.: Nível de melhoria de desempenho dos professores com as capacitações realizadas.
Qualidade
Aponta a capacidade da instituição em responder de forma rápida e direta às
necessidades de seus usuários, oferecendo disponibilidade, acessibilidade,
precisão e continuidade na entrega de serviços.
Ex.: Nível de satisfação dos alunos do ensino médio com a escola.
Capacidade
Mensura a capacidade de resposta de um processo.
Ex.: Quantidade de alunos matriculados na rede estadual.
Indicadores educacionais
Do ponto de vista da formulação de políticas públicas ou do planejamento de
ações na iniciativa privada, a utilização de indicadores que deem suporte à
gestão educacional é de grande importância para orientar diferentes
processos de tomada de decisão. Inúmeros exemplos podem ilustrar como
esses indicadores são úteis para monitorar a efetividade dos gestores no
trato dos recursos públicos ou de organizações da iniciativa privada.
INDICADORES PARA O SETOR PÚBLICO
Satisfação dos Desempenho do
Arrecadação Projetos concluídos
usuários servidor
Despesas de Aprovação dos Horas de
Ocupação de salas
custeio alunos qualificação
Aprovação da Satisfação do
Investimento Tempo de espera
gestão servidor
Receitas de Tempo de Cobertura da
Novos serviços
transferência atendimento fiscalização
INDICADORES PARA A INICIATIVA PRIVADA
Desempenho do Lançamento de
Faturamento Ticket médio
pessoal produtos
Satisfação do Ocupação de Horas de
Lucratividade
cliente vagas treinamento
Participação de Número de
Vendas Produtividade
mercado patentes
Despesas Rotatividade de
Rentabilidade Fidelidade
operacionais pessoal
Levando em conta a realidade das escolas e do sistema de ensino como um
todo, outros indicadores podem ser elaborados e medidos, tais como:
Taxa de analfabetismo.
Proporção de crianças matriculadas nas escolas.
Número de vagas nas creches municipais.
Taxa de repetência.
Taxa de abandono da escola etc.
Indicadores usados pelo INEP
O INEP faz uso de um amplo portfólio de indicadores para avaliação da
qualidade do sistema de ensino brasileiro, os quais vêm sendo desenvolvidos
desde a implementação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica (SAEB) em 1990. Desde 2019, a avaliação passou a contemplar
também a Educação Infantil, além do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
O SAEB é um conjunto de avaliações externas aplicadas em larga escala a
cada dois anos nas redes de escolas públicas e privadas. Ele permite a
realização de um diagnóstico da qualidade da educação básica brasileira, para
evidenciar quais fatores afetam o desempenho dos estudantes e em que
contexto isso ocorre. Colabora, assim, para a formulação, o monitoramento e o
aprimoramento de políticas públicas educacionais com base em evidências.
As médias de desempenho dos estudantes, apuradas no SAEB, juntamente às
taxas de aprovação, reprovação e abandono, apuradas no Censo Escolar,
compõem o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB).
Assim, percebe-se que existem inúmeros exemplos de indicadores
educacionais usados no Brasil e pela comunidade internacional para avaliar a
oferta de serviços de educação, sejam eles públicos ou privados.
Alguns desses indicadores apontam para problemas graves na eficiência do
ensino oferecido pelas escolas brasileiras, como o baixo desempenho em
leitura demonstrado pelos alunos. Diante dessa realidade, o Governo Federal e
muitos governos estaduais e municipais têm empreendido esforços no sentido
de reverter esse quadro.
A missão do INEP é criar os indicadores educacionais, gerando valor
estatístico à qualidade do ensino, levando em conta não somente o
desempenho dos alunos, mas também o contexto econômico e social em que
as escolas estão inseridas.
Neste sentido, indicadores são fundamentais para monitorar o funcionamento
dos sistemas educacionais, contribuindo para a criação de políticas públicas
que resultem na melhoria da qualidade da educação e dos serviços oferecidos
à sociedade pelas escolas.
A seguir, são identificados e descritos os principais indicadores ou sistemas
de indicadores tipicamente utilizados pelos gestores educacionais no país para
os diferentes níveis de ensino.
Censo Escolar
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)
Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos
(ENCCEJA)
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
Provinha Brasil
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade)
Censo Escolar
O Censo Escolar é o principal instrumento de coleta de informações da
educação básica e a mais importante pesquisa estatística educacional
brasileira, abrangendo as diferentes etapas e modalidades da educação básica
e profissional. Ele tem por finalidade compreender a realidade das escolas e a
situação de alunos e professores.
A coordenação do Censo é feita pelo INEP e envolve todas as secretarias
estaduais e municipais de educação, assim como participam todas as escolas
públicas e privadas do país, de tal forma que os dados necessários sejam
disponibilizados para o devido tratamento estatístico.
O objetivo do Censo Escolar é colaborar para que os atores educacionais
compreendam a situação educacional do país , das unidades federativas,
dos municípios e do Distrito Federal, bem como das escolas. Os
indicadores são usados para acompanhar a evolução quantitativa e
qualitativa da educação brasileira, e assim formular e implementar
políticas públicas mais efetivas para o setor.
Alguns indicadores — como número de matrículas no ensino fundamental e
médio, assim como outros dados escolares coletados — servem de base para
o repasse de recursos do Governo Federal e para o planejamento e a
divulgação de dados das avaliações realizadas pelo INEP.
Vale destacar que os dados repassados pelas escolas para o Censo têm como
base os registros administrativos e acadêmicos de cada escola (ficha de
matrícula, diário de classe, livro de frequência, histórico escolar, sistemas
eletrônicos de acompanhamento, diário do professor, regimento escolar,
projeto político-pedagógico, documentos de modulação de professores e de
enturmação etc.), garantindo assim a fidedignidade dos dados declarados.
ATENÇÃO: Suponha que os dados do Censo Escolar apontem uma redução
expressiva do número de matrículas no ensino médio na rede pública. E que esses
dados possam ser associados a outros dados obtidos do Censo Populacional que
demonstram uma deterioração da renda e das condições de vida familiar das camadas
mais pobres da população. A dificuldade de manter os jovens matriculados na escola
em função da necessidade que apresentam de entrar no mercado de trabalho precisa
ser analisada e eventualmente ensejar a formulação de políticas públicas para
solucionar o problema.
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB)
O IDEB reúne, em um só indicador, os resultados de dois conceitos que
avaliam a qualidade da educação:
Fluxo escolar
Médias de desempenho nas avaliações,
Sendo calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no censo
escolar, e das médias de desempenho dos alunos.
O propósito do IDEB é conciliar qualidade de aprendizagem e evolução do
aluno. A combinação entre fluxo e aprendizagem tem o mérito de equilibrar
as duas dimensões. Se um sistema de ensino retiver seus alunos para obter
resultados de melhor qualidade no SAEB, o fator fluxo será alterado, indicando
a necessidade de melhoria do sistema. Se, ao contrário, o sistema apressar a
aprovação do aluno sem qualidade, o resultado das avaliações indicará
igualmente a necessidade de melhoria do sistema.
No quadro abaixo, você poderá analisar os resultados e metas do IDEB dos
anos de 2005 até 2015 e verificar as projeções para 2021.
Os resultados marcados em laranja referem-se ao Ideb que atingiu a meta.
1 - Anos Iniciais do Ensino Fundamental
2 - Anos Finais do Ensino Fundamental
3 - Ensino Médio
Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos
(ENCCEJA)
O ENCCEJA procura aferir competências, habilidades e saberes de jovens e
adultos que não concluíram o ensino fundamental ou ensino médio na idade
adequada, sendo realizado pelo INEP em colaboração com as Secretarias
Estaduais e Municipais de Educação.
O exame é aplicado pelo INEP, mas a emissão do certificado e a declaração
de proficiência é responsabilidade das Secretarias Estaduais de Educação e
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia. É facultado o direito de
todo brasileiro residente no Brasil ou no exterior com mais de 15 anos (para
quem busca concluir o ensino fundamental) e com mais de 18 anos (para
quem almeja a conclusão do ensino médio) fazer a prova do ENCCEJA.
Os principais objetivos do ENCCEJA são:
Proporcionar aos jovens e adultos uma referência nacional de suas
competências, habilidades e saberes adquiridos.
Permitir que as Secretarias Estaduais de Educação possam certificar os
concluintes desses respectivos níveis de ensino.
Corrigir o fluxo escolar dos estudantes que realizam a avaliação,
permitindo que deem prosseguimento no seu processo de educação
continuada e de inserção no mercado de trabalho.
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) avalia o desempenho escolar ao
final da educação básica, servindo de referência para o acesso ao ensino
superior nas instituições públicas e privadas, podendo originar vários outros
indicadores para avaliação da educação básica.
O Enem foi criado em 1998 para avaliar concluintes do ensino fundamental. Em
2009, passou a servir como instrumento avaliativo de acesso ao ensino
superior através do SISU (Sistema Integrado de Seleção Unificada), do ProUni
(Programa Universidade para Todos) e de convênios com instituições de
ensino portuguesas, assim como de algumas instituições de ensino de outros
países europeus, do Canadá e dos EUA.
Saiba mais
Em 2018, o Enem teve mais de 5 milhões de inscritos em todo Brasil, o que demonstra
o alcance e a importância do exame, na medida em que está acessível para qualquer
pessoa que já concluiu ou está concluindo o ensino médio. cerca de 75% dos
ingressantes nos cursos de graduação das Instituições de ensino superior obtém
acesso por meio da nota no exame.
Provinha Brasil
A Provinha Brasil é uma avaliação diagnóstica das habilidades de Leitura e de
Matemática desenvolvidas pelas crianças matriculadas no 2º ano do ensino
fundamental das escolas públicas brasileiras. Ela contribui para que gestores e
docentes obtenham mais informações que os permitam monitorar e avaliar os
processos de alfabetização e letramento, além das habilidades de Leitura e de
Matemática. A participação das Secretarias Estaduais de Educação é opcional.
Os resultados obtidos com essa avaliação permitem gerar informações que
auxiliam no planejamento e na concepção de intervenções pedagógicas e
gerenciais, para proporcionar melhorias na qualidade da aprendizagem dos
estudantes. Tais ações podem contemplar a definição de metas pedagógicas, a
adoção de incentivos para o aprimoramento docente, o desenvolvimento de
ferramentas e metodologias que facilitem o aprendizado, entre outras.
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade)
O Enade avalia o rendimento dos concluintes dos cursos de graduação em
relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares dos
cursos, representando um dos indicadores para avaliação da qualidade do
ensino superior.
A nota Enade é calculada e divulgada por curso de graduação avaliado. Ela
expressa o desempenho médio dos alunos de um curso com relação ao
desempenho médio da área de avaliação à qual eles pertencem, obtida a partir
da avaliação da Formação Geral (FG) e de Conhecimento Específico (CE).
Os cursos de graduação são avaliados de acordo com o Ciclo Avaliativo ao
qual pertencem, expressando resultados trienais de desempenho dos
estudantes.
A segmentação das áreas de conhecimento e eixos tecnológicos de cada Ciclo
Avaliativo é a seguinte:
Ano I:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências agrárias;
ciências da saúde e áreas afins.
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de engenharias e
arquitetura e urbanismo.
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de ambiente e saúde;
produção alimentícia; recursos naturais; militar e de segurança.
Ano II:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências
biológicas; ciências exatas e da terra; linguística, letras e artes; e áreas
afins.
Cursos de licenciatura nas áreas de conhecimento de ciências da saúde;
ciências humanas; ciências biológicas; ciências exatas e da terra;
linguística, letras e artes.
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências
humanas e ciências da saúde, com cursos avaliados no âmbito das
licenciaturas.
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de controle e processos
industriais; informação e comunicação; infraestrutura e produção
industrial.
Ano III:
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências sociais
aplicadas e áreas afins.
Cursos de bacharelado nas áreas de conhecimento de ciências
humanas e áreas afins que não tenham cursos também avaliados no
âmbito das licenciaturas.
Cursos superiores de tecnologia nas áreas de gestão e negócios; apoio
escolar; hospitalidade e lazer; produção cultural e design.
Os indicadores, conceitos e notas relativos ao conceito Enade são sempre
padronizados e escalonados em valores de 0 (zero) a 5 (cinco), na forma de
variáveis contínuas. Desta forma, o conceito Enade será uma variável discreta
que assume valores de 1 a 5, como demonstrado na tabela a seguir:
Confira de cada um dos indicadores de qualidade da Educação Superior:
INDICADOR DE DIFERENÇA ENTRE OS DESEMPENHOS OBSERVADO E
ESPERADO (IDD)
Mensura o valor agregado pelo curso de graduação ao desenvolvimento dos
estudantes concluintes, considerando seus desempenhos no Enem (até três
anos antes do ingresso no curso) e no Enade.
O IDD permite então medir o quanto um curso de graduação contribui
efetivamente para o desenvolvimento de competências, habilidades e
conhecimentos dos estudantes ao final do processo formativo. Isso porque o
desempenho dos estudantes concluintes no Enade não pode ser explicado
apenas pelas condições de oferta dos cursos, mas também pelo perfil dos
estudantes ao ingressarem na graduação.
CONCEITO PRELIMINAR DE CURSO (CPC)
É um indicador de qualidade composto por oito diferentes componentes,
agregados em quatro dimensões, conforme gráfico a seguir, cujo objetivo é
avaliar a qualidade dos cursos de graduação.
O CPC é agrupado em quatro dimensões que se destinam a avaliar a
qualidade dos cursos de graduação:
Conceito do CPC
A análise da composição do CPC de um dado curso de uma instituição de
ensino superior permite que ela avalie as medidas necessárias a serem
implementadas para melhorar a qualidade da oferta, impactando diretamente
os componentes mais críticos do cálculo do indicador.
O desdobramento das dimensões que compõem o CPC nos seus respectivos
componentes e pesos correspondentes é observado na tabela a seguir:
Conceito Preliminar de Curso (CPC)
Dimensão Componentes Pesos
Desempenho dos
Nota dos concluintes no Enade (NC) 20,0%
estudantes
Nota do indicador de diferença entre
Valor agregado os desempenhos observados e 35,0%
esperados (NIDD)
Nota de proporção de mestres (NM) 7,5%
Corpo docente Nota de proporção de doutores (ND) 15,0% 30,0%
Nota de regime de trabalho (NR) 7,5%
Percepção discente sobre Nota referente à organização 15,0%
7,5%
as condições do processo didático-pedagógica (NO)
formativo Nota referente à infraestrutura e
5,0%
instalações físicas (NF)
Nota referente às oportunidades de 2,5%
ampliação da formação acadêmica e
profissional (NA)
A percepção discente sobre as condições do processo formativo é avaliada
através das respostas dos concluintes participantes do Enade ao Questionário
do Estudante, que contempla questões referentes à organização didático-
pedagógica, infraestrutura e instalações físicas e oportunidades de ampliação.
ÍNDICE GERAL DE CURSOS (IGC)
As instituições de ensino superior são avaliadas anualmente pelo IGC.
Segundo o INEP, o cálculo desse indicador de qualidade considera os
seguintes aspectos:
Média ponderada dos CPC´s (Conceito Preliminar de Curso) do último
triênio, relativos aos cursos avaliados da instituição, ponderada pelo
número de matrículas em cada um dos cursos computados.
Média ponderada dos conceitos de avaliação dos programas de pós-
graduação stricto sensu atribuídos pela CAPES (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) na última avaliação trienal
disponível, ponderada pelo número de matrículas em cada um dos
programas de pós-graduação correspondentes.
Distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino –
graduação ou pós-graduação stricto sensu (informação excluída caso
não haja essa oferta na instituição).
No esquema abaixo estão os componentes dos cálculos para os indicadores de
qualidade:
CENSO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Instrumento de pesquisa mais completo do Brasil sobre as instituições de
Educação Superior, oferece informações detalhadas sobre a situação e as
grandes tendências do setor, gerando indicadores sobre
vagas oferecidas,
inscrições,
matrículas,
ingressantes e concluintes e
informações sobre docentes.
As informações e dados estatísticos disponibilizados pelo Censo permitem
analisar e acompanhar a evolução da Educação Superior no Brasil,
subsidiando o Ministério da Educação para a formulação, implementação e
tomada de decisão sobre as políticas públicas para o setor que viabilizam sua
expansão e melhoria da qualidade.
Verificando o aprendizado
1. Acerca dos indicadores de avaliação de desempenho, avalie as alternativas a
seguir:
I. Os indicadores de avaliação de desempenho possuem algumas características,
sendo elas: eficiência, efetividade e qualidade, apenas.
II. Dentre os indicadores de avaliação de desempenho, a economicidade visa medir
os gastos envolvidos na apreensão de insumos necessários para as ações que
visam produzir os resultados planejados.
III. Acerca da eficácia como indicador de avaliação de desempenho, esta dimensão
pretende apresentar o grau atingido na relação entre metas e objetivos
planejados.
IV. Dentre os indicadores de avaliação de desempenho, podemos indicar as
seguintes dimensões: economicidade, eficácia, efetividade, qualidade e
capacidade.
a) As alternativas I e II estão corretas.
b) Somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
c) As alternativas I, II e IV estão corretas.
d) Somente as alternativas II e IV estão corretas.
e) As alternativas I e III estão corretas.
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
A afirmativa I está incorreta, pois não apresenta todas as características dos indicadores de avaliação
de desempenho. Alguns exemplos das dimensões são: economicidade (dados sobre as despesas com
a contratação de professores e profissionais da educação); eficiência (programas de capacitação dos
professores das redes municipal, estadual e federal de educação); eficácia (quantidade de alunos
efetivamente atendidos por determinado programa educacional); efetividade (avaliação da melhoria de
desempenho dos professores e profissionais da educação com as capacitações); qualidade (nível de
satisfação e participação dos alunos de determinado programa educacional); capacidade (quantidade
de alunos matriculados nas redes de ensino público).
2. Assinale a alternativa que caracteriza inadequadamente um bom indicador:
a) Deve ser simples, a fim de viabilizar o levantamento de dados.
b) Deve ser abrangente, sendo capaz de absorver boa parte do processo.
c) Deve permitir comparação ao longo do tempo.
d) Deve capturar apenas aspectos subjetivos, referentes à dimensão
qualitativa.
e) Deve ser barato, com boa relação custo-benefício.
Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.
Apesar de ser possível desenvolver indicadores para se capturar aspectos subjetivos de determinado
fenômeno, permitindo uma análise qualitativa dele, indicadores também servem para se medir
aspectos objetivos explicados sob uma perspectiva quantitativa.
MÓDULO 2
Compreender a utilização de indicadores internacionais na análise e na tomada de decisão
das políticas públicas
Indicadores internacionais em educação
A professora Claudia Costin nos traz uma reflexão sobre a qualidade da
educação, partindo de índices internacionais e como isso se materializou no
Brasil:
A utilização de indicadores educacionais internacionais para se avaliar o
desempenho comparativo dos países é de grande importância para pavimentar
o caminho de elaboração de políticas públicas mais eficazes. Estas devem ser
capazes de resolver os grandes desafios enfrentados por nações marcadas por
profundas desigualdades sociais, como o Brasil.
Tais indicadores internacionais contribuem, assim, para a compreensão da
realidade passada e presente dos sistemas de ensino nacionais. Eles ajudam
a traçar o rumo a ser seguido, com base nas melhores práticas observadas
nos países que servem de referência de sucesso, pois apresentam os
melhores resultados quando comparados aos demais.
Sem dados, você é apenas mais uma pessoa com uma opinião.
(DEMING, 1990, p. 4)
Indicadores dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda
2030 da ONU
Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169 metas
estabelecidos na chamada Agenda 2030 das Organizações das Nações Unidas
(ONU), em 2015, representam um esforço coletivo das nações para enfrentar o
desafio de consolidação de um novo modelo de desenvolvimento: mais
sustentável, capaz de equilibrar as demandas econômicas, sociais e
ambientais das populações de todo o planeta, desta e das futuras gerações.
Apesar de considerados indivisíveis e inter-relacionados, cada um desses
objetivos procura endereçar soluções para diferentes dimensões que afetam a
qualidade de vida das pessoas, entre as quais a educação.
4 - Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O Objetivo 4 (ONU, 2015), que diz respeito à garantia de educação inclusiva e
equitativa e de qualidade e à promoção de oportunidades de aprendizagem ao
longo da vida para todos, representa para um país como o Brasil um grande
desafio. É necessário avaliar localmente o desempenho de estados e
municípios nas diferentes metas e indicadores associados, a seguir destacados
em uma amostra:
META: 4.1
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos completem o ensino
primário e secundário gratuito, equitativo e de qualidade, que conduza a
resultados de aprendizagem relevantes e eficazes.
Indicador 4.1.1 – Proporção de crianças e jovens:
a) Nos segundo e terceiro anos do ensino fundamental;
b) No final dos anos iniciais do ensino fundamental;
c) No final dos anos finais do ensino fundamental, que atingiram um nível
mínimo de proficiência em (i) leitura e (ii) matemática, por sexo.
Indicador 4.1.2 – Taxa de conclusão do ensino fundamental e do ensino
médio.
META 4.2
Até 2030, garantir que todas as meninas e meninos tenham acesso a um
desenvolvimento de qualidade na primeira infância, cuidados e educação pré-
escolar, de modo que eles estejam prontos para o ensino primário.
Indicador 4.2.1 – Proporção de crianças com idade entre 24-59 meses que
estão com desenvolvimento adequado da saúde, aprendizagem e bem-estar
psicossocial, por sexo.
Indicador 4.2.2 – Taxa de participação no ensino organizado (um ano antes
da idade oficial de ingresso no ensino fundamental), por sexo.
META 4.A
Construir e melhorar instalações físicas para educação, apropriadas para
crianças e sensíveis às deficiências e ao gênero, e que proporcionem
ambientes de aprendizagem seguros e não violentos, inclusivos e eficazes para
todos.
Indicador 4.a.1 - Proporção de escolas com acesso a:
a. eletricidade;
b. internet para fins pedagógicos;
c. Computadores para fins pedagógicos;
d. infraestrutura e materiais adaptados para alunos com deficiência;
e. água potável;
f. instalações sanitárias separadas por sexo; e
g. instalações básicas para lavagem das mãos (de acordo com as
definições dos indicadores WASH).
META 4.C
Até 2030, substancialmente aumentar o contingente de professores
qualificados, inclusive por meio da cooperação internacional para a formação
de professores, nos países em desenvolvimento, especialmente os países
menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento.
Indicador 4.c.1 - Proporção de professores que receberam a qualificação
mínima exigida, por nível de ensino.
Programme for International Student Assessment (PISA)
O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA - PROGRAMA
INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES -) é um estudo
comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre o desempenho
escolar de estudantes na faixa etária dos 15 anos, em geral concluintes no
ensino fundamental. Seu principal objetivo é verificar o nível de aprendizagem
e buscar explicações a respeito dos fatores que influenciam os resultados.
Naturalmente, a análise dos resultados do PISA - PROGRAMA
INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES - - PROGRAMA
INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES - permite aprender com
as políticas educacionais desenvolvidas e implementadas em outros países,
contribuindo para o aperfeiçoamento das políticas internas e dos programas
educacionais a serem implementados, sempre com o propósito da melhoria
contínua da qualidade.
Saiba mais
O INEP representa a OCDE no Brasil para fins de planejamento e
operacionalização da avaliação no país, coordenando todo o processo de
aplicação dos instrumentos de avaliação nas escolas participantes da
amostra, assim como se responsabiliza pela análise dos resultados. O Brasil
é participante desde a primeira edição, em 2000, como país parceiro, além
daqueles que integram a OCDE.
A cada ciclo de avaliação, o PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL DE
AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES - define um dos três domínios
1. Leitura,
2. Matemática
3. Ciências
Como o principal, dando maior ênfase a essa área de conhecimento na
elaboração das questões, o que significa que os estudantes respondem a um
maior número de itens na avaliação dessa área do conhecimento repetindo
pode ser Leitura, Matemática ou Ciências. Em cada país, uma amostra de 150
escolas é selecionada para participar das avaliações.
O PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES -
disponibiliza três indicadores principais:
I. Perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes.
II. Como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas,
sociais, econômicas e educacionais.
III. Tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e
monitoram os sistemas educacionais ao longo do tempo.
Alguns resultados comparativos do Brasil com outros países são demonstrados
no gráfico a seguir.
Observando os resultados, é possível perceber como os estudantes brasileiros
apresentam dificuldades de aprendizado que precisam ser enfrentadas pelo
sistema de ensino nacional. Se analisarmos o Brasil em relação a outros
países que participaram do exame, percebemos a necessidade de melhoria.
Por um lado, a educação precisa estar alinhada com as necessidades e
expectativas dos estudantes. Por outro, é preciso que os professores sejam
capacitados para utilizar metodologias ativas, tecnologias e ferramentas
digitais que auxiliem os alunos com mais dificuldade e, ao mesmo tempo,
estimulem aqueles com maior agilidade no processo de ensino-aprendizagem.
O desafio é grande, pois os professores precisam lidar com realidades
diferentes, interesses e dificuldades variados. Contudo, cabe aos gestores
fornecer os recursos para que os docentes consigam estimular e propiciar aos
estudantes o desenvolvimento de suas habilidades e competências, além de se
tornarem indivíduos com chances de sucesso no mercado de trabalho e que
contribuam para o desenvolvimento do país.
Atenção
Esse investimento na educação por aluno precisa ser muito bem empregado,
através de políticas públicas consistentes, guiadas por experiências bem-
sucedidas e indicadores que sirvam como alicerces para o bom planejamento. O
gráfico a seguir sinaliza como países com elevado investimento em educação por
alunos são também países com elevada qualidade de vida, com altas taxas de
desenvolvimento econômico social.
5 - Investimento anual por aluno (dados da OCDE).
Os países com maior volume de investimento por aluno são também aqueles
com maiores índices de qualidade de vida e indicadores de desenvolvimento
econômico.
6 - Gasto por aluno nas instituições públicas brasileiras, do ensino fundamental ao superior (2016).
Education at a Glance
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no
âmbito do seu Programa de Indicadores dos Sistemas Educacionais (INES),
reúne estatísticas educacionais de mais de 40 países, anualmente. Além disso,
consolida os resultados na publicação Education at a Glance (EaG), na qual
oferece um panorama dos sistemas educacionais dos países participantes,
permitindo assim uma comparação internacional.
O cálculo dos indicadores brasileiros na publicação Education at a Glance é de
responsabilidade do INEP. Todo o processo de pesquisa, coleta e tratamento
de dados em fontes de produção estatística do INEP (Censos Escolar e da
educação superior) e de órgãos oficiais brasileiros (IBGE, CAPES, SIAFI,
SIOPE, entre outros) ao longo do ano é coordenado, consolidado e enviado
para a Education at a Glance publicar.
A publicação Education at a Glance: OECD Indicators é a mais importante fonte de informações
sobre os principais indicadores educacionais nos 34 países membros da OCDE, alguns países
parceiros e alguns integrantes do chamado G20.
A tabela a seguir apresenta uma síntese de indicadores do Brasil em
dois períodos distintos, sendo possível perceber pouca alteração nos
resultados entre 2015 e 2018
7 - Síntese de indicadores − Brasil.
INDICADOR BRASIL
Atendimento ou escolaridade da população de 25 a 64
2015 2018
anos
Até o ensino fundamental completo 15% 14%
Ensino médio ou educação profissional e tecnológica
33% 35%
subsequente
Ensino superior 14% 17%
Percentual de pessoas que não estudam ou trabalham,
2014 2018
por faixa etária
15 a 29 anos de idade 20% 25%
20 a 24 anos de idade 24% 30%
Distribuição de matrículas em programas vocacionais na EPT,
2014 2018
por nível educacional (Isced 2 a Isced 5)
Anos finais do ensino fundamental 3,0% 0,3%
Ensino médio (integrado e concomitante) 42,4% 52,7%
Curso técnico subsequente 52,9% 47%
Cursos sequenciais de formação específica (Educação superior de
1,7% 0,1%
curto ciclo)
Taxa de conclusão do ensino médio na duração teórica dessa
2015 2018
etapa mais dois anos após (n+2), por programa de ingresso
Regular 57% 61%
Profissional 50% 57%
Gasto público nas instituições públicas por estudante, por nível
educacional (em dólares usando Poder Paridade de Compra – 2013 2017
PPC)
USD USD
Ensino fundamental ao ensino médio
3.824 3.873
USD USD
Educação superior (incluindo Pesquisa & Desenvolvimento – P&D)
14.768 16.232
USD USD
Ensino fundamental à educação superior
4.381 4.661
Gasto público nas instituições educacionais como percentual do
Produto Interno Bruto – PIB (do ensino fundamental à 2013 2017
educação superior)
Como percentual do PIB 5,2 5,1
Razão aluno-professor no ensino médio, por tipo de programa 2014 2018
Regular 27 26
Profissional 12 14
Percentual de professores do sexo feminino no ensino médio,
2014 2018
por tipo de programa
Regular 62% 60%
Profissional 50% 50%
Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS – Teaching
and Learning International Survey)
Com o propósito de avaliar o ambiente de ensino e aprendizagem, bem como
as condições de trabalho dos professores e diretores nas escolas, a OCDE
coordena uma Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (TALIS),
em que no Brasil tem sua aplicação e tratamento dos dados realizado pelo
INEP.
Essa pesquisa é realizada com base em entrevistas com diretores e
professores de escolas, que apresentam suas percepções a respeito de temas
como
desenvolvimento profissional,
clima no ambiente educacional,
liderança escolar,
gestão,
entre outros.
O propósito da TALIS é comparar as condições de ensino e aprendizagem
entre os países participantes da OCDE, de modo a auxiliar no
monitoramento de seus indicadores educacionais e a fomentar políticas
públicas para que a profissão de educadores seja mais atrativa.
A seguir, confira os detalhes evidenciados em três edições da pesquisa TALIS:
Os gráficos a seguir mostram alguns resultados obtidos na TALIS de 2018,
comparando dados do Brasil com outros países da América Latina:
8 - Percentual de professores que disseram concordar com a afirmação de que mudariam para outra
escola, se isso fosse possível – Anos finais
9 - Percentual de diretores que informaram haver responsabilidade considerável dos diretores ou equipe
de gestão escolar por atividades da escola – Anos finais de ensino fundamental.
Comentário
Trabalhar com gráficos e números é difícil, mas fundamental. Nos dois primeiros módulos,
apresentamos a realidade e a busca de índices e como a realidade do mundo apontou caminhos, criou
dados e números. Mas é necessário que esses dados sejam analisados, pois precisam virar decisões,
políticas. É fundamental, portanto, refletir sobre isso.
Verificando o aprendizado
1. O “Objetivo 4 – Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos” dos ODS da
Agenda 2030 permite avaliar localmente o desempenho dos municípios em relação a
alguns indicadores educacionais. Proporção de escolas com acesso a:
(a) eletricidade;
(b) internet para fins pedagógicos;
(c) computadores para fins pedagógicos;
(d) suporte e materiais adaptados para alunos com deficiência;
(e) água potável;
(f) instalações sanitárias separadas por sexo; e
(g) instalações básicas para lavagem das mãos (de acordo com as
definições dos indicadores WASH).
Considere os aspectos mencionados e indique a que tipo de indicador se
relacionam:
a) Projeto pedagógico
b) Infraestrutura
c) Corpo docente
d) Gestão escolar
e) Aspectos regulatórios
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
Apesar de todas as opções de resposta dizerem respeito a aspectos importantes para a dinâmica do
dia a dia das escolas, os citados versam sobre a infraestrutura de instalações físicas e recursos
necessários para o seu funcionamento. A agenda internacional apontou para um novo olhar, a busca
de incluir de forma ampla e viva e dar a efetiva oportunidade de aprendizado. Não é mais a ideia de
escola para todos, mas condições para todos. Por isso é tão importante, em um mundo sustentável, a
escola ser um local em que isso seja debatido.
2. Os indicadores principais derivados do PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL
DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES - são:
I. Perfil básico de conhecimentos e habilidades dos estudantes.
II. Como tais habilidades são relacionadas a variáveis demográficas, sociais,
econômicas e educacionais.
III. Perfil de características comportamentais dos estudantes.
IV. Tendências que acompanham o desempenho dos estudantes e monitoram os
sistemas educacionais ao longo do tempo.
V. Perfil dos gestores escolares da rede de ensino.
Considerando as opções mencionadas, as assertivas corretas são:
a) I, II e III
b) I, II e V
c) II, III e IV
d) I, II e IV
e) II, III e V
Comentário
Parabéns! A alternativa "D" está correta.
As opções III e V não são avaliadas pelo PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE
ESTUDANTES -. O aluno precisa reconhecer o papel do PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL DE
AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES - em criar um parâmetro comum, metrificável e de forma que possa
ser um suporte internacional a busca da melhoria da educação.
MÓDULO 3
Comparar as avaliações e os índices com as políticas públicas educacionais do Brasil e com a
qualidade de ensino
Marco regulatório da educação brasileira
O Brasil possui um arcabouço legal e estratégico bem definido para a gestão
do sistema nacional de ensino, com responsabilidades atribuídas aos
diferentes entes da federação.
Entender os principais marcos legais e as políticas formuladas pelas
instituições públicas para a gestão educacional nos três diferentes níveis de
governo – federal, estadual e municipal – é essencial no processo de formação
dos profissionais da educação no país. Neste módulo, tais marcos e políticas
educacionais são apresentados, com destaque para aqueles que mais ajudam
a caracterizar as estratégias que têm sido desenvolvidas ao longo das últimas
décadas no Brasil.
Leis de Diretrizes e Bases da Educação
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96) é a
legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou privado) do
Brasil, da educação básica ao ensino superior.
Procura-se com a LDB garantir o acesso a uma educação de qualidade para
todos os cidadãos, definindo os deveres de todos os entes da federação, o que
torna a LDB a mais importante lei brasileira no que se refere à educação.
A LDB representa um marco na regulamentação do ensino no país. Algumas
das inovações contidas no texto permitiram ao país obter avanços significativos
nos processos de inclusão social e redução das desigualdades. A LDB se
baseia nos seguintes princípios fundamentais:
Vale dizer que ao longo dos anos a LDB sofreu atualizações, mas a estrutura
básica do sistema de ensino brasileiro, dividido em dois níveis – educação
básica e ensino superior, manteve-se com o seguinte desenho:
Educação básica
Educação infantil
Creches (0 - 3) anos, tem o direito à gratuidade, mas não é obrigatório o
ingresso das crianças sendo facultado a família, responsabilidade dos
municípios.
Ensino fundamental
Educação Infantil (cria outro card) (4 - 5 anos), tem o direito à gratuidade, o
ingresso das crianças é obrigatório, municípios são responsáveis, mas podem
pedir apoio a outras redes para garantir a oferta.
Ensino médio
Do 1º ao 3º ano. É de responsabilidade dos estados, podendo ser ofertado
como técnico profissionalizante.
Ensino superior
É de competência da União, mas também pode ser oferecido por estados e
municípios, desde que estes já tenham atendido os requisitos de oferta dos
níveis de ensino que lhes competem. Quando ofertado por instituições
privadas, cabe à União autorizar e fiscalizar o seu funcionamento.
Atenção
De forma transversal, o sistema de ensino brasileiro contempla ainda as
modalidades de educação para pessoas com necessidades especiais ,
educação a distância, educação profissional e tecnológica, educação de
jovens e adultos e educação indígena.
Plano Nacional de Educação (PNE)
O Plano Nacional de Educação (PNE) foi instituído pela Lei n. 13.005, definindo
diretrizes, metas e estratégias que orientam todos os estados e municípios da
federação a elaborarem os planos para a gestão educacional dos seus
sistemas de ensino próprios, no período de 2014 e 2024.
O acompanhamento do alcance das metas é realizado a cada dois anos, sob
responsabilidade do Ministério da Educação (MEC) em conjunto com a
Comissão de Educação da Câmara dos Deputados,
Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal,
Conselho Nacional de Educação (CNE) e o
Fórum Nacional de Educação.
Os resultados avaliados a cada ciclo devem ser divulgados e analisados, para
que possam subsidiar a formulação de políticas públicas e ser usados para
fundamentar as decisões de investimento no sistema de ensino em todos os
níveis de governo.
Nesse período de vigência do PNE, o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), vinculado ao MEC, publicou
relatórios sobre os resultados nos anos de 2016 e 2018.
As diretrizes do Plano Nacional de Educação são as seguintes (BRASIL,
2014):
I. Erradicação do analfabetismo.
II. Universalização do atendimento escolar.
III. Superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção
da justiça social, da equidade e da não discriminação.
IV. Melhoria da qualidade da educação.
V. Formação para o trabalho e para a cidadania, com ênfase nos valores
morais e éticos em que se fundamenta a sociedade.
VI. Promoção do princípio da gestão democrática da educação pública.
VII. Promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do país.
VIII. Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em
educação como proporção do produto interno bruto, que assegure
atendimento às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e
equidade.
IX. Valorização dos profissionais da educação.
X. Promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à
diversidade e à sustentabilidade socioambiental.
Tais diretrizes se desdobram em 20 metas que são efetivamente monitoradas
para se avaliar o desempenho nacional em relação à ambição de melhorar a
qualidade da educação no Brasil e reduzir as desigualdades nacionais
(BRASIL, 2014):
20 METAS PARA AVALIAR A QUALIDADE DA EDUCAÇÃO NACIONAL
Meta 1 – Educação infantil: Universalizar, até 2016, a educação infantil na
pré-escola para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade e ampliar a
oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50%
(cinquenta por cento) das crianças de até 3 (três) anos até o final da vigência
deste PNE.
Meta 2 – Ensino fundamental: Universalizar o ensino fundamental de 9 (nove)
anos para toda a população de 6 (seis) a 14 (quatorze) anos e garantir que
pelo menos 95% (noventa e cinco por cento) dos alunos concluam essa etapa
na idade recomendada, até o último ano de vigência deste PNE.
Meta 3 – Ensino médio: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para
toda a população de 15 (quinze) a 17 (dezessete) anos e elevar, até o final do
período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio
para 85% (oitenta e cinco por cento).
Meta 4 – Inclusão: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17
(dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao
atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de
ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos
multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou
conveniados.
Meta 5 – Alfabetização infantil: Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até
o final do 3º (terceiro) ano do ensino fundamental.
Meta 6 – Educação integral: Oferecer educação em tempo integral em, no
mínimo, 50% (cinquenta por cento) das escolas públicas, de forma a atender,
pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação
básica.
Meta 7 – Qualidade da educação básica/IDEB: Fomentar a qualidade da
educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo
escolar e da aprendizagem de modo a atingir as seguintes médias nacionais
para o IDEB.
Meta 8 – Elevação da escolaridade/Diversidade: Elevar a escolaridade
média da população de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) anos, de modo a
alcançar, no mínimo, 12 (doze) anos de estudo no último ano de vigência deste
Plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País
e dos 25% (vinte e cinco por cento) mais pobres, e igualar a escolaridade
média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE.
Meta 9 – Alfabetização de jovens e adultos: Elevar a taxa de alfabetização
da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três
inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste
PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por
cento) a taxa de analfabetismo funcional.
Meta 10 – EJA integrada: Oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento)
das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e
médio, na forma integrada à educação profissional.
Meta 11 – Educação profissional: Triplicar as matrículas da educação
profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo
menos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento público.
Meta 12 – Educação superior: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação
superior para 50% (cinquenta por cento) e a taxa líquida para 33% (trinta e três
por cento) da população de 18 (dezoito) a 24 (vinte e quatro) anos, assegurada
a qualidade da oferta e expansão para, pelo menos, 40% (quarenta por cento)
das novas matrículas, no segmento público.
Meta 13 – Qualidade da educação superior: Elevar a qualidade da educação
superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em
efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%
(setenta e cinco por cento), sendo, do total, no mínimo, 35% (trinta e cinco por
cento) doutores.
Meta 14 – Pós-graduação: Elevar gradualmente o número de matrículas na
pós-graduação de modo a atingir a titulação anual de 60.000 (sessenta mil)
mestres e 25.000 (vinte e cinco mil) doutores.
Meta 15 – Profissionais de educação: Garantir, em regime de colaboração
entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de 1
(um) ano de vigência deste PNE, política nacional de formação dos
profissionais da educação de que tratam os incisos I, II e III do caput do art. 61
da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assegurado que todos os
professores e as professoras da educação básica possuam formação
específica de nível superior, obtida em curso de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam.
Meta 16 – Formação: Formar, em nível de pós-graduação, 50% (cinquenta por
cento) dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste
PNE, e garantir a todos (as) os (as) profissionais da educação básica formação
continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades,
demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.
Meta 17 – Valorização dos profissionais do magistério: Valorizar os (as)
profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a
equiparar seu rendimento médio ao dos (as) demais profissionais com
escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE.
Meta 18 – Planos de carreira: Assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a
existência de planos de carreira para os (as) profissionais da educação básica
e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira
dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o
piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso
VIII do art. 206 da Constituição Federal.
Meta 19 – Gestão democrática: Assegurar condições, no prazo de 2 (dois)
anos, para a efetivação da gestão democrática da educação, associada a
critérios técnicos de mérito e desempenho e à consulta pública à comunidade
escolar, no âmbito das escolas públicas, prevendo recursos e apoio técnico da
União para tanto.
Meta 20 – Financiamento da educação: Ampliar o investimento público em
educação pública de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete por
cento) do Produto Interno Bruto (PIB) do País no 5o (quinto) ano de vigência
desta Lei e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por cento) do PIB ao final do
decênio.
A cada uma dessas metas são associadas estratégias a serem implementadas
pelo Governo Federal, estados e municípios, para que os resultados esperados
sejam obtidos.
Legislação e normatização da educação básica
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (FUNDEB)
O FUNDEB, instituído pela Emenda Constitucional n°. 53, em 2006, é um
fundo formado por recursos provenientes dos impostos e transferências dos
estados e municípios, complementados por recursos federais, de tal forma que
o valor por aluno sempre alcance o mínimo definido nacionalmente.
A distribuição dos recursos do FUNDEB leva em conta o número de matrículas
nas escolas públicas e conveniadas apuradas no último Censo Escolar
realizado pelo INEP, considerando os seguintes estudantes:
Educação infantil (creche e pré-escola),
ensino fundamental (de oito ou de nove anos) e
ensino médio.
Modalidades de ensino regular, educação especial, educação de jovens
e adultos e ensino profissional integrado.
Escolas localizadas nas zonas urbana e rural.
Turnos com regime de atendimento em tempo integral ou parcial
(matutino e/ou vespertino ou noturno).
O gráfico a seguir mostra a importância do FUNDEB como fonte de
financiamento para a educação básica nos estados brasileiros, representando
um instrumento importante para a redução das desigualdades regionais.
Base Nacional Curricular Comum (BNCC)
A BNCC é um documento que normatiza o conjunto de aprendizagens
essenciais que todos os alunos da educação básica devem desenvolver ao
longo de suas etapas, em qualquer modalidade, alinhando-se aos princípios
fundamentais do Plano Nacional de Educação (PNE). Foi homologada pelo
MEC em 2017, após mais de dois anos de discussões em todo o país
envolvendo toda a sociedade.
A BNCC constitui-se então na referência nacional para a formulação dos
currículos dos sistemas de ensino dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, norteando a construção das propostas pedagógicas a serem
implementadas efetivamente nas escolas e unificando a política para a
educação básica no país. Isso permite que os estudantes adquiram um
patamar comum de aprendizagem e desenvolvimento de competências gerais
essenciais.
Na BNCC, entende-se por competência a mobilização de conhecimentos
assimilados, habilidades desenvolvidas, atitudes e valores, para resolver
demandas e problemas cotidianos e do mundo do trabalho. Conheça cada uma
a seguir:
COMPETÊNCIAS GERAIS DA BNCC
Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o
mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a
realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma
sociedade justa, democrática e inclusiva.
Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das
ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a
imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar
hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive
tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das
locais às mundiais, e participar de práticas diversificadas da produção
artístico-cultural.
Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como
Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como
conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos
em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento
mútuo.
Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e
comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas
práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e
exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se
de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as
relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade,
autonomia, consciência crítica e responsabilidade.
Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para
formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns
que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e
global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo,
dos outros e do planeta.
Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional,
compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas
emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com
elas.
Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação,
fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos
humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e
de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e
potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.
Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade,
flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base
em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
(MEC, 2017)
A BNCC está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no
Plano Nacional da Educação, e sua adoção é obrigatória. Os currículos de
todas as redes públicas e particulares devem ter a BNCC como referencial, a
fim de que, independentemente da região, raça ou classe socioeconômica,
todos os estudantes do Brasil tenham o direito de aprender as mesmas
habilidades e competências ao longo da sua vida escolar, sem, contudo, retirar
de estados e municípios a autonomia para complementar os currículos com
propostas pedagógicas que valorizem as diversidades e particularidades
regionais.
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)
O SAEB tem como objetivo principal diagnosticar a qualidade da educação
brasileira, oferecendo subsídios para que o MEC e as escolas, após a análise
dos resultados, possam definir ações e direcionar recursos que venham a
impactar positivamente o aprendizado dos estudantes.
Atenção
O cálculo do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) usa os
resultados do SAEB.
O SAEB adquiriu o formato atual a partir de 2019, já adequado à nova Base
Nacional Comum Curricular (BNCC). É responsabilidade do INEP a sua
implementação através da aplicação a cada dois anos de provas obrigatórias
de Português, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas para
estudantes da educação infantil, do 5º e do 9º ano do ensino fundamental e do
3º ano do ensino médio, das escolas públicas, urbanas e rurais, sendo opcional
para a rede privada.
Legislação e normatização da educação superior
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES)
O SINAES foi instituído em 2004, sendo formado por três componentes
principais:
I. A AVALIAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR,
II. CURSOS DE GRADUAÇÃO
III. DESEMPENHO DOS ESTUDANTES.
Abrange vários aspectos relacionados a esses três eixos, com destaque para
A oferta das atividades de ensino, pesquisa e extensão,
A gestão da instituição,
O corpo docente e
As instalações.
O processo de avaliação é de responsabilidade do INEP, e os resultados
obtidos e tornados públicos permitem entender o cenário do ensino superior
brasileiro, suas lacunas e necessidades de melhoria, orientando a expansão da
oferta e responsabilizando as Instituições de Ensino Superior (IES) pela
qualidade da educação experimentada por seus estudantes.
Dimensões da Avaliação Institucional, interna e externa
1. Missão e plano de desenvolvimento institucional.
2. Política para ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão.
3. Responsabilidade social da Instituição de ensino superior.
4. Comunicação com a sociedade.
5. As políticas de pessoal, carreiras do corpo docente e de técnico-
administrativo.
6. Organização de gestão da IES.
7. Infraestrutura física.
8. Planejamento de avaliação.
9. Políticas de atendimento aos estudantes.
10. Sustentabilidade financeira.
Dimensões da Avaliação dos Cursos
1. Organização didático-pedagógica.
2. Perfil do corpo docente.
3. Instalações físicas.
Os instrumentos de avaliação e de informação que integram o SINAES são:
A autoavaliação, conduzida pela Comissão Própria de Avaliação (CPA);
A avaliação externa dos cursos de graduação, conduzida por comissões
avaliadoras in loco enviadas pelo INEP;
O Enade;
O Censo da Educação Superior; e o
Cadastro das IES.
Confira os detalhes a seguir:
Autoavaliação
Conduzida pela CPA (Comissão Própria de Avaliação) de cada instituição,
baseia-se em um roteiro padronizado nacionalmente, acrescido de indicadores
específicos que ajudem a diagnosticar aspectos quantitativos e qualitativos que
dizem respeito à gestão administrativa, político-pedagógica e técnico-científica
da instituição. Permite, assim, que a análise dos resultados obtidos subsidie
ações de melhoria para toda a comunidade acadêmica.
Avaliação externa
Essa avaliação é feita por membros externos, pertencentes à comunidade
acadêmica e científica, reconhecidos pelas suas capacidades em áreas
específicas e portadores de ampla compreensão sobre instituições
universitárias.
Censo da Educação Superior
O Censo é um instrumento de grande potencial informativo para a comunidade
acadêmica, para o Estado e para a população em geral analisarem a situação
do sistema de ensino superior e buscarem a formulação de políticas públicas e
de ações do setor privado para lidarem com os desafios encontrados.
Cadastro de cursos e instituições
Dispõe de informações das instituições e de seus respectivos cursos oferecidos
para conhecimento da sociedade e uso pelas comissões de avaliação interna e
externa. A integração desses instrumentos permite que conceitos que variam
em uma escala de 1 a 5 sejam atribuídos às instituições, gerando indicadores,
tais como CPC (Conceito Preliminar de Curso) e IGC (Índice Geral de Cursos),
que avaliam suas condições gerais de oferta, subsidiando inclusive sua
avaliação para efeito de Renovação de Reconhecimento, de
Recredenciamento institucional e demais Atos Autorizativos e Regulatórios.
Fundo de Financiamento Estudantil (FIES)
O FIES é um programa de financiamento destinado a estudantes de graduação
matriculados em cursos presenciais não gratuitos e com avaliação positiva nos
processos de avaliação conduzidos pelo Ministério da Educação, tendo sido
instituído em 2001 pela Lei n. 10.260.
O programa financia o valor das mensalidades cobradas pelas instituições
de ensino particulares que aderem ao Fundo, de acordo com a renda familiar
do estudante, que precisa apresentar desempenho mínimo satisfatório no
Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como um dos requisitos para ser
selecionado.
O gráfico a seguir ilustra a evolução dos novos contratos firmados com os
estudantes pelo programa ao longo do tempo, demonstrando claramente um
crescimento exponencial na primeira metade da década de 2010 e uma queda
abrupta no período seguinte.
10 - Financiamentos concedidos.
É importante ressaltar a utilização de um conjunto de indicadores para se
avaliar o desempenho do FIES, monitorando assim sua eficiência e eficácia e o
quanto os objetivos do programa são efetivamente alcançados:
Percentual de IES Participantes Do Fies
Mede o interesse das IES em participar do programa.
Percentual de IES Participantes De Cada Processo Seletivo
Mede o interesse das IES em participar de cada processo seletivo do
programa.
Participantes do Enem
(inscritos no programa, com alcance da pontuação mínima exigida para
participar) Mede o interesse das pessoas que obtiveram qualificação nas
provas do Enem em obter o financiamento estudantil.
Percentual de Execução Financeira
Mede a proporção entre os recebimentos decorrentes dos pagamentos
realizados pelos estudantes (prestação, juros e demais encargos do
financiamento) e o desembolso do programa para pagamento dos encargos
educacionais às IES.
Taxa de Ocupação da Oferta
Mede o percentual de vagas ocupadas a cada processo seletivo com
contratação efetiva do financiamento.
Taxa de Contratos Novos
Mede a quantidade de novos financiamentos contratados em determinado ano
em proporção do número de ingressantes em cursos de graduação presenciais
privados.
Taxa de Participação do Fies
(calculada sobre o total de matrículas nas instituições privadas)
Mede o número de vagas das IES privadas ocupadas por estudantes
financiados pelo programa em relação ao total de vagas disponíveis.
Índice de Inadimplência dos Contratos
Mede o percentual de estudantes inadimplentes em relação ao total de
contratos efetivos.
Índice de Não Renovação de Contratos
Mede a não renovação semestral dos contratos de financiamento frente à
quantidade prevista de aditamentos de renovação.
Programa Universidade para todos (PROUNI)
O PROUNI foi institucionalizado em 2005, a fim de viabilizar a oferta de bolsas
de estudo integrais e parciais em cursos de graduação em instituições de
ensino superior privadas. Seu propósito é viabilizar o acesso de estudantes de
camadas mais pobres à Educação Superior e aumentar proporcionalmente o
percentual de estudantes neste nível de ensino, ainda muito baixo no Brasil
quando comparado com outros países. Em contrapartida, as IES participantes,
em grande parte com fins lucrativos, recebem isenções fiscais de tributos.
Para participar do programa, além de comprovar renda familiar máxima dentro
dos limites exigidos, os estudantes devem também cumprir alguns outros
requisitos adicionais (quando se aplicam), entre os quais se destacam:
Ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública,
Possuir alguma deficiência,
Ser professor da rede pública de ensino, entre outros.
Para assegurar a permanência dos estudantes bolsistas nos cursos é
concedido um benefício financeiro de valor equivalente a bolsas de iniciação
científica, com o objetivo de custear despesas educacionais.
A professora Claudia Costin fala sobre como as políticas públicas dependem
de índices para que possam ser mensuradas.
A utilização de indicadores permite que os resultados obtidos pelos gestores
públicos e privados de qualquer área de atuação, e notadamente também no
setor educacional, sejam rastreados e monitorados. Isso proporciona a
diferentes tipos de organização uma série de benefícios, com destaque para a
possibilidade de impactar positivamente o desempenho.
Os indicadores contribuem para promover maior engajamento, melhorar o
alinhamento entre as equipes, estabelecer foco para a atuação, aumentar a
transparência da gestão, estimular a eficiência e a produtividade e até mesmo
para facilitar e simplificar a comunicação interna.
O alicerce para o desenvolvimento de uma nação é a educação. Se um país
deseja crescer e se desenvolver de forma sustentável, precisa aumentar sua
capacidade de inovação e produção nos diversos setores da economia, o que
só é possível a partir da qualificação contínua de seus cidadãos. Quanto mais
educação formal tiver a população, maior será o impacto sobre o
desenvolvimento socioeconômico do país.
E uma educação de qualidade requer um esforço permanente de avaliação
e comparação dos indicadores do país com o resto do mundo , para
identificar os pontos de melhoria necessários por meio das políticas
públicas a serem formuladas . É preciso medir para que se tenha dados e
estatísticas que possam ser usados como parâmetros a partir dos quais
sejam definidas as métricas do que se deseja alcançar .
Políticas públicas são formuladas e implementadas nos diferentes níveis de
governo para endereçar soluções para os principais desafios com os quais a
sociedade se depara. No caso brasileiro, e especialmente no que diz respeito à
educação, é de importância fundamental que os gestores públicos sejam
capazes de entender a realidade com base em fatos. Essa realidade deve ser
medida a partir da utilização de indicadores, para tornar os processos de
tomada de decisão mais assertivos e capazes de resolverem os graves
problemas de desigualdade social do país.
A formulação de políticas públicas educacionais nas últimas décadas no Brasil
teve grande impacto no processo de inclusão e redução das desigualdades
sociais, apesar de haver muito ainda a ser feito. Essas políticas procuram
assegurar direitos constitucionalmente garantidos, mas que representam
enormes desafios para o país, evidenciados por indicadores que demonstram a
necessidade de ações contínuas para provocar mudanças permanentes na
realidade socioeconômica do país.
Políticas públicas mais eficazes são aquelas formuladas com base na
análise da realidade esclarecida a partir dos fatos , medidos por meio de
indicadores que trazem à tona os problemas a serem enfrentados . Da
mesma forma, serão esses indicadores que funcionarão como termômetros
capazes de medir o quanto tais políticas apresentam desempenho
satisfatório e conseguem efetivamente promover transformações sociais
relevantes e duradouras.
Verificando o aprendizado
1. Considere os indicadores a seguir, usados para se avaliar o desempenho do FIES.
I. Percentual de IES participantes do FIES.
II. Percentual de IES participantes de cada processo seletivo.
III. Participantes do Enem inscritos com pontuação mínima exigida.
IV. Percentual de execução financeira.
V. Taxa de ocupação da oferta.
VI. Taxa de contratos novos.
VII. Taxa de participação do FIES sobre o total de matrículas nas IES.
VIII. Índice de inadimplência dos contratos.
IX. Índice de não renovação de contratos.
Aponte quais deles medem de modo mais efetivo o nível de interesse em
aderir ao programa:
a) I – II – III – V – VI – VII
b) I – II – IV – V – VI – VIII
c) I – II – III – V – VIII – IX
d) I – III – IV – V – VII – IX
e) I – III – V – VI – VII – IX
Parte inferior do formulário
Comentário
Parabéns! A alternativa "A" está correta.
O nível de interesse das IES e dos estudantes em participar do programa é medido pelos indicadores que apontam
o percentual desses grupos sobre o universo de instituições e pessoas.
2. No contexto do SINAES, as IES são avaliadas com base nas dimensões
institucional e dos cursos oferecidos. Quais dos aspectos a seguir se relacionam com
a avaliação dos cursos?
a) PDI, organização didático-pedagógica e sustentabilidade financeira.
b) Organização didático-pedagógica, perfil do corpo docente e instalações físicas.
c) PDI, responsabilidade social da IES e comunicação com a sociedade.
d) PDI, infraestrutura física e organização didático-pedagógica.
e) Organização didático-pedagógica, políticas de atendimento aos estudantes e
instalações físicas.
Comentário
Parabéns! A alternativa "B" está correta.
As três dimensões usadas para avaliação dos cursos são: organização didático-pedagógica, perfil do
corpo docente e instalações físicas. As demais citadas dizem respeito à avaliação institucional.
Conclusão
Considerações Finais
Neste tema, pudemos observar o complexo mosaico de indicadores que estão
envolvidos na educação brasileira. Esses índices são obtidos a partir de um
instituto nacional de pesquisa, o INEP, que tem a função de fundamentar as
políticas públicas decorrentes. Desdobrados para estados e municípios, eles
direcionam a busca de melhorias e regulam o funcionamento da educação.
Todo esse complexo visa gerar dados e promover programas. É possível
perceber, no entanto, a quão longa é a carreira e o volume de dados gerados.
Diante disso, surge a pergunta: com tantos números e programas, por que não
temos uma educação de qualidade? Porque a qualidade é um desafio difícil,
que deve ser entendido como uma busca contínua, um campo de pesquisa e
análise. E esse é o caminho que convidamos você a percorrer conosco.
Podcast
Agora, o professor Rodrigo Santos Rainha encerra o tema falando sobre
Indicadores de qualidade em Educação.
Referências
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional. Brasília: 1996.
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 10.260, de 12 de julho de 2001. Dispõe sobre o Fundo de
Financiamento ao estudante do ensino superior e dá outras providências. Brasília: 2001.
BRASIL. Casa Civil. Emenda Constitucional n. 53, de 19 de dezembro de 2006. Dá
nova redação aos Arts. 7º, 23, 30, 206, 208, 211 e 212 da Constituição Federal e ao art.
60 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Brasília: 2006.
BRASIL. Casa Civil. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional
de Educação (PNE) e dá outras providências. Brasília: 2014.
BRASIL. Ministério da Educação. Portaria n. 986, de 21 de dezembro de 2017.
Aprova o Regimento Interno do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira − INEP.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: 2017. Consultado em meio
eletrônico em: 25 fev. 2021.
DEMING, W. E. Qualidade: A revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques-
Saraiva, 1990.
FRITSCH, Rosangela (org.) et al. Políticas educacionais e gestão escolar no contexto
de escolas públicas. São Leopoldo: Oikos Editora, 2020.
JANNUZZI, Paulo M. Indicadores para diagnóstico, monitoramento e avaliação de
programas sociais no Brasil. Brasília: Revista do Serviço Público, 2005.
OECD/NCES. Education at a Glance Subnational Supplement. Paris: O
ECD/National Center for Education Statistics, 2018.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Transformando Nosso Mundo: a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Consultado em meio eletrônico em:
25 fev. 2021.
Explore+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, assista aos vídeos:
"Como o PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE
ESTUDANTES - funciona?" e "Estatísticas educacionais", no canal INEP
Oficial.
Pesquise na internet:
"PISA - PROGRAMA INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE
ESTUDANTES -", "Relatório Brasil no PISA - PROGRAMA
INTERNACIONAL DE AVALIAÇÃO DE ESTUDANTES - 2018" e
"TALIS", no site do INEP.
Aspectos relacionados à gestão e operação do FUNDEB, no site do
FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
O Plano Nacional de Educação, no Portal do MEC. A publicação
Education at a Glance.
Conteudista
Alexandre Cesar Motta de Castro