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Garimpo Nas Margens Do Rio Madeira Desafios e Implicações Socioambientais Na Amazônia Brasileira

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REVISTA SUSTENTABILIDADE ORGANIZACIONAL, v. 14, n.1(2024), p.126-145.

GARIMPO NAS MARGENS DO RIO MADEIRA: DESAFIOS E IMPLICAÇÕES


SOCIOAMBIENTAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

Maria Karina Mendonça de Moraes


Doutoranda em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente (UNIR)
E-mail: [email protected]

Artur de Souza Moret


Docente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da
Fundação Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
E-mail: [email protected]

RESUMO
Este estudo tem como objetivo abordar a problemática do garimpo ilegal na Amazônia
brasileira, com foco específico nas operações do governo federal destinadas a coibir essa
atividade na região sudoeste, mais precisamente nas margens do rio Madeira. Apesar de o
Brasil ser reconhecido internacionalmente por sua rica biodiversidade, enfrenta desafios
consideráveis na proteção e manejo desses recursos naturais e na resolução de conflitos
socioambientais. Esta pesquisa é de cunho qualitativa e bibliométrica e fundamenta-se em
dados provenientes de fontes oficiais do governo e de bases científicas. Com base nos dados
encontrados, destaca-se a necessidade de aprimoramento das estratégias governamentais de
combate ao garimpo ilegal, uma vez que os garimpeiros, que muitas vezes dependem
exclusivamente dessa atividade secular, se encontram desamparados pelo Estado. Neste
contexto desafiador, complexo e repleto de impactos, é urgente estabelecer um acordo de
cooperação que engloba a preservação ambiental, os direitos humanos e as necessidades
econômicas locais. A implementação de soluções multidimensionais, voltadas para um futuro
sustentável, surge como uma abordagem mais promissora para mitigar o estresse
socioambiental e proteger a subsistência das comunidades afetadas pela atividade de garimpo
ilegal de ouro no rio Madeira.

Palavras-chave: Operação governamental; Garimpo ilegal; Rio Madeira.

MINING ON THE BANKS OF THE MADEIRA RIVER: CHALLENGES AND


SOCIO-ENVIRONMENTAL IMPLICATIONS IN THE BRAZILIAN AMAZON

ABSTRACT
This study aims to address the issue of illegal mining in the Brazilian Amazon, with a specific
focus on federal government operations aimed at curbing this activity in the southwest region,

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more precisely along the banks of the Madeira River. Although Brazil is internationally
recognized for its rich biodiversity, it faces considerable challenges in the protection and
management of these natural resources and in resolving socio-environmental conflicts. This
research is qualitative and bibliometric in nature and is based on data from official government
sources and scientific databases. Based on the data found, there is a need to improve
government strategies to combat illegal mining, as miners, who often depend exclusively on
this centuries-old activity, are left unprotected by the state. In this challenging, complex, and
impact-laden context, there is an urgent need to establish a cooperation agreement between
environmental preservation, human rights, and local economic needs. The implementation of
multidimensional solutions, aimed at a sustainable future, emerges as a more promising
approach to mitigate socio-environmental stress and protect the livelihoods of communities
affected by illegal gold mining activity in the Madeira River.

Keywords: Government operation; Illegal mining; Madeira River.

1. INTRODUÇÃO
O Brasil é reconhecido mundialmente pela sua vasta diversidade de biomas, abrigando
uma das maiores biodiversidades do planeta Terra (MAGNUSSON et al., 2016). Essa
abundância natural oferece acesso a uma quantidade considerável de recursos, mas também
apresenta desafios significativos em relação à proteção, conservação e manejo desses recursos.
Um desses desafios antigo e persistente é o garimpo ilegal, uma atividade prejudicial que
continua a existir em diversas regiões do país, apesar das leis que a proíbem e dos diversos
fatores que a tornam altamente controversa.
O garimpo ilegal na Amazônia tem testemunhado uma expansão moderada nos últimos
anos (SOUSA; VIEIRA; FOLLMANN, 2023). Contudo, é importante salientar que a presença
de atividades garimpeiras na região, hábitat da maior floresta tropical do mundo, não é uma
novidade recente. A região se tornou um dos principais centros de exploração no país durante
a década de 1980, especialmente durante o regime militar, e ganhou destaque internacional

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com o surgimento do maior garimpo a céu aberto, o de Serra Pelada, no Pará (NEVES; FOLLY,
2021; CARDOSO, 2023).
A história do garimpo na Amazônia está intrinsecamente ligada ao ciclo do ouro que
remonta aos tempos coloniais. No entanto, a extração do ouro na década de 1980 foi marcada
por um aumento significativo na atividade, impulsionado em parte pela promulgação de
políticas governamentais que incentivaram a exploração mineral na região amazônica. O rio
Madeira desempenha um papel importantíssimo na ecologia, cultura e economia das
comunidades regionais. Além de ser uma fonte vital de recursos naturais, ele também serve
como uma "estrada fluvial" que conecta outras áreas do país. Mas, devido à sua riqueza mineral,
o rio Madeira é frequentemente alvo de balsas de garimpo, explorando minerais valiosos, como
o ouro, sem considerar os impactos ambientais, sociais e culturais decorrentes dessa atividade
secular e poluidora (LEONEL, 2020).
Essa expansão do garimpo trouxe uma série de desafios, incluindo desmatamento,
contaminação da água e conflitos sociais, ambientais, culturais e econômicos. Infelizmente,
muitas famílias ainda dependem exclusivamente do garimpo como fonte de renda, e quando as
operações de desintrusão realizadas pela Polícia Federal ocorrem, elas perdem tudo, ficando
desamparadas pelo poder público.
Neste contexto, o presente artigo explanou uma análise sucinta das operações realizadas
pelos órgãos governamentais nos últimos cinco anos para combater o garimpo ilegal nas
margens do rio Madeira. Foram utilizadas informações de fontes oficiais e bases científicas, a
fim de dialogar com as operações empreendidas e os desafios enfrentados, tanto na preservação
e conservação do meio ambiente quanto na busca de alternativas de subsistência para as
famílias envolvidas no garimpo.

2. GARIMPO NA AMAZÔNIA
A busca por metais preciosos desempenhou um papel significativo na colonização das
Américas, especialmente na América Latina, onde havia uma clara demanda por ouro e prata
por parte das metrópoles colonizadoras. A extração do ouro nas terras brasileiras está

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intrinsecamente ligada à sua própria história e formação. Esta atividade remonta ao período
colonial, quando os portugueses iniciaram a exploração das minas de ouro e diamantes na
região de Minas Gerais (NEVES E FOLLY, 2021; BRASIL, 2020).
A mineração de ouro desempenhou também um papel importante na formação
geográfica e histórica da Amazônia brasileira contemporânea. A Amazônia é uma vasta região
que abriga a maior floresta tropical do mundo, estendendo-se por territórios de nove países:
Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa
(MOTA E GAZONI, 2009). A Amazônia brasileira corresponde a uma área que abrange 59%
do território nacional, distribuída em nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso,
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão (Araújo e Moret, 2016). Embora as
primeiras descobertas de ouro na região remontam ao período colonial, o ouro da Amazônia só
ganhou destaque nacional e regional quando um grande número de pessoas migrou para os
garimpos de ouro no final do século XX (WANDERLEY, 2015). A partir desse marco, iniciou-
se uma corrida significativa em busca de riquezas nessa região.
A região da Amazônia brasileira está emergindo como o epicentro de uma nova corrida
pelo ouro, abrigando atualmente quase a totalidade (93,7%) das atividades de garimpo do
Brasil. Segundo dados fornecidos pelo MapBiomas em 2020, o garimpo ocupou 67,6% da área
total destinada à mineração na região, o que equivale a 101.100 hectares. Esses números
ressaltam a magnitude do garimpo na Amazônia e sua influência crescente nas atividades
mineradoras da região, com implicações significativas para o meio ambiente e as comunidades
locais.
É importante ressaltar que a mineração em terras indígenas na Amazônia brasileira
também registrou aumentos significativos nos últimos 35 anos. Em 1985, essa atividade
ocupava apenas 7,45 km², mas, em 2020, esse número saltou para uma área específica de
102,16 km², e 95% dessa área de garimpo ilegal estão em apenas três terras indígenas: Kayapó,
Munduruku e Yanomami (MATAVELI et al., 2022).
O aumento da mineração de ouro na Amazônia brasileira desde 1979 representa, em
certa medida, o aumento mais significativo na exploração dos recursos naturais que a região

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experimentou desde o auge do ciclo da borracha. Em várias partes da Amazônia, a corrida pelo
ouro não apenas alterou profundamente o cenário social, econômico e político, mas também
provocou mudanças substanciais na paisagem física dessas áreas (Lauthartte, 2018). Isso faz
com que o território adquira diversas perspectivas que envolvem tanto a dimensão material do
mundo quanto as relações sociais e percepções que os seres humanos constroem através de
suas lutas. Essas relações, por sua vez, dependem de elementos culturais e das necessidades
básicas de sobrevivência que estão intrinsecamente ligadas a acontecimentos relacionados às
práticas sociais (MORET et al., 2021).
A atividade de garimpo ilegal na Amazônia, infelizmente, não é recente. Há anos,
organizações que atuam na região denunciam e evidenciam o aumento dos garimpos ilegais,
especialmente em terras indígenas e áreas florestais que deveriam ser protegidas. O garimpo
ilegal é uma das principais causas do aumento do desmatamento e da contaminação de rios e
nascentes, principalmente devido ao uso do mercúrio, e coloca em risco a sobrevivência das
comunidades indígenas, tradicionais, ribeirinhas e de toda população que necessita dessa
região. Apesar dos vários danos causados, o garimpo continua sendo a única fonte de renda de
muitas famílias que moram na calha do rio Madeira.
Portanto, se as atividades de garimpo continuarem a crescer na região, isso resultará em
uma contribuição significativa para as mudanças climáticas. A região abriga uma diversidade
biológica incomparável e desempenha um papel fundamental na regulação do clima global,
atuando como um amplo reservatório de carbono e influenciando os padrões climáticos na
escala continental. Os serviços ecossistêmicos fornecidos pela Amazônia, como a produção de
oxigênio e a regulação do ciclo da água, têm impactos significativos na estabilidade climática
e na sustentabilidade ambiental de nosso planeta. Diante desse cenário, é imprescindível que
sejam pensadas ações viáveis e concretas para diminuir os impactos dos garimpos na região.

2.1. Garimpo de ouro no Rio Madeira: breve histórico


O rio Madeira tem uma longa história ligada à exploração de recursos naturais,
incluindo o garimpo de ouro. O rio tem uma extensão de aproximadamente 3.315 quilômetros

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e seus afluentes têm suas nascentes nas áreas montanhosas dos Andes Bolivianos, e pertencem
ao grupo dos principais afluentes do rio Amazonas. Sua bacia hidrográfica abrange três países:
Brasil, Bolívia e Peru. Além de seu valor ambiental significativo, a região do rio Madeira
desempenha um papel fundamental na economia, pois fornece recursos essenciais para a pesca
e especificamente como transporte fluvial. Além disso, o rio Madeira abriga um complexo
hidrelétrico composto por duas usinas de grande porte: a Usina Hidrelétrica de Jirau e a Usina
Hidrelétrica de Santo Antônio. Essas usinas fornecem eletricidade para as regiões Centro-Oeste
e Sudeste do Brasil a partir de energia de Porto Velho, contribuindo assim para as necessidades
do país (BASTOS; LACERDA, 2004; CEMADEN, 2018).
O interesse pelo vale do rio Madeira não é recente, remonta ao século XIX,
especialmente durante o período de extração e exportação de borracha. E a exploração de ouro
na bacia do rio Madeira tem origens nos tempos coloniais, quando exploradores e colonizadores
portugueses e espanhóis buscavam riquezas na região. O interesse pelo ouro ganhou impulso
com notícias de descobertas significativas de depósitos auríferos nas áreas próximas ao rio,
desencadeando uma verdadeira corrida pelo metal precioso. Esse aumento na atividade
econômica contribuiu para o crescimento populacional na região, resultando na fundação de
cidades e povoados ao longo das margens do rio Madeira. (RIO; COELHO; WANDERLEY,
2015).
O início do garimpo de ouro na região amazônica, por volta da década de 1970,
desencadeou uma das maiores ondas de migração na história da Amazônia, impulsionada pela
descoberta de grandes reservas de ouro aluvionar na calha do rio Madeira. No entanto, o
garimpo de ouro no rio Madeira também acarretou desafios significativos para a região. Além
da degradação ambiental decorrente das atividades mineradoras, surgiram problemas sociais
decorrentes da intensificação da atividade, como conflitos de terra e deslocamento de
comunidades locais. Além disso, há preocupações com os impactos na saúde das pessoas
devido à exposição ao mercúrio, um metal tóxico frequentemente utilizado no processo de
extração do ouro, o que pode resultar em sérios problemas de saúde pública, incluindo

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intoxicação por mercúrio e suas consequências neurológicas, fisiológicas e ambientais


(JUNIOR et al., 2023).
Ao longo das últimas décadas, a implementação de políticas governamentais e o
aumento da conscientização sobre os impactos ambientais e sociais levaram a uma
regulamentação mais rigorosa da atividade de garimpo no rio Madeira, embora alguns aspectos
dessas regulamentações tenham se mostrado ineficazes. Hoje, o garimpo de ouro persiste como
uma atividade presente na região, trazendo consigo uma série de desafios, impactos e
consequências. Isso inclui danos ambientais significativos, impactos tanto individuais quanto
comunitários e obstáculos de natureza econômica e social (POZZETTI et al, 2022).
Nesta perspectiva encontrar um equilíbrio entre a exploração econômica e a preservação
ambiental continua sendo um grande desafio para a região. Além disso, é importante ressaltar
que a Amazônia desempenha um papel fundamental como um ecossistema crítico para a
biodiversidade global e representa um componente essencial na estratégia de combate às
mudanças climáticas. Nesse sentido, a busca por soluções que promovam tanto o
desenvolvimento sustentável quanto a conservação ambiental permanece como uma prioridade
inegável.

3. METODOLOGIA
Para alcançar o objetivo principal desse estudo, foram utilizadas diversas fontes de
dados, incluindo estudos científicos, relatórios governamentais e informações oficiais de
instituições ambientais e sociais.
Para delimitar o escopo da pesquisa, foram consultadas fontes de dados em sites oficiais
de órgãos competentes, como a Polícia Federal (https://www.gov.br/pf/pt-br) e o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(https://www.gov.br/ibama/pt-br), com a delimitação de operações realizadas no rio Madeira
nos últimos 5 anos. Além disso, fez-se uma breve análise bibliométrica em jornais indexados
pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e no Google

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Acadêmico, utilizando três palavras-chave principais: "rio Madeira", "garimpo ilegal" e


"operação".
A bibliometria, uma abordagem quantitativa e estatística, desempenha um papel
fundamental na mensuração e análise da produção e expansão do conhecimento científico. Sua
aplicação permite uma compreensão mais precisa das atividades relacionadas à produção
científica (QUESTÃO; ALEGRE, 2006).
Os dados encontrados foram analisados utilizando abordagens qualitativas e
quantitativas. Para uma análise qualitativa, foi feita uma revisão detalhada da literatura
existente, destacando os principais impactos e desafios do garimpo ilegal na região do rio
Madeira. Já para a análise quantitativa, recorremos a dados estatísticos para quantificar as
operações do governo federal na região, assim como seus impactos ambientais, sociais e
econômicos.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Impactos, Consequências e Desafios do Garimpo Ilegal no Rio Madeira
No contexto brasileiro, a poluição ambiental devido à presença de mercúrio representa
uma das questões mais críticas, com impactos significativos na saúde pública e no ecossistema.
Esse problema é particularmente grave em regiões remotas como a Amazônia, onde a intensa
atividade mineradora tem predominado nos últimos anos (SILVA, 2021). A Amazônia,
caracterizada por sua ampla extensão de floresta tropical e biodiversidade exuberante, tem sido
alvo frequente de garimpo ilegal, uma prática extrativista que resulta em impactos severos tanto
para a região quanto para o contexto global. Diante deste cenário, enfrentamos uma série de
desafios para mitigar esses efeitos (NUNES ET AL., 2023; SOUSA; VIEIRA; FOLLMANN,
2023).
As principais regiões de mineração artesanal, conhecidas como garimpos, na Amazônia
brasileira estão distribuídas por vários estados. No Mato Grosso, destacam-se as áreas próximas
de Pontes Lacerda, Alta Floresta e Poconé. No Pará, merecem destaque a Bacia do Tapajós e
Serra Pelada. Quanto ao Rio Madeira, identificam-se nascentes garimpadas desde o Peru,

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atravessando os estados de Rondônia e Amazonas (POZZETTI et al, 2022). Para este estudo,
é importante destacar a presença anual de centenas de dragas no leito do rio na área específica
do município de Humaitá, localizado no sul do estado do Amazonas, causando diariamente
impactos e consequências a população.
De acordo com a legislação brasileira, o impacto ambiental é definido como “qualquer
alteração nas características físicas, químicas e biológicas do meio ambiente resultante das
atividades humanas que afetam diretamente a saúde, a segurança e o bem-estar da população,
bem como as atividades sociais e econômicas, a biota, as condições estéticas e sanitárias do
meio ambiente, e a qualidade dos recursos ambientais” (Bitar, Ortega, 1998; CONAMA, 2012).
Vários estudos como de Dórea et al. (1998), Oliveira et al. (2010), Vieira et al. (2013),
Bastos et al. (2015) e Mendes et al. (2021) documentaram a presença significativa de mercúrio
(Hg) na bacia do rio Madeira, tanto em espécies de peixes quanto na população ribeirinha, com
concentrações acima dos limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Esses limites permitidos de Hg são
de 7,0 mg kg-1 no cabelo e 10,0 μg L-1 no sangue e na urina (JUNIOR et al., 2023).
O garimpo ilegal na região amazônica é uma prática que acarreta uma série de impactos
negativos, abrangendo dimensões ambientais, sociais e econômicas. Teorias como a de
Desenvolvimento Sustentável, proposta pelo relatório de Brundtland (1987), nos ajudam a
compreender a necessidade de conciliar desenvolvimento econômico com preservação
ambiental, ressaltando a importância de abordagens que promovam a equidade social e a
conservação dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras (Pimenta; Nardelli,
2016). O conceito de Desenvolvimento Sustentável emergiu na década de 1980 com a
publicação do relatório Brundtland, também conhecido como "Nosso Futuro Comum", durante
a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1987. De
acordo com o relatório, o desenvolvimento sustentável é definido como "o desenvolvimento
que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras
de satisfazer suas próprias necessidades" (WCED, 1987).

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Em termos ambientais, o garimpo ilegal contribui para o desmatamento, conforme


discutido por diversos estudiosos da área, como Fearnside (2001), que evidencia como a
atividade de mineração está intrinsecamente ligada ao desflorestamento na Amazônia. Além
disso, a poluição resultante do uso de produtos químicos tóxicos, como mercúrio e cianeto,
afeta os ecossistemas aquáticos e terrestres.
No âmbito social, o garimpo ilegal está associado a uma série de problemas, incluindo
conflitos, violência e trabalho escravo. Além disso, a exploração de mão de obra barata e a
presença de trabalho infantil, são questões preocupantes que afetam diretamente as
comunidades locais. Do ponto de vista econômico, o garimpo ilegal resulta em evasão fiscal e
prejuízo para setores sustentáveis, como o turismo e a pesca. A informalidade da atividade
garimpeira dificulta a arrecadação de impostos, privando os governos de recursos que poderiam
ser investidos em políticas públicas para a região.
Enfrentar os desafios do garimpo ilegal na região do Rio Madeira requer uma
abordagem multifacetada. A dificuldade na fiscalização e aplicação da lei, demanda
aprimoramento das estratégias de controle e ações integradas entre os órgãos responsáveis.
Além disso, a promoção de alternativas econômicas sustentáveis, é essencial para reduzir a
dependência das comunidades locais em relação ao garimpo ilegal.
Nesta perspectiva, é imprescindível considerar o papel das comunidades locais e a
proteção de seus territórios. Destaca-se a necessidade urgente de implementar políticas
públicas socioambientais que garantam o bem-estar dessas populações, bem como a
preservação de seus estilos de vida e dos ecossistemas para conservar a biodiversidade e lidar
eficazmente com a crise climática global.

4.2. Regulamentação da atividade garimpeira


De acordo com a Constituição Federal de 1988, o Estado detém a responsabilidade
integral de planejar, regulamentar e fiscalizar a atividade de garimpo. O artigo 174, § 3º da
Constituição estipula que o Estado exerce o papel de agente normativo e regulador da atividade

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econômica, realizando, conforme a legislação em vigor, funções de fiscalização, incentivo e


planejamento (BRASIL, 1988).
Além disso, o Estado é orientado a promover a organização da atividade garimpeira em
cooperativas, considerando sempre a proteção do meio ambiente e a promoção econômico e
social dos garimpeiros. Essa abordagem cooperativa busca alcançar um equilíbrio entre o
desenvolvimento econômico e a sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, espera-se que o
Estado esteja em consonância com essa visão constitucional, promovendo uma integração
planejada entre os setores público e privado. Essa integração visa melhorar a atividade
econômica e a qualidade de vida dos cidadãos, mantendo o equilíbrio ecológico e a saúde do
meio ambiente, sendo essencial para o desenvolvimento social, ambiental e econômico
(FERREIRA; LEITÃO, 2022).
Em 2008, o Congresso Nacional promulgou o Estatuto do Garimpeiro, através da
sanção da Lei nº 11.685, de 02/06/2008, com o objetivo de regular os direitos e obrigações dos
garimpeiros e extrativistas minerais. Este estatuto define, entre outros aspectos: a)
Garimpeiro: indivíduo brasileiro que participa diretamente no processo de reciclagem de
substâncias minerais passíveis de garimpagem, seja de forma independente ou em associação
com outros; b) Garimpo: local onde ocorre a atividade de extração de substâncias minerais
passíveis de garimpagem, com utilização imediata do depósito mineral, seguindo critérios
técnicos estabelecidos pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); c)
Modalidades de trabalho: incluem trabalho autônomo, regime de economia familiar, relação
de emprego, contrato de parceria e associação cooperativa.
Além disso, o estatuto estabelece obrigações para os garimpeiros, cooperativas e
contratantes, como a recuperação das áreas degradadas, cumprimento do Código de Mineração
e da legislação de saúde e segurança no trabalho, e proíbe o trabalho de menores de 18 anos na
atividade de garimpagem.
A Lei nº 6.514, de 22 de julho de 2008, por sua vez, dispõe sobre as infrações e sanções
administrativas ao meio ambiente. Dentre as infrações, estão previstas sanções como

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advertência, multa, apreensão de produtos e subprodutos da biodiversidade, embargo de obra,


suspensão de atividades e restritivas de direitos.

4.3. Operações contra a atividade de garimpo ilegal no Rio Madeira

Os impactos do garimpo são particularmente graves para os seres humanos,


principalmente devido ao mercúrio, uma substância que representa um sério risco à saúde
devido à sua capacidade de bioacumulação e biomagnificação (Cadavid; Arango, 2020). Essa
contaminação ocorre quando os sedimentos contaminados resultantes da atividade de garimpo
são liberados no ambiente, afetando especialmente os peixes, que desempenham um papel
fundamental na cadeia alimentar da população Amazônica. A acumulação de mercúrio em
organismos humanos pode resultar em lesões graves e irreversíveis, impactando não apenas as
pessoas diretamente expostas, mas também mulheres em idade fértil, gestantes e lactantes, com
potenciais efeitos nas gerações futuras (GOMES et al, 2021). Por esses motivos, ações
governamentais têm sido implementadas para minimizar os efeitos danosos dessa prática
ambientalmente destrutiva.
Nos últimos cinco anos, a região do rio Madeira tem testemunhado uma intensa corrida
pelo ouro, o que levou à realização de operações conjuntas da Polícia Federal (PF) e do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), conforme
detalhado na Tabela 1. O objetivo dessas operações é combater a extração ilegal do ouro e suas
atividades correlatas, que causam impactos significativos no meio ambiente e na sociedade em
geral.

Tabela 1. Quantidade de operações realizadas no Rio Madeira contra o garimpo ilegal de ouro nos últimos cinco
anos.

Quantidade de
Nome das
Data Objetivo das operações balsa
operações
inutilizada
Verde
05/10/2019 Repressão à extração ilegal de minérios. Não informado
Brasil

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Identificação, abordagem e inutilização de


balsas/dragas que operam a atividade de garimpo
ilegal de ouro na calha do rio Madeira.
15/12/2021 UIARA I
Desintrusão de garimpeiros ilegais na região.
a UIARA II 188
Desarticular organização criminosa voltada à
04/08/2022 UIARA II
prática de garimpo ilegal e demais crimes
conexos, como corrupção ativa e passiva, crimes
ambientais e possíveis outros.
Visando a fiscalização de embarcações (dragas)
Lex Et utilizadas para a realização de atividades de
12/10/2022 81
Ordo, garimpo ilegal e clandestino no leito do rio
Madeira.
Não
20/04/2023 Combate ao garimpo ilegal no rio Madeira. 13
informado
Combater os crimes de garimpo ilegal cometidos
02/09/2023 Draga Zero 302
na localidade.
Fonte: Elaborada pela Autora (2023).

A atividade de garimpo é amplamente reconhecida por sua controvérsia e pelos graves


impactos socioambientais que acarreta. As operações conjuntas da PF e do IBAMA têm como
objetivo primordial reprimir o garimpo ilegal de ouro no Rio Madeira, porém, embora o Estado
esteja cumprindo seu papel de acordo com as leis vigentes, a abordagem adotada ainda
necessita de eficácia frente à gravidade do problema. Pois a atividade do garimpo volta a
acontecer quando as operações chegam ao fim.
A preocupação central é a falta de soluções específicas para as comunidades que
dependem exclusivamente do garimpo como fonte de subsistência, como é o caso dos
garimpeiros em Humaitá-AM. As operações se concentram na repressão da atividade, sem
oferecer alternativas viáveis para essas populações, o que levanta questões éticas e
humanitárias. Além disso, as estratégias implementadas têm se mostrado ineficientes em alguns
casos, permitindo o retorno dos garimpeiros às áreas de atuação. A queima das balsas, uma
prática adotada em algumas operações, é vista como uma solução pouco viável, pois além de
não resolver o problema, contribui para a emissão de poluentes na atmosfera.
Nesse contexto, é fundamental e necessário repensar o papel social do Estado nessas
ações e buscar alternativas mais humanas e sustentáveis. O diálogo com as comunidades

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afetadas é essencial para a elaboração de soluções que atendam às suas necessidades específicas
e garantam sua subsistência e bem-estar. Uma abordagem multidimensional é necessária para
enfrentar essa complexa problemática. A diversificação econômica, por meio do
desenvolvimento de iniciativas agrícolas, pesqueiras, turísticas sustentáveis e atividades
artesanais, pode proporcionar novas oportunidades de trabalho e renda para as comunidades
locais. Além disso, a capacitação profissional e o fomento de cooperativas e associações são
fundamentais para fortalecer a economia local e promover o empoderamento das comunidades.
Investimentos em saúde comunitária, educação e ciência são imprescindíveis para
proteger a saúde das pessoas afetadas pela atividade de garimpo e preparar as futuras gerações
para um futuro mais sustentável. A implementação de políticas públicas eficazes, aliada a
pesquisas científicas que visem reduzir os danos causados pelo mercúrio, pode contribuir
significativamente para mitigar os impactos do garimpo ilegal no Rio Madeira, como o Projeto
Ochroma piramidale (FAPERO, 2023).
Diante deste cenário desafiador, repleto de complexidades e impactos significativos, a
busca pela relação harmônica entre a conservação ambiental, os direitos humanos e as
necessidades econômicas locais se tornam indispensáveis e urgentes. A implementação de
soluções multidimensionais, direcionadas para um futuro mais sustentável, emerge como uma
abordagem promissora para diminuir o estresse socioambiental e salvaguardar a subsistência
das comunidades afetadas pelo garimpo ilegal no rio Madeira, principalmente a região de
Humaitá ao sul do estado do Amazonas. As operações foram realizadas, no entanto, os órgãos
governamentais negligenciaram a criação de alternativas para os cidadãos que dependem

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exclusivamente dessa renda para sua subsistência. Não foram identificadas no site
governamental ações voltadas para a preservação da vida humana.

4.3. Educação Ambiental: um eixo norteador na mudança de comportamento


Diante do cenário dos impactos, consequências e desafios do garimpo na Amazônia, a
Educação Ambiental surge como uma poderosa ferramenta para fomentar mudanças de
comportamento entre os garimpeiros e promover práticas mais sustentáveis.
A necessidade premente da Educação Ambiental é evidenciada pela crescente realidade
das mudanças ambientais, que nos obriga a reavaliar nossos padrões de comportamento em
face desse cenário global desafiador. A dinâmica atual do ambiente demanda uma resposta à
altura. Por meio do processo educativo, os seres humanos têm o poder de transformar suas
próprias ações. O conhecimento desempenha um papel fundamental nesse processo de
mudança. No entanto, sua eficácia depende da conscientização sensibilização individual na
promoção coletiva da sustentabilidade (TONSO, 2023).
A educação ambiental vai além da simples transmissão de conhecimento sobre questões
ambientais; ela engloba a conscientização, a reflexão crítica e a tomada de ação responsável
em relação ao meio ambiente. Para os garimpeiros na Amazônia, essa abordagem pode ser
transformadora, pois oferece a oportunidade de compreender os impactos negativos de suas
atividades e buscar alternativas mais sustentáveis para subsistência (Fernandes; Sampaio,
2008).
A implementação de programas educacionais formais e informais, como oficinas,
palestras e materiais educativos, pode ser uma estratégia eficaz para disseminar conhecimentos
sobre práticas de mineração sustentável, técnicas de recuperação ambiental e alternativas
econômicas viáveis. Além disso, é fundamental promover o diálogo e a parceria entre os
garimpeiros, as comunidades locais, as instituições de ensino, as organizações da sociedade
civil e os órgãos governamentais. Juntos, eles podem colaborar na elaboração e implementação

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de políticas e práticas que visam conciliar o desenvolvimento econômico com a conservação


ambiental na Amazônia.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando o panorama discutido, fica evidente a urgência de abordagens integradas
e holísticas para lidar com os desafios apresentados pela atividade de garimpo ilegal na região
sudoeste da Amazônia. Isso implica não apenas na aplicação rigorosa das leis ambientais e na
preservação dos ecossistemas, mas também no desenvolvimento de soluções tangíveis para as
comunidades que dependem do garimpo como principal meio de subsistência. A criação de
alternativas econômicas sustentáveis, o fortalecimento da educação, a melhoria das condições
de saúde e o envolvimento ativo das comunidades locais são passos essenciais na construção
de um futuro mais promissor e na construção de uma sociedade mais justa.
Nesse sentido, é fundamental que o Estado assuma um papel proativo na implementação
de políticas públicas eficazes e na promoção de iniciativas que visem o desenvolvimento
socioeconômico e ambiental sustentável das regiões afetadas pelo garimpo ilegal. Esta breve
análise abordou alguns aspectos-chave; no entanto, recomenda-se estudos mais aprofundados
para identificar e mitigar os impactos específicos, contribuindo assim para a construção de um
mundo mais saudável, sustentável e equitativo a cada dia.

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