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A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS

AUTISTAS

Acadêmica: Analice Gonçalves de Souza

Professor: Lenira Maria Benícia Santos Centro Universitário Leonardo da Vinci -


UNIASSELVI Curso (FLX 0250) – Prática Interdisciplinar VII26/11/2018

RESUMO

O presente trabalho tem por objetivo caracterizar os principais pontos para


apresentação dos trabalhos científicos sobre definições, histórico e metodologias para
trabalhar com crianças autistas. Feitos conhecimento do que seja o autismo e suas
características, por grande parte dos professores que atuam na rede comum ou especial
de ensino, tem contribuído para o atendimento inapropriado de crianças e adolescentes
autistas inseridas no processo educacional. Dessa forma, o cuidado com o processo
ensino-aprendizagem destes alunos tem sido uma prioridade da ação pedagógica.
Conforme os comportamentos-problema apresentados, alguns casos são recomendados
tratamentos terapêuticos e clínicos com ênfase na medicação, além da intervenção
pedagógica. Este artigo pretende provocar uma reflexão teórico-prática, sobre a
utilização da Metodologia TEACCH, aliada ao Gráfico de Dispersão, com o objetivo
de minimizar os efeitos dos comportamentos-problema que incidem sobre o processo
ensino-aprendizagem, possibilitando a auto-organização de alunos com diagnóstico do
espectro autista. Pretenda-se que o estudo realizado a partir da intervenção
pedagógica feita com alunos e estudos do assunto do espectro autista, possa contribuir
com a mudança de paradigmas educacionais.

Palavras-chave: Autismo. Processo ensino-aprendizagem. Paradigmas educacionais.


Metodologia. TEACCH.

INTRODUÇÃO

O termo autismo origina-se do Grego autós, que significa “de si mesmo”. É um


Transtorno Global do Desenvolvimento também chamado de Transtorno do Espectro
Autista (TEA), definidos por mudanças e dificuldades significativas como a dificuldade
no domínio da linguagem para comunicar-se ou lidar com jogos simbólicos, padrão de
comportamento restritivo ou repetitivo, interação social, no comportamento da criança e
falta de reciprocidade da parte afetiva. O comprometimento causado pelo autismo é
considerado de intensidade variável, partindo de “quadros mais leves”, caracterizados
pela Síndrome de Asperger, podendo chegar a níveis graves em que o sujeito se mostra
“incapaz” de manter qualquer tipo de contato interpessoal, e possui comportamento
agressivo e “retardo mental”.
Essas mudanças levam a importantes impedimentos adaptativos e aparecem antes
dos 03 anos de idade, podendo ser percebidas, em alguns casos, já nos primeiros meses
de vida.
Mesmo que tenha sido reconhecido na década de 40, o autismo teve uma análise mais
aprofundada décadas depois.

(...) Mas foi apenas anos 70 que BeateHermelin e Neil O’Connor e seus colegas em
Londres, formados na nova disciplina da psicologia cognitiva, dedicaram-se à estrutura mental
do autismo de uma maneira mais sistemática. Seu trabalho (e o de Lorena Wing, em particular)
sugere que existe um problema essencial, uma tríade consistente de deficiência, em todos os
indivíduos autistas: deterioração da interação social com os outros, da comunicação verbal e
não verbal e das atividades lúdicas e imaginativas. (SACKS, 1995, p. 254)

O desenvolvimento e aprendizagens das crianças com autismo precisam de


muita responsabilidade, não só da parte profissional mas também da parte pessoal, é
importante ter um bom envolvimento com o aluno, estando disposto a elaborar novas
metodologias e técnicas de ensino e para que isso aconteça é fundamental que a
instituição tenha profissional especializado para receber esses alunos e assim fazer a
diferença na vida da criança com TEA.
Desta maneira este trabalho tem a finalidade de demonstrar grandes
metodologias usadas para trabalhar com uma criança autista onde relata dificuldades
apresentadas pelos profissionais em relação a melhores métodos de ensino para ser
utilizada dentro de sala de aula.
Foram realizadas pesquisas bibliográficas sobre o tema na intenção de alcançar a melhor
forma de ensinar para o aluno portador da Síndrome de Asperger, identificando como
ele aprende a construir a autonomia dentro do contexto institucional.
O estudo desenvolveu- se com observações e questionários em sala de aula para
o especialista da turma na Escola Municipal Carmem Maria Andrade Nogueira em
Itacarambi, com contatos de 6 alunos que apresentam a deficiência com a coordenação
pedagógica da sala de recurso, professores de apoio e professores que atuam em sala de
aula.
O TEA é um transtorno que vai além da sua dificuldade a ser definido com
exatidão, pois não existem meios pelos quais se possa testá-lo, muito menos medi-lo.
As pesquisas feitas atualmente estão longe no sentido de apresentarem a “cura” para o
autismo, mas como melhor lhe dar com pessoas com esse transtorno, com
acompanhamento em seu ciclo educacional. Este estudo procura maior compreensão
sobre o autismo, onde avança a importância pela busca contínua de informação e pelos
avanços científicos na área.

A HISTÓRIA DO AUTISMO

1908 – Eugen Bleuler, psiquiatra suíço usa pela primeira vez o termo “autismo”
para descrever um grupo de sintomas que relaciona à esquizofrenia. A palavra tem
raízes no grego “autos” (eu).
1943 – Leo Kanner, psiquiatra austríaco, radicado nos Estados Unidos e diretor
de psiquiatria infantil do Johns Hopkins Hospital, publica a obra “Distúrbios Autísticos
do Contato Afetivo”. Nela, descreveu casos de onze crianças que tinham em comum
“um isolamento extremo desde o início da vida e um desejo obsessivo pela preservação
da mesmice, denominando-as autistas” e usou o termo “autismo infantil precoce”, pois
sintomas já apareciam na primeira infância. Ele observou que essas crianças respondiam
de maneira incomum ao ambiente, incluíam maneirismos motores estereotipados,
resistência à mudança ou insistência na monotonia, bem como aspectos não usuais das
habilidades de comunicação, tais como a inversão dos pronomes e a tendência ao eco na
linguagem – ecolalia.
1944 – Hans Asperger, psiquiatra e pesquisador austríaco, quase ao mesmo
tempo que Leo Kanner, escreve o artigo “A psicopatia autista na infância” que um ano
depois é publicado. Ele observou que o padrão de comportamento e habilidades que
descreveu, ocorria preferencialmente em meninos, que essas crianças apresentavam
deficiências sociais graves – falta de empatia, baixa capacidade de fazer amizades,
conversação unilateral, intenso foco em um assunto de interesse especial e movimentos
descoordenados. Apesar da aparente precocidade verbal de seus assuntos, Asperger
chamava as crianças que estudou de pequenos professores, devido à habilidade de
discorrer sobre um tema de maneira detalhada. Em virtude de suas publicações terem
sido publicadas em alemão e seu principal trabalho na época da guerra, seu relato
recebeu reduzida atenção e só na década de 1980 seu nome foi reconhecido como um
dos pioneiros no estudo do autismo. A Síndrome de Asperger deve seu nome a ele.
1952 – DSM-I – A Associação Americana de Psiquiatria publica a primeira
edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais. Esse manual fornece
uma nomenclatura e critérios padrão para o diagnóstico de transtorno mental. Nesta
primeira edição, sintomas autísticos semelhantes eram classificados como um subgrupo
da esquizofrenia infantil. Autismo não era considerado como um diagnóstico separado.
1950/1960 – Durante os anos 50, houve muita confusão sobre a natureza do
autismo e sua etimologia, e a crença mais comum era de que o autismo era causado por
pais não emocionalmente responsivos a seus filhos – a hipótese da “mãe geladeira” – e
atribuíam a causa à falta de calor maternal. Leo Kanner cunhou o termo, mas foi o
psicanalista Bruno Bettelheim que o popularizou. Após a 2ª Guerra Mundial, havia
vários trabalhos psicanalíticos sobre autismo, onde pesquisadores analisavam apenas o
impacto na vida das pessoas. “Eles não consideraram o papel da biologia ou genética,
que agora entendemos ser a causa principal” – Fred Volkmar.
1965 – Temple Grandin, jovem americana que nasceu com autismo (Síndrome
de Asperger), cria a “Máquina do Abraço”, um aparelho para lhe pressionar como se
estivesse sendo abraçada e que a acalmava, assim como a outras pessoas com autismo.
Ela revolucionou as práticas de abate para animais em fazendas e suas técnicas e
projetos de instalação são usados no mundo todo. Além de prestar consultoria para a
indústria pecuária em manejo, instalações e cuidado de animais, ela tornou-se uma
profissional extremamente bem sucedida. Temple Grandin também ministra palestras
pelo mundo todo, explicando a importância em ajudar as crianças com autismo a
desenvolverem suas potencialidades.
1978 – Michael Rutter – Classifica o autismo e propõe sua definição com base
em quatro critérios: 1) atraso e desvio sociais não só como deficiência intelectual; 2)
problemas de comunicação e novamente, não só em função de deficiência intelectual
associada; 3) comportamentos incomuns, tais como movimentos estereotipados e
maneirismos; e 4) início antes dos 30 meses de idade. Ao classificar o autismo, Michael
Rutter cria um marco divisor na compreensão desse transtorno mental.
1980 – DSM-III – a definição de Rutter e a crescente produção de trabalhos
sobre o autismo, influenciaram a definição desta condição no DSM-III, quando o
autismo, pela primeira vez foi reconhecido e colocado em uma nova classe de
transtornos: os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – TIDs. Esse termo foi
escolhido para refletir o fato de que múltiplas áreas de funcionamento do cérebro eram
afetadas no autismo e nas condições a ele relacionadas. – CID-10 – na época do DSM-
III-R, o termo TID foi instaurado e utilizado também na décima revisão da Classificação
Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde – CID-10.
1981 – Lorna Wing, psiquiatra inglesa, desenvolve o conceito de autismo como
um espectro de condições na década de 1970 e, posteriormente, cunhou o termo
síndrome de Asperger, numa referência à pesquisa de Hans Asperger. Seu trabalho
revolucionou a forma como o autismo era considerado, e sua influência foi sentida em
todo o mundo. Como pesquisadora e clínica, bem como mãe de uma criança com
autismo, ela sempre defendeu uma melhor compreensão e serviços para pessoas com
autismo e suas famílias. Fundou a National Autistic Society – NAS, juntamente com
Judith Gold, e o Centro Lorna Wing. Foi uma das maiores e mais importantes figuras do
mundo do autismo.

2007 – 02 de ABRIL – “Dia Mundial da Conscientização do Autismo”


Para chamar a atenção para esse transtorno e despertar o interesse da sociedade,
em 2007 a ONU institui o dia 2 de abril – como o Dia Mundial da Conscientização do
Autismo. “Esse ato, pelo seu simbolismo, abriu possibilidades para um maior diálogo
entre as famílias, profissionais da área e os próprios indivíduos com autismo. Veio
como um alerta necessário para que os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento
(TID), antes considerados raros, fossem vistos com maior responsabilidade. Pesquisas e
interesse pelo TID, onde o autismo aparece como o mais prevalente, têm aumentado ano
a ano, produzindo mais conhecimento, desmitificando crenças e afastando o que não é
científico.” – Ricardo Halpern
2014 – Prevalência – Estima-se que o autismo atinja 1% da população, 70
milhões de pessoas no mundo, sendo 2 milhões no Brasil.
O relatório de março de 2014 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC,
alertou para os novos dados sobre a prevalência de autismo nos Estados Unidos. Este
estudo de vigilância identificou 1 em 68 crianças (1 em cada 42 meninos e 1 em cada
189 meninas) com Transtorno do Espectro Autista. “Os critérios diagnósticos se
ampliaram e o olhar sobre o Autismo fez com que um número maior de casos fosse
diagnosticado”, conforme Ricardo Halpern. No Brasil, não há estudos completos de
prevalência.
2014 – Causas – Um amplo estudo realizado na Suécia mostra que fatores
ambientais são tão importantes quanto a genética como causa do autismo. Estes fatores
– não analisados pelo estudo – poderiam incluir, segundo os autores, o nível
socioeconômico da família, complicações no parto, infecções sofridas pela mãe e o uso
de drogas antes e durante a gravidez.

OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE CRIANÇA COM AUTISMO NAS ESCOLAS


A educação inclusiva nas últimas décadas vem ganhando espaço na construção
de uma educação de qualidades para todos. As escolas vêm buscando um ensino com
medidas facilitadoras para as crianças especiais, onde capacitam profissionais e prepara
os seus espaços para receber esses alunos. Porém sabemos que nem sempre é assim, tem
os desafios que ensino vem passando para manter essa inclusão. Pois qualificar uma
escola para receber todas as crianças implica medidas de outra natureza, que visam
reestruturar o ensino e suas práticas usuais e excludentes. Na “inclusão, não é a criança
que se adapta à escola, mas a escola que para recebê-la deve se transformar”, aponta.
No caso do autista, o que está em jogo são as habilidades. “É nelas que se deve
investir” para, assim, desenvolver as inabilidades, afirma Joana Portolese. Isso reafirma
a necessidade de não se esperar um comportamento dado, ao que a maioria dos
indivíduos do espectro autista não corresponde.
Na definição do autismo, a criança que tem a DEA (Desordens do Espectro
Autista) possui o desenvolvimento de fatores como a linguagem e a socialização de
forma atípica, limitada, podendo causar o seu isolamento, assim como o de sua família.
Contudo, acredita-se que a escola pode proporcionar a essas crianças oportunidades
tanto de socialização, quanto de aprendizagem. Por isso é de grande importância o
contato escolar para elas.
Segundo Camargo e Bosa (2009), o conceito de competência social tem sido
constantemente utilizado como habilidades sociais. Apesar de que sejam conceitos
relacionados, as autoras fazem a diferença entre as mesmas. A habilidade social se diz à
totalidade dos desempenhos do indivíduo diante das demandas de uma situação em
sentido imenso. E competência social é a qualidade do comportamento individual em
uma determinada situação. Desta maneira, elas afirmam que crianças com melhores
capacidades sociais são consideradas socialmente mais eficazes fazendo assim de um
modo geral, um construto psicológico que reflete inúmeras qualidades do
funcionamento cognitivo, emocional e comportamental.
No entanto, os autistas são vistos como indivíduos que apresentam um
desenvolvimento social de risco. Nesse seguimento, a escola atua no processo de
ultrapassar tais "déficits" sociais dessas crianças, pois ela proporciona as experiências
socializadoras concedendo o desenvolvimento de novos conhecimentos e
comportamentos.

METODOLOGIA DE ENSININO USADAS PARA CRIANÇA COM AUTISMO


O seguimento metodológico utilizado no presente trabalho pedagógico
fundamenta se na pesquisa-ação, pela compreensão de que o professor é ao mesmo
tempo pesquisador e participante da implementação. A partir deste enfoque, torna-se
importante a reflexão de que o pesquisador pode ser influenciado pela realidade
conforme ela vir a se apresentar, com possibilidade de alteração em sua proposta inicial
em função de variáveis que possam ocorrer. (Ludke, 2003)
Umas das principais características do autismo nas pessoas são o seu
comportamento e ação. Sendo elas também variadas de acordo com o transtorno
detectado e, cada um. É uma sequência de perturbações do desenvolvimento da criança
caracterizadas por um agrupamento de sintomas e provocadas por um problema a nível
neurológico, originando a falta de habilidades sociais no qual a criança deixa de
compreender o outro, dificultando a fala verbal e não verbal, uso de movimentos e ações
repetitivas. Esses sintomas podem melhorar com o passar dos anos e o devido
tratamento,

O termo TDP, ou Transtorno de Desenvolvimento Pervasivo, é utilizado para descrever


problemas no desenvolvimento de uma criança. Os TDPs são chamados de transtornos de
“espectro” porque cada criança apresenta sintomas que diferem em intensidade, variando de
leve a bastante grave. (AUTISM CONSORTIUM, 2008, p.01)

Os autistas possuem transtornos que são os classificados que atuam em três áreas
das habilidades humanas: comunicação, habilidade social e comportamento, no caso dos
TDP-NES (Transtornos de Desenvolvimento Pervasivo- Não Específico) e síndrome de
Asperger, não apresentam problemas nas três áreas, apresentando problemas específicos
que pode ajudar no seu convívio social. É por esses motivos e outros que a escola e o
professor tem que estar preparados para lhe dar com esses alunos, usando melhores
métodos de ensino e convivências precisas presenciadas para todos os alunos ao seu
redor, para que o aluno autista não se sintam diferente dos demais colegas da sua sala.
A arte de ensinar não é trabalho fácil, como muitas pessoas pensam que é. Ao
contrário é o procedimento que requer competências e habilidades para que o
especialista ou regente da turma consiga diferenciar e vincular fatores sociais,
individuais, internos e externos, que influenciam o tempo todo no ensino.
Mesmo diante de tantas complicações é necessário que o professor busque alternativas
que podem ser encontradas através de um bom planejamento, além da construção do
Projeto Político Pedagógico que é o principal meio que conduzirá a escola, já que deve
ter a participação do professor na sua elaboração e nesta hora o professor precisa ser
ousado como cita Gadotti (1940, p. 03) “o projeto da escola depende, sobretudo da
ousadia dos seus agentes”. Logo, com essas alternativas o professor e a escola estarão
não só pensando no seu aluno mais também dando um passo importante no ensino para
crianças autistas, afinal, esse lhe é um direito garantido por lei.
De acordo com o Congresso Nacional, no que diz respeito à educação, a
legislação 12.764, de 27 de dezembro de 2012 que institui uma Política Nacional de
Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, garante perante o
Art. 2o, Parágrafo VII –“o incentivo à formação e à capacitação de profissionais
especializados no atendimento à pessoa com transtorno do espectro autista, bem como a
pais e responsáveis”. É necessário que estes profissionais busquem essa formação e
capacitação, uma vez que, as crianças autistas devem ser inclusas na escola e para isso
os profissionais devem está preparados para o acolhimento e para o ensino dessas
crianças na sala de aula na tentativa de promover a aprendizagem, percebendo que esta
tem direito a uma educação com qualidade, como ainda impõe a lei no que diz respeito
ao acesso no Art. 3º, parágrafo IV - que “todo autista tem direito à educação e ao ensino
profissionalizante”.]
Na criança autista há uma limitação no domínio da sua linguagem, mas há
também uma percepção visual mais precisa,fazendo com que o professor selecione
atividades e métodos visuais concretos, com estimulas visuais, pois os verbais eles tem
mais dificuldades.
Possivelmente por essa habilidade visual, é que muitos autistas tornam-se bons artistas,
desenhistas e programadores de computador. Quem irá trabalha com esses alunos por
determinados assuntos, seria ideal estimular e trabalhar com coisas de seu interesse na
sala de aula. É fundamental o professor auxiliar a família dar continuação á suas
atividades feitas com esses alunos.
Ao iniciar a aula o professor deve preparar o ambiente sem muito barulho para
que não perturbe o aluno, pois eles podem ficar agitados muitas vezes com a voz alta do
professor, campainha da escola, o arrastar de cadeiras e mesas, o microfone ou qualquer
outro tipo de barulho que devem ser evitados ou ao menos amenizados. E essa
sensibilidade sonora, pode ser aproveitada pelo professor como métodos de ensino,
cantar para as crianças pode ser um ótimo meio de efetuar a aprendizagem.
Ao alfabetizar essas crianças, que apresenta dificuldades na coordenação motora,
pode ser utilizado o auxílio de um computado, histórias contadas com materiais
concretos, letras e números móveis e coloridos, pois na maioria das vezes os autistas
possuem grande habilidade no manuseio destes. Cabe ao professor ter um olhar sensível
para perceber o que de fato funciona e pode auxiliar no processo de aprendizagem
dessas crianças.

Quanto mais significativo para a criança forem os professores, maiores serão as chances dela
promover novas aprendizagens, ou seja, independente da programação estabelecida, ela só
ganhará dimensão educativa quando ocorrer uma interação entre o aluno autista e o professor
(SCHWARTZMAN E ASSUNÇÃO JUNIOR, 1995).

Portanto ao acolher e contribuir com a educação de autistas, não é uma tarefa


fácil, o professor deve o receber com carinho e um olhar acolhedor, explorando as suas
melhores habilidades e atribuindo metodologias que facilitam a sua vida escolar e
familiar, a figura dele, bem como a relação professor/aluno é imprescindível para o
ensino-aprendizagem de qualidade.

CONCLUSÃO
Ao estudar o conteúdo sobre a educação de crianças autistas, foram buscadas as
melhores maneiras de compreender as dificuldades e as possibilidades do campo,
tornou-se necessário um maior aprofundamento sobre as discussões teóricas que estão
sendo produzidas nos últimos anos em âmbito das pesquisas acadêmicas.
Pude concluir que é de suma importância que as crianças autistas frequentem
uma escola o que é um direito garantido pela legislação 12.764, de 27 de dezembro de
2012, uma vez que, pode ajudar no desenvolvimento além de favorecer a aprendizagem
da criança. Esta legislação também garante o incentivo à capacitação dos profissionais
para atuar com os autistas, pois é de grande importância para estar numa sala de aula
com crianças autistas, o profissional deve está preparado para não só saber agir, como
também ensinar. Para esse fim ele deverá utilizar de metodologias que melhoram a
aprendizagem da criança autista. Sendo que o professor deve respeitar suas limitações,
mas deve também propor atividades incentivadoras promovendo estímulos e quem sabe,
sua superação que pode levar por toda a vida.
As observações feitas na sala de aula e a convivência propiciaram conhecer
melhor o aluno. Por isso, algumas estratégias foram adotadas. Entre elas: balas (doces)
foram utilizadas inicialmente como estímulos e reforço para as atividades realizadas.
Aos poucos, elas foram substituídas por caminhadas no pátio ou na rua em frente à
escola, músicas e cantigas de rodas como ajuda na socialização com os outros colegas;
colchonete para descanso; todos passaram a ser utilizados para estimular a execução das
atividades propostas; também como reforço e para prevenindo conter crises
comportamentais, buscando também boas medidas para que seja confortável o seu
ambiente de convívio.
Dessa forma, concluímos que é preciso que a escola seja um ambiente inclusivo
e propicio para o acesso da pessoa autista, é necessário que saibam lidar com a diferença
de etapas existentes e utilizar propostas metodológicas de acordo com a necessidade de
cada criança autista.

REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.autismconsortium.org/attachments/PIP_PORT_2013.pdf.
Acessado em: 10/04/2013.
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