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Biologia de Comportamento Narcisia UCM

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UNIVERSIDADE CATOLICA DE MOCAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCACAO E ADISTANCIA

Tema: Analise das diferentes formas de comportamentos dos animais, em diferentes


estágios da vida, bem como a sua interacção com o seu habitat.

Nome: Narcísia André José, Codigo: 708191127

Curso: Licenciatura em Biologia


Disciplina: Biologia de Comportamento
4oAno

Tete, Maio, 2022


Categorias Indicadores Padrões Classificação
Pontuação N Subto
ota do tal
máxima
tutal

 Capa 0.5
Aspectos
organizacionais  Índice 0.5
Estrutura
 Introdução 0.5
 Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do
1.0
problema)
 Descrição dos 1.0
objectivos
Introdução

 Metodologia adequada
ao objecto do trabalho
2.0
 Articulação e domínio
do discurso académico
(expressão escrita
cuidada, coerência/ 2.0
coesão textual)
 Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais
Conteúdo
relevantes na área de 2.0
Análise e estudo
discussão
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos e 2.0
práticos
Conclusão
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos Formatação
paragrafo, espaçamento
gerais
entre linhas 1.0
Normas APA  Rigor e coerência das
6ª edição em citações/referências
Referências 4.0
citações e bibliográficas
Bibliográficas
bibliografia

Recomendações de melhoria:
_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
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___________________________________________________________________________

3
Índice Pág
Introdução...................................................................................................................................5
Objectivos...............................................................................................................................5
Metodologia............................................................................................................................5
Comportamento animal nos livros didácticos.............................................................................6
Onde trata de comportamento animal.........................................................................................8
Comportamento alimentar.......................................................................................................8
Comportamento reprodutivo e busca por recursos..................................................................8
Competição por recursos.........................................................................................................8
Cuidado parental.....................................................................................................................9
Comunicação...........................................................................................................................9
Locomoção............................................................................................................................10
Migração...............................................................................................................................10
Defesa e socialidade..............................................................................................................10
Onde poderia ser trabalhado o tema comportamento animal...................................................11
Comportamento animal: utilizando um campo de conhecimentos para articular conteúdos
fragmentados.............................................................................................................................12
Conclusão..................................................................................................................................13
Referências bibliográficas.........................................................................................................14

4
Introdução
Nesta pesquisa, analisamos como o tema comportamento animal encontra-se presente nos
livros didácticos de Biologia, bem como propomos alternativas para inserção dessa área no
Ensino de Biologia. Como resultado, foi possível verificar que o comportamento animal não
está apresentado de modo formal em unidades nos livros didácticos analisados, e sim
permeado nos diversos conteúdos de zoologia, ecologia e evolução, principalmente. A partir
da disposição desse tema, ao longo de tais livros, buscamos debater a importância de sua
abordagem, como uma ferramenta para tornar os conteúdos mais articulados e significativos,
rompendo com a tradição de fragmentação do ensino das diferentes áreas que compõe as
Ciências Biológicas.

O comportamento animal permite uma discussão mais ampla acerca dos organismos e de suas
complexas relações (Krebs e Davies, 1996).Mesmo que o livro didáctico tenha a função de
proporcionar ao aluno a compreensão da sociedade, as pesquisas sobre esse material revelam
que muitos não são adequados à realidade regional ou não são actualizados como deveriam
(Amorim e Terrazzan, 1998). Outras pesquisas apontam que os livros didácticos de ciências
dão muita importância ao vocabulário biológico e, ao se considerar especificamente os
conteúdos de zoologia destes livros, têm-se os animais representados em uma abordagem
sistemática e de forma antropocêntrica, sendo classificados como úteis ou não ao ser humano
(Neiman, 1995; Oliveira, 1992; Santos, 2003b; Schwertner, 2003).

Objectivos
O presente trabalho procura trazer contribuições para o ensino de Biologia. A partir de
análises das unidades de Ecologia, Evolução e Zoologia dos livros didácticos de Biologia.

Metodologia
A presente pesquisa utilizou-se como metodologia de análise qualitativa documental
(Chizzotti, 2001; Corazza, 2002; Fischer, 2002; Lüdke e André, 1986). Os documentos são do
tipo técnico, constituindo-se de livros didácticos de Biologia, para além do módulo
disponibilizado pela UCM

Para a organização da análise apresento a discussão a partir de duas categorias. As categorias


foram elaboradas através da relação entre os objectivos de nossa pesquisa, do referencial
teórico e da leitura dos livros didácticos. A prática de análise documental trata, portanto, da
articulação com as fundamentações teóricas, que nos dão subsídios para pensar tais materiais,

5
relacionando-os com o momento histórico e os valores sociais atribuídos à ciência nos dias de
hoje. A forma de análise passa por nos apropriarmos

Fischer (2002, p. 54) ao exemplificar uma pesquisa sua, dirá que ela se faz através da
organização dos dados, inúmeras vezes, e que seu trabalho;

Consistia em anotar ideias sugeridas pelos textos, a princípio de modo quase intuitivo e
bastante livre, até que elas tomassem corpo em uma espécie de árvore dos enunciados, cuja
ramificação se desenhava conforme um roteiro dado pelas hipóteses de trabalho.

Fundamentados nesta estratégia de pesquisa de análise documental, descrita acima, ao


analisar os livros didácticos organizamos as seguintes categorias:

- Onde trata de comportamento animal: representações diversas, sobre animais, que


abordavam o tema comportamento animal, de forma conceitual, descritiva e/ou ilustrativa.
Neste artigo, excluímos todas as discussões que não se vinculavam com comportamento
animal, tais como nomenclatura, relações antropocêntricas e fragmentação de conteúdo,
dentre outras.

Assim, a partir desta organização, de categorização e selecção de imagens e textos,


analisamos e sugerimos como o tema comportamento animal pode ser trabalhado em escolas e
quais as contribuições para o ensino de Biologia.
Comportamento animal nos livros didácticos
Sob o entendimento de que comportamento animal é “todo e qualquer ato executado por
um animal, perceptível ou não, ao universo sensorial humano” (Del-Claro e Prezoto, 2003, p.
12). Tomamos como representação de comportamento animal, nos livros didácticos
analisados, os textos e as figuras sobre animais, que descrevem e/ou definem alguma acção do
animal em questão.

Também pautamos em nossas discussões o fato de o estudo do comportamento animal auxiliar


a entender alguns aspectos fisiológicos, genéticos, evolutivos e ecológicos que abrangem o
próprio comportamento, permitindo, assim, uma melhor compreensão acerca de vários
factores que envolvem a biologia animal. Visto que, segundo Neiman (1995),
indiferentemente do grupo taxonómico a que pertença, todos os seres vivos precisam resolver
problemas relacionados à sua sobrevivência, por exemplo, como obter alimento e energia,
distribuir as substâncias pelo corpo, eliminar os resíduos, coordenar movimentos e reproduzir-
se. O autor também afirma que o que difere um organismo e outro quanto a estas necessidades
é a forma como eles o fazem para supri-las.

6
As exposições de comportamento presentes nos livros didácticos analisados estão
relacionadas aos comportamentos descritos na literatura (comportamento alimentar e
reprodutivo, busca e competição por recursos, cuidado parental, comunicação, locomoção,
migração, defesa e socialidade). Essas representações estão presentes nas unidades de
ecologia (156), seres vivos (156), evolução (14), genética (3) e embriologia (3).

Na unidade dos seres vivos, as descrições de comportamentos são relatadas junto àquelas
sobre características dos organismos, especialmente com relação às estruturas, à diversidade e
à reprodução. Em ecologia, as interpretações de comportamentos aparecem ligadas às
interacções entre os organismos (competição, predação, mutualismo), aos textos sobre cadeia
alimentar, e aos textos sobre as características dos ambientes (clima e recursos). Na unidade
de evolução, os comportamentos estão relacionados à selecção natural, sendo que há um
tópico especial sobre migração.

Com relação à evolução dos animais, a observação, tanto de suas interacções com o meio,
quanto de suas interacções com outros animais, permite questionar os complexos mecanismos
de sobrevivência (adaptações e contra-adaptações), que, segundo Krebs e Davies (1996),
podem revelar a coexistência entre alguns organismos ao longo do tempo. Essa coexistência
pode ser vista em relações mutualistas e de presa e predador, por exemplo.

Diante dessas discussões acerca da relevância das observações do comportamento dos


animais, apresentamos, abaixo, algumas representações encontradas nos livros didácticos
analisados, e os tipos de comportamento animal a que se vinculam, de acordo com as
categorias que foram elaboradas para esta pesquisa. Posteriormente, sugerimos suas possíveis
relações com o ensino de Biologia, maneiras e importância de abordar este tema em sala de
aula.

Onde trata de comportamento animal


Comportamento alimentar
O comportamento alimentar é definido como o “conjunto de acções através das quais um
organismo assimila alimentos ou minimiza o tempo necessário para obter o alimento” (Del-
Claro e Prezoto, 2003, p. 260).

Em alguns trechos de texto também há a presença de descrições de comportamento alimentar,


como, por exemplo, no livro FM (Unidade 4 – A diversidade da vida, p. 206), ao constar que
“Aglifodontes (ou áglifas) – não possuem presas. Os exemplos são a sucuri e a jibóia, que
matam suas presas por constrição”; e no livro JL (Unidade 4 – Os seres vivos, p. 453), ao

7
afirmar que “O pirarucu (Arapaima gigas) é o maior peixe de água doce do mundo [...] Eles
não possuem dentes poderosos, mas engolem suas presas e as pressionam com sua língua
contra o interior da boca.”

Comportamento reprodutivo e busca por recursos


Com relação ao comportamento reprodutivo, os livros apresentam exemplos, inclusive um
deles referindo-se a cópula, que, segundo Del-Claro (2004) é o “comportamento reprodutivo
que resulta na deposição de esperma do macho no trato reprodutivo da fêmea” (p. 123): “Na
maioria das aves, a cópula se faz pela colocação da cloaca do macho junto à fêmea” (FM,
Unidade 4 – A diversidade da vida, p. 207).

Outro exemplo relacionado tanto ao comportamento reprodutivo quanto à busca por recursos,
apresentado em um dos livros, é a luta por uma fêmea. Krebs e Davies (1996) afirmam que
“as fêmeas são um recurso escasso disputado pelos machos e grande parte da corte pode ser
entendida em termos de competição por acasalamento” (p. 206). O autor também diz que
defender os recursos, através da luta, é uma forma de manter outros animais afastados de tais
recursos.

Competição por recursos


Também foram apresentados outros exemplos referentes à competição, entendida por Del-
Claro (2004) como “disputa de um mesmo recurso por duas ou mais espécies, quando o
recurso geralmente é insuficiente para as necessidades combinadas dessas espécies” (p. 123).
Krebs e Davies (1996) afirmam que “alguns animais competem por recursos [...] através da
territorialidade” (p. 110). O autor também relata que os “indivíduos de diferentes espécies
com necessidades ecológicas similares podem competir e algumas vezes o fazem através da
defesa de territórios” (p. 117).

Esse comportamento aparece descrito, ao falar de relações ecológicas, no livro JL (Unidade 1


– Introdução à biologia e princípios de ecologia, p. 72), no trecho: “Quando ocorre a
competição intra-específica, que é verificada entre indivíduos de uma mesma população [...]
Um exemplo desse tipo de competição é a territorialidade, disputa por espaço”.

Cuidado parental
O comportamento de cuidado parental também foi relatado pelos livros analisados. Para
Wilson (2000) o cuidado parental é “qualquer comportamento em favor da prole, que aumente
as chances de sobrevivência da prole ao custo da habilidade dos pais em investir em proles
futuras” (p. 591). Alguns textos descreviam apenas como ocorre o comportamento na espécie:

8
A mais estranha peculiaridade dos quivis está na reprodução. As fêmeas põem de um
a três ovos e podem até incubá-los por um certo tempo, mas abandonam o ninho logo
em seguida, deixando aos machos a maior parte da tarefa da incubação (WRP, Unidade
1 – Reprodução e desenvolvimento, p. 46).

A maioria das aves apresenta ‘cuidado parental’: os pais vigiam os ovos no ninho,
protegendo-os contra predadores e chocam os ovos, fornecendo-lhes o calor necessário
para o desenvolvimento dos embriões. Após a eclosão, os filhotes são alimentados pelos
pais até que surjam as penas para o vôo e eles tenham condições de obter o seu próprio
alimento (JL, Unidade 4 – Os seres vivos, p. 495).

Comunicação
Outros comportamentos, como a comunicação, foram ressaltados pelos livros. A
comunicação é um sinal emitido por um organismo, que modifica o comportamento dos
organismos que o captam (Del-Claro, 2004; Krebs e Davies, 1996). Esse tipo de
comportamento aparece descrito como os exemplos abaixo:

A conhecida ‘dança das abelhas’ constitui um rito pelo qual uma abelha informa às
demais a localização de alimento, em relação ao sol e à colméia (WRP, Unidade 4 –
Ecologia, p. 222).

[Aves] O colorido das penas funciona como um mecanismo de comunicação entre


indivíduos de uma mesma espécie. Em muitas espécies, os machos possuem penas
coloridas que atraem as fêmeas na época reprodutiva. (JL, Unidade 4 – Os seres vivos,
p. 494).

Existem animais que produzem substâncias odoríferas – os feromónios – que interferem no


comportamento de outros membros da mesma espécie (FM, Unidade 4 – A diversidade da
vida, p. 274).

Locomoção
A locomoção, conjunto de acções pelas quais um organismo executa movimentos, é um tipo
de comportamento que foi descrito nos livros didácticos sob o padrão comportamental de
andar: “Para fixação ao substrato, as sanguessugas utilizam a ventosa da região posterior e
para locomoção utilizam as duas ventosas, realizando um movimento curioso, conhecido
como ‘mede-palmos’” (JL, Unidade 4 – Os seres vivos, p. 397).

E sob o padrão comportamental de saltar:

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Uma característica que chama atenção nos sapos são as patas adaptadas ao salto: as
posteriores são grandes e possibilitam impulsão; as dianteiras são pequenas e muito
fortes, capazes de absorver o impacto no solo (JL, Unidade 4 – Os seres vivos, p. 461).

Migração
A migração, movimento em massa no mesmo sentido, geralmente com padrão sazonal
(Alcock, 2009), foi citada na unidade de ecologia: “Outros animais, entretanto, como a rena,
durante o período de escassez alimentar migram para outras regiões, em busca de condições
mais favoráveis de vida” (WRP, Unidade 4 – Ecologia, p. 249).

E também na unidade de evolução: “[...] quando indivíduos de uma população migram para
outra e ali se reproduzem, pode ocorrer o aumento no número de genes do conjunto gênico da
população para onde foram” (JL, Unidade 6 – Genética e evolução, p. 681).

Defesa e socialidade
A defesa apresenta-se no indivíduo como meio de manter outros organismos afastados de
si, através de lutas ou exibições agressivas (Krebs e Davies, 1996):

Os diplópodes são conhecidos popularmente por piolhos-de-cobra, mil-pés, embuás,


gongolos; são animais herbívoros [...] os diplópodes são lentos e preparados para defesa.
Quando se sentem ameaçados, enrolam-se e emitem um cheiro forte e desagradável,
visando afugentar seus possíveis predadores (JL, Unidade 4 – Os seres vivos, p. 422).

Além de ocorrer nos indivíduos, o comportamento de defesa também aparece nos grupos
de animais sociais:

Os cupins ou térmitas (pertencem à ordem Isoptera) são insectos sociais que


apresentam também várias castas [...] Entre os operários incluem-se os soldados,
indivíduos geralmente cegos, encarregados de defender o cupinzeiro (fig. 17.5) (WRP,
Unidade 4 – Ecologia, p. 224).

A socialidade, presente não somente nos cupins, é definida por Wilson (2000) como “o total
dos padrões comportamentais de uma espécie devido à interacção entre os indivíduos dessa
espécie” (p. 595).

Onde poderia ser trabalhado o tema comportamento animal


Alguns pontos dos livros didácticos analisados, embora não mostrassem relação “directa” com
o tema comportamento animal, poderiam ser utilizados pelos professores para eventuais
trabalhos relacionados ao comportamento animal. As partes dos livros que mais deixam

10
espaço para inserção do tema estão relacionadas ao comportamento alimentar e reprodutivo,
cuidado parental e comunicação, além de apresentar oportunidades de se discutir estratégias
envolvidas na realização de diferentes comportamentos, como a defesa e a locomoção.

Os textos sobre a diversidade de animais possuem algumas representações, que poderiam


ser aproveitadas para se inserir questões sobre os mecanismos envolvidos com o
comportamento alimentar:

A eficácia no processo de captura de presas implica a presença de uma série de


adaptações morfofisiológicas, que variam de uma espécie para outra de predadores.
Entre essas adaptações, podemos considerar: capacidade de deslocamentos rápidos no
ambiente [...] faro aguçado [...] grande desenvolvimento dos dentes caninos [...]
capacidade de produção de teias [...] capacidade de inoculação de veneno (WRP,
Unidade 4 – Ecologia, p. 207).

Em outro exemplo, o texto do livro FM (Unidade 1 – O cenário da vida, p. 7) fala sobre


metabolismo sem relacionar-se com a figura, que nem sequer é apresentada, mas constitui-se
uma oportunidade de se trabalhar o comportamento alimentar de aves.

Algumas figuras mostram ser óptimas oportunidades para se trabalhar o tema cuidado
parental.

Figuras, presentes nos conteúdos sobre classificação dos seres vivos, também representam
comportamentos, mas não há comentários sobre o mesmo, tanto no texto como no enunciado
da figura. Configuram-se como momentos relevantes para se falar sobre determinados
comportamentos (como a defesa) em alguns animais.

Em relação a como as estruturas dos animais estão relacionadas com comportamentos


essenciais à vida destes (como a locomoção), novamente as figuras surgem como alternativa:
“Quelônios (ordem Chelonia) – reúnem as tartarugas, os cágados e os Jabutis” (FM, Unidade
4 – A diversidade da vida, p. 205).

Comportamento animal: utilizando um campo de conhecimentos para articular


conteúdos fragmentados
O fato de a presente pesquisa ter destacado o tema comportamento animal em três livros
didácticos de Biologia, se deve, especialmente, às possibilidades que este assunto dá ao
professor. Considerando que os professores devem utilizar o livro didáctico para permear suas
actividades pedagógicas, com base nos resultados deste trabalho, apontamos que os conteúdos
presentes neste recurso didáctico, poderiam ser abordados de outra forma que não a gradativa

11
– na ordem como eles estão apresentados (Souza, 2002). O tema comportamento animal,
como foi exposto ao longo desta pesquisa, não aparece de forma organizada em uma unidade
ou capítulo, mas permeando diferentes temas. O professor pode utilizar-se deste assunto para
trabalhar com os mais diversos tópicos da disciplina de Biologia, tornando-os mais
significativos e agregando conhecimentos a outras áreas da Biologia.

Analisar os animais e os seus mecanismos de “sobrevivência”, através de seu


comportamento, nos desperta a “uma percepção mais globalizada dos fenómenos biológicos e
contribui para uma compreensão mais rica em significados” (Neiman, 1995, p. 333). A partir
do momento em que se tem clareza de que as variáveis ecológicas (pressão ambiental,
predação, disponibilidade de alimento, dentre outras) influenciam o comportamento dos
animais, têm-se a consciência da importância da preservação e conservação dos ambientes,
sejam estes naturais ou não (Araújo et al., 2006; Del-Claro e Prezoto, 2003; Krebs e Davies,
1996; Neiman, 1995).

O comportamento animal pode ser utilizado como ferramenta com a qual podemos discutir
mecanismos de conservação, por exemplo, a partir da relação entre hábitos alimentares e
ocupação territorial de determinados animais. A partir dos livros analisados, podemos, por
exemplo, articular a figura 1 e o texto que fala sobre competição por território (Livro JL,
Unidade 1 – Introdução à biologia e princípios de ecologia, p. 72, citado no subitem
Competição por recursos, deste artigo), que estão em unidades equivalentes de livros
diferentes, o que nos indica, também, que fixarmos -nos em apenas um livro didáctico talvez
seja pouco se quisermos ampliar a gama de conhecimentos levados à sala de aula. Mais do
que relacionar temas em unidades similares, esta mesma relação pode ser estabelecida entre os
exemplos do subitem Comportamento alimentar (Figura 1 e textos imediatamente abaixo) que
são compostos de unidades diferentes dos livros analisados: Ecologia, Diversidade da Vida e
Seres Vivos.

Dessa forma, trabalhando o conceito de que “animais maiores precisam comer mais
alimento e assim, em geral, espera-se que apresentem área de acção maior” (Krebs e Davies,
1996, p. 35), é possível construirmos noções de conservação com os estudantes, relacionando
diferentes conhecimentos que envolvem a Biologia Animal. Considerando que Conservação,
atualmente, é um tema de grande relevância e, além disso, não pode ser tratado de modo
separado de nossas vidas e responsabilidade sócia

12
Conclusão
Com este estudo, buscamos apresentar como o comportamento animal está presente em três
livros didácticos de Biologia e, a partir de então, sugerir como este tema pode ser inserido no
Ensino Médio, apontando sua relevância para a integração de diferentes áreas da Biologia.

O estudo do comportamento animal pode ser utilizado como subsídio para explicar os mais
diversos conteúdos de Biologia. Observar e buscar compreender o comportamento dos
animais pode instigar a curiosidade dos alunos sobre os mecanismos e adaptações envolvidos
nos diferentes comportamentos que os animais apresentam. Após essa visão, é possível
compreender como os animais utilizam e convivem em seu meio e como necessitam do meio
para sobreviver. Esses conhecimentos podem ser utilizados para os estudos de preservação e
conservação dos animais.

Muito além de mesclar os conteúdos de Biologia, o grande diferencial de se utilizar o


estudo do comportamento, tanto os que podem estar presentes no livro, quanto em outros
espaços de divulgação científica, é a possibilidade de trabalhar com animais vivos (através da
observação de animais, por exemplo, nos espaços onde estes vivem e os estudantes têm
acesso, como parques, zoológicos, bosques, lojas animais e nas próprias residências dos
estudantes). Diferente do que é apresentado por muitos outros conteúdos da Biologia (como
anatomia e fisiologia, ecologia e taxonomia), em que os animais são estudados quando estão
mortos ou são vistos apenas figuras destes animais.

13
Referências bibliográficas
AMORIM, M.A.L. e E.A. Terrazzan (1998). A relação homem-mundo natural nos livros
didáticos de ciências, Revista Educação, 23, 1, 45-49.

ARAÚJO, A. et al. (2006). Práticas para o ensino do comportamento animal. Em M.


YAMAMOTO e. G. L. Volpato (Org.), Comportamento Animal. (pp. 271-287). Natal:
EDUFRN.

DEL-CLARO, K. (1997). O ensino de etologia: resgatando a História Natural, Anais de


Etologia, 15, 249-253.

DEL-CLARO, K. (2004). Comportamento animal: uma introdução à ecologia


comportamental. Jundiaí: Editora Livraria Conceito.

NAFTAL,J. Naftal- Manual de Biologia do comportamento - Licenciatura em ensino de


Biologia –UCM-Beira

14

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