6.2.
7 EPI para proteção dos membros inferiores
CURSO DE RECICLAGEM NR-33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS
TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS
SUPERVISOR DE ENTRADA
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 8
2. DEFINIÇÕES .............................................................................................. 9
2.1 Introdução ............................................................................................. 9
2.2 Segurança do Trabalho ......................................................................... 9
2.3 Espaços Confinados ........................................................................... 10
2.4 Trabalhadores em Espaços Confinados ............................................. 12
3. RESPONSABILIDADES............................................................................ 16
3.1 Introdução ........................................................................................... 16
3.2 É responsabilidade da organização .................................................... 16
3.3 Responsável Técnico .......................................................................... 18
3.4 Trabalhador Autorizado ....................................................................... 18
3.5 Supervisor de Entrada......................................................................... 19
3.6 Vigia .................................................................................................... 20
3.7 Equipe de Emergência e Salvamento ................................................. 21
4. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO................... 23
4.1 Introdução ........................................................................................... 23
4.2 Normas Regulamentadoras ................... Erro! Indicador não definido.
4.3 NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados 43
4.4 Normas Complementares ................................................................... 45
5. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS CONFINADOS ................................... 46
5.1 Introdução ........................................................................................... 46
5.2 Classificação dos Espaços Confinados............................................... 47
5.2.1 Características geométricas ......................................................... 47
5.2.2 Classificação por categoria ........................................................... 48
5.2.3 Classes ......................................................................................... 48
5.3 Identificação do Espaço confinado ...................................................... 49
5.4 Locais que Possuem Espaços Confinados ......................................... 50
5.5 Atividades em Espaços Confinados .................................................... 52
6. RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE DE RISCOS ............. 54
6.1 Introdução ........................................................................................... 54
6.2 Reconhecimento do Riscos ................................................................. 55
6.3 Avaliação dos Riscos .......................................................................... 56
6.4 Controle de Riscos .............................................................................. 58
6.4.1 Identificar, Sinalizar e Isolar os Espaços Confinados para Evitar a
Entrada de Pessoas não Autorizadas ....................................................... 59
6.4.2 Controle de Riscos Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e
Mecânicos ................................................................................................. 60
6.4.3 Prever a Implantação de Travas, Bloqueios, Alívio, Lacres e
Etiquetagem .............................................................................................. 65
6.4.4 Implementar Medidas Necessárias para Eliminação ou Controle
dos Riscos Atmosféricos ........................................................................... 69
6.4.5 Avaliar e Monitorar para Manter a Atmosfera nos Espaços
Confinados Segura ................................................................................... 71
6.4.6 Medidas de Controle de Riscos .................................................... 74
7. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E FUNCIONAMENTO ........................... 78
7.1 Equipamentos de Proteção Coletiva ................................................... 79
7.1.1 Cone de Sinalização ..................................................................... 81
7.1.2 Fita de Sinalização ....................................................................... 81
7.1.3 Grade Metálica Dobrável .............................................................. 82
7.1.4 Sinalizador Strobo ........................................................................ 82
7.1.5 Banqueta Isolante ......................................................................... 83
7.1.6 Escadas e Rampas com Corrimão e Antiderrapantes .................. 83
7.1.7 Pisos Antiderrapantes ................................................................... 83
7.1.8 Placas de Sinalização ................................................................... 84
7.1.9 Ar-Condicionado ........................................................................... 86
7.1.10 Exaustores ................................................................................ 87
7.1.11 Sistema de Purificação do Ar .................................................... 88
7.1.12 Sistema de Proteção Contra Agentes Químicos ....................... 88
7.2 Equipamentos de Proteção Individual ................................................. 89
7.2.1 EPI para proteção da cabeça ....................................................... 92
7.2.2 EPI para Proteção dos Olhos e Face ........................................... 93
7.2.3 EPI para Proteção Auditiva ........................................................... 95
7.2.4 EPI para Proteção Respiratória .................................................... 95
7.2.5 EPI para Proteção do Tronco ....................................................... 96
7.2.6 EPI para Proteção dos Membros Superiores ............................... 98
7.2.7 EPI para proteção dos membros inferiores ................................ 100
7.2.8 EPI para Proteção do Corpo Inteiro ............................................ 102
7.2.9 EPI para Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível ....... 104
8. PROCEDIMENTOS E UTILIZAÇÃO DA PERMISSÃO DE ENTRADA E
TRABALHO .................................................................................................... 105
8.1 Introdução ......................................................................................... 105
8.2 Medidas Administrativas ................................................................... 105
8.3 Procedimentos de Trabalho .............................................................. 107
8.4 Permissão de Trabalho ..................................................................... 109
8.4.1 Formato de Emissão................................................................... 109
8.4.2 Emissão da PET ......................................................................... 110
8.4.3 Prorrogação da PET ................................................................... 110
8.4.4 Encerramento a PET .................................................................. 111
8.4.5 Validade ...................................................................................... 111
9. NOÇÕES DE RESGATE E SALVAMENTO ............................................ 113
9.1 Introdução ......................................................................................... 113
9.2 Identificar a Avaliação de Risco ........................................................ 113
9.3 Emergência e Salvamento ................................................................ 114
9.4 Equipes de Resgate .......................................................................... 115
9.5 Equipamentos Utilizados em Resgates e Salvamento ...................... 116
10. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA .................................. 118
10.1 Introdução ...................................................................................... 118
10.2 Procedimentos de Implantação e Administração do Programa ..... 119
10.2.1 Regras e Responsabilidades ................................................... 120
10.3 Tipos de Respiradores ................................................................... 121
10.3.1 Respiradores por Adução de Ar .............................................. 122
10.3.2 Respiradores Purificadores de Ar ............................................ 125
10.4 Seleção de Respiradores ............................................................... 127
10.5 Ensaio de Vedação ........................................................................ 128
10.6 Uso dos Respiradores.................................................................... 129
10.6.1 Verificações Preliminares ........................................................ 129
10.6.2 Troca de Filtros ....................................................................... 129
10.6.3 Conhecimentos do Usuário Sobre Proteção Respiratória ....... 130
10.6.4 Percepção dos Contaminantes ............................................... 131
10.6.5 Aumento da Resistência à Respiração ou Redução da Vazão de
Ar 131
10.6.6 Embaçamento do Visor ........................................................... 131
10.6.7 Dispositivo de Alarme .............................................................. 131
10.6.8 Danos no Respirador............................................................... 131
10.7 Manutenção, Higienização, Inspeção e Guarda ............................ 132
10.7.1 Descontaminação .................................................................... 132
10.7.2 Limpeza e Higienização .......................................................... 132
10.7.3 Inspeção .................................................................................. 134
10.7.4 Manutenção e Reparos ........................................................... 135
10.7.5 Guarda e Armazenagem ......................................................... 136
11. ÁREAS CLASSIFICADAS .................................................................... 138
11.1 Introdução ...................................................................................... 138
11.2 Atmosferas Explosivas ................................................................... 138
11.3 Fontes de Ignição .......................................................................... 139
11.3.1 Fontes de Ignição de Origem Não Elétrica .............................. 139
11.3.2 Fontes de ignição de Origem Elétrica...................................... 140
11.4 Classificação das Áreas ................................................................. 141
11.4.1 Zona 0 ..................................................................................... 141
11.4.2 Zona 1 ..................................................................................... 142
11.4.3 Zona 2 ..................................................................................... 142
11.5 Causas das Explosões................................................................... 143
11.6 Efeitos das Explosões .................................................................... 144
11.7 Cuidados em Áreas Classificadas ................................................. 145
12. CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS PARA
CONTROLE DE RISCOS ............................................................................... 146
12.1 Introdução ...................................................................................... 146
12.2 Medição de Gases ......................................................................... 146
12.3 Equipamentos de Medição............................................................. 148
12.3.1 Explosímetro ........................................................................... 148
12.3.2 Oxímetro.................................................................................. 149
12.3.3 Decibelímetro .......................................................................... 150
12.3.4 Termômetro ............................................................................. 150
12.3.5 Amostradores de Gases e Vapores ........................................ 151
12.4 Seleção dos Equipamentos para Controle de Riscos .................... 151
13. CONHECIMENTOS SOBRE PRÁTICAS SEGURAS EM ESPAÇOS
CONFINADOS ............................................................................................... 153
13.1 Redução de Contaminação............................................................ 153
13.2 Purga ou Inertização ...................................................................... 153
13.3 Ventilação ...................................................................................... 154
13.3.1 Métodos de Ventilação de Espaços Confinados ..................... 155
13.3.2 Recomendações na Utilização dos Ventiladores .................... 157
14. OPERAÇÕES DE SALVAMENTO ....................................................... 158
14.1 Introdução ...................................................................................... 158
14.2 Equipamentos Utilizados................................................................ 158
14.2.1 Guincho ................................................................................... 159
14.2.2 Tripé ........................................................................................ 159
14.2.3 Monopé ................................................................................... 159
14.2.4 Equipamento de Comunicação ............................................... 160
14.2.5 Equipamentos de Iluminação .................................................. 160
14.2.6 Equipamentos de Proteção Respiratória ................................. 161
14.3 Procedimentos de Salvamento ...................................................... 161
15. PRIMEIROS SOCORROS ................................................................... 163
15.1 Primeiros Socorros: Importância, Legislação e Conceitos ............. 163
15.1.1 Importância dos Primeiros Socorros ....................................... 163
15.1.2 Conceitos Básicos ................................................................... 164
15.1.3 Legislação ............................................................................... 165
15.2 Caixa de Primeiros Socorros ......................................................... 166
15.2.1 Etapas Básicas de Primeiros Socorros ................................... 168
15.2.2 Avaliação da Cena .................................................................. 169
15.2.3 Avaliação da Vítima ................................................................. 171
15.3 Funções, Sinais Vitais e de Apoio .................................................. 173
15.3.1 Introdução ............................................................................... 173
15.3.2 Funções vitais ......................................................................... 174
15.3.3 Sinais Vitais ............................................................................. 175
15.3.4 Sinais de Apoio ....................................................................... 181
15.4 Ressuscitação Cardiopulmonar ..................................................... 186
15.4.1 Introdução ............................................................................... 186
15.5 Estado de Choque ......................................................................... 186
15.5.1 Introdução ............................................................................... 186
15.5.2 Causas .................................................................................... 188
15.5.3 Sintomas ................................................................................. 189
15.5.4 Prevenção do Choque ............................................................. 189
15.6 Emergências Clínicas .................................................................... 191
15.6.1 Introdução ............................................................................... 191
15.6.2 Infarto ou Ataque Cardíaco ..................................................... 192
15.6.3 Insolação ................................................................................. 195
15.6.4 Exaustão pelo Calor ................................................................ 197
15.6.5 Cãibras de Calor ..................................................................... 199
15.6.6 Desmaio .................................................................................. 201
15.6.7 Convulsão ............................................................................... 203
15.6.8 Choque Elétrico ....................................................................... 206
15.7 Picadas e Ferroadas de Animais Peçonhentos ............................. 210
15.7.1 Introdução ............................................................................... 211
15.7.2 Acidentes Causados por Serpentes ........................................ 211
15.7.3 Acidentes causados por Aranhas e escorpiões ....................... 218
15.7.4 Acidentes causados por Lagartas Venenosas ........................ 223
15.7.5 Acidentes causados por Abelhas, Vespas e Formigas............ 224
15.8 Intoxicação ou Envenenamento ..................................................... 227
15.8.1 Introdução ............................................................................... 227
15.8.2 Substâncias comuns nas intoxicações .................................... 228
15.8.3 Sintomas ................................................................................. 230
15.8.4 Primeiros Socorros .................................................................. 231
15.9 Telefone Úteis ................................................................................ 235
15.9.1 Introdução ............................................................................... 235
15.9.2 Corpo de bombeiros – 193 ...................................................... 235
15.9.3 Polícia Militar – 190 ................................................................. 236
15.9.4 SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192 .... 236
15.9.5 Polícia Rodoviária Federal – 191 ............................................ 237
15.9.6 Defesa Civil – 199 ................................................................... 237
15.9.7 Disque Intoxicação (ANVISA) – 0800-722-6001 ..................... 238
16. REFERÊNCIAS .................................................................................... 239
1. INTRODUÇÃO
Em muitas atividades podemos encontrar os espaços confinados,
ambientes estes que estão presentes na indústria, na agricultura, na construção
civil, entre outros, sendo que há uma grande dificuldade de identificar estes
espaços, o que acaba gerando muitos riscos à saúde e a vida dos trabalhadores,
por este motivo em 2006 o ministério do trabalho criou a Norma
Regulamentadora de número 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados.
A NR-33 estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços
confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
O treinamento de reciclagem do Instituto Treni para supervisores de
espaços confinados aborda assuntos relevantes ao trabalhador como, as
principais definições e identificação de espaços confinados; legislação;
reconhecimento, avaliação e controle de riscos; equipamentos utilizados e
funcionamento; permissão de trabalho; noções de resgate e salvamento;
responsabilidade; programa de proteção respiratória; áreas classificas; critério
para o uso de equipamentos para o controle de riscos; práticas seguras;
operação de salvamento; e primeiros socorros.
O Instituto Treni deseja a você bons estudos e segurança e saúde no seu
ambiente de trabalho.
2. DEFINIÇÕES
2.1 Introdução
Você sabe o que é um espaço confinado?
O reconhecimento do ambiente de trabalho e os riscos nele presente é o
ponto inicial para que o profissional trabalhe com segurança.
Com isso vem a importância de conhecer as principais definições de
segurança do trabalho, espaços confinados, características e atividades típicas.
2.2 Segurança do Trabalho
A segurança do trabalho ainda é considerada um desafio dentro das
empresas, tanto na implantação quanto na aceitação por parte dos
trabalhadores. Contudo, vale ressaltar sua importância no ambiente de trabalho.
A segurança e Saúde do Trabalho caracterizam-se pela adoção de
estratégias que levam os trabalhadores a desenvolver atitudes conscientes para
o trabalho seguro durante a realização de suas atribuições (SILVA, 2012).
A segurança do trabalho pode ser entendida como um conjunto de
medidas tomadas com o objetivo de minimizar os acidentes e doenças do
trabalho, protegendo também a integridade e a capacidade de trabalho, sendo
está baseada em normas e leis.
2.3 Espaços Confinados
A NR-33 conceitua espaço confinado como qualquer área ou ambiente
não projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de
entrada e saída, e que exista ou possa existir atmosfera perigosa.
Atmosfera perigosa é caracterizada por uma das situações abaixo:
• Deficiência ou enriquecimento de oxigênio;
• Presença de contaminantes com potencial de causar danos a
saúde do trabalhador; ou
• Seja caracterizado como uma atmosfera explosiva.
Também são considerados espaços confinados, os espaços não
destinados a ocupação humana, com meios limitados de entrada e saída,
utilizados para armazenagem de materiais com potencial para engolfar ou afogar
o trabalhador.
A NBR 16577 define o espaço confinado como qualquer área não
projetada para a ocupação contínua, a qual tem meios limitados de entrada e
saída ou uma configuração interna que pode causar aprisionamento ou asfixia
em um trabalhador. A ventilação é inexistente ou insuficiente para remover
contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de oxigênio que
possam existir, se desenvolver ou conter um material com potencial para
engolfar/afogar um trabalhador que entrar no espaço.
A NBR 16577 define ainda espaços confinados como não perturbado e
perturbado.
• Espaço confinado não perturbado: as medidas de riscos são
norteadas pela permissão de entrada e trabalho (PET)
• Espaço confinado perturbado: as medidas de controle de riscos
são norteadas na análise preliminar de riscos (APR).
Espaços confinados são áreas fechadas ou enclausuramento, com as
seguintes características:
● O ambiente não prevê ocupação humana contínua;
● As aberturas para entrada e saída são restritas, limitadas,
parcialmente obstruídas ou providas de obstáculos que impeçam a
livre circulação dos trabalhadores;
● A movimentação no seu interior é muitas vezes difícil, podendo
ocorrer o aprisionamento do trabalhador devido à complexidade da
geometria, como planos inclinados, paredes convergentes, pisos
lisos, seção reduzidas e outras;
● A ventilação natural é inexistente ou deficiente;
● A ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes
(gases, vapores, poeiras, névoas ou fumos);
● O percentual de oxigênio pode ser inferior ou superior aos limites
legais;
● Poluentes tóxicos e inflamáveis e/ou explosivos podem ser
encontrados no seu interior;
● O risco de ocorrência de acidentes de trabalho ou de intoxicação é
elevado.
Ambas as normas têm como objetivo estabelecer os requisitos mínimos
para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação,
monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir e prevenir
permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta
ou indiretamente nesses espaços.
2.4 Trabalhadores em Espaços Confinados
Os trabalhos em espaços confinados possuem diversas funções, sendo
que os trabalhadores precisam ser qualificados para executarem as tarefas.
2.4.1 Responsável Técnico
Segundo a NR-33, o responsável técnico é o profissional legalmente
habilitado ou qualificado, em segurança do trabalho, para executar medidas de
segurança e saúde nos ambientes confinados.
2.4.2 Trabalhador Autorizado
Segundo a NR-33, o trabalhador autorizado é o trabalhador capacitado
para entrar no espaço confinado, ciente dos seus direitos e deveres e com
conhecimento dos riscos e das medidas de controle existentes.
2.4.3 Supervisor de Entrada
Segundo a NR-33, o supervisor de entrada é a pessoa capacitada para
operar a permissão de entrada, com responsabilidade para preencher e assinar
a Permissão de Entrada e Trabalho (PET) para o desenvolvimento de entrada e
trabalho seguro no interior de espaços confinados.
2.4.4 Vigia
O vigia é o trabalhador designado para permanecer fora do espaço
confinado, responsável pelo acompanhamento, comunicação e ordem de
abandono para os trabalhadores.
2.4.5 Equipe de Emergência e Salvamento
A equipe de emergência e salvamento é composta por trabalhadores
capacitados e equipados para resgatar e prestar os primeiros socorros a
trabalhadores em caso de emergência.
3. RESPONSABILIDADES
3.1 Introdução
Todos possuem responsabilidades para que os trabalhos sejam
desenvolvidos de forma segura e eficaz.
Segundo o dicionário, as responsabilidades são obrigações, dever de
arcar, de se responsabilizar pelo próprio comportamento ou pelas ações de
outras pessoas.
Para isso a norma regulamentadora informa as responsabilidades do
empregador e dos trabalhadores.
3.2 É responsabilidade da organização
● Indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento das
suas atribuições;
● Assegurar os meios e recursos para o responsável técnico cumprir
as suas atribuições;
● Assegurar que o gerenciamento de riscos ocupacionais contemple
as medidas de prevenção para garantir a segurança e a saúde dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente com os
espaços confinados;
● Providenciar a sinalização de segurança e bloqueio dos espaços
confinados para evitar a entrada de pessoas não autorizadas;
● Providenciar a capacitação inicial e periódica dos supervisores de
entrada, vigias, trabalhadores autorizados e da equipe de
emergência e salvamento;
● Fornecer as informações sobre os riscos e as medidas de
prevenção, previstos no Programa de Gerenciamento de Riscos,
da NR-01 (Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos
Ocupacionais), aos trabalhadores que interagem direta ou
indiretamente com os espaços confinados;
● Garantir os equipamentos necessários para o controle de riscos
previstos no Programa de Gerenciamento de Riscos;
● Assegurar a disponibilidade dos serviços de emergência e
salvamento, e de simulados, quando da realização de trabalhos em
espaços confinados; e
● Supervisionar as atividades em espaços confinados executados
pelas organizações contratadas, observado que sempre que várias
organizações realizem, simultaneamente, atividades no mesmo
local de trabalho devem executar ações integradas para aplicar as
medidas de prevenção, visando à proteção de todos os
trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais.
3.3 Responsável Técnico
O responsável técnico é responsável por:
● Identificar e elaborar o cadastro de espaços confinados;
● Adaptar o modelo da Permissão de Entrada e Trabalho – PET de
modo a comtemplar as peculiaridades dos espaços confinados da
organização;
● Elaborar os procedimentos de segurança relacionados ao espaço
confinado;
● Indicar os equipamentos para trabalho em espaços confinados;
● Elaborar o plano de resgate; e
● Coordenar a capacitação inicial e periódica dos supervisores de
entrada, vigias, trabalhadores autorizados e da equipe de
emergência e salvamento.
3.4 Trabalhador Autorizado
Cabe aos trabalhadores autorizados:
● Cumprir as orientações recebidas nos treinamentos e os
procedimentos de trabalho previstos na PET;
● Conhecer os riscos e as medidas de prevenção que possam
encontrar durante a entrada, incluindo informações sobre o modo,
sinais ou sintomas e consequências da exposição;
● Usar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela
organização;
● Saber operar os recursos de comunicação para permitir que
monitorem as suas atuações e os alertem da necessidade de
abandonar o espaço confinado;
● Comunicar ao vigia ou supervisor de entrada as situações de risco
para a segurança e saúde dos trabalhadores e terceiros, que sejam
do seu conhecimento.
3.5 Supervisor de Entrada
Compete ao supervisor de entrada:
● Emitir a PET antes do início das atividades;
● Executar os testes e conferir os equipamentos antes da utilização;
● Implementar os procedimentos contidos na PET;
● Assegurar que os serviços de emergência e salvamento estejam
disponíveis e que os meios para os acionar estejam operantes;
● Cancelar os procedimentos de entrada e trabalho, quando
necessário;
● Encerrar a PET após o término dos serviços;
● Desempenhar a função de vigia, quando previsto na PET; e
● Assegurar que o vigia esteja operante durante a realização dos
trabalhos em espaço confinado.
3.6 Vigia
Compete ao vigia:
• Permitir somente a entrada de trabalhadores autorizados em
espaços confinados relacionados na PET;
● Manter continuamente o controle do número de trabalhadores
autorizados a entrar no espaço confinado e assegurar que todos
saiam ao término da atividade;
● Permanecer fora do espaço confinado, junto à entrada, em contato
e comunicação permanente com os trabalhadores autorizados;
● Acionar a equipe de emergência e salvamento, interna ou externa
quando necessário;
● Operar os movimentadores de pessoas;
● Ordenar o abandono do espaço confinado sempre que reconhecer
algum sinal de alarme, perigo, sintoma, queixa, condição proibida,
acidente, situação não prevista ou quando não puder desempenhar
efetivamente suas tarefas, nem ser substituído por outro vigia;
● Não realizar outras tarefas durante as operações em espaços
confinados; e
● Comunicar ao supervisor de entrada qualquer evento não previsto
ou estranho à operação de vigilância, inclusive quando da
ordenação de abandono.
O vigia pode acompanhar as atividades de mais de um espaço confinado,
quando atendidos os seguintes requisitos:
• Permanecer junto à entrada dos espaços confinados ou nas suas
proximidades, podendo ser assistido por sistema de vigilância e
comunicação eletrônicas;
• Que todos os espaços confinados estejam no seu campo visual,
sem o uso de equipamentos eletrônicos;
• Que o número de espaços confinados não prejudique suas funções
de vigia;
• Que a mesma atividade seja executada em todos os espaços
confinados sob sua responsabilidade;
• Seja limitada a permanência de 2 (dois) trabalhadores no interior
de cada espaço confinado; e
• Seja possível a visualização dos trabalhadores através do acesso
do espaço confinado.
Quando assistidos por sistema de vigilância e comunicação eletrônica, em
conformidade com a análise de riscos e previsto no procedimento de segurança.
3.7 Equipe de Emergência e Salvamento
Cabe a equipe de emergência e salvamento:
• Assegurar que as medidas de salvamento e primeiros socorros
estejam operantes e executá-las em caso de emergência;
• Participar do exercício de simulado anual de salvamento que
contemple os possíveis cenários de acidentes em espaços confinados,
conforme previsto no plano de resgate.
4. LEGISLAÇÃO DE SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO
4.1 Introdução
No ambiente de trabalho, o maior patrimônio de uma empresa, são as
vidas dos seus trabalhadores, e para que essas vidas sejam protegidas, existem
regras específicas para garantir a sua segurança e sobrevivência.
A legislação aplicada na segurança do trabalho, é composta por um
conjunto de normas regulamentadoras; portarias e decretos, bem como,
convenções internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
devidamente ratificadas pelo Brasil.
4.2 Normas Regulamentadoras
No Brasil, a legislação sobre a segurança do trabalho são as normas
regulamentadoras (NRs).
As normas regulamentadoras foram criadas a partir da lei nº 6.514, de 08
de junho de 1978. As mesmas são elaboradas e modificadas, por uma comissão
tripartite, composta por representantes do governo, empregados e
empregadores. Elas só podem ser elaboradas e modificadas, por meio de
portarias expedidas pelo MTE, o que acontece quando se sente que algo precisa
ser modificado, melhorado ou excluído.
As Normas Regulamentadoras (NRs), são orientações trabalhistas, sobre
procedimentos obrigatórios, relacionados à saúde e à segurança do trabalhador,
visando promover e preservar a integridade física do mesmo, estabelecendo a
regulamentação da legislação pertinente à segurança e medicina do trabalho,
além de instituir políticas sobre esses assuntos, dentro das empresas.
As NRs relativas à segurança e saúde ocupacional, são de obrigação para
toda a empresa ou instituição que admite empregados registrados pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e isso também inclui empresas
privadas e públicas, órgãos públicos da administração direta ou indireta, bem
como os órgãos do Poder Legislativo.
As normas regulamentadoras, são elaboradas pelo Ministério do Trabalho
e um sistema tripartite paritário, formado por representantes do Governo; dos
trabalhadores e dos empregadores, os três com o mesmo peso de decisão.
O Ministério do Trabalho é um órgão do Governo Federal, que trata das
políticas e diretrizes para a geração de emprego e renda e de apoio ao
trabalhador; das políticas e diretrizes para a modernização das relações do
trabalho; da fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário; da política
salarial; da formação e desenvolvimento profissional; da segurança e saúde no
trabalho; política de imigração e cooperativismo e associativismos urbanos.
São 38 normas regulamentadoras, sendo que 36 estão vigentes. Cada
uma possui seus próprios parâmetros de regulamentação, com o objetivo de
prevenir acidentes e doenças provocadas pelo trabalho.
Segundo o Ministério do Trabalho:
Normas Regulamentadoras – NRs, relativas à segurança e medicina do
trabalho, são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas
e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos
órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados
regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
A seguir serão apresentadas as normas regulamentadoras e seus
objetivos:
NR 1 – DISPOSIÇÕES GERAIS e GERENCIAMENTO DE RISCOS
OCUPACIONAIS
O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o campo de
aplicação, os termos e as definições comuns às Normas Regulamentadoras -
NR relativas a segurança e saúde no trabalho (SST) e as diretrizes e os
requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais e as medidas de
prevenção em SST.
NR 2 – INSPEÇÃO PRÉVIA - REVOGADA
NR 3 – EMBARGO OU INTERDIÇÃO
Embargo e interdição, são medidas de urgência, adotadas, a partir da
constatação de situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao
trabalhador.
NR 4 – SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM ENGENHARIA DE
SEGURANÇA E EM MEDICINA DO TRABALHO
As empresas privadas e públicas; os órgãos públicos da administração
direta e indireta e dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão,
obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a
integridade do trabalhador no local de trabalho.
NR 5 – COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E
ASSÉDIO
A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio – CIPA - tem
como objetivo, a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de
modo a tornar compatível, permanentemente, o trabalho com a preservação da
vida e a promoção da saúde do trabalhador.
NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI
A norma regulamenta a utilização do EPI. Considera-se Equipamento de
Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado
pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos, suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
NR 7 – PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE
OCUPACIONAL
Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte
de todos os empregadores e instituições, que admitam trabalhadores como
empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional –
PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde, do conjunto dos
seus trabalhadores.
NR 8 – EDIFICAÇÕES
Estabelece requisitos técnicos mínimos, que devem ser observados nas
edificações, para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalhem.
NR-09 - AVALIAÇÃO E CONTROLE DAS EXPOSIÇÕES
OCUPACIONAIS A AGENTES FÍSICOS, QUÍMICOS E BIOLÓGICOS
Estabelece os requisitos para a avaliação das exposições ocupacionais a
agentes físicos, químicos e biológicos quando identificados no Programa de
Gerenciamento de Riscos - PGR, previsto na NR-1, e subsidiá-lo quanto às
medidas de prevenção para os riscos ocupacionais.
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM
ELETRICIDADE
Estabelece os requisitos e condições mínimas, objetivando a
implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a
garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente,
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.
NR 11 – TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, ARMAZENAGEM E
MANUSEIO DE MATERIAIS
Normas de segurança para operação de elevadores; guindastes;
transportadores industriais e máquinas transportadoras.
NR 12 – SEGURANÇA NO TRABALHO EM MÁQUINAS E
EQUIPAMENTOS
Define referências técnicas; princípios fundamentais e medidas de proteção,
para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores, e estabelece
requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho, nas
fases de projeto e de utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos,
e ainda, à sua fabricação; importação; comercialização; exposição e cessão a
qualquer título, em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância
do disposto nas demais Normas Regulamentadoras – NRs, aprovadas pela
Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, das normas técnicas oficiais e; na
ausência ou omissão destas, nas normas internacionais aplicáveis.
NR 13 – CALDEIRAS, VASOS DE PRESSÃO E TUBULAÇÃO
Estabelece requisitos mínimos para a gestão da integridade estrutural de
caldeiras à vapor; vasos de pressão e suas tubulações de interligação, nos
aspectos relacionados à instalação; inspeção; operação e manutenção, visando
à segurança e à saúde dos trabalhadores.
NR 14 – FORNOS
Os fornos, para qualquer utilização, devem ser construídos solidamente,
revestidos com material refratário, de forma que o calor radiante, não ultrapasse
os limites de tolerância, estabelecidos pela Norma Regulamentadora – NR 15.
NR 15 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES
Trata de atividades que expõem os empregados a agentes nocivos à
saúde, acima dos limites legais permitidos.
NR 16 – ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS
A norma é composta de uma parte geral, contendo definições e
procedimentos para pagamento do adicional de periculosidade, e anexos que
tratam das atividades perigosas em específico.
NR 17 – ERGONOMIA
Visa a estabelecer parâmetros, que permitam a adaptação das condições
de trabalho, às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto; segurança e desempenho eficiente.
NR 18 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO
Estabelece diretrizes de ordem administrativa; de planejamento e de
organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas
preventivos de segurança, nos processos; nas condições e no meio ambiente de
trabalho, na indústria da construção.
NR 19 – EXPLOSIVOS
Estabelece diretrizes para o trabalho com explosivos. Considera-se
explosivo, material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição
muito rápida em produtos mais estáveis, com grande liberação de calor e
desenvolvimento súbito de pressão.
NR 20 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO COM INFLAMÁVEIS
E COMBUSTÍVEIS
Estabelece requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no
trabalho, contra os fatores de risco de acidentes, provenientes das atividades de
extração; produção; armazenamento; transferência; manuseio e manipulação de
inflamáveis e líquidos combustíveis.
NR 21 – TRABALHOS A CÉU ABERTO
Estabelece requisitos mínimos para os trabalhos realizados a céu aberto,
sendo obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de
proteger os trabalhadores contra intempéries.
NR 22 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
Tem por objetivo, disciplinar os preceitos a serem observados, na
organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível, o
planejamento e o desenvolvimento da atividade mineira, com a busca
permanente da segurança e saúde dos trabalhadores.
NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
Estabelece que todos os empregadores, devem adotar medidas de
prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e com as
normas técnicas aplicáveis.
NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CONFORTO NOS LOCAIS
DE TRABALHO
Estabelece as condições sanitárias mínimas no ambiente de trabalho.
NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS
Estabelece requisitos sobre a utilização e destinação de resíduos
industriais, provenientes dos processos industriais, na forma sólida; líquida ou
gasosa, ou combinação dessas, e que, por suas características físicas; químicas
ou microbiológicas, não se assemelham aos resíduos domésticos, como: Cinzas;
lodos; óleos; materiais alcalinos ou ácidos; escórias; poeiras; borras; substâncias
lixiviadas e àqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição; bem como aos demais efluentes líquidos e emissões gasosas
contaminantes atmosféricos.
NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
Trata da utilização de cores na segurança do trabalho, estabelecendo a
adoção de cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a
fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes.
NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉCNICO DE SEGURANÇA
DO TRABALHO
Revogada.
NR 28 – FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES
Trata da fiscalização sobre o cumprimento das disposições legais e/ou
regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador, obedecendo a CLT e
as Normas Regulamentadoras.
NR 29 – NORMA REGULAMENTADORA DE SEGURANÇA E SAÚDE
NO TRABALHO PORTUÁRIO
Objetiva regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças
profissionais; facilitar os primeiros socorros a acidentados; e alcançar as
melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhadores
portuários.
NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO AQUAVIÁRIO
Tem como objetivo, a proteção e a regulamentação das condições de
segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários.
NR 31 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA AGRICULTURA,
PECUÁRIA, SILVICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E
AQUICULTURA
Estabelece os preceitos a serem observados na organização e no
ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o
desenvolvimento das atividades da agricultura; pecuária; silvicultura; exploração
florestal e aquicultura, com a segurança; saúde e meio ambiente do trabalho.
NR 32 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM SERVIÇOS DE
SAÚDE
Tem por finalidade, estabelecer as diretrizes básicas para a
implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos
trabalhadores dos serviços de saúde, bem como, daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral.
NR 33 – SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS
CONFINADOS
Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços
confinados e o reconhecimento; avaliação; monitoramento e controle dos riscos
existentes, de forma a garantir, permanentemente, a segurança e a saúde dos
trabalhadores, que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.
NR 34 – CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, REPARAÇÃO E DESMONTE NAVAL
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança;
à saúde e ao meio ambiente de trabalho, nas atividades da indústria de
construção; reparação e desmonte naval.
NR 35 – TRABALHO EM ALTURA
Estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o
trabalho em altura, envolvendo o planejamento; a organização e a execução, de
forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, envolvidos direta ou
indiretamente com esta atividade.
NR 36 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO EM EMPRESAS DE
ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E DERIVADOS
Estabelece os requisitos mínimos para a avaliação; controle e
monitoramento dos riscos existentes, nas atividades desenvolvidas na indústria
de abate e processamento de carnes e derivados, destinados ao consumo
humano, de forma a garantir, permanentemente, a segurança; a saúde e a
qualidade de vida no trabalho, sem prejuízo da observância do disposto nas
demais Normas Regulamentadoras – NRs, do Ministério do Trabalho e Emprego.
NR 37 - SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
Esta Norma Regulamentadora - NR estabelece os requisitos mínimos de
segurança, saúde e condições de vivência no trabalho a bordo de plataformas
de petróleo em operação nas Águas Jurisdicionais Brasileiras - AJB.
NR 38 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NAS ATIVIDADES
DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Esta norma tem o objetivo de estabelecer os requisitos e as medidas de
prevenção para garantir as condições de segurança e saúde dos trabalhadores
nas atividades de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
4.3 NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados
Em 2006, o Ministério do Trabalho e Emprego publicou a portaria 202, que
trata da Norma Regulamentadora 33 Segurança e Saúde nos Trabalhos em
Espaços Confinados.
Esta Norma Regulamentadora tem como objetivo estabelecer os
requisitos para a caracterização dos espaços confinados, os critérios para o
gerenciamento de riscos ocupacionais em espaços confinados e as medidas de
prevenção, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que
interagem direta ou indiretamente com estes espaços.
Considera-se espaço confinado qualquer área ou ambiente que atenda
simultaneamente aos seguintes requisitos:
a) não ser projetado para ocupação humana contínua;
b) possuir meios limitados de entrada e saída; e
c) em que exista ou possa existir atmosfera perigosa.
A norma estabelece as responsabilidades da organização, responsável
técnico, supervisor de entrada, vigia, trabalhadores autorizados e da equipa de
emergência e salvamento.
O gerenciamento de riscos ocupacionais em espaços confinados é
amplamente discutido, por ser um processo de identificação de perigo e
avaliação de riscos ocupacional, abordando as medidas de prevenção para
eliminar ou controlar os riscos presentes nos espaços confinado, bem como ao
seu entorno.
A norma aborda ainda Permissão de Entrada e Trabalho, sinalização de
segurança, controle de energia perigosas, avaliação atmosférica, ventilação e
equipamentos de segurança.
Com isso pode-se observar que a norma objetiva a prevenção de
acidentes e a preservação da vida do trabalhador nos espaços confinados.
4.4 Normas Complementares
A norma regulamentadora NR-33 estabelece que onde houver espaços
confinados devem ser observadas, de forma complementar, as seguintes
normas regulamentadoras:
● NBR 14606 Postos de Serviço - Entrada em espaços confinados –
estabelece os procedimentos de segurança somente para a
entrada em espaços confinados em postos de serviços. Sua
aplicação está restrita à entrada em espaços confinados
subterrâneos.
● NBR 16577 – Espaço Confinado – Prevenção de acidentes,
procedimentos e medidas de proteção – estabelece requisitos para
identificar, caracterizar e reconhecer os espaços confinados, bem
como para implantar o sistema de gestão de forma a garantir,
permanentemente, a segurança e a saúde dos trabalhadores que
interagem, direta ou indiretamente, nestes espaços durante a
realização de trabalhos no seu interior.
5. IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS CONFINADOS
5.1 Introdução
Todos os espaços confinados devem ser adequadamente sinalizados,
identificados e isolados, para evitar que pessoas não autorizadas adentrem
estes locais.
5.2 Classificação dos Espaços Confinados
Há diversos tipos de ambientes de trabalho confinado, todos com suas
especificidades. No entanto, espaços confinados podem ser classificados de
acordo com as suas características geométricas, categoria ou classes.
5.2.1 Características geométricas
Os espaços confinados são classificados por meio das características
geométricas, espaços abertos ou espaços fechados.
● Espaços abertos: túneis, galerias subterrâneas, parques de
estacionamento subterrâneos etc.
● Espaços fechados: cisternas, silos, reatores, fornos, câmaras de
visitas etc.
5.2.2 Classificação por categoria
De acordo com os riscos potenciais, os espaços confinados podem ser
classificados em três categorias:
● 1ª categoria: implica perigo de vida, são necessários autorização
escrita de entrada e plano de trabalho desenhado especificamente
para o efeito;
● 2ª categoria: com perigo potencial de lesão, é necessária a
utilização de método de trabalho seguro para se obter autorização
de entrada sem proteção respiratória;
● 3ª categoria: com perigos normais potencializados pela instalação,
com base na experiência e inspeções, é importante que seja
assegurado um método de trabalho seguro, sem necessidade de
autorização de trabalho.
5.2.3 Classes
O Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional classifica o
espaço confinado em classes, sendo elas:
● Classe A: são aqueles que oferecem condições imediatamente
perigosas à vida e saúde, englobando ambientes deficientes de
oxigênio e/ou que possuam atmosferas tóxicas ou explosivas;
● Classe B: são espaços que não oferecem riscos imediatos à vida
ou à saúde, porém, podem provocar lesões ou doenças quando
os trabalhadores não adotarem medidas preventivas;
● Classe C: são espaços cujo risco é quase zero, dispensando
práticas ou procedimentos de trabalho.
5.3 Identificação do Espaço confinado
Um espaço será caracterizado como confinado quando atendidos todos
os requisitos previstos na sua definição.
O local é destinado à ocupação Pode ocorrer uma É um espaço confinado?
humana contínua atmosfera perigosa?
SIM SIM NÃO
SIM NÃO NÃO
NÃO SIM SIM
NÃO NÃO NÃO
Fonte: Ministry of Labour Ontario Occupational Health and Safety
Desta forma, um espaço será considerado como confinado quando não
for destinado para ocupação humana contínua; e quando possuir meios limitados
de entrada e saída, havendo a possibilidade de formação de uma atmosfera de
risco, seja quando fechado durante a preparação da entrada ou durante a
entrada e trabalho, quer pela presença de contaminantes tóxicos, inflamáveis,
pela redução do percentual de oxigênio ou enriquecimento de oxigênio.
5.4 Locais que Possuem Espaços Confinados
O espaço confinado oferece risco constante, visto que não foi projetado
para a permanência contínua dos seres humanos, além de oferecer diversos
riscos atmosféricos, que invariavelmente são as principais causas dos acidentes
nesses espaços, considerando que é comum a existência de gases tóxicos.
Os espaços confinados, por serem perigosos, exigem medidas constantes
de segurança e saúde do trabalho. Eles estão por toda parte, e são encontrados
nos mais diversos setores e segmentos, assim como os riscos e perigos que
fazem parte deles.
Existem muitas empresas onde é possível encontrar espaços confinados,
porém, para cada uma existe um conjunto de medidas específicas para
proporcionar aos trabalhadores maior segurança, a fim de garantir a sua
integridade física e sua saúde.
Como exemplos de espaços confinados:
● Agricultura: biodigestores, silos, transportadores enclausurados,
poços, cisternas, valas, trincheiras, moegas, tanques, elevadores
de canecas e tremonhas;
● Indústria alimentícia: depósitos, tubos, bacias, panelões, fornos,
silos, tanques, misturadores, secadoras, lavadores de ar e tonéis.
● Construção civil: nos poços, escavações, forros, valas,
trincheiras, esgotos, caixas, caixões, passa dutos e dutos;
● Indústrias da borracha, do couro e têxtil: dutos de ventilação,
caixas, misturadores, fornos, recipientes de tingimentos, caldeiras,
tanques e prensas;
● Indústria e fábricas de papel e celulose: depósitos, torres,
colunas, digestores, batedores, misturadores, tanques, fornos e
silos;
● Indústria gráfica;
● Indústria e refinaria de petróleo e gás: plataformas, dutos,
gasodutos, oleodutos e caldeiras, tanques, reatores, colunas de
destilação, torres de resfriamento, áreas de diques, tanques de
água, filtros coletores, precipitadores, lavadores de ar, secadores,
vagões;
● Metalurgia: nos depósitos, dutos, tubulações, silos, poços,
tanques, desengraxadores, coletores e cabines;
● Operações marinhas: porões, contêineres, caldeiras, tanques de
combustível e de água e compartimentos;
● Tabaco: secadores, tonéis;
● Concreto, argila, pedras, cerâmica e vidro: fornos, depósitos,
silos, tremonhas, moinhos, secadores;
● Serviços de água e esgoto: galerias, poços, esgotos, digestores,
incineradores, poços de válvulas, cabos, caixas, caixões,
enclausuramento, poços químicos, estações de bombas,
reguladores, poços de lama, poços de água, caixas de gordura,
estações elevatórias, esgotos e drenos,
● Serviços de eletricidade e telefonia: porões, túneis,
desengraxadores, cabines e tanques;
● Setor de transportes: tanques nas asas dos aviões, vagões
ferroviários, caminhões-tanque e navios-tanque.
● Operações marítimas: caldeiras e tanques;
● Beneficiamento de minérios;
● Siderúrgicas e metalúrgicas;
5.5 Atividades em Espaços Confinados
Muitos são os ambientes de trabalho em espaços confinados e, com isso,
inúmeras atividades devem ser neles desenvolvidas, porém, para isso, os
trabalhadores precisam ser bem treinados e preparados para executar suas
tarefas.
Abaixo, vamos listar as principais atividades realizadas em espaços
confinados:
● Atividades de inspeção da integridade física e o imprescindível
processo de equipamentos;
● Atividades que envolvam a aplicação de recobrimento de
superfícies em subterrâneos com ou sem tubulações;
● Atividades de verificação e leitura de manômetros, painéis, gráficos
ou outros tipos de indicadores;
● As mais variadas instalações elétricas;
● Combate às pragas e animais peçonhentos;
● Diversos reparos e substituições de válvulas, tubos, bombas,
motores em covas ou escavações;
● Diversos ajustes ou alinhamentos de equipamentos mecânicos e
seus componentes;
● Instalação de equipamentos de proteção coletiva;
● Instalações e inspeções;
● Instalações de equipamentos;
● Instalações de fibras ópticas;
● Instalações, ligações e reparos de equipamentos elétricos ou de
comunicações;
● Inspeções mecânicas;
● Movimentações de equipamentos;
● Manutenção em geral, vários reparos, limpeza, pintura de
equipamentos e reservatórios;
● Operações de resgate de trabalhadores;
● Reparos e substituições;
● Serviços envolvendo processo de soldagem;
● Serviços de emergência e salvamento;
● Transportes de equipamentos.
6. RECONHECIMENTO, AVALIAÇÃO E CONTROLE DE
RISCOS
6.1 Introdução
O trabalhador em espaço confinado está exposto constantemente a
riscos. Os riscos podem ser classificados como operacionais e ambientais:
● Riscos operacionais são aqueles que existem e convivem com as
atividades de produção e distribuição dos produtos e serviços da
empresa;
● Riscos ambientais são os existentes pela presença de agentes no
ambiente de trabalho, capazes de afetar o trabalhador, provocando
acidentes e/ou doenças profissionais ou do trabalho.
Para que os riscos não se tornem uma ameaça aos trabalhadores é
necessário fazer o gerenciamento de riscos, que é um processo de planejar,
organizar, dirigir e controlar os recursos humanos e materiais de uma empresa.
O gerenciamento de riscos é uma atividade desempenhada em todo o
mundo e em todas as empresas organizadas a fim de avaliar e controlar os riscos
por meio de formulação e implantação de medidas e procedimentos técnicos
administrativos.
6.2 Reconhecimento do Riscos
Em espaços confinados, os riscos existentes ou gerados pela atividade
são potencializados pela sua configuração, dificuldade para movimentação e
trabalho no seu interior, ventilação natural deficiente ou inexistente e aberturas
para entrada e saída restritas ou limitadas. Todos os fatores devem ser avaliados
detalhadamente, levando-se em conta o efeito de um sobre o outro.
O principal desafio é lidar com os riscos e evitá-los, sendo a prevenção,
postura zelosa e a responsabilidade os melhores meios de evitar os riscos.
Os principais riscos encontrados nos espaços confinados são:
● Gases e vapores tóxicos e inflamáveis, que podem ser causados
por uma eventual falha de isolamento, evaporação de resíduos, ou
até mesmo incêndio ou explosão em razão da presença dos
vapores e gases inflamáveis;
● Falta ou excesso de oxigênio, introdução de gases inertes,
oxidação de metais, fermentação de matéria orgânica ou ventilação
deficiente;
● Queimaduras químicas ou dermatológicas pelo uso de produtos
químicos, queimaduras por vapor em função de tubulações sem
isolantes térmicos;
● Escorregões, quedas ou quedas de ferramentas ou outros objetos;
● Intoxicação por substâncias químicas;
● Infecções por agentes biológicos;
● Afogamentos;
● Soterramentos;
● Choques provocados por lâmpadas e ferramentas elétricas.
Sempre que possível, deve ser evitada a entrada nos espaços confinados,
sendo que quando não for possível, o gerenciamento deve ser adequado, feito
através do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e a Permissão de
Entrada e Trabalho (PET), documentos estes obrigatórios antes do início dos
trabalhos.
A equipe responsável pela autorização da entrada tem que considerar os
riscos existentes ou gerados no período em que o espaço confinado permanecer
fechado (em repouso), os riscos que podem ser formados durante a execução
da tarefa, os riscos do ambiente externo (chuvas, ventos fortes, animais, tráfego
de pessoas e veículos) que possam afetar o espaço confinado, bem como os
riscos desse local (vazamentos, emissões de gases tóxicos de equipamentos
etc.), que possam vir a afetar o ambiente externo.
6.3 Avaliação dos Riscos
A avaliação dos riscos é a base para prevenir os acidentes de trabalho.
Tendo em vista essa situação, a avaliação de risco deve ser realizada antes do
início dos trabalhos.
O primeiro passo para a realização da avaliação do risco é a identificação
do espaço confinado, a fim de ser executada um exame minucioso e facilitar a
análise preliminar de riscos dos espaços confinados, além de fazer a
identificação dos próximos espaços que eventualmente venham a surgir.
É possível afirmar que é fundamental avaliar os riscos inerentes a cada
espaço confinado, para que a análise preliminar de riscos seja eficaz e
abrangente em relação aos riscos que normalmente são envolvidos nos
trabalhos em espaços confinados.
Através da avaliação de riscos deve-se verificar se os métodos e controles
utilizados estão adequados aos espaços, visto que os riscos precisam ser
prevenidos.
As avaliações de riscos devem ser muito bem planejadas, pois são a base
para a implantação das medidas de controle.
A elaboração da avaliação de risco deve ser realizada por pessoas
competentes, com conhecimento prático das atividades de trabalho, devendo ser
formulada com uma abordagem útil e simples para que todos consigam tem um
aproveitamento completo.
Para elaboração da avaliação de riscos há alguns passos básicos a serem
seguidos:
1ª etapa: classificar as atividades de trabalho;
2ª etapa: identificar os eventuais perigos;
3ª etapa: diminuir o risco;
4ª etapa: decidir se o tipo de risco é tolerável;
5ª etapa: caso haja necessidade, preparar um plano de
ação;
6ª etapa: fazer a revisão ou eventual adequação do plano.
6.4 Controle de Riscos
O controle dos riscos implica verificar, fiscalizar, conferir, inspecionar e
dominar as situações de riscos.
A entrada no espaço confinado, sempre que possível, deve ser evitada. A
realização do serviço com os trabalhadores fora do espaço confinado e a
utilização de equipamentos para a inspeção (vídeo), manutenção (robótica) e
limpeza (vácuo ou hidro jato) devem ser analisadas e priorizadas.
Muitas atividades podem ser realizadas em espaços confinados, com
isso, podem ser encontrados vários agentes de risco ambiental e operacional.
Assim sendo, faz-se necessária uma análise detalhada antes do início de
qualquer trabalho.
É preciso também tomar medidas de controle como a identificação e as
medições para verificar as concentrações e intensidades dos agentes nos
espaços confinados. É de igual modo importante a identificação do tipo de
supervisão e os procedimentos para a liberação dos serviços.
6.4.1 Identificar, Sinalizar e Isolar os Espaços Confinados para Evitar
a Entrada de Pessoas não Autorizadas
Deve ser afixado no corpo, estrutura, laterais ou paredes externas,
próximo à entrada do espaço confinado, uma placa com o número, código e/ou
nomenclatura do espaço confinado para permitir a sua rápida identificação,
garantindo que a entrada e o trabalho só ocorram no espaço confinado
programado.
A sinalização do espaço confinado deve ser feita através do modelo
estabelecido pela NR-33, conforme imagem abaixo.
Durante as operações de entrada, as áreas próximas às entradas do
espaço confinado também devem ser sinalizadas e isoladas com fitas, cones,
cavaletes ou outro tipo de barreira.
Nas operações de entrada e trabalho em espaços confinado deve ser
utilizada sinalização provisória, indicando a liberação, ou não, da entrada dos
trabalhadores autorizados.
A sinalização e o isolamento evitam quedas e a entrada no espaço
confinado sem autorização via de Permissão de Entrada e Trabalho.
O controle de entrada e saída dos trabalhadores autorizados deve ser
rígido para que não ocorra o fechamento do espaço confinado com trabalhadores
no seu interior. A conferência dos trabalhadores pode ser feita por meio de
crachás-espelhos, pulseiras ou outro sistema controlado pelo vigia.
6.4.2 Controle de Riscos Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos
e Mecânicos
Em espaços confinados, os riscos existentes ou gerados pela atividade
são potencializados pela sua configuração, dificuldade para movimentação e
trabalho no seu interior, ventilação natural deficientes ou inexistente e aberturas
para entrada e saída restritas ou limitadas. Todos os fatores devem ser avaliados
detalhadamente, levando-se em conta o efeito de um sobre o outro.
• Riscos Físicos
Riscos físicos são as diversas formas de energia a que possam estar
expostos os trabalhadores, como ruído, calor, radiações não ionizantes e
umidade, que são encontrados com frequência nos espaços confinados.
O nível de pressão sonora muitas vezes provoca efeitos indesejáveis pela
sua reflexão nas paredes e teto do espaço confinado.
O calor é intensificado pela circulação reduzida do ar, aquecimento de
superfícies e equipamentos no interior do espaço confinado e radiação solar
constante.
As radiações não ionizantes, como a infravermelha e a ultravioleta, estão
presentes em intensidades elevadas nas operações de soldagem. O risco ao
trabalhador é aumentado devido à dificuldade para instalar biombos.
A umidade ocorre devido à dificuldade para a retirada de líquidos do
espaço confinado, cujo nível do piso muitas vezes é inferior ao nível do lençol
freático, podendo encharcar o uniforme e botas do trabalhador, nas atividades
realizadas em galerias, tanques, poços subterrâneos, praça de máquinas, entre
outros.
• Riscos Biológicos
O risco biológico ocorre na manipulação de seres vivos que sejam
capazes de provocar inflamações, caso o trabalhador seja exposto a eles.
Os espaços confinados possuem condições propícias para a proliferação
de microrganismos e algumas espécies de animais, em virtude da umidade alta,
iluminação deficiente, água estagnada e presença de nutrientes.
Ratos, morcegos, pombos e outros animais que possuem acesso fácil a
espaços confinados, e os utilizam como abrigo contra seus predadores, são
vetores de doenças transmissíveis ou hospedeiros intermediários.
Cobras, insetos e outros artrópodes podem provocar intoxicações e
doenças. As poeiras presentes nos espaços confinados podem conter material
biológico potencialmente patogênico pela presença de excrementos, urina,
saliva e demais fluidos orgânicos provenientes desses animais.
Vírus, bactérias e fungos podem provocar doenças, tais como tétano,
leptospirose, criptococose, histoplasmose, raiva, entre outras.
Devem ser adotadas medidas de prevenção como a vacinação, a
utilização de EPI (luvas, botas, óculos de segurança, máscara, roupas
impermeáveis etc.) e a manutenção da limpeza no entorno e no interior do
espaço confinado. Em caso de dúvida, a água estagnada deve ser analisada
para identificar a presença de possíveis agentes patogênicos como a Salmonella
e coliformes fecais.
Ao se encontrar colmeias, vespeiros, ninhos de cobras ou escorpiões,
acione a Prefeitura, Controle de Zoonoses ou Corpo de Bombeiros para
avaliação e controle da situação. Em caso de mordida por cobra, transporte o
trabalhador acidentado imediatamente ao hospital, unidade de saúde mais
próxima ou outro serviço para socorro médico. Os acidentes com lacraias são
raros e apresentam menor potencial de gravidade, mas, mesmo assim, o
trabalhador deve ser imediatamente transportado ao hospital para tratamento.
Se possível, levar o animal para que seja identificado, permitindo a seleção
adequada do soro contra o veneno.
• Riscos Ergonômicos
Risco ergonômico é a relação do trabalho às características fisiológicas e
psicológicas do homem, tornando o ambiente de trabalho perigoso e causador
de lesões.
O acesso e a movimentação no espaço confinado são muitas vezes
difíceis em razão do tamanho das aberturas de entrada e da sua geometria.
A iluminação é geralmente deficiente, e algumas atividades exigem
esforços excessivos e posturas desconfortáveis.
Medidas como revezamento entre vigias e trabalhadores autorizados,
organização do trabalho para evitar entradas e saídas desnecessárias e
renovação continuada do ar dão bons resultados.
• Riscos Mecânicos
Os riscos mecânicos são os riscos operacionais que incluem trabalho em
altura, instalações elétricas inadequadas, contato com superfícies aquecidas,
maquinário sem proteção, impacto de ferramentas e materiais, inundação,
superfícies inclinadas, desabamento e formação de atmosfera explosiva, que
podem causar quedas, choques elétricos, queimaduras, aprisionamento e lesão
em membro ou outra parte do corpo, afogamento, engolfamento, asfixia,
incêndio e explosão.
• Riscos Químicos
Os riscos químicos são substâncias, compostos ou produtos, que possam
penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras; fumos;
névoas; neblinas; gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de
exposição, possam ter contato ou serem absorvidos pelo organismo, através da
pele ou por ingestão.
A presença de contaminantes e a deficiência de oxigênio (O2) podem
provocar a intoxicação, asfixia (simples ou química) e, eventualmente, a morte
dos trabalhadores. Os contaminantes (aerodispersóides, gases ou vapores)
podem ser gerados pelas substâncias armazenadas, pela decomposição de
matéria orgânica, por vazamentos, ou pela atividade desenvolvida no espaço
confinado.
Segundo a NR-33, a deficiência de oxigênio é uma atmosfera contendo
menos de 20,9 % de oxigênio em volume na pressão atmosférica normal, a não
ser que a redução do percentual seja devidamente monitorada e controlada.
O uso de motores à combustão é proibido em espaços confinados, pois
geram dióxido de carbono (asfixiantes simples) e monóxido de carbono
(asfixiante químico), que podem formar uma atmosfera Imediatamente Perigosa
à Vida e à Saúde (IPVS), e a ventilação geral normalmente não é capaz de diluir
os contaminantes gerados em grandes concentrações.
A oxidação normal de estruturas metálicas, a presença de bactérias, as
operações que envolvam chamas abertas, a liberação ou formação de
asfixiantes simples como o Argônio, Nitrogênio, Metano e Dióxido de Carbono e
o consumo de ar pelos trabalhadores dentro do espaço confinado são alguns
dos processos que também diminuem o percentual de O2 no seu interior.
A descontaminação do espaço confinado é crucial para a liberação dos
trabalhos no seu interior.
6.4.3 Prever a Implantação de Travas, Bloqueios, Alívio, Lacres e
Etiquetagem
O travamento, bloqueio e etiquetagem (lock out & tag out) para controle
das energias potencialmente nocivas são medidas necessárias para que não
ocorra a energização acidental de sistemas elétricos, mecânicos, hidráulicos,
pneumáticos e o acionamento não previsto de equipamentos.
O bloqueio pode ser realizado através dos seguintes equipamentos:
● Cadeado de bloqueio: fechadura portátil que é acoplada
diretamente no equipamento a ser bloqueado ou a um dispositivo de bloqueio;
● Caixa de bloqueio: é utilizada quando um único ponto precisa ser
bloqueado por vários executantes, de uma ou mais equipes;
● Travamento de válvulas: existem muito modelos e podem ser
utilizados em vários tipos de válvulas presentes nos equipamentos;
● Bloqueio de disjuntores: este é utilizado para evitar o ligamento
da energia elétrica, devendo sempre ser instalado com o disjuntor na posição
desligado;
● Cabo de bloqueio geral: é utilizado para bloquear qualquer tipo
de mecanismo de manobra que não tenha um dispositivo de bloqueio específico;
● Lacre de grupo: é utilizado quando um único ponto precisa ser
bloqueado por vários trabalhadores;
● Travamento de registros: dispositivo utilizado para o travamento
de válvulas de registro, existente em vários modelos;
● Raqueteamento: é uma peça colocada entre dois flanges para
vedação absoluta de uma tubulação.
Para a aplicação dos bloqueios e etiquetagem, deve-se realizar uma
análise inicial para determinar quais chaves, válvulas ou dispositivos de
isolamento de energia se aplicam ao equipamento a ser utilizado.
O empregador deve fornecer informações, instruções e supervisão aos
trabalhadores sobre os procedimentos de utilização dos bloqueios e
etiquetagem, garantindo que os trabalhadores saibam quais fontes de energia
precisam ser controladas.
Para o bloqueio deve haver um pré-planejamento, identificando todas as
fontes de energias; realizar a notificação de todos os trabalhadores afetados com
o bloqueio; e os equipamentos devem ser desligados normalmente para a
aplicação do bloqueio e a sinalização.
• Controle de Energia Perigosa
Preparação
1. Preparação e comunicação a todos os trabalhadores envolvidos sobre o
desligamento do equipamento ou sistema.
Desligamento e Isolamento da Máquina ou Equipamento
1. Se o equipamento estiver em operação, desligue-o seguindo o
procedimento normal de parada (pressione o botão de parada, abra a
chave seletora etc.). Somente trabalhadores com conhecimento na
operação do equipamento específico devem realizar procedimentos de
desligamento ou reinício.
2. Opere o (s) dispositivo (s) de isolamento de energia de modo que todas
as fontes de energia (elétrica, mecânica, hidráulica etc.) sejam
desconectadas ou isoladas do equipamento.
3. Os interruptores de desconexão elétrica nunca devem ser puxados sob
carga, devido à possibilidade de formação de arco ou mesmo explosão.
4. A energia armazenada, como em capacitores, molas, peças de máquinas
elevadas, volantes rotativos, sistemas hidráulicos e pressão de ar, gás,
vapor ou água etc. também deve ser liberada, desconectada ou
restringida por métodos como aterramento, reposicionamento, bloqueio
ou sangramento.
5. Puxar fusíveis não é um substituto para o bloqueio. Um fusível puxado
não é garantia de que o circuito esteja desligado. Mesmo que um circuito
esteja desligado, outra pessoa pode inadvertidamente substituir o fusível.
6. Equipamentos que operam intermitentemente, como bombas,
ventiladores ou compressores, podem parecer inofensivos quando não
estão funcionando. Não presuma que, por não estar operando em um
determinado ponto no tempo, o equipamento permanecerá desligado
durante a execução de qualquer trabalho.
Aplicação de bloqueio / tag out
1. Bloqueie e marque o dispositivo de isolamento de energia com uma trava
individual atribuída. Um trabalhador não estará protegido a menos que
use seu próprio cadeado.
2. Se mais de um trabalhador estiver trabalhando na mesma peça de
equipamento ao mesmo tempo, cada um deve bloquear o equipamento,
colocando uma trava pessoal e uma marca no dispositivo de bloqueio de
grupo quando ele começar a trabalhar, e deve remover esses dispositivos
quando parar de trabalhar na máquina ou no equipamento.
3. Bloqueios e sinalização devem mostrar claramente o nome da pessoa
que aplicou o dispositivo, a data e o motivo do bloqueio. Isso identifica
quem está consertando a máquina ou o equipamento. Em uma situação
de bloqueio múltiplo / etiquetagem, também identificará qualquer
trabalhador que não tenha terminado de trabalhar.
4. Bloqueios e sinalização devem ser duráveis o suficiente para suportar o
ambiente no qual serão usados. Informações sobre os bloqueios e
sinalização devem permanecer legíveis.
5. As fechaduras devem ser substâncias o suficiente para impedir a
remoção sem o uso de força excessiva. As sinalizações devem ser
substâncias o suficiente para impedir a remoção acidental ou inadvertida.
6. Todos os tipos de bloqueio e sinalização devem ser padronizados por cor,
forma ou tamanho. As sinalizações devem ser facilmente reconhecidas e
fornecer informações apropriadas sobre o bloqueio.
7. Para alguns equipamentos, pode ser necessário construir anexos aos
quais os bloqueios possam ser aplicados. Um exemplo é o multiplicador
de bloqueio. As etiquetas devem ser anexadas aos dispositivos de
isolamento de energia e ao controle operacional normal, de modo a
impedir a operação durante o bloqueio.
Fique de olho,
É proibida a retirada ou substituição de dispositivos de bloqueio ou
etiquetas por pessoas não autorizadas.
Verificação de Isolamento
1. Depois de garantir que nenhum trabalhador possa ser ferido, opere o
botão ou outros controles normais para verificar se todas as fontes de
energia foram desconectadas e se o equipamento não funcionará.
2. Se houver possibilidade de reacumulação de energia armazenada, tal
como um aumento na pressão para um nível perigoso, o isolamento do
equipamento deve ser verificado periodicamente até que a manutenção
ou reparo seja concluída, ou até que a possibilidade de tal acumulação
não mais exista.
3. Retorne os controles de operação para a posição neutra após o
teste. Uma verificação da ativação do sistema (por exemplo, uso de
voltímetro para circuitos elétricos) deve ser realizada para garantir o
isolamento.
4. O equipamento está agora bloqueado.
Interrupção de bloqueio / sinalização
1. Se uma máquina estiver bloqueada / etiquetada e houver necessidade de
teste ou posicionamento do equipamento / processo, os seguintes passos
devem ser seguidos:
● Limpar o equipamento / processo de ferramentas e materiais.
● Assegure-se de que os trabalhadores estejam a uma distância
segura de qualquer perigo em potencial.
● Remova as travas / etiquetas de acordo com o procedimento
estabelecido.
● Continue com o teste.
● Desenergize todos os sistemas e bloqueie novamente os controles
antes de retomar o trabalho.
Liberar bloqueio / sinalização
1. Antes que as travas e etiquetas sejam removidas e a energia seja
restaurada na máquina ou no equipamento, inspecione a área de trabalho
para garantir que itens não essenciais tenham sido removidos e que os
componentes da máquina ou do equipamento estejam operacionalmente
intactos.
2. Assegure-se de que os trabalhadores estejam a uma distância segura de
qualquer perigo em potencial.
3. Cada bloqueio e sinalização deve ser removido de cada dispositivo de
isolamento de energia pelo trabalhador que aplicou o bloqueio e a
sinalização.
4. Notifique os funcionários afetados de que bloqueios e sinalizações foram
removidos.
6.4.4 Implementar Medidas Necessárias para Eliminação ou Controle
dos Riscos Atmosféricos
Principal causa de acidentes em espaços confinados, segundo a
Occupational Safety and Health Administration (OSHA), os riscos atmosféricos
devem ser preferencialmente eliminados antes da entrada e mantidos sob
controle durante a permanência dos trabalhadores no interior dos espaços
confinados.
A concentração de contaminantes, a presença de inflamáveis e o
percentual inadequado de oxigênio, seja por deficiência ou enriquecimento, são
riscos atmosféricos que podem provocar intoxicação e asfixia dos trabalhadores
ou a formação de uma atmosfera inflamável/explosiva.
Para avaliar adequadamente os riscos atmosféricos é necessário
conhecer:
● A classificação da ação fisiológica da substância;
● O limite de exposição (L.E.);
● O valor imediatamente perigoso à vida e à saúde (IPVS);
● O limiar de odor;
● A densidade;
● Os limites inferior e superior de explosividade (LIE E LSE);
● O ponto de fulgor;
● A temperatura de autoignição;
● A ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ).
Vários gases podem estar presentes nos espaços confinados. O metano
(CH4), formado pela decomposição de resíduos orgânicos, é um gás inflamável
e asfixiante simples. Em altas concentrações, desloca o oxigênio do ar existente
no espaço confinado. O gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio (H2S), formado
em processos de biodegradação da matéria orgânica, é um gás tóxico, asfixiante
químico e inflamável.
O monóxido de carbono (CO), formado pela queima em presença de
pouco oxigênio (combustão incompleta) e/ou alta temperatura de carvão ou
outros materiais ricos em carbono, é um gás altamente tóxico e inflamável.
Possui grande afinidade pela hemoglobina do sangue, impedindo a oxigenação
dos tecidos. Isto pode levar à morte por asfixia química. Já o dióxido de carbono
(CO2) é um asfixiante simples e, apesar de deslocar o oxigênio em altas
concentrações, possui valor Imediatamente Perigoso à Vida e à Saúde (IPVS).
Gases como H2S e CO só podem ser medidos através de sensores
delicados de gás sulfídrico e monóxido de carbono. A configuração padrão para
instrumentos medidores de múltiplos gases (multigases) é composta por quatro
sensores, sendo um sensor de oxigênio, com alarmes para deficiência (19,5%
em volume) e enriquecimento (23% em volume); um sensor de explosividade
com alarme a 10% do LIE; um sensor de CO e um de H2S. Os alarmes de H2S
e CO podem ser ajustados para o Limite de Tolerância ou para o Nível de Ação
(metade do Limite de Tolerância). A configuração padrão contempla os gases
encontrados com maior frequência em espaços confinados, mas não dispensa,
em hipótese alguma, um estudo aprofundado dos riscos atmosféricos para
seleção dos sensores adequados para cada caso.
6.4.5 Avaliar e Monitorar para Manter a Atmosfera nos Espaços
Confinados Segura
A avaliação inicial da atmosfera é importante para se determinar quais os
riscos atmosféricos existentes no espaço confinado, quanto à sua abertura, ou
para se detectar vazamentos ocorridos durantes períodos em que o espaço
confinado permaneceu aberto sem trabalhador no seu interior.
As avaliações atmosféricas iniciais do interior do espaço confinado devem
ser realizadas com o supervisor de entrada fora do espaço confinado,
imediatamente antes da entrada dos trabalhadores, para verificar se o seu
interior é seguro.
EQUIPAMENTOS
Os equipamentos utilizados para avaliação atmosférica devem:
• Atender o disposto nas normas técnicas;
• Efetuar leitura instantânea;
• Ser protegida contra interferência eletromagnéticas de radiofrequência,
devendo suportar campo de 10 V/m (dez Volts por metro).
• Possuir alarme sonoro, visual e vibratório, acionados simultaneamente;
• Possuir grau de proteção contra o ingresso de poeira e água adequado;
• Possuir manual e português.
Não é seguro utilizar uma corda para baixar o equipamento e efetuar
avaliações no interior de espaço confinado com abertura vertical. Essa prática
não permite a leitura dos resultados em tempo real e pode levar a conclusões
erradas.
MONITORAMENTO
O monitoramento da atmosfera dever ser contínuo durante a permanência
dos trabalhadores no espaço confinado, de forma remota ou presencial,
conforme previsto no procedimento de segurança.
O percentual de oxigênio (O2) indicado para a entrada em espaços
confinados é de 20,9%, sendo aceitável o percentual entre 19,5% até 23% de
volume, desde que a causa da redução ou enriquecimento do O2 seja conhecida
e controlada.
Caso as avaliações iniciais indiquem a presença de riscos atmosféricos,
o espaço confinado deve ser ventilado, purgado, lavado ou tornado inerte. A
purga e a inertização são processos em que uma atmosfera perigosa é
substituída por outra, com ar, vapor ou gás inerte. Nunca esquecer que a
inertização implica na formação de uma atmosfera IPVS.
A ventilação deve ser realizada para manter o percentual de oxigênio
dentro de uma faixa segura, bem como proporcionar conforto térmico e
respiratório aos trabalhadores. Pode ser usada a insuflação, a exaustão ou
ambas. O emprego simultâneo da insuflação e exaustão oferece melhor eficácia.
Ao se insuflar o ar, o contaminante é diluído e expelido do espaço confinado pela
formação de pressão positiva. No processo de exaustão, o ar contaminado é
retirado do seu interior, enquanto ocorre a admissão de ar pela formação de
pressão negativa.
O dimensionamento do sistema de ventilação deve considerar a forma
como o risco atmosférico é criado e a sua concentração, as dimensões do
espaço confinado e o número e tamanho das aberturas. O ar deve ser captado
de fonte limpa, livre de gases provenientes dos motores à combustão.
Mangueiras longas e curvas reduzem de forma significativa a eficiência do
sistema de ventilação.
As boas práticas de segurança em espaço confinado exigem ventilação
contínua, que deve ser iniciada antes da entrada e mantida durante o decorrer
da atividade.
A atmosfera do espaço confinado deverá ser continuamente monitorada
por meio de detectores portáteis transportados pelos trabalhadores autorizados
e/ou por meio de detectores fixos, instalados próximos às tubulações, válvulas e
demais locais onde possam ocorrer vazamentos ou formação de contaminantes
durante a execução da tarefa. O monitor deve ter capacidade de detectar todos
os gases e vapores existentes no espaço confinado. Os monitores mais
utilizados detectam o percentual de oxigênio, limite inferior de explosividade de
inflamáveis, monóxido de carbono e o gás sulfídrico. O prazo de garantia e a
vida útil dos sensores, detectores ou células devem ser verificados
periodicamente.
AUTO-ZERO
https://www.youtube.com/watch?v=OECAGqQOHog
O auto-zero ou ajuste de ar limpo é um recurso dos detectores de gases
para que se estabeleça a referência zero para todos os sensores de
monitoramento de gases e vapores inflamáveis e contaminantes, além de ajustar
o sensor de oxigênio para a concentração normal dessa substância no ar.
Deve ser realizado em local com ar limpo, mantendo o botão liga/desliga
do equipamento pressionado por determinado período para limpar as leituras e
retirar eventual pressão existente no equipamento.
O auto-zero e o teste de resposta do equipamento de avaliação, quando
utilizados, devem ser realizados diariamente antes do início das avaliações.
Quando o auto-zero ou o teste de resposta do equipamento falhar, o
equipamento de avaliação deve ser ajustado ou parametrizado pelo trabalhador,
desde que devidamente capacitado.
A calibração do equipamento de avaliação deve ser realizada por
laboratório de calibração acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia – Inmetro.
6.4.6 Medidas de Controle de Riscos
Visam eliminar ou controlar os riscos de inundação, soterramento,
engolfamento, incêndio, choques elétricos, eletricidade estática, queimaduras,
quedas, esmagamentos, amputações que possam afetar a segurança e saúde
dos trabalhadores.
Uma análise criteriosa dos riscos, antes da entrada, permite a adoção de
medidas adequadas para controlar ou eliminar os riscos existentes nas
operações de entrada e trabalho no espaço confinado. Dentre estes podemos
destacar:
● Risco de Queda de Altura
Espaços confinados com entrada pela parte superior devem possuir
escada incorporada à sua estrutura e plataforma junto à abertura de entrada.
Durante o acesso, a entrada e a saída do espaço confinado, os trabalhadores
devem utilizar cinto de segurança dotado de dispositivo trava-quedas,
devidamente ligado ao cabo-guia.
● Risco de Choque Elétrico
Ele pode ser minimizado com a utilização de tensão de segurança (tensão
não superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente contínua,
entre fases ou entre fase e terra), cabos com duplo isolamento e aterramento
dos equipamentos elétricos.
● Riscos de Esmagamentos e Amputações de Membros
A instalação de proteção nas partes móveis das máquinas e
equipamentos evita a ocorrência desse acidente.
● Risco de Queda de Objetos
Em áreas onde existe circulação de pessoas e veículos é recomendável
colocação de anel de proteção ou barricadas junto à abertura do espaço
confinado para evitar a queda no seu interior.
● Risco de Afogamento
Por inundação do espaço confinado em dias de chuva ou devido a
vazamentos de líquidos, principalmente em túneis, poços de visita e redes de
esgoto. A paralisação dos serviços, o fechamento de válvulas, a manutenção
previa, o emprego de bombas, a comunicação e outros procedimentos podem
eliminar esse risco.
● Risco de Engolfamento
A entrada e trabalho em espaços confinados com materiais sólidos, como
grãos, deve ser feita com talabarte, cinto de segurança e cabo-guia esticado,
pois caso o trabalhador seja coberto por esse material, dificilmente a equipe
externa conseguirá içá-lo do interior do espaço confinado.
● Trabalho a Quente
O trabalho a quente refere-se a qualquer operação com tempo reduzido
que envolva chama exposta ou produza calor ou faísca. Esse trabalho pode
causar a ignição de combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos, um tipo de serviço
que possa gerar fagulhas e chamas.
A exposição a esse tipo de trabalho pode causar danos à respiração,
reação química e/ou ação biológica.
7. EQUIPAMENTOS UTILIZADOS E FUNCIONAMENTO
Para os trabalhos em espaços confinados é necessária a utilização de
equipamentos de proteção coletiva e individual, para que os riscos que os
trabalhadores estão em constante exposição possam ser eliminados ou
minimizados.
Segundo a NR-33:
Devem ser providenciados equipamentos sem custo para os
empregados e mantidos em perfeitas condições de uso, tais como:
monitoramento, comunicação, iluminação, ventilação, reanimação,
emergência e resgate, indicador pessoal de movimento, extintores de
incêndio, lava-olhos e conjunto para primeiros socorros, entre outros.
Para a seleção dos tipos e quantidade de equipamentos é necessário
determinar o número de trabalhadores envolvidos na entrada, a distância entre
as fontes geradoras e os trabalhadores, o tempo de permanência no espaço
confinado, os riscos existentes e as interferências entre as atividades a serem
desenvolvidas.
Antes de cada utilização dos equipamentos de proteção coletiva e
individual o supervisor de entrada deve testar os equipamentos e ajustar as
configurações do equipamento de avaliação, verificar a carga das pilhas ou
baterias, testar os sensores (bump-test), confirmar se a mangueira não está
obstruída, bem como observar as recomendações do manual de operação.
7.1 Equipamentos de Proteção Coletiva
Você sabe o que é um Equipamento de Proteção Coletiva?
Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) é todo o equipamento de uso
coletivo, destinado a evitar acidentes e o aparecimento de doenças
ocupacionais.
Você sabia que os equipamentos de proteção coletiva devem estar
presentes no ambiente de trabalho?
Os equipamentos de proteção coletiva são de extrema importância para
preservar a integridade física dos trabalhadores, minimizando os riscos de
eventuais acidentes. Esses equipamentos são dispositivos utilizados nos
ambientes de trabalho, que visam proteger os trabalhadores dos eventuais riscos
inerentes ao processo.
Deve haver algum tipo de rigor na cobrança do uso do EPC, mesmo que
ainda esse equipamento não dependa da boa vontade do trabalhador. A
preferência pela utilização deste é maior em relação à utilização do Equipamento
de Proteção Individual (EPI).
O EPI será obrigatório somente nos casos em que o EPC não minimizar
ou eliminar o risco completamente ou se oferecer proteção parcial.
Muitos são os EPCs que garantem a segurança e saúde do trabalho.
Rojas (2015) cita os seguintes EPCs, que estão presentes no dia a dia das
empresas:
● Enclausuramento acústico de fontes de ruídos;
● Ventilação dos locais de trabalho;
● Proteção de partes móveis de máquinas (tela, grade para proteção
de polias, peças ou engrenagens móveis, sensores de movimento);
● Ar-condicionado ou aquecedor para locais frios;
● Placas de aviso e sinalizadoras;
● Corrimão em escadas e passarelas;
● Fitas antiderrapantes de degraus de escadas;
● Iluminação;
● Piso antiderrapante;
● Barreiras de proteção contra luminosidade e radiação;
● Guarda-corpos;
● Sirene de alarme de incêndio;
● Cabines para pintura;
● Purificadores de ar/água;
● Chuveiro e lava-olhos de emergência.
Abaixo, descrevem-se os principais EPCs utilizados no dia a dia em uma
empresa:
7.1.1 Cone de Sinalização
Fonte: https://stock.adobe.com
Usado para sinalizar áreas de trabalho e obras em vias públicas ou
rodovias e demais atividades que requerem sinalização e orientação do trânsito
de veículos e de pedestres, podendo ser utilizado em conjunto com fitas
zebradas.
7.1.2 Fita de Sinalização
http://www.agarwalwelding.com
Usada para delimitar, sinalizar e isolar áreas de trabalho. Também
conhecida como fita zebrada.
7.1.3 Grade Metálica Dobrável
Usada para isolar e sinalizar as áreas de trabalho, poços e inspeção,
entrada de galerias subterrâneas e situações semelhantes em que haja a
possibilidade de ocorrer queda, principalmente.
7.1.4 Sinalizador Strobo
Usado para identificação de serviços; obras; acidentes e atendimentos em
ruas, rodovias e atividades em geral, que precisam de atenção.
7.1.5 Banqueta Isolante
http://www.directindustry.com
A banqueta isolante é um equipamento útil ao eletricista para o isolamento
do potencial de terra, ampliando a sua segurança nas intervenções em
subestações; cubículos; painéis elétricos; entre outros, além de facilitar o acesso
a locais acima do seu limite de alcance.
7.1.6 Escadas e Rampas com Corrimão e Antiderrapantes
Para garantir a segurança do trabalhador devem ser utilizadas escadas
com corrimão e pisos antiderrapantes.
7.1.7 Pisos Antiderrapantes
Os pisos antiderrapantes devem ser utilizados para evitar
escorregamentos e consequentes quedas no ambiente de trabalho, devendo ser
aplicados obrigatoriamente em ambientes úmidos.
7.1.8 Placas de Sinalização
São utilizadas para sinalizar perigo e situação dos equipamentos, visando
à proteção de pessoas que estiverem trabalhando em locais que ofereçam ao
trabalhador algum tipo de risco.
A sinalização dos espaços confinados deve ser realizada através do
modelo estabelecido pela NR-33.
A sinalização é indispensável, mesmo quando não estão sendo feitos
trabalhos nos espaços confinados. A ausência de sinalização de forma
permanente em vias públicas ou em outros locais que possam ser danificados
pela circulação de pessoas, veículos, equipamentos ou materiais, deve ser
justificada pelo responsável técnico.
7.1.9 Ar-Condicionado
Os ambientes climatizados artificialmente são espaços fisicamente
delimitados, com dimensões e instalações próprias, submetidos ao processo de
climatização por meio de equipamentos de ar-condicionado.
O conforto térmico no ambiente de trabalho está diretamente ligado ao
bem-estar das pessoas, e por isso pode possuir grande influência no seu
rendimento e qualidade de vida.
Caso a empresa prefira o sistema de ar-condicionado, deve-se atentar à
manutenção periódica, pois o acúmulo de umidade ou respingos de um
equipamento mal calibrado pode ser uma fonte de proliferação microbiana.
7.1.10 Exaustores
Os exaustores são utilizados para retirar gases e vapores produzidos
durante o expediente para o meio externo, no qual serão dissipados com maior
facilidade. Para tanto, devem ser instalados em locais apropriados.
O funcionamento desses equipamentos deve seguir orientações
específicas da medicina do trabalho para não incorrer em acúmulo de gases
tóxicos ou aumentar a passagem de contaminantes durante o processo de
trabalho.
Além disso, os tipos, a voltagem, a capacidade do exaustor, o espaço para
instalação e o número de funcionários existentes no mesmo recinto são fatores
interferentes no momento da aquisição.
As recomendações para aquisição desse aparelho incluem o tipo de
passagem de ar (vertical ou horizontal), o espaço físico para instalação e como
serão feitas as rotinas para manipulação de quimioterápicos.
O exaustor portátil para espaço confinado, também chamado de
insuflador, é um equipamento de ventilação portátil utilizado em espaços
confinados onde não haja risco de explosão. O exaustor portátil para espaço
confinado possui uma carcaça fabricada em metal, sendo um produto muito
resistente, que apresenta excelente durabilidade. O exaustor tem baixo peso e
conta com motor elétrico de 220 V. Esse equipamento possui pés de borracha,
o que permite uma fixação segura e ausência de trepidações durante seu
funcionamento. O exaustor portátil para espaço confinado conta ainda com
conexão para diversos tipos de dutos.
7.1.11 Sistema de Purificação do Ar
Sabe-se que muitas doenças são transmitidas pelo ar na forma de
perdigotos, ou seja, partículas emitidas por pessoas doentes que viajam por todo
o ambiente e penetram em outros indivíduos suscetíveis de adquiri-las.
Por isso, um sistema de purificação e circulação de ar é fundamental para
manter a saúde dos trabalhadores da instituição. A escolha do equipamento
dependerá do porte da empresa, da decisão da CIPA e do investimento
financeiro para aquisição e manutenção.
Nesse sentido, pode-se optar por um sistema de ventilação em que o
sentido do ar seja do ambiente limpo para o setor mais sujo e deste para o lado
externo o mais rapidamente possível.
7.1.12 Sistema de Proteção Contra Agentes Químicos
Como sistema de proteção contra agentes químicos destacam-se o lava-
olhos e os chuveiros de segurança.
O lava-olhos é utilizado em empresas que realizam reações químicas que
podem ser nocivas aos olhos, enxaguar os olhos poderá diminuir a absorção da
substância que causa cegueira.
Os chuveiros de segurança são usados para retirar produtos químicos
que, porventura, tenham caído nas roupas e na pele dos colaboradores.
Conforme orientações específicas, o chuveiro diminui as lesões advindas do
contato da pele com as substâncias químicas corrosivas ou irritantes.
7.2 Equipamentos de Proteção Individual
O equipamento de proteção individual (EPI) é todo o dispositivo ou
produto de uso individual do trabalhador, destinado à proteção contra riscos
capazes de ameaçar a sua segurança e sua saúde, devendo ser utilizado
sempre que o EPC não for suficiente para eliminar completamente o risco de
acidentes ou doenças ocupacionais.
A Norma Regulamentadora 06 normatiza os EPIs, onde considera:
6.1. Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou
produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à
proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no
trabalho.
6.1.1. Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção
Individual todo aquele composto por vários dispositivos, que o
fabricante tenha associado contra um ou mais riscos, que possam
ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a
segurança e a saúde no trabalho.
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou
importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do
Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego.
RESPONSABILIDADES, DIREITOS E OBRIGAÇÕES
A NR 6 estabelece as obrigações das empresas e empregados quanto ao
uso dos EPIs, determinando que tanto empregados quanto empregadores são
responsáveis pela segurança no ambiente de trabalho, determinando obrigações
para ambos:
Empregador
A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI
adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento.
Sempre que as medidas de ordem geral não oferecerem completa
proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais
e do trabalho; enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo
implantadas; e, para atender a situações de emergência.
Cabe ao empregador quanto ao EPI:
➢ Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
➢ Exigir seu uso;
➢ Fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho;
➢ Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e
conservação;
➢ Substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
➢ Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica;
➢ Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada;
➢ Registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros,
fichas ou sistema eletrônico.
Empregado
O uso do EPI é obrigatório para a segurança e preservação da saúde do
trabalhador.
Cabe ao empregado quanto ao EPI:
➢ Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
➢ Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
➢ Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para
uso;
➢ Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
7.2.1 EPI para proteção da cabeça
A proteção de cabeça é utilizada pelos trabalhadores para a proteção do
crânio, pescoço e face contra o impacto de objetos, choques elétricos, agentes
térmicos, químicos, abrasivos e escoriantes. A proteção é feita através de
capacete ou capuz de balaclava.
CAPACETE
O capacete de segurança é imprescindível na proteção individual, para
diminuir os riscos de ferimentos graves em caso de acidentes causados pelo
impacto de quedas, choques mecânicos na cabeça e para proteção do crânio e
face contra agentes térmicos.
Os capacetes podem ser:
• Capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio;
• Capacete para proteção contra choques elétricos;
• Capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos.
CAPUZ OU BALACLAVA
Capuz ou balaclava é uma espécie de touca feita de material flexível, que
envolve toda a cabeça. É utilizado para a proteção do crânio, face e pescoço,
contra riscos de origem térmica, agentes químicos, abrasivos e escoriantes; e
contra a umidade proveniente de operações com o uso de água.
7.2.2 EPI para Proteção dos Olhos e Face
Muitos acidentes envolvendo olhos e face são causados pelo
estilhaçamento de fragmentos metálicos despendidos de esmeril de lixadeira;
queimaduras fotoelétricas, causadas pelo uso da solda elétrica, traumas,
contusões e queimaduras químicas.
ÓCULOS
Os óculos são utilizados na proteção dos olhos contra impactos
mecânicos, partículas volantes, luminosidade intensa, radiação ultravioleta,
radiação infravermelha.
PROTETOR FACIAL
O protetor facial é utilizado para a proteção da face contra impactos de
partículas volantes, radiação infravermelha, luminosidade intensa, riscos de
origem térmica e contra radiação ultravioleta.
Normalmente, o protetor facial contém visor articulado, fixado a uma
testeira, que o trabalhador pode ajustar conforme as suas características e
necessidades.
MÁSCARA DE SOLDA
As máscaras de solda são utilizadas para proteger olhos, face, orelhas e
a parte frontal do pescoço do trabalhador, contra impactos de partículas volantes,
radiação ultravioleta e infravermelha e luminosidade intensa gerada durante a
soldagem.
As máscaras de solda são produzidas com materiais resistentes a altas
temperaturas, protegendo o trabalhador contra o calor excessivo, projeções de
partículas, fagulhas, respingos, eletricidade, fumos de soldagem, radiações
infravermelhas e ultravioletas e luz visível intensa.
7.2.3 EPI para Proteção Auditiva
A proteção auditiva é utilizada para a proteção dos ouvidos nas atividades
e nos locais que apresentem qualquer sinal de ruído, principalmente em locais
com ruídos excessivos.
Existem três tipos de protetor auditivo:
• Protetor auditivo circum-auricular é constituído de duas conchas
de formato oval, revestidas por espumas, que ficam sobre as
orelhas, podendo ser simples ou acoplados ao capacete.
• Protetor auditivo de inserção pode ser pré-moldado ou moldável.
• Protetor auditivo semiauricular é também conhecido como
protetor tipo capa, formado por uma haste plástica de alta
resistência à deformação e rompimento.
7.2.4 EPI para Proteção Respiratória
O protetor respiratório é um equipamento de proteção individual, utilizado
para a proteção do trabalhador contra gases, poeira, névoas e vapores em
ambientes com pouca ventilação, e quando as medidas de proteção coletivas
não são suficientes para manter o ambiente respirável.
A proteção respiratória é utilizada em atividades e locais que apresentem
tal necessidade, em atendimento à Instrução Normativa Nº 1 – Programa de
Proteção Respiratória.
Os respiradores são subdivididos em cinco grandes grupos:
● Respirador purificador de ar não motorizado;
● Respirador purificador de ar motorizado;
● Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido;
● Respirador de adução de ar tipo máscara autônoma;
● Respirador de fuga.
Lembre-se de que antes da utilização do protetor respiratório você deve
receber um treinamento específico.
7.2.5 EPI para Proteção do Tronco
A proteção do tronco é uma forma de proteger o trabalhador contra riscos
de origem térmica, mecânica, radioativa, agentes químicos, bem como riscos
provenientes de precipitação pluviométrica e de operações com o uso de água.
VESTIMENTAS
A proteção a estes riscos pode ser realizada com o uso de aventais,
jaquetas ou conjuntos de jaquetas, calças e capas.
A escolha do material e do tipo do equipamento varia de acordo com o
risco a que o trabalhador está exposto.
COLETE À PROVA DE BALAS
Colete à prova de balas, de uso permitido para vigilantes que trabalhem
portando arma de fogo, para proteção do tronco, contra riscos de origem
mecânica.
7.2.6 EPI para Proteção dos Membros Superiores
Os membros superiores são as partes do corpo onde ocorrem lesões com
maior frequência. As mãos são as partes do corpo que mais sofrem lesões. Por
este motivo, devem-se usar luvas, cremes protetores, mangas, braçadeiras e
dedeiras.
LUVAS
As luvas de proteção são EPIs destinados à proteção das mãos e punhos,
contra as lesões de acidentes a que os trabalhadores se expõem.
As luvas são confeccionadas de materiais diferentes, variando de acordo
com a aplicação, a avaliação dos riscos, agentes de risco, abrasivos e
escoriantes, cortantes e perfurantes, choques elétricos, agentes térmicos,
biológicos e químicos, vibrações, operações com uso de água, radiação
ionizante e o tipo de atividade ou ensaio a ser executado.
CREME PROTETOR
A pele é o maior órgão do corpo humano e se constitui numa barreira
natural entre os órgãos internos e o ambiente externo. Desta forma, é
indispensável que na jornada de trabalho, a nossa pele seja protegida contra
agentes químicos, por meio do EPI adequado, a fim de evitar aumento da
porosidade, rachaduras na pele ou dermatites.
O creme protetor para dos membros superiores contra agentes químicos
neutraliza a ação agressiva do agente químico, mantendo o pH da pele em níveis
normais, a hidratação natural da pele, além de estabelecer um efeito barreira. O
creme amplia a função protetora da pele, diminuindo a possibilidade de doenças
mais sérias atacarem o organismo.
MANGA
A manga é um EPI utilizado em diversas atividades para a proteção dos
braços e antebraços, que estão suscetíveis a acidentes. A escolha do
equipamento correto é realizada através da análise de riscos, análise do
ambiente de trabalho e das características de cada atividade.
BRAÇADEIRA
As braçadeiras são utilizadas para proteger o trabalhador contra agentes
cortantes e escoriantes.
As braçadeiras normalmente são produzidas em aço, para a utilização em
indústria alimentícia, cozinha industrial, frigoríficos, abatedouros e cortes de
faca.
DEDEIRA
A dedeira é um EPI produzido em couro, borracha, PVC ou metal.
As dedeiras são utilizadas para a proteção dos dedos contra agentes
abrasivos e escoriantes.
7.2.7 EPI para proteção dos membros inferiores
A proteção de membros inferiores visa garantir a segurança do
trabalhador, com a utilização de calçados, meias, perneiras e calças.
CALÇADOS
Os calçados estão presentes no dia a dia do trabalhador e são destinados
à segurança e proteção do trabalhador. O mercado oferece muitos tipos de
calçados de proteção, porém, a escolha do tipo ideal deve ser analisada através
da análise de riscos, das características da atividade, do ambiente de trabalho,
e das características do trabalhador.
MEIAS
As meias de proteção dos pés contra baixas temperaturas são geralmente
utilizadas em trabalhos em câmaras frias, onde o trabalhador está exposto a
baixas temperaturas.
PERNEIRAS
As perneiras são utilizadas para a proteção contra agentes abrasivos e
escoriantes, agentes térmicos, agentes químicos, agentes perfurantes e
cortantes, e contra a umidade proveniente de operações com uso de água.
As perneiras são utilizadas nas atividades de soldagem e corte a quente,
que necessitam de proteção contra fagulhas incandescentes, protege contra
peças com rebarbas e de objetos pontiagudos, nas tarefas de corte, nas
atividades de roça e corte de planta.
A perneira deve ser utilizada sobre as calças, utilizando velcro ou fivela
para fixar a perneira.
CALÇA
As calças de proteção são utilizadas para a proteção dos membros
inferiores do corpo do trabalhador contra agentes abrasivos e escoriantes,
agentes químicos, agentes térmicos, umidade proveniente de operações com
uso de água e contra umidade proveniente de precipitação pluviométrica.
As calças de raspas são utilizadas para proteger contra a projeção de
material quente, corte e abrasão.
As calças de amerlan são utilizadas contra agentes abrasivos, escoriantes
e térmicos, provenientes de operações de soldagem e processos similares.
As calças de polietileno são utilizadas contra contaminantes em forma de
partículas secas, vaporizadas ou respingos líquidos.
Sempre que houver desgaste no tecido, descosturas, rasgos, cortes ou
furos, não deve ser utilizada.
7.2.8 EPI para Proteção do Corpo Inteiro
Os equipamentos de proteção do corpo inteiro protegem o trabalhador
contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa, meteorológica e
umidade proveniente de operações com o uso de água.
MACACÃO
Os macacões de proteção do tronco e membros superiores e inferiores
protegem contra agentes térmicos e químicos, contra umidade proveniente de
operações com uso de água e de precipitação pluviométrica.
VESTIMENTA DE CORPO INTEIRO
Protege todo o corpo contra riscos de origem química, umidade
proveniente de operações com água, choques elétricos e contra umidade
proveniente de precipitação pluviométrica.
7.2.9 EPI para Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível
São medidas de proteção individual, utilizadas para a proteção do
trabalhador contra quedas em serviços onde exista diferença de nível.
● Cinturão de segurança tipo paraquedista: equipamento de
Proteção Individual, utilizado para trabalhos em altura onde haja
risco de queda, constituído de sustentação na parte inferior do
peitoral, acima dos ombros e envolta nas coxas;
● Dispositivo trava quedas: dispositivo de segurança para proteção
do usuário contra quedas, em operações com movimentação
vertical ou horizontal, quando conectado com cinturão de
segurança para proteção contra quedas;
● Talabarte de segurança: dispositivo de conexão de um sistema
de segurança, regulável ou não, para sustentar, posicionar e/ou
limitar a movimentação do trabalhador.
Se você for executar qualquer atividade acima de 2 metros de altura
onde há o risco de queda, este treinamento deve ser complementado com o
curso da NR-35 Trabalho em Altura.
8. PROCEDIMENTOS E UTILIZAÇÃO DA PERMISSÃO DE
ENTRADA E TRABALHO
8.1 Introdução
A entrada em espaços confinados exige uma autorização ou liberação
especial, após a análise do ambiente confinado, bem como os riscos e as
medidas de segurança necessárias.
Para a entrada nos espaços confinados deve ser realizada a gestão de
segurança e saúde nos espaços confinados, que é um conjunto de medidas
técnicas de prevenção administrativa, pessoais e coletivas, necessárias para
garantir o trabalho seguro em espaços confinados.
Essas medidas devem ser elaboradas pelo responsável técnico, que deve
ser um profissional habilitado.
8.2 Medidas Administrativas
As medidas administrativas são utilizadas para minimizar ou eliminar os
riscos no ambiente de trabalho.
Cabe ao responsável técnico pelos espaços confinados da empresa
elaborar e manter o cadastro dos espaços confinados, informar a localização,
dimensões, finalidade, acessos, riscos, tarefas realizadas, periodicidade da
entrada, tempo médio de permanência, iluminação, EPIs recomendados,
sistema de resgate, entre outras informações relevantes.
Os espaços confinados desativados também devem possuir cadastro que
informe a data da sua desativação, isolamento, sinalização, bloqueios e medidas
necessárias para a abertura segura, quando da sua reativação.
Como medidas administrativas utilizadas nos espaços confinados:
● Manter cadastro atualizado de todos os espaços confinados, inclusive dos
desativados, e respectivos riscos;
● Definir medidas para isolar, sinalizar, controlar ou eliminar os riscos do
espaço confinado;
● Manter sinalização permanente junto à entrada do espaço confinado;
● Implementar procedimento para trabalho em espaço confinado;
● Adaptar o modelo de Permissão de Entrada e Trabalho;
● Preencher, assinar e datar, em três vias, a Permissão de Entrada e
Trabalho antes do ingresso de trabalhadores em espaços confinados;
● Possuir um sistema de controle que permita a rastreabilidade da
Permissão de Entrada e Trabalho;
● Entregar para um dos trabalhadores autorizados e ao vigia cópia da
Permissão de Entrada e Trabalho;
● Encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho quando as operações forem
completadas, quando ocorrer uma condição não prevista ou quando
houver pausa ou interrupção dos trabalhos;
● Manter arquivados os procedimentos e Permissões de Entrada e Trabalho
por cinco anos;
● Disponibilizar os procedimentos e Permissão de Entrada e Trabalho para
o conhecimento dos trabalhadores autorizados, seus representantes e
fiscalização do trabalho;
● Designar as pessoas que participarão das operações de entrada,
identificando os deveres de cada trabalhador e providenciando a
capacitação requerida;
● Estabelecer procedimentos de supervisão dos trabalhos no exterior e no
interior dos espaços confinados;
● Assegurar que o acesso ao espaço confinado somente seja iniciado com
acompanhamento e autorização de supervisão capacitada;
● Garantir que todos os trabalhadores sejam informados dos riscos e
medidas de controle existentes no local de trabalho;
● Implementar um Programa de Proteção Respiratória de acordo com a
análise de risco, considerando o local, a complexidade e o tipo de trabalho
a ser desenvolvido.
8.3 Procedimentos de Trabalho
Fonte: guia de orientações para espaços confinados (Fundacentro, 2011)
Os procedimentos de trabalho devem obedecer a uma sequência lógica
de medidas para garantir com segurança a entrada, trabalho e saída dos
trabalhadores do espaço confinado.
O procedimento deve ser elaborado pelo responsável técnico, devendo
conter pelo menos os seguintes itens:
● Aplicações e objetivos claros;
● Referência bibliográfica;
● Responsabilidades e competências dos trabalhadores designados;
● Medidas para emissão, encerramento e cancelamento da PET;
● Metodologia para análise de riscos;
● Especificação dos equipamentos e dispositivos para controle dos
riscos.
Anualmente, o responsável técnico, em conjunto com o SESMT e a CIPA,
quando existentes na empresa, deve avaliar os procedimentos de trabalho e a
PET, para verificar a sua atualização e aplicação. Alterações nos riscos implicam
necessariamente na revisão dos procedimentos de trabalho e da PET. Caso
necessário, devem ser adotadas medidas de controle adicionais ou modificações
nas existentes.
Os procedimentos de trabalho devem ser revisados sempre que ocorrer a
entrada de pessoas não autorizadas, detecção de um risco não identificado ou
condição proibida na permissão de trabalho, dano ou acidente durante a entrada,
mudança no uso ou na configuração do espaço confinado, reclamação dos
trabalhadores quanto à segurança e à saúde no trabalho ou até mesmo
mudanças no procedimento ou métodos de trabalho nos espaços confinados.
8.4 Permissão de Trabalho
A Permissão de Entrada e Trabalho (PET) é um documento escrito
contendo o conjunto de medidas de controle visando à entrada e
desenvolvimento de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate
em espaços confinados.
A permissão de entrada e trabalho deve ser documentada em
conformidade às condições locais e autorizar a entrada em cada espaço
confinado, sendo válida somente para uma entrada, devendo ser encerrada e
arquivada ao seu término.
8.4.1 Formato de Emissão
A PET deve ser emitida em meio físico ou digital.
• A PET que for emitida em meio físico deve conter 2 vias, devendo
a primeira via permanecer com o supervisor de entrada e a
segunda entregue ao vigia.
• A PET que for emitida em meio digital devem estar acessível
permanentemente ao vigia durante a execução da atividade e ser
adotada procedimento de certificação de assinatura digital.
8.4.2 Emissão da PET
A norma regulamentadora disponibilizada um modelo de permissão de
entrada e trabalho, porém a empresa poderá adaptá-la conforme o processo da
empresa, podendo ainda incluir avaliações, medidas e procedimentos que não
foram previstos na PET, mas que seja necessário para o trabalho.
No caso de exclusão de qualquer item da PET, o responsável técnico deve
fundamentar a sua decisão por escrito.
A permissão de entrada deve identificar:
• Identificação do espaço confinado a ser adentrado;
• Objetivo da entrada;
• Perigos identificados e medidas de controle, incluindo o controle de
energia perigosas, resultantes da avaliação de riscos do PGR, em
função das atividades realizadas;
• Perigos identificados e medidas de prevenção estabelecidas no
momento da entrada;
• Avaliação quantitativa da atmosfera, imediatamente antes da
entrada no espaço confinado;
• Relação de supervisores de entrada, vigias e trabalhadores
autorizados a entrar no espaço confinado, devidamente
relacionados pelo nome completo e função que irão desempenhar;
• Data e horário da emissão e encerramento da PET; e
• Assinatura dos supervisores de entrada e vigias.
8.4.3 Prorrogação da PET
A PET poderá ser prorrogada, desde que atenda os seguintes requisitos:
• Estar relacionada às mesmas atividades e riscos;
• Constar os intervalos de parada e retomada de todas as equipes
de trabalho;
• Relacionar os trabalhadores autorizados, vigias e supervisores de
entrada;
• Registrar a continuidade da atividade e a substituição da equipe a
cada entrada e saída;
• Estiver garantido o monitoramento contínuo de toda a atmosfera do
espaço confinado e a manutenção das condições atmosféricas ou
realizar nova avaliação da atmosfera a cada entrada;
• Estiver garantida a presença contínua do vigia junto ou próximo à
entrada do espaço confinado, desde que esteja de acordo com as
atividades do Vigia.
• g) estiverem reavaliadas as medidas de prevenção descritas na
PET a cada entrada.
8.4.4 Encerramento a PET
Ao término da atividade programada no espaço confinado, o supervisor
de entrada deve encerrar a Permissão de Entrada e Trabalho, sendo que a
validade da PET deve ser limitada a uma jornada de trabalho.
Ou em outras situações como:
• Ocorrer uma condição não prevista;
• Ocorrer saída de todos os trabalhadores do espaço confinado; ou
• Houver a substituição de vigia por outros não relacionado na PET.
No caso de pausas para descanso, intervalos para refeições ou
interrupções da atividade, ainda que programadas, a PET deve ser encerrada,
desde que ocorra a saída de todos os trabalhadores do espaço confinado.
A substituição de vigia por outro pode ocorrer desde que seja relacionado
na PET.
8.4.5 Validade
As PET’s emitidas devem ser rastreáveis, e arquivadas por no mínimo 5
anos.
Durante o período de arquivamento as PETs emitidas devem estar
disponíveis aos trabalhadores, quando solicitado.
9. NOÇÕES DE RESGATE E SALVAMENTO
9.1 Introdução
Devido aos riscos nos espaços confinados, a NR-33 e a NBR 16577
preveem que deve ser implantado o serviço de urgência e emergência e resgate,
mantendo os membros sempre à disposição, treinados e com equipamentos em
perfeitas condições de uso.
Para que os serviços de resgate sejam realizados de maneira eficaz,
conforme previsto na NR-33, que o plano de resgate contemplar ao menos:
● Identificação dos perigos associados à operação de resgate;
● Designação da equipe de emergência e salvamento, interna e externa,
dimensionada conforme a geometria, acessos e riscos das atividades e
operações de resgate;
● Tempo de resposta para atendimento à emergências;
● Seleção das técnicas apropriadas, equipamentos pessoais e/ou coletivos
específicos e sistema de resgate disponíveis, de forma a reduzir o tempo
de suspensão inerte do trabalhador e sua exposição aos perigos
existentes; e
● Previsão de simulados dos cenários identificados.
9.2 Identificar a Avaliação de Risco
Para que seja possível a realização do salvamento e resgate é necessário
que os trabalhadores sejam capacitados para avaliar os riscos existentes no
espaço confinado antes da entrada dos trabalhadores.
Sendo assim, o trabalhador que tiver a obrigação de chefiar a equipe de
resgate deve estar preparado, juntamente com os trabalhadores autorizados,
para tentar prever todas as intercorrências que podem resultar em acidentes.
Contudo, essa orientação visa contribuir para a eficácia do trabalho da
equipe e para o bem-estar dos trabalhadores que adentram o espaço confinado.
9.3 Emergência e Salvamento
Normalmente, acidentes demandam situações de emergência e apesar
de dificuldades enfrentadas pelos acidentes, estes ainda precisam contar com a
eficiência das equipes de salvamento.
Os seguintes requisitos se aplicam aos empregadores que tenham
trabalhadores que entrem em espaços confinados para executar os serviços de
salvamento:
• Caso seja detectada uma atmosfera combustível/inflamável, a
equipe deve reverter a atmosfera com ventilação e medições
comprobatórias, com detectores de gases e equipamentos
elétricos/ eletrônicos adequados para áreas classificadas, para,
então, prosseguir com o salvamento;
• Cada membro do serviço de salvamento deve possuir aptidão
física e mental compatível com a atividade a ser desempenhada;
• Cada membro do serviço de salvamento deve ser treinado para a
execução de trabalhos em espaços confinados (trabalhador
autorizado), bem como para desempenhar as tarefas de
salvamento designadas;
• A capacitação da equipe de salvamento deve contemplar todos os
possíveis cenários de acidentes identificados na análise de risco;
• A equipe de salvamento está isenta da emissão da PET.
Nesse caso torna-se necessário que o empregador disponibilize equipes
de salvamento treinadas para atuarem em situações de emergência.
9.4 Equipes de Resgate
A frequência de acidentes, assim como a falta de eficiência nas ações de
resgate e salvamento, pode ser um indicativo de falta ou falha no treinamento.
Uma vez definida a equipe de resgate, os treinamentos devem ser
exclusivamente para atividades em espaços confinados, pois durante essas
atividades a equipe deverá se dedicar muito.
Segundo a Norma Brasileira (NBR 16577), deve-se facilitar a retirada de
pessoas do interior de espaços confinados, sem que a equipe de resgate precise
adentrar nestes; podem ser utilizados movimentadores individuais de pessoas,
atendendo aos princípios dos primeiros-socorros, desde que não prejudiquem a
vítima.
O socorrista precisa sempre manter a atenção, disposição física,
conhecer a estrutura dos espaços, capacidades de fazer a identificação e análise
de riscos, conhecer os procedimentos de saída de emergência, bem como saber
os recursos de primeiros socorros, devido aos tipos e quantidade de riscos
existentes no espaço confinado. E alguns deles podem causar lesões, doenças
ou até a morte do trabalhador.
9.5 Equipamentos Utilizados em Resgates e Salvamento
Antes da operação de salvamento, a equipe e os responsáveis pela
segurança dos trabalhadores devem selecionar e supervisionar todos os
equipamentos que serão utilizados.
Os principais equipamentos utilizados no resgate e salvamento são para:
● Comunicação;
● Iluminação de emergência;
● Busca;
● Resgate;
● Primeiros socorros;
● Transporte de vítimas.
O uso de escadas e/ou tripés ligados ao cinturão de segurança reduzem
o tempo necessário para a equipe de resgate acessar o local do acidente. Macas,
equipamentos para reanimação, proteção respiratória e conjunto para primeiros
socorros possibilitam um atendimento e retirada das vítimas com maior rapidez.
Todos os equipamentos devem ser de boa qualidade e precisam ser mantidos
em bom estado de conservação para evitar falhas durante a sua utilização.
Para a seleção dos equipamentos é necessário levantar algumas
informações como:
● Natureza do agente contaminante;
● Qual é a área cúbica;
● Que tipo de trabalho estava sendo realizado;
● Quantos trabalhadores estão no local.
10. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
10.1 Introdução
Fonte: Fundacentro, 2018.
Os trabalhos em espaços confinados expõem os trabalhadores a muitos
riscos respiratórios. Devido à importância de manter a saúde dos pulmões e do
organismo geral do trabalhador, surgiu a necessidade da utilização de protetor
respiratório.
O protetor respiratório é um equipamento de proteção individual utilizado
para a segurança do trabalhador quando no uso de agentes químicos, em
ambientes com pouca ventilação e quando as medidas de proteção coletivas não
são suficientes para manter o ambiente respirável. O uso do EPR é considerado
o último recurso na hierarquia das medidas de controle e deve ser adotado
somente após cuidadosa avaliação dos riscos.
O programa de proteção respiratória (PPR) veio com o objetivo de auxiliar
a elaboração, implantação e administração dos equipamentos de proteção
respiratórios (EPR), abrangendo a seleção, utilização e manutenção.
Segundo a NR-33, o programa de proteção respiratória é um conjunto de
medidas práticas e administrativas necessárias para proteger a saúde do
trabalhador pela seleção adequadas e uso correto dos respiradores.
10.2 Procedimentos de Implantação e Administração do Programa
É importante que o Programa de Proteção Respiratória seja implantado,
avaliado e atualizado, quando necessário, levando em consideração as
mudanças nas condições de trabalho que possam afetar a seleção e o uso do
respirador.
O administrador deve atribuir a uma só pessoa a responsabilidade e a
autoridade pelo programa, essa pessoa deve ser qualificada por treinamento ou
possuir experiência comprovada. O administrador poderá indicar alguém com
competência para auxiliá-lo na implantação de algumas tarefas do programa.
10.2.1 Regras e Responsabilidades
Todas as pessoas envolvidas no PPR devem ser competentes na sua
área de responsabilidade dentro do programa e devem manter seus
conhecimentos e treinamentos atualizados, para poderem desenvolver com
eficiência seus encargos.
Responsabilidade do Empregador
O empregador é responsável pelo PPR e deve:
a) Designar um administrador para o programa;
b) Providenciar recursos, definir, implementar e documentar o
programa;
c) Fornecer o respirador adequado; permitir que o trabalhador usuário
do respirador deixe a área de risco por qualquer motivo relacionado ao seu uso;
d) Investigar a causa do mau funcionamento do respirador e tomar
providências para saná-las;
e) Fornecer somente respiradores aprovados.
Responsabilidade do Trabalhador
Para que as medidas implantadas surtam efeito, o usuário é responsável,
no mínimo, por:
a) Usar o respirador fornecido de acordo com as inscrições e o treinamento
recebido;
b) No caso de uso de respirador com vedação fácil, não apresentar
pelos faciais (barba, cavanhaque etc.), que interfiram na selagem do respirador
em seu risco;
c) Guardar o respirador, quando não estiver em uso, de modo
conveniente para que não se danifique ou deforme;
d) Deixar imediatamente a área contaminada se observar que o
respirador não está funcionando bem e comunicar o defeito à pessoa
responsável indicada nos procedimentos operacionais escritos;
e) Comunicar à pessoa responsável qualquer alteração em seu
estado de saúde que possa influir na capacidade de uso seguro do respirador.
10.3 Tipos de Respiradores
Os respiradores de ar podem ser divididos em dois grandes grupos: o de
adução de ar e purificadores de ar.
● Respiradores por adução de ar são independentes do ambiente;
● Respiradores purificadores são dependentes do ar ambiente.
Fluxo contínuo
Respirador de linha Demanda com
de ar comprimido pressão positiva
Respirador de linha de Demanda sem
ar com cilindro auxiliar pressão positiva
Circuito aberto Demanda sem
pressão positiva
Adução de ar Máscara autônoma
Circuito Fechado Demanda com
pressão positiva
Sem ventoinha
RESPIRADORES
Respirador de ar Com ventoinha
natural manual
Com ventoinha
motorizada
Peça semifacial
Não motorizado filtrante para
Partículas
Purificador de ar Com filtro químico
Com filtro para
Motorizado
partículas
Com filtro combinado
adução de ar
Classificação dos Respiradores: (ABNT NBR 12543)
10.3.1 Respiradores por Adução de Ar
Essa classe de respiradores supre ao usuário ar ou outro gás respirável
vindo de uma atmosfera independente do ar ambiente.
Pertence a essa categoria o seguinte respirador:
● Máscaras Autônomas
Fonte: Honeywell safety, 2018
O ar, oxigênio ou uma substância química geradora de oxigênio é
transportada pelo usuário. É mais comum o uso de peça facial inteira, embora
alguns equipamentos também empreguem peça semifacial, bocal e capuz.
a) Máscaras autônomas de circuito fechado: todo o gás inalado,
ou parte dele, é purificado e reinalado;
b) Máscara autônoma de circuito aberto: o gás exalado sai para o
ambiente em vez de ser reinalado;
● Respiradores de Linha de Ar Comprimido
Fonte: Honeywell safety, 2018
O ar respirável é fornecido ao usuário através de uma mangueira ligada a
um compressor, a uma rede de ar comprimido ou a uma bateria de cilindros. A
mangueira é ligada ao usuário através de um cinturão ou outro equipamento
apropriado, e pode ser desconectado rapidamente numa emergência.
a) De fluxo contínuo: o ar que chega garante quase sempre a
pressão ligeiramente positiva dentro da cobertura das vias
respiratórias.
b) De demanda sem pressão positiva: esses respiradores somente
usam peça semifacial ou facial inteira. A válvula da demanda
garante o fluxo de ar somente durante a inalação;
c) De demanda com pressão positiva: geralmente usam peças
semifaciais ou faciais inteiras dotadas de válvulas de exalação
especial.
● Respiradores de Ar Comprimido com Cilindro Auxiliar para
Fuga
Os respiradores de linha de ar comprimido com cilindro auxiliar para fuga
têm autonomia menor ou igual a 15 minutos. A entrada em atmosferas IPVS
deve ser feita somente com utilização da linha de ar comprimido. O cilindro
auxiliar é utilizado somente para a fuga.
● Respiradores de Ar Natural
A peça facial inteira é conectada através de uma traqueia a uma
mangueira de ar, pela qual o ar atmosférico é transferido de um ambiente não
contaminado, pela depressão provocada durante a inalação até as vias
respiratórias do usuário e liberado ao ambiente através da válvula de exalação.
Alguns modelos possuem ventoinha manual ou elétrica.
● Roupa de Proteção Respiratória
Fonte: Honeywell safety, 2018
As roupas são a classe de equipamentos de proteção respiratória que
proporcionam simultaneamente proteção da pele e das vias respiratórias. O ar
respirável é suprido através de mangueiras, de cilindros ou de um respirador
purificador de ar motorizado.
Essas roupas são classificadas pela Environmental Protection Agency
(EPA) em quatro níveis de proteção (A, B, C e D), dependendo do tipo de risco
ao qual o trabalhador é exposto.
10.3.2 Respiradores Purificadores de Ar
Fonte: Honeywell safety, 2018
Nesses respiradores o ar ambiente passa através de um elemento filtrante
que remove aerossóis, gases, vapores ou a combinação desses contaminantes.
Nos respiradores de pressão negativa a cobertura das vias respiratórias é do tipo
com vedação facial.
Os respiradores purificadores de ar motorizados são equipados com
bateria, motor e ventoinha, transportados junto ao corpo do usuário.
A ventoinha insufla o ar ambiente pelo elemento filtrante, e o ar purificado
vai para a cobertura das vias respiratórias com vedação facial ou sem vedação
facial: peça facial, capuz, capacete ou roupa de proteção respiratória.
Os respiradores purificadores de ar não protegem o usuário quando em
atmosfera com deficiência de oxigênio, contrairritação da pele, ou absorção de
contaminantes pela pele. A máxima concentração na qual pode ser utilizado o
respirador purificador de ar depende da eficiência do filtro mecânico, da
capacidade de filtro químico e do tipo da peça facial, isto é, do fator de Proteção
Atribuído.
O período durante o qual o usuário está protegido depende do tipo de filtro
da concentração do contaminante, da temperatura e umidade do ambiente e do
nível do esforço desenvolvido pelo usuário.
Os respiradores purificadores de ar não motorizados podem provocar
desconforto devido à resistência à respiração, eles possuem a vantagem de
serem pequenos, leves e de operação simples.
● Respiradores Purificadores de Ar com Filtro Químico
Fonte: Honeywell safety, 2018
Cobrem as vias respiratórias com uma peça um quarto facial, semifacial,
facial inteira, semifacial filtrante ou bocal. Não protegem contra contaminantes
aerossóis. É necessário usar filtros e deve-se observar o período de troca.
● Respiradores Purificadores de Ar com Filtro Mecânico
Cobrem as vias respiratórias por meio de peça um quarto facial,
semifacial, facial inteira ou peça semifacial filtrante. Só protegem de
contaminantes aerossóis.
● Respiradores Purificadores de Ar com Filtro Combinado
Possuem filtro mecânico e filtro químico superpostos para remover de
forma simultânea aerossóis, gases e vapores do ar.
● Respirador de Adução de Ar e Purificador de Ar
É a combinação do respirador e do purificador de ar. Se o modo de adução
não estiver em uso, o purificador estará.
10.4 Seleção de Respiradores
A seleção de um respirador exige o conhecimento de cada operação para
determinar os riscos que possam estar presentes e, assim, selecionar o tipo ou
a classe de respirador que proporcione proteção adequada.
O processo de seleção deve ser iniciado somente após a realização da
avaliação dos perigos no ambiente, que deve ser complementada com as
avaliações dos fatores relativos à tarefa, ao usuário e ao ambiente de trabalho.
Devem ser usados somente respiradores aprovados, isto é, com
Certificado de Aprovação emitido pelo Ministério do Trabalho e Previdência
Social. Qualquer modificação no respirador feita pelo usuário, mesmo que
pequena, pode afetar de modo significativo o desempenho do respirador e
invalida a sua aprovação.
Para a seleção do respirador devem-se levar em consideração os
seguintes fatores:
● Atividade do usuário;
● Condições do uso do respirador;
● Localização da área de risco;
● Características e limitações dos respiradores;
● Características da tarefa.
10.5 Ensaio de Vedação
Todo o usuário de respirador com vedação facial deve ser submetido a
um ensaio.
O ensaio de vedação é realizado obedecendo a um procedimento
padronizado com a finalidade de avaliar, qualitativa ou quantitativamente, a
selagem oferecida por um modelo e tamanho específico de respirador no rosto
de um usuário.
10.6 Uso dos Respiradores
10.6.1 Verificações Preliminares
Os respiradores somente devem ser utilizados sem qualquer modificação
e de acordo com as instruções do fabricante. Os usuários devem fazer a
inspeção preliminar no respirador antes do uso, seguindo as instruções
recebidas no treinamento e fornecidas pelo fabricante.
A inspeção preliminar inclui (quando aplicável):
a) A confirmação da integridade do respirador (estado dos tirantes, das
válvulas, da superfície de selagem no rosto, guarnições etc.);
b) A confirmação de que os filtros são do tipo e da classe selecionados,
se estão fixados corretamente, se estão em bom estado e se estão dentro do
prazo de validade e da vida útil, no caso dos respiradores purificadores de ar;
c) A confirmação de que a pressão e a vazão de operação estão corretas
nos respiradores de adução de ar;
d) No caso dos respiradores com vedação facial, a confirmação de que a
selagem no rosto é aceitável pela realização da verificação de vedação pelo teste
de pressão positiva ou negativa;
e) A confirmação de que a vazão de operação dos respiradores
purificadores de ar motorizados é maior ou igual à vazão mínima especificada
no manual de operação e se as outras condições estabelecidas pelo fabricante
estão sendo atendidas.
O respirador somente deve ser utilizado se todas as verificações
realizadas antes do uso forem satisfatórias.
10.6.2 Troca de Filtros
Os filtros para partículas ou químicos devem ser substituídos de acordo
com a frequência definida pelo administrador do programa ou quando o indicador
do fim de vida útil do filtro alertar. Os filtros usados aos pares devem ser
substituídos ao mesmo tempo. Os filtros repostos devem ser do mesmo tipo e
classe que os previstos na seleção do respirador.
A percepção das propriedades de alerta pelo usuário não deve ser tomada
como critério principal para definir a frequência de troca dos filtros. O
administrador do programa deve ser informado caso alguns trabalhadores
detectem odor ou sinais de irritação antes do tempo de troca definido para que
sejam reavaliados o tempo de troca, a concentração de exposição, a umidade
relativa, a taxa de trabalho etc.
10.6.3 Conhecimentos do Usuário Sobre Proteção Respiratória
O usuário deve conhecer os riscos respiratórios a que está exposto, o
motivo do uso do respirador, o significado do fator de proteção atribuído, a
importância da vedação adequada do respirador na face, as consequências da
omissão de seu uso, a necessidade da sua manutenção correta e deve ser capaz
de identificar quando o respirador não está mais proporcionando o nível de
proteção previsto.
10.6.4 Percepção dos Contaminantes
O usuário deve deixar imediatamente a área contaminada quando
perceber sinais de que o respirador não está funcionando bem, tais como sentir
sabor, cheiro ou irritação provocada pelos agentes químicos presentes no
ambiente de trabalho.
10.6.5 Aumento da Resistência à Respiração ou Redução da Vazão de
Ar
O usuário deve abandonar a área contaminada e adotar as ações
corretivas indicadas no treinamento quando perceber dificuldade para respirar
em função do entupimento do filtro ou do mau funcionamento do respirador.
10.6.6 Embaçamento do Visor
O embaçamento do visor pode indicar redução da vazão em alguns tipos
de respiradores. Se essa ocorrência não estiver prevista na operação normal do
respirador, o usuário deve abandonar a área contaminada e adotar as ações
corretivas indicadas no treinamento.
10.6.7 Dispositivo de Alarme
O usuário deve abandonar a área contaminada e adotar as ações
corretivas indicadas no treinamento quando o dispositivo de alarme do respirador
(se existente) avisar.
10.6.8 Danos no Respirador
O usuário deve abandonar a área perigosa quando detectar danos no
respirador.
10.7 Manutenção, Higienização, Inspeção e Guarda
Os procedimentos de manutenção, higienização, inspeção e guarda
devem seguir as orientações do fabricante, desde que sejam eficazes, conforme
as instruções abaixo.
10.7.1 Descontaminação
Os respiradores podem tornar-se contaminados por substâncias tóxicas.
Se a contaminação é leve, os procedimentos normais de limpeza
conseguem uma descontaminação satisfatória, senão, deve-se primeiramente
proceder à descontaminação e, depois, à limpeza.
10.7.2 Limpeza e Higienização
Os respiradores devem ser limpos e higienizados conforme a seguinte
frequência:
a) Os de uso individual devem ser limpos e higienizados quantas vezes
for necessário para serem mantidos em boas condições de higiene;
b) Os usados por mais de um indivíduo, limpos e higienizados antes de
usados pelo outro;
c) Os usados no ensaio de vedação e no treinamento, limpos e
higienizados após cada uso.
Os métodos de limpeza e higienização devem garantir que os
respiradores fiquem limpos e higienizados, não se danifiquem durante o
processo nem apresentem resíduos do agente empregado para a limpeza ou
higienização que representem perigo para o usuário.
A limpeza e higienização dos respiradores devem seguir os seguintes
procedimentos:
a) Remover os filtros. Desmontar a peça facial, isto é, remover o diafragma
de voz, membrana das válvulas, válvulas de demanda e qualquer outro
componente recomendado pelo fabricante. Descartar ou reparar qualquer
componente com defeito.
b) Lavar a cobertura das vias respiratórias e os demais componentes da
peça facial indicados pelo fabricante com uma solução aquosa de detergente
para limpeza normal a 43 °C ou com a solução que o fabricante recomenda.
Quando necessário, usar escova para remover a sujeira. Não utilizar escova com
fios metálicos.
c) Enxaguar com água morna limpa (no máximo 43 °C), preferivelmente
água corrente.
d) Quando o detergente não contiver agente desinfetante, os
componentes do respirador devem ficar por 2 minutos numa das seguintes
soluções:
● Solução de hipoclorito (50 ppm de cloro) preparada pela mistura de
aproximadamente 1 ml de água sanitária em 1 litro de água a 43 °C;
● Solução aquosa de iodo (50 ppm de iodo) preparada pela mistura de 0,8
ml de tintura de iodo (6 a 8 g de iodeto de amônio ou iodeto de potássio
em 100 ml de álcool etílico a 45%) em 1 litro de água a 43 °C;
● Outra solução recomendada pelo fabricante do respirador, como, por
exemplo, a preparada com os sais quaternários de amônia.
Enxaguar bem os componentes com água morna (43 °C), preferivelmente em
água corrente. Escorrer. É importante enxaguar bem, pois o desinfetante ou o
detergente que secar na peça facial pode provocar dermatite. Além disso, a não
remoção completa desses agentes pode causar deterioração da borracha ou
provocar corrosão das partes metálicas.
a) Os componentes devem ser secos manualmente com o auxílio de um
pano de algodão seco, que não solte fios.
b) Montar novamente a peça facial e recolocar os filtros, se necessário.
c) Verificar se todos os componentes do respirador estão funcionando
perfeitamente. Substituir, quando necessário.
10.7.3 Inspeção
A inspeção regular dos respiradores deve ser realizada de acordo com as
instruções do fabricante. Pode incluir uma verificação da estanqueidade das
conexões, da condição de selagem da cobertura das vias respiratórias, da
carneira, das válvulas, dos tubos de conexão, das mangueiras, dos cinturões,
dos filtros, dos cartuchos, do indicador de fim de vida útil (se existente), dos
componentes elétricos, da data de validade e do funcionamento dos reguladores,
alarmes e de outros sistemas de alerta. Os componentes de borracha ou de outro
elastômero devem ser inspecionados para avaliar a sua flexibilidade e quaisquer
sinais de deterioração. Os cilindros com ar/gás respirável, devem ser
inspecionados para assegurar que estão completamente carregados de acordo
com as instruções do fabricante e se estão dentro do prazo de validade.
Caso os respiradores ou seus componentes não estejam em boas
condições, devem ser substituídos, reparados ou descartados.
O empregador deve adotar um procedimento que assegure que todos os
equipamentos de proteção respiratória em uso no serviço (rotina, emergência ou
fuga) sejam inspecionados com a devida frequência.
Respiradores para Uso Rotineiro
A inspeção desses respiradores deve ser feita:
a) De acordo com as instruções do fabricante;
b) Imediatamente antes e depois de cada uso para garantir que estejam
em boas condições de operação;
c) Depois da limpeza e higienização para determinar se estão em
condição apropriada de trabalho, se necessitam da substituição de peças ou
reparos ou se devem ser descartados;
d) Pelo menos mensalmente.
Respiradores para Emergência
A inspeção desses respiradores deve ser feita:
a) De acordo com as instruções do fabricante;
b) Depois de cada uso;
c) Depois da limpeza e manutenção e antes de ser colocado de volta no
serviço;
d) Pelo menos mensalmente.
Respiradores para Fuga
A inspeção desses respiradores deve ser feita:
a) De acordo com as instruções do fabricante;
b) Antes de ser levado para o local de trabalho;
c) Depois do uso;
d) Depois da limpeza e manutenção e antes de ser colocado de volta no
serviço;
e) Pelo menos mensalmente.
Para cada respirador para emergência ou fuga, deve ser mantido um
registro que inclua a data de inspeção, identificação do componente,
informações detalhadas da conformidade/não conformidade encontrada e ação
corretiva eventualmente tomada. Os respiradores que não satisfaçam os critérios
aplicáveis da inspeção serão imediatamente removidos do serviço, reparados ou
substituídos.
10.7.4 Manutenção e Reparos
Manutenção Rotineira
Os procedimentos de manutenção devem ser preparados com a
finalidade de assegurar que o respirador continue a apresentar o desempenho
previsto pelo fabricante.
A manutenção dos respiradores é obrigatória e deve ser realizada por
pessoa competente e de acordo com as instruções do fabricante. Ela não é feita
em respiradores denominados “sem manutenção”.
Um programa de manutenção completo deve incluir:
a) Lista para a identificação de falhas;
b) Substituição de peças, quando necessário;
c) Verificação do desempenho.
Devem ser usadas apenas peças de substituição indicadas pelo
fabricante para aquele respirador. O ajuste ou reparo de válvulas, reguladores e
alarmes deverá ser efetuado somente pelo fabricante ou técnico por ele treinado.
Reparos
Os respiradores que falhem na inspeção ou sejam considerados
defeituosos devem ser removidos do serviço e descartados, reparados ou
ajustados de acordo com os seguintes procedimentos:
a) Reparos ou ajustes em um respirador devem ser feitos apenas por
pessoas treinadas para executar tais operações e serão usadas somente peças
do fabricante projetadas para o referido respirador;
b) O tipo e extensão dos reparos a serem executados devem ser feitos de
acordo com as recomendações e especificações do fabricante.
Descarte
O descarte do respirador usado ou de seus componentes deve ser
realizado de maneira apropriada, seguindo todas as regulamentações
pertinentes e instruções locais.
Quando os contaminantes forem tóxicos por natureza, por exemplo,
bactérias, vírus, poeira radioativa, chumbo, cádmio, enzimas, carcinógenos tais
como o asbesto, deverão ser tomadas providências para o descarte seguro de
filtros contaminados, pré-filtros e outras peças que não podem ser
descontaminadas com segurança. Devem ser seguidos os regulamentos
pertinentes, nacionais ou locais.
10.7.5 Guarda e Armazenagem
Os respiradores devem ser guardados de acordo com as instruções do
fabricante, de modo que estejam protegidos contra agentes físicos e químicos,
tais como vibração, choque, luz solar, calor, frio excessivo, umidade elevada ou
contaminantes. Deve-se cuidar para que as partes de borracha ou outro
elastômero não se deformem. Não devem ser colocados em gavetas ou caixa
de ferramentas, a menos que estejam protegidos contra contaminação, distorção
ou outros danos.
Os respiradores para uso em emergência que permanecem na área de
trabalho, além de obedecerem às recomendações anteriores, devem ser
facilmente acessíveis durante todo o tempo e devem estar em armários ou
estojos marcados de modo que sua identificação seja imediata.
11. ÁREAS CLASSIFICADAS
11.1 Introdução
Um espaço confinado sujeito à existência ou formação de misturas
explosivas pela presença de gases, vapores, poeiras ou fibras combustíveis
misturadas com ar é considerado como área classificada.
Segundo a NR-33, áreas classificadas são áreas potencialmente
explosivas ou com riscos de explosão.
11.2 Atmosferas Explosivas
As explosões e incêndios ocorrem dentro e fora dos espaços confinados,
podendo ter várias causas e efeitos. Nos espaços confinados as explosões
causam grandes ameaças aos trabalhadores.
Atmosfera explosiva é a mistura do ar com substâncias inflamáveis na
forma de gás, vapor, poeira ou fibra, na qual, após a ignição, ocorre a explosão.
Para que a atmosfera seja explosiva são necessários três elementos:
combustível, comburente e ignição.
11.3 Fontes de Ignição
A fonte de ignição, também conhecida por fonte de calor, é o elemento do
triângulo do fogo que vai dar a energia, ou calor, necessário para dar início ao
processo de combustão, à combinação combustível + comburente.
A fonte de ignição necessária para dar início ao processo varia muito, e
vai depender do combustível e comburente.
Um simples palito de fósforo, isqueiro ou um leve atrito podem ser
suficientes para dar a energia inicial necessária para o álcool, gasolina ou
pólvora pegarem fogo.
Já algumas reações químicas necessitam de energia elétrica para ocorrer
combustão. Certos tipos de sólidos, como os metais, necessitam de um
maçarico, com uma chama fortíssima, fornecendo altas quantidades de calor,
para entrarem em combustão.
Até mesmo a temperatura ambiente pode ser suficiente para dar início ao
processo de combustão em algumas substâncias, como a gasolina.
11.3.1 Fontes de Ignição de Origem Não Elétrica
⮚ Esmeril;
⮚ Lixadeira;
⮚ Impacto de peças ferrosas;
⮚ Impacto de hélice de ventilador;
⮚ Chama exposta;
⮚ Chama exposta (maçarico, caldeira, forno etc.), gases de
combustão;
⮚ Gases quentes inclusive partículas/fagulhas;
⮚ Brasa de cigarro;
⮚ Superfície quente;
⮚ Reações exotérmicas.
11.3.2 Fontes de ignição de Origem Elétrica
⮚ Equipamentos elétricos do tipo comum, sem proteção para
atmosfera explosiva;
⮚ Arco elétrico de solda, contato elétrico e ferramentas portáteis
(centelhas das escovas);
⮚ Correntes circulantes, proteção, catódica, pontos quentes ou arcos
em pontos com falha de contato elétrico;
⮚ Centelhas devido a curto-circuito, falha de isolação etc.;
⮚ Descarga atmosférica, raios;
⮚ Radiofrequência (RF) ondas eletromagnéticas;
⮚ Radiação ionizante;
⮚ Corona etc.
11.4 Classificação das Áreas
Deve ser definida a classificação de um local quando existe a
possibilidade de se formar misturas explosivas. Essa classificação obedece a
critérios predeterminados por meio de normas, conforme o grau de probabilidade
da presença de atmosfera explosiva, como zona de risco.
A classificação em ZONAS baseia-se na frequência e duração com que
ocorre a atmosfera explosiva.
11.4.1 Zona 0
Área na qual uma atmosfera explosiva de gás, consistindo de uma mistura
com ar e substâncias inflamáveis em forma de gás, vapor ou névoa é presente
por longos períodos ou frequentemente.
Exemplos de áreas classificadas em Zona 0:
⮚ A superfície de um líquido inflamável em um tanque de teto fixo, com
respiro permanente para a atmosfera;
⮚ A superfície de um líquido inflamável que esteja aberto para a atmosfera,
continuamente ou por longos períodos (separador de óleo/água);
⮚ Áreas internas a equipamentos de processo contendo gases ou vapores
inflamáveis;
⮚ Áreas internas a vasos de pressão ou tanques de armazenamento;
⮚ Áreas em torno de respiros que liberem gases ou vapores continuamente
ou por longos períodos;
⮚ Áreas acima e próximo de superfícies de líquidos inflamáveis em geral.
11.4.2 Zona 1
A mistura explosiva é provável durante a operação normal, mas, quando
ocorre será por tempo limitado.
⮚ Selos de bombas, compressores e válvulas, se a liberação de material
inflamável for esperada de ocorrer durante a operação normal;
⮚ Pontos de drenagem de água em vasos que contêm os líquidos
inflamáveis, que podem liberar o material inflamável para a atmosfera
durante a drenagem de água em operação normal;
⮚ Qualquer área confinada ou semiconfinada, sem ventilação, com acesso
direto a qualquer área classificada como Zona 2;
⮚ Qualquer área confinada ou semiconfinada, com ventilação adequada,
contendo fonte de risco de grau primário;
⮚ Qualquer área confinada ou semiconfinada, sem ventilação, contendo
fonte de risco de grau secundário;
⮚ Salas de Baterias;
⮚ Área em torno dos Tanques de Armazenamento de Querosene de
Aviação, da Bomba de Abastecimento e carretel de mangueira;
⮚ Paiol de Tintas;
⮚ Área de depósito de Cilindros de Acetileno.
11.4.3 Zona 2
A mistura explosiva só é provável em caso de falhas do equipamento ou
do processo. O tempo de duração dessa situação é curto.
⮚ Flanges, conexões e acessórios de tubulação, onde a liberação do
material inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em
condições normais de operação;
⮚ Selos de bombas, compressores e válvulas onde a liberação de material
inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em condições
normais de operação;
⮚ Válvulas de alívio, respiros e outras aberturas onde a liberação do material
inflamável para a atmosfera não é prevista de ocorrer em condições
normais de operação.
11.5 Causas das Explosões
Uma área classificada pode ser gerada pela existência de gases e
vapores combustíveis. Os gases podem ser:
● Combustíveis: ocorre na mistura com o ar partindo de um ponto
chamado Limite Inferior de Explosividade (LIE);
● A mistura é explosiva se atingir outro ponto, o Limite Superior de
Explosividade (LSE), acima do qual não há mais ar suficiente para
gerar a combustão;
● A composição da mistura de gás/ar situada entre o LIE e o LSE,
esta composição varia conforme o gás.
Os gases e o ar têm uma faixa ampla entre o LIE e o LSE, com o
hidrogênio, 4% e 75%, são mais perigosos.
Os explosímetros não apresentam diferença entre os gases monitorados.
Os incêndios e explosões podem ser provocados em espaços confinados
através de:
⮚ Atmosfera inflamável com focos de ignição em diversos pontos;
⮚ Substâncias combustíveis ou atmosferas inflamáveis com focos de
ignição diversos e aumentos da concentração de oxigênio;
⮚ Desprendimento de produtos inflamáveis absorvidos na superfície
interna dos recipientes;
⮚ Vapores de dissolvedores em trabalho de pintura e vapores de
substâncias inflamáveis em operação de limpeza de tanques;
⮚ Limpeza com gasolina ou outras substâncias inflamáveis em fossas
de lubrificação de veículos;
⮚ Reações químicas que originam gases inflamáveis;
⮚ O ácido sulfúrico diluído, reagindo com o ferro liberta o hidrogênio.
O carboneto de cálcio em contato com a água dá origem ao
acetileno;
⮚ Trabalhos de soldadura ou de oxicorte em espaços que contêm ou
contiveram substâncias inflamáveis;
⮚ Descargas eletroestáticas na trasfega de líquidos inflamáveis;
⮚ Aumento de oxigênio para melhorar a qualidade do ar respirável no
interior de tanques;
⮚ Utilização de oxigênio ou ar comprimido em equipamentos de
bombagem especiais para a trasfega de líquidos inflamáveis,
introduzidos no interior de depósito.
11.6 Efeitos das Explosões
As explosões podem causar pequenos ou grandes efeitos, isso
dependerá da proporção da explosão, esses efeitos são classificados como:
● Efeitos fisiológicos: afeta os envolvidos ao nível dos olhos,
tímpanos, pulmões, coração etc.;
● Efeitos térmicos: provém do aumento de temperatura provocado
pela liberação de energia;
● Efeitos mecânicos: é a deslocação de materiais, por arrastamento
ou destruição.
11.7 Cuidados em Áreas Classificadas
Sempre que possível, a área classificada deve ser desclassificada para o
trabalho ser realizado de forma segura, sem a presença de energias
potencialmente nocivas, sem o transporte de produtos tóxicos e inflamáveis e
sem a existência de sistemas energizados. Procedimentos de trava, bloqueio e
etiquetagem lockout tagout são muito úteis nesses casos.
Em áreas classificadas os cuidados devem ser redobrados.
Nesses locais o uso de equipamentos para atmosfera explosiva é
obrigatório, e a ventilação deve ser adequada para que não ocorra incêndio ou
explosão.
12. CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO E USO DE EQUIPAMENTOS
PARA CONTROLE DE RISCOS
12.1 Introdução
Como vimos anteriormente, os espaços confinados oferecem muitos
riscos aos trabalhadores. Sendo assim, é necessária uma análise detalhada do
ambiente para a identificação e avaliação dos riscos, para que possam ser
selecionados equipamentos para o controle efetivo dos riscos nos ambientes de
trabalho.
É de responsabilidade do responsável técnico definir medidas para isolar,
sinalizar, controlar ou eliminar os riscos nos espaços confinados.
12.2 Medição de Gases
Os riscos atmosféricos podem passar despercebidos, pois nem sempre
têm odor ou são visíveis, por isso é necessário realizar testes do ar interno para
que não ocorram acidentes por asfixia, intoxicação, incêndio ou explosão.
Os testes do ar interno são medições para a verificação dos níveis de
oxigênio, gases e vapores tóxicos e inflamáveis.
As medições de gases devem ser realizadas antes e durante a realização
dos trabalhos, por existir a possibilidade de os ambientes sofrerem alterações.
O teste de ar interno deve ser executado na seguinte sequência:
1º É necessário avaliar, primeiramente ou simultaneamente, a
concentração de oxigênio, pois alguns equipamentos portáteis de
monitoramento de gases podem dar uma leitura errada de inflamabilidade em
atmosferas com concentração inadequada de oxigênio.
2º Em seguida, deve-se analisar a concentração de gases ou vapores
inflamáveis.
3º Por fim, deve-se avaliar contaminantes tóxicos do ar.
Antes da entrada deve ser feita a análise das condições aceitáveis para a
liberação da entrada, sendo importante testar o ar em vários níveis para
assegurar que todo o espaço de trabalho esteja seguro.
Para a medição são utilizados o oxímetro, que avalia o percentual de
oxigênio; explosímetro, que avalia a forma quantitativa da presença de gases
combustíveis em espaços confinados; detectores de gases fixos e detectores de
multigases.
Informar que os equipamentos para monitoramento de gases devem
passar por calibração uma vez por ano ou quando ocorrer uma das seguintes
situações:
● Prazo expirado;
● Degradação dos sensores ou perda dos componentes eletrônicos;
● Exposição a condições ambientais extremas (alta/baixa
temperatura, umidade e altos níveis de partículas em suspensão);
● Exposição a altas concentrações de gases e vapores, exposição
intensa dos sensores a gases tóxicos, corrosivos e a vapores de
solventes;
● Queda do equipamento;
● Orientações do fabricante.
A calibração deve ser executada por um Organismo de Certificação
Credenciado pelo INMETRO.
12.3 Equipamentos de Medição
Os equipamentos de medição que serão utilizados devem ser
extremamente confiáveis, previamente aferidos.
Os equipamentos devem possuir alarme sonoro, visual e vibratório, visor
para a leitura instantânea, ser resistentes ou à prova d'água, quando portado em
espaços confinados úmidos ou encharcados, e ser providos de revestimento que
resista a atmosferas corrosivas ou eventuais quedas.
Antes de cada utilização, o supervisor de entrada deve ajustar as
configurações do equipamento de avaliação, verificar a carga das pilhas ou
baterias, testar os sensores, confirmar se a mangueira não está obstruída, bem
como observar as recomendações do manual de operação.
A atmosfera do espaço confinado deverá ser continuamente monitorada
por meio de detectores portáteis transportados pelos trabalhadores autorizados
e/ou por meio de detectores fixos, instalados próximos às tubulações, válvulas e
demais locais onde possam ocorrer vazamentos ou formação de contaminantes
durante a execução da tarefa.
O monitor deve ter capacidade de detectar todos os gases e vapores
existentes no espaço confinado.
Nos espaços confinados são utilizados muitos equipamentos de medição,
conforme seguem alguns exemplos:
12.3.1 Explosímetro
Os explosímetros são equipamentos que medem o grau de explosividade
do ambiente.
Os explosímetros são equipamentos de sensores, resistências e circuitos
transistorizados que funcionam com base no princípio da Ponte de Wheatstone.
Quando a mistura inflamável entra em contato com o sensor aquecido dentro do
aparelho ocorre uma combustão facilitada pela existência de um catalisador. O
calor gerado desequilibra a Ponte de Wheatstone, resultando na medição do
percentual de gás e/ou vapor inflamável existente no ar ambiente.
Equipamento destinado a determinar a concentração de uma substância
no ar, mediante método potenciométrico.
Os explosímetros devem ser testados constantemente para evitar
quaisquer tipos de riscos de acidentes.
12.3.2 Oxímetro
Oxímetro é o medidor de oxigênio e outros gases. Possui dois
componentes principais para sua operação: o sensor de oxigênio e o mostrador
da medição.
Em alguns equipamentos o ar é aspirado por uma bomba de sucção, já
em outros equipamentos o ar ambiente é aspirado por difusão até o sensor.
O detector de oxigênio utiliza um sensor eletroquímico para determinar a
concentração de oxigênio no ar.
12.3.3 Decibelímetro
O decibelímetro é um dispositivo que mede o ruído instantâneo da
atividade, podendo também ser utilizado para a medição da pressão do ar.
Esse equipamento é normalmente calibrado para indicar o nível de som
em decibéis, uma unidade logarítmica.
O limite de audição humana suportável sem lesão é de aproximadamente
0 dB para um ouvido humano normal, sendo que não é permitida exposição a
níveis de ruído acima de 115 dB(A) para indivíduos que não estejam
adequadamente protegidos. Os limites de tolerância para ruído contínuo ou
intermitente e ruídos de impacto estão descritos nos anexos 1 e 2 da NR-15
Atividades e Operações Insalubres.
12.3.4 Termômetro
Os termômetros são equipamentos utilizados para medir a temperatura
dos espaços confinados.
12.3.5 Amostradores de Gases e Vapores
Os amostradores de gases e vapores são também conhecidos como
amostradores passivos, sendo os contaminantes coletados na altura da zona
respiratória.
O monitor passivo consiste em uma espécie de “crachá” que é constituído
de um filtro de membrana revestido com material absorvente de acordo com o
tipo de contaminante que necessita ser coletado, como a camada de carvão
ativado de vapores orgânicos voláteis.
12.4 Seleção dos Equipamentos para Controle de Riscos
Os equipamentos devem ser adequados aos riscos dos espaços
confinados; para a seleção dos tipos e quantidades de equipamentos é
necessário determinar o número de trabalhadores envolvidos na entrada, a
distância entre as fontes geradoras e os trabalhadores, o tempo de permanência
no espaço confinado, os riscos existentes e as interferências entre as atividades
a serem desenvolvidas.
13. CONHECIMENTOS SOBRE PRÁTICAS SEGURAS EM
ESPAÇOS CONFINADOS
13.1 Redução de Contaminação
A remoção de substâncias contaminantes pode ser feita através de
processos de lavagem, que pode ser simples (com água) ou mais complexos
(com produtos químicos).
Normalmente esse tipo de processo é fechado, evitando o lançamento de
resíduos para a atmosferas.
13.2 Purga ou Inertização
A purga ou inertização é um procedimento que pode ser usado como
proteção primária, empregando-se substâncias inertes, como: nitrogênio, dióxido
de carbono, vapor de água, hidrocarbonetos halogenados ou, ainda, substâncias
inertes em forma de pó.
A purga ou inertização tem a função de evitar uma atmosfera
potencialmente explosiva no interior dos espaços confinados por meio de
deslocamentos de gases por fluido inerte.
Existem dois modos em que a purga pode ser empregada:
● Purga por Uso de Gás Inerte
Nesse tipo de procedimento utiliza-se dióxido de carbono ou nitrogênio,
por exemplo. O resultado é uma atmosfera não combustível, porém com
deficiência de oxigênio. Deve-se tomar o cuidado para evitar a formação de
eletricidade estática, além de implementar o processo de ventilação logo em
seguida.
● Purga por Uso de Vapor
Esse tipo de purga é usado em espaços que contenham contaminantes
com baixo ponto de temperatura e hidrocarbonetos mais pesados, como
solventes, diesel e outros produtos derivados do petróleo.
Apesar de a purga ou inertização ajudar a reduzir os riscos causados por
gases e vapores perigosos, a purga também pode criar novos riscos, como
deficiência ou enriquecimento de oxigênio, por exemplo.
Por esta razão deve ser sempre seguida de ventilação.
13.3 Ventilação
Um sistema de ventilação deve garantir condições de entrada segura,
com ventilação, purga, lavagem ou inertização do espaço confinado.
A ventilação pode ser natural ou mecânica:
● Ventilação Natural: quando é utilizada corrente de ar natural;
● Ventilação Mecânica: quando são utilizados meios mecânicos
para mover o ar dentro e fora dos espaços confinados.
Esse processo é realizado por meio da insuflação, exaustão ou
combinação destes.
Insuflação consiste em introduzir ar limpo no espaço, diluindo a
atmosfera e restabelecendo a condição do oxigênio.
Exaustão consiste em captar os gases do espaço e jogar para o ambiente
externo.
13.3.1 Métodos de Ventilação de Espaços Confinados
A seleção do método de ventilação utilizado no espaço confinado deve
ser feita de acordo com a análise de riscos elaborada pela empresa, tendo em
vista os riscos existentes, os gerados pelas atividades a serem realizadas e pelas
características do espaço.
● Gases e Vapores mais Pesados que o Ar
Quando o espaço confinado tiver uma única abertura, certifique-se que o
ar insuflado no espaço confinado não seja captado de fontes externas poluídas
ou do próprio ar exaurido do espaço confinado.
Procure utilizar dutos com diâmetro que não obstrua e permita a rápida
saída dos trabalhadores.
● Gases e Vapores mais Leves que o Ar
Quando existir a necessidade de ventilação em um espaço confinado
onde o poluente é mais leve que o ar, a ventilação geral diluidora, por meio da
insuflação de ar, pode ser o modelo de fluxo de ar considerado mais adequado
para espaços confinados com uma só abertura.
Recomenda-se que o ar insuflado no espaço confinado não seja captado
de fontes externas poluídas ou o próprio ar exaurido do espaço confinado.
● Utilização de Máquinas nos Espaços Confinados
Quando for realizado o processo de soldagem, corte ou lixamento, e
ocorrer a geração de fumos ou poeiras, indica-se utilizar de ventilador exaustor
nas proximidades da zona de poluição.
Quanto mais longe do local de geração do poluente a captação estiver,
menor será a eficiência da ventilação local e exaustora.
Observe que nesse caso também poderá ser utilizada a mesma abertura
para a entrada de ar e a saída do duto da exaustora.
13.3.2 Recomendações na Utilização dos Ventiladores
É recomendado que a posição das aberturas de entrada e saída garanta
um adequado direcionamento do fluxo de ar e a ventilação de todo o espaço
confinado, evitando a recirculação do ar e a formação de curto-circuito.
Curto-circuito é o ar que entra e sai do espaço confinado sem ventilar
grande parte do seu volume, e pode retornar contaminando o espaço confinado.
Veja abaixo algumas situações que podem gerar o curto-circuito:
14. OPERAÇÕES DE SALVAMENTO
14.1 Introdução
Fonte: Osha, 2018.
A operação de salvamento em espaços confinados deve ser realizada por
uma equipe especializada, com treinamento e simulado anual contendo os
possíveis cenários de acidentes em espaços confinados.
A partir de um estudo do ambiente de trabalho e uma avaliação completa
e criteriosa é possível determinar a necessidade de uma equipe própria ou se é
possível a contratação de equipe externa ou o acionamento de uma equipe
pública para a execução das medidas de resgate e primeiros socorros.
14.2 Equipamentos Utilizados
No processo de entrada e salvamento em espaços confinados cada
detalhe precisa ser valorizado e, principalmente, no que diz respeito aos
equipamentos de salvamento e resgate. Cada equipamento tem a sua função e
importância no processo de salvamento e resgate nos espaços confinado.
14.2.1 Guincho
O guincho é um dispositivo mecânico utilizado para içamento de pessoas
ou equipamentos.
Faz parte do conjunto para acesso e resgate de pessoas no interior de
espaços confinados, sendo utilizados com o suporte de um monopé ou tripé.
14.2.2 Tripé
O tripé é um dispositivo mecânico que possui três pontos de apoio, sem
base fixa no local (o que permite sua mobilidade).
14.2.3 Monopé
O monopé é um dispositivo mecânico com um ponto único de apoio, com
base fixa no local.
14.2.4 Equipamento de Comunicação
Os equipamentos de comunicação devem garantir a comunicação entre
os trabalhadores, mas acima de tudo assegurar que os equipamentos operem
em extra baixa tensão, para que de forma alguma eles possam oferecer
eventuais riscos de choque elétrico, incêndios ou explosões.
14.2.5 Equipamentos de Iluminação
Os equipamentos de iluminação (como luminárias com grades de
proteção), devem ser adequados criteriosamente para um tipo de atmosfera
explosiva, considerando que a alimentação das luminárias não pode, em
hipótese alguma, suportar tensão maior de 24 volts.
14.2.6 Equipamentos de Proteção Respiratória
Os equipamentos de proteção respiratório são de extrema importância
para o resgatista, portanto é necessário conhecer o ambiente e os riscos que
causam ao trabalhador.
14.3 Procedimentos de Salvamento
O Ministério da Justiça desenvolveu um procedimento operacional para
orientar o Bombeiro Militar a executar ações de busca e salvamento em espaços
confinados.
Esse procedimento foi desenvolvido com o objetivo de evitar acidentes
aos socorristas e as pessoas no local da ocorrência; salvar vítimas; evitar que
outras pessoas se machuquem; evitando, assim, o agravamento de lesões nos
acidentados.
Procedimento operacional de orientação para os bombeiros:
● Solicitar o detalhamento de informações para a Central de Operações,
principalmente sobre quantidade de vítimas;
● Informar a Central de Operações quando da chegada no local;
● Estacionar o veículo, em local seguro, que permita a aproximação de
viaturas de apoio;
● Assumir o comando da operação;
● Reconhecer o local e efetuar a devida avaliação de risco;
● Verificar a necessidade de recursos adicionais;
● Estabelecer o perímetro de segurança e isolar o local;
● Traçar e aplicar um plano de ação envolvendo a segurança e proteção
com base na avaliação dos riscos;
● Armar estabelecimento para proteção;
● Checar a quantidade de vítimas;
● Detectar os gases do espaço confinado e tomar as medidas que
possibilitem o acesso seguro;
● Manter a monitoração constante durante a operação;
● Ventilar o ambiente, observando a entrada e saída do ar;
● Dar suporte de vida à vítima durante toda a operação, se possível;
● Checar se o ambiente está energizado e providenciar o corte conforme o
caso;
● Estabelecer sinais de alarme para PARAR, CONTINUAR o serviço e para
EVACUAÇÃO do local;
● Conferir e ajustar o EPI e o EPR;
● Deixar uma dupla em prontidão (reserva) equipada e preparada para
entrar em caso de necessidade;
● Controlar a entrada e saída do efetivo;
● Controlar o tempo de atuação dos socorristas dentro do espaço
confinado, por conta da reserva de ar;
● Acessar o local e efetuar a busca de vítimas e o salvamento / resgate;
● Realizar a técnica de imobilização e retirada apropriada da vítima do local;
● Realizar inspeção final;
● Interditar o local para evitar novos acessos;
● Acionar o órgão ou responsável que tenha o dever legal de garantir a
segurança;
● Preencher o relatório da ocorrência ou documento similar.
15. PRIMEIROS SOCORROS
15.1 Primeiros Socorros: Importância, Legislação e Conceitos
Para iniciar os estudos, se faz necessário conhecer os conceitos,
importância e a legislação de primeiros socorros, para que assim, possa-se
desenvolver bons atendimentos e de forma adequada.
15.1.1 Importância dos Primeiros Socorros
É de extrema importância a prestação de atendimentos emergenciais. É
importante ter a consciência de que a prestação dos primeiros socorros, não
elimina a importância de uma equipe especializada para o atendimento.
É importante manter a calma e verificar se há condições, seguras o
bastante, para a prestação do socorro sem riscos para você. Não se esqueça
que um atendimento de emergência mal feito, pode comprometer, ainda mais, a
saúde da vítima. Entretanto, a pessoa que chama por socorro especializado, por
exemplo, já está prestando e providenciando o socorro.
Os momentos após um acidente, principalmente as duas primeiras horas,
são os mais importantes, para se garantir a recuperação ou a sobrevivência das
pessoas feridas.
15.1.2 Conceitos Básicos
15.1.2.1 O que é primeiros socorros?
Segundo Hafen; Karren e Frandsen (2014), primeiros socorros refere-se
ao atendimento temporário e imediato de uma pessoa que está ferida ou que
adoece repentinamente. Os primeiros socorros incluem: reconhecer condições
que põem a vida em risco; e tomar as atitudes necessárias para manter a vítima
viva e na melhor condição possível, até que se obtenha atendimento médico.
Os principais objetivos dos primeiros socorros são:
• Reconhecer situações que ponham a vida em risco;
• Aplicar respiração e circulação artificiais, quando necessário;
• Controlar sangramentos;
• Tratar de outras condições que ponham a vida em risco;
• Minimizar o risco de outras lesões e complicações;
• Evitar infecções;
• Deixar a vítima o mais confortável possível;
• Providenciar a assistência médica e transporte.
15.1.2.2 Socorrista ou socorrista leigo?
Socorrista é o profissional que está habilitado a praticar os primeiros
socorros, utilizando-se dos conhecimentos básicos e treinamentos técnicos, que
o capacitaram para esse desempenho.
Portanto, uma pessoa que possui apenas o curso básico de primeiros
socorros, se chama socorrista leigo.
Atendimento especializado, pode ser solicitado através do Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência – SAMU.
15.1.3 Legislação
A legislação é muito clara sobre a prestação e omissão de primeiros
socorros, conforme pode ser visto nas leis abaixo:
15.1.3.1 Lei 2848/40
Lei de Omissão de Socorro – Artigo 135 do Código Penal Brasileiro –
Decreto-Lei 2848/40.
Art. 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
da autoridade pública:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo Único – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta
lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
15.1.3.2 Lei abandono de incapazes
Lei abandono de incapazes – Artigo 133 do Código Penal Brasileiro.
Art. 133. Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância
ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos
resultantes do abandono:
Pena — detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos.
§1º. Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena — reclusão, de 1(um) a 5 (cinco) anos.
§ 2º. Se resulta a morte:
Pena — reclusão de 4 (quatro) a 12(doze) anos.
§ 3º. As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I — Se o abandono ocorre em lugar ermo;
II — Se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou
curador da vítima.
III — Se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (inciso introduzido pela
Lei n° 10.161, de 1° de outubro de 2003).
15.2 Caixa de Primeiros Socorros
A caixa de primeiros socorros deve ser de plástico, com uma tampa
segura e que feche bem, para poder ser usada em viagens, ou pode ser do tipo
necessaire com fecho, devendo ser constituída por:
Itens da caixa de primeiros socorros
Termômetro
Tesoura
Instrumentos
Pinça
Conta-gotas
Algodão hidrófilo
Material para curativo
Gaze esterilizada
Esparadrapo
Ataduras de crepe
Caixa de curativo adesivo
Água oxigenada – 10 volumes
Antissépticos
Álcool
Medicamentos Soro fisiológico
Equipamento de proteção Luvas cirúrgicas
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz Fiocruz (2016)
Apesar do kit de primeiros socorros ser essencial em casos de
emergências, é necessário ir ao hospital, para o médico fazer uma avaliação,
diagnóstico e tratamento de qualquer tipo de ferimento.
15.2.1 Etapas Básicas de Primeiros Socorros
Inicialmente, deve-se ter em mente, que quem presta socorro, deve
avaliar a cena; manter a segurança da área; avaliar o estado da vítima;
administrar socorro de emergência e chamar por socorro.
15.2.2 Avaliação da Cena
A primeira atitude a ser tomada no local do acidente, é a avaliação dos
riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros
socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do
socorro especializado.
Neste período, verifica-se também as prováveis causas do acidente; o
número de vítimas; a provável gravidade de suas lesões; e outras informações
que possam ser úteis para a notificação do acidente. É imprescindível a
utilização de equipamentos de proteção individual como: máscaras; luvas; ou
óculos, no atendimento da vítima.
A fim de se isolar os riscos, e promover um socorro efetivo, até a chegada
de profissionais, a avaliação da cena é dividida em quatro fases:
• Segurança – verificar se a cena é segura para ser abordada;
• Cinemática do trauma – verificar como se deu o acidente ou
sinistro;
• Bioproteção;
• Triagem/Nr de vítimas.
15.2.2.1 Segurança
É necessário verificar se a cena é segura para ser abordada, e assim,
procure tornar o ambiente adequado para o atendimento prévio. Por exemplo,
no caso de acidentes de trânsito, deve-se procurar improvisar um espaço para
desviar o fluxo de veículos, sinalizando aos carros que vêm no sentido do
problema ocorrido.
15.2.2.2 Cinemática
Verificar como se deu o acidente ou mal sofrido pela vítima, perguntando
a ela, se estiver plenamente consciente, ou às pessoas próximas, que
testemunharam o ocorrido. Na carência das duas hipóteses, deve-se adotar
procedimentos que serão abordados mais adiante.
15.2.2.3 Bioproteção
Deve-se procurar maneiras de evitar possíveis infecções, que podem
ocorrer, através do contato direto com o sangue das vítimas, usando luvas
cirúrgicas, se possível. Em situações adversas, não se deve abortar os
procedimentos por falta de instrumentos.
15.2.2.4 Apoio
Procure o auxílio de pessoas próximas da cena para: ajudar a dar o
espaço necessário para o atendimento prévio; chamar imediatamente o socorro
especializado; desviar o trânsito de veículos; manter a ordem e a calma entre as
outras pessoas; etc. No caso de não ter pessoas por perto, isso deve ser feito
com o máximo de agilidade e tranquilidade, pela própria pessoa que presta o
socorro inicial.
15.2.3 Avaliação da Vítima
A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de emergência
clínica ou traumática, é a segunda etapa básica, na prestação dos primeiros
socorros. Ela deve ser realizada ao mesmo tempo, ou rapidamente, logo após a
avaliação do acidente e proteção do acidentado.
O exame deve ser rápido e sistemático, observando as seguintes
prioridades:
• Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas (nome, idade etc.);
• Respiração: movimentos torácicos e abdominais, com entrada e saída de
ar, normalmente, pelas narinas ou boca;
• Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue que
se perde. Se é arterial ou venoso;
• Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igualdade entre as
pupilas);
• Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na face e
extremidades.
Deve-se ter sempre uma ideia bem clara do que se vai fazer, para não
expor, desnecessariamente, o acidentado, verificando se há ferimento, com o
cuidado de não movimentá-lo excessivamente.
Em seguida, proceder a um exame rápido das diversas partes do corpo.
Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas dolorosas no corpo
e incapacidades funcionais de mobilização. Pedir para apontar onde é a dor;
pedir para movimentar as mãos; braços; etc.
15.2.3.1 Cabeça e pescoço
Sempre verificando o estado de consciência e a respiração do acidentado,
apalpar com cuidado o crânio, à procura de fratura; hemorragia ou depressão
óssea.
Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando verificar o pulso
na artéria carótida (pescoço), observando frequência; ritmo e amplitude; correr
os dedos pela coluna cervical, desde a base do crânio até os ombros, procurando
alguma irregularidade. Solicitar que o acidentado movimente lentamente o
pescoço; verificar se há dor nessa região. Movimentar lenta e suavemente o
pescoço, movendo-o de um lado para o outro. Em caso de dor, pare qualquer
mobilização desnecessária.
Perguntar a natureza do acidente; sobre a sensibilidade e a capacidade
de movimentação dos membros, visando confirmar suspeita de fratura na coluna
cervical.
15.2.3.2 Coluna Dorsal
Perguntar ao acidentado se sente dor. Na coluna dorsal, correr a mão pela
espinha do acidentado, desde a nuca até o sacro. A presença de dor pode indicar
lesão na coluna dorsal.
15.2.3.3 Tórax e Membros
Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou se há dor
quando o tórax é levemente comprimido.
Solicitar ao acidentado que movimente, de leve, os braços e verificar a
existência de dor ou incapacidade funcional. Localizar o local da dor e procurar
deformação; edema e marcas de injeções. Verificar se há dor no abdome e
procurar todo tipo de ferimento, mesmo pequeno.
Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia, para verificar se há
lesões. Solicitar à vítima que tente mover as pernas, e verificar se há dor ou
incapacidade funcional.
Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou traumatismo violento
tentando se levantar prontamente achando que nada sofreu. Ele deve ser
mantido imóvel, pelo menos para um rápido exame, nas áreas que sofreram
alguma lesão. O acidentado deve ficar deitado de costas, ou na posição que
mais conforto lhe ofereça.
15.2.3.4 Exame do acidentado inconsciente
O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além de se ter
poucas informações sobre o seu estado, podem surgir complicações, devido à
inconsciência.
O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superiores
desimpedidas, fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la em posição lateral,
para evitar aspiração de vômito. Limpar a cavidade bucal.
O exame do acidentado inconsciente, deve ser igual ao do acidentado
consciente, só que com cuidados redobrados, pois os parâmetros de força e
capacidade funcional, não poderão ser verificados. O mesmo ocorrendo com
respostas a estímulos dolorosos.
As observações das seguintes alterações, devem ter prioridade, acima de
qualquer outra iniciativa. Elas podem salvar uma vida:
• Falta de respiração;
• Falta de circulação (pulso ausente);
• Hemorragia abundante;
• Perda dos sentidos (ausência de consciência);
• Envenenamento.
15.3 Funções, Sinais Vitais e de Apoio
15.3.1 Introdução
A atividade de primeiros socorros, implica no conhecimento dos sinais que
o corpo emite, e servem como informação para a determinação do seu estado
físico.
Alguns detalhes importantes sobre as funções vitais e os sinais vitais do
corpo humano, precisam ser compreendidos.
15.3.2 Funções vitais
Algumas funções são vitais, para que o ser humano permaneça vivo.
São vitais as funções exercidas pelo cérebro e pelo coração.
As funções vitais do corpo humano são controladas pelo Sistema Nervoso
Central, que é estruturado por células muito especializadas, organizadas em alto
grau de complexidade estrutural e funcional. Estas células são muito sensíveis
à falta de oxigênio, cuja ausência provoca alterações funcionais. Conforme será
advertido outras vezes nesta apostila, chamamos a atenção para que se perceba
que:
O prolongamento da hipóxia (falta de ar) cerebral determina a morte do
Sistema Nervoso Central, e com isso, a falência generalizada de todos os
mecanismos da vida, em um tempo de aproximadamente três minutos.
Para poder determinar em nível de primeiro socorro, como leigo, o
funcionamento satisfatório dos controles centrais dos mecanismos da vida, é
necessário compreender os sinais indicadores, chamados de sinais vitais.
15.3.3 Sinais Vitais
Sinais vitais são aqueles que indicam a existência de vida. São reflexos
ou indícios, que permitem concluir sobre o estado geral de uma pessoa. Os
sinais sobre o funcionamento do corpo humano, que devem ser compreendidos
e conhecidos são:
• Temperatura;
• Pulso;
• Respiração;
• Pressão arterial.
Os sinais vitais podem ser facilmente percebidos, deduzindo-se assim,
que na ausência deles, existem alterações nas funções vitais do corpo.
Temperatura corporal
A temperatura corporal é a medida do calor do corpo: é o equilíbrio entre
o calor produzido e o calor perdido.
Nosso corpo tem uma temperatura média normal, que varia de 35,9 a 37,2
ºC. A avaliação da temperatura é uma das maneiras de identificar o estado de
uma pessoa, pois em algumas emergências, a temperatura muda muito.
Abaixo será apresentada a variação de temperatura do corpo, de acordo
com o estado térmico e a temperatura.
a) Subnormal – 34 a 36° C;
b) Normal – 36 a 37° C;
c) Estado febril – 37 a 38° C;
d) Febre – 38 a 39° C;
e) Febre alta (pirexia) – 39 a 40° C;
f) Febre muito alta (hiperpirexia) – 40 a 41° C.
• Verificação da temperatura
Oral ou bucal – Temperatura média varia de 36,2 a 37º C. O termômetro
deve ficar por cerca de três minutos, sob a língua, com o paciente sentado; semi-
sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica a temperatura de vítimas inconscientes; crianças depois
de ingerirem líquidos (frios ou quentes); após a extração dentária ou inflamação
na cavidade oral.
Axilar – Temperatura média varia de 36 a 36,8º C. A via axilar é a mais
sujeita a fatores externos. O termômetro deve ser mantido sob a axila seca, por
3 a 5 minutos, com o acidentado sentado; semi-sentado (reclinado) ou deitado.
Não se verifica temperatura em vítimas de queimaduras no tórax; processos
inflamatórios na axila ou fratura dos membros superiores.
O acidentado com febre muito alta e prolongada, pode ter lesão cerebral
irreversível. A temperatura corporal abaixo do normal, pode acontecer após
depressão de função circulatória ou choque.
• Perda de calor
O corpo humano perde calor, através de vários processos, que podem ser
classificados da seguinte maneira:
⚫ Eliminação - fezes, urina, saliva, respiração;
⚫ Evaporação - a evaporação pela pele (perda passiva), associada à
eliminação, permitirá a perda de calor em elevadas temperaturas;
⚫ Condução - é a troca de calor entre o sangue e o ambiente. Quanto
maior é a quantidade de sangue que circula sob a pele, maior é a troca de calor
com o meio. O aumento da circulação, explica o avermelhamento da pele
(hiperemia) quando estamos com febre.
• Febre
A febre é a elevação da temperatura do corpo acima da média normal. Ela
ocorre quando a produção de calor do corpo excede a perda.
Tumores; infecções; acidentes vasculares ou traumatismos, podem afetar
diretamente o hipotálamo, e com isso, perturbar o mecanismo de regulagem de
calor do corpo. Portanto, a febre deve ser vista, também, como um sinal que o
organismo emite. Um sinal de defesa.
Devemos lembrar que pessoas imunodeprimidas podem ter infecções
graves e não apresentar febre.
A vítima de febre apresenta a seguinte sintomatologia:
a) Inapetência (perda de apetite);
b) Mal-estar;
c) Pulso rápido;
d) Sudorese;
e) Temperatura acima de 40 graus Celsius;
f) Respiração rápida;
g) Hiperemia da pele;
h) Calafrios;
i) Cefaleia (dor de cabeça).
• Primeiros socorros para febre
Aplicar compressas úmidas na testa; cabeça; pescoço; axilas e virilhas
(que são as áreas por onde passam os grandes vasos sanguíneos). Encaminhar
a vítima com febre para atendimento médico.
Devemos salientar que os primeiros socorros, em casos febris, só devem
ser feitos em temperaturas muito altas (acima de 40°C), por dois motivos já
vistos. A febre é defesa orgânica (é o organismo se defendendo de alguma
causa) e o tratamento da febre deve ser de suas causas.
Pulso
A alteração na frequência do pulso, denuncia alteração na quantidade de
fluxo sanguíneo.
As causas fisiológicas que aumentam os batimentos do pulso podem ser:
digestão; exercícios físicos; banho frio; estado de excitação emocional; e
qualquer estado de reatividade do organismo.
No desmaio/síncope, as pulsações diminuem.
Através do pulso ou das pulsações do sangue dentro do corpo, é possível
avaliar se a circulação e o funcionamento do coração estão normais ou não.
Pode-se sentir o pulso com facilidade, tomando-se os seguintes cuidados:
a) Procurar acomodar o braço do acidentado em posição relaxada;
b) Usar o dedo indicador, médio e anular sobre a artéria escolhida para sentir
o pulso, fazendo uma leve pressão sobre qualquer um dos pontos, onde
se pode verificar mais facilmente o pulso de uma pessoa;
c) Não usar o polegar para não correr o risco de sentir suas próprias
pulsações;
d) Contar no relógio as pulsações, num período de 60 segundos. Neste
período, deve-se procurar observar a regularidade, a tensão, o volume e
a frequência do pulso;
e) Existem no corpo, vários locais onde se pode sentir os pulsos da corrente
sanguínea.
A variação de frequência varia de acordo com a idade. A seguir serão
descritas as médias normais:
f) Lactentes: 110 a 130 bpm (batimentos por minuto);
g) Abaixo de 7 anos: 80 a 120 bpm;
h) Acima de 7 anos: 70 a 90 bpm;
i) Puberdade: 80 a 85 bpm;
j) Homem: 60 a 70 bpm;
k) Mulher: 65 a 80 bpm;
l) Acima dos 60 anos: 60 a 70 bpm.
Respiração
A respiração é uma das funções essenciais à vida. É através dela que o
corpo promove, permanentemente, o suprimento de oxigênio necessário ao
organismo, vital para a manutenção da vida.
A frequência da respiração é contada pela quantidade de vezes que uma
pessoa realiza os movimentos combinados de inspiração e expiração em um
minuto. Para se verificar a frequência da respiração, conta-se o número de vezes
que uma pessoa realiza os movimentos respiratórios: 01 inspiração + 01
expiração = 01 movimento respiratório.
A contagem pode ser feita, observando-se a elevação do tórax, se o
acidentado for mulher, ou do abdome se for homem ou criança. Pode ser feita
ainda, contando-se as saídas de ar quente pelas narinas.
A frequência média por minuto dos movimentos respiratórios, varia com a
idade, se levarmos em consideração uma pessoa em estado normal de saúde.
Por exemplo: um adulto possui um valor médio respiratório de 14 - 20
respirações por minuto (no homem); 16 - 22 respirações por minuto (na mulher);
enquanto uma criança, nos primeiros meses de vida, 40 - 50 respirações por
minuto.
Fatores fisiopatológicos podem alterar a necessidade de oxigênio ou a
concentração de gás carbônico no sangue. Isto contribui para a diminuição ou o
aumento da frequência dos movimentos respiratórios. A nível fisiológico, os
exercícios físicos; as emoções fortes e banhos frios, tendem a aumentar a
frequência respiratória. Em contrapartida, o banho quente e o sono, a diminuem.
Algumas doenças cardíacas e nervosas, e o coma diabético, aumentam
a frequência respiratória. Como exemplo de fatores patológicos que diminuem a
frequência respiratória, podemos citar o uso de drogas depressoras.
Os procedimentos a serem observados e os primeiros socorros, em casos
de parada respiratória serão estudados a frente.
Pressão Arterial
A pressão arterial é a pressão do sangue, que depende da força de
contração do coração; do grau de distensibilidade do sistema arterial; da
quantidade de sangue e sua viscosidade.
Não é recomendável a instrução a leigos da medição da pressão arterial
com o aparelho, para não induzir a diagnósticos não autorizados após a leitura.
15.3.4 Sinais de Apoio
Além dos sinais vitais do funcionamento do corpo humano, existem outros
que devem ser observados, para obtenção de mais informações sobre o estado
de saúde de uma pessoa. São os sinais de apoio, sinais que o corpo emite em
função do estado de funcionamento dos órgãos vitais.
Os sinais de apoio podem ser alterados em casos de hemorragia; parada
cardíaca; ou uma forte batida na cabeça, por exemplo. Os sinais de apoio
tornam-se cada vez mais evidentes, com o agravamento do estado do
acidentado. Os principais sinais de apoio são:
a) Dilatação e reatividade das pupilas;
b) Cor e umidade da pele;
c) Estado de consciência;
d) Motilidade e sensibilidade do corpo.
Dilatação e reatividade das pupilas
A pupila é uma abertura no centro da íris, a parte colorida do olho. A sua
função principal é controlar a entrada de luz no olho. Com pouca ou quase
nenhuma luz, a pupila se dilata, fica aberta. Quando a pupila está totalmente
dilatada, é sinal de que o cérebro não está recebendo oxigênio, exceto no uso
de colírios midriáticos ou certos envenenamentos. A dilatação e reatividade das
pupilas são um sinal de apoio importante.
Muitas alterações do organismo provocam reações nas pupilas, como por
exemplo, iminência de estado de choque; parada cardíaca; intoxicação; abuso
de drogas; colírios midriáticos ou miótico; traumatismo crâneo-encefálico e
condições de stress. Tensão e medo também provocam consideráveis
alterações nas pupilas.
Devemos observar as pupilas de uma pessoa contra a luz de uma fonte
lateral, de preferência, com o ambiente escurecido. Se não for possível, deve-se
olhar as pupilas contra a luz ambiente.
Cor e umidade da pele
A cor e a umidade da pele são também sinais de apoio muito útil no
reconhecimento do estado geral de um acidentado. Uma pessoa pode
apresentar a pele pálida, cianosada (azulada) ou hiperemiada (avermelhada e
quente).
A cor e a umidade da pele devem ser observadas na face e nas
extremidades dos membros, onde as alterações se manifestam primeiro. A pele
pode também ficar úmida e pegajosa. Pode-se observar melhor estas alterações
no antebraço e na barriga.
A seguir serão apresentadas algumas alterações orgânicas que provocam
modificações na cor e umidade da pele.
COR E UMIDADE DA PELE
Alteração Ocorrência
Cianose (pele azulada) Exposição ao frio, parada cardiorrespiratória,
estado de choque, morte.
Palidez Hemorragia, parada cardiorrespiratória,
exposição ao frio, extrema tensão emocional,
estado de choque.
Hiperemia (pele vermelha e Febre, exposição a ambientes quentes, ingestão
quente) de bebidas alcoólicas, queimaduras de primeiro
grau, traumatismo.
Pele fria e viscosa ou úmida e Estado de choque.
pegajosa
Pele amarela Icterícia, hipercarotenemia .
Estado de consciência
Este é outro sinal de apoio importante. A consciência plena é o estado em
que uma pessoa mantém um nível de lucidez, que lhe permite perceber
normalmente o ambiente que a cerca, com todos os sentidos saudáveis,
respondendo aos estímulos sensoriais.
Quando se encontra um acidentado, capaz de informar com clareza sobre
o seu estado físico, pode-se dizer que esta pessoa está perfeitamente
consciente. Há, no entanto, situações em que uma pessoa pode apresentar
sinais de apreensão excessiva; olhar assustado; face contraída e medo.
Esta pessoa, certamente não estará em seu pleno estado de consciência.
Uma pessoa pode estar inconsciente por desmaio; estado de choque;
estado de coma; convulsão; parada cardíaca; parada respiratória; alcoolismo;
intoxicação por drogas; e uma série de outras circunstâncias de saúde e lesão.
Na síncope e no desmaio, há uma súbita e breve perda de consciência e
diminuição do tônus muscular. Já o estado de coma, é caracterizado por uma
perda de consciência mais prolongada e profunda, podendo o acidentado, deixar
de apresentar, gradativamente, reação aos estímulos dolorosos e perda dos
reflexos.
Motilidade e sensibilidade do corpo
Qualquer pessoa consciente, que apresente dificuldade ou incapacidade
de sentir ou movimentar determinadas partes do corpo, está, obviamente, fora
de seu estado normal de saúde. A capacidade de mover e sentir partes do corpo
é um sinal que pode dar muitas informações.
Quando há incapacidade de uma pessoa consciente realizar certos
movimentos, pode-se suspeitar de uma paralisia da área que deveria ser
movimentada.
A incapacidade de mover um membro superior, depois de um
acidente, pode indicar lesão do nervo do membro. A incapacidade de movimento
nos membros inferiores, pode indicar uma lesão da medula espinhal.
O desvio da comissura labial (canto da boca), pode indicar lesão cerebral
ou de nervo periférico (facial). Pede-se à vítima que sorria. Sua boca sorrirá torta,
só de um lado.
Quando um acidentado perde o movimento voluntário de alguma parte do
corpo, geralmente também perde a sensibilidade no local. Muitas vezes, porém,
o movimento existe, mas o acidentado reclama de dormência e formigamento
nas extremidades. É muito importante o reconhecimento destas duas situações,
como um indício de que há lesão na medula espinhal.
É importante, também, nestes casos, tomar muito cuidado com o
manuseio e transporte do acidentado, para evitar o agravamento da lesão.
Convém ainda lembrar, que o acidentado de histeria; alcoolismo agudo ou
intoxicação por drogas, mesmo que sofra acidente traumático, pode não sentir
dor por várias horas.
A verificação rápida e precisa dos sinais vitais e dos sinais de apoio, é
uma chave importante para o desempenho de primeiros socorros. O
reconhecimento destes sinais dá suporte; rapidez e agilidade no atendimento e
salvamento de vidas.
15.4 Ressuscitação Cardiopulmonar
15.4.1 Introdução
Socorristas leigos sem treinamento, devem fornecer ressuscitação
cardiopulmonar, somente com as mãos, com ou sem orientação de uma
atendente, para adultos, vítimas de parada cardiorrespiratória. O socorrista deve
continuar a ressuscitação cardiopulmonar, somente com compressões, até a
chegada de um Desfibrilador Externo Automático ou de um socorrista com
treinamento adicional, ou até que os profissionais do serviço médico de
emergência, assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se mover.
Todos os socorristas leigos devem, no mínimo, aplicar compressões
torácicas em vítimas de parada cardiorrespiratória, numa frequência de no
mínimo 100 vezes por minuto.
15.5 Estado de Choque
15.5.1 Introdução
O estado de choque se dá, quando há mal funcionamento entre o coração;
vasos sanguíneos (artérias ou veias) e o sangue, instalando-se um desequilíbrio
no organismo.
O choque é uma grave emergência médica. O correto atendimento, exige
ação rápida e imediata. Vários fatores predispõem ao choque. Com a finalidade
de facilitar a análise dos mecanismos, considera-se, especialmente para estudo,
o choque hipovolêmico, por ter a vantagem de apresentar uma sequência bem
definida. Há vários tipos de choque:
Choque hipovolêmico: é o choque que ocorre devido a redução do
volume intravascular, por causa da perda de sangue; de plasma ou de água,
perdida em diarreia e vômito;
Choque cardiogênico: ocorre na incapacidade de o coração bombear
um volume de sangue que seja suficiente para atender às necessidades
metabólicas dos tecidos;
Choque septicêmico: pode ocorrer devido a uma infecção sistêmica;
Choque anafilático: é uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que
ocorre quando um indivíduo é exposto a uma substância, a qual é extremamente
alérgico;
Choque neurogênico: decorre da redução do tônus vasomotor normal,
por distúrbio da função nervosa. Este choque pode ser causado, por exemplo,
por transecção da medula espinhal, ou pelo uso de medicamentos, como
bloqueadores ganglionares ou depressores do sistema nervoso central.
O reconhecimento da ameaça de choque, é importante para o salvamento
da vítima, ainda que pouco possamos fazer para reverter a síndrome. Muitas
vezes é difícil este reconhecimento, mas podemos notar algumas situações
predisponentes ao choque e adotar condutas para evitá-lo ou retardá-lo. De uma
maneira geral, a prevenção é consideravelmente mais eficaz do que o tratamento
do estado de choque.
O choque pode ser provocado por várias causas, especialmente as de
origem traumática. Devemos ficar sempre atentos a possibilidade de choques,
pois a grande maioria dos acidentes e afecções abordadas nesta apostila, pode
gerar choque, caso não sejam atendidos corretamente.
15.5.2 Causas
● Hemorragias intensas (internas ou externas);
● Infarto;
● Taquicardias;
● Bradicardias (baixa frequência nos batimentos cardíacos);
● Queimaduras graves;
● Processos inflamatórios do coração;
● Traumatismos do crânio e traumatismos graves de tórax e abdômen;
● Envenenamentos;
● Afogamentos;
● Choque elétrico;
● Picadas de animais peçonhentos;
● Exposição a extremos de calor e frio;
● Septicemia.
No ambiente de trabalho, todas as causas citadas podem ocorrer,
merecendo especial atenção, os acidentes graves com hemorragias extensas,
como perda de substâncias orgânicas em prensas, moinhos, extrusoras; choque
elétrico; envenenamentos por produtos químicos; ou exposição a temperaturas
extremas.
15.5.3 Sintomas
A vítima de estado de choque ou na iminência de entrar em choque,
apresenta, geralmente, os seguintes sintomas:
● Pele pálida, úmida, pegajosa e fria;
● Cianose (arroxeamento) de extremidades: orelhas, lábios e pontas dos
dedos;
● Suor intenso na testa e palmas das mãos;
● Fraqueza geral;
● Pulso rápido e fraco;
● Sensação de frio, pele fria e calafrios;
● Respiração rápida, curta, irregular ou muito difícil;
● Expressão de ansiedade ou olhar indiferente e profundo, com pupilas
dilatadas;
● Agitação;
● Medo (ansiedade);
● Sede intensa;
● Visão nublada;
● Náuseas e vômitos;
● Respostas insatisfatórias a estímulos externos;
● Perda total ou parcial de consciência;
● Taquicardia.
15.5.4 Prevenção do Choque
Algumas providências podem ser tomadas para evitar o estado de
choque. Mas, infelizmente, não há muitos procedimentos de primeiros socorros
a serem tomados para tirar a vítima do choque.
Existem algumas providências que devem ser memorizadas, com a
finalidade permanente de prevenir o agravamento e retardar a instalação do
estado de choque.
DEITAR A VÍTIMA: a vítima deve ser deitada de costas, ter suas roupas
afrouxadas, principalmente na área do pescoço; peito e cintura, e em seguida,
verificar se há presença de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e os
retirar.
Os membros inferiores devem ficar elevados em relação ao corpo. Isto
pode ser feito, colocando-os sobre uma almofada; cobertor dobrado ou qualquer
outro objeto. Este procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas
desses membros, pois serve para melhorar o retorno sanguíneo e levar o
máximo de oxigênio ao cérebro.
Não erguer os membros inferiores da vítima a mais de 30 cm do solo. No
caso de ferimentos no tórax, que dificultem a respiração, ou de ferimento na
cabeça, os membros inferiores não devem ser elevados.
No caso de a vítima estar inconsciente, ou se estiver consciente, mas
sangrando pela boca ou nariz, deitá-la na posição lateral de segurança (PLS),
para evitar asfixia.
RESPIRAÇÃO: verificar, quase que simultaneamente, se a vítima respira.
Deve-se estar preparado para iniciar a respiração boca a boca, caso a vítima
pare de respirar.
PULSO: enquanto as providências já indicadas são executadas, observar
o pulso da vítima. No choque, o pulso da vítima apresenta-se rápido e fraco.
CONFORTO: dependendo do estado geral e da existência ou não de
fratura, a vítima deverá ser deitada, da melhor maneira possível. Isso significa
observar se ela não está sentindo frio e perdendo calor. Se for preciso, a vítima
deve ser agasalhada com cobertor ou algo semelhante, como uma lona ou
casacos.
TRANQUILIZAR A VÍTIMA: se o socorro médico estiver demorando,
tranquilizar a vítima, mantendo-a calma, sem demonstrar apreensão quanto ao
seu estado. Permanecer em vigilância junto à vítima, para dar-lhe segurança e
para monitorar alterações em seu estado físico e de consciência.
15.6 Emergências Clínicas
15.6.1 Introdução
A importância das emergências clínicas é facilmente reconhecida, na
medida em que se consideram as frequências com que causam óbito ou
incapacidade, as dificuldades que existem para preveni-las e o grande potencial
de recuperação, quando são convenientemente atendidas.
Neste módulo, abordaremos as emergências clínicas mais comuns e que
podem ser atendidas com sucesso, por uma pessoa que venha a prestar os
primeiros socorros.
15.6.2 Infarto ou Ataque Cardíaco
É um quadro clínico, consequente à deficiência do fluxo sanguíneo na
região do coração.
As principais causas são a arteriosclerose, a embolia coronariana e espasmo
arterial coronário, tendo como complicação, a parada cardíaca por fibrilação
ventricular (parada em fibrilação) e até mesmo o óbito.
15.6.2.1 Sintomas
A maioria das vítimas de infarto agudo do miocárdio, apresenta dor
torácica. Esta dor é descrita classicamente com as seguintes
características:
a) Dor angustiante e insuportável na região precordial (subesternal),
retroesternal e face anterior do tórax;
b) Compressão no peito e angústia, construção;
c) Duração maior que 30 minutos;
d) A dor não diminui com repouso;
e) Irradiação no sentido da mandíbula e membros superiores,
particularmente do membro superior esquerdo, eventualmente para o
estomago (epigástrio);
f) A grande maioria das vítimas apresenta alguma forma de arritmia
cardíaca;
g) Palpitação, vertigem e desmaio;
h) Deve-se atender as vítimas com quadro de desmaio, como prováveis
portadores de infarto agudo do miocárdio, especialmente se
apresentarem dor ou desconforto torácico antes ou depois do desmaio;
i) Sudorese profunda (suor intenso), palidez e náusea. Podem estar
presentes vômitos e diarreia;
j) A vítima apresenta-se, muitas vezes, estressada, com sensação de
morte iminente;
k) Quando há complicação pulmonar, a vítima apresenta edema
pulmonar, caracterizado por dispneia (alteração nos movimentos
respiratórios) e expectoração rosada;
l) Choque cardiogênico.
15.6.2.2 Primeiros socorros
Muitas vezes, a dor que procede a um ataque cardíaco, pode ser
confundida, por exemplo, com a dor de uma indigestão. É preciso estar atento
para este tipo de falso alarme, sendo os primeiros socorros:
a) Procurar socorro médico ou um hospital com urgência;
b) Não movimentar muito a vítima. O movimento ativa as emoções e faz com
que o coração seja mais solicitado;
c) Observar com precisão os sinais vitais;
d) Manter a pessoa deitada, em repouso absoluto, na posição mais
confortável, em ambiente calmo e ventilado;
e) Obter um breve relato da vítima ou de testemunhas, sobre detalhes dos
acontecimentos;
f) Tranquilizar a vítima, procurando inspirar-lhe confiança e segurança;
g) Afrouxar as roupas;
h) Evitar a ingestão de líquidos ou alimentos;
i) No caso de parada cardíaca, aplicar as técnicas de ressuscitação
cardiorrespiratória;
j) Ver se a vítima traz nos bolsos, remédios de urgência. Aplicar os
medicamentos segundo as bulas, desde que a vítima esteja consciente,
como vasodilatadores coronarianos e comprimidos sublinguais.
A confirmação da suspeita de quadro clínico de um infarto agudo do
miocárdio, só ocorre com a utilização de exames complementares, do tipo
eletrocardiograma (ECG) e exames sanguíneos (transaminase etc.), que
deverão ser feitos no local do atendimento especializado.
15.6.3 Insolação
É causada pela ação direta e prolongada dos raios de sol sobre o
indivíduo.
Sintomas
Surgem lentamente:
a) Cefaleia (dor de cabeça);
b) Tonteira;
c) Náusea;
d) Pele quente e seca (não há suor);
e) Pulso rápido;
f) Temperatura elevada;
g) Distúrbios visuais;
h) Confusão.
Surgem bruscamente:
• Respiração rápida e difícil;
• Palidez (às vezes desmaio);
• Temperatura do corpo elevada;
• Extremidades arroxeadas;
• Eventualmente pode ocorrer coma.
9.4.1 Primeiros Socorros
• O objetivo inicial é baixar a temperatura corporal, lenta e gradativamente;
• Remover o acidentado para um local fresco, à sombra e ventilado;
• Remover o máximo de peças de roupa do acidentado;
• Se estiver consciente, deverá ser mantido em repouso e recostado
(cabeça elevada);
• Pode-se oferecer bastante água fria ou gelada, ou qualquer líquido não
alcoólico para ser bebido;
• Se possível, deve-se borrifar água fria em todo o corpo do acidentado,
delicadamente;
• Podem ser aplicadas compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e
virilhas. Tão logo seja possível, o acidentado deverá ser imerso em banho
frio ou envolto em panos ou roupas encharcadas.
Atenção especial deverá ser dada à observação dos sinais vitais. Se
ocorrer parada respiratória, deve-se proceder à respiração artificial, associada à
massagem cardíaca externa, caso necessário.
15.6.4 Exaustão pelo Calor
A exaustão pelo calor é outro tipo de reação sistêmica à prolongada
exposição do organismo à temperaturas elevadas, que ocorrem por conta da
eliminação de sódio, desidratação, ou combinação de ambas.
O trabalhador que exerce a sua atividade em ambientes, cuja temperatura
é alta, está sujeito a uma série de alterações em seu organismo, com graves
consequências à sua saúde. Estes ambientes, geralmente são locais onde
existem fornos; autoclaves; forjas; caldeiras; fundições; etc.
15.6.4.1 Sintomas
Quando a origem dos sintomas for devida, predominantemente à perda
de água, o acidentado reclama de sede intensa; fraqueza e acentuados sintomas
nervosos, que podem incluir falta de coordenação muscular; distúrbios
psicológicos; hipertermia; delírio e coma. Se a falência circulatória sobrevier, a
situação pode progredir rapidamente para golpe de calor.
O acidente pode ocorrer, devido à perda de sódio em pessoas não
aclimatadas a altas temperaturas, que irão apresentar sintomas sistêmicos de
exaustão pelo calor. Esta situação, ocorre quando a sudorese térmica é reposta
por ingestão adequada de água, mas não de sal. O acidentado, geralmente,
reclama de câimbra muscular, associada à fraqueza; cansaço; náusea; vômito;
calafrios; respiração superficial e irregular. O acidentado não demonstra estar
sedento. Pode se observar palidez; taquicardia e hipotensão.
15.6.4.2 Primeiros Socorros
• Remover o acidentado para um local fresco e ventilado, longe da fonte de
calor;
• Deve ser colocado em repouso, recostado;
• Afrouxar as roupas do acidentado;
• Oferecer líquido em pequenas quantidades, repetidas vezes, se possível
com uma pitada de sal. Se o acidentado não conseguir tomar líquidos
oralmente, não insistir, para não piorar suas condições;
• Providenciar para que o acidentado, neste caso, tenha atendimento
especializado, pois a ele terá de ser administrado solução salina
fisiológica ou glicose isotônica, por via intravenosa.
Observar os sinais vitais, para a necessidade de ressuscitação
cardiorrespiratória, e remoção para atendimento especializado, se os primeiros
socorros não melhorarem o estado geral do acidentado.
15.6.5 Cãibras de Calor
As cãibras de calor ocorrem, principalmente, devido à diminuição de sal
do organismo.
Sintomas
Vítimas de cãibras apresentam contrações musculares involuntárias,
fortes e muito dolorosas. Ocorrem nos músculos do abdômen e nas
extremidades.
A pele fica úmida e fria. Nestes casos, a temperatura do corpo estará
normal ou ligeiramente baixa. Há hemoconcentração e baixo nível de sódio no
organismo.
Primeiros Socorros
➢ A vítima de cãibras deve ser colocada em repouso, confortavelmente, em
local fresco e arejado;
➢ Pode-se tentar massagear, suavemente, os músculos atingidos, para
promover alívio localizado;
➢ Pode-se dar à vítima, água com uma pitada de sal, que muitas vezes faz
o acidentado melhorar quase que imediatamente;
➢ Pode-se oferecer alimento salgado.
Dependendo da gravidade do ataque, a vítima precisará ser mantida em
repouso por vários dias.
15.6.6 Desmaio
É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à
diminuição de sangue e oxigênio no cérebro. É causada geralmente por
hipoglicemia; cansaço excessivo; fome; nervosismo intenso; emoções súbitas;
susto; acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea; dor intensa;
prolongada permanência em pé; mudança súbita de posição (de deitado para
em pé); ambientes fechados e quentes; disritmias cardíacas (bradicardia); entre
outras.
Sintomas
• Fraqueza;
• Suor frio abundante;
• Náusea ou ânsia de vômito;
• Palidez intensa;
• Pulso fraco;
• Pressão arterial baixa;
• Respiração lenta;
• Extremidades frias;
• Tontura;
• Escurecimento da visão;
• Devido à perda da consciência, o acidentado cai.
Primeiros Socorros
A. Se a pessoa apenas começou a desfalecer:
• Sentá-la em uma cadeira, ou outro local semelhante;
• Curvá-la para frente;
• Baixar a cabeça do acidentado, colocando-a entre as pernas e pressionar
a cabeça para baixo;
• Manter a cabeça mais baixa que os joelhos;
• Fazê-la respirar profundamente, até que passe o mal-estar.
B. Havendo o desmaio:
• Manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição
mais baixa em relação ao resto do corpo;
• Afrouxar a sua roupa;
• Manter o ambiente arejado;
• Se houver vômito, lateralizar-lhe a cabeça, para evitar sufocamento;
• Depois que o acidentado se recuperar, pode ser dado ao mesmo, café,
chá ou mesmo água com açúcar;
• Não se deve dar jamais bebida alcoólica.
15.6.7 Convulsão
É uma contração violenta, ou uma série de contrações dos músculos
voluntários, com ou sem perda de consciência.
Nos ambientes de trabalho, podemos encontrar esta afecção em
indivíduos com histórico anterior de convulsão ou em qualquer indivíduo de
qualquer função. De modo específico, podemos encontrar trabalhadores com
convulsão, quando expostos a agentes químicos de poder convulsígeno, tais
como, os inseticidas clorados e o óxido de etileno.
As principais causas da convulsão são: a febre muito alta, devido a
processos inflamatórios e infecciosos, ou degenerativos; hipoglicemia; alcalose;
erro no metabolismo de aminoácidos; hipocalcemia; traumatismo na cabeça;
hemorragia intracraniana; edema cerebral; tumores; intoxicações por gases,
álcool ou drogas alucinatórias; insulina; dentre outros agentes e devido a
epilepsia, ou outras doenças do Sistema Nervoso Central.
Sintomas
• Inconsciência;
• Queda desamparada, onde a vítima é incapaz de fazer qualquer esforço
para evitar danos físicos a si própria;
• Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos;
• Suor;
• Midríase (pupila dilatada);
• Lábios cianosados;
• Espumar pela boca;
• Morder a língua e/ou lábios;
• Corpo rígido e contração do rosto;
• Palidez intensa;
• Movimentos involuntários e desordenados;
• Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano).
Geralmente, os movimentos incontroláveis duram de 2 a 4 minutos,
tornando-se, então, menos violentos e o acidentado vai se recuperando
gradativamente. Estes acessos podem variar na sua gravidade e duração.
Depois da recuperação da convulsão há perda da memória, que se
recupera mais tarde.
Primeiros socorros
● Tentar evitar que a vítima caia desamparadamente, cuidando para que a
cabeça não sofra traumatismo e procurando deitá-la no chão com
cuidado, acomodando-a;
● Retirar da boca: próteses dentárias móveis (pontes, dentaduras) e
eventuais detritos;
● Remover qualquer objeto com que a vítima possa se machucar e afastá-
la de locais e ambientes potencialmente perigosos, como por exemplo:
escadas; portas de vidro; janelas; fogo; eletricidade; máquinas em
funcionamento;
● Não interferir nos movimentos convulsivos, mas assegurar-se que a
vítima não está se machucando;
● Afrouxar as roupas da vítima no pescoço e cintura;
● Virar o rosto da vítima para o lado, evitando assim a asfixia por vômitos
ou secreções;
● Não colocar nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima;
● Tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes, para evitar
mordedura da língua;
● Não jogar água fria no rosto da vítima;
● Quando passar a convulsão, manter a vítima deitada, até que ela tenha
plena consciência e autocontrole;
● Se a pessoa demonstrar vontade de dormir, deve-se ajudar a tornar isso
possível;
● Contatar o atendimento especializado do SAMU, pela necessidade de
diagnóstico e tratamentos precisos.
No caso de se propiciar meios para que a vítima durma, mesmo que seja
no chão, no local de trabalho, a melhor posição para mantê-la é deitada na
Posição Lateral de Segurança – PLS.
Devemos fazer uma inspeção no estado geral da vítima, a fim de verificar
se está ferida e sangrando. Conforme o resultado desta inspeção, devemos
proceder, no sentido de tratar as consequências do ataque convulsivo, cuidando
dos ferimentos e contusões.
É conduta de socorro bem prestado, permanecer junto à vítima, até que
ela se recupere totalmente. Devemos conversar com a vítima, demonstrando
atenção e cuidado com o caso, e informá-la onde está e com quem está, para
dar-lhe segurança e tranquilidade. Pode ser muito útil, saber da vítima, se ela é
epiléptica.
Em qualquer caso de ataque convulsivo, a vítima deve ser encaminhada
ao centro clínico, mesmo que ela tenha consciência de seu estado e procure
demonstrar a impertinência dessa atitude. A obtenção ou encaminhamento para
o centro clínico, deve ser com a maior rapidez, especialmente se a vítima tiver
um segundo ataque; se as convulsões durarem mais que 5 minutos ou se a
vítima for mulher grávida.
15.6.8 Choque Elétrico
São abalos musculares causados pela passagem de corrente elétrica pelo
corpo humano. As alterações provocadas no organismo humano pela corrente
elétrica, dependem, principalmente, de sua intensidade, isto é, da amperagem.
Dependendo da intensidade dessa corrente, pode causar um simples
formigamento, uma queimadura de 3° grau ou até mesmo a morte.
Em condições habituais, correntes de 100 a 150 Volts, já são perigosas,
e acima de 500 Volts, são mortais.
De acordo com os valores aproximados, as consequências causadas por
um choque elétrico podem ser:
2. 1 mA a 10 mA: sensação de formigamento;
3. 10 mA a 20 mA: sensação de formigamento, acompanhada de fortes
dores;
4. 20 mA a 100 mA: convulsões e parada respiratória;
5. 100 mA a 200 mA: fibrilação;
6. Acima de 200 mA: queimaduras, parada cardíaca e óbito.
Causas principais
Nos ambientes de trabalho, encontramos este acidente, quando há falta
de segurança nas instalações e equipamentos, como: fios descascados; falta de
aterramento elétrico; parte elétrica de um motor que, por defeito, está em contato
com sua carcaça; etc.
Estas condições, geralmente encontramos por imprudência; indisciplina;
ignorância ou acidentes; etc.
Observação: corrente alternada – tetanização com tempo de exposição;
corrente contínua – contração muscular brusca, com projeção da vítima,
podendo ocorrer traumatismo grave
Sintomas
1- Mal-estar geral;
2- Sensação de angústia;
3- Náusea;
4- Cãibras musculares de extremidades;
5- Parestesias (dormência, formigamento);
6- Ardência ou insensibilidade da pele;
7- Escotomas cintilantes (visão de pontos luminosos);
8- Cefaleia;
9- Vertigem;
10- Arritmias (ritmo irregular) cardíacas (alteração do ritmo cardíaco);
11- Falta de ar (dispneia).
Principais Complicações:
● Parada cardíaca;
● Parada respiratória;
● Queimaduras;
● Traumatismo (de crânio, ruptura de órgãos internos etc.);
● Óbito.
Primeiros socorros
Antes de socorrer a vítima, cortar a corrente elétrica, desligando a chave
geral de força, retirando os fusíveis da instalação ou puxando o fio da tomada
(desde que esteja encapado).
Se o item anterior não for possível, tentar afastar a vítima da fonte de
energia, utilizando luvas de borracha grossa ou materiais isolantes, e que
estejam secos (cabo de vassoura, tapete de borracha, jornal dobrado, pano
grosso dobrado, corda etc.), afastando a vítima do fio ou aparelho elétrico, bem
como:
● Não tocar na vítima, até que ela esteja separada da corrente elétrica ou
que esta seja interrompida;
● Se o choque for leve, seguir os itens do capítulo "Estado de Choque";
● Em caso de parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente as
manobras de ressuscitação;
● Insistir nas manobras de ressuscitação, mesmo que a vítima não esteja
se recuperando, até a chegada do atendimento especializado;
● Depois de obtida a ressuscitação cardiorrespiratória, deve ser feito um
exame geral da vítima, para localizar possíveis queimaduras, fraturas ou
lesões, que possam ter ocorrido, no caso de queda durante o acidente;
● Deve-se atender primeiro a hemorragias, fraturas e queimaduras, nesta
ordem.
Eletrocussão
Eletrocussão é o termo designado para caracterizar uma morte provocada
por choque elétrico. Tensão superior a 600 volts já é o suficiente para causar o
óbito. A presença de água, no cenário do choque, aumenta potencialmente a sua
intensidade, devido às propriedades condutoras de eletricidade que a água
possui.
A eletrocussão pode provocar a morte imediata; perda prolongada dos
sentidos; convulsões e queimaduras no ponto de contato. É preciso tomar muito
cuidado na hora de tentar socorrer a vítima. Tocá-la é extremamente perigoso.
Mesmo em situações de extrema emergência, o mais seguro é:
a) Pegar com um objeto de plástico, pois conduz pouca eletricidade;
b) Afastá-lo imediatamente do objeto que está provocando o choque;
c) Verificar os sinais vitais da vítima;
d) Caso a vítima se encontre em processo de parada cardiorrespiratória,
deve-se retirar os eventuais objetos, como dentaduras, óculos e outros;
e) Exponha o tórax da pessoa;
f) Se possível, faça o procedimento para a reanimação, colocando sobre o
tórax, as duas mãos sobrepostas, fazendo compressões seguidas com
até 5 cm de profundidade, até a chegada do socorro médico.
15.7 Picadas e Ferroadas de Animais Peçonhentos
15.7.1 Introdução
Os acidentes com animais peçonhentos, são aqueles causados por
animais que produzem veneno e o secretam, através de estruturas inoculadoras
especializadas, como por exemplo, presas, ferrões e espinhos. Dentre os vários
animais peçonhentos, destacamos algumas espécies de serpentes, escorpiões,
aranhas, abelhas, vespas, lagartas, formigas, entre outros.
Devido à grande exposição dos trabalhadores a picadas e ferroadas de
animais peçonhentos, a FUNDACENTRO, em conjunto com o Instituto Butantan,
publicou o livro “Prevenção de Acidentes com Animais Peçonhentos”, no ano de
2011.
15.7.2 Acidentes Causados por Serpentes
Entre os animais peçonhentos mais perigosos estão as serpentes, que
podem levar a sérios acidentes.
De acordo com a quantidade de veneno introduzido, uma picada do
animal poderá levar a morte ou incapacitar o acidentado, quando não socorrido
em tempo hábil e tratado de forma correta, com a aplicação dos soros
apropriados. As vítimas mais comuns são trabalhadores rurais.
Tipos de serpentes
No Brasil, existem mais de 392 espécies de serpentes, conforme segue
os tipos abaixo:
• Jararacas
São as serpentes responsáveis por cerca de 90% dos acidentes ofídicos
registrados no país. Também são conhecidas por jararacuçu, urutu, jararaca do
rabo branco, cotiara, caiçaca, surucucurana, patrona, jararaca-pintada,
preguiçosa e outros.
As jararacas são de coloração variada, com padrão de desenhos
semelhantes a um V invertido. O corpo é fino, medindo aproximadamente um
metro de comprimento.
Sintomas:
Dor, inchaço e manchas arroxeadas na região da picada. Pode haver
sangramento no local, e em outras partes do corpo, como nas gengivas,
ferimentos recentes e urina. É possível haver complicações, como infecções e
morte do tecido no local picado, nos casos extremos, os rins podem parar de
funcionar.
• Surucucu
Responsável por cerca de 1,5% dos acidentes ofídicos registrados no
país. Também é conhecida por surucucu pico de jaca, surucutinga, malha-de
fogo e outros.
É caracterizada por ser a maior das serpentes peçonhentas das Américas.
As escamas da parte final da cauda são arrepiadas, com ponta lisa.
Sintomas:
Os principais sintomas da picada de uma surucucu é dor e inchaço no
local, semelhante a picada da jararaca, podendo haver sangramentos, vômitos,
diarreia e queda da pressão arterial.
• Cascavel
É responsável por 8% dos acidentes ofídicos registrados no país.
Também é conhecida por maraboia, boicininga, boiquira, maracá e outros.
Caracterizada pela coloração marrom-amarelada e corpo robusto,
medindo aproximadamente um metro.
Possui fosseta loreal e apresenta caracteristicamente chocalho ou guizo
na cauda. Não tem por hábito atacar e, quando ameaçada, começa a balançar
a cauda, emitindo o ruído do chocalho ou guizo.
Sintomas:
No local da picada não há alterações, a vítima apresenta visão borrada ou
dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento.
Pode haver dor muscular e a urina torna-se escura, algumas horas depois
do acidente.
O risco de afetar os rins é maior do que nos acidentes com jararaca.
• Coral
É responsável por cerca de 0,5% dos acidentes ofídicos registrados no
país. Também conhecida por coral verdadeira, ibiboboca, boicorá e outros.
São serpentes de pequeno e médio porte. Seu corpo é coberto por anéis
vermelhos, pretos, brancos ou amarelos, podendo variar de acordo com a região
que a mesma habita.
É importante prestar atenção nas cores da coral, pois existem serpentes
não venenosas, com colorações semelhantes às das corais verdadeiras, que são
conhecidas como falsas corais.
Sintomas:
No local da picada não se observa alteração importante, porém, a vítima
apresenta visão borrada ou dupla, pálpebras caídas e aspecto sonolento. Pode
haver aumento na salivação e insuficiência respiratória.
Primeiros socorros
Em caso de picadas de serpentes, algumas medidas devem ser tomadas,
para evitar problemas futuros:
a) Não amarre o braço ou a perna acidentada. O torniquete ou garrote
dificulta a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena
e não impede que o veneno seja absorvido;
b) Não se deve cortar o local da picada, alguns venenos podem provocar
hemorragias e o corte aumentará a perda de sangue;
c) Não adianta chupar o local da picada. É impossível retirar o veneno do
corpo, pois ele entra imediatamente na corrente sanguínea. A sucção
pode piorar as condições do local atingido;
d) Não coloque folhas, querosene, pó de café, terra, fezes e outras
substâncias no local da picada, pois elas não impedem que o veneno vá
para o sangue, ao contrário, podem provocar uma infecção, assim como
os cortes;
e) Evite que o acidentado beba querosene, álcool e outras substâncias
tóxicas que, além de não neutralizar a ação do veneno, podem causar
intoxicação;
f) Mantenha o acidentado deitado, em repouso, com a parte atingida em
posição mais elevada, evitando que ele ande ou corra;
g) Retire anéis, pulseiras ou qualquer outro objeto que possa impedir a
circulação do sangue;
h) Leve imediatamente o acidentado ao serviço de saúde, para que ele
receba soro e atendimento adequados;
i) O soro, quando indicado, deve ser aplicado o mais breve possível e em
quantidade suficiente, por profissional habilitado. Deve ser específico para
a serpente que o picou. Ex.: o soro antibotrópico para picadas de jararaca
não é eficaz para picadas de cascavel (deve ser o soro anticrotálico) ou
de coral, soro antielapídico.
15.7.3 Acidentes causados por Aranhas e escorpiões
Considerando a variedade de organismos que pertencem à classe
Arachnida (os aracnídeos), entre as quais, poucas são nocivas ao ser humano,
ou seja, causam danos à saúde humana, é necessário um intenso controle
desses pequenos animais, em razão da síntese de venenos potencialmente
prejudiciais, em alguns casos levando à morte.
Tipos de Aranhas e Escorpiões
As aranhas e os escorpiões, são animais peçonhentos e existe uma
grande variedade desses animais, em especial as aranhas, com cerca de 40 mil
espécies identificadas; e os escorpiões, com aproximadamente 1600 espécies e
subespécies catalogadas.
• Aranhas armadeiras
Este tipo de arranha se caracteriza por ter o corpo coberto de pelos curtos,
de coloração marrom-acinzentada, com manchas claras, formando pares no
dorso do abdômen e não constroem teias.
Sintomas:
As picadas de aranhas armadeiras, podem, muitas vezes, gerar dor forte
imediata e intensa, sendo acompanhada de inchaço discreto no local da picada.
Nos casos mais graves, que ocorrem principalmente com crianças, pode haver
suor intenso, enjoos, vômitos, agitação, alteração no batimento cardíaco e
choque.
• Aranha marrom
É caracterizada por um corpo revestidos de pelos curtos e sedosos, de
cor marrom-esverdeada, com desenho claro, em forma de violino ou estrela, não
são aranhas agressivas, picando apenas quando comprimidas contra o corpo.
Sintomas:
Muitas vezes, a picada não é dolorosa e por isso não é percebida. Horas
depois do acidente, aparece vermelhidão, endurecimento e dor no local, que
podem ser acompanhados de bolhas e escurecimento da pele. Pode correr
também febre, mal-estar, dor de cabeça, vermelhidão no corpo todo e
escurecimento da urina.
• Viúva negra
Este tipo de aranha é geralmente de cor preta, sem pelos evidentes, de
aspecto liso, com ou sem manchas vermelhas no abdômen, que é bastante
redondo. Algumas espécies têm coloração marrom e no ventre há uma mancha
avermelhada, em forma de ampulheta.
Sintomas:
Após a picada deste animal, a dor é de média intensidade no local da
picada, acompanhada de contrações musculares. Também pode ocorrer
agitação, sudorese e alterações circulatórias. Compressas quentes e anestesia
local para alívio da dor, são suficientes na grande maioria dos casos. No caso
de acidentes com viúva negra, não há soro disponível no Brasil. O acidentado
deve ser hospitalizado, para controle das alterações.
• Escorpiões
Os escorpiões apresentam tronco e cauda. Possuem mãos na forma de
pinças. No final da cauda encontra-se o télson, contendo uma bolsa de veneno
e o ferrão, são animais carnívoros, alimentam-se principalmente de insetos,
como grilos e baratas.
Os escorpiões podem ser classificados como:
a) Escorpião Amarelo;
b) Escorpião Preto ou Marrom.
Sintomas:
A picada na maioria das vezes, causa poucos sintomas, como
vermelhidão; inchaço e dor no local da picada. Entretanto, alguns casos podem
ser mais graves, causando sintomas generalizados, como enjoo; vômitos; dor de
cabeça; espasmos musculares e queda da pressão, havendo, até risco de morte.
Primeiros socorros
Compressas quentes e anestesia local para alívio da dor, são suficientes
na grande maioria dos casos.
O soro antiaracnídico e antiescorpiônico, somente são utilizados, se
houver grandes manifestações.
15.7.4 Acidentes causados por Lagartas Venenosas
São também conhecidas por vários nomes, conforme a região: taturana,
mandarová, oruga, ruga, sauí, lagarta de fogo, chapéu-armado, taturana-
gatinho, taturana-de-flanela, entre outros.
As taturanas ou lagartas, são formas larvais de borboletas e mariposas.
A reação imediata após o contato é de ardência ou queimação, com
inchaço local. Nos acidentes por Lonomia oblíqua, pode ocorrer hemorragia após
algumas horas (gengivas, urina). Também pode haver problemas com o
funcionamento dos rins (insuficiência renal) e sangramento grave.
Já o contato com a lagarta Pararama, apresenta-se, inicialmente, o
quadro inflamatório no local, semelhante ao causado por outras espécies de
lagarta. Uma maior exposição, pode levar a artrites crônicas deformantes. Como
atingem predominantemente as mãos, a deformidade nos dedos pode
impossibilitar o trabalho.
Primeiros socorros
Recomenda-se fazer compressas frias e anestesia local para alívio da dor.
Porém, deve-se, imediatamente, encaminhar a vítima para o atendimento
médico.
15.7.5 Acidentes causados por Abelhas, Vespas e Formigas
As abelhas, vespas, formigas e os marimbondos, são bastantes
conhecidos e úteis na polinização, na produção de mel e de outros produtos. O
maior problema está ligado as ferroadas, ou mordidas, que acontecem quando
molestados. Os acidentes ocorrem devido a presença de um ferrão com a
glândula de veneno que, introduzida na pele, libera substâncias tóxicas.
Abelhas e mamangavas: são insetos sociais de pequeno porte, que
vivem em colmeias. Possuem colorido escuro, e às vezes listrado, com pelos
ramificados ou plumosos, principalmente na região da cabeça e do tórax e o seu
ferrão localiza-se na extremidade do corpo, que fica na pele da pessoa que foi
ferroada.
Vespas e marimbondos: se diferenciam das abelhas, principalmente
pelo estreitamento entre o tórax e o abdome. Ao contrário das abelhas, não
deixam ferrão na pele da pessoa ferroada.
Formigas: são insetos agressivos, que atacam em grande número se o
formigueiro for perfurado. As formigas saúva são capazes de produzir cortes na
pele humana.
Sintomas
Na maioria das pessoas ocorre apenas dor, inchaço, vermelhidão e
coceira no local da ferroada. Porém, deve-se levar em conta que algumas
pessoas são alérgicas. Nestes casos podem ocorrer obstrução das vias aéreas
e choque anafilático, levando a pessoa a morte, mesmo com uma única ferroada.
Nos casos de múltiplas ferroadas, em geral acima de cem, desenvolve-se
um quadro tóxico generalizado, denominado síndrome de envenenamento, com
aumento de batidas do coração e da pressão sanguínea, distúrbio de coagulação
e alterações cardíacas.
As formigas tocandira, podem ocasionar dor intensa e, eventualmente,
reações generalizadas (sistêmicas), como calafrios, sudorese e taquicardia. Já
a ferroada pela formiga-correição é menos dolorosa.
Primeiros socorros
Após a picada, devem ser feitas compressas frias no local. Pode ser
necessária a aplicação de outros medicamentos e, nos casos mais graves,
cuidados de terapia intensiva. Por isso, é necessário o rápido encaminhamento
a um serviço médico.
Nas ferroadas de abelhas, a remoção do ferrão deve ser feita com uma
lâmina esterilizada rente a pele, para evitar que haja compressão da glândula de
veneno contida no ferrão. Não utilizar pinças.
15.8 Intoxicação ou Envenenamento
15.8.1 Introdução
Numerosas substâncias químicas e partículas sólidas, originadas nas
atividades comercial, agrícola, industrial e laboratorial, são potencialmente
tóxicas para o homem. Intoxicações ou envenenamentos, podem ocorrer por
negligência ou ignorância no manuseio de substâncias tóxicas, especialmente
no ambiente de trabalho. A presença de substâncias tóxicas, estranhas ao
organismo, pode levar a graves alterações de um ou mais sistemas fisiológicos.
15.8.2 Substâncias comuns nas intoxicações
Devemos conhecer os tipos de substâncias tóxicas manipuladas no nosso
ambiente de trabalho, bem como os antídotos para estas substâncias. Apesar
da extensa variedade de substâncias tóxicas, que provocam diferentes reações,
em diversos sistemas do organismo, o ambiente de trabalho laboratorial é
particularmente propício à existência de alguns agentes tóxicos.
As poeiras são partículas sólidas de tamanhos variados, produzidas pelo
manuseio e impacto mecânico de equipamentos, máquinas e ferramentas,
contra materiais orgânicos e inorgânicos.
As poeiras flutuam no ar e podem ser inaladas ou entrar em contato com
as mucosas. Dependendo de sua origem, podem provocar lesões de diferentes
gravidades, para quem as aspire ou com elas entre em contato.
A fumaça é uma mistura de gases, vapores e partículas, derivadas do
aquecimento e queima de substâncias. A agressão causada pela fumaça, varia
de acordo com a sua composição, com o agente gerador da fumaça, e, muitas
vezes, com sua temperatura.
Os fumos são partículas microscópicas, produzidas pela condensação de
metais fundidos. A respiração se torna também uma via de intoxicação.
As névoas e neblinas, são gotículas que ficam em suspensão, a partir da
condensação de vapores, que podem ser tóxicos ao serem respirados. Podem
ser provocadas pela nebulização, espumejamento ou atomização de
substâncias químicas orgânicas.
Os vapores são formas gasosas de compostos químicos que, na
temperatura e pressão ambiente, apresentam-se em outro estado físico.
Os vapores se formam a partir do aumento da temperatura ou pela
diminuição da pressão de compostos químicos. São formas físicas que se
difundem muito rapidamente e com facilidade em qualquer ambiente.
Os gases são fluídos sem forma própria, que se espalham com muita
facilidade por todo o ambiente que os contém. São geralmente invisíveis e,
quase sempre, inodoros.
O indivíduo também pode ingerir substâncias tóxicas como:
a) Produtos de limpeza;
b) Remédios - sedativos e hipnóticos;
c) Plantas venenosas;
d) Alucinógenos e narcóticos;
e) Bebidas alcoólicas;
f) Inseticidas, raticidas, formicidas;
g) Soda cáustica;
h) Derivados de petróleo;
i) Ácidos, álcalis, fenóis;
j) Alimentos estragados ou que sofreram contaminação química.
No ambiente de trabalho, encontraremos muitas destas formas físicas e
químicas que podem, por vezes, provocar intoxicações ou envenenamento.
15.8.3 Sintomas
Como suspeitar de envenenamento
Deve-se suspeitar da existência de envenenamento na presença dos
seguintes sinais e sintomas:
Sinais evidentes, na boca ou na pele, de que a vítima tenha mastigado, engolido,
aspirado ou estado em contato com substâncias tóxicas, elaboradas pelo homem
ou animais.
Hálito com odor estranho (cheiro do agente causal no hálito).
Modificação na coloração dos lábios e interior da boca, dependendo do agente
causal.
Dor, sensação de queimação na boca, garganta ou estômago.
Sonolência, confusão mental, torpor ou outras alterações de consciência.
Estado de coma alternado com períodos de alucinações e delírio.
Vômitos.
Lesões cutâneas, queimaduras intensas, com limites bem definidos ou bolhas.
Depressão da função respiratória.
Diminuição ou ausência de volume urinário.
Queda de temperatura, que se mantém abaixo do normal.
Evidências de estado de choque eminente.
Paralisia.
Quadro: Suspeitas de envenenamento.
Fonte: Fiocruz, 2015
15.8.4 Primeiros Socorros
Inalação
a) Isolar a área;
b) Identificar o tipo de agente que está presente no local onde foi encontrado
o acidentado;
c) Quem for realizar o resgate, deverá utilizar equipamentos de proteção
próprios para cada situação, a fim de proteger a si mesmo;
d) Remover o acidentado, o mais rapidamente possível, para um local bem
ventilado;
e) Solicite atendimento especializado;
f) Verificar rapidamente os sinais vitais. Aplicar técnicas de ressuscitação
cardiorrespiratória, se for necessária. Não faça respiração boca-a-boca,
caso o acidentado tenha inalado o produto. Para estes casos, utilize
máscara ou outro sistema de respiração adequada;
g) Manter o acidentado imóvel, aquecido e sob observação. Os efeitos
podem não ser imediatos.
Observação:
Estes procedimentos só devem ser aplicados, se houver absoluta certeza,
de que a área onde se encontra, juntamente com o acidentado, está inteiramente
segura.
É importante deixar esclarecido o fato de que a presença de fumaça,
gases ou vapores, ainda que pouco tóxicos, em ambientes fechados, pode ter
consequências fatais, porque estes agentes se expandem muito rapidamente e
tomam o espaço do oxigênio presente, provocando asfixia.
Contato com a pele
Algumas substâncias podem causar irritação ou destruição tecidual,
através do contato com a pele, mucosas ou olhos.
Além de poeiras, fumaça ou vapores, pode ocorrer contato tóxico
com ácidos, álcalis e outros compostos. O contato com estes agentes
pode provocar inflamação ou queimaduras químicas nas áreas afetadas.
A substância irritante ou corrosiva, deverá ser removida o mais
rapidamente possível. O local afetado deverá ser lavado com água corrente,
pura, abundantemente. Se as roupas e calçados do acidentado estiverem
contaminados, a remoção destas deverá ser feita sob o mesmo fluxo de água da
lavagem, para auxiliar na rápida remoção do agente, e estes deverão ser
isolados.
Não fazer a neutralização química da substância tóxica. A lavagem da
pele e mucosa afetada, com água corrente, tem demonstrado ser a mais valiosa
prevenção contra lesões.
Em caso de contato com gases liquefeitos, aqueça a parte afetada com
água morna.
Ingestão
Muitas intoxicações ocorrem pela ingestão de agentes tóxicos, líquidos ou
sólidos. O grau de intoxicação varia com a toxicidade da substância e com a
dose ingerida.
Ao confirmar que houve ingestão de substância tóxica ou venenosa,
verificar imediatamente os sinais vitais e assegurar de que a vítima respira.
Proceder segundo a técnica, para os casos de parada cardiorrespiratória.
Como primeiros socorros deve-se:
a) Dar prioridade à parada cardiorrespiratória. Não faça respiração boca-a-
boca, caso o acidentado tenha ingerido o produto, para estes casos utilize
máscara ou outro sistema de respiração adequado;
b) Identificar o agente, através de frascos próximos do acidentado, para
informar o médico ou procurar ver nos rótulos ou bulas, se existe alguma
indicação de antídotos;
c) Observar atentamente o acidentado, pois os efeitos podem não ser
imediatos;
d) Procurar transportar o acidentado imediatamente a um pronto-socorro,
para diminuir a possibilidade de absorção do veneno pelo organismo,
mantendo-o aquecido.
Não provocar vômito em vítimas inconscientes e nem de envenenamento
pelos seguintes agentes:
• Veneno que provoque queimadura dos lábios, boca e faringe;
• Soda cáustica;
• Alvejantes;
• Tira-ferrugem;
• Água com cal;
• Amônia;
• Desodorante;
• Derivados de petróleo como querosene, gasolina, fluído de isqueiro,
benzina, lustra-móveis;
• Substância corrosiva forte, como: ácidos e lixívia.
O conhecimento dos sinais e sintomas dos envenenamentos mais
comuns, costuma ser de grande valor no diagnóstico. Correlações serão
estabelecidas pelo médico entre o quadro do acidentado e quadros clínicos dos
tóxicos suspeitos. Nos casos duvidosos, a confirmação do agente tóxico tem que
se basear na pesquisa laboratorial.
Em todos os casos de envenenamentos e intoxicações, é importante
investigar toda a área onde o acidentado foi encontrado, na tentativa de
identificar, com a maior precisão possível, o agente causador do
envenenamento, ou encontrar pistas que ajudem nesta identificação.
Muitos indícios são úteis nesta dedução: frascos de remédios, produtos
químicos, materiais de limpeza, bebidas, seringas de injeção, latas de alimentos,
caixas e outros recipientes.
Muitas pessoas supõem que exista um antídoto para a maioria ou a
totalidade dos agentes tóxicos. Infelizmente isto não é verdade. Existem apenas
alguns produtos específicos para certos casos e que, mesmo assim, necessitam
de orientação médica para serem usados.
15.9 Telefone Úteis
15.9.1 Introdução
Há órgãos e departamentos governamentais especializados em atender
situações de emergência, os quais, em toda ocorrência, devem ser acionados,
ainda que os primeiros socorros já estejam sendo realizados. Esse contato
explica-se por que todo caso acidental ou clínico, deve passar por uma avaliação
médica, para excluir possíveis sequelas e também para restabelecer plenamente
a vítima.
A seguir, alguns telefones úteis e a atribuição específica de cada
instituição, todos com ligação totalmente gratuita:
15.9.2 Corpo de bombeiros – 193
Solicitar em casos de emergências, incêndios, acidentes domésticos, de
trânsito, resgate de vítimas, e em situações que não é possível realizar os
primeiros socorros. São encarregados de realizar o transporte das vítimas a uma
unidade de saúde especializada, de acordo com o caso específico.
15.9.3 Polícia Militar – 190
Responsável por fazer atendimentos prévios, no caso de ser o primeiro
serviço especializado a chegar ao local; manter a ordem do fluxo de trânsito e
de pessoas (curiosos); apurar circunstâncias do acidente e em eventualidades,
realizar o transporte de vítimas.
15.9.4 SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) – 192
É um serviço específico de atendimentos de urgência, criado por uma
portaria do Ministério da Saúde, e gerido pela Secretaria de Saúde de cada
estado ou município. Realiza um serviço de atendimento às vítimas de acidentes
e estados clínicos que necessitam de acompanhamento, realizando um
atendimento prévio no próprio local ou dentro de ambulâncias, enquanto as
vítimas são transportadas a um hospital ou unidade de saúde mais próximos.
15.9.5 Polícia Rodoviária Federal – 191
Em casos de acidentes em rodovias mais isoladas de grandes centros, é
recomendável acionar o serviço da PRF, pois é a instituição que, provavelmente,
estará mais próxima da ocorrência, uma vez que é a polícia responsável por
zelar pelo bom fluxo em rodovias nacionais.
15.9.6 Defesa Civil – 199
É um órgão nacional, responsável por organizar prevenções de acidentes
e desastres naturais ou de grandes proporções e trabalhos de resposta a esses
acontecimentos, como medidas de remoção de famílias em áreas
potencialmente de risco de desmoronamentos, deslizamentos e alagamentos.
15.9.7 Disque Intoxicação (ANVISA) – 0800-722-6001
É um serviço criado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, com o
objetivo de esclarecer pessoas e profissionais de saúde quanto às ocorrências,
envolvendo intoxicações dos mais diversos tipos.
16. REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR - 14.787 Espaço
confinado - prevenção de acidentes, procedimentos e medidas de proteção,
2001. 10f.
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