EMEIF.
“SÃO GERALDO”
DIRETOR: BRUNO CAMPELO.
PROFESSOR: ANDRÉ REUTER.
DISCIPLINA: ESTUDOS AMAZÔNICOS.
SÉRIE: 6º ANO - TURNOS : MANHÃ / TARDE. ANO: 2024. 2º- BIMESTRE. UNIDADE 2.
APOSTILA 2 : A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA NA AMAZÔNIA, SÉCULOS XVI E XVII
Esta fase corresponde ao povoamento europeu da região. O primeiro europeu a pisar as
terras amazônicas, foi o espanhol Vicente Pinzón (em janeiro de 1500), que percorreu a foz do
Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e surpreendeu-se em ver que se tratava de uma das regiões
mais intensamente povoadas do mundo então conhecido. Ficou admirado vendo a pororoca
(fenômeno natural que fez com que mudasse o curso de navegação) e maravilhado com as águas
doces do mais extenso e mais volumoso rio do mundo que foi chamado por ele de Mar Dulce. Sendo
Pinzón, bem acolhido pelos indígenas da região.
2.1 - Os espanhóis no processo de colonização da Amazônia: Quanto a isto é
importante destacar o seguinte: Eles objetivavam encontrar canela na Amazônia, uma especiaria
muito valorizada na Europa. Ao navegarem por um grande rio, os espanhóis se depararam com
mulheres nativas guerreiras. Eles lembraram da mitologia grega e chamaram essas nativas de:
Amazonas e, por estarem no rio em que elas estavam, chamaram de: Rio Amazonas. Assim, foi
o 1º contato entre europeus e indígenas.
Mas, apesar de fantástica, sua viagem marca o primeiro choque cultural e o primeiro ato
de violência contra os povos da Amazônia: Pinzón aprisiona os nativos e os leva consigo para
vender como escravos na Europa. Com a chegada de Cabral em 1500 a coroa portuguesa
expandia seu domínio na nova Terra, fazendo Salvador como um centro, onde as expedições
partiam para as Índias e para o sul até o Rio da Prata, isto faz com que a conquista da Amazônia
retarde, pois os espanhóis seus “donos”, de acordo com o Tratado de Tordesilhas não deram
muita importância ao território amazônico.
Em 12 de fevereiro de 1542, o explorador espanhol Francisco Orellana (1490-1550), vindo
do Peru por via fluvial, atingiu o Rio Amazonas, então chamado de Rio Grande, Mar Dulce ou Rio
da Canela. Foi o primeiro europeu a navegar pelo rio Amazonas. Orellana participou com
Francisco Pizarro (1476-1541) da conquista do Peru submetendo o Império Inca ao domínio
espanhol em 1532-1535. Em 1541, concordou em participar de uma expedição a leste dos Andes
em busca de canela e do lendário Eldorado, a terra de ouro.
Porém, a expedição de Orellana não deixou frutos que fossem duradouros para os
espanhóis. A região voltou a pertencer exclusivamente aos cerca de 5 milhões de índios (segundo
uma das estimativas existentes) que ali habitavam e que também haviam sido motivo da
admiração nos relatos de Carvajal(escrivão da expedição), tal a sua quantidade e organização.
Muitas décadas se passariam antes que novas investidas à região amazônica fossem realizadas.
Vicente Pinzón Francisco de Orellana
Com a união das coroas: espanhola e portuguesa, através da União Ibérica, os espanhóis
fazem o reconhecimento da área com Francisco de Orellana e Pinzón, como também Pedro de
Ursa e Lopes de Aguirre, mas não tem a pretensão de povoar, abrindo precedentes para que
invasores como: franceses, holandeses, irlandeses e ingleses, fizessem contato com os nativos,
mantivessem boas relações e fundassem fortificações por toda a Amazônia.
A colonização portuguesa na Amazônia: Em 1612, um conquistador francês, Daniel
de La Touche, Senhor de La Ravardièri, fundou a cidade de São Luís do Maranhão,
estabelecendo amizade com os índios Tupinambá, no vale do rio Pará. Em guerra contra os
Camarapins, os franceses subiram as águas do rio Tocantins, derrotando os Pacajá e Parissó.
Esse fato fez com que a Coroa Portuguesa tomasse uma medida para conter a presença de
estrangeiros que só poderia ser feita, através de uma ocupação militar que tivesse a função de
expulsar os invasores e construir fortificações para guardar o território, designou oficiais como
Jerônimo de Albuquerque, Diogo de Campos e Francisco Caldeira de Castelo Branco, que partiu
para a Amazônia, no início do século XVII, onde expulsou os franceses de São Luís, Maranhão
e fundou o Forte do Presépio(atualmente, forte do Castelo) em dezembro de 1615 e a cidade de
Belém, em 1616, no Pará, que marca o início da ocupação portuguesa na Amazônia e a
construção de outros fortes ao longo do rio Amazonas, Gurupi, Pauxis (Óbidos), Tapajós
(Santarém) e São José do Rio Negro (Manaus).
O Forte do Presépio que, além de proteger possíveis invasões estrangeiras por via fluvial
e de dar origem à atual cidade de Belém, serviu como base para o povoamento da Amazônia.
Após a expulsão dos franceses e diante da violência dos portugueses, os índios Tupinambá,
aliados dos franceses, invadem a cidade de Belém (07/01/1619) e destroem várias edificações,
comandados pelo Cacique Guaimiaba (Cabelo de Velho), provocando a morte de muitos índios e
a revolta dos luso-brasileiros. Na conquista da Amazônia, então fizeram os portugueses suas
guerras contra as populações nativas da região, quase sempre as exterminando e subjugando-as
ao seu domínio, embora devessem também guerrear contra os outros invasores europeus:
ingleses e holandeses, pela posse do território.
Vê-se que, a fundação de Belém, na foz do Rio Amazonas, foi o primeiro importante passo
dos portugueses, pela posse da região, permitindo o controle da navegação fluvial do Amazonas
ao Oceano Atlântico, sendo considerada como uma “decisão acertada” dos conquistadores
lusos. Depois disso, os portugueses passaram a realizar uma série de expedições militares pela
região amazônica para expulsão não só dos ingleses holandeses, mas também de qualquer
povo estrangeiro que invadisse a região amazônica.
Era necessário alargar os domínios portugueses para oeste, para assegurar a exploração
das riquezas ocultas da floresta. Coube ao capitão Pedro Teixeira, em 1637, o comando da
expedição composta por cerca de duas mil pessoas, sendo a grande maioria nativos. Apesar
das dificuldades enfrentadas, Pedro Teixeira conseguiu estabelecer marcos de ocupação territorial
portuguesa ao longo do rio. Além da proteção contra outros europeus, os fortes também serviam
para estabelecer núcleos de povoamento a partir dos quais pudesse ser estabelecida a
colonização. Na Amazônia, os principais recursos explorados pelos portugueses foram a mão-de-
obra indígena e as drogas do sertão, especiarias de alto preço no mercado europeu. Essas
missões tiveram um apoio importante dos religiosos católicos (jesuítas) que tinham a função de
catequizar e melhorar o relacionamento do indígena com os portugueses.
Forte do Castelo Francisco C. Castelo Branco Pedro Teixeira
2.2 - A IMPORTÂNCIA DE BELÉM PARA A EXPLORAÇÃO PORTUGUESA: A
fundação de Belém foi realizada com objetivos militares de ocupar a região amazônica e
assegurar a soberania da coroa lusitana nesta região. Pois, a apartir de Belém partiram as suas
principais expedições com o intuito de conquistar o território amazônico, além de estar em uma
posição estratégica, situada bem na foz do Amazonas principal porta de entrada para exploração
do território. Nesse sentido, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de sua expedição, em 1637, lançou-
se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e
explorar a região e colocar marcos de ocupação portuguesa, até aonde pudesse chegar.
E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de muitos índios
que compunham a tripulação, levou sua missão até Quito, na América Espanhola. A expedição
durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento
da presença portuguesa na Amazônia. Foi o único navegador europeu de sua época a fazer o
trajeto de ida e volta, saindo da foz para nascente e de volta a foz. Muitas outras entradas e
bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros à Amazônia, seja em busca do tão
sonhado "El Dourado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito
apreciadas para aquela época. Ex: Andiroba, cacau, canela, arroz, algodão, entre outros.
Fundação de Belém, obra de Theodoro Braga, 1908, Museu de Arte de Belém (MAB).
Quanto aos desdobramentos da fundação de Belém-PA em 1616, podemos destacar o
seguinte:1 - Os indígenas(Tupinambás e Tabajaras) eram os maiores adversários dos
portugueses. 2 - O comércio local era feito principalmente através da compra e venda de açúcar
e tabaco. 3 - A Rua do Norte(atualmente Rua Siqueira Mendes) foi a primeira rua a ser
construída em Belém. 4 - Nesse período histórico, Belém possuía apenas dois bairros: Cidade e
Campina.
A colonização francesa na Amazônia Colonial: Após fundarem a cidade de São Luís
(Atual capital do Estado do Maranhão) em 1612 e serem posteriormente expulsos pelos
lusitanos, é válido salientar que a fundação de Caiena (Guiana Francesa), no extremo norte da
Amazônia, em 1643, por colonos franceses concretizou a presença da colonização na região.
Atualmente a Guiana Francesa é território ultramarino da França e faz parte da União Européia.
2.3 - O papel da Igreja Católica no processo de colonização da Amazônia: Esta
instituição religiosa foi altamente importante na colonização européia (portuguesa) presente na
Amazônia durante os séculos XVI e XVII. Nesse sentido, os religiosos católicos
catequizaram(doutrinaram) os indígenas para que estes se tornassem aliados dos portugueses e
se convertessem ao cristianismo. A Igreja Católica, portanto, era uma aliada importante para que a
Coroa Portuguesa ocupasse a Amazônia.
Os indígenas catequizados pelos religiosos católicos eram chamados de: tapuios (estes
indígenas gradativamente se convertiam ao cristianismo(catolicismo), deixavam de lado seus
costumes e passavam a se comportar de acordo com a cultura européia). Assim, os Aldeamentos
foram comunidades contendo indígenas catequizados e liderados por religiosos católicos. Os
principais grupos religiosos católicos presentes na Amazônia nesse período eram: Jesuítas,
Carmelitas, Franciscanos e Capuchos.
Fonte: FONTES: Tiese Júnior Estudos amazônicos: ensino fundamental/ Tiese Júnior . _ Belém: Paka-Tatu, 2010. ePub ISBN: 978-85-
7803-071-1 1.Amazônia – História I.Título CDD: 981.15