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Astronomia - Davi Silveira de Farias

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Ciências da Natureza e suas

Tecnologias – Física
Introdução aos Processos e
Sistemas Físicos
NOME: _________________________________________________________________

ASTRONOMIA
No limite do Universo

Figura 1. Esta imagem é de uma região muito profunda do Universo e foi produzida pelo telescópio orbital Hubble. Nela é possível
observar galáxias de várias idades, tamanhos, tipos e cores. As pequenas galáxias avermelhadas são das mais distantes galáxias
vistas por um telescópio óptico, provavelmente existindo pouco depois do Big Bang. Fonte da imagem:
http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2004/07/image/a/warn/, acesso em 26/01/2015.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 2

Somos feitos de poeira das estrelas


O físico americano Carl Sagan (1934-1996) popularizou esta ideia numa série televisiva
chamada Cosmos veiculada em 1980, que foi reeditada recentemente. A frase transmite a
ideia de que grande parte das partículas que constituem a matéria foi produzida no interior
de estrelas que explodiram, espalhando esse material pelo espaço.
Depois de algum tempo, essas partículas se agruparam e formaram outras estrelas,
eventualmente planetas e tudo o que existe neles. Inclusive você!

Você já assistiu a uma seção de planetário ou já fez uma observação do céu noturno com um
telescópio? Você se lembra de ter assistido a algum documentário ou filme relacionado ao espaço
sideral e aos astros? Alguma vez você ficou deitado no chão olhando para o céu noturno repleto de
estrelas, em pleno silêncio? Caso surja a oportunidade de viver alguma dessas experiências, não a
desperdice!

Experiências como essas têm a capacidade de nos fazer pensar numa série de questões
acerca de nossa existência e da existência de nosso mundo: Qual é o tamanho do Universo?
Quantas galáxias e estrelas existem? O Universo é infinito? O Universo teve um início? Se ele surgiu
em algum momento remoto, o que havia antes em seu lugar? Como surgiu a vida em nosso planeta?
Existe vida inteligente em outros planetas? Essas e muitas outras questões no campo da
Astronomia trazem grandes desafios para a Ciência moderna.

O programa SETI
(Search for Extra Terrestrial
Intelligence), por exemplo,
busca vida inteligente
extraterrestre desde 1985
usando o radiotelescópio de
Arecibo. Neste programa, os
cientistas esperam detectar
sinais de rádio emitidos por
civilizações extraterrestres.

O programa SETI ainda


não encontrou sinal de vida
alienígena até o momento.
Muitos cientistas acreditam que
este programa seja uma
completa perda de tempo e
dinheiro, ao passo que outros
cientistas creem que a Figura 2. O radiotelescópio de Arecibo, em Porto Rico, era o maior radiotelescópio
detecção de inteligência fixo do mundo. Com uma antena parabólica de 305 metros de diâmetro, foi construído
em 1963 na cratera de um vulcão extinto originariamente para estudar a ionosfera
extraterrestre mudaria para
terrestre. Fonte da figura: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/c/cd/
sempre nossa visão do Arecibo_Observatory_Aerial_View.jpg, acesso em 30/01/2015.
Universo.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 3

Num documentário de televisão uma pessoa diz ter sido abduzida1 por alienígenas, que a
levaram em sua nave até seu planeta situado na galáxia de Andrômeda, a 2,5 milhões de anos-luz
de distância. No documentário a pessoa conta detalhes dessa viagem, desde o momento em que
foi capturada e “sugada” para o interior da nave, explicando a aparência desses extraterrestres e a
curiosidade com a qual eles examinavam seu corpo. Ao chegar nesse planeta, ela teria sido levada
para um local com iluminação intensa que lhe ofuscava a vista, ficando ali por um longo tempo.
Depois disso ela só se lembra de acordar no meio de um descampado a quilômetros de sua casa,
uma semana depois da data em que foi abduzida.

Figura 3. Fonte: http://arquivoufo.com.br/wp-content/uploads/2012/05/abducao-alienigena.jpg, acesso em 31/01/2015.

Discuta com seu grupo se a história contada por essa pessoa tem possibilidade de ser
verdadeira ou não e escreva uma justificativa para a opinião do grupo.

______________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________

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______________________________________________________________________________

1
Em ufologia, o termo abdução é usado para descrever raptos, desaparecimentos temporários ou memórias
supostamente reais de pessoas que teriam sido levadas secretamente, contra a própria vontade ou não, por extraterrestres
e então, submetidas a procedimentos físicos e psicológicos.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 4

O Sol possui um diâmetro de 1.400.000 km e sua distância média da Terra é de 149.000.000


km. Tratam-se de distâncias astronômicas, muito difíceis de serem compreendidas ou imaginadas
por pessoas que não trabalhem com Astronomia. Em nosso dia-a-dia podemos até percorrer
distâncias de centenas de quilômetros quando viajamos, observamos coisas com tamanhos de
dezenas de metros como um prédio, ou usamos objetos na escala dos centímetros, como nosso
caderno, por exemplo. Contudo, extensões de milhões de quilômetros fogem de nossa
compreensão imediata.

No mundo da Ciência, sempre que surge a necessidade de explicar ideias ou teorias que
envolvam dimensões muito grandes ou muito pequenas, difíceis de serem imaginadas, usa-se o
recurso da elaboração de modelos explicativos. Podemos perceber essa dificuldade observando os
dados de distância ao Sol e dos diâmetros dos planetas do Sistema Solar na tabela a seguir. Olhar
para os números e apenas identificar o maior e o menor é insuficiente para construir uma ideia das
relações e da organização desse sistema.
Mercúrio

Saturno Unidade

Netuno
Júpiter
Vênus

Urano
Marte

de
Terra

medida

Distância
58 108 149 228 778 1426 2869 4495 109 m
ao Sol

Diâmetro
4,9 12,1 12,8 6,8 142,8 120,0 51,2 50,0 106 m
equatorial

TABELA 1: Distância ao Sol e diâmetro dos planetas do Sistema Solar.

ATIVIDADE 1: Construção de um modelo de distância dos planetas do


Sistema Solar
Para facilitar a visualização das distâncias entre os planetas do Sistema Solar construiremos
um modelo que caiba em nossa faculdade. Então, usando as informações da tabela 1, discuta com
seus colegas o que deve ser feito para que seu modelo caiba neste ambiente.

Em seguida, apresente sua proposta aos demais grupos para decidir a melhor metodologia a
ser adotada.

Material
• 1. Oito marcadores de posição representando os planetas do Sistema Solar;
• 2. Régua e trena;
• 3. Calculadora.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 5

Procedimento
Determine onde ficará representado o Sol em seu modelo.
Com uma trena, desse local, meça o comprimento do espaço destinado ao modelo e registre
esse valor na questão 2;
Para determinar o fator de redução de seu modelo, tome a distância do planeta mais distante
ao Sol na tabela 1 e divida esse valor pelo comprimento da sala (repare que todos os valores já
estão na mesma unidade de medida: metros). Faça os cálculos no espaço reservado da questão
3;
Em seguida, divida todos os valores constantes na linha da distância ao Sol, pelo fator de
redução obtido e complete os dados da tabela 2, na questão 4;
A partir da posição do Sol em nosso modelo, use a régua ou a trena para determinar as posições
dos oito planetas em seu modelo.
Posicione em cada marcação realizada, o respectivo planeta, montando o modelo.

Dados obtidos e resultados


Comprimento do espaço para o modelo: ______________.

Determinação do fator de redução de distâncias do modelo:

Cálculo das posições reduzidas dos planetas do Sistema Solar no modelo:


Mercúrio

Saturno

Netuno
Júpiter

Unidade
Vênus

Urano
Marte
Terra

de
medida

Distância
ao Sol 58 108 149 228 778 1426 2869 4495 109 m
(real)

Distância
ao Sol m
(modelo)

TABELA 2: Obtenção da distância dos planetas ao Sol no modelo reduzido.


ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 6

ATIVIDADE 2: Construção de um modelo de tamanho dos planetas do Sistema


Solar
Se for possível usar o mesmo fator de redução de distâncias para reduzir também os
diâmetros dos planetas (seus tamanhos), nosso modelo será bem mais interessante, pois teremos
uma boa noção das distâncias e dos tamanhos no Sistema Solar em um único modelo.

Para isso, precisaremos fazer alguns cálculos preliminares para de verificar se esse modelo
será viável, se ele conseguirá transmitir com clareza as dimensões e distâncias do Sistema Solar.

Vamos aplicar o fator de redução de distâncias no maior e no menor planeta do Sistema Solar.
Faça os cálculos de redução dos diâmetros e verifique se é possível desenhar circunferências
com esses diâmetros para compor nosso modelo.

Menor planeta: _______________________ Maior planeta: _______________________

Baseado nos cálculos obtidos acima, qual é a conclusão que você chega sobre a viabilidade
de se usar o fator de redução de distância para reduzir os diâmetros dos planetas do Sistema
Solar? Justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Os valores obtidos ao buscar reduzir os diâmetros dos planetas usando o fator de redução de
distâncias nos obriga a buscar um novo fator de redução, específico para modelar os tamanhos dos
planetas.

Seria muito interessante termos uma noção dos tamanhos dos planetas em relação ao Sol,
uma vez que ele é o centro gravitacional do Sistema Solar. Sabendo que o diâmetro equatorial do
Sol é de 1,4x109 m, vamos fazer com que nosso Sol, no modelo, tenha um diâmetro de 5 metros.
Daí tiraremos nosso fator de redução seguindo os procedimentos da atividade.

Material
• 1. Cartolina;
• 2. Tesoura;
• 3. Régua ou trena;
• 4. Compasso;
• 5. Calculadora.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 7

Procedimento
Com giz, risque na lousa ou no chão da sala, o diâmetro de 5 metros de nosso Sol do modelo .
Será nesse local que colocaremos os planetas do Sistema Solar com os diâmetros reduzidos
para podermos comparar.
Para determinar o fator de redução dos diâmetros, basta dividirmos o diâmetro real do Sol em
metros pelo seu diâmetro em nosso modelo, também em metros. Faça isso no espaço reservado
da questão 7;
Em seguida, divida todos os diâmetros reais dos planetas pelo fator de redução obtido e
complete os dados da tabela 3, na questão 8;
Por fim, use a régua e o compasso para desenhar as circunferências nas cartolinas
correspondentes aos diâmetros reduzidos dos planetas do Sistema Solar em nosso modelo.

Dados obtidos e resultados


Determinação do fator de redução de diâmetros do modelo:

Cálculo dos diâmetros reduzidos dos planetas do Sistema Solar no modelo:


Mercúrio

Saturno

Netuno
Júpiter

Unidade
Vênus

Urano
Marte
Terra

de
medida

Diâmetro
real
4,9 12,1 12,8 6,8 142,8 120,0 51,2 50,0 106 m

Diâmetro
m
reduzido

TABELA 3: Diâmetro reduzido dos planetas do Sistema Solar.


ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 8

PÁLIDO PONTO AZUL


“Já foi dito que Astronomia é uma experiência de humildade e criadora de caráter. Não há, talvez, melhor
demonstração da tola presunção humana do que esta imagem distante do nosso minúsculo mundo. Para mim,
destaca a nossa responsabilidade de sermos mais amáveis uns com os outros, e para preservarmos e protegermos o
"pálido ponto azul", o único lar que conhecemos até hoje.”

Carl Sagan

Figura 4. Em 14 de fevereiro de 1990, a sonda espacial Voyager 1, então distante 6,4 bilhões de quilômetros, produziu esta
fotografia da Terra em meio a um efeito óptico da luz solar nas lentes da espaçonave. Nela vemos um Pálido Ponto Azul (destacado
pelo círculo azul), que inspirou o título de um dos livros de Carl Sagan. Fonte da figura:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/71/PaleBlueDot.jpg/640px-PaleBlueDot.jpg, acesso em 31/01/2015.

As sondas espaciais Voyager 1 e 2 tinham a finalidade inicial de investigar os planetas Júpiter


e Saturno, mas devido ao sucesso da missão, ela foi estendida para os demais gigantes gasosos
do Sistema Solar. Elas tiveram de ser lançadas em 1977 para aproveitar uma chance única de poder
cruzar com os planetas gasosos sem ter que alterar suas trajetórias. Depois da Voyager 1 passar por
Saturno em 1990, Carl Sagan e sua equipe acharam que seria uma boa ideia fazê-la girar para dar
uma última olhada na direção de casa, antes de seguir viagem para as fronteiras do Sistema Solar.
Daquela distância, a Terra pareceria muito pequena, um minúsculo ponto de luz que a Voyager
avistaria entre os planetas vizinhos e inúmeros sóis distantes. Seria a grande oportunidade para
confirmar o entendimento de cientistas e filósofos da antiguidade que afirmavam que a Terra era
um mero ponto de luz em um vasto cosmo circundante. E assim, a foto foi produzida.

Graças às naves Voyager 1 e 2, muito do universo próximo foi revelado: elas fotografaram
Júpiter e Saturno com grande precisão, armazenaram dados sobre tempestades em outros
planetas, detectaram diversos elementos químicos em satélites, estudaram os anéis de Urano,
desvendaram a atmosfera extraterrestre e conseguiram até mesmo revelar a forma achatada do
Sistema Solar.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 9

Em dezembro de 2011, a NASA anunciou que a Voyager 1 entrara em uma área chamada de
região de estagnação. Ali há uma diminuição de concentração das partículas lançadas pelos ventos
solares. Essa região do Sistema Solar foi proposta teoricamente, mas a Voyager 1 foi capaz de
constatar sua existência.

Figura 5. Percurso das sondas espaciais Voyager 1 e 2, desde seus lançamentos até o momento em que foram direcionadas aos
confins do Sistema Solar.

A Voyager 1 foi o primeiro artefato humano a deixar o Sistema Solar, a uma distância de 19
bilhões de quilômetros, viajando a uma velocidade de 17 km/s, iniciando sua ida aos confins do
Sistema Solar depois de passar por Saturno. Os cientistas esperam perder a comunicação com a
Voyager 1 por volta de 2020. A Voyager 2 conseguiu passar pelos quatro gigantes gasosos e por
Plutão, produzindo uma massa de dados preciosos sobre esses planetas e seus satélites. Com uma
velocidade de 15,2 km/s, a Voyager 2 não está tão distante quanto sua irmã gêmea, mas segue
atravessando os limites Sistema Solar, enviando para nós preciosas informações até 2030.

Além de inúmeros detectores e equipamentos de comunicação, as duas sondas carregam


consigo um disco (e a respectiva agulha) de cobre revestido com ouro, contendo uma apresentação
com 115 imagens, 35 sons naturais (vento, pássaros, água, etc.) e saudações em 55 línguas,
incluindo em língua portuguesa. Foram também incluídos trechos de diversas músicas. A seleção
desse acervo foi feita por uma equipe da NASA chefiada por Carl Sagan. A finalidade desses discos
é tentar estabelecer comunicação com eventuais civilizações extraterrestres que encontrarem as
sondas durante suas jornadas. Em cada chapa do disco existem vários símbolos que explicam o
método de reprodução da gravação. Nelas as instruções para decodificação das imagens são
didaticamente reveladas. Um mapa estelar mostrando nitidamente a localização da Terra completa
a imagem.

Se alguma das sondas for encontrada por espécies alienígenas, isso só vai ocorrer num futuro
muito distante. Portanto, os discos de ouro são mais um tipo de cápsula do tempo do que uma
tentativa de comunicação com civilizações extraterrenas.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 10

Figura 6. A esperança de encontrar civilização extraterrestre está representada nos discos dourados que acompanham as sondas
Voyager 1 e 2 para os confins do Sistema Solar. Fonte da Figura: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d2/Voyager.jpg,
acesso em 01/02/2015.

O SOL E SUA FAMÍLIA


Grande parte de nossos conhecimentos sobre o Sistema Solar provém de missões espaciais
não tripuladas, que visitaram planetas e satélites coletando dados. Como podemos concluir das
missões Voyager, tudo mais que podemos saber sobre o Universo só nos cabe observar daqui, de
nosso pequeno e pálido ponto azul.

O nosso Sol é o centro gravitacional de todo o Sistema Solar. Além disso, praticamente toda
a energia que usamos diariamente provém do Sol de forma direta ou indiretamente, através de suas
transformações.

Recentes descobertas de estrelas com planetas orbitando têm renovado as esperanças de


encontrar vida alienígena inteligente. Entretanto, essas observações trazem hipóteses importantes
para outra questão igualmente instigante: Como surgiu o Sistema Solar?

A hipótese mais aceita, conhecida como hipótese nebular, admite que o nosso Sistema Solar
surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos a partir de uma vasta nuvem de gases e poeira, decorrente
da explosão de uma enorme estrela que pairava por essas redondezas. Esse material se condensou
devido a atração gravitacional, até formar um nódulo central, formando um protossol, ou uma proto-
estrela.

NOSSA ESTRELA MAIS PRÓXIMA: O SOL

Na protoestrela exite uma imensa aglomeração de partículas. Isso produz uma forte pressão
térmica devido ao aumento da gravidade. O constante movimento das partículas intensifica as
colisões entre si, aumentando a temperatura da protoestrela mais e mais, conforme a aglomeração
cresce. Nesse delicado equilíbrio entre a forte gravidade que puxa tudo para o núcleo, e a pressão
térmica que tende a empurrar tudo para fora, forma-se a estrela.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 11

Neste processo, de modo


simplificado, cada dois átomos de
hidrogênio (H) se fundem,
formando um único átomo de
hélio (He) e liberando uma
quantidade enorme de energia na
forma de luz e calor. Nosso Sol,
assim como todas as estrelas,
emite essa energia em todas as
direções do universo. Devido a
proximidade, uma pequena
parcela dessa energia atinge a
Figura 7. A energia emitida por uma estrela como o Sol, decorre da fusão de dois Terra, garantindo a manutenção
núcleos de hidrogênio, formando um núcleo de hélio, liberando muita energia. da vida e do clima em nosso
planeta.

A FORMAÇÃO DOS PLANETAS E SEUS SATÉLITES

Voltando à hipótese nebular, que explica o surgimento do Sistema Solar, na parte mais
externa da nuvem de gases e poeira formaram-se pequenos acúmulos de matéria que passaram a
se mover em torno deste protossol em várias órbitas. Sucessivas colisões entre este material orbital
foram acrescendo matéria que, com campos gravitacionais maiores, passaram a absorver o material
de órbitas próximas formando proto planetas, com órbitas no mesmo plano do proto sol.

A enorme pressão
gravitacional no interior do
protossol começou a fundir os
núcleos de hidrogênio em hélio,
fazendo-o atingir 10 milhões de
graus Celsius e começar a
brilhar. A radiação liberada
nestas fusões nucleares gerou
partículas com grande energia,
que varreu os elementos mais
leves dos planetas mais
próximos, deixando-os com
materiais mais pesados, como
rochas e metais. Os planetas
mais distantes mantiveram
quase todo o seu material
original, tornando-se os "gigantes
gasosos" do nosso Sistema
Solar. Se o maior destes, o
planeta Júpiter, tivesse entre 20
e 80 vezes a sua massa atual,
poderia também iniciar fusões
nucleares em seu interior,
tornando-se a segunda estrela do
Figura 8. Baseados em observações astronômicas, os cientistas elaboram hipóteses
nosso Sistema Solar de baixa
sobre a origem das estrelas e do Sistema Solar.
luminosidade.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 12

A maioria dos planetas do nosso Sistema Solar possui satélites naturais, corpos menores que
os orbitam. Alguns destes satélites naturais podem ter se formado junto com o planeta que orbitam,
outros podem ter sido atraídos e capturados pelos campos gravitacionais dos planetas e outros
ainda podem ter surgido dos restos de violentas colisões sofridas pelo planeta que orbitam, como,
possivelmente, é o caso da nossa Lua.

Comparar os tamanhos dos


planetas do Sistema Solar com o Sol
nos mostra por qual razão o
chamamos de astro-rei. A diferença
de tamanho é tanta que fica muito
difícil desenhá-los em escala numa
mesma figura. O problema aumenta
incrivelmente se tentarmos
representar num mesmo desenho os
tamanhos dos planetas junto de suas
distâncias ao Sol.

Por exemplo, imagine que o Sol


fosse representado por uma bola de
futebol de 20 cm de diâmetro. Nessa
escala, a Terra ficaria a
aproximadamente 20 metros de
distância e seria uma esfera com
apenas 2 mm de diâmetro. Seria
como uma bola de futebol no centro
do campo (Sol) e algo com o diâmetro
de um palito de dente na
arquibancada (Terra). A Lua ficaria a
5 cm da Terra e teria um diâmetro de
0,5 mm, do tamanho da cabeça de
um alfinete. Júpiter e Saturno teriam
2 cm de diâmetro (bolinha de gude),
aproximadamente a 120 m (distância
entre os gols num campo de futebol)
e 220 m do Sol, respectivamente. A
estrela alfa de Centauro, a mais
próxima de nosso Sol, deveria ficar a
6.300 km, como a distância de São
Paulo a Havana, em Cuba. A estrela
Sirius, a mais brilhante do céu, estaria
a 13.200 km, algo próximo da
distância entre São Paulo e o centro
do Canadá.

Figura 9. Sol e os planetas em escala aproximada.


ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 13

ESTRELAS DE TODOS OS TAMANHOS


Nosso Sol pode ser considerado uma estrela de
tamanho bem modesto, se comparado com outras
estrelas de tamanhos impensáveis e, cuja
representação numa mesma escala é simplesmente
impossível graficamente, como poderemos perceber.

Quando o nosso Sol é colocado de lado da estrela


Sirius, da constelação do Cão Maior começamos ver que
o nosso “astro rei” perde boa parte de sua majestade. O
que dizer, então quando o comparamos com Pollux, da
constelação de Gêmeos, ou ainda com Arcturus, da
constelação do Boieiro? Repare que esta comparação
gráfica da parte [A] da figura 10 foi feita numa mesma
escala. Se continuássemos nessa escala, os desenhos
das próximas estrelas seriam enormes e inviabilizariam
sua representação.

Portanto, é interessante mudar de escala nesta


representação, reduzindo o tamanho de Arcturus e
representando as estrelas maiores que ela nessa
escala, como foi feito em [B]. Entram em cena agora as
estrelas Rigel, da constelação de Órion, Aldebaran, a
principal estrela da constelação de Touro, Betelgeuse,
também da constelação de Órion e Antares, da
constelação de Escorpião. O nosso Sol a esta altura,
não passa de um grão de poeira nessa escala.

Precisamos de nova redução de escala, feita em


[C], para representar a Estrela Pistol, da constelação
de Sagitário. Os astrônomos estimam que esta estrela
produza em seis segundos tanta energia quanto nosso
Sol em um ano inteiro de atividade. Ao seu lado, Antares
assume um aspecto de planeta.

Nessa última comparação de dimensões estelares


precisamos de nova redução de escala, feita em [D],
pois temos três das maiores estrelas já catalogadas. A
hipergigante KW Sagitaril, com diâmetro aproximado de
1.460 vezes maior que o Sol, na constelação de
Sagitário. A V354 Cephei é ainda maior, sendo a quarta
maior estrela conhecida, com diâmetro de 1.520 vezes
o diâmetro do Sol. Se ela fosse colocada no centro
do Sistema Solar, sua superfície ficaria entre as órbitas
de Júpiter e Saturno. O destaque vai para VV Cephei, a
maior estrela conhecida. Colocada no centro do Sistema
Solar, sua superfície chegaria além de Saturno.

Figura 10. Comparação de estrelas em escala.


ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 14

A Via Láctea é o lar de 200 bilhões de


estrelas que nascem, crescem e morrem a
todo instante. Apesar da estrela VV Cephei
ser enorme, comparada à Via Láctea em [E],
ela é 1,7 milhão de vezes menor do que um
pixel dessa figura, ou seja, bem perto de nada
nessa escala.

Apesar dessa aparente insignificância


frente às demais estrelas do Universo, nosso
Sol é primordial para a manutenção da vida.

UM MODELO DE UNIVERSO
Usemos o mesmo raciocínio de ajuste
de escalas para elaborar um modelo de
Universo, como o da figura 11. Como
trabalharemos com as escalas reais de
distâncias, precisaremos usar a base 10. É
importante você ter a clareza do quanto um
número cresce quando aumenta o expoente
da potência de dez. Veja:

• 100 m = 1 m
• 101 m = 10 m
• 102 m = 100 m
• 103 m = 1.000 m = 1 km
• 104 m = 10.000 m = 10 km ...

• DIÂMETRO DA TERRA: Nosso planeta


possui um diâmetro de 12.756,2 km.
Trata-se de um valor da ordem de
milhares de quilômetros, ou seja, 106 m.
• SISTEMA SOLAR: Considerando que o
diâmetro médio do Sistema Solar seja de
6 bilhões de quilômetros, ou seja, 6x10 9
km, a ordem de grandeza dessa distância,
em metros, é de 1012 m.

A partir desse ponto, a escala métrica


de quilômetros deixa de ser conveniente, pois
as distâncias ficam muito grandes. Contudo,
ela nos servirá para comparar e perceber o
quanto as distâncias aumentam.

• ESTRELAS PRÓXIMAS: Quando se


começa a falar de distâncias estelares a
melhor unidade de medida de distância
para isso é o ano-luz. Um ano-luz Figura 11. Modelo de Universo em escala.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 15

corresponde a uma distância de aproximadamente 10 trilhões de quilômetros (1016 m).

Trata-se da distância percorrida pela luz durante um ano terrestre. Para saber quanto isso
representa em quilômetros, precisamos levar em conta que a luz viaja no vácuo com uma
velocidade de 3x108 m/s. Como a velocidade da luz está expressa por segundo, então precisaremos
converter 1 ano em segundos:

➢ 1 ano possui 365 dias


➢ 1 dia possui 24 horas
➢ 1 hora possui 60 minutos
➢ 1 minuto possui 60 segundos

Logo, para saber quantos segundos há em um ano terrestre, basta multiplicar 365 dias x 24
horas x 60 minutos x 60 segundos = 31.536.000 s.

Se a luz percorre 300.000 km em um segundo (300.000 km/s), para saber quanto a luz se
desloca em um ano basta multiplicar 300.000 pelo tempo de 1 ano em segundos, ou seja, 300.000
x 31.536.000 = 9.460.800.000.000 km, ou seja, aproximadamente 10 trilhões de quilômetros.

A estrela mais próxima de nosso Sol é a estrela alfa da constelação de Centáuro, que fica a
uma distância de 4 anos-luz. Isso significa que a luz que parte dela em nossa direção neste exato
momento, só chegará até nós daqui a quatro anos, viajando à incrível velocidade de 300.000 km/s.
Portanto, em nosso modelo de Universo, que nos ajuda a compreender o que está dentro do que,
as estrelas mais próximas estão a alguns anos-luz de distância. Pense no que seria necessário para
que uma nave espacial chegasse até elas!

• NOSSA GALÁXIA: O Sistema Solar está


localizado a cerca de 270 quatrilhões de
quilômetros (270.000.000.000.000.000 km
= 270x1015 km) do centro galáctico (bojo
galáctico), onde fica a maior concentração
de estrelas. O diâmetro da Via Láctea é
algo em torno de 1 quinquilhão de
quilômetros (1.000.000.000.000.000.000
km = 1021 m). São números muito grandes
que dificultam as operações matemáticas e
a compreensão do modelo de Universo
que estamos construindo. O ideal, portanto
é usar o ano-luz. Para a luz atravessar de
uma extremidade a outra de nossa galáxia,
ela demora 100.000 anos. Portanto,
usando o conceito de ano-luz podemos
dizer que nossa Via Láctea possui um
diâmetro de 100.000 anos-luz. Nesta
escala a representação das distâncias
astronômicas bem fica mais simples.
Figura 12. Estrutura da Via Láctea, vista lateralmente e de cima.

• GRUPO LOCAL: Uma infinidade de outras galáxias habita nosso Universo. Assim como as
estrelas, as galáxias também se agrupam, mas num número bem menor, em torno de algumas
dezenas. A Via Lactea habita o chamado Grupo Local, que possui 20 galáxias de porte razoável,
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 16

compreendendo uma região do espaço com 10 milhões de anos-luz (1022 m). A galáxia mais
próxima da Via Láctea é Andrômeda, com diâmetro de 220.000 anos-luz a uma distância de 2,5
milhões de anos-luz de nós. Baseado em observações, os cientistas previram que a Via Láctea
e Andrômeda colidirão entre si em cerca de 4 bilhões de anos, período aproximado do fim do
nosso Sol.

A GRAVIDADE QUE TUDO ATRAI


Você já se questionou o que é isso que mantém tudo “grudado” na superfície de nosso
planeta? Basta jogar algo para cima para constatar. Isso vale para tudo o que possui massa em
nosso planeta, inclusive a água e o ar de nossa atmosfera.

Parece que a Terra possui algo em seu interior que atrai tudo para ela. Esta atração é
chamada de gravidade. A sensação de peso que sentimos quando paramos para pensar nisso, é
uma de suas manifestações mais comuns. Escorregar ou tropeçar quando caminhamos ou
patinamos nos faz sentir no corpo seu efeito, puxando-nos impiedosamente para o chão.

O incrível de tudo isso é perceber que até a Lua, nosso satélite natural, orbita nosso planeta
justamente por estar sob ação da gravidade da Terra. Mas a pergunta muito inteligente que você
certamente já se fez é: por que a Lua não cai na Terra?

Na verdade, a Lua está caindo, mas não “acerta” a Terra. Para compreender isso, vamos
pensar numa situação em que um canhão na superfície da Terra seja capaz de lançar projéteis com
velocidades cada vez maiores. Trata-se de um exercício mental, em que diversas simplificações
devem ser feitas para se chegar mais próximo da ideia de colocar algo em órbita.

Imaginemos que esse canhão


esteja posicionado firmemente no solo e
lança seus projéteis paralelamente à
superfície do planeta. Imaginemos ainda
que, ao dar o primeiro tiro, o projétil caia
no ponto A da figura 13, distante alguns
quilômetros do canhão. Sem mudar a
posição do canhão, colocamos o dobro
da quantidade de explosivos para que o
projétil seja lançado numa velocidade
maior e, ao fazer isso, a bala cai no ponto
B, bem mais longe que A. Aumentando
ainda mais a quantidade de explosivos,
seremos capazes de lançá-lo cada vez
mais longe, e nada nos impede imaginar
que haverá um momento em que
seremos capazes de fazer o projétil dar
uma volta completa em torno da Terra,
caindo o tempo todo sem jamais tocar o
solo, como na situação D da figura.
Figura 13. Exercício mental para compreender o princípio de
Nessa situação, o projétil entrou em colocar um satélite em órbita, “caindo” permanentemente na Terra.
órbita ao redor da Terra. Repare,
portanto que para colocar algum satélite em órbita, devemos lançá-lo com grandes velocidades.
Voltando ao nosso canhão imaginário, a partir da situação D, qualquer acréscimo de explosivo
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 17

propulsor fará o projétil se afastar cada vez mais da Terra ao dar sua volta (órbitas E e F). Se a
quantidade de explosivos for suficiente, pode chegar ao ponto dele imprimir uma velocidade tão alta
ao projétil que ele conseguirá escapar da gravidade da Terra.

A gravidade de um planeta, de uma lua ou de uma estrela como nosso Sol, é proporcional à
sua massa. Quanto maior a massa do planeta, maior é sua gravidade, ou seja, maior é a força com
a qual o astro atrai as coisas. Como tudo possui massa, tudo atrai tudo no universo e, quem tem
maior massa possui maior dificuldade de ser movimentado.

Para compreender isso, basta pensar em como funciona nosso Sistema Solar. O Sol é o
centro gravitacional do sistema, fazendo com que todos os planetas o orbitem. Do mesmo modo,
nossa Lua orbita a Terra, pois a Lua é bem menor. Apesar disso, a gravidade da Lua também exerce
sua influência em nosso planeta, particularmente no fenômeno das marés. Nosso Sol, como vimos,
orbita num dos braços da Via Láctea, que orbita ao redor de um centro gravitacional extremamente
intenso, um buraco negro localizado no centro da galáxia.

FENÔMENOS ASTRONÔMICOS OBSERVÁVEIS EM NOSSO PLANETA


NOITE E DIA

Para compreendermos e conseguirmos explicar o fenômeno dia-noite, precisamos considerar


que os planetas são esféricos e que habitarmos a superfície da Terra. O dia e a noite ocorrem por
conta do movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo.

Figura 14. Foto da Terra tirada da Lua por uma das missões Apollo. Podmos perceber a fronteira do amanhecer ou anoitecer na Terra,
justamente na fronteira entre a parte clara e escura da Terra. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/AS11-44-6551.jpg,
acesso em 25/01/2015.

Sabemos que enquanto é dia no Brasil, no lado oposto do planeta, onde fica o Japão por
exemplo, é noite e vice-versa. Um dia inteiro possui um período de 24 horas, o que significa que
nesse intervalo de tempo acontecerá uma noite e um dia em qualquer local do planeta.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 18

Sendo assim, é dia na face da Terra que está iluminada pelo Sol, enquanto é noite na face
oposta, que está escura. À medida que a Terra gira, o tempo vai passando e a parte escura passa
a ficar iluminada, deixando a que estava iluminada às escuras.

FASES DA LUA

O esquema a seguir, apesar de completamente fora de escala, ajuda-nos a compreender as


fases da Lua, observadas por nós daqui da Terra. É importante ter em mente o que vimos
anteriormente sobre o dia e a noite em nosso planeta: na face iluminada pelo Sol é dia, no mesmo
momento em que na face escura é noite. Isso ocorre com todos os planetas e satélites do Sistema
Solar, inclusive com a nossa Lua, ou seja, ela também possui uma metade iluminada pelo Sol
enquanto a outra metade está às escuras.

Sendo assim, as fases da Lua correspondem à nossa percepção daqui da Terra, da parte da
Lua iluminada pelo Sol, lembrando que a Lua leva aproximadamente 30 dias para dar uma volta
completa em torno da Terra.

Figura 15. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/6/64/Sur3_Moon_phases_es.jpg, acesso em 16/01/2015.

A fase da Lua Nova corresponde à posição 1 da figura 15, que acontece quando a Lua está
entre a Terra e o Sol, mas sem fazer sombra na Terra. Nesta situação, seria o caso de vermos a
Lua no céu durante o dia, mas isso não ocorre, pois nesta fase a face da Lua iluminada pelo Sol
está oposta à nossa observação. Portanto, na fase da Lua Nova, ela não é visível por ninguém.

Conforme os dias vão passando, começamos a ver fatias cada vez maiores da Lua no céu
diurno, como mostrado na posição 2. É o período que chamamos de Quarto Crescente, um quarto
do mês em que a Lua aparenta aumentar de tamanho no céu. As posições 3 e 4 já mostram a Lua
Crescente sendo avistada por nós num céu noturno, até vemos sua face completamente iluminada
na Lua Cheia, posição 5.

Na Lua Cheia, a Terra está posicionada entre a Lua e o Sol, mas sem que a Terra faça sombra
na Lua. Esta fase lunar só é vista à noite, ou seja, pelas pessoas que estão no lado escuro da Terra.

A partir da posição 6, a parte iluminada visível por nós começa a diminuir e fica menor a cada
dia, motivo pelo qual chamamos este período de Quarto Minguante. Na posição 8 vemos uma
pequena fatia da Lua iluminada num fundo claro, indicando que a Lua agora pode ser vista durante
o dia, até chegar à Lua Nova outra vez, e o ciclo lunar recomeça.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 19

ECLIPSES

Eclipse é uma palavra grega que significa ocultar, esconder, apagar. Logo, eclipse solar é um
fenômeno astronômico em que o Sol aparenta ser apagado no céu, visto por nós daqui da Terra.
Já o eclipse lunar é quando a Lua nos parece estar sendo apagada no céu durante uma noite.

Para compreender os eclipses, precisamos compreender o conceito de cone de sombra. Em


dias ensolarados podemos perceber que nosso corpo projeta uma sombra no chão. Pois bem, se
uma criança pequena entrar nesta região entre nós e o chão, podemos dizer que ela estará
eclipsada, ou seja, ela não será iluminada pelo Sol.

No espaço sideral o Sol ilumina a Terra e a Lua e, ambas possuem suas sombras. Entretanto,
como não há anteparos onde estas sombras possam ser projetadas, dizemos que estas regiões
formam cones de sombra, regiões de sombra com formato de cone devido ao prolongamento do
formato circular da Terra e da Lua, e ao fato do Sol ser muito maior que a Terra.

Figura 16. As figuras acima estão fora de escala. Na figura da esquerda temos a Lua (L) sendo eclipsada ao passar pelo cone de sombra da Terra (T),
constituindo assim um eclipse lunar. Na figura da direita, a Terra (T) passa pelo cone de sombra da Lua (L), causando eclipse solar na região onde a
sombra é projetada.

Os eclipses lunares ocorrem sempre na fase da Lua Cheia, pois é nesta ocasião que a Terra
está posicionada entre o Sol e a Lua. Já os eclipses solares só ocorrem quando é Lua Nova, fase
em que a Lua está entre a Terra e o Sol. Como o plano da órbita solar é inclinado de
aproximadamente 5º em relação ao plano da órbita da Terra, não ocorrem eclipses lunares e solares
a cada lua cheia ou nova, apenas quando ocorre alinhamento entre a Terra, a Lua e o Sol.

Figura 17. A inclinação do plano da órbita da Lua em relação ao plano da órbita terrestre impede que o cone de sombra da Lua seja sempre projetado
sobre a Terra a cada lua nova, assim como impede que a Lua sempre atravesse o cone de sombra da Terra nas fases de lua cheia, como ilustrado em A.
Os eclipses, portanto acontecem apenas algumas vezes durante o ano, sempre que ocorre um alinhamento entre o Sol, a Lua e a Terra, como em B.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 20

ESTAÇÕES DO ANO

A Terra demora aproximadamente 365 dias para dar uma volta completa em torno do Sol, o
que corresponde ao período de um ano. O deslocamento da Terra em sua órbita é chamado de
movimento de translação.

Durante sua translação, o clima em regiões do planeta muda ciclicamente. Em certas regiões
é possível perceber a ocorrência das quatro estações: primavera, verão, outono e inverno. É o que
ocorre nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Contudo, na região Norte e Nordeste as estações do
ano características são apenas duas: verão (chuvas) e inverno (seca).

Muitas pessoas acreditam que as estações do ano acontecem porque a Terra fica mais
próxima do Sol em certas épocas do ano e, em outras ela fica mais afastada, ao percorrer sua
órbita. Se fosse essa a causa, então como se explicaria o fato de no Natal nevar em países do
hemisfério norte, enquanto aqui no Brasil é verão?

Na verdade, a ocorrência das estações do ano depende de duas propriedades características


do eixo de rotação da Terra: 1) O eixo de rotação da Terra não é perpendicular ao plano da órbita,
mas está inclinado aproximadamente 23º; 2) Essa inclinação não varia de direção durante a
translação da Terra ao redor do Sol.

Figura 18. O esquema acima representa quatro posições que a Terra assume durante o ano, mantendo sempre fixa a inclinação de seu eixo de rotação
durante a translação.

Por causa destas propriedades os hemisférios norte e sul da Terra recebem os raios solares
de forma desigual à medida que ocupa posições diferentes na órbita, de tal modo que o hemisfério
que estiver mais voltado para o Sol receberá os raios solares mais diretamente e esquentará mais.

Em dezembro o hemisfério sul recebe mais luz do Sol diretamente, tornando-o mais quente
do que o hemisfério norte. Logo, é verão no hemisfério sul e inverno no norte. Em junho a situação
se inverte: sobre o hemisfério norte incide luz solar de forma mais direta caracterizando o verão
local, enquanto no hemisfério sul fica mais frio, sendo inverno. Em março e setembro ambos
hemisférios estão igualmente voltados para o Sol, sendo iluminados da mesma maneira. Entretanto,
como cada hemisfério nestas épocas está saindo de estações bem diferentes, estas transições
provocam efeitos diferentes em cada um deles: enquanto num hemisfério é outono (transição do
verão para o inverno), no outro é primavera (transição do inverno para o verão).
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 21

Figura 19. A mesma quantidade de raios solares atinge cada área iluminada da Terra, mas como seu eixo é inclinado e mantém a mesma direç ão em
sua órbita, os hemisférios não são aquecidos da mesma forma. Em junho a região B acima da linha do equador, recebe os raios solares mais diretamente
do que em dezembro, quando a região C recebe os raios solares de forma mais intensa. Repare como em dezembro a região A no polo norte, fica no
escuro e na região D do polo sul praticamente não anoitece. Tratam-se dos dias e das noites polares que duram aproximadamente seis meses nos polos.
Em junho a situação se inverte em cada polo. Este efeito é bem menos intenso nas regiões tropicais (B e C), mas é suficiente para causar dias mais
longos no verão e dias mais curtos no inverno.

EXERCÍCIOS SOBRE ESCALA DO SISTEMA SOLAR

Ao construir o modelo de distância dos planetas do Sistema Solar, qual o motivo de ter usado
a distância do planeta mais distante do Sol como base para calcular o fator de redução?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Os astrônomos costumam tomar a distância da Terra ao Sol como padrão, chamando essa
distância de 1 Unidade Astronômica (UA). Complete a tabela 4 com as distâncias dos planetas
ao Sol usando a UA como referência.
Mercúrio

Saturno

Netuno
Júpiter
Vênus

Urano
Marte
Terra

Unidade
de medida

58 108 149 228 778 1426 2869 4495 109 m


Distância
ao Sol
1 UA

TABELA 4: Distância dos planetas do Sistema Solar ao Sol em Unidades Astronômicas (UA).

Representar as distâncias dos planetas em UA, conforme tabela 4, traria quais facilidades na
montagem do modelo de distâncias dos planetas do Sistema Solar?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 22

O que foi mais fácil de perceber ao observar o modelo de distâncias dos planetas ao Sol e o
modelo de tamanhos dos planetas, que não fica facilmente revelado nos dados da tabela 1?
NO MODELO DE DISTÂNCIAS:_________________________________________________
___________________________________________________________________________
NO MODELO DE TAMANHOS: _________________________________________________
___________________________________________________________________________

Desde sua descoberta em 1930, até 2006, Plutão foi considerado o nono planeta do Sistema
Solar. Atualmente ele é classificado pela União Astronômica Internacional (UAI) como planeta
anão, distando em média 6000x10 9 m do Sol. Se fôssemos representa-lo em nosso modelo,
a que distância ele deveria ser posicionado do Sol?

Plutão possui um diâmetro de 2,4x10 6 m. Calcule no espaço abaixo como ficaria seu diâmetro
em nosso modelo de tamanhos dos planetas.

Calcule a distância do planeta Terra ao Sol, num modelo de Sistema Solar em que o diâmetro
de Vênus possua 10 metros. DICA: Consulte as informações na tabela 1.

EXERCÍCIOS SOBRE DISTÂNCIAS ASTRONÔMICAS


A distância entre a Terra e a Lua é de 384.400 km. Sabendo que a velocidade da luz é de
300.000 km/s, qual é o tempo aproximado que a luz leva para sair da Lua e chegar à Terra?
DICA: Não há necessidade de fazer nenhuma conta para chegar na resposta correspondente
ao segundo-luz (distância percorrida pela luz em 1 segundo).

Resp.: A luz demora aproximadamente ________ para vir da Lua até a Terra.

A luz que recebemos do Sol demora aproximadamente 8,5 minutos para chegar até nós. Logo,
se o Sol explodisse, só “saberíamos” disso 8,5 minutos depois. Considerando a velocidade
da luz 300.000 km/s, calcule a que distância estamos do Sol.
DICA: Você pode usar uma regra de três para chegar à resposta.

Resp.: A Terra está a __________ de distância do Sol.


A galáxia mais próxima da Via Láctea é Andrômeda, situada a 2,5 milhões de anos-luz.
Converta essa distância para quilômetros.
DICA: Veja na parte teórica quantos quilômetros correspondem a 1 ano-luz e monte uma regra
de três para chegar à resposta. Use a base 10 para facilitar os cálculos.

Resp.: Andrômeda está distante __________ km da Via Láctea.


ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 23

EXERCÍCIOS SOBRE DADOS DO SISTEMA SOLAR

TABELA 5: Dados sobre os planetas do Sistema Solar.

Usando a tabela 5 de dados sobre os planetas do Sistema Solar, responda:


Quais planetas possuem mais massa do que a Terra? _________________________
Quntas Terras caberiam enfileiradas no diâmetro de Júpiter? ____________________
Quantas vezes Urano está mais longe do Sol do que a Terra? ___________________
Quantos anos terrestres demora um ano de Plutão? ___________________________
Qual dos planetas possui o dia mais curto? __________________________________
Qual planeta dá uma volta em torno do Sol mais rapidamente? ___________________
Em qual planeta nos sentiríamos mais leves? ________________________________

EXERCÍCIOS SOBRE O SISTEMA SOL-TERRA-LUA


A figura abaixo mostra um eclipse solar no instante em que é fotografado em cinco diferentes
pontos do planeta.

Três dessas fotografias estão reproduzidas abaixo.

As fotos poderiam corresponder, respectivamente, aos pontos:

a) III, V e II. b) II, III e V. c) II, IV e III. d) I, II e III. e) I, II e V.


ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 24

O ano muçulmano é composto de 12 meses, dentre


eles o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos
que, em 2001, teve início no mês de novembro do
Calendário Cristão, conforme a figura que segue.

Considerando as características do Calendário


Muçulmano, é possível afirmar que, em 2001, o
mês Ramadã teve início, para o Ocidente, em
a) 01 de novembro. b) 08 de novembro.
c) 16 de novembro. d) 20 de novembro.
e) 28 de novembro.

Um grupo de pescadores pretende passar um final


de semana do mês de setembro, embarcado,
pescando em um rio. Uma das exigências do grupo
é que, no final de semana a ser escolhido, as noites
estejam iluminadas pela lua o maior tempo possível.
A figura representa as fases da lua no período
proposto. Considerando-se as características de
cada uma das fases da lua e o comportamento
desta no período delimitado, pode-se afirmar que, dentre os fins de semana, o que melhor
atenderia às exigências dos pescadores corresponde aos dias
a) 08 e 09 de setembro. b) 15 e 16 de setembro.
c) 22 e 23 de setembro. d) 29 e 30 de setembro.
e) 06 e 07 de outubro.

Uma hipótese científica é uma “aposta” feita sobre uma questão-problema, que deve ser
testada a partir dos dados experimentais. Ao analisar o conjunto dos dados obtidos, pode-se
identificar evidências que refutem ou não a hipótese feita. Sendo assim, releia a questão-
problema e verifique se a atividade ou as informações da parte teórica invalidam ou não sua
hipótese. Escreva sua conclusão na forma de um argumento científico.
Dado que, _____________________________________________________________________

______________________________________________________________________________

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então, podemos afirmar que _______________________________________________________

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já que, ________________________________________________________________________

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