Astronomia - Davi Silveira de Farias
Astronomia - Davi Silveira de Farias
Tecnologias – Física
Introdução aos Processos e
Sistemas Físicos
NOME: _________________________________________________________________
ASTRONOMIA
No limite do Universo
Figura 1. Esta imagem é de uma região muito profunda do Universo e foi produzida pelo telescópio orbital Hubble. Nela é possível
observar galáxias de várias idades, tamanhos, tipos e cores. As pequenas galáxias avermelhadas são das mais distantes galáxias
vistas por um telescópio óptico, provavelmente existindo pouco depois do Big Bang. Fonte da imagem:
http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2004/07/image/a/warn/, acesso em 26/01/2015.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 2
Você já assistiu a uma seção de planetário ou já fez uma observação do céu noturno com um
telescópio? Você se lembra de ter assistido a algum documentário ou filme relacionado ao espaço
sideral e aos astros? Alguma vez você ficou deitado no chão olhando para o céu noturno repleto de
estrelas, em pleno silêncio? Caso surja a oportunidade de viver alguma dessas experiências, não a
desperdice!
Experiências como essas têm a capacidade de nos fazer pensar numa série de questões
acerca de nossa existência e da existência de nosso mundo: Qual é o tamanho do Universo?
Quantas galáxias e estrelas existem? O Universo é infinito? O Universo teve um início? Se ele surgiu
em algum momento remoto, o que havia antes em seu lugar? Como surgiu a vida em nosso planeta?
Existe vida inteligente em outros planetas? Essas e muitas outras questões no campo da
Astronomia trazem grandes desafios para a Ciência moderna.
O programa SETI
(Search for Extra Terrestrial
Intelligence), por exemplo,
busca vida inteligente
extraterrestre desde 1985
usando o radiotelescópio de
Arecibo. Neste programa, os
cientistas esperam detectar
sinais de rádio emitidos por
civilizações extraterrestres.
Num documentário de televisão uma pessoa diz ter sido abduzida1 por alienígenas, que a
levaram em sua nave até seu planeta situado na galáxia de Andrômeda, a 2,5 milhões de anos-luz
de distância. No documentário a pessoa conta detalhes dessa viagem, desde o momento em que
foi capturada e “sugada” para o interior da nave, explicando a aparência desses extraterrestres e a
curiosidade com a qual eles examinavam seu corpo. Ao chegar nesse planeta, ela teria sido levada
para um local com iluminação intensa que lhe ofuscava a vista, ficando ali por um longo tempo.
Depois disso ela só se lembra de acordar no meio de um descampado a quilômetros de sua casa,
uma semana depois da data em que foi abduzida.
Discuta com seu grupo se a história contada por essa pessoa tem possibilidade de ser
verdadeira ou não e escreva uma justificativa para a opinião do grupo.
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1
Em ufologia, o termo abdução é usado para descrever raptos, desaparecimentos temporários ou memórias
supostamente reais de pessoas que teriam sido levadas secretamente, contra a própria vontade ou não, por extraterrestres
e então, submetidas a procedimentos físicos e psicológicos.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 4
No mundo da Ciência, sempre que surge a necessidade de explicar ideias ou teorias que
envolvam dimensões muito grandes ou muito pequenas, difíceis de serem imaginadas, usa-se o
recurso da elaboração de modelos explicativos. Podemos perceber essa dificuldade observando os
dados de distância ao Sol e dos diâmetros dos planetas do Sistema Solar na tabela a seguir. Olhar
para os números e apenas identificar o maior e o menor é insuficiente para construir uma ideia das
relações e da organização desse sistema.
Mercúrio
Saturno Unidade
Netuno
Júpiter
Vênus
Urano
Marte
de
Terra
medida
Distância
58 108 149 228 778 1426 2869 4495 109 m
ao Sol
Diâmetro
4,9 12,1 12,8 6,8 142,8 120,0 51,2 50,0 106 m
equatorial
Em seguida, apresente sua proposta aos demais grupos para decidir a melhor metodologia a
ser adotada.
Material
• 1. Oito marcadores de posição representando os planetas do Sistema Solar;
• 2. Régua e trena;
• 3. Calculadora.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 5
Procedimento
Determine onde ficará representado o Sol em seu modelo.
Com uma trena, desse local, meça o comprimento do espaço destinado ao modelo e registre
esse valor na questão 2;
Para determinar o fator de redução de seu modelo, tome a distância do planeta mais distante
ao Sol na tabela 1 e divida esse valor pelo comprimento da sala (repare que todos os valores já
estão na mesma unidade de medida: metros). Faça os cálculos no espaço reservado da questão
3;
Em seguida, divida todos os valores constantes na linha da distância ao Sol, pelo fator de
redução obtido e complete os dados da tabela 2, na questão 4;
A partir da posição do Sol em nosso modelo, use a régua ou a trena para determinar as posições
dos oito planetas em seu modelo.
Posicione em cada marcação realizada, o respectivo planeta, montando o modelo.
Saturno
Netuno
Júpiter
Unidade
Vênus
Urano
Marte
Terra
de
medida
Distância
ao Sol 58 108 149 228 778 1426 2869 4495 109 m
(real)
Distância
ao Sol m
(modelo)
Para isso, precisaremos fazer alguns cálculos preliminares para de verificar se esse modelo
será viável, se ele conseguirá transmitir com clareza as dimensões e distâncias do Sistema Solar.
Vamos aplicar o fator de redução de distâncias no maior e no menor planeta do Sistema Solar.
Faça os cálculos de redução dos diâmetros e verifique se é possível desenhar circunferências
com esses diâmetros para compor nosso modelo.
Baseado nos cálculos obtidos acima, qual é a conclusão que você chega sobre a viabilidade
de se usar o fator de redução de distância para reduzir os diâmetros dos planetas do Sistema
Solar? Justifique sua resposta.
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Os valores obtidos ao buscar reduzir os diâmetros dos planetas usando o fator de redução de
distâncias nos obriga a buscar um novo fator de redução, específico para modelar os tamanhos dos
planetas.
Seria muito interessante termos uma noção dos tamanhos dos planetas em relação ao Sol,
uma vez que ele é o centro gravitacional do Sistema Solar. Sabendo que o diâmetro equatorial do
Sol é de 1,4x109 m, vamos fazer com que nosso Sol, no modelo, tenha um diâmetro de 5 metros.
Daí tiraremos nosso fator de redução seguindo os procedimentos da atividade.
Material
• 1. Cartolina;
• 2. Tesoura;
• 3. Régua ou trena;
• 4. Compasso;
• 5. Calculadora.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 7
Procedimento
Com giz, risque na lousa ou no chão da sala, o diâmetro de 5 metros de nosso Sol do modelo .
Será nesse local que colocaremos os planetas do Sistema Solar com os diâmetros reduzidos
para podermos comparar.
Para determinar o fator de redução dos diâmetros, basta dividirmos o diâmetro real do Sol em
metros pelo seu diâmetro em nosso modelo, também em metros. Faça isso no espaço reservado
da questão 7;
Em seguida, divida todos os diâmetros reais dos planetas pelo fator de redução obtido e
complete os dados da tabela 3, na questão 8;
Por fim, use a régua e o compasso para desenhar as circunferências nas cartolinas
correspondentes aos diâmetros reduzidos dos planetas do Sistema Solar em nosso modelo.
Saturno
Netuno
Júpiter
Unidade
Vênus
Urano
Marte
Terra
de
medida
Diâmetro
real
4,9 12,1 12,8 6,8 142,8 120,0 51,2 50,0 106 m
Diâmetro
m
reduzido
Carl Sagan
Figura 4. Em 14 de fevereiro de 1990, a sonda espacial Voyager 1, então distante 6,4 bilhões de quilômetros, produziu esta
fotografia da Terra em meio a um efeito óptico da luz solar nas lentes da espaçonave. Nela vemos um Pálido Ponto Azul (destacado
pelo círculo azul), que inspirou o título de um dos livros de Carl Sagan. Fonte da figura:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/71/PaleBlueDot.jpg/640px-PaleBlueDot.jpg, acesso em 31/01/2015.
Graças às naves Voyager 1 e 2, muito do universo próximo foi revelado: elas fotografaram
Júpiter e Saturno com grande precisão, armazenaram dados sobre tempestades em outros
planetas, detectaram diversos elementos químicos em satélites, estudaram os anéis de Urano,
desvendaram a atmosfera extraterrestre e conseguiram até mesmo revelar a forma achatada do
Sistema Solar.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 9
Em dezembro de 2011, a NASA anunciou que a Voyager 1 entrara em uma área chamada de
região de estagnação. Ali há uma diminuição de concentração das partículas lançadas pelos ventos
solares. Essa região do Sistema Solar foi proposta teoricamente, mas a Voyager 1 foi capaz de
constatar sua existência.
Figura 5. Percurso das sondas espaciais Voyager 1 e 2, desde seus lançamentos até o momento em que foram direcionadas aos
confins do Sistema Solar.
A Voyager 1 foi o primeiro artefato humano a deixar o Sistema Solar, a uma distância de 19
bilhões de quilômetros, viajando a uma velocidade de 17 km/s, iniciando sua ida aos confins do
Sistema Solar depois de passar por Saturno. Os cientistas esperam perder a comunicação com a
Voyager 1 por volta de 2020. A Voyager 2 conseguiu passar pelos quatro gigantes gasosos e por
Plutão, produzindo uma massa de dados preciosos sobre esses planetas e seus satélites. Com uma
velocidade de 15,2 km/s, a Voyager 2 não está tão distante quanto sua irmã gêmea, mas segue
atravessando os limites Sistema Solar, enviando para nós preciosas informações até 2030.
Se alguma das sondas for encontrada por espécies alienígenas, isso só vai ocorrer num futuro
muito distante. Portanto, os discos de ouro são mais um tipo de cápsula do tempo do que uma
tentativa de comunicação com civilizações extraterrenas.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 10
Figura 6. A esperança de encontrar civilização extraterrestre está representada nos discos dourados que acompanham as sondas
Voyager 1 e 2 para os confins do Sistema Solar. Fonte da Figura: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d2/Voyager.jpg,
acesso em 01/02/2015.
O nosso Sol é o centro gravitacional de todo o Sistema Solar. Além disso, praticamente toda
a energia que usamos diariamente provém do Sol de forma direta ou indiretamente, através de suas
transformações.
A hipótese mais aceita, conhecida como hipótese nebular, admite que o nosso Sistema Solar
surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos a partir de uma vasta nuvem de gases e poeira, decorrente
da explosão de uma enorme estrela que pairava por essas redondezas. Esse material se condensou
devido a atração gravitacional, até formar um nódulo central, formando um protossol, ou uma proto-
estrela.
Na protoestrela exite uma imensa aglomeração de partículas. Isso produz uma forte pressão
térmica devido ao aumento da gravidade. O constante movimento das partículas intensifica as
colisões entre si, aumentando a temperatura da protoestrela mais e mais, conforme a aglomeração
cresce. Nesse delicado equilíbrio entre a forte gravidade que puxa tudo para o núcleo, e a pressão
térmica que tende a empurrar tudo para fora, forma-se a estrela.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 11
Voltando à hipótese nebular, que explica o surgimento do Sistema Solar, na parte mais
externa da nuvem de gases e poeira formaram-se pequenos acúmulos de matéria que passaram a
se mover em torno deste protossol em várias órbitas. Sucessivas colisões entre este material orbital
foram acrescendo matéria que, com campos gravitacionais maiores, passaram a absorver o material
de órbitas próximas formando proto planetas, com órbitas no mesmo plano do proto sol.
A enorme pressão
gravitacional no interior do
protossol começou a fundir os
núcleos de hidrogênio em hélio,
fazendo-o atingir 10 milhões de
graus Celsius e começar a
brilhar. A radiação liberada
nestas fusões nucleares gerou
partículas com grande energia,
que varreu os elementos mais
leves dos planetas mais
próximos, deixando-os com
materiais mais pesados, como
rochas e metais. Os planetas
mais distantes mantiveram
quase todo o seu material
original, tornando-se os "gigantes
gasosos" do nosso Sistema
Solar. Se o maior destes, o
planeta Júpiter, tivesse entre 20
e 80 vezes a sua massa atual,
poderia também iniciar fusões
nucleares em seu interior,
tornando-se a segunda estrela do
Figura 8. Baseados em observações astronômicas, os cientistas elaboram hipóteses
nosso Sistema Solar de baixa
sobre a origem das estrelas e do Sistema Solar.
luminosidade.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 12
A maioria dos planetas do nosso Sistema Solar possui satélites naturais, corpos menores que
os orbitam. Alguns destes satélites naturais podem ter se formado junto com o planeta que orbitam,
outros podem ter sido atraídos e capturados pelos campos gravitacionais dos planetas e outros
ainda podem ter surgido dos restos de violentas colisões sofridas pelo planeta que orbitam, como,
possivelmente, é o caso da nossa Lua.
UM MODELO DE UNIVERSO
Usemos o mesmo raciocínio de ajuste
de escalas para elaborar um modelo de
Universo, como o da figura 11. Como
trabalharemos com as escalas reais de
distâncias, precisaremos usar a base 10. É
importante você ter a clareza do quanto um
número cresce quando aumenta o expoente
da potência de dez. Veja:
• 100 m = 1 m
• 101 m = 10 m
• 102 m = 100 m
• 103 m = 1.000 m = 1 km
• 104 m = 10.000 m = 10 km ...
Trata-se da distância percorrida pela luz durante um ano terrestre. Para saber quanto isso
representa em quilômetros, precisamos levar em conta que a luz viaja no vácuo com uma
velocidade de 3x108 m/s. Como a velocidade da luz está expressa por segundo, então precisaremos
converter 1 ano em segundos:
Logo, para saber quantos segundos há em um ano terrestre, basta multiplicar 365 dias x 24
horas x 60 minutos x 60 segundos = 31.536.000 s.
Se a luz percorre 300.000 km em um segundo (300.000 km/s), para saber quanto a luz se
desloca em um ano basta multiplicar 300.000 pelo tempo de 1 ano em segundos, ou seja, 300.000
x 31.536.000 = 9.460.800.000.000 km, ou seja, aproximadamente 10 trilhões de quilômetros.
A estrela mais próxima de nosso Sol é a estrela alfa da constelação de Centáuro, que fica a
uma distância de 4 anos-luz. Isso significa que a luz que parte dela em nossa direção neste exato
momento, só chegará até nós daqui a quatro anos, viajando à incrível velocidade de 300.000 km/s.
Portanto, em nosso modelo de Universo, que nos ajuda a compreender o que está dentro do que,
as estrelas mais próximas estão a alguns anos-luz de distância. Pense no que seria necessário para
que uma nave espacial chegasse até elas!
• GRUPO LOCAL: Uma infinidade de outras galáxias habita nosso Universo. Assim como as
estrelas, as galáxias também se agrupam, mas num número bem menor, em torno de algumas
dezenas. A Via Lactea habita o chamado Grupo Local, que possui 20 galáxias de porte razoável,
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 16
compreendendo uma região do espaço com 10 milhões de anos-luz (1022 m). A galáxia mais
próxima da Via Láctea é Andrômeda, com diâmetro de 220.000 anos-luz a uma distância de 2,5
milhões de anos-luz de nós. Baseado em observações, os cientistas previram que a Via Láctea
e Andrômeda colidirão entre si em cerca de 4 bilhões de anos, período aproximado do fim do
nosso Sol.
Parece que a Terra possui algo em seu interior que atrai tudo para ela. Esta atração é
chamada de gravidade. A sensação de peso que sentimos quando paramos para pensar nisso, é
uma de suas manifestações mais comuns. Escorregar ou tropeçar quando caminhamos ou
patinamos nos faz sentir no corpo seu efeito, puxando-nos impiedosamente para o chão.
O incrível de tudo isso é perceber que até a Lua, nosso satélite natural, orbita nosso planeta
justamente por estar sob ação da gravidade da Terra. Mas a pergunta muito inteligente que você
certamente já se fez é: por que a Lua não cai na Terra?
Na verdade, a Lua está caindo, mas não “acerta” a Terra. Para compreender isso, vamos
pensar numa situação em que um canhão na superfície da Terra seja capaz de lançar projéteis com
velocidades cada vez maiores. Trata-se de um exercício mental, em que diversas simplificações
devem ser feitas para se chegar mais próximo da ideia de colocar algo em órbita.
propulsor fará o projétil se afastar cada vez mais da Terra ao dar sua volta (órbitas E e F). Se a
quantidade de explosivos for suficiente, pode chegar ao ponto dele imprimir uma velocidade tão alta
ao projétil que ele conseguirá escapar da gravidade da Terra.
A gravidade de um planeta, de uma lua ou de uma estrela como nosso Sol, é proporcional à
sua massa. Quanto maior a massa do planeta, maior é sua gravidade, ou seja, maior é a força com
a qual o astro atrai as coisas. Como tudo possui massa, tudo atrai tudo no universo e, quem tem
maior massa possui maior dificuldade de ser movimentado.
Para compreender isso, basta pensar em como funciona nosso Sistema Solar. O Sol é o
centro gravitacional do sistema, fazendo com que todos os planetas o orbitem. Do mesmo modo,
nossa Lua orbita a Terra, pois a Lua é bem menor. Apesar disso, a gravidade da Lua também exerce
sua influência em nosso planeta, particularmente no fenômeno das marés. Nosso Sol, como vimos,
orbita num dos braços da Via Láctea, que orbita ao redor de um centro gravitacional extremamente
intenso, um buraco negro localizado no centro da galáxia.
Figura 14. Foto da Terra tirada da Lua por uma das missões Apollo. Podmos perceber a fronteira do amanhecer ou anoitecer na Terra,
justamente na fronteira entre a parte clara e escura da Terra. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fa/AS11-44-6551.jpg,
acesso em 25/01/2015.
Sabemos que enquanto é dia no Brasil, no lado oposto do planeta, onde fica o Japão por
exemplo, é noite e vice-versa. Um dia inteiro possui um período de 24 horas, o que significa que
nesse intervalo de tempo acontecerá uma noite e um dia em qualquer local do planeta.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 18
Sendo assim, é dia na face da Terra que está iluminada pelo Sol, enquanto é noite na face
oposta, que está escura. À medida que a Terra gira, o tempo vai passando e a parte escura passa
a ficar iluminada, deixando a que estava iluminada às escuras.
FASES DA LUA
Sendo assim, as fases da Lua correspondem à nossa percepção daqui da Terra, da parte da
Lua iluminada pelo Sol, lembrando que a Lua leva aproximadamente 30 dias para dar uma volta
completa em torno da Terra.
A fase da Lua Nova corresponde à posição 1 da figura 15, que acontece quando a Lua está
entre a Terra e o Sol, mas sem fazer sombra na Terra. Nesta situação, seria o caso de vermos a
Lua no céu durante o dia, mas isso não ocorre, pois nesta fase a face da Lua iluminada pelo Sol
está oposta à nossa observação. Portanto, na fase da Lua Nova, ela não é visível por ninguém.
Conforme os dias vão passando, começamos a ver fatias cada vez maiores da Lua no céu
diurno, como mostrado na posição 2. É o período que chamamos de Quarto Crescente, um quarto
do mês em que a Lua aparenta aumentar de tamanho no céu. As posições 3 e 4 já mostram a Lua
Crescente sendo avistada por nós num céu noturno, até vemos sua face completamente iluminada
na Lua Cheia, posição 5.
Na Lua Cheia, a Terra está posicionada entre a Lua e o Sol, mas sem que a Terra faça sombra
na Lua. Esta fase lunar só é vista à noite, ou seja, pelas pessoas que estão no lado escuro da Terra.
A partir da posição 6, a parte iluminada visível por nós começa a diminuir e fica menor a cada
dia, motivo pelo qual chamamos este período de Quarto Minguante. Na posição 8 vemos uma
pequena fatia da Lua iluminada num fundo claro, indicando que a Lua agora pode ser vista durante
o dia, até chegar à Lua Nova outra vez, e o ciclo lunar recomeça.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 19
ECLIPSES
Eclipse é uma palavra grega que significa ocultar, esconder, apagar. Logo, eclipse solar é um
fenômeno astronômico em que o Sol aparenta ser apagado no céu, visto por nós daqui da Terra.
Já o eclipse lunar é quando a Lua nos parece estar sendo apagada no céu durante uma noite.
No espaço sideral o Sol ilumina a Terra e a Lua e, ambas possuem suas sombras. Entretanto,
como não há anteparos onde estas sombras possam ser projetadas, dizemos que estas regiões
formam cones de sombra, regiões de sombra com formato de cone devido ao prolongamento do
formato circular da Terra e da Lua, e ao fato do Sol ser muito maior que a Terra.
Figura 16. As figuras acima estão fora de escala. Na figura da esquerda temos a Lua (L) sendo eclipsada ao passar pelo cone de sombra da Terra (T),
constituindo assim um eclipse lunar. Na figura da direita, a Terra (T) passa pelo cone de sombra da Lua (L), causando eclipse solar na região onde a
sombra é projetada.
Os eclipses lunares ocorrem sempre na fase da Lua Cheia, pois é nesta ocasião que a Terra
está posicionada entre o Sol e a Lua. Já os eclipses solares só ocorrem quando é Lua Nova, fase
em que a Lua está entre a Terra e o Sol. Como o plano da órbita solar é inclinado de
aproximadamente 5º em relação ao plano da órbita da Terra, não ocorrem eclipses lunares e solares
a cada lua cheia ou nova, apenas quando ocorre alinhamento entre a Terra, a Lua e o Sol.
Figura 17. A inclinação do plano da órbita da Lua em relação ao plano da órbita terrestre impede que o cone de sombra da Lua seja sempre projetado
sobre a Terra a cada lua nova, assim como impede que a Lua sempre atravesse o cone de sombra da Terra nas fases de lua cheia, como ilustrado em A.
Os eclipses, portanto acontecem apenas algumas vezes durante o ano, sempre que ocorre um alinhamento entre o Sol, a Lua e a Terra, como em B.
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 20
ESTAÇÕES DO ANO
A Terra demora aproximadamente 365 dias para dar uma volta completa em torno do Sol, o
que corresponde ao período de um ano. O deslocamento da Terra em sua órbita é chamado de
movimento de translação.
Durante sua translação, o clima em regiões do planeta muda ciclicamente. Em certas regiões
é possível perceber a ocorrência das quatro estações: primavera, verão, outono e inverno. É o que
ocorre nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Contudo, na região Norte e Nordeste as estações do
ano características são apenas duas: verão (chuvas) e inverno (seca).
Muitas pessoas acreditam que as estações do ano acontecem porque a Terra fica mais
próxima do Sol em certas épocas do ano e, em outras ela fica mais afastada, ao percorrer sua
órbita. Se fosse essa a causa, então como se explicaria o fato de no Natal nevar em países do
hemisfério norte, enquanto aqui no Brasil é verão?
Figura 18. O esquema acima representa quatro posições que a Terra assume durante o ano, mantendo sempre fixa a inclinação de seu eixo de rotação
durante a translação.
Por causa destas propriedades os hemisférios norte e sul da Terra recebem os raios solares
de forma desigual à medida que ocupa posições diferentes na órbita, de tal modo que o hemisfério
que estiver mais voltado para o Sol receberá os raios solares mais diretamente e esquentará mais.
Em dezembro o hemisfério sul recebe mais luz do Sol diretamente, tornando-o mais quente
do que o hemisfério norte. Logo, é verão no hemisfério sul e inverno no norte. Em junho a situação
se inverte: sobre o hemisfério norte incide luz solar de forma mais direta caracterizando o verão
local, enquanto no hemisfério sul fica mais frio, sendo inverno. Em março e setembro ambos
hemisférios estão igualmente voltados para o Sol, sendo iluminados da mesma maneira. Entretanto,
como cada hemisfério nestas épocas está saindo de estações bem diferentes, estas transições
provocam efeitos diferentes em cada um deles: enquanto num hemisfério é outono (transição do
verão para o inverno), no outro é primavera (transição do inverno para o verão).
ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 21
Figura 19. A mesma quantidade de raios solares atinge cada área iluminada da Terra, mas como seu eixo é inclinado e mantém a mesma direç ão em
sua órbita, os hemisférios não são aquecidos da mesma forma. Em junho a região B acima da linha do equador, recebe os raios solares mais diretamente
do que em dezembro, quando a região C recebe os raios solares de forma mais intensa. Repare como em dezembro a região A no polo norte, fica no
escuro e na região D do polo sul praticamente não anoitece. Tratam-se dos dias e das noites polares que duram aproximadamente seis meses nos polos.
Em junho a situação se inverte em cada polo. Este efeito é bem menos intenso nas regiões tropicais (B e C), mas é suficiente para causar dias mais
longos no verão e dias mais curtos no inverno.
Ao construir o modelo de distância dos planetas do Sistema Solar, qual o motivo de ter usado
a distância do planeta mais distante do Sol como base para calcular o fator de redução?
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Os astrônomos costumam tomar a distância da Terra ao Sol como padrão, chamando essa
distância de 1 Unidade Astronômica (UA). Complete a tabela 4 com as distâncias dos planetas
ao Sol usando a UA como referência.
Mercúrio
Saturno
Netuno
Júpiter
Vênus
Urano
Marte
Terra
Unidade
de medida
TABELA 4: Distância dos planetas do Sistema Solar ao Sol em Unidades Astronômicas (UA).
Representar as distâncias dos planetas em UA, conforme tabela 4, traria quais facilidades na
montagem do modelo de distâncias dos planetas do Sistema Solar?
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ASTRONOMIA – NO LIMITE DO UNIVERSO
1º SEMESTRE 2023 22
O que foi mais fácil de perceber ao observar o modelo de distâncias dos planetas ao Sol e o
modelo de tamanhos dos planetas, que não fica facilmente revelado nos dados da tabela 1?
NO MODELO DE DISTÂNCIAS:_________________________________________________
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NO MODELO DE TAMANHOS: _________________________________________________
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Desde sua descoberta em 1930, até 2006, Plutão foi considerado o nono planeta do Sistema
Solar. Atualmente ele é classificado pela União Astronômica Internacional (UAI) como planeta
anão, distando em média 6000x10 9 m do Sol. Se fôssemos representa-lo em nosso modelo,
a que distância ele deveria ser posicionado do Sol?
Plutão possui um diâmetro de 2,4x10 6 m. Calcule no espaço abaixo como ficaria seu diâmetro
em nosso modelo de tamanhos dos planetas.
Calcule a distância do planeta Terra ao Sol, num modelo de Sistema Solar em que o diâmetro
de Vênus possua 10 metros. DICA: Consulte as informações na tabela 1.
Resp.: A luz demora aproximadamente ________ para vir da Lua até a Terra.
A luz que recebemos do Sol demora aproximadamente 8,5 minutos para chegar até nós. Logo,
se o Sol explodisse, só “saberíamos” disso 8,5 minutos depois. Considerando a velocidade
da luz 300.000 km/s, calcule a que distância estamos do Sol.
DICA: Você pode usar uma regra de três para chegar à resposta.
Uma hipótese científica é uma “aposta” feita sobre uma questão-problema, que deve ser
testada a partir dos dados experimentais. Ao analisar o conjunto dos dados obtidos, pode-se
identificar evidências que refutem ou não a hipótese feita. Sendo assim, releia a questão-
problema e verifique se a atividade ou as informações da parte teórica invalidam ou não sua
hipótese. Escreva sua conclusão na forma de um argumento científico.
Dado que, _____________________________________________________________________
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já que, ________________________________________________________________________
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