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Burnout & Autoeficácia

Trabalho de conclusão de curso sobre a relação entre Autoeficácia e Burnout e possíveis intervenções em tcc
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JOSÉ TORQUATO DE SOUZA NETO

VITÓRIA MADUREIRA SILVA

CORRELAÇÃO ENTRE SÍNDROME DE BURNOUT E AUTOEFICÁCIA:


INTERVENÇÕES EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

RECIFE (2023)
CORRELAÇÃO ENTRE SÍNDROME DE BURNOUT E AUTOEFICÁCIA:
INTERVENÇÕES EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Produção Teórica articulada à prática do


Estágio realizado pelos alunos José
Torquato de Souza Neto e Vitória
Madureira Silva do 10º período do Curso
de Psicologia deste Centro Universitário,
sob a orientação da Mestre Rosana
Rodrigues Silva CRP: 02/12276, para
submeter à apreciação da Coordenação
de Estágio do Curso de Psicologia da
UniFAFIRE.

RECIFE (2023)
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO
1. A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL – TCC 6
1.1 BREVE HISTÓRICO 6
1.1.1 Bases Teóricas 6
1.2 MODELO COGNITIVO 7
1.2.1 Distorções Cognitivas 8
1.3 A CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA 9
1.4 A RELAÇÃO TERAPÊUTICA 10
1.5 AS ONDAS DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL 11
1.6 A TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL NO BRASIL 13
2. SÍNDROME DE BURNOUT E AUTOEFICÁCIA: EXISTE RELAÇÃO? 14
2.1. SÍNDROME DE BURNOUT: O ADOECIMENTO PELO TRABALHO 14
2.1.1 Breve Histórico 15
2.1.2 Estresse x Burnout 15
2.1.3 Dimensões da SB e os Impactos na Saúde 16
2.1.4 Diagnóstico da SB 17
2.2 TEORIA SOCIAL COGNITIVA E A AUTOEFICÁCIA 19
2.2.1 Crenças de Autoeficácia e a Motivação 20
2.2.2 Crenças de Autoeficácia e Saúde 21
2.3 O PAPEL DAS CRENÇAS DE AUTOEFICÁCIA NO DESENVOLVIMENTO DA
SÍNDROME DE BURNOUT 22
2.3.1 Resultados de Pesquisas 23
2.3.2 Autoeficácia nas Dimensões do Burnout 24
3. INTERVENÇÕES COGNITIVAS-COMPORTAMENTAIS NA SÍNDROME DE
BURNOUT 27
3.1 INTERVENÇÕES CLÍNICAS INDIVIDUAIS 27
3.1.1 Psicoeducação 27
3.1.2 Flexibilização de Pensamentos Automáticos (PAs) 28
3.1.3 Reestruturação de Crenças Intermediárias e Crenças Centrais
Desadaptativas 29
3.1.4 Treinamento em Habilidades Sociais 30
3.1.5 Regulação Emocional 30
3.1.6 Mindfulness 31
3.1.7 Aceitação e Compromisso 32
3.1.8 Autocompaixão 33
3.2 INTERVENÇÕES NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL 34
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 38
4

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como tema a Terapia Cognitivo-Comportamental. O


objeto delimitado dentro dessa temática é a correlação entre Síndrome de Burnout e
a Autoeficácia.

O aprofundamento no estudo do tema justifica-se pelo aumento do número de


pessoas acometidas pelo burnout. A marca do capitalismo do século XXI é uma
sociedade de desempenho, na qual predomina o sofrimento neuronal. O esforço
constante para atingir metas e a perfeição em qualquer contexto levam a exaustão,
configurando o que o filósofo sul coreano Byung-Chul Han ( 2015 ) chama de
“sociedade do cansaço”.

Apesar de ser um problema social, fatores subjetivos podem influenciar no


desenvolvimento e agravamento do quadro. A Terapia Cognitivo-Comportamental
apresenta diferentes possibilidades de intervenções nesse aspecto que auxiliam no
manejo e redução dos sintomas decorrentes da síndrome, tornando-se um dos
tratamentos mais indicados.

Posto isto, a pergunta norteadora desta pesquisa é: qual a relação entre


Síndrome de Burnout e Autoeficácia? O objetivo geral é investigar, à luz da Terapia
Cognitivo-Comportamental, de que forma esses dois constructos estão relacionados.
Os objetivos específicos são: descrever os pressupostos teóricos e práticos da
Terapia Cognitivo-Comportamental; definir a Síndrome de Burnout e o conceito de
Autoeficácia; compreender como esses dois conceitos se relacionam; compreender
como se configuram as intervenções nesses casos; propor intervenções
cognitivas-comportamentais para o tratamento individual e atuação nas
organizações.

O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, que de acordo com Lakatos e


Marconi ( 2021 ) constitui-se do levantamento de bibliografia publicada em forma de
livros, revistas, periódicos, documentos eletrônicos, entre outros, a fim de que o
pesquisador entre em contato direto com o que foi escrito sobre determinado
5

assunto pesquisado. As palavras chaves são: Síndrome de Burnout; autoeficácia;


terapia cognitivo-comportamental. Os principais autores utilizados foram Carvalho (
2019 ) e Costa ( 2003 ).

O intuito deste trabalho é ampliar o conhecimento acerca da Síndrome de


Burnout através de uma perspectiva científica e, com isso, poder ser utilizado como
referência para futuras pesquisas. Também visa auxiliar profissionais da área da
saúde, em especial psicólogos, na compreensão do quadro e no manejo dos
sintomas decorrentes da síndrome.

Portanto, o estudo é composto por três capítulos, distribuídos em: 1) A Terapia


Cognitivo-Comportamental - TCC: breve histórico; modelo cognitivo; a
conceitualização cognitiva; a relação terapêutica; as ondas da terapia
cognitivo-comportamental; a terapia cognitiva-comportamental no Brasil; 2)
Síndrome de Burnout e Autoeficácia: existe relação?: síndrome de burnout: o
adoecimento pelo trabalho; teoria social cognitiva e autoeficácia; o papel das
crenças de autoeficácia no desenvolvimento da síndrome de burnout; 3)
Intervenções Cognitivas-Comportamentais na Síndrome de Burnout: intervenções
clínicas individuais; intervenções no ambiente organizacional.
6

1. A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL - TCC

Neste capítulo será discutido as origens, principais conceitos e contribuições


da Terapia Cognitivo-Comportamental para o avanço da Psicologia como ciência.

1.1 BREVE HISTÓRICO

A Psicologia como ciência surge no final do século XIX, se diferenciando da


Filosofia principalmente pelo uso de técnicas e abordagens na sua prática. Por ser
um campo científico recente, os estudos nessa área não só complementam teorias
já consolidadas como também ampliam as possibilidades de compreensão do
funcionamento humano, respondendo a questões não abarcadas por essas
abordagens. Um fruto direto desse avanço é a Terapia Cognitivo-Comportamental -
TCC ( Moretti; Guedes-Neta, 2021 ).

A TCC Clássica foi desenvolvida nos anos 1960 pelo psiquiatra e psicanalista
norte-americano Aaron Beck ( 1921 - 2021 ) a partir da necessidade de validar
preceitos da teoria psicanalítica. Após não obter os resultados esperados com seus
estudos, Beck observou que seus pacientes possuíam padrões cognitivos errôneos
ou distorcidos que influenciavam suas percepções do mundo e favoreciam o
desenvolvimento de diversos problemas psicológicos. Após esse insight, iniciou a
construção de sua teoria utilizando bases teóricas filosóficas e metodológicas bem
definidas, resultando na publicação do livro "Depression: Causes and Treatment" de
1967 ( Knapp et al., 2004 ).

1.1.1 Bases Teóricas

No que se refere às bases filosóficas, Beck foi influenciado por correntes


como o Estoicismo, Empirismo, Racionalismo e filosofias orientais, como o Budismo.
Um dos pontos em comum entre as teorias é a premissa de que a forma que os
indivíduos interpretam os fatos determina como eles os experienciam, ou seja, o
sofrimento psíquico é em partes causado pela própria avaliação da situação. Além
disso, colocam o pensamento, a experiência e as emoções como centrais na
7

compreensão sobre os dilemas enfrentados ao longo da vida e sobre o próprio ser


humano ( Leahy, 2018; Moretti; Guedes-Neta, 2021; Murguia; Díaz, 2015 ).

Segundo Knapp ( 2004 ), como alicerces metodológicos, a TCC integra duas


abordagens psicológicas, que mais tarde seriam conhecidas como a primeira onda
das Terapias Cognitivo-Comportamentais: a Terapia Comportamental e a Teoria
Cognitiva. Da Terapia Comportamental, os conceitos do condicionamento clássico
de Pavlov e Watson e do condicionamento operante de Skinner, são constantemente
resgatados graças a sua importância para a Psicologia da Aprendizagem.

Quanto a Terapia Cognitiva vale destacar as contribuições de Bandura com a


Teoria Social Cognitiva, onde elabora conceitos importantes para a TCC como
modelagem e autoeficácia, e Ellis com a Terapia Racional Emotiva Comportamental
- TREC ( Knapp, 2004 ).

1.2 MODELO COGNITIVO

A ação das filosofias orientais aparece expressa na TCC através do Modelo


Cognitivo. Esse modelo compreende que as emoções, comportamentos e reações
fisiológicas estão diretamente relacionados e a forma que as situações são
interpretadas influenciam em como são vividas. Tais fatores se influenciam
mutuamente, sendo essa dinâmica um ciclo e o principal foco do tratamento ( Beck
J., 2022 ).

A TCC tem como premissa a ideia que cada pessoa terá percepções e
respostas distintas para a mesma situação, pois essas respostas são mediadas
pelas cognições desenvolvidas ao longo da vida. Ainda segundo essa hipótese, o
processamento das informações acontecem em três níveis cognitivos: os
pensamentos automáticos, as crenças intermediárias e as crenças centrais. ( Beck
J., 2022 ).

O primeiro nível da cognição são os chamados pensamentos automáticos que


também podem ser representados por imagens ou lembranças. Esses pensamentos
8

surgem de forma espontânea e rápida quando o indivíduo é exposto às situações,


são de autorreferência e podem ser distorcidos. São os responsáveis por
desencadear reações emocionais imediatas, sendo raramente questionados quando
surgem. É nesse nível que é possível detectar mais facilmente erros cognitivos e
iniciar o trabalho com os pacientes ( Greenberger; Padesky, 2017; Pereira; Rangé,
2011 ).

As crenças intermediárias compõem o segundo nível da cognição. São


regras, atitudes e pressupostos que o indivíduo constrói para si. Tem como
finalidade evitar o sofrimento, pois, ao segui-las o indivíduo acredita que será
possível se manter relativamente estável. Essas crenças derivam das chamadas
crenças centrais e funcionam como reforçadoras das mesmas ( Moretti;
Guedes-Neta, 2021; Pereira; Rangé, 2011 ).

As crenças centrais, nível mais profundo da cognição, são ideias e


concepções a respeito de si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo, sendo essas
três esferas componentes da tríade cognitiva. Se são tidas como verdades
absolutas, rígidas e generalizadas, são consideradas desadaptativas e podem ser
classificadas como de desamor, desamparo ou desvalor. Quando ativadas
aumentam o foco para as evidências que as comprovem e desconsideram
evidências contrárias, causando sofrimento e uma tríade cognitiva negativa. ( Beck
J. 2022; Pereira; Rangé, 2011 ).

Entretanto, quando são funcionais e flexíveis, são crenças centrais


adaptativas. Por não serem extremas, permitem uma perspectiva mais realista a
respeito da tríade e podem ser classificadas como de amabilidade, eficiência e de
valor ( Beck J., 2022 ).

1.2.1 As Distorções Cognitivas

As distorções cognitivas são erros na percepção e, por consequência, na


interpretação dos fatos, normalmente aparecem na forma de pensamentos
automáticos. Expressam a forma como o indivíduo avalia as situações e são
9

produtos diretos das crenças desenvolvidas ao longo da vida, variam não só de


acordo com o transtorno psicológico como também do contexto cultural que é vivido
( Beck J., 2021; Baptista, 2019 ).

Beck J. ( 2022 ) apresenta algumas distorções cognitivas como:


■ Catastrofização: previsão do futuro sempre de forma negativa;
■ Filtro mental: foco nos aspectos negativos, ignorando os positivos;
■ Generalização: generalizar um caso para todos os outros independente
do grau de semelhança;
■ Leitura mental: acreditar saber o que os outros pensam mesmo sem
comprovação;
■ Maximização e Minimização: maximizar os próprios erros e/ou acerto
dos outros e minimizar os próprios acertos e/ou erro dos outros;
■ Pensamento de tudo ou nada: não considerar aspectos intermediários
dos acontecimentos;
■ Raciocínio Emocional: acreditar que o que sente é uma verdade
absoluta.

1.3 A CONCEITUALIZAÇÃO COGNITIVA

O principal recurso utilizado pelo terapeuta cognitivo-comportamental para


estruturar e compreender o pensamento e o funcionamento do cliente é a
conceitualização cognitiva. Ela é indispensável para traçar a forma mais eficaz de
intervenção e na adesão do indivíduo ao tratamento. Uma boa conceitualização só é
possível quando há uma base sólida e domínio da teoria, sendo a apropriação dos
conceitos e princípios da abordagem uma das competências essenciais para um
psicoterapeuta da TCC. ( Beck J., 2022; Neufeld; Cavenage, 2010 ).

O psicólogo cognitivo-comportamental utiliza ferramentas que estimulam o


sujeito a fazer uma avaliação estruturada e consciente do seu pensamento, partindo
do nível mais superficial até o mais profundo. Essas ferramentas buscam promover
tanto o autoconhecimento quanto a autonomia do paciente, fornecendo recursos
para lidar com as questões que estão sendo problemáticas em sua vida. A intenção
é que o indivíduo seja capaz de identificar sinais de alerta, generalizar e colocar em
10

prática aquilo que foi trabalhado e aprendido na psicoterapia, podendo se tornar no


futuro o seu próprio terapeuta ( Beck J., 2022; Leahy, 2018 ).

O domínio das técnicas psicoterápicas cognitivas e comportamentais é um


recurso indispensável no desenvolvimento de uma boa conceitualização. Essas
técnicas devem ser utilizadas de maneira apropriada e de acordo com o cliente, pois
cada um responde de forma diferente ao processo. Através dessa construção é
possível identificar os fatores longitudinais ( predisponentes ), transversais (
desencadeantes e mantenedores ) e descritivos ( sintomas e problemas
apresentados ) que compõem o caso ( Beck J., 2022; Neufeld; Cavenage, 2010 ).

1.4 A RELAÇÃO TERAPÊUTICA

Para além de dominar a teoria, talvez o ponto principal da TCC seja a relação
entre o terapeuta e o paciente. Através de uma boa interação e colaboração entre
ambos é possível desenvolver uma conceitualização que contemple todos os
aspectos necessários e aplicar intervenções com maiores chances de sucesso (
Neufeld; Cavenage, 2010 ).

Sobre essa dinâmica chamada por Beck de "empirismo colaborativo", Sudak (


2008 ) explicita:

“O relacionamento se caracteriza como uma relação em que dois


investigadores trabalham juntos para avaliar a precisão de certos dados.
Tanto o terapeuta quanto o paciente adotam uma postura igualmente ativa
de ajudar o paciente a resolver os seus problemas. O objetivo é que o
paciente reflita sobre os seus pensamentos, emoções e comportamentos, e
isso exige que ele pense de forma lógica, enxergue o seu próprio
pensamento como algo que não é necessariamente exato e aceite a
premissa de que os seus pensamentos estão associados aos seus
sintomas.” ( p. 39 )

As interpretações e conclusões sobre o terapeuta por parte do paciente são


chamadas de "transferência". Na direção contrária, o conjunto de pensamentos
automáticos e emoções que o terapeuta tem sobre o paciente é chamado de
"contratransferência". A transferência costuma ser abordada diretamente na terapia
apenas quando é prejudicial ao processo, tornando-se um obstáculo no
11

estabelecimento de uma boa relação terapêutica ( Sudak, 2008; Wright; Basco;


Thase, 2008 ).

Já as cognições do terapeuta podem interferir negativamente na relação com


o paciente. Os pensamentos distorcidos podem atuar de forma a gerar sentimentos
como raiva e frustração com o paciente e dificuldade em lidar com determinada
demanda. Esses aspectos da contratransferência devem ser investigados e
trabalhados pelo terapeuta no seu próprio processo terapêutico ( Wright; Basco;
Thase, 2008 ).

Como refere Neufeld ( 2010 ), outras competências essenciais do


psicoterapeuta cognitivo-comportamental são elencadas:
■ Habilidade de coletar dados;
■ Identificação de problemas;
■ Psicoeducação do paciente;
■ Desenvolvimento de relacionamento;
■ Capacidade de testar hipóteses;
■ Equilíbrio entre calor humano, empatia e autenticidade.

A relação terapeuta-paciente na TCC é utilizada como um veículo para


catalisar outros aspectos da terapia, mas também a relação por si só por muitas
vezes pode ser o instrumento terapêutico principal a ser utilizado. Essa ideia viria a
ser explorada ainda mais pelas novas gerações de terapeutas
cognitivo-comportamentais ( Azevedo et al., 2022 ).

1.5 AS ONDAS DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

A Terapia Cognitivo-Comportamental clássica de Aaron Beck é considerada,


junto a TREC de Ellis, pertencente à segunda onda das Terapias
Cognitivo-Comportamentais. Por possuir evidências científicas robustas de sua
eficácia no tratamento de diversos quadros de sofrimento psíquico, colaborou para a
consolidação da Psicologia como ciência. Os estudos na área permitiram não
apenas a atualização da teoria de Aaron Beck como possibilitaram que outras
Terapias Cognitivo-Comportamentais fossem desenvolvidas baseadas nos mesmos
12

princípios, respondendo às novas demandas que surgiram com os avanços sociais e


na área da saúde, dando início à terceira onda das TCCs ( Azevedo et al., 2022;
Guilhardi, 2012 ).

A proposta da divisão de “ondas” ( ou “gerações” ) de Terapias


Cognitivo-Comportamentais foi elaborada por Steven Hayes em 2004, sendo ele o
responsável, mais tarde, por denominar as terapias de terceira geração de “terapias
contextuais”. A característica principal dessa geração é o foco em procedimentos e
processos baseados em evidências, diferente das gerações anteriores que focavam
em protocolos. São mais voltadas ao fenômeno psicológico em si do que a forma
como esse é apresentado e estão preocupadas com a construção de um repertório
amplo e efetivo para o empoderamento do cliente em uma relação não hierarquizada
( Azevedo et al., 2022 ).

As terapias contextuais se baseiam tanto nos princípios da TCC clássica de


Aaron Beck quanto em mindfulness, emoções, teoria da mente, ativação
comportamental, abordagens integrativas e valores. Após uma revisão sistemática
feita por Hayes e seus colaboradores, foram dividas em três categorias: a primeira
que são as terapias trabalham questões de aceitação, desapego e regulação
emocional; a segunda onde o foco é a atenção, consciência plena e tomada de
perspectiva; e uma terceira que aborda os valores, motivação para mudança e
ativação comportamental ( Azevedo et al., 2022 ).

Apesar de serem abordagens que possam existir de forma independente, por


partirem de um denominador comum, antes de se debruçar nos estudos em
qualquer uma delas, se faz necessário o entendimento posterior da abordagem
clássica. Sendo todas Terapias Cognitivo-Comportamentais, permite que o terapeuta
integre conhecimentos e técnicas, desde que esse os domine, de diferentes teóricos
na sua prática, buscando a forma mais eficaz de lidar com o sofrimento de cada
indivíduo ( Azevedo et al., 2022 ).
13

1.6 A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO BRASIL

No Brasil, a TCC chega através dos estudos Skinnerianos sobre o


comportamento, no final dos anos 1960, com a primeira Clínica do Comportamento
na cidade de Campinas, no estado de São Paulo. Foi apenas nos anos 1980 que o
modelo cognitivo-comportamental começou a ganhar força com o interesse nos
estudos sobre os transtornos de ansiedade, que se tornavam cada vez mais comuns
( Guilhardi, 2012 ).

A partir dos anos 1990, a TCC começa a entrar de forma mais intensa na
academia, com o início de diversos projetos dentro das universidades encabeçados
por grandes nomes da área, como Cordioli e seu projeto de tratamento de
transtornos de ansiedade no ambulatório do Hospital das Clínica de Porto Alegre (
que funciona até os dias atuais ) ( Guilhardi, 2012; Rangé; Falconi; Sardinha, 2007 ).

Apesar do aumento da popularidade, a TCC ainda não é a abordagem mais


difundida no país. Um estudo feito por Neufeld e colaboradores ( 2018 ) indicou que
cerca de 78% das Instituições de Ensino Superior ofertam o ensino da abordagem
em sua grade curricular. A pesquisa ainda mostra que na maioria das IES apenas
uma cadeira é disponibilizada para abarcar a teoria, não sendo o suficiente para a
formação do terapeuta cognitivo-comportamental.

Portanto, a TCC ainda tem um grande espaço para o crescimento, tanto no


Brasil quanto como abordagem no geral. Apesar de ser uma abordagem nova em
comparação com outras dentro da Psicologia, suas filosofia e metodologia garantem
que esteja sempre em atualização e comprometida com a ciência, buscando
aprimorar o tratamento de pacientes com as mais diversas demandas, de forma
humanizada e efetiva ( Neufeld et al., 2018 ).
14

2. SÍNDROME DE BURNOUT E AUTOEFICÁCIA: EXISTE RELAÇÃO?

A Síndrome de Burnout ( SB ) tem sido cada vez mais identificada nos


ambientes de trabalho devido ao ritmo e às demandas que o sistema econômico
impõem aos trabalhadores. Este capítulo visa contextualizar essa síndrome e a
teoria da autoeficácia elaborada por Albert Bandura a fim de discutir a possível
relação entre ambas.

2.1 SÍNDROME DE BURNOUT: O ADOECIMENTO PELO TRABALHO

O trabalho é visto pela sociedade como um componente essencial na vida dos


indivíduos, sendo parte da construção da própria subjetividade e fonte de realização.
Entretanto, a relação do ser humano com o trabalho já se mostra complexa desde a
origem da palavra: “trabalho” deriva do latim “tripalium” ou “tripalus”, um instrumento
de tortura utilizado durante o Império Romano, trazendo a concepção do trabalho
como algo penoso ( Rodrigues; Álvaro; Rondina, 2006 ).

Se por um lado existe uma pessoa que busca a realização através do


trabalho, com sua própria forma de funcionamento, imaginação, expectativas e
sentimentos, do outro há um sistema que busca a adaptação desse sujeito a um
modelo ideal, de funcionamento quase automático focado no técnico e que requer
constante aperfeiçoamento, desconsiderando os aspectos subjetivos. Vale salientar
que o sofrimento não é originário da realidade exterior por si só, mas sim, das
relações estabelecidas entre sujeito e essa realidade ( Mendes, 1995 ).

De acordo com as novas diretrizes sobre saúde mental no trabalho publicadas


pela Organização Mundial da Saúde ( OMS ) em parceria com a Organização
Internacional do Trabalho ( OIT ) em setembro de 2022, cerca de 12 bilhões de dias
de trabalho e um trilhão de dólares são perdidos por ano devido a afastamentos
relacionados à saúde mental. No Brasil, segundo o Instituto Nacional de Seguro
Social ( INSS ), transtornos mentais já são o terceiro motivo mais comum de
afastamento temporário ou permanente do trabalho.
15

2.1.1 Breve Histórico

O uso do termo “burnout” ( “queimar”, em português ) para denominar


problemas nas relações de trabalho associadas ao estresse ocupacional passou a
ser comum a partir dos anos 1970 através dos estudos de Maslach ( 1978 ) e
Freudenberg ( 1974 ). A Síndrome de Burnout ( também conhecida no Brasil como
“Síndrome do Esgotamento Profissional” ou simplesmente “burnout” ) atualmente é
reconhecida pela Classificação Internacional de Doenças ( CID-11 ), sob o código
QD85, como decorrência do “ estresse crônico de trabalho que não foi administrado
com sucesso ” ( Azzi; Ferreira; Polydoro, 2019; Castro; Zanelli, 2007 ).

Os estudos iniciais sobre o burnout eram majoritariamente em torno de


profissões da área da saúde, pois por muito tempo houve a crença que esse era um
quadro que acometia exclusivamente esses profissionais pelas longas jornadas de
trabalho e constante contato com o sofrimento. Entretanto, atualmente a ocorrência
de burnout já é identificada em outras esferas profissionais ( Sticca; Albuquerque,
2019 ).

Por se tratar de um conceito relativamente novo, ainda não existem critérios


diagnósticos bem delimitados e nem uma definição única do burnout. Entretanto, o
ponto em comum das teorias sobre o tema é o estado de esgotamento físico e
mental daqueles indivíduos que desenvolvem a síndrome ( Figueiredo-Ferraz;
Grau-Alberola; Gil-Monte, 2019 ). Nesse trabalho, a SB será explorada a partir da
definição desenvolvida por Maslach e Jackson, teoria mais aceita e difundida
academicamente no estudo do tema ( Benevides-Pereira, 2012 ).

2.1.2 Estresse x Burnout

Antes de descrever os fatores componentes da SB, é importante fazer a


distinção entre a SB e o estresse. Apesar de serem usados muitas vezes no senso
comum como sinônimos, são construtos distintos e nomeiam quadros diferentes (
Carvalho, 2019 ).
16

O estresse “refere-se a uma reação do organismo, decorrente da cisão da


homeostase interna na qual há o surgimento de sintomas físicos e psicológicos” (
Carvalho, 2019 ). Esse estado seria, portanto, uma reação do organismo a situações
de diversas naturezas em que ele precise se adaptar e que estão além do seu limite
( Sadir; Bignotto; Lipp, 2010 ).

Apesar do estresse possuir aspectos positivos na sua fase inicial ( aumenta a


disposição, a eficiência e a criatividade ), se torna prejudicial quando a exposição
aos fatores estressores é constante e/ou são muito intensos ( Sadir; Bignotto; Lipp,
2010 )

Porém a SB possui características exclusivamente nocivas e é compreendida


como um subtipo de estresse crônico, mais grave e incapacitante, decorrente
estritamente do estresse laboral. A competitividade, a instabilidade dos postos de
trabalho, jornadas excessivas, o rápido avanço tecnológico que demanda constante
aprimoramento, condições precárias de trabalho e o baixo reconhecimento são
alguns fatores de risco para o desenvolvimento do quadro. ( Perniciotti et al., 2020;
Sticca; Albuquerque, 2019 ).

2.1.3 Dimensões da SB e os Impactos na Saúde

O burnout pode ser compreendido a partir de três dimensões


interdependentes. A primeira é a chamada Exaustão Emocional, caracterizada pela
falta de energia e motivação para o trabalho. Está associada a sentimentos de
frustração e desgaste, além da fadiga, incapacidade de se recuperar de um dia para
o outro e do surgimento da crença de que as demandas emocionais do trabalho
estão além da sua capacidade. É a manifestação mais óbvia da SB ( Perniciotti et
al., 2020; Castro; Zanelli, 2007 ).

A Despersonalização ou Cinismo é a dimensão decisiva para a distinção entre


a SB e o estresse ocupacional ( Carvalho, 2019 ). É caracterizada pela postura
distante e fria em relação ao trabalho, aos colegas e aos clientes, sendo uma
resposta à Exaustão Emocional. Marcada pela irritabilidade, insensibilidade e pela
17

perda gradual da empatia, o Cinismo faz com que o burnout seja também a
síndrome do profissional indiferente ( Perniciotti et al., 2020 ).

A terceira dimensão, chamada de Redução da Realização Pessoal ou


Ineficácia, refere-se ao declínio da capacidade produtiva. O sujeito passa a
avaliar-se negativamente, vivencia a queda da autoestima, do sentimento de
competência e da sua capacidade de lidar com as demandas. Demarcada pela baixa
autoeficácia, é quando eclode a ausência de perspectiva e a frustração quanto a
carreira ( Carvalho, 2019; Perniciotti et al., 2020 ).

A SB causa impactos significativos na saúde, resultando na queda da


qualidade de vida. Essas perturbações podem ser: físicas/fisiológicas ( dores
musculares, cefaleias, perturbações do sono, disfunções sexuais, problemas
gastrointestinais, respiratórios e cardíacos ), emocionais ( ansiedade, tristeza,
sentimento de solidão, indiferença, irritabilidade, dificuldade de concentração, entre
outras ) e comportamentais ( isolamento, queda de produtividade, abandono de
emprego, abusos de substâncias e outros comportamentos de risco ) (
Benevides-Pereira, 2002; Carvalho; 2019 ).

Por estar diretamente relacionado com um ambiente laboral negativo, o


burnout aumenta o risco de suicídio entre os trabalhadores ( Carvalho, 2019 ).

2.1.4 Diagnóstico da Síndrome de Burnout

Apesar de ser reconhecida pela CID-11, o burnout ainda não está


caracterizado na atual versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais - DSM-5-TR (APA, 2023). Por isso, profissionais da saúde podem ter
dificuldade para diferenciar os sintomas da síndrome de outros transtornos devido a
falta de critérios diagnósticos mais concretos ( Carvalho, 2019 ).

Para Figueiredo-Ferraz, Grau-Alberola e Gil-Monte ( 2019 ), o diagnóstico


correto e a avaliação da gravidade dos sintomas são imprescindíveis para definir a
forma de intervenção. Apontam que um diagnóstico preciso garante os direitos
18

judiciais dos trabalhadores e serve para a análise da incidência da SB na população,


fornecendo dados para o governo elaborar políticas públicas sobre a temática.

Ainda segundo os autores, na Psicologia Clínica, para o diagnóstico individual


é necessário inicialmente que os sintomas sejam identificados e avaliados através
de uma entrevista baseada no conhecimento dos modelos teóricos do burnout e
quantificados através do uso de questionário.

Durante a entrevista, é importante identificar a origem do sofrimento e se ele


está sendo decorrente do trabalho. Vale salientar que os sintomas não devem estar
relacionados à incompetência profissional, ou seja, o indivíduo era capaz de realizar
o seu trabalho de forma satisfatória anteriormente ( Figueiredo-Ferraz;
Grau-Alberola; Gil-Monte, 2019 ).

No diagnóstico quantitativo, questionários são aplicados a fim de confirmar a


hipótese levantada com a entrevista e investigar a gravidade dos sintomas. Cabe ao
profissional decidir de qual se utilizar de acordo com o contexto e do seu
entendimento da patologia. Alguns dos instrumentos de avaliação mais comuns e
validado através de pesquisas são ( Figueiredo-Ferraz; Grau-Alberola; Gil-Monte,
2019 ):
■ Maslach Burnout Inventory ( MBI-GS ) ( Maslach; Jackson; Leiter,
1996 )
■ Burnout Mesure ( Pines; Aronson, 1988 )
■ Copenhagen Burnout Inventory ( Kristensen; Borritz; Villadsen;
Christensen, 2005 )
■ Questionário para Avaliação da Síndrome de Burnout ( CESQT )
(Gil-Monte, 2011 )

Portanto, a SB pode ser compreendida como um problema social, uma


consequência do modelo capitalista. Vale ressaltar que a ocorrência do burnout é um
problema do contexto social e não dos indivíduos, mas, características subjetivas
podem ser um fator que contribui para o agravamento do quadro ( Carvalho, 2019 ).
19

2.2 TEORIA SOCIAL COGNITIVA E AUTOEFICÁCIA

Albert Bandura ( 1925 - 2021 ), psicólogo norte americano, foi responsável


por uma série de contribuições nos campos da educação e da Psicologia. Ao longo
de toda a sua carreira, esteve focado no desenvolvimento de uma abordagem
sociocognitiva, com o objetivo de compreender e estudar a personalidade. Tornou-se
mundialmente conhecido principalmente pelo desenvolvimento da Teoria Social
Cognitiva ( Krasnoyarsk, 2002 ).

Na segunda metade do séc. XX, Bandura iniciou seus estudos acerca da


modelação social na motivação, ação humana e pensamento, fazendo parte da
crescente onda de evoluções na área da cognição na época. Foi na década de 1970
que propôs pela primeira vez o conceito de Autoeficácia na sua teoria ( Oliveira et
al., 2018 ).

A Teoria Social Cognitiva proposta por Bandura entende o indivíduo como não
apenas um produto do meio em que está inserido, mas também como produtor de
sistemas sociais. Ela busca explicar o comportamento humano a partir da interação
recíproca dos fatores pessoais internos e dos fatores ambientais externos,
colocando o ser como protagonista e agente de mudança ( Bandura, 2008; Nunes,
2008 ).

Dentre os fatores internos, existem quatro características fundamentais: a


intencionalidade, a antecipação, a autorreatividade e a autorreflexão. A
intencionalidade é responsável por escolher o modo de agir, selecionando
estratégias para realizar as ações. Através da antecipação é possível antecipar os
resultados esperados, motivando seus esforços. Já a autorreatividade serve para
monitorar o comprometimento e regular as ações baseando-se nos valores do
indivíduo. Por fim, a autorreflexão trata da capacidade de autoavaliação e reflexão
sobre os valores, motivações e eficácia do sujeito ( Bandura; 2008; Barros; Batista
dos Santos, 2010 ).

Dentro da teoria, a autoeficácia é um fator determinante, pois atua como


mediadora entre avaliações cognitivas, emocionais e comportamentais. Pode ser
20

compreendida como a percepção e crenças construídas sobre as próprias


capacidades de exercer determinadas atividades. Essas crenças são concebidas a
partir de quatro fontes de informação: a experiência direta, a experiência vicária ao
observar o desempenho do outro, a influência e persuasão social e o estado
físico/emocional ( Costa, 2003; Menezes, 2020 ).

Bandura ( 2008 ) sugere que os tipos de resultados antecipados a certas


ações realizadas pelos indivíduos dependem do julgamento feito acerca do quão
bem irão realizar e agir diante de determinada situação. Tal julgamento passa pelas
dimensões da magnitude ( níveis de dificuldade para a realização da tarefa ), força (
intensidade da crença de autoeficácia do indivíduo sobre a situação ) e a
generalidade ( amplitude das crenças de autoeficácia para outros aspectos da tarefa
) ( Menezes, 2020 ).

2.2.1 Crenças de Autoeficácia e a Motivação

Pode-se assumir que a autoeficácia contribui para o grau de expectativa dos


resultados e para a motivação, independentemente se as crenças são positivas ou
negativas ( Pajares; Olaz, 2008 ). Influencia nas escolhas, estabelecimento de
metas, esforço e perseverança, sendo uma mediadora entre as capacidades reais e
a performance diante do contexto. A partir dos julgamentos acerca da situação, o
indivíduo tem um incentivo para agir de determinada forma para atingir seus
objetivos ou para evitar situações desagradáveis ( Bzuneck, 2009 ).

"As crenças de auto-eficácia afetam o pensamento de várias maneiras,


ajudando ou atrapalhando. O comportamento das pessoas em grande parte
é regulado pela disposição prévia organizando alvos conhecidos. O
estabelecimento de alvos ou metas é afetado pela auto-avaliação das
próprias capacidades. O grau no qual as expectativas de resultados
contribuem para a motivação independentemente das crenças pessoais de
eficácia é parcialmente determinado pela relação entre as ações e os
resultados em um dado domínio de atividades." ( Costa, 2003, pg. 43 )
21

Alguns fatores, como padrões muito elevados e irrealistas, a má avaliação dos


resultados, alvos pouco claros e falha no autoconhecimento, podem influenciar para
uma percepção negativa da autoeficácia ( Costa, 2003 ).

Enquanto pessoas que se julgam capazes irão pressupor resultados


favoráveis para suas ações, indivíduos que creem não possuir as habilidades
necessárias para determinada tarefa, irão desenvolver um baixo sentido de
autoeficácia, experimentando sentimentos de incapacidade, ansiedade, tristeza e
inutilidade ( Barros; Batista-dos-Santos, 2010 ).

Logo, a crença a respeito da capacidade de exercer o controle sobre própria


vida é, talvez, o aspecto mais importante da Teoria Social Cognitiva. “As crenças na
auto-eficácia funcionam como um importante conjunto de determinantes próximos na
motivação humana, do afeto e da ação" ( Bandura, 1986 apud. Costa 2003 p. 43 ).

2.2.2 Crenças de Autoeficácia e Saúde

É de consenso na comunidade científica que questões psicológicas afetam os


sistemas biológicos e podem enfraquecer as funções corporais. Alguns problemas
crônicos de saúde, como a diabetes e a hipertensão arterial, são em partes
resultado de comportamentos pouco saudáveis combinados com condições
ambientais desfavoráveis e fatores genéticos ( Costa, 2003 ).

Costa ( 2003 ) apresenta resultados de pesquisas sobre a relação entre o


nível de eficácia pessoal e comportamentos pró-saúde. De forma geral, os
resultados mostram que indivíduos com bons níveis de autoeficácia foram mais
propensos a realizar e manter mudanças positivas no estilo de vida. Malagris et al. (
2020 ) também comprovou essa tese ao investigar a adesão ao tratamento e
comportamentos de saúde em portadores de Diabetes e Hipertensão.

Ainda segundo os autores citados, as percepções de autoeficácia não afetam


apenas o comportamento como também as emoções. Se alguém se considera
incapaz de lidar com eventos e pensamentos aversivos, esses se tornam, então,
22

ameaçadores. Já se acredita ser capaz de exercer algum controle, sentirá menos ou


nenhum incômodo relacionado a eles.

Desse modo, a autoeficácia funciona como mediadora da ansiedade e do


estresse, sendo capaz de regulá-los cognitivamente. Indivíduos com uma
autopercepção de eficiência negativa de si mesmos costumam experimentar além
da ansiedade sentimentos de frustração, tristeza, inutilidade e irritabilidade ( Costa,
2003 ).

Portanto, as crenças de autoeficácia funcionam também como um fator de


proteção contra o adoecimento, físico e mental, pois é responsável por proporcionar
ao sujeito a ideia de ser capaz de lidar com demandas externas e problemáticas
internas ( Costa, 2003; Malagris et al., 2020 ).

2.3 O PAPEL DAS CRENÇAS DE AUTOEFICÁCIA NO DESENVOLVIMENTO DA


SÍNDROME DE BURNOUT

Como já mencionado, a autoeficácia funciona como um mediador entre


avaliações cognitivas e emoções atuando também como fator de proteção contra o
sofrimento psíquico. Sobre essa tese, Azzi, Ferreira e Polydoro ( 2019 ) citam
Bandura ( 1977 ):

“A crença de eficácia pessoal afeta a reação ao estresse não somente


através do controle comportamental percebido, mas também através da
capacidade percebida de gerenciar pensamentos perturbadores e estado
afetivos.” (p.39 )

Partindo de uma perspectiva psicossocial, o adoecimento por burnout pode


ser compreendido como um processo que envolve o ambiente de trabalho, as
avaliações do contexto e as características interpessoais ( Souza et al., 2015 ). As
fontes de autoeficácia contribuem tanto para o aumento quanto para a diminuição da
crença de capacidade ( Barros; Batista-dos-Santos, 2010; Costa, 2003; Sticca;
Albuquerque, 2019 ).

Não bater metas ( mesmo que sejam irrealistas ), cometer erros durante um
processo e invalidar os acertos são alguns exemplos de como a experiência direta
23

pode minar a autoeficácia no ambiente laboral ( Barros; Batista-dos-Santos, 2010;


Costa, 2003; Sticca; Albuquerque, 2019 ).

Observar os pares falharem ao executar uma tarefa pode fortalecer a crença


de incapacidade através da experiência vicária. A falta de incentivo e
reconhecimento por parte dos superiores, colegas e pessoas que o trabalhador
considere importante ( inclusive familiares ) também aparece como fator que
influencia na eclosão da SB ( Barros; Batista-dos-Santos, 2010; Costa, 2003;
Menezes, 2020 ).

É válido, então, pensar que a SB e as crenças de eficácia pessoal estão


correlacionadas negativamente. Ou seja, quanto mais capaz uma pessoa se
percebe, menor sua vulnerabilidade para o desenvolvimento da síndrome ( Azzi;
Mauad; Polydoro, 2019 ).

2.3.1 Resultados de Pesquisas

Um estudo feito por Polydoro e colaboradores ( 2004 ) com professores


encontrou relação significativa entre os níveis de autoeficácia e a SB nas três
dimensões que a compõe: exaustão emocional, cinismo e redução da realização
pessoal. A pesquisa indica que o acréscimo de uma unidade na pontuação de
autoeficácia diminui o score das dimensões do burnout.

Rodriguez, Carlotto e Câmara ( 2017 ) encontraram resultados semelhantes


após verificar o papel de mediador entre a regulação emocional e as dimensões do
burnout desempenhado pelas crenças de eficácia pessoal em psicólogos. Já Loiola
e Martins ( 2019 ), ao investigar a SB em profissionais da enfermagem, confirmaram
a correlação negativa, porém, perceberam maior impacto da autoeficácia nas
dimensões de exaustão e de redução da realização pessoal.

Outras investigações realizadas com cadetes militares ( Souza et al., 2015 ),


estudantes de pós-graduação ( Carvalho, 2019 ), profissionais do esporte (
Padovani, 2019 ) e professores ( Carlotto et al., 2015 ) também encontraram
24

resultados que comprovam a influência da autopercepção de eficiência e o


desenvolvimento da SB.

Todas as pesquisas supracitadas foram realizadas com a análise estatística


de resultados obtidos através de questionários válidos sobre o tema, como o
Maslach Burnout Inventory, o CQEST e a Escala de Crença na Autoeficácia Geral
Percebida.

Os diferentes tipos de amostras investigadas comprovam ainda que o burnout


pode afetar diversos tipos de trabalhadores ( e até mesmo estudantes ) e não só
profissionais da área da saúde, como acreditava-se no início do desenvolvimento de
pesquisas sobre o tema ( Carvalho, 2019 ).

2.3.2 Autoeficácia e as Dimensões do Burnout

Ao analisar o modelo teórico da SB, talvez a dimensão em que mais


facilmente seja possível observar o papel das crenças de autoeficácia é na chamada
redução de realização pessoal ou ineficácia. Marcada pela baixa autoeficácia, a
pessoa se auto avalia como incapaz, ineficiente e avalia negativamente sua função
e seu desempenho, experimentando a queda da autoestima e da capacidade de
interação com os colegas e instrumentos de trabalho ( Carvalho, 2019; Castro;
Zanelli 2007; Perniciotti et al., 2020 ).

Essa dimensão ainda é caracterizada pela perda da perspectiva quanto à


carreira e a frustração, ambos aspectos bastante relacionados com a motivação.
Enquanto indivíduos com alta eficácia percebida encaram obstáculos como desafios
a serem superados e usam estratégias que melhoram seu trabalho, pessoas que se
consideram ineficientes acreditam que pouco são capazes de realizar algo que
mude o cenário ( Azzi; Mauad; Polydoro, 2019; Barros; Batista-dos-Santos, 2010 ).

Por consequência, o sujeito não consegue estabelecer alvos e metas que o


impulsione a agir, optando por estratégias disfuncionais para lidar com o
desconforto, como a fuga e a esquiva das atividades ( Azzi; Mauad; Polydoro, 2019;
Barros; Batista-dos-Santos, 2010 ).
25

A percepção negativa a respeito da própria eficiência traz consigo a


compreensão de ser incapaz de controlar as próprias emoções e pensamentos
aversivos, potencializando a sensação de sobrecarga, estresse, fadiga e frustração.
Esse estado contribui para o desenvolvimento e agravamento da sensação de
esgotamento experimentada na dimensão da exaustão emocional ( Carvalho, 2019;
Costa, 2003; ).

À medida que a exaustão se agrava, o indivíduo se percebe cada vez menos


capaz de lidar com as demandas do trabalho e o cinismo tende a eclodir. Ao
acreditar não possuir as habilidades necessárias no trato com colegas e clientes,
passa a adotar uma postura mais distante e indiferente, experimentando a queda da
empatia. Também pode se mostrar irritado e culpar colegas e clientes pelos seus
problemas ( Perniciotti et al., 2020 ).

Assim sendo, a autoeficácia possui um papel decisivo no burnout, servindo


como mediadora e fator de proteção contra o seu desenvolvimento. Além do mais, a
autopercepção de eficácia funciona como motivador para buscar ajuda, engajar em
tratamentos e adotar comportamentos que proporcionem melhor qualidade de vida,
evidenciando sua importância nesses casos ( Costa, 2003 ).

O tratamento clínico do burnout visa não apenas a redução ou erradicação da


síndrome como a prevenção contra um novo adoecimento. Entretanto, por ser fruto
do contato constante de fatores laborais estressores e de um modo de produção
adoecedor, as intervenções clínicas individuais, ainda que eficientes, necessitam
que haja uma mudança organizacional para resultados mais duradouros ( Lima,
2020; Sticca; Albuquerque, 2019 ).

“A opção exclusiva por intervenções individuais, geralmente voltadas para o


manejo de estresse com o foco no desenvolvimento de estratégias de
enfrentamento ou diagnóstico e encaminhamento para serviços de saúde,
mesmo trazendo algum benefício temporário, pode reforçar a concepção
equivocada de que esse é um problema do indivíduo e cabe a ela sua
solução, intensificando seu sentimento de fracasso e isolamento” (Sticca;
Albuquerque, 2019, p.108 ).
26

Por essa razão, no próximo capítulo serão abordadas intervenções


cognitivo-comportamentais de segunda e terceira geração no manejo dos sintomas
da SB com mediação das crenças de autoeficácia, tanto no tratamento clínico
individual quanto na atuação do psicólogo nas organizações.

3. INTERVENÇÕES COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS NA SÍNDROME DE


BURNOUT -SB

Como discutido anteriormente, a autoeficácia é um componente subjetivo


chave para o entendimento da SB. Intervenções que visam a promoção e o
desenvolvimento desse aspecto são imprescindíveis tanto para redução de sintomas
quanto para a adesão ao processo ( Costa, 2003 ).

Vale ressaltar que a abordagem da TCC não consiste apenas na aplicação de


um conjunto de técnicas. O sucesso da intervenção depende também do
conhecimento teórico e de uma escuta refinada para garantir sua aplicação
corretamente e a qualidade do trabalho ( Carvalho, 2019 ).

3.1 INTERVENÇÕES CLÍNICAS INDIVIDUAIS

3.1.1 Psicoeducação

A psicoeducação é uma estratégia cognitiva cada vez mais difundida no


campo da saúde. Pode ser definida como o ensino de conhecimentos relevantes
para o cliente a respeito da sua condição de saúde, os aspectos cognitivos,
emocionais e comportamentais do seu funcionamento. Tem como intuito ensinar aos
pacientes sobre as dificuldades e sobre o tratamento, o que torna ainda mais
27

provável a adesão ao processo e contribui para uma boa relação terapeuta-paciente


( Carvalho; Malagris; Rangé, 2019; Falcão et al., 2021 ).

A aquisição de conhecimento fornece ao paciente uma sensação de maior


controle sobre a situação vivenciada. A intervenção psicoeducativa contribui para a
melhora do bem-estar e para o planejamento de estratégias de enfrentamento ao
empoderar o sujeito diante das problemáticas ( Lopes; Cachioni, 2012; Severian,
2020 ).

Portanto, a psicoeducação ao fortalecer as crenças de eficácia pessoal atua


como ferramenta para o alívio dos sintomas da SB. Indivíduos com boa autoeficácia
são capazes de lidar de forma mais efetiva com emoções aversivas, reduzindo o
nível de estresse ( Severian, 2020 ).

3.1.2 Flexibilização de Pensamentos Automáticos ( PAs )

Os pensamentos automáticos refletem como a pessoa percebe a si mesmo,


os outros e o futuro. Por essa razão, são indispensáveis para compreender a
percepção de eficácia pessoal do indivíduo. Pensamentos de incapacidade
correlacionam-se de forma negativa com a confiança de obter sucesso nas
atividades desempenhadas e, portanto, pessoas com esse padrão de pensamento
costumam exercer esforços frenéticos para alcançá-lo ( Carreto, 2012; Carvalho,
2019 ).

Podem ainda reforçar a ideia de incompetência quando possíveis fracassos


ocorrem, intensificando a dimensão da Redução da Realização Pessoal da
síndrome. O manejo dos PAs visa reduzir a angústia e os prejuízos que causam ao
torná-los mais realistas ( Beck J., 2022; Carvalho, 2019 ).

Carvalho ( 2019 ) sugere alguns passos para o processo de flexibilização de


PAs a partir dos estudos da obra de Judith Beck:
■ Identificar os PAs por meio do Registro de Pensamentos Disfuncionais;
■ Rotular o pensamento evidenciando as distorções cognitivas presentes;
28

■ Questionar os PAs de forma que auxilie a encontrar evidências que se


oponham a eles;
■ Levantar outros pontos básicos de oposição ( como as consequências
de acreditar na distorção );
■ Criar um pensamento flexibilizado que contemple os pontos básicos e
evidências contrárias ao PAs.

Quando os pensamentos se mostrarem verdadeiros é importante que o


terapeuta trabalhe com o foco na solução do problema e na investigação na validade
da conclusão, pois embora seja um fato, as conclusões podem ser inválidas ( Beck
J., 2022 ).

3.1.3 Reestruturação de Crenças Intermediárias e Crenças Centrais


Desadaptativas

Pessoas com baixa percepção de eficácia pessoal podem desenvolver regras


e estratégias rígidas que levam à exaustão. “Em outra perspectiva, indivíduos que
exercem esforços disfuncionais podem, na verdade, estar executando tentativas de
compensar uma crença de incapacidade” ( Carvalho, 2019 p. 37 ).

A primeira proposta a ser desenvolvida junto ao paciente é a flexibilização


dessas regras. A principal intervenção para esse fim é promover a consciência dos
prejuízos ocasionados pelos seus esforços disfuncionais. Também é necessário
auxiliar no aprendizado de novas estratégias para lidar com as falhas, as frustrações
e, sobretudo, com sua própria crença de incapacidade. No que tange às crenças
centrais desadaptativas, é necessário buscar formas de questioná-las a partir do
levantamento de evidências ( Carvalho, 2019 ).

Um exemplo é a chamada “técnica do contraponto”, que auxilia na


reestruturação da crença central através do combate de fatos. Para essa técnica, o
paciente com a ajuda do psicólogo deve ( Carvalho, 2019 ):
I. Buscar argumentos que reforçam a crença negativa;
II. Levantar evidências que refutam o item I;
III. Refutar as evidências do item II;
29

IV. Refutar os argumentos do item III;


V. Criar um cartão de enfrentamento com a seguinte estrutura: os
argumentos dos itens I e III + uma conjunção adversativa ( mas, porém,
entretanto e etc ) + os argumentos levantados nos itens II e IV.

Também é importante desenvolver e potencializar crenças centrais


adaptativas. Isso pode acontecer através da identificação de dados positivos sobre
si, analisando seus significados e vantagens, e o levantamento de evidências
favoráveis à crença positiva ( J. Beck, 2022 ).

3.1.4 Treinamento em Habilidades Sociais

Pessoas com repertórios mais elaborados de habilidades sociais ( HS )


possuem maior percepção de autoeficácia ao lidar com demandas do cotidiano. Os
profissionais com déficits nesse quesito costumam apresentar insatisfação com suas
relações interpessoais e com clientes. Portanto, as HS funcionam como um fator de
proteção contra o burnout, estando relacionadas principalmente com a dimensão do
cinismo ( Carvalho, 2019; Miranda; Soares, 2014; Miyazaki et al., 2019 ).

“Da mesma forma, deficiências nas habilidades sociais empáticas podem


gerar problemas nas relações pessoais e profissionais, uma vez que o
distanciamento da dor do outro, que se apresenta muitas vezes com o
formato de autoproteção, pode ser interpretada como descaso” ( Miranda;
Soares, 2014 p. 3 ).

As relações de trabalho exigem um comportamento socialmente funcional,


sendo a comunicação uma importante fonte de atrito e estresse nesse contexto. O
treinamento em assertividade permite desenvolver a capacidade de lidar com pares
e clientes difíceis de forma mais funcional, evitando maiores desgastes e
sobrecarga. Outras habilidades necessárias no campo laboral envolvem fazer e
responder perguntas, dar e pedir feedback, elogiar e criticar colegas, coordenação
de grupos e falar em público ( Carvalho, 2019; Del Prette; Del Prette, 2006; Miyazaki
et al., 2019 ).
30

Vale ressaltar que o treinamento em habilidades sociais deve incluir a


psicoeducação do tema trabalhado, orientações para resolução de problemas,
role-play com as situações-problema, técnicas de relaxamento e a reestruturação
cognitiva ( Caballo, 2003; Carvalho, 2019 ).

3.1.5 Regulação Emocional

Durante o quadro de burnout, o sujeito experimenta sentimentos aversivos


como ansiedade e tristeza intensas. Como discutido anteriormente, a maior
percepção de eficácia pessoal prediz uma melhor forma de lidar com sentimentos
negativos, por esse motivo intervenções que desenvolvam a noção de controle
sobre as próprias emoções aparecem como medida de abrandamento dos sintomas
da síndrome ( Costa, 2006; Rodriguez; Carlotto; Câmara, 2017 ).

Enquanto a intensificação excessiva das emoções resulta em um sentimento


de sobrecarga e dificuldade de tolerar mais emoções parecidas, a desativação
excessiva pode incluir experiências dissociativas e o entorpecimento emocional (
Leahy; Tirch; Napolitano, 2013 ).

Por se tratar de um subtipo crônico de estresse, técnicas de regulação


emocional que visam a redução desse aspecto são recomendadas em casos de SB
( Rodriguez; Carlotto; Câmara, 2017 ). A programação de atividades prazerosas, por
exemplo, propõe uma maior exposição a situações positivas fora do ambiente de
trabalho a fim de amortecer o impacto das experiências negativas vivenciadas. O
melhor gerenciamento do tempo também contribui para a realização dessas
atividades ( Leahy; Tirch; Napolitano, 2013 ).

Já as técnicas de relaxamento muscular e respiração visam reduzir o nível de


tensão corporal e sintomas físicos que acompanham o estresse psicológico. O
terapeuta deve instruir que esses exercícios são habilidades adquiridas com a
prática e devem ser exercitadas diariamente ( Beck J., 2022; Leahy; Tirch;
Napolitano, 2013 ).
31

3.1.6 Mindfulness

O mindfulness pode ser considerado uma atitude de atenção plena somada a


uma percepção ampliada. É uma ferramenta de educação da mente capaz de gerar
mudanças comportamentais e cognitivas na direção do bem estar. O
desenvolvimento do mindfulness pode conduzir o indivíduo a menos estresse e
reatividade, equilíbrio emocional, tomada de decisões mais saudáveis e aumento na
crença de eficácia pessoal ( Azevedo; Menezes, 2020; Malagris; Hirata; Borba, 2019
).

Especificamente na síndrome de burnout, intervenções baseadas na atenção


plena mostram-se bastante eficazes. Estudos que comprovaram sua eficácia em
diferentes grupos de trabalhadores demonstraram ainda um impacto positivo sobre
todas as dimensões do burnout e na regulação das emoções ( Malagris; Hirata;
Borba, 2019 ).

De maneira geral, protocolos em mindfulness que visam a redução do


estresse são compostos por práticas formais e informais, cujos alvos são vivenciar
plenamente o momento, sem julgamentos e sem querer mudá-lo. As práticas formais
são aquelas que o indivíduo interrompe o que está fazendo e intencionalmente se
coloca em uma postura de meditação mindfulness. Essas práticas incluem
exercícios de respiração, alongamentos e relaxamento ( Germer, 2016;
Vandenberghe; Sousa, 2006 )

Já as práticas informais referem-se à aplicação das habilidades mindfulness


na vida diária, com a atenção plena para o evento que está ocorrendo. Assim, a
escolha com consciência do foco da atenção auxilia no movimento de manter a
mente no presente e no que de fato é significativo (Germer, 2016; Vandenberghe;
Sousa, 2006 ).

Para favorecer o desenvolvimento do mindfulness é interessante aliar essa


prática com outras técnicas da TCC, que devem ser escolhidas de forma pertinente.
Um bom exemplo é o uso de um Registro de Pensamentos para auxiliar na
32

percepção dos pensamentos e sensações, favorecer a reflexão e reconhecimento


das escolhas conscientes ( Malagris; Hirata; Borba, 2019 ).

3.1.7 Aceitação e Compromisso

Os sintomas da SB podem ser compreendidos como resultados de tentativas


frustradas e persistentes de fugir dos impactos negativos do trabalho, levando a uma
rigidez cognitiva e falta de efetividade comportamental que resultam em custos
indesejáveis para o indivíduo. Esse movimento é chamado na Terapia de Aceitação
e Compromisso ( ACT ) de esquiva experiencial ( Georgescu; Hayes, 2019; Monteiro
et al., 2015 ).

“A esquiva experiencial prevalece quando nós tomamos pensamentos sobre


o mundo como substitutos literais do próprio mundo ( ou fusão cognitiva,
como compreendido pela ACT ) pois isso leva a uma postura de resolução
de problemas em que as pessoas tentam evitar ou escapar de experiências
de forma muito similar a como as pessoas tentam fugir de condições
externas aversivas.” ( Georgescu; Hayes, 2019 p. 273 ).

As intervenções em ACT na síndrome de burnout visam desenvolver a


flexibilidade psicológica como forma de redução do estresse. Esse desenvolvimento
é feito através de seis processos: self-como-contexto, foco no momento presente,
aceitação, desfusão de pensamento, valores e ação comprometida. É importante
ressaltar que a “aceitação” não deve ser compreendida como uma aceitação
passiva, e sim, como uma abertura emocional com uma postura acolhedora para a
experiência ( Dillenburg et al., 2021; Georgescu; Hayes, 2019 ).

Tais processos permitem que as experiências sejam abordadas de outra


perspectiva e com curiosidade, facilitando o engajamento em comportamentos mais
flexíveis ( Dillenburg et al., 2021; Georgescu; Hayes, 2019 ). Graças à diminuição
dos esforços para controlar a situação e a flexibilidade psicológica, o sujeito ao invés
de evitar os eventos indesejáveis se percebe mais capaz em lidar com eles. Esse
movimento ameniza os sintomas decorrentes da síndrome ( Georgescu; Hayes,
2019; Monteiro et al., 2015 ).
33

3.1.8 Autocompaixão

A Terapia Focada na Compaixão foi inicialmente desenvolvida para pessoas


com alto nível de autocriticismo e com dificuldades em ser gentis consigo mesmas.
"Quando nos sentimos inadequados, nosso autoconceito é ameaçado, e então
atacamos o problema – nós mesmos" ( Neff; Germer, 2019 p. 43 ).

"Segundo Paul Gilbert, que criou a terapia focada na compaixão (TFC),


quando criticamos a nós mesmos estamos acessando o sistema corporal de
ameaça-defesa (algumas vezes referido como nosso cérebro reptiliano).
Entre as muitas formas como podemos reagir ao perigo percebido, o
sistema de ameaça-defesa é o mais rápido e o mais facilmente
desencadeado. Isso significa que a autocrítica é geralmente nossa primeira
reação quando as coisas dão errado." ( Neff; Germer, 2019 p. 43 )

A autocompaixão é o oposto desse tipo de postura: pode ser definida como


uma prática de cuidado e de compreensão para si próprio, com uma avaliação
menos negativa e severa dos seus erros e inadequações ( Maciel; Maffissoni;
Sousa, 2022; Neff; Germer, 2019 ).

Ela é composta por três elementos. O primeiro é a autobondade, que permite


uma maior cordialidade e aceitação dos erros ao invés da repreensão. Já a
humanidade compartilhada é o reconhecimento da condição falha do ser humano,
em que todos cometem erros e experimentam dificuldades. Por fim, o mindfulness,
componente essencial de introspecção e da atenção ao presente com foco no que é
significativo ( Neff; Germer, 2019 ).

A percepção de fracasso é um dos fatores que diminui a crença de


autoeficácia, sendo esse o ponto principal da relação entre os constructos. Pessoas
mais autocompassivas costumam perceber suas falhas como algo natural e não
como um sinal de incapacidade, por isso, adotam uma postura autodirigida mais
gentil e acolhedora ( Silva; Ferreira; Neufeld, 2020; Souza; Hutz, 2016 ).
34

Portanto, ao desenvolver a autocompaixão, a TFC promove um melhor senso


de autoeficácia ( Silva; Ferreira; Nelfeud, 2020; Souza; Hutz, 2016 ). Ademais, a
mudança de perspectiva reduz a autocrítica, desativando o sistema de
ameaça-defesa e diminuindo os sintomas do estresse ( Neff; Germer, 2019 ).

3.2 INTERVENÇÕES NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL

O psicólogo que atua nas organizações é responsável não somente pelo


recrutamento e seleção como também pelo desenvolvimento de empresas mais
humanizadas. “Os problemas organizacionais demandam a presença do psicólogo
que saiba lançar mão dos conhecimentos acumulados pela Psicologia em um
con­texto social complexo e interdisciplinar” ( Zanelli, 2002, p.16 ).

O burnout ocorre normalmente em ambientes de trabalho onde o nível de


motivação geral é baixo. A sobrecarga de trabalho, falta de reconhecimento, baixa
autonomia e suporte, problemas de comunicação e relacionamento são alguns dos
fatores que contribuem para a intensificação do sentimento de incapacidade de lidar
com as demandas e de que algo possa mudar esse quadro ( Georgescu; Hayes,
2019; Sticca; Albuquerque, 2019 ).

A primeira etapa para o planejamento da intervenção organizacional é fazer


um mapeamento da instituição. Quais seus pontos de risco e fatores de proteção, o
conteúdo das demandas dos trabalhadores e quais obstáculos podem surgir para a
implementação de programas de intervenção. A partir desse levantamento é
possível planejar ações de promoção de saúde mental e de melhorias no trabalho (
Lima, 2020; Sticca; Albuquerque, 2019 )

É importante que esses dados sejam compartilhados com a gerência e com


os próprios trabalhadores com o intuito de estabelecer uma relação de confiança
entre o psicólogo, a organização e os funcionários, além de receber o feedback para
a implementação de soluções a níveis de pessoal e organizacionais ( Lima, 2020;
Sticca; Albuquerque, 2019 ).
35

Entretanto, alguns participantes podem se mostrar preocupados sobre terem


suas demandas expostas por medo de represálias. Por isso, uma opção é pedir para
que eles mesmos definam quais aspectos preferem que se mantenham em sigilo e
quais podem ser publicados ( Georgescu; Hayes, 2019 ).

Palestras, workshops e eventos temáticos são boas opções para devolver o


senso de eficiência e para o empoderamento dos trabalhadores. Essas ações
podem estar ligadas à saúde mental e relacionadas aos direitos do trabalhador e à
atividade exercida. Colaboram também para a criação de novas estratégias de
enfrentamento por parte dos trabalhadores ( Sticca; Albuquerque, 2019; Zanelli et
al., 2010 )

Programas relacionados à prática de mindfulness no ambiente de trabalho


ajudam na regulação das emoções e do estresse ao promover a autoeficácia. Ter o
estado de consciência “mindful” facilita a tomada de decisões a partir de uma
perspectiva mais aberta, processando informações de forma mais flexível e
favorecendo resultados mais positivos. Serve ainda para reconectar o trabalhador
com seus valores e com aspectos significativos da sua função ( Georgescu; Hayes,
2019; Markus; Lisboa, 2015 ).

"Atividades e intervenções que utilizam da técnica de Mindfulness


mostram-se eficazes, sendo uma opção para pessoas que buscam ajuda
para lidar com seu estresse e esgotamento desenvolvidos a partir de suas
atividades laborais. A aplicação de técnicas de respiração diafragmática,
individual ou em grupo é uma das estratégias para o manejo do estresse, de
acordo com Marques e Delfino (2016)." ( Resplandes et al.; 2022 p. 83 )

O treinamento em habilidades sociais profissionais são importantes,


principalmente para aqueles que ocupam cargos de liderança. Capacitar pessoas
para lidarem com situações complexas e com a pressão colabora para a diminuição
dos sentimentos aversivos causados por elas. Contribui também para melhora nos
feedbacks, elogios e realizar críticas mais assertivas, reduzindo o nível de frustração
dos pares e da equipe pelo reconhecimento dos seus esforços ( Brito, 2021 ).
36

Por se tratar de uma área multidisciplinar, é importante que esse trabalho seja
combinado com outros profissionais como médicos, fisioterapeutas, educadores
físicos, nutricionistas e pedagogos. A ginástica laboral, melhor qualidade de sono e
alimentação e acompanhamento da saúde física estão relacionados positivamente à
diminuição nos níveis de estresse no trabalho ( Lima, 2020 ).

Enquanto intervenções direcionadas à instituição, o psicólogo pode sugerir


modificações na cultura organizacional a partir da diagnose realizada. Políticas de
reconhecimento de performance, flexibilização de regras muito rígidas, diminuição
da sobrecarga e fortalecimento da presença da Psicologia na instituição são
algumas possibilidades de atuação com objetivo de melhorar o clima organizacional
e redução do impacto do modo de produção capitalista ( Georgescu; Hayes, 2019;
Sticca; Albuquerque, 2019; Zanelli et al., 2010 ).

4. Considerações Finais

O modelo econômico contemporâneo visa principalmente o lucro,


desumanizando o trabalhador que é cada vez mais exigido e menos reconhecido. A
Síndrome de Burnout é uma resposta a esse sistema adoecedor, uma patologia
multidimensional resultante do estresse laboral. Apesar de se tratar de um problema
social, a autopercepção de eficácia se destaca como fator subjetivo na síndrome por
influenciar todas suas dimensões, podendo contribuir no agravamento do quadro se
negativa ou funcionando como fator de proteção se positiva.

Poucos profissionais são capazes de fazer o diagnóstico correto da síndrome


e ao assumir que todo tipo de estresse pode constituir um burnout, favorecem a
banalização do termo e da condição. Por outro lado, a falta de conhecimento
contribui para a subnotificação de casos reais e impede que o trabalhador tenha
acesso aos seus direitos e ao tratamento correto.
37

Há muito a ser produzido cientificamente acerca do burnout na Psicologia.


Apesar da popularização do termo, ainda é difícil encontrar produções teóricas que
tratam do tema a partir do viés científico, e principalmente são escassos os estudos
que trazem propostas de intervenções para esses casos pautadas em pesquisas e
resultados.

A Terapia Cognitivo-Comportamental propõe diversas possibilidades


baseadas em evidências no manejo do burnout através de constructos já bem
estabelecidos, como a teoria da autoeficácia. Seja na clínica individual ou no
trabalho dentro das organizações, a postura colaborativa do terapeuta
cognitivo-comportamental facilita que essas intervenções sejam construídas com a
participação ativa do paciente e/ou dos trabalhadores, o que aumenta as chances de
sucesso do trabalho terapêutico.

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