Projeto Ambiental
Projeto Ambiental
ABATEDOURO DE FRANGOS
ASSOC. DOS AGRICULTORES FAMILIARES DO ASSENTAMENTO
VALE DO SANTA TEREZA-PA-ARLINDO
1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3
2 – DADOS DO EMPRENDEDOR ............................................................................................ 5
3 – DADOS DO RESPONSÁVEL TÉCNICO/EQUIPE TÉCNICA PELO PROJETO .............. 5
4 – CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................. 5
4.1– LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................. 5
4.2– LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................. 5
4.3– DATA DE INÍCIO DAS ATIVIDADES ......................................................................... 6
4.4– ORIGEM DO EMPREENDIMENTO............................................................................. 6
5.0– PROCESSO INDUSTRIAL ................................................................................................ 6
5.1– MATÉRIAS PRIMAS.................................................................................................... 6
6.0– EMISSÕES ....................................................................................................................... 19
6.1– RESÍDUOS SÓLIDOS ............................................................................................... 19
6.2– EMISSÕES ATMOSFÉRICAS .................................................................................. 22
7.0– RUÍDOS E VIBRAÇÕES.................................................................................................. 24
8.0– FONTES DE ABASTECIMENTO .................................................................................... 24
8.2– RELACIONAR TODOS OS USOS DAS ÁGUAS ..................................................... 24
9.0– EFLUENTES LIQUIDOS.................................................................................................. 24
9.1– INFORMAÇÕES SOBRE OS EFLUENTES LÍQUIDOS E ÁGUAS PLUVIAIS ....... 24
9.2– MEMORIA DE CÁLCULO ......................................................................................... 27
10– REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 35
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1.0 - INTRODUÇÃO
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3) A biota;
4) As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
5) A qualidade dos recursos ambientais;
Os impactos ambientais causados na produção de frango:
Este trabalho tem como objetivo verificar os possíveis impactos ambientais
que podem ser causados na operação de um abatedouro de frangos, o qual será
administrado pela Assoc. dos Agricultores Familiares do Assentamento Vale do
Santa Tereza-PA-Arlindo.
Com isso será requerido o licenciamento ambiental da atividade, onde
receberá o enquadramento das resoluções do CONAMA e COEMA-TO.
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2. DADOS DO EMPREENDEDOR
• Nome do proprietário: Assoc. dos Agricultores Familiares do Assentamento Vale
do Santa Tereza-PA-Arlindo
• CNPJ: 04.764.978/0001-80
• Telefone/Fax: (63)99959-1960
• Endereço completo para correspondências: Assentamento Vale do Santa
Tereza-PA-Arlindo, BR 153 Km 611 Lts 11,12,31E 40 Gleba 02, Crixás do Tocantins-
TO
• E-mail: [email protected]
4 . CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
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4.3 - Data de início das atividades
As atividades serão iniciadas após a conclusão das obras e emissão da
Licença de Operação.
5. PROCESSO INDUSTRIAL:
5.1 - Matéria(s)–Prima(s)
As matérias primas são os próprios animais para o abate, chegando-se até
150 animais/dia na sua capacidade máxima. O tamanho e o peso poderão
diversificar, pois são adquiridos animais de vários padrões e raças. Os animais são
transportados até o abatedouro em caminhões gaiolas apropriados, dali após mortos
já em carcaça, os mesmos serão transportados em caminhão de frio apropriado para
este fim.
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• Recepção e Área de Espera
Posteriormente ao processo de apanha e carregamento das aves nas granjas
(pequenos criadores da região) e que geralmente será realizado de forma
terceirizada pelo matadouro, os frangos seguem para o transporte até a
agroindústria. Recomenda-se que as aves destinadas ao abate devem ser oriundas
de criadores situados em cidades próximas da unidade agroindustrial, visando
menor estresse ambiental e maior bem-estar.
Assim que ingressam no frigorífico, os caminhões (ou utilitários) são pesados
e direcionados a área de espera, onde devem permanecer por um período de uma
até duas horas para se recuperarem do período de transporte (LUDTKE et al.,
2015).
Na área de espera, ocorre o monitoramento da ambiência e do bem estar
das aves através de observações dos sinais de estresse térmico das aves, e deve
ter um termohigrômetro digital para monitoramento da temperatura e a umidade
relativa do ar. Essas aferições contribuem positivamente para monitorar o conforto
térmico das aves.
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• Identificar lotes que necessitem redução da velocidade normal de abate,
para inspeção mais minuciosa
• Identificar lotes que tenham sido tratados com antibióticos, através do
Boletim Sanitário, para efeito de sequestro, caso seja necessária análise da
presença de resíduos de antibióticos na carne (BRASIL, 1998)
Nota-se que o exame ante mortem permite uma visão ampla do estado de
saúde de todo lote, com intuito de evitar o abate em conjunto de aves que tenham
sido acometidas por doenças que justifiquem o abate em separado ou de
emergência, como também evitar possíveis irregularidades e contaminações ao
longo do processo produtivo. Nesse viés, a inspeção ante mortem consiste de uma
avaliação documental e clínica do lote.
Dentre os documentos avaliados, destacam-se três: o informativo de abate,
boletim sanitário e a guia de trânsito animal (GTA). O informativo de abate deve ser
entregue geralmente com 72 horas de antecedência ao serviço de inspeção visando
o agendamento de abate e planejamento da agroindústria. A GTA é um documento
obrigatório para movimentação de aves destinadas ao abate. O ideal é que seja
apresentada também com 72 horas de antecedência. É possível identificar nela a
origem, o destino, a espécie, a categoria, o número de aves transportadas, a data da
emissão e a validade da mesma, a finalidade do transporte, observações para dados
complementares, entre outras informações. Por fim, o boletim sanitário, deve ser
entregue em até 48 horas antes o dia do abate, pois é o documento que permite
conhecer o lote, a partir do fornecimento de dados da procedência das aves, número
de aves (inicial e final), doenças detectadas no lote, tratamentos e duração do
tratamentos, verificação se houve atendimento ao período de carência, a data da
suspensão da ração com medicamentos, a porcentagem de mortalidade das aves
(deve ser menor que 10%) e a data e a hora da retirada da alimentação nos aviários
(BRASIL, 1998).
Neste sentido, as aves devem chegar ao abatedouro com restrição alimentar
de seis a oito horas no mínimo, para reduzir os riscos de contaminação com
conteúdo do trato gastrointestinal durante o abate. No entanto, esse período não
deve ultrapassar o total de 12 horas de jejum (BRASIL, 2021), pois pode resultar em
perda de peso vivo, prejuízos ao bem estar animal, multiplicação de
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microrganismos como a Salmonella spp. e ocasiona fragilidade das alças que
culmina com ruptura intestinal durante a Fluxograma de abate e inspeção de frangos
de corte 13 evisceração, originando contaminação da carcaça e perda da qualidade
da carne (RODRIGUES et al., 2016).
Essa avaliação clínica é atribuição exclusiva do médico veterinário do serviço
oficial de inspeção, sendo realizada junto da plataforma de recepção. O número de
aves examinadas no ante mortem é referente aos dados documentais, visto que
quando não exista suspeita clínica relacionada a documentação sanitária, deve-se
examinar no mínimo dois animais por caixa de transporte em no mínimo duas caixas
da primeira carga de cada lote (BRASIL, 1998). Entretanto, caso ocorra alta
mortalidade na granja, acima de 10% do lote, deve-se examinar no mínimo 1% das
caixas, obrigatoriamente da primeira carga do lote. Em cada caixa de transporte,
consta a quantidade de em média seis a nove aves por caixa, dependendo do peso
médio do lote, o qual determina a densidade de aves por caixa.
Nos frangos, verifica-se ainda a presença de lesões macroscopicamente
visíveis, analisa-se a coloração, forma e aspecto da crista, barbela, narinas, boca e
olhos. Também, examina-se sinais de palidez, congestão, cianose, edema ou a
presença de crostas na crista e barbela. Realiza-se palpação do papo para verificar
a presença de alimentos e repleção do trato gastrointestinal, avalia-se desidratação,
presença de lesões cutâneas, sujidades, sangramento e penas aderidas na região
da cloaca, como também o formato das articulações e ossos e alterações
respiratórias como tosse e espirro. Por fim, observa-se as aves em movimento, na
qual, deve-se dar maior atenção para os sinais neurológicos, tais como:
incoordenação motora, paralisias, torcicolo, tremores e desequilíbrio. Por tudo isso,
o abate do lote só será liberado após avaliação clínica e documental.
É valido ressaltar que os lotes nos quais forem detectadas aves com suspeita
ou, comprovadamente, portadoras de doenças que justifiquem o abate em separado,
estas deverão ser abatidos no final do abate normal, tendo cuidados especiais
(Matança de Emergência Mediata). No momento que existir a necessidade da
realização da Matança de Emergência Imediata (a qualquer momento), esta deverá
cumprir todos os cuidados higiênicos e sanitários estabelecidos e ao final deverá
ocorrer uma higienização completa do estabelecimento, desinfecção geral das
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instalações, equipamentos e utensílios, tal como renovação total da água das
escaldadeiras e do sistema de refrigeração (BRASIL, 1998). Os lotes que
apresentarem comprovação de zoonoses, tal como Salmonelose, podem ser
abatidos ao final do abate de forma mediata por autorização do Médico Veterinário
do serviço de inspeção (BRASIL, 1998).
Segundo Martins et al. (2015), as doenças de notificação obrigatória de maior
importância na avicultura para o comércio internacional são a Influenza Aviária e a
Doença de Newcastle, dessa forma ressalta-se sua importância no setor avícola. Por
isso, se porventura, houver diagnóstico de doenças de notificação obrigatória deve-
se paralisar o abate, informar o serviço de defesa sanitária animal e aguardar sua
chegada para que sejam tomadas providências relacionadas ao diagnóstico e
controle das mesmas.
• Pendura
As aves após passarem pelo tempo de descanso e exame ante mortem são
direcionadas para a área de descarregamento, onde irá ocorrer a pendura das
mesmas em ganchos das nóreas. As caixas são descarregadas e seguem em
esteiras automáticas até a área de pendura. Nesse momento, os colaboradores são
alertados a realizar em todos os lotes uma verificação visual dos animais, a fim de
identificar a presença de aves mortas, que apresentam alguma enfermidade e/ou
estão abaixo do peso ideal, sendo essas direcionadas para o abate emergencial ao
final da pendura de cada caminhão e/ou utilitário, quando ocorre também a
contagem das aves mortas no transporte.
A sala de pendura deve localizar-se em uma plataforma coberta, protegida de
sol e chuva e apresentar iluminação controlada, ou seja, com intensidade de luz
reduzida preferencialmente de coloração azul, objetivando deixar as aves mais
tranquilas e calmas visando o bem-estar animal, visto que as aves têm a capacidade
visual diminuída nessa condição. Essa etapa caracteriza-se em retirar a ave da
caixa e pendurá-la pela articulação metatarsofalangeana, isto é, pelos pés, no
gancho da nórea.
A velocidade de aves abatidas a cada hora varia de dias e das
disponibilidades dos fornecedores, mas o empreendimento tem a capacidade de até
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1.000 aves por dia. Contudo poderá ser reduzida na presença de alguma condição
patológica dos lotes ou irregularidade nas etapas de abate.
A pendura é considerada uma das etapas mais críticas e estressantes de todo
fluxograma de produção, visto que as aves estão de ponta-cabeça em um ambiente
estranho, e a compressão dos membros pélvicos na região de contato com os
ganchos pode desencadear a ocorrência de possíveis lesões hemorrágicas. Ainda,
essas lesões também podem ocorrer nas asas causadas pelo debatimento das aves
em um comportamento natural de fuga (LUDTKE et al., 2015). Neste contexto, é de
extrema importância o constante treinamento dos colaboradores, pensando no
manejo adequado com as aves e garantia de bem-estar em todo processo.
Após a pendura, as caixas devem ser higienizadas em local apropriado. Não
sendo permitido a passagem de aves dentro das caixas para a máquina
higienizadora. Por isso, o primeiro funcionário da linha de pendura é responsável por
abrir manualmente as caixas, enquanto os demais penduram as aves nos ganchos
pelos pés com o dorso voltado para eles, e o último funcionário certifica-se que não
permaneceu nenhuma ave dentro das caixas antes destas seguirem para a
lavagem.
Posteriormente a pendura, as caixas esvaziadas são direcionadas para a área
de lavagem e desinfecção de caixas, pelo fato de apresentarem riscos de
contaminação. A higienização é de forma contínua com água renovável em
temperatura de no mínimo 85ºC seguida de pulverização ou imersão em solução
desinfetante. Além disto, os caminhões também são encaminhados para área de
lavagem e desinfecção, tendo em vista a garantia de condições sanitárias e de
biosseguridade para transportar os próximos lotes de aves.
Na presença de lotes positivos para Salmonella spp., os mesmos são
programados com período de antecedência para serem os últimos abatidos no dia,
já que representam risco a saúde pública. Nesse viés, lotes de aves positivas para
Salmonella spp., recebem manejo especial, respeitando a Portaria ADAPEC Nº 387
DE 08/10/2013, Art. 6º para fins desta portaria, entende-se:
I - Aves de produção: quaisquer espécies de aves destinadas à produção de
carne e ovos para consumo ou ovos férteis e aves vivas que possam ser destinadas
ao consumo humano;
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II - Sacrifício sanitário: finalidade de uso exclusivo do serviço veterinário
oficial, com o objetivo de saneamento de estabelecimentos após confirmação da
ocorrência de doença, que consiste no abate dos animais com aproveitamento
condicional das carcaças e vísceras, em estabelecimento de abate sob inspeção
oficial previamente autorizado; e
III - destruição: finalidade de uso exclusivo do serviço veterinário oficial, com o
objetivo de saneamento de estabelecimentos após confirmação da ocorrência de
doença, que consiste no abate dos animais seguido da destruição das carcaças e
ovos, em local indicado pelo serviço veterinário oficial.
• Insensibilização
A insensibilização é o processo que proporciona uma rápida insensibilidade e
inconsciência nas aves, mantendo algumas funções vitais até a sangria (BRASIL,
2000b). Existem dois métodos autorizados para o processo de insensibilização em
aves: elétrico e controle de atmosfera. O método elétrico, por meio da eletronarcose
é o mais utilizado nas agroindústrias brasileiras, devendo o empreendimento em
estudo adotar esta medida.
A profundidade e a duração da inconsciência dependem diretamente da
quantidade de corrente elétrica e frequência exercidas sobre as aves no momento
da imersão. Esse processo não deve promover, em nenhuma hipótese, a morte das
aves e deve ser seguida da sangria em um tempo de no máximo 12 segundos após
o choque (BRASIL, 1998).
Segundo Ludtke et al. (2015), as características de uma ave insensibilizada
de forma adequada são: pescoço relaxado, asas fechadas ao corpo, tremor
involuntário constante no corpo e asas, olhos vidrados, bico aberto, pernas
estendidas, ausência de respiração rítmica, movimentos descoordenados das
pernas e asas e ausência de reflexos oculares e da terceira pálpebra na saída da
cuba.
• Sangria
A sangria caracteriza-se pelo corte dos grandes vasos do pescoço (veias
jugulares e artérias carótidas), além da traqueia e esôfago. No entanto, sem cortar
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completamente a cabeça (Figura 8). Pode ser realizada de forma manual ou
mecânica. Quando for realizada de forma mecânica, geralmente há um funcionário
responsável pelo repasse manual para verificar se porventura alguma ave não foi
corretamente sangrada.
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aconteça adequadamente. Ao final desse processo ingressam para a sala de
escaldagem e depenagem.
• Escaldagem
O processo de escaldagem compreende a imersão das aves em tanques de
aço inox com água aquecida, objetivando facilitar a remoção das penas através da
dilatação do bulbo da pena e ainda fazer uma lavagem externa prévia das aves para
remover impurezas da superfície da carcaça. O tanque deve possuir sistema de
controle de temperatura e renovação contínua de água, de modo que a cada turno
de trabalho, seja renovado o equivalente ao seu volume total (BRASIL, 1998).
As aves normalmente passam por uma pré-escaldagem com temperatura
média de 53ºC antes de serem encaminhadas para a escaldagem, com temperatura
entre 57ºC à 63ºC e duração de aproximadamente 90 segundos. A temperatura e o
tempo de imersão são totalmente dependentes da velocidade da nórea e do peso
médio do lote, visto que quanto mais rápida a velocidade da nórea, maior deve ser a
temperatura (dentro dos padrões estabelecidos) e vice-versa.
Com isso, é evidente a extrema importância de realizar o monitoramento da
temperatura da água e tempo de imersão das aves, pois parâmetros acima do
estabelecido podem resultar na escaldagem excessiva, considerada uma tecnopatia
de abate que causa o cozimento da pele e de músculos, ocasionando até mesmo a
condenação total da carcaça pelo serviço de inspeção.
• Depenagem
As aves passam por depenadeiras que apresentam discos giratórios com
hastes de borracha em movimento circular que eliminam (arrancam) as penas das
carcaças, visando retirá-las sem lesionar a pele (BRASIL, 1998). Ao final do
processo de depenagem, existem funcionários posicionados estrategicamente para
a retirada manual de possíveis penas remanescentes.
Após a depenagem, as carcaças seguem nos ganchos da nórea para um
equipamento que irá seccionar as cabeças. Os pés também são seccionados e
seguem para mais dois processos, chiller de escaldagem e depilador de pés. O
chiller de escaldagem, que apresenta temperatura média de 55ºC, tem por objetivo
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amolecer a cutícula amarela presente nos pés das aves e facilitar a remoção da
mesma no depilador. Após esse processo, os pés passam pelo depilador que tem
como função remover toda a cutícula amarela dos pés
Na sequência os pés normalmente são classificados em tipos A ou B, visando
que somente pés que atendam o padrão de mercado sejam embalados. Os pés tipo
A, obrigatoriamente devem possuir peso unitário de 40 gramas ou mais, não toleram
nenhuma alteração e é inaceitável qualquer tipo de fratura. Entretanto, os pés tipo B
não precisam atender a nenhum padrão de peso unitário e podem apresentar
fratura, desde que não seja fratura exposta, além de ser permitido corte errôneo na
articulação, pequenos hematomas, coloração amarelada, pigmentação e calos
vermelhos. Nesse sentido, somente são inaceitáveis fraturas expostas, calos pretos,
presença de cutícula, pele rasgada, faltando partes e hematomas maiores.
Na sequência após classificados, os pés são encaminhados para os chiller’s,
sendo que, os pés do tipo A são direcionados para um e os do tipo B para outro,
permanecendo por 30 minutos no sistema em temperatura de 2 à 3°C para serem
resfriados. Depois disso, são pesados, embalados e encaminhados para
resfriamento ou congelamento.
Após a depenagem e secção dos pés, as carcaças são transferidas para
outra nórea (de forma manual ou automática), na qual é verificado se estão
corretamente penduradas e se há presença de pés, cabeças e penas. As aves por
fim, passam por um chuveiro para lavagem da superfície corporal, objetivando a
retirada de sangue e penas antes de ingressarem para sala de evisceração
(BRASIL, 1998).
• Pré-inspeção
Os abatedouros de aves devem possuir em sua instalação um ponto de pré-
inspeção sempre que é feita a remoção de pés e/ou cabeças na área de
escaldagem e depenagem (BRASIL, 1998). A pré-inspeção é realizada por auxiliares
de forma visual e somente condenações totais são realizadas. Essa tem por
finalidade avaliar a carcaça diante da presença de lesões ou alterações oriundas de
erros no procedimento de abate ou de doenças infectocontagiosas.
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Como exemplo, qualquer ave que apresentar aspecto repugnante, caquexia,
escaldagem excessiva, ascite, artrite e má sangria pode ser condenada neste
momento (BRASIL, 1998).
Ressalta-se que em casos de artrite, quando for acometida apenas uma
articulação, após identificá-la, o auxiliar retira a perna acometida da nórea para o pé
não ser removido posteriormente no equipamento de corte das patas, sendo
removido somente na inspeção post mortem, que ocorre na área limpa. Por outro
lado, se ambas pernas forem acometidas, a carcaça é separada para evitar a
secção dos pés nas nóreas e logo é rependurada para remoção de ambas as pernas
na inspeção post mortem. Essa remoção da nórea dever ser feita visando evitar
contaminações dos equipamentos.
• Evisceração
Esta é a primeira etapa a ser realizada na “área limpa”. Assim que passam
pelos chuveiros descritos anteriormente, as aves depenadas são direcionadas pelas
nóreas para um equipamento que extrai a cloaca e realiza a abertura da cavidade
celomática. Desse modo, expondo as vísceras que em seguida serão conduzidas
para uma evisceradora mecânica, a qual, apresenta ganchos que tracionam e
extraem em conjunto todas as vísceras, separando as da carcaça. Após essa
etapa, as vísceras e as carcaças seguem em nóreas ou bandejas (vísceras)
diferentes. Para garantir a inter correspondência vísceras e carcaças, estas seguem
paralelamente a sua respectiva carcaça, em direção às linhas de inspeção post-
mortem. Em estabelecimentos de menos porte, essa evisceração pode ser realizada
de forma manual seguida de inspeção.
Após inspecionadas, as vísceras comestíveis são separadas e processadas.
Nos corações é realizada a toalete e retirada do saco pericárdio, seguindo para o
chiller de resfriamento de coração. Na sequência a moela é removida e aberta
eliminado o proventrículo, são encaminhadas até desengorduradores e
posteriormente para remoção da mucosa. Por fim são conduzidas para o chiller de
moelas. As vísceras não comestíveis são destinadas para a graxaria.
As carcaças, após passarem pela inspeção post mortem (discutida na
sequência) passam por um equipamento que corta a sambiquira e em seguida
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realiza a extração de papo e traqueia. Por fim ocorre a remoção de excesso de pele
do pescoço. Após essas etapas, ocorre a verificação da ausência de traqueia e a
revisão final de 100% das carcaças, em busca de contaminação gastrointestinal e/ou
biliar. Terminado o processo de evisceração, as carcaças seguem na nórea para o
pré-chiller (pré-resfriamento) e chiller (resfriamento), onde são desprendidas da
nóreas e lançadas aos tanques de refrigeração repletos de água gelaga (chiller).
Salienta-se que, o pré-resfriamento é opcional.
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a apanha, carregamento, transporte, pendura ou também pode ser ocasionada por
equipamentos e utensílios de abate (OLIVO, 2006). Seja para causas patológicas ou
não patológicas, as carcaças podem ser aproveitadas de forma parcial ou total, de
acordo do grau da lesão e seguindo os critérios de julgamento vigentes. As
alterações encontradas deverão ser imediatamente marcadas em um quadro.
Caso houver condenação parcial, o restante da carcaça aproveitado é
novamente colocado na linha e segue para um chiller de aproveitamentos parciais.
Já as partes e carcaças condenadas, são encaminhadas a graxaria. As
condenações patológicas e não patológicas (tecnopatias) são classificadas em
condenações parciais ou totais, sendo as parciais de maior ocorrência.
Dentre as condenações patológicas, destacam-se artrite, aerossaculite,
celulite, lesão de pele, síndrome ascítica, lesão inflamatória, neoplasia e septicemia.
Por outro lado, entre as condenações não patológicas (tecnopatias), destaca-se
aspecto repugnante, caquexia, contaminação gastrointestinal e biliar, contaminação
não gastrointestinal, lesão traumática, escaldagem excessiva, magreza, falhas
tecnológicas e alterações musculares/hemorragias.
• Sala de cortes
A sala de cortes deverá ter dependência própria, exclusiva e climatizada de
modo que a temperatura ambiente não ultrapasse os 12ºC (BRASIL, 1998). Os
cortes podem serem realizados em cones de desossa, tábuas de corte, em ganchos
ou por equipamentos dependendo dos cortes a serem feitos na indústria, pois a
princípio os frangos serão vendidos em peças inteiras, não havendo desossa dos
mesmos nesta indústria.
• Embalagem e armazenamento
Ao final do processamento nas salas de corte, os produtos são embalados
com uma embalagem primária, ou seja, tem contato primário (direto) com o produto.
Seguidamente, são enviados para embalagem secundária, onde são colocadas nas
mesmas (de papelão ou plástico) e direcionados para câmaras de refrigeração de
até -12°C.
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As duas embalagens devem apresentar o selo do Serviço de Inspeção, bem
como informações como código do produto, lote, data de fabricação, prazo de
validade, sua descrição, entre outras informações que permitam caso necessário a
rastreabilidade do produto.
6. EMISSÕES
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Alguns resíduos sólidos gerados nas operações auxiliares e de utilidades
também precisam ser considerados e adequadamente gerenciados para minimizar
seus possíveis impactos ambientais.
No primeiro requerimento feito ao Naturatins, que foram requeridas as
licenças prévias e de instalação, as quais já venceram sem a instalação da indústria,
foi apresentada uma alternativa de tratamento de resíduos sólidos gerados, onde os
mesmos seriam processados no desintegrador de carcaça, obtendo assim dois tipos
de subprodutos o composto orgânico/adubo ou farinha animal, considerado uma
destinação ambientalmente segura.
No decorrer dos anos, foram analisados a impossibilidade de implantação do
sistema acima, sendo apontado outra forma de tratar os resíduos sólidos da
indústria, que o sistema de compostagem, onde irá ser transformado os resíduos
acima mencionados em adubos orgânicos.
Os resíduos sólidos de abatedouro avícola comercial composto por
fragmentos de vísceras, tecido muscular, adiposo e ósseo, sangue coagulado e
penas. O resíduo será coletado logo após a evisceração e diretamente das caixas
de vísceras, de pena e sangue.
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Ao final de cada turno de produção, todas as áreas de processo e
equipamentos são primeiramente enxaguadas, usando-se água de mangueiras com
baixa pressão e os resíduos de todas as grades ou cestos de drenos são removidos
e dispostos em “containers”. A seguir, aplica-se uma solução diluída de um
detergente apropriado, na forma de espuma, sobre todas as superfícies e
equipamentos;
Após cerca de 20 minutos, as superfícies e equipamentos são enxaguados
com água quente a alta pressão; em algumas empresas, após o enxágüe final, uma
solução bem diluída de um composto sanitizante ou desinfetante é espalhada, como
“spray”, nas superfícies enxaguadas, deixando-se que seque naturalmente sobre
elas.
No abatedouro, os ganchos, bandejas, “containers”, outros utensílios e
equipamentos são limpos e higienizados de forma semelhante.
De forma geral, o nível de limpeza e higienização alcançado depende de uma
combinação de vários fatores, como: tipos e quantidades de agentes de limpeza
utilizados, tempo de ação destes produtos, quantidade e temperatura da água e o
grau de ação mecânica aplicada, seja via pressão da água ou via equipamentos
manuais, como esponjas, escovas, vassouras e rodos. Normalmente, quando a ação
ou a intensidade de um destes componentes é diminuída, a de algum outro deve ser
aumentada para que se atinja um mesmo resultado na limpeza (compensação). No
entanto, a recíproca também pode ser verdadeira: por exemplo, se a pressão da
água é aumentada, sua quantidade pode ser reduzida. Porém, aumento da pressão
da água pode afetar o ambiente de trabalho, pelo aumento de ruído e formação de
aerossóis, que podem eventualmente danificar equipamentos elétricos ou causar
contaminação de produtos.
Assim, sendo desejável a diminuição do consumo de água, cuidados devem
ser tomados para minimizar eventuais conseqüências indesejadas, viabilizando
ações como esta.
Quando se realiza uma revisão dos agentes de limpeza, é comum descobrir
que a mudança ou substituição de algum deles por outro mais apropriado pode
reduzir a quantidade de produtos de limpeza a serem utilizados e, em alguns casos,
até melhorar os padrões atuais de higiene. Outro fato comum é verificar o uso de
21
quantidades de produtos maiores do que as necessárias, principalmente quando as
dosagens destes produtos são manuais. Dosagens automáticas, uma vez reguladas
adequadamente, eliminam o uso adicional ou desperdício destes produtos,
diminuindo seu impacto ambiental potencial e custos com sua aquisição, além de
contribuírem para condições mais seguras de trabalho, pois minimizam o manuseio
e a exposição dos trabalhadores a substâncias perigosas. De qualquer forma,
treinamento e supervisão do pessoal de operação são essenciais. Portanto,
freqüentemente há oportunidades de redução de impacto ambiental dos agentes de
limpeza através de sua seleção, substituição e aplicação adequadas.
Esta quebra dos resíduos é ainda mais acentuada se água quente for
utilizada para transportá-los. Isto certamente aumentará o custo do tratamento dos
efluentes líquidos da unidade industrial.
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Não haverá caldeiras.
O início do abate ocorrerá das 6:00h da manhã até 10:00 horas, porém a
limpeza e destinação dos resíduos para a compostagem será a partir da 11:00h da
manhã até 13:00h, onde encerra o turno de trabalho, iniciando-se somente no
mesmo horário do dia seguinte.
As descargas máximas são das 7:00 horas da manhã até as 9:00 horas da
manhã.
e) Caracterização de efluentes atmosféricos
Não haverá os efluentes atmosféricos.
7. RUÍDOS E VIBRAÇÕES
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Na sala de matança, os ruídos são gerados por movimentação de utensílios
inoxidáveis, mas em baixa intensidade.
8. FONTES DE ABASTECIMENTO
8.2 - Relacionar todos os usos das águas, tais como: consumo doméstico,
caldeiras, processos de fabricação, etc., indicando as respectivas vazões
Os principais usos de água são para:
• Consumo animal e lavagem dos animais;
• Lavagem de carcaças, vísceras e intestinos;
• Movimentação de subprodutos e resíduos;
• Limpeza e esterilização de facas e equipamentos;
• Limpeza de pisos, paredes, equipamentos e bancadas;
9. EFLUENTES LIQUIDOS
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Os esgotos sanitários são na quantidade de aproximadamente 1.000
litros/dia, porém este volume é diluído nos efluentes industriais.
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O sangue deve ter uma atenção especial devido à alta DBO que apresenta
(165.000 mg/l), devendo o mesmo ser coletado para seu reaproveitamento. A DBO
do efluente, quando o sangue e reaproveitado, é de cerca de 1500 mg/l, e quando
não há reaproveitamento esse valor fica em torno de 10.000 mg/l.
A temperatura do despejo apresenta uma pequena variação em torno de
28ºC. Essa temperatura, associada a composição química e biológica do efluente,
favorece a atividade bactericida dos sistemas de tratamento naturais.
- Crivo
Recomenda-se o peneiramento, para eliminação dos sólidos em suspensão
com tamanhos superiores a dois centímetros. Para cumprir essa finalidade foi
projetado o crivo. Uma caixa com fundo falso que faz a função da peneira. O
material aí retido deverá ser encaminhado para a compostagem.
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A limpeza do crivo deverá ser executada diariamente de forma manual com
pá ou ancinho, sendo destinado para a compostagem.
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- Carga orgânica diária: (2,4 m³/dia x 1.500 g/m³) + (0,1 m³/dia x 150 g/m³ = 3.615
g/dia = 3,615 kg/dia
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Efluentes Líquidos - Projeto, Construção e Operação. Esta Norma complementa e
atualiza a NBR 7229/93 que tratou anteriormente do assunto
A NBR 13969/97, em seu prefácio, informa: "As alternativas para tratamento e
disposição dos efluentes dos tanques sépticos foram revistas, ampliadas e
detalhadas, assim como foram inclusas outras alternativas para possibilitar a
adequação da qualidade do efluente para situações as mais diversas e exigentes
possíveis, se for necessária."
Do Filtro Anaeróbio
A NBR 7229/82, preconiza para dimensionamento as seguintes fórmulas:
Volume útil (V)
V=1,60.N.C.T
Onde:
V = volume útil;
N = nº de contribuintes;
C = contribuição de despejo, em l/pessoaxdia;
T = período de detenção, em dias.
Seção Horizontal (S)
S = V/1,80
Onde:
S = área da seção horizontal em m2
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V = volume calculado em m3
Compostagem
Vísceras
As Vísceras são em torno de 16% do peso total do frango
Um frango tem peso médio de 3kg bruto
Serão abatidos 150 frangos/dia x 3kg, daí então são 450kg/dia
16% de 450kg, são 72kg de vísceras por dia
A densidade das vísceras do frango são de 0,904kg/l
Volume 72kg/dia/0,904kg/l = 79,64l/dia ou 0,079m³dia
Penas
As penas são equivalentes a 9% do peso do animal
Um frango tem peso médio de 3kg bruto
Serão abatidos 150 frangos/dia x 3kg, daí então são 450kg/dia
9% de 450kg são 40,50kg de penas/dia
A densidade das penas molhadas no caso em matadouros são de 0,604kg/l
Volume de penas são 40,5kg/dia/0,604kg/l = 63,28l/dia ou 0,063m³/dia
Operação da Compostagem
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A compostagem de resíduos de matadouros de aves é uma tarefa de
execução complexa. Embora o proprietário normalmente gaste normalmente 20
minutos por dia no manejo de uma instalação para um pequeno matadouro, é
necessário seguir criteriosamente a operação de uma compostagem. O manejo
errado do sistema resultará na produção de odores desagradáveis podendo atrair
moscas e outros problemas. A compostagem é destinada ao uso da destinação dos
resíduos de um abatedouro de pequeno porte, quando não há uma destinação mais
adequada, seja por viabilidade ou por falta de recursos financeiros.
O Processo de Compostagem
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6 – Quando a última camada de resíduos do abatedouro (mistura de sangue,
vísceras e penas) for adicionada à caixa, cubra a pilha com uma camada dupla de
esterco seco.
Após a caixa primária Ter sido completada, a temperatura deve ser
monitorada diariamente. Um termômetro com escala até 100 ºC pode ser usado para
esse fim. As temperaturas variam de 60 à 71 ºC em 10 dias após o fechamento da
pilha. Em alguns casos a temperatura pode exceder a 76 ºC. Se a temperatura não
atingir 60 ºC tentar:
1 – usar menos água
2 – usar mais fonte de carbono (palhada)
3 – mudar a fonte de carbono (não use grama ou outro material que previne a
aeração da pilha) A temperatura deve subir até 60 ºC para matar as larvas de
moscas e a maioria das bactérias patogênicas e vírus.
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Fonte: Fonte: Circular ANR-580, Alabama Cooperative Extension Service, Auburn
University, Alabama – USA/EMBRAPA
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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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