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Livro II - Estratégias Metodológicas para Criar Eletivas de Sucesso

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samilamorcelli
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ESTRATÉGIAS

METODOLÓGICAS PARA CRIAR


ELETIVAS DE SUCESSO

LIVRO II

DESIGN
THINKING
FICHA TÉCNICA

Setor Responsável pela Produção da Sala de Aula e do


Conteúdo
Centro de Formação dos Profissionais da Educação - Cefope

Gerentes do Cefope
Bianca Silva Santana (Gepro)
Karoliny Mendes da Costa (Geped)

Conteudista
Bruno Lopes Tomaz
(Técnico Pedagógico do Cefope)
Ívina Langsdorff Santana

Edição e Revisão
Bruno Lopes Tomaz
(Técnico Pedagógico do Cefope)

Vitória/ES
2024
LIVRO II
DESIGN THINKING
2.1. Conceitos
Idealizado por volta dos anos 2000 pelo fundador da IDEO e
também professor da Universidade de Stanford Bill
Moggridge, o Design Thinking (DT) é um “modelo de
pensamento que coloca as pessoas no centro da resolução de
um problema” (Gonsales, 2017, p. 9) e se baseia em três
pilares: empatia, colaboração e experimentação. Na área de
criação e design, significa criar um produto ou um serviço que
vai além da estética e da utilidade, sendo pensado para
atender a um grupo de pessoas e as suas necessidades
(Tonhauser, 2016). Neste sentido, a intenção de colocar o ser
humano no centro da resolução dos problemas é entregar às
pessoas um produto ou um serviço inovador e que agregue
valor, pois este só pode ser considerado inovador se o
usuário perceber de fato que o serviço ou o produto faz
diferença na sua vida.

Porém, o DT, que pode ser traduzido de modo literal como


“forma de pensar dos designers”, tem se popularizado também
para não designers e se mostra uma abordagem útil inclusive
para instituições pouco flexíveis, como as escolas, pois coloca
à disposição de não-designers as ferramentas e a forma de
pensar dos mesmos para resolver problemas, gerando
soluções criativas e inovadoras (Oliveira, Reis e Fleury,
2019).

A abordagem DT conta com cinco passos para resolução de


problemas, quais sejam:

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Descoberta;
Interpretação;
Ideação;
Experimentação e Prototipação;
Análise/Evolução.

A primeira fase, da descoberta, é onde se exercita a empatia,


pois é nesta etapa que o ser humano é colocado no centro da
resolução do problema. Neste sentido, perguntas sobre quem é
o usuário, o que faz e quais são suas dores e necessidades, além
do que pensa e sente, são fundamentais para entender o
usuário e buscar a solução mais inovadora e criativa para ele.

Assim, após a fase da descoberta, vem a fase da interpretação,


na qual, ao reunir o máximo de informações sobre o usuário, os
designers definem o problema a ser resolvido, colocando o
usuário no centro do processo (Gonsales, 2017).

Uma vez definido o problema, começa a fase de ideação, na qual


se estimula o desenvolvimento da criatividade. Assim, as ideias
para solução do problema são refinadas até que se encontre
uma única ideia com a qual irá se trabalhar. Uma ferramenta
interessante para esta etapa é fazer um brainstorm de ideias, ou
seja, uma chuva de ideias, para que se possa escolher a melhor.
Escolhendo a melhor ideia, passa-se para fase de
experimentação e prototipação, na qual os participantes devem
co-criar o protótipo, o qual pode ser um desenho, uma maquete,
uma dramatização, uma história em quadrinhos ou qualquer
dispositivo físico que proporcione uma explicação visual da
solução do problema. Com o protótipo escolhido, começa-se a
fase final de análise/evolução, na qual são feitos testes do
produto ou serviço criado. Nessa fase, há de se valorizar os
erros, tratando-os como algo construtivo e não punitivista
(Moraes e Cremer, 2019).

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Agora, para compreender melhor a nova estrutura do NEM,
assista ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=KUOSS5EGPIc

2.2. A EMPATIA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO


Ainda que a metodologia do Design Thinking localize o
momento da empatia apenas na primeira etapa do processo
de resolução de problemas, é muito importante refletirmos o
sentido e a importância da empatia enquanto princípio
educativo. A ferramenta não deve tirar da visão do professor
que a empatia deve estar presente em todos os momentos do
processo educativo. Dessa forma, não se trata de algo que
aparece apenas na etapa de descoberta, mas na totalidade
dos processos.

A empatia como princípio educativo fundamenta-se na


premissa de que uma educação verdadeiramente significativa
vai além do mero desenvolvimento acadêmico, estendendo-se
à formação integral dos alunos. Nesse contexto, a empatia
permeia todas as interações no ambiente escolar e além. Ao

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reconhecer e valorizar as perspectivas e experiências individuais
de cada aluno, a empatia não apenas fortalece os laços
interpessoais, mas também promove um ambiente de aprendizado
inclusivo, onde cada estudante se sente reconhecido, respeitado e
valorizado. Cultivar a empatia como princípio educativo significa
mais do que simplesmente incentivar a compreensão dos
sentimentos alheios; implica também fomentar uma consciência
sensível às necessidades dos outros, estimulando a compaixão, o
respeito e a solidariedade como pilares fundamentais da
convivência humana.

A interconexão entre o conceito de empatia, o Design Thinking e


as eletivas, reflete a busca por uma educação mais contextualizada
e voltada para as habilidades socioemocionais, fundamentais para
enfrentar os desafios do século XXI. No cerne desse enlace está o
reconhecimento da importância de compreender profundamente as
necessidades, perspectivas e experiências individuais dos
estudantes, bem como promover uma cultura de colaboração,
respeito mútuo e compreensão. Ao participarem de projetos e
atividades que incentivam a consideração das necessidades e
perspectivas dos outros, os alunos não apenas fortalecem sua
empatia, mas também desenvolvem habilidades essenciais de
resolução de problemas, pensamento crítico e colaboração.

“A empatia vai além da generosidade. Na visão de


desenvolvimento de Freire, não há espaço para a caridade no
sentido de classificar os necessitados como sem capacidade
ou deficientes de alguma forma. Em vez disso, o princípio da
empatia é uma forma de reconhecer diferentes pontos de
partida que tornam mais difícil para alguns alcançar seus
objetivos. O princípio da empatia reconhece as desigualdades e
as considera como questões coletivas, em vez de uma questão
de esforço ou mérito individual. A necessidade, ou estar em
necessidade, é um sinal de domínio de alguns sobre outros. A
empatia é então necessária para desencadear uma mudança
que irá prover os dominados do que é necessário para romper
este ciclo de opressão.” (Suzina & Tufte, 2020, p.414)

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Sem a empatia, portanto, não apenas a elaboração das eletivas,
mas todo o processo educativo fracassa. Nesse sentido, é
imprescindível que a escola, professores, pedagogos e
coordenadores pedagógicos estejam em constante diálogo com os
estudantes e sempre abertos a ele. Ainda nas palavras de Paulo
Freire,

“A empatia vai além da generosidade. Na visão de


desenvolvimento de Freire, não há espaço para a caridade no
sentido de classificar os necessitados como sem capacidade
ou deficientes de alguma forma. Em vez disso, o princípio da
empatia é uma forma de reconhecer diferentes pontos de
partida que tornam mais difícil para alguns alcançar seus
objetivos. O princípio da empatia reconhece as desigualdades e
as considera como questões coletivas, em vez de uma questão
de esforço ou mérito individual. A necessidade, ou estar em
necessidade, é um sinal de domínio de alguns sobre outros. A
empatia é então necessária para desencadear uma mudança
que irá prover os dominados do que é necessário para romper
este ciclo de opressão.” (Suzina & Tufte, 2020, p.414)

Para finalizar, assista ao video abaixo, que contém uma breve fala
do professor Linje Manyozo, na Faculdade de Design e Contexto
Social da RMIT University, Austrália.

https://www.youtube.com/watch?v=sx99ppO6BwY

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PARA SABER MAIS

Os Silenciados não Mudam o Mundo: Documentário


inspirado na obra de Paulo Freire, que enfatiza a importância
da empatia e da presença afetiva do professor para com seus
estudantes. https://www.youtube.com/watch?v=us0pOlr6_qg
Processo criativo do Design Thinking:
https://www.youtube.com/watch?v=Bwjwb5aIcZ8&t=60s
Design Thinking para Educadores:
https://educadigital.org.br/dteducadores/
Palestra com Priscila Gonsales:
https://www.youtube.com/watch?v=lDSwiwhKhxU
Design Thinking em sala de aula:
https://novaescola.org.br/conteudo/12457/design-thinking-o-
que-e-e-como-usar-em-sala-de-aulan

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REFERÊNCIAS
Gonsales, P. Design Thinking e a ritualização de boas
práticas educativas (1ª ed.). São Paulo: Instituto
Educadigital, 2017.

Moraes, A. C.; Cremer, M. J. Design Thinking (DT) para


resolução de problemas: um passo a passo para trabalhar
educação ambiental nas escolas. Revista Brasileira de
Educação Ambiental, 14(2), pp. 47-68, 2019.

Oliveira, S. P.; Reis, D. A.; Fleury, A. L. PESQUISA-AÇÃO:


ENSINO DE DESIGN THINKING COMO ABORDAGEM DE
INOVAÇÃO NA ENGENHARIA E ARQUITETURA. Revista de
Ensino de Engenharia, 38, pp. 68-80, 2019.

Tonhauser, P. Design Thinking: The 12 Indispensable


Elements for Design Thinking Workshops (1ª ed.). Design
Thinking Coach Academy, 2016

FREIRE, P. Educação e Mudança. São Paulo: Paz e Terra,


1994.

FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido (63a ed.). Rio de


Janeiro/Sao Paulo: Paz e Terra, 2017.

SUZINA, A. C., & TUFTE, T. (2020). Freire’s vision of


development and social change: Past experiences, present
challenges and perspectives for the future. International
Communication Gazette, 82, p. 411-424. Disponível em
https://doi.org/10.1177/1748048520943692. Acesso em
10/01/2024.

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