Introdução Ao Estudo Do Direito I - Aulas Práticas
Introdução Ao Estudo Do Direito I - Aulas Práticas
Teixeira
Aula Nº1
Para o Direito existe o ser (é natural e não conseguimos controlar, pode ou não ter
relevância para o Direito) e o dever ser que advém das diversas ordens normativas
- Existem diversas ordens normativas entre as quais estão a ordem moral, ordem
religiosa, ordem de trato social e ordem jurídica
Ordem religiosa- Condutas de índole religiosa, pode haver ordens morais, porém estas
advêm sempre de alguma religião
Ordem jurídica- É a mais importante (Em grande parte dos países do ocidente), é
constituída por princípios e valores, é intersubjetiva e baseia-se no relacionamento
com os outros indivíduos
Ordem técnica-
Aula Nº2
O Direito é um fenómeno humano- Vem do ser humano, é criado e feito pelo e para o
ser humano
Não há sanções nas ordens naturais pois são invioláveis, não podemos mudá-las
Ordem social- Prescrever na ordem social, sentido natural/senso comum da palavra-
Significa ordenar/mandar
Ordem natural- Nesta ordem está presente o princípio da necessidade, não é alterável,
é geral e universal, inviolável, tem um caracter descritivo, o ser - Para andarmos e não
flutuarmos
Próxima aula- Dentro da ordem social, fazer a distinção entre as ordens das fácticas e
normativas, dentro desta última descobrir quais são as diversas ordens normativas.
Quais são as principais características do Direito? O que acontece se eu violar o
Direito?
Bibliografia complementar:
Bases do positivismo:
O Conceito de Direito
Teoria Pura do Direito- Hans Kelsen
Bases do jusnaturalismo
Metodologia da ciência do Direito
O atual problema metodológico- Castanheira Neves (Mais para o segundo
semestre)
Considerações sobre o direito natural- António Torres
Introdução à Filosofia do Direito e à Teoria do Direito Contemporâneas-
Kauffman
Introdução ao Direito e à sua teoria- José de Oliveira de Ascensão
Introdução ao Estudo de Direito- Miguel Nogueira de Brito
Introdução ao Direito e ao discurso legitimador- Baptista Machado
Braz Teixeira
Ordem moral- A base teleologia- Tem haver com a finalidade, não está preocupada
com a justiça e com a segurança. A base teleológica é diferente entre a ordem moral e
a ordem jurídica, são assim divergentes. A base valorativa/axiológica (tem haver com
valores) são diversos entre si
Serão duas ordens normativas que se tocam? Que são diferentes? Que não existem
ao mesmo tempo?
Aula Nº4
Coação- Previsão da própria ação, os policias e entre outros. Pode ser uma sanção ou
um desvalor, depende da violação do direito
A maioria das pessoas cumpre o direito espontaneamente, sem saber que está a
cumprir o Direito e o que quando acontece quando se viola o Direito?
Tipos de coação:
Vis coativa- Coage-se o agente a agir de certa maneira sob a ameaça de uma sanção
Vis diretiva- Recorre-se à coerção para aplicar a sanção ao agente que violou essa regra
Aula Nº5
Heterotutela- Um decisor, que é estranho às partes e que vai decidir sobre uma
situação concreta, pensando logo nos tribunais. A heterotutela designa a aplicação do
Direito por um terceiro, sendo o mesmo imparcial e independente. O caso
paradigmático da mesma são os Tribunais.
Autotutela- Excecionalmente admite-se que o sujeito faça valer o seu direito sem
necessidade de recurso aos meios judiciais de heterotutela. Não há autotutela contra
autotutela, visto que a mesma visa atuar contra uma ilicitude. são os próprios que
decidem sobre uma situação concreta
Sanções jurídicas que incidem sobre o agente, podem ser vistas como um todo que
engloba quer sobre os desvalores dos atos quer sanções ao agente
Heterotutela pode ser substituída pela autotutela quando esta primeira não puder
não agir, ou seja, quando se estiver num caso em que não se pode recorrer aos
métodos da heterotutela posso então recorrer à autotutela para defender os meus
direitos
Invalidade- É existente, porém não produz quaisquer tipos efeitos jurídicos quando
esta é invocada. Desconformidade menos grave do que a inexistência. Comporta as
modalidades da nulidade e da anulabilidade. Distingue-se em dois tipos de invalidade:
Anulabilidade- Não afeta mais ninguém sem ser as partes, se quiserem invocar
invocam senão não invoca, só pode ser invocado pelas pessoas e se não invocam é
porque não está a ser afetado, se quiser anular tem um ano e por isso fica consolidado
se passar esse ano, fica assim sanado, artigo 288, 892- contratos compra e venda só
pode ser declarado nulo pelas duas partes e 895- lei geral e lei especial estamos
perante um regime diferente, nenhum está errado porém tem âmbitos de aplicacoes
diferentes, a lei especial prevalece à lei normal. O ato não produz efeitos se a
anulabilidade for declarada, tem como regime geral no código civil- Artigo 287; A
anulabilidade tem um prazo para ser invocada, pode variar de situação para situação,
Efeitos retroativos- artigo 289; Exemplo de anulabilidade- negócios jurídicos por
menores são anuláveis- artigo 125. Decorre da violação de interesses menos
relevantes e tem de ser arguida pelos interessados dentro de um prazo, sendo
sanável pelos mesmos mediante confirmação ou ratificação (288/1 CC)
Caso Prático 1
MARIA ANTONIETA contrata LUÍS, jardineiro, para realizar a manutenção do seu jardim
de Versalhes e plantar novas árvores da sua fruta favorita. Luís, ao preparar um buraco
no jardim para plantar as novas árvores, depara-se com um baú antigo com moedas
que correspondiam ao valor de 10.000 euros. Sabendo que aquela propriedade teria
sido recentemente adquirida como presente de noivado a MARIA ANTONIETA, LUÍS,
aspirante de advocacia, sabia que aquele achado correspondia a um tesouro pelo qual
poderia adquirir metade para si, em conformidade com o preceito 1324º do código
civil. -Segundo o artigo 1324º Nº1 Luís tem razão, torna-se proprietário de metade do
achado e a Maria Antonieta proprietária da outra metade visto que é proprietária do
terreno onde foi encontrado o tesouro; Nº2- Deve avisar Maria Antonieta e as
autoridades sobre o achado, devido ao facto de não puder anunciar o achado nos
termos do artigo 1323 Nº1 pois desconhece a quem pertence o tesouro. Apenas pode
não avisar as autoridades caso o tesouro esteja enterrado/escondido à mais de 20
anos, mas Luís não sabe disso; Nº3- Se Luís não cumprir os pressupostos do Nº2 do
artigo 1323º estará sujeito a renunciar sob o seu direito de propriedade de metade
do achado. Sanção premial- É um tipo de conceito bastante debatível na doutrina.
Caso Prático 2
GANDALF, no momento do seu falecimento, entrega a FRODO um anel de família de
elevado valor patrimonial e sentimental. GOLLUM, aborrecido por não receber o anel,
num ataque de fúria, atira o anel para o fundo de um lago. FRODO exige agora que
GOLLUM faça tudo o que for necessário para recuperar o anel, mas este arrependido
do seu ato de egoísmo, disponibiliza-se apenas para pagar o valor do anel. – O anel
pertencerá à família, apesar de ter sido dado a Frodo por Gandalf no momento do
seu falecimento não existe nenhum contrato que demonstra a alteração da posse do
bem e por isso não é válida segundo o artigo 896º; O anel de família detém um valor
patrimonial (valor de coisa) e não-patrimonial (valor sentimental) Gollum incorre em
responsabilidade civil perante Frodo e a restante família, de qualquer forma Gollum
será obrigado a restituir o bem, ou, caso não consiga indemnizar os lesados no valor
correspondente-Artigo 483º; Vai resultar numa indeminização perante o valor- 566º
Nº1 toda via há exceção devido ao facto de ser excessivamente onerosa colocando
em causa a vida; Qualificável como sanção compensatória artigo 483º- Visa deixar o
lesado numa situação equivalente, não tem o anel mas tem o dinheiro,
obrigação/indeminização em dinheiro; Artigo 564º- Para os danos não-patrimoniais
Caso Prático 3
LEONARDO, determinado em adotar estilos de vida ambientalistas, decide comprar um
carro TESLA ao seu amigo HÉLIO, que convenciona o seu pagamento em 10 prestações,
que se venceriam e se tornariam exigíveis a partir do dia 1 de cada mês. Passado o
vencimento da primeira prestação e não tendo LEONARDO pago o seu respetivo valor,
HÉLIO pretende exigir o cumprimento da totalidade das prestações. -Sanção
pecuniária, preventiva e compensatória- Artigo 250º do Código Penal Secção 4 e 5,
Artigo 566º do Código Civil. Em falta de pagamento de uma prestação, Hélio pode
exigir a totalidade do pagamento- Artigo 934º do CC; Artigo 781º
Caso Prático 4
STEVE decide contratar BILL, técnico informático, para lhe arranjar o telemóvel que se
havia partido após tê-lo deixado cair ao chão. Foi estipulado que o arranjo do ecrã teria
o custo de 50 euros. STEVE, no momento do pagamento, considera o preço demasiado
elevado e recusa-se a pagar. BILL, consequentemente recusa-se a devolver o telemóvel
enquanto o seu trabalho não for pago. - Sanção compulsória- Fazer cessar o
incumprimento do agente e fazer com que este tenha o comportamento devido, pois
este já ocorreu e não pode ser preventiva, esta última podia ser se ainda não
houvesse incumprimento e apenas indícios do possível incumprimento; Direito de
retenção artigo 754º do CC- Autotutela
Caso Prático 5
ÉDIPO, jovem mentalmente perturbado, pretendia receber a herança toda da sua mãe
JOCASTA. Todavia, sabia que parte da sua herança iria para o seu pai TEBAS. Assim,
certo dia, ÉDIPO decide matar o seu pai, de modo a receber a totalidade da herança. A
sua mãe, transtornada pelo comportamento maléfico do seu filho, decide solicitar o
seu internamento e requerer a sua interdição. - Sanção punitiva penal pelo crime de
homicídio do pai, uma pena de prisão no caso, cumulado com o caso de
internamento como uma sanção preventiva para não voltar a ter estes
comportamentos, sanção compensatória- Artigo 483º- de modo a compensar pelo
dano que foi a morte; Sanção punitiva civil devido à herança que iria herdar
Caso Prático 6
Durante a sua longa viagem à descoberta de um novo caminho marítimo para a Índia,
VASCO, de modo a reunir forças para prosseguir a viagem, decide realizar uma estadia
temporária em Mombaça. Ao chegar ao porto da cidade, VASCO é atacado por BACO
que pretendia impedir a continuação da sua viagem. Na decorrência deste ataque,
VASCO fica hospitalizado durante 10 dias, não conseguindo cumprir a sua tarefa, o que
implicou o seu despedimento como comandante, tendo, ainda, ficado com uma perna
partida, o que o impossibilitou de se integrar na polícia. BACO sendo condenado pelo
delito cometido, fica impedido de exercer o seu cargo de polícia, face ao caráter
agressivo e premeditado que apresentara no ataque a VASCO. - Sanção
compensatória, danos morais e danos patrimoniais, lucros cessantes- Oportunidades
que veio a perder devido a este dano, danos emergentes- Custos/Contas
hospitalares, sanção punitiva penal- Conduta violadora à integridade física, sanção
punitiva disciplinar- Impedimento de trabalhar como polícia
Aula Nº6
Aula Nº7
Teste intermédio- Casos práticos acerca das fontes e questão da autotutela, depois
perguntas teóricas sobre sanções- Apenas estipulação pela professora assistente
A matéria das sanções é uma matéria muito mais teórico-prática, não justifica a
existência de casos práticos no teste intermédio nem na frequência
Multa- Ocorre no âmbito penal
Coima- Ocorre no âmbito contraordenacional
Quais são os limites do abuso de direito? Os principais limites são o princípio da boa-
fé, os bons costumes e ordem económico-social/fim social ou económico
Tem de se respeitar este limite do abuso de direito, se este for exercido de forma
abusiva é então ilegítimo fazer valer esse direito
Menezes Cordeiro, Tomo V- Abuso de direito- Artigo 334º: Uso de um direito que me
é conferido para um fim que a lei não pretende. Para isto, há duas premissas iniciais,
que é a existência do direito que pode ser abusado (a), e não se pode dizer
propriamente que se esteja a violar uma norma jurídica, está-se a violar os princípios, a
boa fé; os bons costumes inerentes à ordem jurídica, sendo que os bons costumes
estão relacionados com uma dimensão mais de ontologia do que a boa fé, p. ex.,
relações familiares, sociais; ou o fim social e económico desse direito (juízos de valor
positivamente consagrados na lei) = Violação dos limites impostos pela boa fé, pelos
bons costumes ou pelo fim social ou económico desse direito (b). (Muitas vezes, diz-se
que há abuso de direito de condutas que nem sequer são legitimadas pelo direito. Há
que destacar que o abuso de direito pressupõe o direito).
O abuso de direito diz-se contra a boa-fé, no seu sentido objetivo (valores e ditames
gerais que a ordem jurídica impõe), quando há uma frustração da expectativa criada
(quebra da tutela da confiança), de que decorre o venire contra factum proprium (1),
quando há uma conduta que vai para além da primazia da materialidade subjacente
(2), ou quando se vai contra um agir honesto entre os agentes, que quebra a lealdade
(3).
Por ser um conceito tão abrangente, a doutrina delimitou os modelos-quadros, daí a
concretização das modalidades de abuso de direito. Como indica Menezes Cordeiro, o
exercício inadmissível de posições jurídicas fundado no abuso do direito apresenta seis
típicas vias:
1)- Exceptio doli (Consequência geral de uma quebra da tutela da confiança): Confere
a uma parte a possibilidade de invocar uma exceção de não cumprimento justificada na
atuação dolosa da contraparte. Logo, a propósito da doutrina da confiança, “o doloso
provoca, na outra parte, a impressão de que o negócio é eficaz e assume, assim, a
confiança desta: deve responder, pois, pela situação de confiança obtida”.
2)- Venire contra factum proprium (Princípio geral da quebra da tutela da confiança):
Sempre que uma parte assume um comportamento contraditório com uma postura
anterior depois de a contraparte ter confiado no primeiro comportamento e, assim, ter
agido em conformidade. Estruturalmente, o venire postula duas condutas da mesma
pessoa, lícitas em si, mas diferidas no tempo. Só que a primeira – o factum proprium –
é contraditada pela segunda – o venire. A contraparte que invoca o venire,
legitimamente, confiou no primeiro comportamento e agiu em consonância, sendo,
depois, confrontada com um segundo comportamento daquela parte, que contraria a
postura inicial.
O venire é positivo quando se traduza numa ação contrária ao que o factum proprium
deixaria esperar (pode implicar o exercício de direitos potestativos, de direitos comuns
ou de liberdades gerais); será negativo caso redunde numa omissão contrária no
mesmo factum. Ora, a tutela da confiança só pode operar, na falta de preceitos
jurídicos, quando se mostrem reunidos especiais pressupostos. Assim, é preciso que a
pessoa esteja de facto numa situação de convencimento, de confiança, em sentido
ético (1), é necessário então uma justificação externa para esta confiança, criada por
outra pessoa e de forma razoável (2), é necessário que o sujeito tenha investido nessa
confiança (3), e a imputação da situação de confiança criada à pessoa que vai ser
atingida pela proteção dada ao confiante (4).
1.ª Uma situação de confiança conforme com o sistema e traduzida na boa-fé subjetiva
e ética, própria da pessoa que, sem violar os deveres de cuidado que ao caso caibam,
ignore estar a lesar posições alheias.
2.ª Uma justificação para essa confiança, expressa na presença de elementos objetivos
capazes de, em abstrato, provocar uma crença plausível.
3.ª Um investimento de confiança consistente em, da parte do sujeito, ter havido um
assentar efetivo de atividades jurídicas sobre a crença consubstanciada.
4.ª A imputação da situação de confiança criada à pessoa que vai ser atingida pela
proteção dada ao confiante: tal pessoa, por ação ou omissão, terá dado lugar à entrega
do confiante em causa ou ao fator objetivo que a tanto conduziu.
Estes quatro requisitos devem ser entendidos e aplicados com duas previsões
importantes: as previsões específicas de confiança, dispensam, por vezes, algum ou
alguns dos pressupostos referidos (1); os requisitos para a proteção da confiança
articulam-se entre si nos termos de um sistema móvel, pelo que não há entre eles uma
hierarquia e não são, em absoluto, indispensáveis, já que a falta de um deles pode ser
compensada pela intensidade especial que assuma algum, ou alguns dos restantes (2).
3)- Inalegabilidade de nulidades formais: Obsta a que aquele que deu azo a uma
invalidade (Por exemplo: O vício de forma) possa, depois, beneficiar dessa
consequência, quando a contraparte confiou na validade do negócio. São casos de
venire quanto à forma. Por exemplo: Um contrato que não é celebrado pela forma
imposta por lei é nulo (Artigo.º 220). Essa nulidade é invocável a todo o tempo e por
qualquer interessado, sendo declarável, de ofício, pelo tribunal (Artigo 286.º).
Os seus pressupostos são: A inalegabilidade exige, à partida, os pressupostos (os
quatro) da tutela da confiança (1); devem estar em jogo apenas os interesses das
partes envolvidas, não, também, os de terceiros de boa-fé (2); a situação de confiança
deve ser censuravelmente imputável à pessoa a responsabilizar (3); o investimento de
confiança deve ser sensível, sendo dificilmente assegurado por outra via (4).
4)- Suppressio e surrectio: A suppressio determina que uma posição jurídica que não
tenha sido exercida, em certas circunstâncias e por certo lapso de tempo, não mais
possa sê-lo, seja extinta ou suprimida, por contrariar a boa-fé. Para isto é necessário:
um não exercício prolongado (1), uma situação de confiança, daí derivada (2), uma
justificação para essa confiança (3), um investimento de confiança (4), a imputação da
confiança ao não-exercente (5). Como contraponto, surge a surrectio, como modo de
fazer nascer um direito que não existiria juridicamente, mas encontra justificação na
boa-fé.
O que são os bons costumes? - Os bons costumes estão associados com questões
deontológicas, condutas familiares, sexuais. Os bons costumes não decorrem das
normas e leis, porém é nos imposta pelo dever ser, são práticas reiteradas que ganham
convicção de obrigatoriedade
O que é o fim económico e social? - Tudo o que está relacionado com prejuízos sociais
e económicos
Caso de construir uma chaminé apenas para incomodar o vizinho é um agir desonesto.
Este exercício é admitido devido ao facto de ser proprietário, porém ocorre assim a
modalidade do abuso de direito.
Em caso de abuso de direito será sujeito a uma indemnização? - Esta é uma questão
discutível perante a doutrina, em que termos é admissível a obrigação de
indemnização,
Abuso de direito e as suas principais modalidades:
Como resolver casos práticos acerca de abuso de direito? - Referir o artigo 334- Abuso
do direito-1º- Explicar o que é ser boa-fé, bons costumes, fins económicos e sociais; 2º-
Qual a questão em causa; 3º- Como se viola o princípio da boa-fé; 4º- Situação da boa-
fé em sentido objetivo; 5º- Anulabilidade e o porquê de estar em abuso de direito;
Questões da autotutela
Para existir/se recorrer à autotutela tem de existir uma situação como esta:
A -> Causa dano a B- Este pode recorrer à heterotutela, mas se esta não se demonstrar
eficaz então B pode recorrer à autotutela para que assim possa defender os seus
direitos- Está aqui presente o princípio da subsidiariedade
Para que serve a autotutela? Este mecanismo serve então para causar uma
consequência na esfera jurídica do outro/Violar o direito de outrem
Artigo 483- Principais pressupostos para se deter responsabilidade por atos ilícitos-
Culpa (Artigo 487º), nexo de causalidade (Artigo 563º), o ato ser detentor de ilicitude,
imputabilidade (Artigo 488º) e a existência de um dano (Supressão de uma vantagem
que anteriormente tinha)- Basta falhar um destes pressuposto e não existe a
obrigação de indemnizar (Artigo 562º)- Assim com os meios de autotutela a exclui-se a
ilicitude e quem esteja a agir por meios de autotutela não está a realizar um ato ilícito.
O que é uma agressão? A agressão é uma ação totalmente dominada pela vontade da
pessoa humana- Exclui assim as ações naturais e as ações dos animais
Quando é disparado uma bala/pedra que fere ou mata alguém não se pode afirmar
que foi a arma/pedra que feriu ou matou- Esta foi usada como um meio/como
instrumento para consolidar o ato da agressão
Os animais não são dotados de vontade, esta afirmação levanta a questão de se algum
animal, por exemplo um cão, nos vier morder e se dermos um pontapé no animal e
este acaba por morrer, é legitima defesa? - A resposta é não, é sim Estado de
Necessidade. É o caso de se o animal não for instrumento ou meio de vontade humana
e um cão me morde e eu dou um pontapé e ele morre, não é legitima defesa e sim
estado de necessidade, porém isto veremos para a próxima aula.
É possível ocorrer legitima defesa contra animais? A resposta é sim. Quando ocorre
legitima defesa contra animais? Pode haver legitima defesa se um animal for utilizado
como meio ou instrumento para consolidar a agressão, por exemplo alguém atiçar o
cão para me morder, se for esse o caso então é legitima defesa
A inércia/omissão, ou seja, a não ação- Pode ser tomada/levada como uma agressão,
por exemplo um nadador-salvador está na praia, alguém está a afogar-se este vê e
sabe, porém fica no telemóvel e não quer salvar a pessoa que se está a afogar- Está a
causar uma agressão à pessoa que está no mar a afogar-se
A agressão é necessária ser voluntária? - Para uma parte da doutrina sim, mas para a
outra parte da doutrina não. A afirmação de a agressão ser voluntária isto leva a que as
atitudes quer de crianças, pessoas com perturbações mentais e inconscientes como
sonâmbulos- Isto levaria a que as atitudes que estes tomassem fossem respondidas
com legitima defesa, saindo prejudicados de todas as situações possíveis
A agressão é sempre contrária à lei, ou seja, é uma atitude ilícita- Visão da doutrina
maioritária, não existe defesa legitima contra legitima defesa, a legítima defesa torna
assim o ato lícito como já vimos anteriormente.
A agressão tem de ser contra o agressor- Animus defendedi- Pressuposto adicional da
legitima defesa- Defender os seus direitos, mas sendo o principal objetivo dar um
murro a outra pessoa apenas com a ideia de vingança e de atacar
Principais pressupostos para haver legitima defesa- Tem de existir agressão, tem de
ser atual ou estar na iminência, ser um ato ilícito, ser adequada/proporcional
Artigo 483º- É necessário existir o facto, dano, culpa, ilicitude e nexo de causalidade;
Basta não se verificar um destes e não há a obrigação de indemnizar
Então para a doutrina tenho de indemnizar pelo dano causado? Quando não se
cumpre algum dos requisitos legítima defesa não é necessário indemnizar logo, ainda
vamos ao 337º/2 (Que consagra o caso de excesso) ou ao 338ª (Consagra o erro, este é
uma falsa perceção da realidade), se nenhum destes se verificar vamos então recorrer
ao artigo 483º seguindo-se a obrigação de se indemnizar
Artigo 338º- Tem de existir erro e o erro tem de ser desculpável (Segundo o artigo 487-
Bom pai de família)
Pressuposto da defesa- Tem de ser contra uma coisa, destruir danificar coisa alheia,
tem de ser proporcional e necessidade de defesa (Subsidiariedade)
Quem permite o mais, no caso que é danificar ou destruir permite também o menos
que é o caso da apropriação- No caso de levar a alguém ao hospital com o carro de um
professor que se sentiu mal e a ambulância ia demorar muito tempo
Certo dia, Tiago, enquanto fazia a sua corrida matinal, é atacado por um cão que o
morde o calcanhar. Irritado, dispara contra o cão e acaba por matá-lo, em legítima
defesa.
Enquanto almoçava, recebe uma mensagem corrente, a informar que Martim, ex-
namorado da sua namorada, iria invadir a sua casa com vista a matá-lo, pelo que
decide ir matá-lo preventivamente. Todavia, quando chega à casa de Martim, ao vê-lo a
beijar a sua namorada, agride Martim com um golpe na face, que em resposta agride
de volta, entrando em agressões mútuas durante toda a tarde, alegando legítima
defesa mútua.
Finalmente, quando regressava a casa, é abordado por um conhecido “maluquinho do
bairro”, que o ameaçava de assalto com uma arma. Tiago, em resposta, em vez de
avisar o polícia que estava ao seu lado, optou por lhe atirar com uma pedra, partindo-
lhe a cabeça.
No dia em que Tiago fazia a sua corrida matinal e fora atacado por um cão que lhe
mordeu o calcanhar, reagindo irritado, disparou contra o cão e acabou por matá-lo,
afirmando que o fez em legítima defesa. Para se verificar legítima defesa por parte de
Tiago tem de se cumprir os principais pressupostos que são quatro- 1- A agressão tem
de ser atual, ou seja, estar em curso ou na iminência de acontecer (Isto abrange a
omissão/a não ação); 2- A agressão tem de constituir uma ameaça a pessoas ou a bens,
sendo assim um ato ilícito; 3- Tem de se verificar a necessidade de defesa ou não de
reação, apenas é necessária agir em legitima defesa se não se puder recorrer em
tempo útil aos meios normais, no caso de heterotutela; 4- A reação ao ato ilícito tem
de ser adequada, devendo ser assim ser proporcional ao direito que visa tutelar, caso
contrário pode haver excesso de legítima defesa.
No período em que Tiago almoçava recebe uma mensagem corrente, a informar que
Martim, ex-namorado da sua namorada, iria invadir a sua casa com vista a matá-lo,
pelo que decide ir matá-lo preventivamente. Caso Tiago matasse Martim de forma
preventiva não haveria legitima defesa pois a agressão não era nem poderia ser
considerada atual, não cumprindo um dos pressupostos da LD que é o facto de a
agressão estar a ocorrer ou na iminência de estar a acontecer, recorrendo ao artigo
337º Nº1 do CC- “Considera-se justificado o ato destinado a afastar qualquer
agressão atual (...)” /Impossibilidade de recorrer aos meios normais, este podia
recorrer aos meios de heterotutela. Após Tiago chegar à casa de Martim e deparar-se
com este a beijar a sua namorada, agride Martim com um golpe na face, que em
resposta agride de volta, entrando em agressões mútuas durante toda a tarde,
alegando legítima defesa mútua. Esta alegação não é correta devido ao facto de a
agressão ser sempre contrária à lei, ou seja, é uma atitude ilícita- Na visão da doutrina
maioritária, não existe defesa legitima contra legitima defesa, a reação deste torna
assim o ato lícito como já vimos anteriormente. Nesta situação ninguém agiu em
legitima defesa nem o Martim nem o Tiago, ambos têm a obrigação de indemnizar de
forma mútua.
Caso Prático 2
Eram 5 da manhã e António esperava o barco para casa no Cais do Sodré. Estava já
cheio de sono quando sente um objeto duro pressionado contra as suas costas. Nesse
momento, os seus pensamentos (António não conseguia parar de pensar em como
devia ter passado a noite de sábado a estudar Introdução ao Direito) são interrompidos
por uma voz áspera: “dá-me a carteira ou eu mato-te”. Sem vontade nenhuma de ficar
sem dinheiro para voltar para casa, apesar de temer pela própria vida, António vira-se
repentinamente, dirigindo um violento soco à cara do seu assaltante.
Tal não foi o seu espanto quando reparou que o suposto assaltante não era senão
Bento, o seu colega da FDL conhecido pelas suas piadas de mau gosto e que o objeto
que lhe tinha sido pressionado contra as costas não era senão o telemóvel de Bento.
Quando em tribunal, o juiz deu razão a Bento, já que António poderia ter fugido como
maneira de evitar maiores agravos.
Subhipótese I: Imagine que, na situação anterior, antes de Bento ser atingido pelo soco
de António, Carlos – que acompanhava Bento e que, até então, assistia divertida à
piada – salta para cima de António, atirando-o ao chão. É lícita a conduta de Carlos?
Subhipótese II: Imagine que em vez de um soco, António (que andava sempre armado)
ao virar-se dispara um tiro sobre Bento, na sequência do qual, este vem a morrer. Quid
iuris?
António enquanto espera pelo barco no Cais do Sodré para ir para casa, já cheio
de sono sente um objeto duro pressionado contra as suas costas, é então surpreendido
com uma voz áspera: “Dá-me a carteira ou eu mato-te”. António por temer pela
própria sua própria vida e não pretendendo ficar sem dinheiro para voltar para casa,
vira-se e desfere um violento soco à cara do assaltante agindo em legitima defesa
(Artigo 337º). Este ao desferir o soco ao assaltante agiu em legitima defesa pois
segundo o artigo 337º, “Considera-se justificado o acto destinado a afastar qualquer
agressão actual e contrária à lei contra a pessoa ou património do agente ou de
terceiro, desde que não seja possível fazê-lo pelos meios normais e o prejuízo causado
pelo acto não seja manifestamente superior ao que pode resultar da agressão.” Para se
verificar legítima defesa por parte de António tem de se cumprir os principais
pressupostos deste mecanismo de autotutela que são quatro- 1- A agressão tem de ser
atual, ou seja, estar em curso ou na iminência de acontecer (Isto abrange a omissão/a
não ação); 2- A agressão tem de constituir uma ameaça a pessoas ou a bens, sendo
assim um ato ilícito; 3- Tem de se verificar a necessidade ou não de reação, apenas é
necessária agir em legitima defesa se não se puder recorrer em tempo útil aos meios
normais, no caso de heterotutela; 4- A reação ao ato ilícito tem de ser adequada,
devendo ser assim ser proporcional ao direito que visa tutelar, caso contrário pode
haver excesso de legítima defesa. Assim podemos concluir que António agiu em
legitima defesa pois todos os pressupostos encontram-se preenchidos, a agressão
encontrava-se na iminência de acontecer, a agressão constituía uma ameaça a António,
neste caso à vida e à sua integridade física moral. Não era possível recorrer aos meios
normais de heterotutela visto que estes não poderiam defender os direitos de António
de forma eficaz e a reação ao ato revela-se adequada visto que não há qualquer tipo de
excesso neste caso de legitima defesa
Após perceber o suposto assaltante não era senão Bento, o seu colega da FDL
conhecido pelas suas piadas de mau gosto e que o objeto que lhe tinha sido
pressionado contra as costas não era senão o telemóvel de Bento. Quando em tribunal,
o juiz deu razão a Bento, já que António poderia ter fugido como maneira de evitar
maiores agravos. Neste caso o António podia contestar perante o tribunal que por ter
temido pela sua vida e pela sua integridade física e moral dai justificar a sua ação em
excesso por legítima defesa como está consagrado no artigo 337º Nº2
Subhipótese I: Imagine que, na situação anterior, antes de Bento ser atingido pelo soco
de António, Carlos – que acompanhava Bento e que, até então, assistia divertida à
piada – salta para cima de António, atirando-o ao chão. É lícita a conduta de Carlos? -
R: Na resposta à subhipótese I, a ação de Carlos pode ser considerada lícita, pois, esta
conduta de saltar para cima do António tinha como objetivo defender o Bento da
agressão de António, agindo em legitima defesa
Subhipótese II: Imagine que em vez de um soco, António (que andava sempre
armado) ao virar-se dispara um tiro sobre Bento, na sequência do qual, este vem a
morrer. Quid iuris? R: No caso da subhípotese II, caso António se virasse e dispara-se
um tiro sobre Bento e este consequentemente morresse, poderíamos aferir que este
agiu em legitima defesa. Segundo o artigo 337º que consagra a legitima defesa,
“Considera-se justificado o ato destinado a afastar qualquer agressão atual e contrária
à lei contra a pessoa ou património do agente ou de terceiro, desde que não seja
possível fazê-lo pelos meios normais e o prejuízo causado pelo ato não seja
manifestamente superior ao que pode resultar da agressão.” Para se verificar legítima
defesa por parte de António tem de se cumprir os principais pressupostos deste
mecanismo de autotutela que são quatro- 1- A agressão tem de ser atual, ou seja, estar
em curso ou na iminência de acontecer (Isto abrange a omissão/a não ação); 2- A
agressão tem de constituir uma ameaça a pessoas ou a bens, sendo assim um ato
ilícito; 3- Tem de se verificar a necessidade ou não de reação, apenas é necessária agir
em legitima defesa se não se puder recorrer em tempo útil aos meios normais, no caso
de heterotutela; 4- A reação ao ato ilícito tem de ser adequada, devendo ser assim ser
proporcional ao direito que visa tutelar, caso contrário pode haver excesso de legítima
defesa. Assim podemos concluir que António agiu em legitima defesa pois todos os
pressupostos encontram-se preenchidos, a agressão encontrava-se na iminência de
acontecer, a agressão constituía uma ameaça a António, neste caso à vida e à sua
integridade física moral. Não era possível recorrer aos meios normais de heterotutela
visto que estes não poderiam defender os direitos de António de forma eficaz e a
reação ao ato revela-se adequada visto que não há qualquer tipo de excesso neste caso
de legitima defesa.
Mesmo que se comprove perante o tribunal que houve excesso de legitima
defesa António pode alegar, que segundo o artigo 337 Nº2, devido ao facto de este
temer pela sua vida e pela sua integridade física e moral conferidos no artigo 24 e 25
da CRP, existindo assim um medo não culposo por parte do agente assim como está
consagrado.
Porém este ato por parte de António está enquadrado no artigo 338º do Código
Civil que é referente aos erros acerca dos pressupostos da ação direta ou da legitima
defesa
Caso Prático 3
Artigo 338º- Tem de existir um erro e a descupabilidade (À luz do artigo 487 Nº2 do
bom pai de família/O homem médio)
Menezes Leitão- Conduta não culposa, mas ilícita- Artigo 483º- Facto; dano; nexo de
causalidade; culpa; ilicitude- Excluí a existência de culpa
Menezes Cordeiro- Conduta lícita- Artigo 483º- Facto; dano; nexo de causalidade;
culpa; ilicitude- Excluí a existência de ilicitude
Excesso extensivo- Trava a agressão, porém continua a defender-se, foi para além da
defesa necessária
Aula onde existe o exercício escrito- Dia 21 às 10:00- Pergunta teórica e um caso
prático
António, enquanto arranjava o jardim da sua moradia, vê Bernardo, de dois anos - filho
do seu vizinho, Carlos -, a atirar-se para a piscina situada no jardim da casa deste
último. Receando que Bernardo se afogasse, e não vendo outros adultos por perto,
Antônio salta o muro que separa as duas casas, cai no canteiro, danificando o sistema
de rega automática, entra na piscina e daí retira a criança. Como Bernardo já não
respirava, António inicia movimentos de primeiros socorros. - Estado de Necessidade-
Existência de um perigo atual, contra o agente ou terceiro, ameaça de bem jurídico
em resultado do perigo e previsão de dano manifestamente superior ao sacrificado.
Apenas ocorre com factos naturais ou de animais (que não são dotados de vontade)
Carlos, acabado de chegar após o seu passeio com o seu cão Loki, ao ver António a
pressionar o peito do filho deitado no chão, pensa que este está a ser vítima de
agressão, ordenando Loki para atacar António. - Legitima defesa, porém ocorre um
erro erróneo consagrado no artigo 338º do CC por parte de Carlos ao interpretar mal
a situação em que António estava a salvar o seu filho Bernardo, considerando que
este estava a agredir o seu filho
Sendo confrontado com o ataque do animal, António atira uma pedra do jardim contra
o cão, deixando-o inconsciente. - Legitima defesa por parte de António visto que
Carlos ordenou o seu cão Loki para atacar António, usando este como um
instrumento/meio para agredir indiretamente António
Vendo que Bernardo não recuperava a consciência, Carlos recorre ao seu vizinho
médico Luís para prestar auxílio médico. Todavia, Luís, ressentido pela ausência de
pagamento de uma renda em falta desde 2001 pela casa que arrendava a Carlos,
recusou-se a realizar o salvamento- Existência de agressão, por inércia/omissão, ou
seja, não ação de Luís, resultando no agravamento do estado de Bernardo
Carlos, desesperado, empurra Luís forçando-o a salvar o seu filho, embora causando-
lhe nódoas negras e uma fratura no braço.
Face a todas as circunstâncias, Carlos exige agora a António que lhe compre e monte
um novo sistema de rega, bem como seja condenado ao pagamento de uma quantia
pelos danos causados ao animal, ao qual António considera que apenas lhe deve um
novo cão. Já Luís exige que Carlos lhe pague uma indemnização pelas suas despesas
hospitalares, bem como pelas horas de trabalho que não teve possibilidade de receber
a sua remuneração face à fratura do braço, e a renda em atraso, perante o qual Carlos
se recusa a qualquer pagamento
Fontes imediatas- Vinculam por elas próprias- Basta a fonte para emanar uma
determinada norma
Fonte mediata- Dependem de outra fonte para afirmar que são fontes vinculativas
São fontes de Direito a lei, costume, jurisprudência e doutrina- A lei que emana dos
códigos e dos decretos de lei; O costume são práticas reiteradas que ganham convicção
de obrigatoriedade; A jurisprudência assume carácter geral e abstrato; A doutrina é a
interpretação da lei;
Artigo 1º do CC- Tem apenas carácter declarativo, enuncia apenas quais são as fontes
de direito, não diz quais são as fontes de direito
Artigo 2º do CC- Decisões que o Tribunal Pleno (Atual STJ) criava um assento que era
caracterizado por ser geral e abstrato sendo assim fonte direito- A jurisprudência é um
órgão judicial e não legislativo, assim não pode criar lei. Quebraria assim a separação
de poderes- O órgão judicial não pode interferir no órgão legislativo. Daí o artigo 2º do
CC ter sido revogado
Artigo 3º do CC- Embora subordinadas à lei, se não contrariarem a lei vinculam por si
só, sendo assim fontes imediatas do Direito
Artigo 282 Nº1- A jurisprudência só é fonte de direito mediata porque o artigo 282 Nº1
assim o consagra
Assentos tem o valor de jurisprudência uniformizada e por isso não são fonte de direito
Existe uma contradição entre acórdãos- Cria assim um acórdão de jurisprudência
uniformizada para eliminar a contradição entre os acórdãos existentes- Não é fonte de
direito, mas tem um carácter persuasivo, não é vinculativo
Os usos que não forem contrários aos princípios da boa-fé, apenas são fontes de direito
quase a lei assim o determine- Sendo assim fontes mediatas
O uso pode ser uma prática reiterada que ganha juridicidade (Pode ganhar
valor/convicção de obrigação, permissão e proibição que não é contrária à lei)
Uso e Costume: O uso não possui nenhum valor próprio, só podendo ser fonte de
direito quando uma fonte imediata lhe atribuir essa qualidade. Já o costume conjuga o
uso e a convicção de juridicidade, sendo esta imanente ao costume.
Equidade- Justiça no caso concreto- Não é considerada uma fonte de direito para a
doutrina e sim apenas como um método de aplicação de direito
Doutrina- Durante algum tempo foi considerado fonte de direito, porém atualmente
não é considerada fonte de direito, não permite revelar normas jurídicas
Para a nossa regência a doutrina apesar de não ser fonte de direito tem um carácter
indireta/mediata de revelação de regras jurídicas
Como resolver os casos práticos acerca do costume- Identificar o costume, qual a sua
modalidade, se for contra legem qual é a sua posição face à lei
Quando é que a lei vincula os seus destinatários? Quando é que a lei começa a
vigorar?
1º- Início de vigência/ Nascimento da lei- 1º- Publicação nos termos do artigo 5º/1 do
CC, 1º/1 da LF e o artigo 119º/1 e 2 da CRP; A lei carece de eficácia mesmo já sendo
aprovado pela AR e pelo PR, esta lei apenas tem eficácia quando é publicada no jornal
oficial, ou seja, no Diário da Républica
Lei formulária- CRP (Página 309) - Muito importante para a questão da vigência da lei e
da cessação da lei
Caso Prático 1
b) Lei b/2009, a qual não continha qualquer norma sobre o seu início de vigência e
foi publicada a 10 de Janeiro; - 119 Nº2 da CRP e 5/1 do CC, 1º/1 da LF
Esta lei tem como início de vigência o dia 15 de janeiro de 2009 segundo o
artigo 2º Nº2 da Lei Formulária e
c) Lei c/2009, a qual continha o seguinte artigo: «artigo 6.º – esta lei entra em vigor
dia 1 de Fevereiro de 2009»; - Publicada seguinte Esta lei tem como início de
vigência o dia 1 de fevereiro de 2009 nos termos do artigo 2º Nº1
Vigência da lei-
Cessação da lei-
Caso Prático 2
Nunca se poderia imaginar que a aprovação destes Diplomas viesse causar tanto
alarido. DÂMASO funcionário da Imprensa Nacional Casa da Moeda que, por acaso foi
quem colocou online no respetivo site, a Declaração de Retificação n.º 1/2010, requer,
dia 5 de Fevereiro 2010, a isenção total de tarifas do filho AFONSO no Metropolitano,
transporte que utiliza para se deslocar para a escola. Tal veio a ser a deferido a 1 de
Março, apesar do jovem em questão ter ficado retido pelo menos duas vezes em cada
ano. A 1 de Abril, porém, consultando a cópia do processo de aluno de AFONSO que
tinha sido junto ao requerimento para instrução, o Presidente do Conselho Diretivo do
IMMT, IP revoga o despacho em que autorizou a isenção de tarifas, o que DÂMASO
contesta.
Inicio de vigência- 2/1 da LF; Posições- Lei formulária de valor de forçado- 112º/3 da
CRP
Apenas em caso de emergência ou calamidade-
2º/1 da LF
Estas duas últimas posições referidas fazem remissão ao artigo 2º/2 da LF- 278 ex vi
276- Entrando assim em vigor após 5 dias da sua publicação
Vigência da lei-
Cessação da lei-
a) - A entrada em vigor dos atos normativos referidos; R: Decreto – Lei n.º 1/2010, de
2 de Janeiro- Esta vigência imediata é alvo de discussão entre a doutrina apesar de
estar expressamente referido que nenhum ato legislativo pode entrar em vigor no
dia da sua publicação. Este decreto de lei tinha de constituir uma exceção de cariz
emergente como por exemplo a declaração de estado de emergência, porém não se
verifica esta urgência de vigência imediata. Seguindo a doutrina do professor Pedro
Romano Martinez o decreto de lei não poderá entrar em vigor no dia da sua
publicação nos termos do artigo 2º Nº1. Assim sendo podemos considerar este
decreto de lei é inconstitucional. O pedido de retificação realizado pelo governo não
pode ser aceite nem poderá ser objeto de retificação de acordo com o artigo 5º Nº1
visto que as retificações apenas são admissíveis para correção de erros gramaticais,
ortográficos ou de cálculo, não permitindo alterações assim ao conteúdo do diploma.
Em suma tem de existir um Declaração de inconstitucionalidade com força
obrigatória geral no termos do artigo 282º da CRP);
O governo apenas pode criar um novo decreto de lei, onde seja feita a alteração ao
invés de no artigo 2.º se ler «os jovens em idade escolar» passar a constar «os jovens
em idade escolar que nunca tenham reprovado um ano». Alterando assim a data de
início da vigência deste novo decreto de lei não seja no dia da publicação devido ao
facto que é inconstitucional e sim no dia seguinte e por aí em diante ou então que
não seja especificada quando entra em vigor. Passando a vigorar automaticamente
no quinto dia no âmbito do artigo 2º Nº2.
Pressupostos para existir DR- Requisito material 5º/1 LF; Requisito orgânico 5º/1 LF;
Requisito temporal 5º/2 LF- > Nulo por analogia- Artigo 5º/3 LF
c)- A licitude das condutas de Ega e Gouvarinho. R: Caso a o decreto de lei fosse
constitucional, estamos perante um caso de abuso de direito por parte do agente
Craft visto que apesar do decreto de lei Nº 1/2010 são vistos inúmeros invisuais a
mendigar nas carruagens do metro, estes comportamentos são vistos com
naturalidade pelas pessoas incluindo alguns polícias que fazem rondas nas
carruagens. Para existir abuso de direito têm de se verificar três principais
pressupostos, no caso o desequilíbrio das partes, o exercício de abuso de inútil e a
desproporção no exercício do direito, podemos aferir então que estes pressupostos
se encontram preenchidos. Este abuso de direito pertence à modalidade de venire
contra factum proprium visto que Craft assumiu um comportamento contraditório
em relação à postura que foi tomada anteriormente, visto que os restantes polícias
agiram de uma forma e assim agiram em conformidade sucessivamente, sendo assim
ilegítimo o comportamento de Craft e o ato de Ega é lícito.
Já o caso de Gouvarinho que era uma cigana que estava a ler a sina a uma passageira,
era uma prática proibida fazer nos transportes públicos por uma lei de 1960. Esta
prática já não ocorria há mais de 30 anos que não havia notícia, porém ultimamente
havia se verificado no metropolitano. Estamos assim perante um caso de desuso, ou
seja, é a desconformidade entre os padrões sociais de conduta e critério de conduta
contido na regra jurídica. Não prejudica a vigência embora limite a sua efetividade
social como foi e é o caso. - Caso de caducidade tácita devido ao facto de terem
desaparecido os pressupostos necessários para existir esta proibição
Caso Prático 3
Caso Prático 4
A Lei x/2002, de 12 de fevereiro estabelece o regime jurídico da caça desportiva. O seu
artigo 2.º estabelece que «apenas é permitida a atividade de caça desportiva durante a
época de caça, a determinar pelo Ministro do Ambiente». O Ministro do Ambiente
fixou seguidamente, por regulamento, fixou o início da época de caça a 1 de agosto e o
respetivo término a 1 de outubro.
A 4 de abril de 2009 é publicado o Decreto-Lei n.º x/2009 que determina que a caça à
perdiz passa a ser lícita durante todo o ano.
Pronuncie-se sobre a vigência dos atos normativos referidos.
339- Pressupostos- Perigo; Atual; Destruído; Danificado coisa alheia; Dano não
manifestamente superior; Proporcional
339 2 parte