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Fitoterapia em animais de produção e de companhia
Diagramação: Ellen Andressa Kubisty
Correção: Jeniffer dos Santos
Indexação: Amanda Kelly da Costa Veiga
Revisão: Os autores
Organizadores: Francisco Marlon Carneiro Feijó
Nilza Dutra Alves
Caio Sérgio Santos
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
F546 Fitoterapia em animais de produção e de companhia /
Organizadores Francisco Marlon Carneiro Feijó, Nilza
Dutra Alves, Caio Sérgio Santos. – Ponta Grossa - PR:
Atena, 2024.
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Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-258-2246-4
DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.464243101
1. Fitoterapia veterinária. I. Feijó, Francisco Marlon
Carneiro (Organizador). II. Alves, Nilza Dutra (Organizadora).
III. Santos, Caio Sérgio (Organizador). IV. Título.
CDD 615.3216
Elaborado por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166
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dos mesmos, para qualquer finalidade que não o escopo da divulgação desta obra.
A utilização das plantas associada ao desenvolvimento de fármacos foi
citada desde os primórdios da humanidade, com aplicações diversas relacionadas
a saúde humana e de seus animais após a domesticação.
Em países tropicais como o Brasil, o emprego da fitoterapia na medicina
veterinária está entre os primeiros recursos terapêuticos utilizados, e em regiões
como o semiárido nordestino pode ser considerada de maior uso conforme o
conhecimento tradicional associado.
Nesse sentido, profissionais clínicos, médicos veterinários dessas regiões
vem aumentando a indicação de vegetais com ações medicinais de forma
direta ou associada aos fármacos alopáticos tradicionais. Relacionada a essa
utilização, pesquisas estão sendo ampliadas e desenvolvidas na universidade
para um melhor conhecimento das plantas e a suas potencialidades.
Na amplitude que esses estudos podem oferecer, a atuação antimicrobiana
mereceu destaque, mediante os inúmeros relatos de ineficácia dos medicamentos
convencionais aos tratamentos utilizados. As bactérias antibiótico-resistentes
têm desenvolvido mutações genéticas, muitas vezes com alterações no sítio de
ação, ocasionando redução na eficiência e relatos de descontentamento dos
PREFÁCIO
profissionais, produtores e tutores.
Diante do que foi contextualizado, o livro foi cuidadosamente escrito,
descrevendo as plantas medicinais no conhecimento tradicional e científico
associado a importância do uso racional para evitar a extinção pela utilização
desordenada desses vegetais.
Outra proposta dos autores foi descrever os componentes produzidos,
que podem lhes conferir atividades medicinais voltadas ao controle dos
microrganismos que acometem os animais de produção e companhia. O que pode
levar o leitor a ampliar seus conhecimentos nas principais plantas do semiárido
nordestino, relacionadas ao controle microbiano e testadas cientificamente
dentro dos centros de pesquisas.
É evidente que um importante passo foi realizado na divulgação de
estudos com componentes ativos das plantas, seu uso para desenvolver
medicamentos, análises dos extratos em ensaios in vitro e in vivo. Pretendendo
deixar nos leitores o estímulo a utilização de fito-preparados padronizados com
eficácia testada como antimicrobianos.
Ana Carla Diogenes Suassuna Bezerra
O tema Fitoterapia em animais de produção e de companhia é uma
produção para auxiliar os produtores e tutores, médicos veterinários, a fim de
conhecerem as pesquisas realizadas com plantas medicinais no Laboratório de
Microbiologia Veterinária (LAMIV) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido
(UFERSA).
O livro está dividido em capítulos: o primeiro capítulo, Utilização e
conhecimento tradicional associado de plantas no semiárido do Nordeste brasileiro,
tem como objetivo apresentar a importância da etnobotânica como instrumento
de fortalecimento do ser humano com as plantas medicinais e valorização dos
etnosaberes locais e a conservação da biodiversidade, utilizando os saberes
tradicionais adquiridos pelas comunidades locais, os quaissão transmitidos
para as gerações seguintes; o segundo capítulo, Princípios ativos de plantas do
semiárido do Nordeste brasileiro, são apresentados alguns princípios ativos que
se mostram capazes de inibir microrganismos patogênicos de animais; o terceiro
capítulo, Métodos de extração para produção de fitoterápicos, descreve, como
APRESENTAÇÃO
decocto, uma das mais simples e comum forma de extração realizada no Lamiv.
Em seguida, no quarto capítulo, Ação de produtos fitoterápicos in vitro, são
apresentados os resultados dos produtos fitoterápicos in vitro; por fim, no quinto
capítulo, Ação de produtos fitoterápicos in vivo, são apresentados os resultados
de alguns produtos fitoterápicos utilizados in vivo, expressando a importância do
estudo das plantas medicinais.
Dessa forma, esta obra contribuirá com a medicina veterinária na área
fitoterápica, auxiliando na construção de alternativas na prevenção e tratamento
de animais de companhia e de produção.
Francisco Marlon Carneiro Feijó
CAPÍTULO 1.............................................................................. 1
UTILIZAÇÃO E CONHECIMENTO TRADICIONAL ASSOCIADO DE PLANTAS
DO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
Francisco Marlon Carneiro Feijó
Nilza Dutra Alves
Thulianne Lopes de Souza
Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues
Caio Sérgio Santos
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda
https://doi.org/10.22533/at.ed.4642431011
CAPÍTULO 2............................................................................. 7
PRINCÍPIOS ATIVOS DE PLANTAS DO SEMIÁRIDO DO NORDESTE
BRASILEIRO
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda
Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues
Caio Sérgio Santos
Francisco Marlon Carneiro Feijó
Nilza Dutra Alves
https://doi.org/10.22533/at.ed.4642431012
SUMÁRIO
CAPÍTULO 3............................................................................ 16
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE FITOTERÁPICOS
Caio Sérgio Santos
Francisco Marlon Carneiro Feijó
Nilza Dutra Alves
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda
Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues
https://doi.org/10.22533/at.ed.4642431013
CAPÍTULO 4............................................................................26
ATIVIDADE DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS IN VITRO
Francisco Marlon Carneiro Feijó
Nilza Dutra Alves
Caio Sergio Santos
Gardenia Rodrigues Oliveira
Alysson Vinicius Benevides Marinho
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda
Geruzia Marques Teodoro Queiroga
Marcileide Almeida Amaral
Alexandre Santos Pimenta
Anna Jacinta Dantas Medeiros
https://doi.org/10.22533/at.ed.4642431014
CAPÍTULO 5............................................................................37
AÇÃO DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS IN VIVO
Francisco Marlon Carneiro Feijó
Nilza Dutra Alves
Caio Sergio Santos
Gardenia Rodrigues Oliveira
João Mauricio Ferrreira Aguiar
Alysson Vinicius Benevides Marinho
Cristiane Ribeiro Amorim
Khaled Salim Dantas Abi Faraj
https://doi.org/10.22533/at.ed.4642431015
SOBRE OS AUTORES.................................................................49
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1
UTILIZAÇÃO E CONHECIMENTO TRADICIONAL
ASSOCIADO DE PLANTAS DO SEMIÁRIDO DO
NORDESTE BRASILEIRO
Data de aceite: 01/11/2023
Francisco Marlon Carneiro Feijó conservação da biodiversidade (OLIVEIRA
FILHO et al., 2021).
Nilza Dutra Alves
Essa interação entre as plantas e
Thulianne Lopes de Souza o homem e suas aplicações faz parte de
Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues um campo de estudo da etnobotânica que,
através dos registros e do conhecimento
Caio Sérgio Santos
da população transmitido para várias
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda comunidades e gerações futuras, valoriza
as espécies úteis, além de contribuir para
a descoberta de novas substâncias ou
produtos terapêuticos (CAVALCANTE;
No semiárido do Nordeste
SCUDELLER, 2022).
brasileiro, existe uma ampla diversidade
de plantas medicinais. Sua obtenção e
uso nas comunidades sugere uma forte CONHECIMENTO TRADICIONAL DE
PLANTAS
dependência do conhecimento tradicional,
uma vez que as plantas constituem O conhecimento tradicional refere-
importante patrimônio cultural e econômico se a saberes, inovações e práticas das
para as populações locais. comunidades locais relacionados aos
Os saberes tradicionais adquiridos recursos naturais. A Lei nº 13.123, de 20
pelas comunidades locais são transmitidos de maio 2015, dispõe sobre a proteção
para as gerações seguintes, reiterando e o acesso ao conhecimento tradicional
a importância da etnobotânica como associado, a repartição de benefícios
instrumento de fortalecimento do ser para conservação e o uso sustentável da
humano com as plantas medicinais, a biodiversidade (MAGNI et al., 2020). Ela
valorização dos etnosaberes locais e a define comunidade tradicional como um
grupo culturalmente diferenciado que se
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 1 1
reconhece como tal, possui forma própria de organização social, ocupa e usa territórios e
recursos naturais como condição para a sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral
e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas geradas e transmitidas pela
tradição (MONTEIRO et al., 2019).
É perceptível a importância de se preservar e se resgatar esses conhecimentos,
uma vez que estes se destacam como técnicas de manejo de recursos naturais,
conhecimentos sobre os diversos ecossistemas e sobre propriedades alimentícias,
agrícolas e farmacêuticas, além das próprias categorizações e classificações de espécies
de flora e fauna utilizadas pelas populações tradicionais (BATISTA et al., 2020).
O uso de plantas como medicamento na região semiárida do Nordeste é transmitido
de ascendente para descendente por meio de diálogos informais, já que, em parte,
devido aos fatores socioeconômicos e, muitas vezes, por não possuírem assistência
médica, a utilização dessas plantas tornou-se uma opção terapêutica de grande aceitação
pela população. Na área da medicina veterinária, não é diferente. Essa alternativa tem
contribuído para solucionar problemas de saúde animal enfrentados pelos criadores,
partindo do princípio de que seu uso praticamente não possui custos e apresenta uma
grande eficácia (FEIJÓ et al., 2019; MEDEIROS et al., 2020).
Visando a colaborar com os saberes tradicionais sobre a etnobotânica no semiárido
do Nordeste brasileiro, pesquisadores da Universidade Federal Rural do Semi-Árido
(UFERSA) desenvolvem estudos que avaliam a aceitabilidade do uso de extratos vegetais
pela população e as propriedades antibacterianas de extratos de plantas.
PLANTAS ENCONTRADAS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE BRASILEIRO
COM ATIVIDADE ANTIMICROBIANA
Os avanços tecnológicos da biodiversidade na medicina no semiárido nodestino
são atualizados de forma cronológica. Esses resultados são oriundos do conhecimento
da população de assentamentos rurais, território indígena e quilombolas. Assim, muitas
vezes a população de muitas cidades da região recorre às plantas disponíveis, buscando
alternativas eficientes, de baixo custo e de fácil acesso na região. Nessa perspectiva,
frequentemente as plantas são utilizadas para diversos fins terapêuticos, em humanos,
e veterinários. Contudo, a maior parte sem comprovação científica oficializada no país
(DANTAS et al., 2020; HOLANDA et al., 2021; SOARES et al., 2021).
No Quadro 1 a seguir são apresentadas as espécies relatadas pelas comunidades
com ação antimicrobiana, com suas respectivas famílias, hábito de crescimento e
informações sobre seu uso de forma terapêutica.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 1 2
Quadro 1 – Plantas medicinais relatadas pela população de Mossoró/RN com ação antimicrobiana
Hábito de
Nome popular Nome científico Uso tradicional
crescimento
Tratamento de
queimaduras, acne
e defeitos da pele,
febrífugo e adstringente
peitoral.
Família: Mimosaceae Arbóreo-
Jurema preta ou calumbi
Nome científico: Mimosa arbustiva
Na medicina veterinária,
tenuiflora (Willd.) Poir
é utilizada como
cicatrizante e para
lavagens contra
parasitas.
Família: Anacardiaceae Anti-inflamatório para
Nome científico: gengiva e garganta,
Cajueiro Anacardium occidentale Arbóreo bronquite, artrite, cólica
L. intestinal, icterícia,
contra diabetes, asma.
Tratamento da dor
de estômago, sífilis,
Ameixa-brava, ameixa-
reumatismo, câncer
do-mato, ameixeira-do-
e infecções da boca,
brasil, ambuí, ameixa-da-
Família: Olacaceae tratamento da lepra,
bahia, ameixa-da-terra, Arbóreo-
Nome científico: malária, dor de cabeça,
ameixa-de-espinho, arbustiva
Ximenia americana L. moluscicida, infecções
ameixa-do-pará, limão-
da pele, cicatrização,
bravo-do-brejo, umbu-
hemorroidas e
bravo
inflamações das
mucosas.
Família: Leguminosae Ação analgésica,
Caesalpinioideae anti-inflamatória,
Nome científico: anticancerígena,
Jucá ou pau-ferro Arbóreo
Caesalpinia férrea ou antidiabética,
Libidibia ferrea antiulcerogênica,
cicatrizante.
Família: Rhamnaceae Ação expectorante no
Juazeiro Nome científico: Ziziphus Arbóreo tratamento de bronquite
joazeiro Martius e de úlceras gástricas.
Cravo de anum, cravo de Família: Boraginaceae Analgésica, diurética e
urubu ou fedegoso Nome científico: Herbáceo dermatológica.
Heliotropium indicum L.
Expectorante,
afrodisíaco e no
tratamento de bronquite,
Família: Fabaceae
infecções respiratórias,
Nome científico:
influenza, asma,
Catingueira Poincianellapyramidalis Arbóreo
gastrite, cólicas, febre,
(Tul.) L. P. Queiroz
diarreia, diabetes e
dores estomacais.
Apresentam também
atividade antioxidante.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 1 3
Analgésica, febrífuga,
anti-inflamatória,
Família: Verbenaceae
antigripal, nas
Erva cidreira, falsa- Nome científico: Lippia
Arbustiva afecções hepáticas.
melissa, salva-limão Alba
Possui propriedades
antifúngicas, inseticidas
e repelentes.
Família: Punicaceae Tratamento de
Romã, romãzeira e Arbóreo-
Nome científico: Punica inflamações na boca e
romeira arbustiva
granatum L. na garganta.
Antirreumático,
Família: Malvaceae antipirético, analgésico,
Nome científico: Sida antiasmático, laxativo,
Malva-branca Subarbustiva
cordifolia L. diurético, hipoglicêmico
e anticongestionante
nasal.
Usadas como agente
Família: Euphorbiaceae
anti-inflamatório,
Nome científico:
Faveleira ou favela Arbóreo desinfectante,
Cnidosculus quercifolius
cicatrizante e na cura
de bicheira.
Anti-inflamatória,
Família: Anacardiaceae cicatrizante,
Nome científico: antimicrobiana e
Aroeira Arbóreo
Myracrodruon urundeuva fungicida. Combate
Allemão gengivite, cistite e
hemorroida.
Usada no tratamento de
Família: Meliaceae afecções inflamatórias
Nome científico: da pele, como dermatite
Amargosa e nim Azadirachta indica A. Arbóreo alérgica, acne, eczema,
Juss psoríase, catapora,
erupções cutâneas e
feridas.
Utilizada no tratamento
Família: Anacardiaceae de
Nome científico: várias enfermidades,
Ciriguela Arbóreo
Spondias purpúrea L. como diarreia, úlceras,
“sapinho”, disenteria,
inchaço diverso.
Família: Mytaceae
Nome científico: Combate a gripe e
Eucalipto Arbóreo
Eucalyptus urograndis Resfriado.
Tratamento digestivo,
Família: Anacardiaceae
dores na lombar, dor
Cajazeiro ou Nome científico:
Arbóreo de garganta, diarreia,
Cajá Spondias mombin L
resfriado e congestão
nasal.
Fonte: Lopes (2015)
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 1 4
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de plantas nas comunidades estudadas evidencia o alto potencial medicinal
das plantas encontradas no semiárido do Nordeste brasileiro. Percebeu-se, mesmo com
os avanços tecnológicos atuais, que as comunidades as utilizam com finalidade medicinal
devido ao seu baixo custo e por ser uma alternativa eficiente em diversos tratamentos.
Além disso, possibilita o resgate do conhecimento popular sobre as indicações terapêuticas
e formas de utilização das espécies vegetais.
REFERÊNCIAS
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como referência de uso e conservação da biodiversidade: considerações teóricas sobre o povo Mbya
Guarani. Ethnoscientia, v.5, n.1, 2020.
BRASIL, Lei 13.123, de 20 de maio de 2015, dispõe sobre o acesso ao patrimônio genético, sobre a
proteção e o acesso ao conhecimento tradicional associado e sobre a repartição de benefícios para
conservação e uso sustentável da biodiversidade; revoga a Medida Provisória nº 2.186-16, de 23
de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_
ato2015-2018/2015/lei/l13123.htm>. Acessado em 28 julho 2022.
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 1 5
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OLIVEIRA FILHO, L. M.; QUEIROZ, J. F. S.; AGUIAR, M. I.; COSTA, E. A. S. Os saberes tradicionais
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SOARES, W. N. C.; LIRA, G. P. O.; SANTOS, C. S.; DIAS, G. N. ; PIMENTA, A. S.; PEREIRA, A.
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 1 6
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS ATIVOS DE PLANTAS DO SEMIÁRIDO
DO NORDESTE BRASILEIRO
Data de aceite: 01/11/2023
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda como açúcares e compostos nitrogenados,
estão diretamente envolvidos no
Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues
crescimento e desenvolvimento da
Caio Sérgio Santos planta; e os compostos secundários, que
Francisco Marlon Carneiro Feijó não são utilizados diretamente para sua
alimentação e nutrição das plantas. Entre
Nilza Dutra Alves
eles, os mais estudados são os alcaloides,
os flavonoides e as saponinas, podendo
ser encontrados em diversas plantas
INTRODUÇÃO com atividades fitoterápicas (BORGES;
AMORIM, 2020).
A utilização inadequada de
Esses compostos são conhecidos
antimicrobianos vem aumentando
por sua fragrância e propriedades fortes
significativamente a resistência
e por sua atividade antisséptica, podendo
dos microrganismos, fomentando a
ser utilizados como antimicrobianos na
preocupação com o desenvolvimento
conservação de alimentos (MELO et al.,
de resistência bacteriana patogênica a
2021) e ainda como remédios fitoterápicos.
múltiplos fármacos, o que implica a procura
de alternativas terapêuticas.
COMPOSIÇÃO FITOQUÍMICA E
As plantas medicinais e seus
TERAPÊUTICA DAS PLANTAS
componentes químicos vêm sendo NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE
amplamente investigados com relação às BRASILEIRO COM ATIVIDADE
propriedades farmacológicas (SILVA et al., ANTIMICROBIANA
2020) devido à diversidade de produtos Com ênfase na busca de novas
químicos produzidos, os quais podem ser alternativas e tendo a ciência de que as
classificados como metabólitos primários e plantas são fontes naturais de recursos
secundários. Os compostos primários, tais que contribuem para o desenvolvimento
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 2 7
de novos produtos, o Laboratório de Microbiologia Veterinária (LAMIV) da Universidade
Federal do Semi-Árido (UFERSA) vem desenvolvendo estudos e aperfeiçoando formas
de extrações das plantas medicinais, verificando a composição fitoquímica dos extratos
obtidos, a fim de identificar quais os princípios ativos que possam ter características
antimicrobianas, além de incentivar pesquisas futuras, buscando o desenvolvimento de
novos fitoterápicos com possível atividade antimicrobiana.
O Quadro 1 a seguir traz uma relação das plantas medicinais mais citadas, suas
respectivas partes, forma e composições fitoquímicas.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 2 8
Quadro 1 – Composição fitoquímica e terapêutica das plantas medicinais com ação antimicrobiana
Nome Parte da Composição
Nome popular Posologia/Terapêutica Referências
científico planta fitoquímica
- Coloca-se a casca na
infusão em água; Almeida et al.
- Deve-se ingerir meio (2005); Paes et al.
Jurema preta copo duas vezes ao dia Taninos, compostos (2006); Pereira et
Mimosa Casca
ou calumbi até que os sintomas fenólicos e saponinas. al. (2009); Neves
tenuiflora
desapareçam. e Brandão (2011);
Soares et al.(2020).
- Infusão da casca ou
entrecasca na água;
- Deve-se ingerir um Taninos, alcaloides,
Casca copo duas vezes ao dia compostos fenólicos e
ou realizar bochechos e catequinas.
gargarejos.
Alcaloides indólico; Paes et al. (2006);
esteroides; Agra et al. (2007);
triterpenoides; Silva et al. (2007);
Anacardium fenóis monoméricos;
Cajueiro França et al.
occidentale L. flavonoides glicosídicos (2008); Araújo et al.
(miricetina, quercitina, (2009); Csiszar et
- Infusão da folha na
pentosídios e al. (2012).
água;
Folha ramnosíidos);
- Deve-se ingerir uma
3-Ogalactosídeo;
xícara três vezes ao dia.
3- O-glucosídeo;
3-O-ramnosídeo;
3-O-xilopiranosídeo;
3-O-arabinopiranosídeo e
3-O-arabinofuranosídeo
de quercitina e miricetina.
Taninos, saponinas,
Ameixa-brava, glicosídios cardiotônicos
Casca
ameixa-do- e antraquinonas,
mato, ababuí, - Infusão da casca, polifenóis.
ameixeira-do- folhas ou folha na água; Saponinas, glicosídios
brasil, ambuí, - Deve-se ingerir uma cardiotônicos,
ameixa- xícara três vezes ao dia; flavonoides, taninos,
da-bahia, - Para cicatrização, compostos aromáticos,
ameixa-da- deve-se lavar a ferida compostos lipídicos, Omer e Elnima
terra, ameixa- Folhas uma vez ao dia com (2003); James et
Ximenia torpenos, benzaldeído,
de-espinho, o chá. cianeto de benzila, al. (2007); Matos
americana L.
ameixa-do- isoforona, cálcio, (2007); Sarmento et
pará, limão- magnésio, manganês, al. (2015).
bravo-do-brejo, ferro e palmitatos.
sândalo
do Brasil,
umbu-bravo Saponinas, glicosídios
ou ximenia, cardiotônicos,
ameixa-do- Raiz taninos, flavonoides,
Brasil antraquinonas, ácidos
graxos acetilínicos.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 2 9
- Infusão do fruto ou
folha na água; Ácido elágico, ácido
Caesalpinia Fruto ou - Deve-se ingerir uma Gonzalez et al.
gálico, galato de metila
férrea bagem xícara três vezes ao dia; (2004); Sampaio
e lectina.
- Secar e macerar a et al. (2009);
Jucá ou pau-
ou bagem, transformando-a Vasconcelos et al.
ferro
em pó; (2011); Freitas et al.
Libidibia - Para cicatrização, (2015); Lima et al.
ferrea deve-se aplicar o pó da (2012).
bagem na ferida uma
vez ao dia. Galato de metila, ácido
gálico, lectina, lupeol,
Folhas αamirina e flavonoides
(quercetina, isoorientina,
vitexina e orientina).
Oliveira et al.
(2000); Almeida
Cascas e Saponina, ácido
et al. (2005);
entrecas- - A decocção de folhas betulínico e ácido
Albuquerque et al.
ca e casas é usada para a oleanólico.
Ziziphus (2007); Carvalho et
Juazeiro higienização do couro al. (2004).
joazeiro
cabeludo, males do
estômago e gengivite. n-alcanos, triterpenoides
(lupeol, betaamirina,
Folhas Cruz et al. (2007).
epifriedelinol e ácido
ursólico).
Taninos, Albuquerque
flavonoides, fenóis, (2007); Cruz et
Folhas
Poincianella - Infusão da folha e leucoantocianidinas e al. (2007); Santos
pyramidalis casca na água; esteroides (2011).
Catingueira
(Tul.) L. P. - Deve-se ingerir uma Mendes (2000);
Queiroz xícara três vezes ao dia. flavonoides, fenóis,
Albuquerque
Cascas saponinas, esteroides,
(2007); Santos
taninons e triterpenos.
(2011).
Citral; carvona; linalol;
Folhas Aguiar et al. (2008).
timol e S-carvone.
- Infusão da folha ou raiz
na água; Cáceres et al.
Lippia alba Erva cidreira (1991); Oliveira
- Deve-se ingerir uma
Raiz xícara três vezes ao dia. Não identificado (2000); Aguiar et al.
(2008).
- Infusão das folhas,
frutos ou da casca na Chaud et al. (2005);
Caule, Taninos gálicos,
água: Jardini (2010);
frutos e antocianinas, flavonoides
Romã, - Deve-se fazer o Degáspari e Dutra
Punica folhas e ácidos fenólicos.
romãzeira e gargarejo três vezes (2011).
granatum L por dia.
romeira
Ácidos graxos, taninos, Chaud et al. (2005);
Sementes alcaloides e ácido Jardini (2010);
punícico. Vieira (2014).
- Infusão das folhas ou
Cnidoscolus
da casca na água; Taninos, flavonoides,
phyllacanthus Faveleira ou
Folhas - Deve-se ingerir 1 litro flavonóis, alcaloides e Morais et al. (2016).
(M. Arg., Pax favela
do chá por dia por, no triterpenoides
et Hoffm.)
máximo, 2 semanas.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 2 10
Schmutterer (1990);
Buza et al. (2001);
- Infusão das folhas ou
Antioxidantes, Biswas (2002);
da semente na água;
Azadiracta Amargosa e Folhas e flavonoides, esteroides Lorenzi (2003);
- Deve-se ingerir uma
indica nim sementes triterpenoides, taninos e Mossini (2005);
xícara de chá três vezes
compostos fenólicos. Kanokmedhakul et
por dia.
al. (2005); Roy e
Saraf (2006).
Ciriguela, - Infusão das folhas ou
ameixa-da- da semente na água;
Brito (2010); Engels
espanha, cajá - Deve-se ingerir uma
Spondias Folhas e Fenóis e flavonoides et al. (2012);
vermelho, xícara de chá três vezes
purpurea L casca glicosídeos Miranda-Cruz et al.
ciroela, jacote por dia.
(2012).
e ciruela - Usa-se o suco e a fruta
mexicana in natura.
Flavonoides, lignanas,
- Infusão das folhas ou alcaloides, Chaves (2002);
Quebra-pedra,
da casca na água; ácido salicílico e Mellinger (2006);
Phyllanthus erva-pombinha, Planta
- Deve-se ingerir 1 litro compostos fenólicos, Silva et al. (2010);
niruri L arranca-pedra toda
do chá por dia por no taninos, triterpenoides, Siqueira et al.
ou fura-parede
máximo 2 semanas. ácidos graxos e ésteres (2012).
do ácido ftálico.
Alcaloides, flavonoides, Jain et al. (2005);
- Infusão das folhas ou
flavanonas, polifenóis, Ayoka et al. (2006);
da casca na água;
Spondias Cajazeiro ou Folhas e quinonas, saponinas, Filgueiras et al.
- Deve-se ingerir uma
mombin L Cajá casca taninos gálicos, (2009); Acciolly et
xícara de chá três vezes
catequinas, terpenos e al. (2012); Diby et
por dia.
esteroides livres. al. (2012).
Fonte: Elaborado pelos autores (2020)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fitoterapia vem sendo aceita e bastante utilizada como alternativa terapêutica
pelos principais interessados, usuários e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS).
A expansão de opções terapêuticas na saúde, dentre outras coisas, pode reforçar a
importância das plantas medicinais em trazer benefícios para a saúde da população. Ao
mesmo tempo, favorecer a transformação de realidades sociais e, estimular a continuação
da cultura do uso de plantas de forma sustentável.
Contudo, é possível constatar a importância do estudo sobre os princípios ativos de
plantas do semiárido do Nordeste brasileiro, pois através das informações transmitidas pela
comunidade, há a necessidade de se incentivar pesquisas que comprovem cientificamente
os princípios ativos existentes nessas plantas medicinais antes de usá-las.
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 2 15
CAPÍTULO 3
MÉTODOS DE EXTRAÇÃO PARA PRODUÇÃO DE
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Caio Sérgio Santos cosméticos e produtos medicinais, novos
processos vêm sendo estudados a fim
Francisco Marlon Carneiro Feijó
de se obter extratos de plantas (VEGGI,
Nilza Dutra Alves 2009).
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda Quanto à utilização de extratos
de plantas como antimicrobianos, os
Gardênia Silvana de Oliveira Rodrigues
produtos fitoterápicos podem ser obtidos
de diferentes formas, como a decocção
(LEONÊZ et al., 2018; DANTAS et al., 2020)
INTRODUÇÃO e a extração hidroalcoólica (MEDEIROS et
al., 2020), por exemplo. Segundo Souza
As plantas medicinais são relevantes
(2015), em um estudo etnoveterinário com
tanto em nações do mundo desenvolvidas
foco em criadores de caprinos, observou-
quanto naquelas em desenvolvimento,
se que que esses produtores rurais faziam
como fonte de drogas ou extratos para
uso de plantas processadas de diferentes
várias finalidades terapêuticas. Igualmente,
formas no tratamento de afecções, tanto
o uso de compostos naturais derivado
por meio da maceração de partes da
das plantas, usados em preparações
planta in natura, quanto pela utilização da
caseiras, aparece como fonte alternativa
planta seca e triturada (em pó), ou ainda,
de medicamentos no mundo inteiro.
utilizando-se de formas de preparo, como
Esses compostos têm formado a base
a infusão ou extrato aquoso e a decocção
dos sofisticados sistemas tradicionais da
ou chá.
medicina existentes por milhares de anos
Os tópicos seguintes do capítulo
e continuam a fornecer novos remédios.
abordam temas como o controle de
Devido à variedade de compostos
qualidade do material vegetal destinado
químicos em suas folhas, raízes e flores,
à fabricação de fitoterápicos, bem como
e ao interesse da população em alimentos,
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 16
aspectos relevantes quanto às diferentes formas de obtenção de fitoterápicos destinados ao
uso como antimicrobiano na medicina veterinária. Ressalta-se que as formas de extração
dos princípios ativos relatadas no presente capítulo foram descritas, principalmente, em
estudos sobre potencial antimicrobiano, seja in vitro ou in vivo.
CONTROLE DE QUALIDADE DA MATÉRIA VEGETAL
Como abordado em capítulos anteriores, as plantas medicinais vêm sendo utilizadas
há séculos pela civilização humana na profilaxia e no tratamento de doenças. Empiricamente,
o homem foi conhecendo quais plantas apresentavam um potencial terapêutico e sua
toxicidade. Uma vez que algumas plantas podem produzir metabólitos tóxicos para o ser
humano e para os animais, é imprescindível que se conheça previamente qualquer uma
delas antes de se utilizá-las como matéria-prima para drogas vegetais, derivados de drogas
vegetais e fitoterápicos.
Além desse cuidado, as plantas devem ter uma correta identificação, bem como cultivo
e colheita adequados, e a garantia de ausência de materiais estranhos, partes de outras
plantas e contaminações inorgânicas e/ou microbianas para que se alcancem os critérios
de qualidade que garantirão a segurança e a eficácia dos produtos fitoterápicos (SOUZA-
MOREIRA; SALGADO; PIETRO, 2010).Antes de abordar os principais pontos de controle
de qualidade, é imprescindível conceituar alguns termos para melhor compreensão das leis
e normas que regem esse controle relacionado às plantas medicinais e fitoterápicos. Os
termos ou definições que se seguem são descritos em Resoluções da Diretoria Colegiada
(RDCs) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). São eles:
- Planta medicinal: espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos
terapêuticos (ANVISA, 2014);
- Matéria-prima vegetal: planta medicinal fresca, droga vegetal ou derivado de
droga vegetal (ANVISA, 2014);
- Droga vegetal: planta medicinal ou suas partes, que contenham as substâncias
ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de
coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra,
rasurada, triturada ou pulverizada (ANVISA, 2014);
- Derivado vegetal: produto da extração da planta medicinal fresca ou da droga
vegetal, que contenha as substâncias responsáveis pela ação terapêutica, podendo
ocorrer na forma de extrato, óleo fixo e volátil, cera, exsudato e outros (ANVISA,
2014);
- Medicamento fitoterápico: medicamento obtido empregando-se exclusivamente
matérias-primas ativas vegetais. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia
e dos riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua
qualidade. Sua eficácia e segurança são validadas por meio de levantamentos
etnofarmacológicos, de utilização, documentações tecnocientíficas ou evidências
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 17
clínicas. Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição,
inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações destas
com extratos vegetais (ANVISA, 2010a);
- Produto tradicional fitoterápico: aquele obtido com emprego exclusivo de
matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança seja baseada por meio da
tradicionalidade de uso e que seja caracterizado pela reprodutibilidade e constância
de sua qualidade (ANVISA, 2013).
Partindo desses conceitos, é importante abordarmos sobre os aspectos que se
referem ao controle de qualidade do material vegetal. Para tanto, é imprescindível saber
que o uso seguro e racional de medicamentos fitoterápicos advém, inicialmente, de uma
minuciosa investigação acerca de aspectos que denotem a autenticidade, a pureza e a
integridade da matéria-prima vegetal (ANVISA, 2010b). Para as plantas mais conhecidas,
a Farmacopeia Brasileira (ANVISA, 2019) apresenta diversas monografias que descrevem
as características dessas plantas medicinais e preparados vegetais e que pode nortear o
controle de qualidade desses materiais.
A autenticidade ou identidade pode se referir à correta identificação da planta
medicinal, geralmente feita por um profissional da área de botânica que se utiliza das
características morfológicas e anatômicas das plantas para tal finalidade. No caso de
a matéria-prima ser a droga vegetal, algumas características organolépticas, como
cor, textura, odor e sabor são levadas em consideração. Além disso, as características
macroscópicas, como a forma da droga (seja planta inteira, folhas, caule, raiz, tinturas,
extratos fluidos, óleos, gorduras e ceras, por exemplo) e microscópicas, obtidas por cortes
histológicos das partes da planta ou do pó, também são importantes para a identidade da
matéria-prima (ANVISA, 2010b; ANVISA, 2019).
Uma técnica bastante utilizada como uma ferramenta analítica é a cromatografia em
camada delgada, que avalia o perfil fitoquímico da planta ou do seu derivado, comparando
a sua “fingerprint” à de uma amostra de referência (HARIPRASAD; RAMAKRISHNAN,
2012). Uma vez que se observa a constituição de substâncias químicas do insumo vegetal,
garante-se, também, a qualidade e a segurança quanto à sua eficácia terapêutica.
Podem ser realizadas diversas análises para verificar a pureza e a integridade da
droga ou derivado vegetal. Pode-se verificar a presença de materiais estranhos, como
areia, insetos, fungos ou qualquer outro elemento que não seja parte da planta; ou até
mesmo alguma parte da planta que não seja aquela destinada ao uso terapêutico. Além
de realizar outras análises mais específicas, dependendo do tipo de insumo vegetal, como
teor de umidade, cinzas solúveis e insolúveis em ácido clorídrico, bem como a contagem
total de microrganismos mesófilos e a presença/ausência de microrganismos patogênicos,
tais como Escherichia coli, Salmonella spp. e Staphylococcus spp. Para alguns insumos,
pode ainda ser feitas pesquisas de metais pesados, resíduos de agrotóxicos e aflatoxinas
(ANVISA, 2010b; ANVISA, 2019; BRAGHINI et al., 2015).
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 18
Uma vez que se avalia a autenticidade e a pureza dos insumos, é imprescindível
garantir que aquela planta medicinal ou droga/derivado vegetal apresente os seus
componentes químicos que garantam sua atividade terapêutica. Assim, orienta-se
também uma avaliação qualitativa e quantitativa dos compostos ou grupos de compostos
que representem os princípios ativos e/ou marcadores, se conhecidos (ANVISA, 2010b;
ANVISA, 2019).
EXTRAÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS
O termo extração se refere à separação das substâncias com propriedades medicinais
ativas dos tecidos das plantas, fazendo uso de um solvente e, dessa forma, retirando o
material indesejado, ou seja, que não tenha propriedades ativas farmacologicamente. Para
tanto, são utilizados procedimentos padronizados e que se utilizam de solventes seletivos de
acordo com as substâncias que são almejadas. Esses solventes se difundem pelo material
sólido das plantas e solubilizam os componentes que apresentem a mesma polaridade. Ao
fim do procedimento, pode-se obter um extrato líquido, semissólido ou seco, após remoção
total do solvente (REMINGTON, 2006; HANDA et al., 2008; NCUBE; AFOLAYAN; OKOH,
2008).
Para tanto, é importante saber que a extração é uma operação físico-química de
transferência de massa, na qual os sólidos solúveis e voláteis podem ser extraídos por
manter contato entre o solvente e os sólidos (CLARKE, 1985) e que as diferentes formas
de extração vão variar de acordo com a escolha do solvente, a temperatura de extração
e a ação mecânica, por exemplo. Além disso, as características individuais das plantas
e de suas partes também são relevantes, uma vez que a matriz vegetal de cada uma
delas tem suas peculiaridades e, quando interagem com diferentes solventes, demonstram
comportamentos que não podem ser previstos e generalizados (PINELO et al., 2004).
Dentre os diferentes tipos de extração, podemos citar a maceração, a infusão, a
decocção, a percolação, a digestão, a hidrodestilação e a extração contínua a quente
(Soxhlet), dentre outras. No entanto, tem-se que ressaltar que a qualidade de um extrato
depende não somente do tipo de extração, mas também da parte da planta que se utilizou
para fazer o extrato, bem como do tipo de solvente (NCUBE; AFOLAYAN; OKOH, 2008).
Nos próximos tópicos serão abordados pontos importantes sobre as plantas,
solventes que podem ser utilizados, bem como alguns dos principais tipos de extração.
Colheita do material vegetal e preparação prévia
Como foi abordado em capítulos anteriores, diversas plantas apresentam histórico,
tanto empírico quanto comprovado cientificamente, de apresentarem componentes
secundários medicinais que podem estar contidos em diferentes partes da planta, como
folhas, flores, sementes, raízes, bulbos, caules, entre outras. No contexto científico,
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 19
existem grupos de pesquisa ou laboratórios que trabalham com foco na busca de plantas
que possam apresentar alguma atividade farmacológica. Na maioria dos casos, opta-se por
estudar plantas comuns na região, as quais podem ser selecionadas aleatoriamente ou a
partir de um histórico popular de uso medicinal.
Alguns fatores relacionados às plantas devem ser considerados, tais como a
natureza ou origem do material vegetal, o grau de processamento, o teor de umidade
e tamanho das partículas, uma vez que esses fatores podem influenciar no efeito das
substâncias extraídas (NCUBE; AFOLAYAN; OKOH, 2008).
Uma vez que a planta é selecionada, um ponto a se considerar é o horário de
colheita do material, cuja orientação direciona para horários iniciais da manhã, entre 5h
(MEDEIROS et al., 2020) e 7h (HOLANDA et al., 2021), no intuito de evitar a volatilização
de compostos sensíveis a temperaturas elevadas.
Após coleta das partes da planta, prossegue-se o preparo do material vegetal antes
dos procedimentos de extração. No caso de folhas e outras partes mais moles, orienta-se
a secagem do material. Essa secagem pode ser em temperatura ambiente ou em estufa a
60°C por 72 horas, até que o peso se torne constante. No caso da secagem em temperatura
ambiente, dependendo da ventilação e da umidade local, pode haver formação de bolores
sobre o material vegetal. Sendo assim, a utilização de temperaturas mais elevadas na estufa
promove o controle dessa contaminação, sendo indicado o acondicionamento do material
em sacos de papel (MEDEIROS et al., 2020). O material vegetal fresco também pode ser
utilizado (LEONEZ et al., 2018), uma vez que se relata seu uso por raizeiros de forma
empírica (SOUZA, 2015). Porém, sabendo-se que a água contida na planta pode competir
com o solvente. No caso de materiais mais rígidos e com baixa umidade, o processamento
prévio ao preparo do extrato pode excluir a etapa de secagem (FARAJ, 2015).
O material seco, por sua vez, pode ser triturado em liquidificador industrial (AMORIM,
2013; MEDEIROS et al., 2020) ou pulverizadas em moinho (QUEIROGA, 2015), de acordo
com a superfície de contato com que se deseja trabalhar.
Solventes para extração
De maneira geral, a escolha dos solventes deve ser realizada de acordo com os
compostos que se almeja extrair, orientando-se que eles sejam de baixa toxicidade e que
não causem interferência sobre a ação do fitoterápico (ELOFF, 1998; TIWARI et al., 2011).
No Quadro 1 a seguir, encontram-se alguns solventes e os compostos químicos que podem
ser extraídos por cada um deles.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 20
Quadro 1 – Diferentes tipos de solventes utilizados na extração de fitoterápicos e seus compostos
químicos solúveis
Solventes Compostos químicos
Antocianinas, Amidos, Taninos, Saponinas,
Água
Terpenoides, Polipeptídeos e Lectinas
Taninos, Polifenóis, Poliacetilenos, Flavonol,
Etanol
Terpenoides, Esteróis e Alcalóides
Antocianinas, Terpenoides, Saponinas, Taninos,
Metanol Xantoxilinas, Totarol, Quassinóides, Lactonas,
Flavonas, Fenonas e Polifenóis
Clorofórmio Terpenoides e Flavonoides
Alcaloides, Terpenoides, Cumarinas e Ácidos
Éter
Graxos
Acetona Fenol e Flavonóis
Fonte: (Tiwari et al., 2011)
Tipos de extração sólido-líquido
A composição e o teor dos metabólitos secundários no extrato vão depender não
somente do tipo de solvente (bem como de sua concentração e polaridade), mas também
do tipo de extração, além do tempo e da temperatura adotados no processo (NCUBE;
AFOLAYAN; OKOH, 2008). Por esses motivos, o conhecimento sobre o processo das
diferentes formas de extração nos dá subsídios para escolher a que mais se adequa para
a finalidade do produto que se quer confeccionar.
A seguir, serão apresentados alguns dos tipos de extração utilizados em pesquisas
por compostos antimicrobianos, com ênfase na área da medicina veterinária.
a. Maceração
De acordo com a Anvisa (2021), esse é um processo que consiste em manter a
planta fresca ou droga vegetal convenientemente rasurada, triturada ou pulverizada, nas
proporções indicadas na fórmula, em contato com o líquido extrator apropriado, por tempo
determinado para cada vegetal. Deverá ser utilizado recipiente âmbar ou qualquer outro
que elimina o contato com a luz.
b. Digestão
Consiste em um tipo de maceração em que se aplica um aquecimento sutil durante
o processo de extração por maceração. Esse processo pode ser indicado quando o calor
aumenta a eficiência do solvente e quando o uso de uma temperatura moderada não
interfira na qualidade do produto final (REMINGTON, 2006).
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 21
c. Infusão
É a preparação que consiste em verter água fervente sobre a droga vegetal e, em
seguida, se aplicável, tampar ou abafar o recipiente por tempo determinado. Esse método
é indicado para drogas vegetais de consistência menos rígida, tais como folhas, flores,
inflorescências e frutos, ou que contenham substâncias ativas voláteis (ANVISA, 2021).
d. Percolação
Nesse processo, ocorre a passagem do solvente ou líquido extrator através de uma
camada da droga vegetal em pó. A extração ocorre dentro do percolador, e a passagem do
líquido mantem-se numa velocidade controlada (ANVISA, 2021).
e. Decocção
Segundo a Anvisa (2021), a decocção consiste na preparação obtida pela ebulição
da droga vegetal em água potável por tempo determinado. Esse método é indicado para
drogas vegetais com consistência rígida, tais como cascas, raízes, rizomas, caules,
sementes e folhas coriáceas.
Outra etapa que prossegue o preparo do decocto é a filtração, sendo importante
a utilização de materiais estéreis para evitar a contaminação da droga vegetal e,
consequentemente, a interferência no seu período de validade.
f. Extração hidroalcoólica
No caso desse método, o material utilizado na preparação de extratos pode sofrer
tratamento preliminar, tais como, estabilização, moagem ou desengorduramento (ANVISA,
2021). O extrato é obtido utilizando-se como solvente o álcool etílico, por exemplo. Após
a extração, resíduos do solvente podem ser eliminados para obtenção do extrato sólido.
Os extratos hidroalcoólicos podem fazer uso de álcool etílico a 70% (ou PA), o qual
é mantido em contato com o material vegetal por cerca de 72 horas em frasco de cor âmbar
para proteção da luz e longe de fontes de calor. Após o período de tempo de contato, o
solvente é separado da parte insolúvel do material vegetal por meio de filtração e, em
seguida, o extrato líquido resultante é concentrado a temperaturas mais elevadas (56°C)
em banho-maria para eliminação do álcool, utilizando-se de um sistema de rotoevaporador
de pressão reduzida. Em seguida, a parte aquosa é evaporada em banho-maria, ajustado
entre 45ºC e 50°C para obtenção do extrato sólido (AMORIM, 2013; QUEIROGA, 2015;
MEDEIROS et al., 2020).
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 22
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA
Os testes para avaliação da eficácia antimicrobiana dos extratos podem ser
realizados in vitro e in vivo. Para estudos com bactérias, duas técnicas são bastante
difundidas e conhecidas pelos pesquisadores da área de microbiologia, como o teste de
difusão em ágar (AMORIM, 2013; QUEIROGA, 2015; MEDEIROS et al., 2020), utilizando-
se discos ou poços. E ainda o teste de diluição em caldo (LEONÊZ et al., 2018), como
macrodiluição e microdiluição.
O primeiro baseia-se no teste de difusão em ágar descrito por Bauer et al. (1966),
que consiste em submeter um microrganismo, semeado na superfície de um meio sólido,
frente a uma substância antimicrobiana, cuja eficácia é testada a partir do tamanho do halo
de inibição ao redor dos discos ou poços. O segundo método é utilizado para se determinar
a Concentração Inibitória Mínima (CIM) ou a Concentração Bactericida Mínima (CBM) dos
extratos vegetais, especialmente o método da microdiluição em caldo, tendo vantagens
de fornecer dados quantitativos e não ser influenciado pela velocidade de crescimento
bacteriano (OSTROSKY et al., 2008). Nesse método, o caldo é diluído com diferentes
concentrações de extrato vegetal e, posteriormente, inoculado com o microrganismo,
avaliando-se após a incubação a turbidez do caldo (LEONÊZ et al., 2018).
Outro método de avaliação da eficácia dos fitoterápicos pode ser empregado quando
se utiliza a formulação de forma tópica, como a contagem bacteriana na superfície da pele.
Alguns trabalhos realizados com caprinos (AMORIM, 2013; FARAJ, 2015; MEDEIROS et
al., 2020), bovinos (SILVA et al., 2023), caninos (FEIJÓ et al., 2022b) e felinos (DANTAS
et al., 2020; FEIJÓ et al., 2022a) utilizam-se da técnica de contagem de bactérias aeróbias
mesófilas presentes na superfície da pele desses animais, em que se comparam as
contagens bacterianas antes e após a antissepsia com os fitoterápicos, ou comparando-se
com antissépticos de uso comum, como álcool iodado e clorexidine.
Nos capítulos posteriores, serão detalhados alguns desses estudos in vitro e in vivo
na busca de fitoterápicos que possam ser utilizados especialmente na área da medicina
veterinária.
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 23
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 3 25
CAPÍTULO 4
ATIVIDADE DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS IN
VITRO
Data de aceite: 01/11/2023
Francisco Marlon Carneiro Feijó enfermidades nos animais, visto que muitos
produtores dispõem de poucos recursos
Nilza Dutra Alves
financeiros para adquirir medicamentos
Caio Sergio Santos industrializados e também pelo fato de
Gardenia Rodrigues Oliveira os medicamentos alternativos serem de
fácil acesso e possuírem efeitos suaves,
Alysson Vinicius Benevides Marinho
o que pode explicar a redução dos efeitos
Jamile Rodrigues Cosme de Holanda colaterais e, consequentemente, uma
forma menos agressiva de tratamento dos
Geruzia Marques Teodoro Queiroga
animais (TÔRRES et al., 2005; SOUZA,
Marcileide Almeida Amaral 2015).
Nesse contexto, é evidente a
Alexandre Santos Pimenta
necessidade de pesquisas que avaliem
Anna Jacinta Dantas Medeiros a atividade antimicrobiana para que,
com isso, provoque soluções adequadas
às realidades locais. Dessa maneira, a
primeira forma de comprovarmos a ação
INTRODUÇÃO
terapêutica dessas plantas é a avaliação in
As plantas consideradas medicinais
vitro que geralmente é realizada por meio
têm sido usadas para os mais variados
da técnica de halo ou microdiluição
fins terapêuticos em animais, como as
As informações de pessoas das
doenças infecciosas. No Rio Grande do
comunidades rurais tornaram possíveis
Norte, algumas comunidades agrícolas, o
pesquisas com plantas utilizadas
assentamento Independência e o Cordão
como antimicrobianas, como Spondia
de Sombra utilizam plantas medicinais
mombim, Libidinia ferrea, Tabebuia alba,
como forma alternativa de cura de
Myracrodruon urundeuva. Assim, essas
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 26
pesquisas foram realizadas e são apresentadas neste capítulo, possibilitando a produção
de novos antimicrobianos para bactérias resistentes, como Staphylococcus aureus,
Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa.
PLANTAS DO SEMI-ÁRIDO UTILIZADAS EM ESTUDO IN VITRO
Serão apresentadas plantas que foram utilizadas em estudos in vitro como decoctos,
extratos ou produtos fitoterápicos.
a. Spondia mombim
Os estudos com Spondia mombim iniciaram com trabalhos in vitro, em que foram
testados o extrato na concentração de 1mg/, 2mg/ml e 3mg/ml, através da técnica de poço
(Tabela 1). Os melhores resultados foram observados na maior concentração com halos
que variaram de 9mm a 20mm de bactérias Gram negativas e Gram positivas.
Tabela 01: Diâmetro dos halos de inibição dos extratos das folhas de I nas concentrações de 1, 2 e 3%
frentes às bactérias isoladas em caprinos.
Bactéria Spondia mombim
1mg/ml 2mg/ml 3mg/ml
Bacillus sp. 6 8 12
Corynebacterium sp. 8 9 11
Enterobacter sp. 5 7 9
Staphylococcus
14 15 20
aureus
Staphylococcus
15 18 20
coagulase negativa
Streptococcus sp. 18 19 20
Foi observada uma variação no tamanho dos halos verificado na Tabela 1. Brito
(2010) identificou o terpeno ß-cariofileno, o qual supõe uma possível ação antimicrobiana
do cajá, causando injúrias na estrutura de bactérias.
Atividades de Spondia mombim também foram efetuadas utilizando-se uma técnica
mais simples: a decocção. Leonez et al. (2018) utilizaram uma concentração 0,5mg/1ml
(1:1); 0,25mg/ml, (1:2); 0,125mg/ml (1:4) e 0,125mg/ml (1:8). Os decoctos com essas
concentrações foram testados e mantidos em temperatura ambiente (37oC) e refrigerada
(8oC) por 7 dias para observar a eficiência do decocto durante 7 dias.
Em relação aos testes feitos com o decocto refrigerado durante 7 dias, é possível
verificar uma notável inibição das cepas nas concentrações de 0,5mg/ml (1:1) e 0,25mg/
ml (1:2) do extrato, variaram 0,20 a 0,42nm e 0,15 a 0,31nm, na hora inicial e 24 horas,
respectivamente (Figura 1). Outra análise foi realizada com o extrato de cajá utilizado após
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 27
o 7º dia a temperatura ambiente. Na concentração de 0,5mg/ml (1:1), houve uma diminuição
na absorbância de 0,10nm em relação à hora 0 (0,26nm) e à hora 24 (0,16), mostrando
que houve significativa inibição por parte do decocto em relação às cepas testadas.
Na concentração de 1:2, a diferença média entre as horas foi bem menor, porém ainda
assim caracterizou-se inibição devido à diminuição da absorbância da hora 24 (0,22nm)
em relação à hora 0 (0,24nm). A diferença de absorbância entre essas duas horas foi de
0,02nm (Figura 2). Matias (2012), ao estudar a atividade antibacteriana do extrato de S.
mombin, verificoua ação inibitória dos extratos nas concentrações testadas de 1:1, 1:2, 1:4
e 1:8, principalmente sobre Staphylococcus coagulase negativa, Staphylococcus aureus
e Streptococcus sp, em cujo trabalho só duas concentrações obtiveram resposta positiva
quanto à inibição das cepas.
Figura 1. Absorbâncias médias em função das concentrações dos extratos de cajá e do tempo de
cultivo das bactérias 0 e 24 horas, utilizando o decocto mantido a temperatura de 8ºC durante 7 dias.
Figura 2. Absorbâncias médias em função das concentrações dos extratos de cajá e do tempo de
cultivo das bactérias durante 24 horas utilizando o decocto com 7 dias mantido a 35ºC.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 28
b. Libidia ferrea
Os trabalhos com Libidia ferrea foram executados no laboratório com forma de
ação desinfectante em diferentes microrganismos Staphylococcus aureus, Escherichia
coli, Pseudomonas aeruginosa, Micrococcus sp., Corynebacterium spp., Salmonella
Typhimurium, Enterococcus feacalis e Streptococcus agalactiae. As concentrações
utilizadas foram 100mg/mL, 50mg/mL, 25mg/mL e 12,5mg/mL do extrato e do decocto
produzidos e ainda o controle positivo (CP) – solução alcóolica de clorexidine a 0,5%, e o
controle negativo (CN) – Sulfóxido de Dimetilo (DMSO). Os dados foram realizados pela
técnica de Kirby e Bauer. Os resultados estão descritos na Tabela 2.
Tabela 2 – Valores de média e desvio padrão para os halos formados quanto ao teste de Disco Difusão
em poços utilizando o Extrato Hidroalcoólico das folhas de L. ferrea
Concentrações
Microrganismos CP -
100 mg/mL 50 mg/mL 25 mg/mL 12,5 mg/mL 0 mg/mL Clorexidine
a 0,5%
Staphylococcus 18,33 ± 17,0 ± 11,67 ± 8,0 ± 1,73Ac -* 24,5 ±
aureus (ATCC 0,58Aab 0,0Ab 0,58Abc 0,50aA
25923)
Escherichia coli -* -* -* -* -* 23,33 ±
(ATCC 25922) 1,52ª
Pseudomonas 13,0 ± 12,0 ± -* -* -* 17,67 ±
aeruginosas (ATCC 0,0Ba 1,0Ba 0,58aB
27853)
Micrococcus spp. 13,33 ± 11,67 ± -* -* -* 11,67 ±
(CA LAMIV 02) 0,58Ba 0,58Ba 0,58aC
Corynebacterium 14,0 ± 12,33 ± -* -* -* 20,0 ±
spp. (CA LAMIV 03) 0,0Bb 0,58Bb 1,0aA
Enterococcus 17,33 ± 15,33 ± 11,33 ± 10,0 ± 1,0Ab -* 13,33 ±
feacalis (ATCC 0,58Aa 1,53Aab 0,58Ab 1,53abBC
29212)
Streptococcus -* -* -* -* -* 20,67 ±
agalactiae (ATCC 0,58ª
13813)
Salmonella 13,0 ± 12,0 ± -* -* -* 15,67 ±
Typhimurium 0,0Ba 0,0Ba 1,53aC
(ATCC 14028)
Klebsiella -* -* -* -* -* 21,0 ± 2,0A
pneumoniae (ATCC
700603)
Staphylococcus 11,0 ± 7,67 ± -* -* -* 23,33 ±
aureus (CA LAMIV 1,0Cb 0,58Cb 2,31aA
01)
Fonte: Autores (2020)
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 29
Quanto aos resultados do extrato de L. ferrea (Tabela 2), somente as cepas de
Escherichia coli (ATCC 25922), Streptococcus agalactiae (ATCC 13813) e Klebsiella
pneumoniae (ATCC 700603) não formaram halos de inibição satisfatórios nas concentrações
testadas (100mg/mL, 50mg/mL, 25mg/mL e 12,5mg/mL). Provavelmente, esses resultados
estão baseados no tipo de extração, já que a metodologia utilizada para os extratos
produz maior quantidade de princípios ativos. Tais resultados diferem de Cavalheiro et al.
(2009), ao testar o extrato bruto das sementes L. ferrea nas cepas de S. aureus (ATCC
25923), Bacillus subtilis (ATCC 6633), Enterobacter aerogens (ATCC 13048), Salmonella
choleraensis (ATCC 10708), K. pneumoniae (ATCC 10031) e P. aeruginosa (ATCC
25619). As diferenças nos resultados podem ser justificadas pelo tipo de componentes
existentes em estruturas das plantas como descrito por Paes et al. (2010), que encontraram
diferentes concentrações de taninos em raízes, sementes e folhas. Ou ainda pelo tipo de
solvente, que também pode causar diferenças na quantidade de componentes extraídos e,
consequentemente, nos resultados obtidos, como verificado por Rockenbach et al. (2008),
quando observaram quantidade diferentes de fenóis em sementes de Vitis vinífera.
c. Mimosa tenuiflora
Mimosa tenuiflora é uma das plantas nativas com maior diversidade de utilização é
a Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. , conhecida popularmente como jurema preta. Devido a
esse uso amplo, é considerada uma planta de vulnerabilidade, necessitando de estratégias
locais para o seu uso racional e de forma sustentável. Ela foi utilizada na forma de extrato
pirolenhoso, fornecida pela escola de Jundiaí, da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). Os dados de inibição para as bactérias Escherichia coli, Staphylococcus
aureus e Pseudomonas aeruginosa estão descritos na Tabela 3 a seguir.
Tabela 3 – Diâmetro dos halos de inibição de extrato pirolenhoso de Mimosa tenuiflora nas
concentrações 10%, 15% e 20%, quanto ao crescimento de microrganismos pela técnica de Kirk e
Bauer.
Concentração of the M. tenuiflora PA (%)
Microorganism 20 15 10 Tobramycin
E. coli 11.6 b 0.0 c 0.0 c 22.7 a
S. aureus 12.5 b 12.0 b 0.0 c 16.3 a
P. aeruginosa 9.7 b 0.0 c 0.0 c 23.0 a
Letra minúsculas iguais na mesma linha são estatisticamente semelhantes
Fonte: Araujo et al., (2018)
Essa ação antimicrobiana dos PA( extrato pirolenhoso) pode ser influenciada pela
presença de compostos fenólicos que existem principalmente como fenol simples, como
fenol, cresols e 1,2-benzenodiol (ORAMAHI et al. 2018). Os efeitos antimicrobianos desses
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 30
compostos fenólicos devem-se principalmente à estrutura química desses fenóis, que lhes
permitem agir como trocadores de prótons que podem diminuir o gradiente de pH através da
membrana citoplasmática para, em última análise, causar morte celular microbiana (PISOSCHI
et al. 2018).
d. Tabebuia alba
O uso de plantas da família Bignoniaceae contra Staphylococcus aureus, Tabebuia
avellanedae é usado na medicina popular da América Central e América do Sul para tratar as
infecções causadas por agentes bacterianos (PEREIRA et al. 2006). Marcondes e Oliveira
(2015), avaliando a atividade antimicrobiana do ipê-roxo (Tabebuia heptaphylla), constataram
que o extrato apresentou atividade antibacteriana para Pseudomonas aeruginosa. Assim,
teve-se a iniciativa de pesquisar o potencial antimicrobiano do extrato hidroalcoólico
das folhas de Tabebuia alba (ipê–amarelo) em linhagens padrões de Staphylococcus
aureus (ATCC12692) e Pseudomonas aeruginosa (15442). Para a realização da análise
das atividades antibacterianas dos extratos, foi utilizada a metodologia de microdiluição
em caldo, com base no documento M7-A6 (NCCLS, 2003). Pode-se observar que, na
comparação das médias da absorbância, observou-se que não apresentaram diferença
significativa das cepas da Staphylococcus aureus nas diluições de 1024µg/mL a 64µg/
mL do extrato de Tabebuia alba, indicando que não houve crescimento bacteriano nessas
concentrações (Figura 3).
Figura 03: Absorbâncias médias da cepa de Staphylococcus aureus em função das concentrações dos
extratos de Tabebuia alba
Em relação ao crescimento da Pseudomonas aeruginosa, observou-se um aumento
dos valores médios da absorbância no período de 24 horas em função das concentrações
(1024µg/mL a 0,5µg/mL) do extrato de Tabebuia alba, demonstrando que não foram
capazes de inibir o crescimento dessas bactérias (Figura 2). Dessa forma, demonstra-se
a capacidade da Tabebuia alba de inibir bactérias Gram positivas, como a Staphylococcus
aureus.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 31
Figura 4: Absorbâncias médias da cepa de Pseudomonas aeruginosa em função das concentrações
dos extratos de Tabebuia alba
e. Myracrodruon urundeuva
Aroeira (Myracrodruon urundeuva) é uma planta utilizada como um agente
fitoterápico. No Lamiv, foi realizada uma pesquisa que apresentava como objetivo analisar a
ação antimicrobiana desse fitoterápico em duas formas: decocto de folhas secas e de folhas
verdes. O decocto foi produzido na concentração 1:1, usada nos testes. Os experimentos
executados contaram com microrganismos previamente isolados de diferentes fontes de
enfermidades de animais. A técnica utilizada foi a técnica de poço ou hole. O tamanho dos
halos em relação ao decocto de folhas verdes foi superior ao decocto de folhas secas. Os
taninos presentes exercem um efeito antisséptico – antibacteriano e antifúngico (Tabela
4). Já foram descritos mais de 30 taninos que podem inibir fungos e bactérias (DOMINGO;
LÓPEZ-BREA, 2003)
Tabela 4 – Tamanho de halos de decoctos de folhas secas e verde de Myracrodruon urundeuva para
bactérias Gram positivas, Gram negativas e leveduras
Bactérias Myracrodruon urundeuva
Decocto de folhas secas Decocoto de folhas verdes
Streptococcus agalactiae 11mm 23mm
Staphylococcus aureus 10 14
Corynebacterium sp 09 13
Salmonella typhimurium 08 13
Shigella flexneri 06 10
Escherichia coli 07 10
Candida albicans 07 12
Fonte: Amaral (2019)
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 32
f. Phyllanthus niruri, Punica granatum e Zea mays
As infecções urinárias, ou infecção do trato urinário (ITU), são mais comuns no
organismo humano, segundo Rocha (2009). Com isso, foi realizada uma pesquisa com
plantas utilizadas para infecções urinárias, como Phyllanthus niruri (quebra pedra), Punica
granatum (romã) e Zea mays (cabelo de milho) para verificar as principais bactérias
causadoras de infecções urinárias, como a Escherichia coli, a Klebsiella pneumonie e a
Staphylococcus aureus.
O extrato de Phyllanthus niruri L inibiu o crescimento de duas (25%) das oito
bactérias que sofreram ação dos extratos, sendo que em uma, esse resultado foi observado
a partir da concentração de 200mg/mL, e em outra, apenas na concentração de 300mg/
mL, apresentando halos de inibição com diâmetros semelhantes aos formados pelo
antimicrobiano controle. A atividade antibacteriana do extrato ocorreu sobre as bactérias E.
coli, principal representante das Gram negativas em ITU. Quanto aos extratos de Punica
granatum L e Zea mays L, e, de acordo com a Tabela 5, observa-se que o de P. granatum
apresentou atividade antibacteriana sobre 100% (8) das bactérias Gram negativas que
foram sensíveis. Seis destas sendo E. coli e, duas Klebsiella sp. Esse resultado foi
observado para as três concentrações testadas (100mg/mL, 200mg/mL e 300mg/mL) em
relação às E. coli. Contudo, quanto às cepas de Klebsiella sp, o crescimento foi inibido a
partir da concentração de 200mg/mL.
A ação desse extrato também foi observada sobre S. aureus (ATCC 25923), para as
três concentrações. Porém, com halos de inibição menores, quando comparados à ação
do antimicrobiano Gentamicina. Já sobre a Klebsiella pneumoniae (ATCC 13883), foram
observados halos inferiores nas concentrações de 100mg/mL e 200mg/mL, e, iguais, para a
concentração de 300mg/mL quanto ao controle positivo. A atividade antimicrobiana da Zea
mays L diz respeito à presença do peptídeo MBP-1 (Maize Basis Peptid) encontrado em
sementes de milho, o qual, segundo Sousa (2012), faz parte de uma classe de peptídeos
antimicrobianos (hairpin-like). Já para a Punica granatum, devido à ação de flavanoides
(DISILVESTRO et al., 2009) e a presença de tripernoides em Philantus niruri (ROSÁRIO;
ALMEIDA., 2016), provavelmente justifica a ação antimicrobiana.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 33
Tabela 5 – Halos de Phyllanthus niruri (quebra pedra), Punica granatum (romã) e Zea mays (cabelo de
milho) para diferentes bactérias Gram positiva e negativa
Bactérias Concentrações Phyllanthus Punica Zea mays Gentamicina
(mg/mL) niruri Granatum (10mcg)
Escherichia 100 8 13 11
coli 200 9 17 12 12
1 300 12 18 12
Escherichia 100 8 14 11
coli 200 11 16 12 12
6 300 13 17 13
Escherichia 100 0 15 11
coli 200 0 16 14 13
20 300 0 18 15
Escherichia 100 0 15 10
coli 200 0 18 11 13
1229 300 0 19 12
Escherichia 100 0 12 10
coli 200 6 13 11 13
2450 300 7 15 12
Escherichia 100 0 15 6
coli 200 0 16 8 14
1681 300 0 18 9
Klebsiella 100 0 8 0
sp 200 0 10 0 14
2624 300 0 12 0
Klebsiella 100 0 0 10
sp 200 0 10 10 14
2618 300 0 11 12
Klebsiella 100 0 13 0
pneumoniae 200 0 14 0 15
(ATCC 13883) 300 0 15 0
Staphylococcus 100 8 13 10
aureus 200 11 15 11 20
ATCC (25923) 300 12 16 12
Fonte: (Queiroga, 2015)
Na Figura 5, pode-se observar os halos de inibição para as três plantas medicinais.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 34
Figura 5 – Halos de inibição formados pelos extratos de Phyllanthus niruri (A), Punica granatum (B) e
Zea mays (C) sobre cepas sensíveis de E. coli
A B C
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os extratos das plantas da Caatinga são promissores como antibacterianos e podem
ser uma alternativa para antimicrobianos e antissépticos convencionais. Esses resultados
devem ser comprovados através da ação dos princípios ativos responsáveis pela ação
antimicrobiana.
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 4 36
CAPÍTULO 5
AÇÃO DE PRODUTOS FITOTERÁPICOS IN VIVO
Data de aceite: 01/11/2023
Francisco Marlon Carneiro Feijó período de 2.838 a 2.698 a.C., quando o
imperador chinês Shen Nung catalogou
Fran Erlley Sousa Oliveira
365 ervas medicinais e venenosas
Nilza Dutra Alves (FIRMO et al., 2011). Já no Brasil, o uso
Caio Sergio Santos de plantas medicinais foi inicialmente feito
pelos indígenas, ocorrendo no período
Gardenia Rodrigues Oliveira
da colonização, com a miscigenação das
João Mauricio Ferrreira Aguiar culturas indígenas, africanas e europeias,
as quais foram influenciadoras no uso
Alysson Vinicius Benevides Marinho
de ervas medicinais no Brasil (SOUZA;
Cristiane Ribeiro Amorim RODRIGUES, 2016).
O laboratório de Microbiologia
Khaled Salim Dantas Abi Faraj
Veterinária (LAMIV), na Universidade
Paula Vivian Feitoza dos Santos Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA),
tem efetivado pesquisa de fitoterápicos
desde o ano de 2011. Desde então,
foram realizados os seguintes trabalhos:
INTRODUÇÃO
Aspectos tecnológicos e sociais do
A utilização de fitoterápicos em
potencial antimicrobiano de plantas
animais em diferentes espécies é uma
do semiárido sobre cepas bacterianas
prática bastante difundida no Nordeste
isoladas de caprinos (MEDEIROS, 2013);
do Brasil. A utilização dos produtos
Aspectos ambientais e sociais quanto ao
naturais surgiu com a humanidade para a
uso de antissépticos naturais em tetos
prevenção e tratamento da contaminação
de cabras leiteiras em um assentamento
por microrganismos. Os primeiros registros
no munícipio de Mossoró-RN (AMORIM,
do seu uso ocorreram na China, no
2013); Análise da entrecasca do cajueiro
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 37
(Anacardium occidentale) e da ameixa do mato (Ximenia americana) no coto umbilical de
caprinos e ovinos como antisséptico natural (FARAJ, 2015); Potencial antimicrobiano do
gel à base de Caesalpinia na antissepsia de coto umbilical em caprinos (AGUIAR, 2016);
Atividade do ácido undecilênico como antisséptico em cães (MARINHO, 2017); Produção
de gel antisséptico à base de folha e flor de jucá (Caesalpinia uínos) e cajá (Spondias
mombin L.) em coto umbilical de gatos (Felis catus) recém-nascidos e em feridas cirúrgicas
de gatos (Felis catus) submetidos à orquiectomia e ovariosalpingohisterectomia (DANTAS,
2018); Produção de gel antisséptico de jucá para aplicação em coto umbilical de felinos
recém-nascidos, em ferida cirúrgica pós ovariohisterectomia (MEDEIROS, 2018); Utilização
do extrato de Spondia mombim como antisséptico em castrações de suínos (OLIVEIRA,
2018) e O uso de Spondia mombim em dermatite bacteriana em gatos (SOUZA , 2020).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A seguir serão caracterizados os procedimentos necessários para realização de
experimentos com animais em testes com produtos oriudos de plantas com potencial
fitoterápico.
a. Animais
Os animais utilizados em experimentos devem ser saudáveis, com escore corporal
adequado, os quais devem ser separados em grupos e identificados através de números
e marcados com fitas de diferentes cores. Esses cuidados devem ser necessários para a
condução do trabalho de forma adequada para a devida colheita de dados. As pesquisas
foram realizadas principalmente na espécie caprina, mas também foi observada a ação de
antissépticos e antimicrobianos em bovinos, ovinos, suínos, caninos e suínos.
b. Comitê de Ética em Uso de Animais
As pesquisas que utilizam animais devem ser autorizadas por um comitê de ética
para uso de animais com o intuito de manter o seu bem-estar, de acordo com o Conselho
Nacional de Controle em Experimentação Animal. Todos os resultados descritos foram
autorizados por um Comitê de Ética em Uso de Animais (CEUA).
c. Colheita
A colheita deve ser realizada no mesmo horário, durante todo o experimento, seja
uma ou duas vezes durante o dia. As amostras devem ser condicionadas em refrigeração
(5º a 8oC), durante o transporte ao laboratório para análises do material biológico. As
amostras de todos os experimentos realizados foram tecidos de locais onde os antissépticos
alternativos foram administrados, como células de pele e do pavilhão auricular.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 38
ANIMAIS DE PRODUÇÃO – CAPRINOS, OVINOS BOVINOS E SUÍNOS
a. Caprinos
A prevenção da mastite é uma necessidade para as propriedades que têm animais
de produção leiteira. Muitos antissépticos são utilizados na rotina, como o iodo e o cloro,
que agem de forma a reduzir a carga microbiana precursora da mastite (AZIZOGLU
et al., 2013). Já o hipoclorito de sódio a 2%, iodo a 0,03% e clorexidina a 0,3% são os
componentes mais utilizados no pre-dipping; já no pós-dipping, são iodo a 0,7-1,0%,
clorexidina a 0,5-1,0% e cloro a 0,3-0,5% (SANTOS; FONSECA, 2006). Como forma
de minimizar os resíduos desses compostos no animal e na natureza, foram realizados
experimentos com compostos naturais em matrizes caprinas leiteiras. Nessa espécie
animal, foram realizados experimentos utilizando-se extratos hidroalcoólicos e decoctos
como função de antissépticos.
Esses antissépticos foram utilizados na fase de pós-dipping, e os fitoterápicos
utilizados foram Spondias mombin L. (cajá) 3mg/ml, Caesalpinia pyramidalis Tul.
(catingueira) 80mg/ml e Cnidoscolus phyllacanthus (faveleira) 80mg/ml. As concentrações
citadas foram utilizadas de acordo com a eficiência verificada em testes in vitro através da
técnica em poço. É observado que os fitoterápicos utilizados reduziram em mais de 90%
a população de bactérias do teto da glândula mamária dos animais utilizados, afirmando o
potencial dessas plantas como antissépticos alternativos (Tabela 1).
Tabela 1 – Número de unidade formadora de colônias após a utilização de fitoterápicos como ação pós-
dipping utilizando a forma de extração hidroalcoólica
Fitoterápico Número de colônias (ufc)
Spondias mombin L. 2170,17
3 mg/ml
Caesalpinia pyramidalis Tul. 1 503,30
80 mg/ml
Cnidoscolus phyllacanthus 929,69
80mg/ml
Iodo 487,71
Água Destilada 48779,43
Fonte: Amorim (2013)
Algumas bactérias foram isoladas de glândula mamária – Staphylococcus coagulase
negativa, Staphylococcus aureus, Bacillus sp., Enterobacter sp., Bacillus megaterium,
Corynebacterium sp. grupo das corineformes após o uso de Spondias mombin L. (cajá)
3mg/ml, Caesalpinia pyramidalis Tul. (catingueira) (80mg/ml) e Cnidoscolus phyllacanthus
(faveleira) (80mg/ml). Mas essa questão é justificada pela capacidade de resistência de
alguns microbianos, devendo ser investigada a causa dessa resistência.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 39
A eficiência dos extratos também foi observada através da contagem do número
de coliformes termotolerlantes (MEDEIROS, 2013), pois não foi observada a presença
de Escherichia coli, ocorrência verificada quando não utilizados produtos antissépticos
convencionais ou alternativos.
Medeiros (2013) detectou a presença de taninos, flavonoides, catequinas, xantonas
para cajá (Spondia mombim). Já Amorim (2013) verificou a presença de alcaloides e
triterpernoides em Caesalpinia pyramidalis Tul. (catingueira) e Cnidoscolus phyllacanthus
(faveleira). Esses compostos químicos possivelmente inibiram a ação em bactérias de
glândula mamária. Taleb-Contini et al. (2003) demonstraram atividade antimicrobiana de
oito flavonoides e cinco esteroides isolados de duas espécies vegetais de Chromolaena,
principalmente contra bactérias Gram positivas (Staphylococcus sp. e Streptococcus sp.).
E ainda de acordo com Monteiro (2005), várias bactérias são sensíveis aos taninos, dentre
elas, Bacillus anthracis e Shigella dysenteriae
A onfaloblefite é uma enfermidade muito comum em recém-nascidos das espécies
bovina, caprina e ovina. Assim, foi utilizado o fitoterápico utilizado o jucá (Libidia ferrea)
como uma alternativa de antisséptico natural. Essa árvore é nativa do Brasil e aparece como
opção para a formulação de um gel com propriedades antissépticas, confeccionado a partir
do extrato obtido de suas folhas com a concentração de 1% (1mg/ml). Nesse experimento,
foram utilizados cabritos neonatos (um dia de vida) de uma propriedade rural familiar no
município de Mossoró-RN (Figura 1), sendo estabelecidos três grupos homogêneos de
cinco animais. Cada grupo foi submetido a um tipo de tratamento (gel de jucá a 1%, iodo
a 2% e água destilada), aplicados em visitas diárias ao longo de cinco dias. Ainda foram
monitorados sinais inflamatórios locais (eritema, edema e presença de exsudato) e feita a
mensuração do diâmetro do coto umbilical.
O número de bactérias mesófilas após a ação de antissépticos alternativos e
convencionais após 72 horas está descrito na Tabela 2. No grupo submetido ao tratamento
com Libidia ferrea (jucá) (figura 1), o diâmetro da base do coto umbilical foi reduzido em
28,8% após três dias de tratamento, em comparação com 33,9% e 15,38% de redução dos
grupos tratados com iodo a 2% e água destilada, respectivamente. (figura 2). A análise
do aspecto inflamatório externo do coto umbilical não apresentou diferenças significativas
dentre os tratamentos realizados no período de três dias.
Tabela 2 – Número inicial e final de unidade formadora de colônias, diferença percentual de Juca
(Casaepinia férrea) utilizado como antisséptico
Tratamento U.F.C. Inicial U.F.C. Final Diferença Percentual
Gel de jucá a 1% 1035 188 - 81,8%
Solução iodada a 2% 131 3,3 - 97,4%
Água destilada 345,6 515,6 + 49,2%
Fonte: Aguiar (2016)
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 40
A ação antimicrobiana de Libidia ferrea está baseada provavelmente na presença
de ácido gálico, lectina, lupeol, α-amirina e flavonoides (quercetina, isoorientina, vitexina
e orientina), de acordo com Port’s (2011). Os principais mecanismos de ação desses
compostos naturais são a desintegração da membrana citoplasmática, a alteração do fluxo
de elétrons, a desestabilização da força próton motriz (FPM), a coagulação do conteúdo da
célula e o transporte ativo. Nem todos os mecanismos de ação agem em alvos específicos,
podendo alguns sítios serem afetados em consequência de outros mecanismos (BURT,
2004). Dessa forma, observa-se a Libidia ferrea como um promissor antisséptico em
umbigos de caprinos
Figura 01: Animais tratados com Caselpinia Figura 02: Mensuração do diâmetro do coto
férrea umbilical
Fonte: Aguiar (2016)
b. Bovinos
Um estudo foi realizado a fim de observar a capacidade antisséptica de Spondia
mombim em matrizes bovinas. Os animais eram mantidos com o ácido láctico como
antisséptico convencional. Dessa forma, foi realizado um estudo comparativo com iodo a
2%, acido láctico a 2%, Spondia mombin a 20mg/ml e água destilada. Foi observado como
resultado o extrato de S. mombin e iodo obtendo uma média de 1026,7 e 1025,5 UFC/
cm2, respectivamente. Comportamento diferente foi observado nos animais que utilizaram
ácido láctico e água, com tendência ao aumento das UFCs, obtendo médias de 1210,1
e 1663,8 UFC/cm², respectivamente (Tabela 3). Em relação às alterações patológicas,
foram encontradas alterações hiperemia e edema em animais quando tratados com
água, provavelmente relacionadas a um processo de infecção/inflamação latente quando
verificada a presença de mastite em bovinos. Deve-se ainda observar que as alterações de
hiperemia, edema, secreção, calor e dor foram observadas quando utilizado o ácido lático.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 41
Não obstante, não houve alterações clinicas nos animais submetidos ao tratamento com
iodo e decocto de S. mombim.
Tabela 3 – Número de unidade formadas de colônias ao longo do tempo utilizando como antisséptico
alternativo Spondia mombim L
Fitoterápico Número de colônias (ufc)
Spondias mombim L. 1026,7
3 mg/ml
Ácido láctico a 2% 1025,5
Iodo a 2% 1210,1
Água Destilada 1663,8
Fonte: Fernandes (2019)
c. Suínos
A castração de leitões é uma prática comum na suinocultura, na qual o antisséptico
mais utilizado em granjas de suínos é o iodo a 2%. Considerando que a utilização de
plantas medicinais como antissépticos caracteriza-se como uma atividade transmitida
entre as gerações, sendo uma forma alternativa usada por criadores de animais, foi
objetivo do trabalho avaliar a capacidade antisséptica do decocto produzido a partir das
folhas de Spondias mombin 3mg/ml em feridas cirúrgicas de leitões recém-submetidos à
orquiectomia. Nove leitões de uma propriedade rural na cidade de Governador Dix-sept
Rosado foram submetidos à orquiectomia e acompanhados durante cinco dias. A aplicação
de tintura de iodo e o antisséptico alternativo apresentaram medias semelhantes, nas quais
o iodo apresentou 4,28 UFC e o extrato à base de Spondia mombim apresentou 4,29 UFC
(Tabela 4), não apresentando diferenças entre os antissépticos. Dessa forma, podemos
concluir que o Spondia mombim pode ser utilizado como antisséptico alternativo para
castrações de suínos, tornando a técnica com menor resíduo ambiental.
Tabela 4 – Número de unidades formadoras de colônia após utilização de extrato à base de Spondias
mombim L como antisséptico alternativo em castrações de suínos
Fitoterápico Número de colônias (ufc)
Spondias mombin L. 4,29
3 mg/ml
Iodo 4,28
Fonte: Oliveira et al (2019)
Não foram verificados eritema, presença de secreção, prurido e dor durante o
processo de aplicação do antisséptico alternativo Spondia mombim (Figuras 3 e 4).
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 42
Figura 03: Suinos castrados e mantidos com Figura 04: Ferida cirúrgica no 4ª dia com a
antisseptico Spondia mombim utilização de Spondia mombim
Fonte: Oliveira (2019)
ANIMAIS DE COMPANHIA - CÃES E GATOS
a. Caninos
Em relação ao aumento do número de microrganismos multirresistentes em
ambientes hospitalares e em outros serviços de saúde, os antissépticos ainda continuam
desempenhando um papel importante no controle das infecções hospitalares, atuando de
forma a minimizar a disseminação de microrganismos (SALVAGE et al., 2014). O ácido
undecilenico é um dos derivados mais valiosos do óleo de mamona (Ricinus communis),
fabricado a partir da pirólise do óleo. A pirólise em altas temperaturas (400°C) divide a
molécula do ácido ricinoleico no grupo hidroxila para formar heptaldeído, ácido undecilênico
e outros produtos secundários. Os dois produtos principais, ácido undecilênico e
heptaldeído, são matérias-primas importantes para a fabricação de compostos poliméricos,
farmacêuticos e cosméticos. O ácido undecilênico possui uma longa história como droga
antifúngica, sendo muito usado para tratar alguns tipos de infecções por fungos (MUTLU;
MEIER, 2010). Um estudo avaliou a ação do ácido undecilênico, extraído a partir do óleo
de mamona (Ricinus communis) como antisséptico em cães. Foi realizada uma coleta,
amostra-controle no coxim do membro anterior direito e, em seguida, o animal foi posto
em um protótipo de esteira antisséptica de 80cm, por tempo mínimo de 1 minuto. Esse
protótipo de esteira, fabricado com a resina da mamona, recoberto com tapete adesivo
impregnado com o ácido undecilênico, com concentração de 1,8% no látex do papel,
foi utilizado na tentativa de reduzir a população de microrganismos mesófilos aeróbios
presente nos coxins desses animais e promovendo a redução da propagação de agentes
possivelmente patogênicos. Posteriormente, uma nova coleta, amostra-teste, no coxim
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 43
do membro anterior esquerdo, foi realizada. As amostras-controle e teste foram colhidas
por meio de suabes esterilizados e foi verificado que 35 animais tiveram mais de 50% de
redução de bactérias no coxim plantar do animais (Gráfico 1).
Gráfico 01: Número de animais quanto ao percentual de redução da população microbiana submetido
ao ácido undecilênico com concentração de 1,8%.
Fonte: Marinho et al (2018)
Dessa forma, foi demonstrado que produtos a base de mamona, destacando o ácido
undecilênico, pode ser um excelente antisséptico alternativo para cães.
b. Felinos
Ovarisalpingohisterotectomia e orquiectomia são procedimentos cirúrgicos
frequentemente empregados na clínica cirúrgica de felinos. Geralmente, são utilizados
antissépticos convencionais, como iodo a 2% ou clorexidine a 0,2%. Animais alérgicos
a esses antissépticos devem utilizar um fármaco alternativo. Uma possibilidade é uma
solução à base de Spondia mombin, na concentração de 100mg/ml. Assim, foi avaliada a
eficiência do decocto das folhas de cajá (Spondias mombin L.) como antisséptico no pós-
cirúrgico de animais submetidos à orquiectomia e ovariosalpingohisterectomia. Para tal,
foram submetidos à castração animais da espécie felina, sem raça definida, divididos em
três grupos: o primeiro grupo como controle positivo com solução alcoólica de clorexidine a
0,5%; o segundo, como controle negativo com água destilada estéril; e o grupo teste com
o decocto de cajá a concentração de 100mg/mL. Todos os animais, independentemente da
idade e sexo, tiveram cicatrização visível em tempo similar. Animais tratados com o decocto
apresentaram uma redução significativa do crescimento bacteriano. Como se observa no
Gráfico 2 a seguir, animais tratados com água destilada estéril (controle negativo) foram
aqueles que tiveram o maior número de microrganismos encontrados, haja vista que a
água em si não possui nenhuma capacidade de inibir bactérias. Entretanto, os animais
tratados com Spondias mombin L. apresentaram um número significativamente reduzido
de crescimento bacteriano.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 44
Gráfico 2 – Contagem de bactérias no período de sete dias após cirurgia, Mossoró/RN, 2018
4000
3200
a
a
2400 a a
a a CP
UFC/mL
a a
1600 a a DC
a CN
b b
800 a
b b c c b b b
0
1 2 3 4 5 6 7
Tempo de aplicação (Dias)
Fonte: Dantas et al. (2020)
Os resultados com clorexidine foram melhores, pois esse antisséptico se caracteriza
por ser um detergente catiônico, da classe das biguanidas, disponível nas formas de
acetato, hidrocloreto e digluconato, sendo este último o sal mais comumente empregado
em fórmulas e produtos, que possui um amplo espectro de ação, agindo sobre bactérias
Gram-positivas, Gram-negativas, fungos, leveduras e vírus lipofílicos (TORTORA et
al.,2017). No entanto, observou-se uma melhor cicatrização das feridas cirúrgicas daqueles
tratados com Spondia mombin L., Castejon (2011) relata em seu trabalho que é atribuída
aos taninos a estimulação de células fagocíticas, bem como de atividades antiinfectivas.
Dessa forma, verifica-se que Spondia mombim pode ser utilizado como antisséptico em
castrações (Figura 5).
Figura 05: Ferida cirúrgica em processo de cicatrização após ovariohisterectomia utilizando Spondia
mombim no 7 dia.
Fonte: Dantas et al. (2020)
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 45
Dermatites em Felinos
Dermatite em felinos tem uma ocorrência comum na clínica médica de animais de
companhia e uma alta frequência de resistência a antimicrobianos convencionais. Dessa
forma, foi utilizado um creme à base de Spondia mombim a 1% em nove animais (A, B,
C, D, E, F, G, H, I) que apresentavam lesões cutâneas infeccionadas. Esse tratamento
foi realizado mediante autorização dos seus tutores. Os animais foram tratados por 21
dias com aplicação da pomada sobre as lesões na pele. No primeiro dia de atendimento
de cada animal do experimento (Dia 0), foram coletadas amostras biológicas das lesões.
Esse mesmo procedimento se repetiu nos dias 7, 14 e 21. Essas amostras biológicas
coletadas foram processadas em laboratório, semeadas em Agar sangue de carneiro e
meio de cultura MacConkey. Em seguida, realizou-se a diluição seriada em 101, 102 e 103
e semeadura de 0,1ml de cada diluição em Agar Soya bean. As placas foram incubadas
em estufa bacteriológica a 37°C por 48h. Após o período de incubação foi realizada a
contagem de unidades formadoras de colônias (UFC).
Na análise dos resultados, no dia zero (0), houve crescimento bacteriano em todas
as amostras coletadas e semeadas em Agar Soya bean, sendo que a contagem bacteriana
foi de 7,0x105 UFC/g, 3,2x104 UFC/g, 1,48x106 UFC/g, 4,0x105 UFC/g, 4,63x105 UFC/g,
1,57x106 UFC/g, 1,76x105 UFC/g, 6,0x102 UFC/g e 3,96x104 UFC/g para os animais A,
B, C, D, E, F, G, H e I respectivamente. No dia 7, a contagem bacteriana foi de 7,0X102
UFC/g, 3,0x102 UFC/g, 6,0x103 UFC/g, 1,95x103 UFC/g e 2,3x103 UFC/g para os animais
A, B, C, D e F. Para os animais E, G, H e I não houve formação de colônias nesse dia. Já
no dia 14, apenas o animal A apresentou contagem bacteriana de 4,0x102 UFC/g (para os
demais animais não houve formação de colônias nesse dia. No dia 21, não houve formação
de colônias bacterianas para nenhum animal do experimento (Tabela 5). Esses dados
são justificados pela capacidade antimicrobiana in vitro de Spondia mombim descrito por
Leonez et al. (2018) em bactérias Gram positivas.
Tabela 5 – Número de bactérias em animais com dermatite bacteriana tratados com creme à base de
Spondia mombin
Animal Dia 0 Dia 7 Dia 14 Dia 21
A 7,0x105 UFC/g 7,0X102 UFC/g 4,0x10² UFC/g -
B 3,2x10 UFC/g
4
3,0x10 UFC/g
2
- -
C 1,48x106 UFC/g 6,0x103 UFC/g - -
D 4,0x10 UFC/g
5
1,95x10 UFC/g
3
- -
E 4,63x103 UFC/g - - -
F 1,57x10 UFC/g
6
2,3x10 UFC/g
3
- -
G 1,76x105 UFC/g - - -
H 6,0x10 UFC/g
2
- - -
I 3,96x104 UFC/g - - -
Fonte: Santos et al (2022)
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 46
Na Figura 6, pode-se observar a capacidade do creme à base de Spondia mombin
ao longo de 21 dias devido à presença de ácido anacárdico, que possui a capacidade de
inibir a β-lactamase (CORREIA; DAVID; DAVID, 2006).
Figura 06: Análise de lesão de pele ao longo de 21 dias tratada com creme a base de Spondia mombim
a 1% justificado pela atividade antimicrobiana do ácido anarcádico.
Fonte: Santos et al. (2022)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os fitoterápicos descritos nas suas diversas formas como extrato ou ainda como
decocto podem ser utilizados como antissépticos alternativos nas diversas espécies
de animais, minimizando as patologias de dermatite e mastite em animais de produção
ou de companhia. Os benefícios aos animais são comprovados. Além de minimizar os
custos para os tutores e contribuir para uma menor taxa de resíduos tóxicos ao ambiente.
Pesquisas devem ser aprimoradas quanto aos diversos princípios ativos que constituem os
fitoterápicos que agem isoladamente ou em sinergismo.
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FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA Capítulo 5 48
ALLYSON VINICIUS BENEVIDES MARINHO - Possuir graduação em Medicina
Veterinária pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Atuação em clinica
médica de animais. Desenvolveu trabalhos com fitoterápicos durante a graduação.
ANNA JACINTA DANTAS MEDEIROS - Docente no IFRN/Campus Mossoró.
Possui graduação em Tecnologia em Meio Ambiente pelo Centro Federal de
Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, Farmácia pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte e Química pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Especialista em Saneamento Ambiental pela UGF. Mestrado em
Ambiente, Tecnologia e Sociedade – Universidade Federal Rural do Semi-Árido.
Doutora em Ciências Animais/UFERSA.
CAIO SÉRGIO SANTOS - Possui graduação em Medicina Veterinária pela
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2011), mestrado em Ambiente,
Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2014)
e doutorado em Ciência Animal pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido
SOBRE OS AUTORES
(2020). Atualmente é técnico de laboratório/área da Universidade Federal Rural
do Semi-Árido. Tem experiência na área de Medicina Veterinária, com ênfase
em Microbiologia Veterinária e Reprodução Animal, atuando principalmente nos
seguintes temas: bacteriologia, potencial antimicrobiano e tóxico de plantas do
semi-árido e conservação de germoplasma animal.
CRISTIANE RIBEIRO LUCAS AMORIM - Possui graduação em Farmácia pela
Universidade Federal do Ceará (1999) e mestrado em Ambiente, Tecnologia e
Sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2013). Trabalhou com
prospecção de princípios ativos em plantas do semi-árido nordestino. Atualmente
é servidora/técnica de laboratório na Universidade Federal do Ceará.
FERNANDO DA COSTA FERNANDES - Graduado em Medicina Veterinária pela
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), no ano de 2018. Possui
experiência profissional atuando também na área de clínica médica de animais
de companhia. Participou de projeto de fitoterápicos em animais de produção.
Atua na área conservacionista como médico veterinário do Projeto Cetáceos da
Costa Branca (PCCB-UERN), com resgate e reabilitação de fauna marinha pelo
Programa de Monitoramento de Praias Bacia Potiguar (PMP-BP).
FRAN ERLLEY SOUSA OLIVEIRA - Possui graduação pela Universidade Federal
Rural do Semi-Árido. Desenvolveu trabalhos na área de fitoterapia no projeto
Potencial antimicrobiano de plantas do semi-árido sobre patógenos de interesse
médico veterinário e zootécnico. Atua como médico veterinário de pequenos
animais.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA 49
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJÓ - Possui graduação em Medicina
Veterinária pela Universidade Estadual do Ceará (1993), mestrado em
Microbiologia Veterinária pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1997)
e doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Pernambuco
(2004). Atualmente é professor titular da Universidade Federal Rural do Semiárido.
Tem experiência na área de Microbiologia, atuando principalmente nos seguintes
temas: Identificação e ação de extratos de plantas sobre bactérias e leveduras de
interesse médico veterinário e ambiental
GARDÊNIA SILVANA DE OLIVEIRA RODRIGUES - Possui graduação em
Engenharia Agronômica, mestrado e doutorado em Fitotecnia pela Universidade
Federal Rural do Semi-Árido. Trabalhou com fitoterápicos in vitro e in vivo em pós-
doutorado pela mesma universidade. Tem experiência em ciências ambientais,
agroecologia, metodologia científica, estatística e métodos científicos. Atualmente
é professora do Técnico de Nível Médio em Agroecologia do Estado do Rio Grande
do Norte.
SOBRE OS AUTORES
GERUZIA MARQUES TEODORO QUEIROGA - Possui graduação em Farmacia
pela Universidade Federal do Ceará. Mestrado em Ambiente, Tecnologia e
Sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido com o tema plantas
medicinais. Atualmente é servidora da Secretaria de Saúde do Estado do Rio
Grande do Norte.
JAMILE RODRIGUES COSME DE HOLANDA - Possui graduação em enfermagem
pela Faculdade de Enfermagem Nova Esperança (2016); mestrado em Ambiente,
Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2019) no
qual trabalhou com plantas do semiárido nordestino de interesse médico e médico
veterinário, é, também especialista em Unidade de Terapia Geral e Cardiovascular
pela Faculdade Nova Esperança (2017), e doutoranda em Ciências da Saúde na
Universidade Federal de Sergipe. Atua como docente de Ensino Superior nos
cursos da área da saúde, dentre eles medicina e enfermagem.
JOÃO MAURÍCIO FERREIRA AGUIAR - Médico Veterinário pela Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). Possui experiência em microbiologia
veterinária e em resgate e reabilitação de fauna marinha. Participou de projeto de
fitoterápicos em animais de produção. Atua na área conservacionista como médico
veterinário do Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB-UERN), com resgate e
reabilitação de fauna marinha pelo Programa de Monitoramento de Praias Bacia
Potiguar (PMP-BP).
LETICIA CELY VIEIRA DE MEDEIROS - Graduanda em Medicia veterinária
pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Desenvolvimento de projetos
na Clinica Médica e Microbiologia Veterinária com atuação em novos farmacos.
FITOTERAPIA EM ANIMAIS DE PRODUÇÃO E DE COMPANHIA 50
Especialização em Clinica Medica de Pequenos Animais e em Diagnóstico Por
Imagem Em Pequenos Animais. Residente em Clinica Médica de Pequenos
Animais.
KHALED SALIM DANTAS ABI FARAJ - Possui graduação em medicina
veterinária pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Mestrado em Ambiente,
Tecnologia e Sociedade pela mesma universidade. Professor da Universidade
Uninassau.
MARCILEIDE ALMEIDA AMARAL - Graduada curso de Biotecnologia pela
Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Com interesse nas áreas de
microbiologia geral e clínica. Foi bolsista PIBIC. Foi vinculada ao Laboratório de
Microbiologia Clínica (LAMIC) da UFERSA e desenvolveu o plano de trabalho
“Detecção de resistência às polimixinas em bactérias de interesse clínico em
Mossoró-RN por meio de testes fenotípicos” na modalidade PICI.
SOBRE OS AUTORES
NILZA DUTRA ALVES - Possui graduação em Medicina Veterinária pela
Universidade Estadual do Ceará (1991), mestrado em Farmacologia pela
Universidade Federal do Ceará (1997) e doutorado em Farmacologia pela
Universidade Federal do Ceará (2004). Atualmente é professora titular da
Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Tem experiência na área de Medicina
Veterinária, com ênfase em Farmacologia e Terapêutica Animal, atuando
principalmente nos seguintes temas: cães, leishmaniose visceral, gatos, saúde
pública e Mossoró.
PAULA VIVIAN FEITOZA DOS SANTOS - Possui graduação em Medicina
Veterinária pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2021). Tem experiência
com clínica médica de pequenos animais. Foi bolsista de iniciação cientifica –
PIBIC/Cnpq.
THALLES D´AVILA PIRES DUTRA DANTAS - Possui graduação em Medicina
Veterinária pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2018). Foi bolsista
PIBIC/CNPq no laboratório de Microbiologia Veterinária. Tem experiência com
clínica médica de pequenos animais e fitoterápicos.
THULIANNE LOPES DE SOUZA - Possui graduação em Ciências Biológicas
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestrado em Ambiente,
Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido, com
trabalho desenvolvido em etnobotânica. Coordenadora da Vigilância Ambiental do
Município de Parnamirim.
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