2017­6­20 saxccb2 | FUNÇÃO DO SAX BARÍTONO NA ORQUESTRA CCB

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Função do Sax Baritono na orquestra CCB

Proponente ­ Ir. Giancarlo ­ Sorocaba (SP)

Giancarlo:
Caros, a PAZ DE DEUS!
Não pude deixar de observar uma referida discussão sobre em qual tessitura o saxofone barítono deve tocar. Observei que foi mencionado que
alguns irmãos acham que a recomendação para que o saxofone toque barítono em sua tessitura correta tem a ver com boquilha, palheta, volume, etc.
NÃO TEM NADA A VER. Mesmo que toque pianíssimo, mas toque no grave, não está correto.
A exigência para que os irmãos toquem na tessitura correta é por outra razão, por conta disso, e por não ter tido tempo de ter me manifestado na sexta
free, peço permissão para abrir um grande parênteses para demonstrar a razão para que os barítonos toquem em sua TESSITURA CORRETA.
Utilizarei o material que usamos nas RTs de saxofones, que na parte que ministramos sobre esse tema, utilizamos um trabalho do irmão PAOLO
TRONI, gentilmente cedido para esse fim.

O QUE É O EFEITO PING PONG?

São quebras de frases ocorridas durante a execução da quarta voz do hinário pelo sax barítono;
No caso dos saxofones baixo e contra baixo esse efeito é menos propenso pois alcançam até a nota Fá ­1 (uma oitava abaixo do que está escrito).

COMO OCORRE ESSE EFEITO?

Na busca por notas no registro mais grave do instrumento, os músicos tocam uma oitava abaixo do som original.

POR QUE ESSA PRÁTICA DEVE SER EVITADA?

1. Foge da tessitura proposta no hinário;
2. Gera saltos inexistentes na voz do baixo;
3. Altera o timbre e quebra a frase musical.
Para entendermos qual a tessitura que o barítono deve tocar, e esclarecer de uma vez por todas essa questão, iremos iniciar explicando o
PROCESSO COMPOSITIVO DOS HINOS, ou seja, como ele chegou nesse ponto que conhecemos no hinário? Por que é assim?
Iremos pegar como exemplo uma melodia de caráter simples, fácil de cantar e memorizar:

Essa é uma melodia de Martinho Lutero (1483­1546)

À essa melodia, foi acrescentada a poesia, de autoria da CCB. (HINO 31 – “FORTE ROCHA”)

Giancarlo:
Seguindo a tradição musical litúrgica (desde o século XIII) e luterana (a partir do século XV) as melodias de nossos hinos tem sido harmonizadas com
uma estrutura coral a quatro vozes:
Soprano
Contralto
Tenor
Baixo

Convenção para os hinos da Congregação Cristã:

A melodia principal está na voz do Soprano. Este site foi criado por WIX.com. Crie seu site GRÁTIS >>
A razão para qual a melodia principal está na voz do soprano é porque se trata da voz mais aguda e, portanto se sobressai
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demais e se a reconhece mais facilmente.

Antes de continuar, gostaria de falar um pouco sobre série harmônica. Os irmãos sabem o que é série harmônica?

Dito de maneira simples, a série harmônica é um conjunto de sons que estão “dentro” de uma nota “principal”.
Sobre esse princípio físico/matemático se embasa toda a ciência da harmonia musical e da orquestração
.
Para os irmãos entenderem melhor a respeito da série harmônica, vejam este vídeo:

https://saxccberuditosacro.wixsite.com/saxccb2/baritono 1/5
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(OUÇAM COM FONE)

AGORA UMA DEMONSTRAÇÃO:

Exemplo dos primeiros sons em um hino:

No exemplo anterior, A nota mais grave (o Dó da pedaleira) é a que põe as bases da harmonia.
As demais vozes (incluindo o próprio soprano) são harmônicos do Dó da pedaleira.

Existe uma hierarquia das vozes no hinário, a saber:

Soprano: extremo agudo, melodia principal
Contralto: parte interna, “recheio” harmônico, acompanhamento
Tenor: parte interna, “recheio” harmônico, acompanhamento
Baixo: extremo grave, fundamental da harmonia

Junto à essas 4 vozes, podem ser acrescentadas outras duas vozes, a saber:
Soprano oitavado (dobra o soprano uma oitava acima) e
Baixo profundo (dobra o baixo uma oitava abaixo):

FAZENDO UMA ANÁLISE PRÁTICA DO HINÁRIO DE ÓRGÃO:

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Obedecendo esta hierarquia musical os hinos soarão de maneira agradável e equilibrada e conseguiremos ajudar a irmandade a entender
com clareza o que devem cantar.

Agora, utilizaremos os princípios da série harmônica para explicar erros frequentes em nossas orquestras:
Vimos como a série harmônica está presente na harmonia musical

Agora veremos a correspondência entre o hinário de órgão e o hinário em Dó e logo na execução da orquestra:

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É interessante notar a importância que tem o baixo profundo (executados pela tuba e a pedaleira) enquanto nota fundamental da série harmônica.
Com a orquestra completa e com cada um tocando em sua parte, sem troca de partes desnecessárias nem cruzamento de vozes nem outras trocas
estranhas, a execução será cheia, harmoniosa e equilibrada.
Tocando assim estamos respeitando as leis da matemática, da física e da acústica (antes mesmo das leis musicais).

INDICAÇÕES PARA OS SAXOFONES BARÍTONOS:

Ao tocar a voz do baixo, NÃO DEVERÃO trocar as oitavas das notas escritas no hinário em busca de notas mais graves.
(LEIAM AS LEGENDAS NA IMAGEM):

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Ou seja: o que fizemos aqui? QUEBRAMOS A FRASE MUSICAL DA LINHA DO BAIXO!

Essa regra (de não trocar as oitavas do baixo) pode parecer ter sido criada somente para “atrapalhar”, mas é muito fácil compreender sua lógica se
fizermos o mesmo em outra parte que não seja o baixo:
(CONVIDO OS IRMÃOS A FAZEREM ESSA EXPERIÊNCIA EM CASA, COM SEUS INSTRUMENTOS: TOQUEM O HINO 205 NO GRAVE)

Então, qual é a oitava correta do saxofone barítono?

O saxofone barítono deve fazer a voz do baixo (salvo necessidades especiais, quando o músico estiver sozinho em um culto, por exemplo)
Para uma correta execução do baixo, o saxofone barítono deve tocar na altura escrita no hinário, ocupando o espaço que há entre o baixo profundo
(tuba e pedaleira) e o tenor, cumprindo assim com sua função de barítono*.
Barítono*: registro (ou voz) que está entre o baixo e o tenor.
O outro motivo pelo qual o barítono não deve fazer o baixo no grave é porque tal prática lhe obriga a tocar em seu registro extremo grave e lhe falta
notas para tocar nessa tessitura, como podemos ver no exemplo:

EXECUÇÃO CORRETA DO BAIXO:

OUTRA QUESTÃO: O “ABISMO” ENTRE TUBAS E TENOR:

Segundo as regras de harmonia tem que observar determinadas distâncias entre vozes para obter uma sonoridade agradável.

Neste exemplo temos a escrita resultante do baixo tocado somente pela tuba (uma oitava abaixo). Isso produz uma distância inapropriada entre o
baixo (tuba) e o tenor. Por tal motivo, os saxofones barítono, fagotes e violoncelos, não devem tocar no grave (na oitava da tuba) e tampouco devem ir
ao tenor, deixando a tuba “sozinha”.

E PARA FINALIZAR:

TÓPICOS DE ENSINAMENTOS DE 10 DE NOVEMBRO DE 2001:

CONSIDERAÇÕES GERAIS:

https://saxccberuditosacro.wixsite.com/saxccb2/baritono 3/5
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"SEGUE RELAÇÃO DE FAMÍLIAS DE INSTRUMENTOS COM AS VOZES QUE OS MESMOS DEVEM EXECUTAR E POSICIONAMENTO NAS
ORQUESTRAS DA CONGREGAÇÃO: Este site foi criado por WIX.com. Crie seu site GRÁTIS >>
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SAXOFONE BARÍTONO: BAIXO. NÃO TOCAR 8ª ABAIXO.

RESUMINDO:
POR QUE NÃO DEVEMOS TOCAR O BARÍTONO NO GRAVE?
1­ FOGE DA TESSITURA PROPOSTA NO HINÁRIO;
2 ­ GERA SALTOS INEXISTENTES NA VOZ DO BAIXO;
3­ ALTERA O TIMBRE E QUEBRA A FRASE MUSICAL;
4 ­ ESTÁ FORA DO ENSINAMENTO.

Eu toco na tessitura correta. E vocês?

Leonardo Santos:
O que falta em muitos de nós às vezes é a compreensão e aceitação do que deve ser realmente tocado corretamente e não simplesmente fazer o que
nos deixam confortáveis ou que achamos "bonito"
Deus abençoe pela ótima explicação irmão Giancarlos

Davi Caxias:
Excelentes explicações a respeito do efeito PING PONG no barítono, Gian.
É interessante notar como o barítono perde a sua função na orquestração do hinário ao ser tocar no grave.

João Alberto
Amém! Grande explicação. Se tds irmãos do saxofone barítono tocarem na tessitura correta nossas orquestras vão ficar top.

Giancarlo:
Reitero aqui todos os créditos de textos e imagens ao nobrissimo irmão Paolo Troni (@34649656770 ) que nos cedeu tão rico material para utilizarmos
nas Rts. Em nome da equipe (irmãos Davi, José de Carvalho, Henrique Matheus e Giancarlo) os nossos agradecimentos.

Hellder:
Com relação ao barítono, no meu ponto de vista quem toca deve ter em mente que esta tocando um instrumento de voz baixo natural, pois temos 6
vozes na orquestra e não 4 como muitos pensam... Soprano oitavado (violino, flauta, requinta), Soprano, contralto, tenor, baixo natural (barítono,
euphonium, cello,etc) contra baixo
A melhor explicação que já tive é um sax reto tocando soprano sem oitavar...fica coisa mais ridícula do mundo

Júnior:
Desculpa irmão nao ententi, pois sax soprano, sempre faz o soprano no seu natural sem oitavar.

comentário Ir. Giancarlo 00:57

Giancarlo:
Foi para exemplificar como fica estranho quebrar a linha melódica. Foi dado esse exemplo na explanação.

Júnior:
Assim Irmão, agora entendi, Deus abençoe.

Yuri:
Entrei no grupo após este assunto, pode ser repassado no privado ou postado novamente, para entender o q está sendo discutido?

Ricardo Prado:

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Meus caros, referente ao assunto da oitava que os barítonos devem tocar, não tenho nada a acrescentar, tecnicamenteCrie
falando. O irmão
um site no Giancarlo a
deu uma explicação muito mais que satisfatória.
Todavia, vou me posicionar quanto ao equilíbrio da orquestra.
Como já foi explicado sobre as 4 vozes do nosso hinário, mais 2 vozes oitavadas, sendo o soprano oitavado acima e o baixo oitavado abaixo, vou me
posicionar a este respeito.

Pois bem, na voz do soprano natural temos basicamente os seguintes instrumentos: violinos, clarinetes, oboés, sax sopranos e trompetes. No
contralto temos sax alto, trompas, flugel e podemos ter clarinetes. Na voz do.tenor temos viola, clarinete alto, sax tenor e trombones. No baixo temos
cellos, fagotes, clarones sax barítonos e eufônios.
O soprano habitua­se oitavarem acima os violinos e as flautas. Já o baixo segue oitavado abaixo pelas tubas.
Muito bem, vamos falar da voz do baixo, que é o foco. Analise cada um em vossa comum, com base em tudo que já foi explicado, quantos
instrumentos que fazem o baixo que está escrito?
Se tiver em uma igreja 1 tuba, já é suficiente. Evidentemente a maioria das igrejas tem sempre mais de 1 tuba. Pronto já saturou o baixo profundo, não
cabe mais ninguém nesta voz.

Agora, quantos cellos, fagotes, clarones, sax barítonos e eufônios tem em cada orquestra? Muitas não tem nenhum desses instrumentos, em contra
partida tem várias tubas. Percebem o buraco na harmonia? O Giancarlo chamou isso de abismo, concordo com ele.
Agora imaginem em uma orquestra com 2 tubas, um sax barítono e um clarone... Aí os caros irmãos do sax barítono e do clarone resolvem tocar
oitava abaixo porque acham mais bonito. Quer dizer, existe uma necessidade real em ter instrumentos fazendo o baixo escrito e quem o poderia fazer
não quis. Aí eu vos pergunto: para que serviu o sax barítono e o clarone nesta orquestra?
Fazendo desta forma, meus caros, esses nobríssimos instrumentos perderam totalmente suas funções e são desnecessários desta forma.
Perdoem se pareci muito incisivo, mas toco clarone e alguns dos meus companheiros também cometem este erro grotesco e na maioria das vezes
por desconhecimento.

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