ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

Departamento de Máquinas Marítimas

Engenharia de Máquinas Marítimas
Manutenção Naval II

Tema:
Sistema de Ar de Partida do Motor da ESCN

Cadete:
Gabriel Damião Laisse

Eng. Oficial das Máquinas Marítimas:

Raul Sengo

Maputo, aos 07 de Março de 2024

Índice

Introdução .............................................................................................................................................. 1

Sistema de Ar de Partida do Motor da ESCN .................................................................................. 2

Funcionamento do Sistema de Ar de Partida .................................................................................... 2

Composição do Sistema ...................................................................................................................... 2

Função de Cada Elemento do Sistema .............................................................................................. 2

Consequências de Avarias................................................................................................................... 6

Manutenção do Sistema ....................................................................................................................... 6

Conclusão .............................................................................................................................................. 8

Referências ............................................................................................................................................ 9
Introdução

Diversas formas de energia são utilizadas para a realização de trabalhos que empregam força e
movimento, não são compatíveis com o ser humano. Dentre os tipos de energia conhecidas
temos a PNEUMÁTICA (ar comprimido).

A palavra pneumática provém da expressão pneuma, do grego, que significa fôlego (sopro) e
vento.

Todo tipo de motor de médio ou grande porte, caso concreto o motor da oficina da ESCN
requer ar comprimido para o seu funcionamento, o Sistema de Ar Comprimido para esse tipo
de motor é tão importante, pois, requere muita força para alcançar um certo numero de rotação
(RPM). Em caso de usar baterias precisaríamos um numero maior, isto é, para gerar força
suficiente que possa fazer com que o motor alcance um certo número de rotação (RPM).

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1. Sistema de Ar de Partida do Motor da ESCN

Para que um motor comece a funcionar, é preciso fazer com que seu eixo de manivelas alcance
um certo número de giros (RPM’s). Quando as primeiras combustões acontecerem, a força de
expansão dos gases no interior dos cilindros movimentará os êmbolos e, consequentemente, o
motor passará a funcionar sozinho. De modo geral, existem dois tipos de partidas pneumáticas
que são: Partida por Motor Pneumático e Partida por injeção de ar comprimido diretamente
sobre os êmbolos, para o motor da ESCN ele precisa do tipo de partida por injeção de ar
comprimido diretamente sobre os êmbolos.

 Partida por injeção de ar comprimido diretamente sobre os êmbolos: utilizado em

motores de médio à grande porte. A injeção de certo volume de ar comprimido (em um
cilindro predefinido para receber o primeiro impulso) faz com que os êmbolos entrem
em movimento até o motor alcançar uma velocidade capaz de se manter.

2. Funcionamento do Sistema de Ar de Partida

O ar é admitido no cilindro quando o pistão passa do PMS e continua até pouco antes da válvula
de escape abrir. Há sempre mais de uma válvula de partida pneumática aberta: - uma situação
conhecida como sobreposição. Isso garante que o motor dê partida em qualquer posição, assim
a injeção de certo volume de ar comprimido (em um cilindro predefinido para receber o
primeiro impulso) faz com que os êmbolos entrem em movimento até o motor alcançar uma
velocidade capaz de se manter.

3. Composição do Sistema

O sistema de Ar de Partida da ESCN é constituído por dois compressores de ar, um principal e

outro auxiliar, estes são acionados por motores eléctricos; duas garrafas de ar comprimido, uma
principal e outra auxiliar, válvulas, encantamentos (os encanamentos de ar comprimido são de
cor branco), manómetros distribuidores ar comprimido, filtros de ar.

4. Função de Cada Elemento do Sistema

 Compressor: é um equipamento destinado a comprimir um determinado volume de ar.

Uma vez atingida a pressão de trabalho, o compressor se desliga automaticamente e

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 volta a entrar em funcionamento novamente quando a pressão no reservatório/garrafa
atinge níveis abaixo do desejado.

Estes funcionam um de cada vez, em caso do compressor principal pare de funcionar, o auxiliar
logo é acionado, enquanto o principal está sendo reparado.

Figura 1. A imagem a esquerda corresponde compressor principal e a direita auxiliar (adotado pelo
autor).

 Motor eléctrico: um motor elétrico de compressor de ar consiste em duas partes

principais, o estator que é a parte estacionária e o rotor que é a parte rotativa. Este usa
energia para produzir energia quer dizer a energia é convertida em movimento, ou seja,
em energia mecânica com o rotor conectado ao compressor.

Figura 2. Motor Eléctrico

 Filtros de ar: os filtros de ar têm a função de reter as impurezas contidas no ar ou

mesmo a humidade que contem no ar aspirado naquele ambiente.

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 Figura 3. Filtro de ar (adotado pelo autor).

 Arrefecedor de Ar Comprimido: nós temos arrefecedores de ar do tipo alhetas, estes

têm a função de arrefecer o ar comprimido, uma vez que durante o processo de
compressão, a temperatura do ar aumenta.

Figura 4. Arrefecedor de ar comprimido por alhetas (adotado pelo autor).

 Garrafas/Ampolas de Ar Comprimido: armazena o ar e compensa as flutuações de

pressão na rede, evitando assim pulsações e calços hidráulicos. Tem a função também
de retirar a umidade por meio de um dreno localizado na parte inferior.

As duas garrafas que temos na oficina da ESCN, normalmente uma é a principal e outra
auxiliar, e esta auxiliar produz o ar comprimido para a principal, em caso de constatar algumas
avarias na garrafa principal, passa-se a utilizar a garrafa auxiliar.

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Figura 5. A imagem a esquerda mostra a ampola principal e a direita a auxiliar (adotado pelo autor).

 Manómetro: O manômetro ar comprimido normalmente tendo como sua principal

função medir e auxiliar no ajuste mais preciso da pressão de ar para uma regulagem da
pressão para a utilização correta.

Figura 6. Manómetro (adotado pelo autor).

 Válvulas: as válvulas possuem como função primordial de controlar o fluxo de fluidos

(para nosso sistema é o ar comprimido que liga o motor).
 Válvula Reguladora de Pressão – Regula a pressão de ar na linha de
distribuição.
 Válvula de segurança - é um dispositivo automático de alívio de pressão
caracterizado por uma abertura instantânea uma vez atingida uma sobrepressão.
 Válvula de Alívio – semelhante a uma válvula de segurança, porém
caracterizado por uma abertura progressiva e proporcional ao aumento da
pressão acima da pressão de abertura e buscará o equilíbrio do sistema.

 Válvula de Dreno – esta válvula serve para retirar a quantidade de água que se
forma no fundo do reservatório.

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  Válvula de inspeção – esta serve no caso de fazer limpeza ou inspecionar o
reservatório de ar comprimido.

 Distribuidor de Ar: os distribuidores servem para distribuir o ar comprimido aos

cilindros pré-definidos durante o arranque da máquina.

Figura 7. Distribuidores de ar comprimido, a tubulação branca (adotado pelo autor).

 Encanamentos: é um meio que facilita o transporte do ar comprimido do compressor

para reservatório ou garrafa e de garrafa para o motor a ligar, o encanamento ou
tubulação é de cor branca.

5. Consequências de Avarias

Sistema de partida de ar quando dimensionada correctamente pode trazer prejuízos

inclinando mais para a nossa oficina da ESCN:

 Quando o compressor não produz ar comprimido suficiente, a maquina pode não

arrancar;
 Furos nas tubulações, o risco de ar comprimido e óleo lubrificante formarem uma
mistura explosiva deve ser evitado. Óleo de qualquer origem deve ser excluído do
sistema de ar de partida, porque esses podem formar explosões;
 Má qualidade do ar comprimido, se os filtros não forem trocados regularmente, pode
entrar um ar com poeiras, que consequentemente pode danificar outros equipamentos.

6. Manutenção do Sistema

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 Troca regular de filtros nos compressores;
 Lubrificar as partes moveis dos compressores ou melhor controlar o nível de óleo
lubrificante do compressor;
 Nos motores eléctricos trocar os fusíveis em caso apresentem mau funcionamento;
 Controlar o arrefecedor de ar comprimido, se esta funcionando correctamente ou não,
se estiver a falhar deve ser trocado;
 Substituição dos encanamentos caso estes apresentem mau estado;
 As válvulas dever ser substituídas ou lubrificadas se necessário;
 Os manómetros se apresentarem leituras não corretas devem ser substituídos;
 As garrafas ou ampolas devem ser inspecionadas durante um certo período, isto quer
dizer precisam de limpezas;
 Inspecionar os distribuidores de ar.

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Conclusão

Como um cadete das máquinas marítimas é obrigatório conhecer os sistemas complementares

que compõe uma maquina de combustão interna, nomeadamente: sistema de alimentação;
sistema de lubrificação; sistema de arrefecimento e sistema de arranque. Abordou se do sistema
de ar de arranque cuja sua importância é maior para o arranque pois sem esse sistema a máquina
grande como a da oficina da ESCN não se pode ligar.

Eu como cadete tenho que saber como esta máquina se comporta perante o ar comprimido;
saber fazer as actividades de manutenção; os cuidados do sistema.

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Referências

Livro “Sistemas e Máquinas Auxiliares” – Curso CFAQ

Livro “Máquinas e Equipamentos Auxiliares Módulo 8 – CAD-APMQ

https://www.marineinsight.com/tech/air-compressor/the-basics-of-air-compressor-on-a-ship/

https://www.academia.edu/5396313/M%C3%A1quinas_e_Equipamentos_Auxiliares_em_E
mbarca%C3%A7%C3%B5es

https://weh.maritime.edu/campus/tsps/manual/AirSystems.html