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Direito Do Trabalho. Acordo Coletivo e Convenção Coletiva de Trabalho.

ACORDO COLETIVO E CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO.

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ACORDO COLETIVO E CONVENÇÃO COLETIVA DE

TRABALHO.

RAMON JUNG
[email protected]

INTRODUÇÃO

Este trabalho visa apresentar os dois diplomas negociais o Acordo Coletivo e


a Convenção Coletiva de Trabalho, tendo em vista as mudanças ocorridas pelo
advento da Lei 13.467/2017 conhecida como Reforma Trabalhista, que promoveu
significativas mudanças no ordenamento Jurídico Trabalhista.

De fato, a Constituição Federal prevê o reconhecimento das convenções e


acordos coletivos de trabalho. Trazendo assim, poder as entidades coletivas
segundo a sua representação profissional, negociando a proteção ao trabalho e ao
trabalhador conforme rege a Constituição Federal.

Analisando a Lei 13.467/2017, ver-se-á como esta privilegiou


significativamente as negociações coletivas entre empregados e empregadores, o
que elevou o poder negocial entre as classes profissionais e seus empregadores
acima da própria lei.

Diante de tal cenário será verificado como ficaram tais diplomas negocias de
Acordo e Convenção Coletivas de Trabalho depois da Reforma Trabalhista com a
Lei 13.467/2017.

1- Convenção Coletiva

Importante notar que a Convenção Coletiva de Trabalho é um Direito Social


Fundamental do Trabalhador que está na Constituição Federal no art. 7º,
“XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho”. (Brasil,
2020 - B).

O conceito de convenção coletiva pode ser encontrado no artigo 611 caput da


CLT, que conceitua da seguinte forma:

Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo,


pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas
e profissionais estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das
respectivas representações, às relações individuais de trabalho. (BRASIL,
2020 – A).

Assim verifica-se que a Convenção Coletiva é um resultado de uma


negociação entre Sindicatos ficando vinculando todos os que participam do mesmo
em frente a uma classe profissional. “As convenções coletivas, embora de origem
privada, criam regras jurídicas (normas autônomas), isto é, preceitos gerais,
abstratos e impessoais, dirigidos a normatizar situações ad futurum” explica
(Maurício Gondinho Delgado).

Isso faz com que os sindicatos possuam legitimidade nas negociações


coletivas. Em que se pese tais negociações terão obrigatoriedade de em seus
termos para todos aqueles trabalhadores e empresas que compõem a base
territorial daquele Sindicato.

A Recomendação 91 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), de


1951, estabelece que a convenção coletiva:

Refere-se a todo acordo escrito relativo às condições de trabalho e de


emprego, celebrado entre um empregador, um grupo de empregadores, de
um lado, e, de outro, uma ou várias organizações representativas de
trabalhadores, ou, na falta dessas organizações, representantes dos
trabalhadores interessados por eles devidamente eleitos e credenciados, de
acordo com a legislação nacional.

Para a OIT, não há distinção para Convenções e Acordos Coletivos.


Concernente a Convenção Coletiva (Leite, 2020) acentua que “como contrato
normativo, regula antecipadamente, de maneira abstrata, relações jurídicas
existentes ou que as partes se obrigam a constituir.” Tal negociação bilateral regula
as disposições fixadas entre as partes para o cumprimento das condições
estipuladas.

Ainda para (Leite, 2019), há diversos aspectos importantes, mas ele destaca
alguns como:

a) permite ao empregado influir nas condições de trabalho, tornando-as


bilaterais; b) atenua o choque social e reforça a solidariedade do operariado;
c) é uma autêntica fonte do direito do trabalho, com a vantagem de não
estar atrelada aos inconvenientes da lentidão legislativa, o que redunda em
possibilidade de edição célere de novas regras entre os atores sociais; d) é
uma tentativa nobre de reabilitar a dignidade humana, aviltada pelo
individualismo jurídico.

Tais importantes assuntos, são debatidos em Assembleias Gerais,


principalmente quando estas decidem o Dissídio Coletivo de uma classe profissional.
A partir disso são negociadas as bases para uma Convenção Coletiva de Trabalho,
documento firmado entre as entidades sindicais de empregados e as patronais.

Com o advento da Lei 13.467/2017, foi introduzido um novo sistema de


prevalência das cláusulas previstas em Convenção Coletiva de Trabalho ou Acordo
Coletivo de Trabalho sobre as disposições previstas em lei conforme art. 611-A,
(BRASIL, 2020 - C) fazendo como que o a Convenção e Acordo Coletivo de
Trabalho tenha força maior que o da Lei.

O art. 661 – B, especifica os conteúdos que não podem ser alterados por
meio de Convenção Coletiva, estes constituem objeto ilícito a supressão ou redução
dos direitos referentes aos incisos I ao XXX.

Sendo assim, tudo o que diz respeito à relação de emprego das partes
representadas pode ser inserido na Convenção Coletiva de Trabalho, observando
sempre o limite legal.
2- Acordo Coletivo

No documento normativo do Acordo Coletivo, estão as regras para que os


envolvidos cumpram o que foi determinado, com base nas negociações feitas pelo
Sindicato e as Empresas.

O conceito é visto no art. 611 § 1º da CLT,

É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais


celebrar Acordos Coletivos com uma ou mais empresas da correspondente
categoria econômica, que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no
âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de trabalho.

O conteúdo ao qual são discutidos os Acordos Coletivos, pode-se observar os


mesmos aos quais são debatidas as Convenções Coletivas. A distinção é vista
conforme menciona (LEITE, 2019), “reside no sujeito e na sua abrangência”.

Existe no que se possa dizer a mesma relação de uma Convenção Coletiva,


(DELGADO, 2019) traz esse conceito:

[...] tem em um de seus polos subjetivos empregadores não


necessariamente representados pelo respectivo sindicato. As empresas,
individualmente ou em grupo, podem subscrever, sozinhas, acordos
coletivos com o correspondente sindicato representativo de seus
empregados. A presença sindical somente é obrigatória quanto ao sindicato
representativo dos trabalhadores vinculados à(s) empresa(s) que assina(m)
o acordo coletivo de trabalho.

Assim os Acordos Coletivos de trabalho são ajustes entre o sindicato dos


trabalhadores e uma ou mais empresa. Não atingindo por tanto toda a classe
profissional ao qual abrange o território a que pertencem, mas só as empresas ou a
empresa que foram estipulados o Acordo.

Na verdade, a abrangência dos Acordos Coletivos é inferior aos da


Convenção Coletiva, conforme (LEITE, 2019) por que no Acordo Coletivo “os efeitos
jurídicos ficam limitados aos contratos de trabalho dos empregados da empresa
signatária da avença”, e a Convenção Coletiva “os efeitos são estendidos aos
empregados de todas as empresas pertencentes à categoria econômica
representada pelo sindicato patronal signatário da avença” (LEITE, 2019).
As condições para celebração de tais diplomas negocias estão dispostos no
art. 612 da CLT:

Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de


Trabalho, por deliberação de Assembleia Geral especialmente convocada
para esse fim, consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo
a validade da mesma do comparecimento e votação, em primeira
convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados da entidade, se se tratar
de Convenção, e dos interessados, no caso de Acordo, e, em segunda, de
1/3 (um terço) dos mesmos. (Brasil, 2020 – A)

O quórum de comparecimento e votação será de 1/8 (um oitavo) dos


associados em segunda convocação, nas entidades sindicais que tenham mais de
5.000 (cinco mil) associados.

Já o conteúdo engloba ao mesmo tempo dispositivos normativos e


obrigacionais. Para (DELGADO, 2019) “As regras jurídicas, de maneira geral, são
aquelas que geram direitos e obrigações que irão se integrar aos contratos
individuais de trabalho das respectivas bases representadas”, por sua vez as
clausulas contratuais segundo (DELGADO), “[...]são as que criam direitos e
obrigações para as respectivas partes convenentes: sindicato obreiro e empresa[...].

Quanto a forma, estes diplomas são instrumentos formais que são


estabelecidas nos arts. 612, 613, 614 da CLT.

Tais diplomas são importantes para que aja um elo entre empresa e
empregado, qual elo seria os sindicatos de cada categoria, que fazem o intercambio
entre Sindicato do Trabalhador de cada classe profissional e o Sindicato Patronal, ou
mesmo quando é feito um Acordo Coletivo envolvendo apenas uma ou algumas
empresas de uma determinada classe profissional.
CONCLUSÃO

Foi analisado neste trabalho os dois diplomas negocias que estabelecem as


os regulamentos entre os empregados e empregadores, nas discussões diversas
sobre revisão de obrigações e direitos, bem como negociações de aumento de
salário e melhores condições de trabalho.

A Convenção Coletiva como citado neste trabalho trata-se de uma


negociação ampliada, que envolve todos uma série de reivindicações aprovadas em
assembleia da categoria. Além disso, na convenção coletiva, as partes são os
sindicatos dos trabalhadores e os sindicatos patronais (sindicatos dos patrões).

O Acordo Coletivo determina regras para que todos os envolvidos (empresas


e colaboradores) as cumpram. Geralmente, são negociações entre o sindicato das
categorias de trabalhadores e as empresas.

Por estes caminhos chegam-se a tomada de diversas decisões que versam


sobre diferentes assuntos para criar regulamentos para cada classe profissional,
bem como o aumento anual do salário de cada classe conhecido como dissidio. Há
grande importância nas Convenções e Acordos Coletivos do Trabalho, quando feitas
na medida da Lei e quando estas regras mesmo quando o negociado fica acima do
legislado nunca poderão ser desproporcionais e onerar o trabalhador a ponto de
serem consideradas inconstitucionais.

REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil.


https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_02.07.2020/art_7_.asp.
Acessado em 01 Dez.2020 – B.

BRASIL, DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 que Aprova a


Consolidação das Leis do Trabalho.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em 01
Dez.2020 – A.
BRASIL, LEI Nº 13.467, DE 13 DE JULHO DE 2017. Altera a Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as
Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de
24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de
trabalho.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm.
Acesso em 01 Dez.2020 – C.

DELGADO, Mauricio Godinho Curso de direito do trabalho: obra revista e


atualizada conforme a lei da reforma trabalhista e inovações normativas e
jurisprudenciais posteriores —Mauricio Godinho Delgado. — 18. ed.— São
Paulo : LTr, 2019.

DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de direito do trabalho — 13. ed. — São


Paulo: Ed. LTr, 2014.

LEITE, Carlos Henrique Bezerra, Curso de Direito do Trabalho. – 11. ed. – São
Paulo: Saraiva Educação, 2019.

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