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ME Juliana Dias Corpa Tardelli Corrigida

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE RIBEIRÃO PRETO


DEPARTAMENTO DE MATERIAIS DENTÁRIOS E PRÓTESE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM REABILITAÇÃO ORAL

JULIANA DIAS CORPA TARDELLI

Ligas de beta titânio, a terceira geração de biomateriais da implantodontia:


análise das propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas de discos
de Ti-35Nb-7Zr-5Ta e Ti-6Al-4V obtidos por usinagem e manufatura
aditiva

Ribeirão Preto
2022
JULIANA DIAS CORPA TARDELLI

Ligas de beta titânio, a terceira geração de biomateriais da implantodontia:


análise das propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas de discos
de Ti-35Nb-7Zr-5Ta e Ti-6Al-4V obtidos por usinagem e manufatura
aditiva

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia


de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Mestre no Programa de
Reabilitação Oral.

Área de Concentração: Reabilitação Oral


Orientadora: Profa. Dra. Andréa Cândido dos Reis

Versão Corrigida

Ribeirão Preto
2022
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte.

FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pela Biblioteca Central do Campus da USP – Ribeirão Preto

Tardelli, Juliana Dias Corpa

Ligas de beta titânio, a terceira geração de biomateriais da implantodontia:


análise das propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas de discos de
Ti-35Nb-7Zr-5Ta e Ti-6Al-4V obtidos por usinagem e manufatura aditiva/
Juliana Dias Corpa Tardelli; Orientadora, Andréa Cândido dos Reis. – 2022

94 f.: il. + 2 DVDs

Dissertação (Mestrado em Reabilitação Oral) – Programa de Pós-graduação


em Reabilitação Oral, Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2022.

Versão Corrigida

1. Implantes Dentários. 2. Ligas de Titânio. 3. Ti-6Al-4V. 4. TNZT. 5.


Manufatura aditiva. 6. SLM. 7. Propriedades físicas, químicas, mecânicas e
biológicas. 8. Osseointegração.
Tardelli, J. D. C. Ligas de beta titânio, a terceira geração de biomateriais da
implantodontia: análise das propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas de
discos de Ti-35Nb-7Zr-5Ta e Ti-6Al-4V obtidos por usinagem e manufatura aditiva.
2022. 95 f. Dissertação (Mestrado em Reabilitação Oral) – Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2022.

Aprovado em: _____/_____/______

BANCA EXAMINADORA

Prof. (a) Dr. (a)_______________________________________________________________

Instituição:__________________________________________________________________

Julgamento:_________________________________________________________________

Prof. (a) Dr. (a)_______________________________________________________________

Instituição:__________________________________________________________________

Julgamento:_________________________________________________________________

Prof. (a) Dr. (a)_______________________________________________________________

Instituição:__________________________________________________________________

Julgamento:_________________________________________________________________
DEDICATÓRIA

À Deus, pelo dom da vida e iluminação no caminho.

A minha avó, Adelaide Acaricy Mathias Dias (in memoriam), sua dedicação para
minha formação pessoal e religiosa foram fundamentais para minha formação como pessoa.
Minha primeira professora com quem aprendi a ler e escrever, e assim, se hoje tenho sede
pelo conhecimento é graças a senhora. Gratidão eterna!

Aos meus pais, Carlos Alexandre Tardelli e Adriana Dias Corpa Tardelli, meus
alicerces. A presença e dedicação diária para minha formação desde que nasci foram
fundamentais para esta conquista. A vocês todo o meu amor!

A minha irmã, Mariana Dias Corpa Tardelli, minha companheira. Dividir a vida e
a odontologia com você torna tudo mais amável!
AGRADECIMENTO ESPECIAL

À minha orientadora, Profa. Dra. Andréa Cândido dos Reis, agradeço pelos sete
anos de orientação. Sua dedicação diária com princípios sólidos para devolvermos a sociedade
todo o investimento desde minha Iniciação Científica foi responsável pela minha escolha de
seguir a área acadêmica e pelo meu crescimento profissional e pessoal. Como diz a poetiza
Samira El Hage “As almas que se amam nunca se separam”, assim espero continuar
aprendendo com você sempre!!!

À pós doutoranda, Profa. Dra. Mariana Lima da Costa Valente, agradeço pelos
sete anos de participação no meu crescimento profissional e pessoal. Seus ensinamentos
foram muito valiosos e serei sempre grata!

Gratidão!
AGRADECIMENTOS

À Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,


representada pelo Diretor Prof. Dr. Paulo Nelson Filho, por proporcionar formação de
qualidade aos alunos.

Ao Prof. Dr. Ricardo Faria Ribeiro, chefe do Departamento de Materiais Dentários


e Prótese, por sua dedicação e respeito inestimável.

A Profa. Dra. Andréa Cândido dos Reis, Coordenadora do curso de Pós-


graduação em Odontologia (Reabilitação Oral), pela dedicação ao Programa e crescimento
profissional dos pós-graduandos.

Aos Professores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto FORP-USP


pelos ensinamentos recebidos durante toda minha graduação e pós-graduação.

A Prof. Regina Guenka Palma Dibb, por sua colaboração no desenvolvimento


deste projeto. Sua disponibilidade de tempo e atenção foram fundamentais para a realização
dessa pesquisa.

Ao Prof. Dr. Marco Antônio Schiavon (UFSJ) pela parceria de sempre nas
pesquisas realizadas junto à Profa. Dra. Andréa Cândido dos Reis.

Ao Prof. Dr. Claudemiro Bolfarini, Prof. Dr. Piter Gargarella e ao pós-


doutorando Lucas Barcelos Otani, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),
pela parceria inestimável para a realização deste projeto.

Ao Prof. Dr. Vanderlei Salvador Bagnato, pós-doutoranda Fernanda Alves Dias


de Sousa, técnico Marcelo de Assumpcao Pereira da Siva e aos funcionários da Oficina
Mecânica do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-
USP), pela contribuição intelectual e parceria para a realização deste projeto.

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da


Bolsa de Mestrado (2020/05272-2).
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES, pela
concessão da primeira Bolsa de Mestrado.

Aos secretários do Departamento de Materiais Dentário e Prótese, Fernanda Talita


de Freitas, Regiane Tirado Damasceno e Wagner Del Gatto pela dedicação ao
Departamento, Professores e Pós-graduandos.

Ao Secretário do Serviço de Pós-Graduação, Mauro Henrique Leoni Bernardo,


pela dedicação e disponibilidade de tempo dispensadas.

Ao técnico do Laboratório Integrado de Pesquisa em Biocompatibilidade de


Materiais, Edson Volta, pela sua dedicação, manutenção e ajuda em nosso ambiente de
trabalho.

As técnicas de laboratório, Adriana Cláudia Lapria Faria do Laboratório de


Estudos Biomecânicos em Prótese e Implantes e Patrícia Marchi do Laboratório de Pesquisa
em Dentística, pela dedicação e ajuda.

Ao funcionário Hermano Teixeira Machado pelos serviços de fotografia prestados.

Aos Alunos de Iniciação Científica, pela troca de experiências que possibilitaram


meu crescimento profissional.

Aos pós-graduandos do grupo de pesquisa NINPI, Ana Beatriz Vilela Teixeira,


André Luís Botelho, Beatriz Danieletto Sahm, Denise Tornavoi de Castro, Geyson Galo
da Silva, Izabela Ferreira, João Vicente Calazans Neto, Leonardo Guedes da Silva
Moraes, Mariana Lima da Costa Valente, Murilo Rodrigues de Campos e Simone Kreve
pela parceria diária e companheirismo na trajetória.

Aos meus amigos Andressa de Moura Gonçalves, Barbara Maria Garbelotti


Fortunato, Bruna Mara de Almeida Cantarelli, Caroline Vieira Fortes, Gabriela Leite
Pedroso, Hian Parize, Letícia Ferreira Montarele, Larissa Matos Oliveira, Leonardo de
Pádua Andrade Almeida, Lucas Portilho Miguel, Maria Júlia Pagliarone, Nicole Palloni
Zanatto, Olívia Breda Moss, Renan Leonardi de Oliveira Rigotti, Saulo Machado
Piccolo, Tatiane Cristina Dotta, Thales Rosolen e Yumi Chokyu Del Rey que tornaram
esta caminhada na pós-graduação mais leve.

A sociedade brasileira que contribui para a formação e manutenção das Instituições


Públicas de Ensino Superior do Brasil

À todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para a realização desse


trabalho.
Gratidão!
EPÍGRAFE

“Nenhuma grande descoberta foi feita jamais sem um palpite ousado”.

(Isaac Newton)
LISTA DE FIGURAS

Figura 1. A) Disco de Ti-6Al-4V (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por SLM; B) Disco


de Ti-35Nb-7Zr-5Ta (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por SLM..................... 45
Figura 2. A) Discos de Ti-6Al-4V (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por torneamento;
B) Discos de Ti-35Nb-7Zr-5Ta (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por
torneamento.............................................................................................................. 46
Figura 3. Politriz semiautomática Minimet® 1000 (Buehler®) ............................................. 46
Figura 4. A) Matriz para polimento dos discos, B) Matriz para polimento com o disco........ 47
Figura 5. Discos de Ti-6Al-4V e Ti-35Nb-7Zr-5Ta obtido por SLM. A) antes do
polimento; B) após o polimento............................................................................... 47
Figura 6. Disco de Ti-35Nb-7Zr-5Ta obtido por torneamento A) antes do polimento; B)
após o polimento...................................................................................................... 48
Figura 7. Cuba ultrassônica Bio Wash - Bio-Art.................................................................... 48
Figura 8. Microscópio eletrônico de varredura (MEV) (ME JEOL JSM6610LV) da
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP/USP......................................... 49
Figura 9. Microscópio Confocal a laser do Laboratório de Dentística da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto FORP-USP............................................................. 50
Figura 10. Microscópio de Força Atômica do Instituto de Física de São Carlos IFSC-USP.... 50
Figura 11. Difratômetro de raios-x do Departamento de Química da Faculdade de
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP....................... 51
Figura 12. Goniômetro (KSV CAM200) .................................................................................. 52
Figura 13. Microdurômetro (Shimadzu, HMV-2 Micro Hardness Tester, Shimadzu
Corporation, Kyoto, Japão) do Laboratório de Dentística da FORP-USP............... 52
Figura 14. Placa de 24 orifícios preparada para fase de adesão................................................ 54
Figura 15. Lavagem em solução salina dos corpos de prova.................................................... 54
Figura 16. Transferência de 20uL das amostras (10 0) para uma placa de 96 orifícios............. 55
Figura 17. Duplicata em Àgar BHI........................................................................................... 55
Figura 18. Discos da esquerda para a direita Ti-6Al-4V U, TNZT U, Ti-6Al-4V SLM e
TNZT SLM.............................................................................................................. 59
Figura 19. Microscopia eletrônica de varredura do disco de Ti-6Al-4V U A) Magnitude de
X50; B) Magnitude de X1000.................................................................................. 59
Figura 20. Microscopia eletrônica de varredura do disco de disco de TNZT U. A)
Magnitude de X50; B) Magnitude de X1000........................................................... 60
Figura 21. Microscopia eletrônica de varredura do disco de disco de Ti-6Al-4V SLM. A)
Magnitude de X50; B) Magnitude de X1000........................................................... 60
Figura 22. Disco de TNZT SLM. A) Magnitude de X50; B) Magnitude de X1000................. 60
Figura 23. Microscopia confocal a laser Ti-6Al-4V U.............................................................. 64
Figura 24. Microscopia confocal a laser TNZT U..................................................................... 64
Figura 25. Microscopia confocal a laser Ti-6Al-4V SLM........................................................ 65
Figura 26. Microscopia confocal a laser do disco de TNZT SLM............................................ 65
Figura 27. Microscopia de força atômica A) Ti-6Al-4V U; B) Ti-35Nb-7Zr-5Ta U; C) Ti-
6Al-4V SLM; D) Ti-35Nb-7Zr-5Ta SLM............................................................... 66
Figura 28. Molhabilidade. A) Ti-6Al-4V U; B) TNZT U; C) Ti-6Al-4V SLM; D) TNZT
SLM......................................................................................................................... 67
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1. Composição química (EDS) do disco de Ti-6Al-4V U........................................ 61


Gráfico 2. Composição química (EDS) do disco de TNZT U............................................... 61
Gráfico 3. Composição química (EDS) do disco de Ti-6Al-4V SLM................................... 62
Gráfico 4. Composição química (EDS) do disco de TNZT SLM.......................................... 62
Gráfico 5. Difratometria de raios-x (DRX) dos discos Ti-6Al-4V U, TNZT U, Ti-6Al-4V
SLM e TNZT SLM............................................................................................... 63
LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composição química dos discos, porcentagem em peso (%) ............................................ 61


Tabela 2. Média e desvio padrão dos valores de rugosidade (Ra, Rz, Sa) para as ligas (Ti-6Al-4V
e TNZT) e técnicas (Usinagem e SLM) ............................................................................. 63
Tabela 3. Valor de rugosidade Ra das amostras Ti-6Al-4V U, TNZT U, Ti-6Al-4V SLM, TNZT
SLM.................................................................................................................................... 66
Tabela 4. Média e desvio padrão dos valores de molhabilidade para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT)
e técnicas (Usinagem e SLM) ............................................................................................ 67
Tabela 5. Média e desvio padrão dos valores de energia livre de superfície para as ligas (Ti-6Al-
4V e TNZT) e técnicas (Usinagem e SLM) ....................................................................... 67
Tabela 6. Média e desvio padrão dos valores de microdureza para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e
técnicas (Usinagem e SLM) ............................................................................................... 68
Tabela 7. Média e desvio padrão dos valores de UFC para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e
técnicas (Usinagem e SLM) ............................................................................................... 68
SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 33

2. PROPOSIÇÃO ................................................................................................................................ 39
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................. 41
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................................... 41
2.3 Hipótese Nula ............................................................................................................................... 41

3. MATERIAL E MÉTODO .............................................................................................................. 43


3.1 MATERIAL ................................................................................................................................... 45
3.1.1 Obtenção Dos Discos .................................................................................................................. 45
3.1.1.1 Obtidos Por Manufatura Aditiva............................................................................................... 45
3.1.1.2 Obtidos Por Usinagem .............................................................................................................. 45
3.1.1.3 Preparo Dos Discos .................................................................................................................. 46
3.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA................................................................................ 49
3.2.1 Morfologia E Composição Química.......................................................................................... 49
3.2.2 Análise Da Rugosidade E Área De Superfície ......................................................................... 49
3.2.3 Difração De Raios-X (DRX) ...................................................................................................... 51
3.2.4 Medida Do Ângulo De Contato (Molhabilidade E Energia Livre De Superfície) ................ 51
3.3 PROPRIEDADE MECÂNICA .................................................................................................... 52
3.3.1 Dureza ......................................................................................................................................... 52
3.4 ANÁLISE BIOLÓGICA............................................................................................................... 53
3.4.1 Unidades Formadoras De Colônia (UFC) ................................................................................ 53
3.4.1.1 Microrganismo .......................................................................................................................... 53
3.4.1.2 Formação Do Biofilme .............................................................................................................. 53
3.4.1.3 Quantificação Do Biofilme Nos Corpos De Prova ................................................................... 54
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ........................................................................................................... 56

4. RESULTADOS ................................................................................................................................ 57
4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA................................................................................ 59
4.1.1 Morfologia ................................................................................................................................... 59
4.1.2 Espectroscopia De Energia Dispersiva De Raios X (EDS)...................................................... 61
4.1.3 Difração De Raios-X (DRX) ...................................................................................................... 62
4.1.4 Microscopia Confocal A Laser .................................................................................................. 63
4.1.5 Microscopia De Força Atômica (AFM) .................................................................................... 66
4.1.6 Análise Do Ângulo De Contato Θ .............................................................................................. 66
4.1.7 Energia Livre De Superfície ...................................................................................................... 67
4.2 PROPRIEDADE MECÂNICA .................................................................................................... 68
4.2.1 Microdureza ................................................................................................................................ 68
4.3 ANÁLISE BIOLÓGICA ............................................................................................................... 68
4.3.1 UFC ............................................................................................................................................. 68

5. DISCUSSÃO .................................................................................................................................... 69

6. CONCLUSÃO.................................................................................................................................. 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................. 83


Resumo
TARDELLI, J. D. C. Ligas de beta titânio, a terceira geração de biomateriais da
implantodontia: análise das propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas de
discos de Ti-35Nb-7Zr-5Ta e Ti-6Al-4V obtidos por usinagem e manufatura aditiva.
2022. 94 p. Dissertação (Mestrado em Reabilitação Oral) – Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2022.

RESUMO

O conhecimento das propriedades dos materiais utilizados para implantes dentais é


imprescindível e o primeiro passo antes de se realizar estudos in vivo. O objetivo do presente
estudo foi comparar in vitro as propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas entre
discos de Ti-6Al-4V e Ti-35Nb-7Zr-5Ta (TNZT) obtidos por Usinagem e Selective Laser
Melting (SLM). Para isso foram utilizados 40 discos (Ø 5,0 mm x 1 mm de espessura)
divididos em 4 grupos (n=10) de acordo com a liga e técnica de manufatura. Os discos foram
analisados por meio de microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectroscopia de energia
dispersiva de raios x (EDS), difração de raios x (DRX), molhabilidade, energia livre de
superfície, rugosidade por microscopia confocal a laser e microscopia de força atômica
(AFM), microdureza vickers e unidades formadoras de colônia (UFC). Two-way ANOVA foi
aplicada para todos os dados quantitativos com nível de significância de 5%. A diferença
quanto a técnica de manufatura foi observada por MEV que demonstrou uma superfície
fundida para a Usinada e parcialmente fundida por SLM; a composição química das ligas
avaliada por EDS apresentou-se compatível as concentrações esperadas para cada elemento
pela literatura; para DRX a rota de processamento interferiu na fase para TNZT; para
molhabilidade e energia livre de superfície a liga foi estatisticamente significativa (p<0,041);
para rugosidade a técnica de manufatura foi estatisticamente significativa (p<0,001) com
maiores médias para os grupos obtidos por SLM corroborando com a análise qualitativa por
AFM; para microdureza vickers a técnica de manufatura (p=0,018) e liga (p<001) foram
estatisticamente significativas; e para UFC tanto a técnica de manufatura como a liga não
apresentaram influência significativa. Concluiu-se que a morfologia observada por MEV é
condizente com a Técnica de Manufatura utilizada, sendo mais rugosa para a SLM; As
Técnicas de Manufatura não interferiram nas concentrações específicas de cada elemento das
ligas avaliadas; A rota de processamento é o principal motivo da variação de fases presentes
nos grupos TNZT; A capacidade de molhamento das superfícies SLM são semelhantes as
Usinadas; A liga TNZT apresenta maior energia livre de superfície e capacidade de
molhamento que Ti-6Al-4V; As superfícies obtidas por SLM são mais rugosas, além de
TNZT ser mais rugosa independente da técnica; A microdureza de um implante pode ser
influenciada pela liga e técnica de manufatura; O polimento ao tornar os picos das superfícies
SLM arredondados somado a adaptação bacteriana podem explicar a não diferença nos
resultados de UFC.

Palavras-Chave: Implantes Dentários. Ligas de Titânio. Ti-6Al-4V. TNZT. Manufatura


aditiva. SLM. Propriedades físicas. Osseointegração.
Abstract
TARDELLI, J. D. C. Beta titanium alloys, the third generation of implant dentistry
biomaterials: analysis of the physical, chemical, mechanical, and biological properties of
Ti-35Nb-7Zr-5Ta and Ti-6Al-4V discs obtained by machining and additive
manufacturing. 2022. 94 f. Dissertation (Master’s Degree in Oral Rehabilitation). School of
Dentistry of Ribeirão Preto, University of São Paulo (USP), 2022.

ABSTRACT

Knowledge of the properties of materials used for dental implants is essential and the first step
before performing in vivo studies. The aim of the present study was to compare in vitro the
physical, chemical, mechanical, and biological properties between disks of Ti-6Al-4V and
Ti-35Nb-7Zr-5Ta (TNZT) obtained by Machining and Selective Laser Melting (SLM). For
this purpose, 40 discs (Ø 5.0 mm x 1 mm thick) were used, divided into 4 groups (n=10)
according to alloy and manufacturing technique. The disks were analyzed by scanning
electron microscopy (SEM), energy dispersive x-ray spectroscopy (EDS), x-ray diffraction
(XRD), wettability, surface free energy, roughness by confocal laser microscopy, and atomic
force (AFM), Vickers microhardness and colony-forming units (CFU). Two-way ANOVA
was applied to all quantitative data with a significance level of 5%. The difference in the
manufacturing technique was observed by SEM, which demonstrated a melted surface for
Machined and partially melted for SLM; the chemical composition of the alloys evaluated by
EDS was compatible with the concentrations expected for each element in the literature; for
XRD the processing route interfered in the phase for TNZT; for wettability and surface free
energy the alloy was statistically significant (p<0.041); for roughness, the manufacturing
technique was statistically significant (p<0.001) with higher averages for the groups obtained
by SLM, corroborating the qualitative analysis by AFM; for Vickers microhardness the
manufacturing technique (p=0.018) and alloy (p<001) were statistically significant; and for
UFC, both the manufacturing technique and the alloy had no significant influence. It was
concluded that the morphology observed by SEM is consistent with the Manufacturing
Technique used, being rougher for the SLM; The Manufacturing Techniques did not interfere
with the specific concentrations of each element of the evaluated alloys; The processing route
is the main reason for the phase variation present in the TNZT groups; The wettability of
SLM surfaces is similar to Machined; TNZT alloy has a higher surface free energy and
wettability than Ti-6Al-4V; The surfaces obtained by SLM are rougher, in addition to TNZT
being rougher regardless of the technique; The microhardness of an implant can be influenced
by the alloy and manufacturing technique; The polishing to make the peaks of the SLM
surfaces rounded added to the bacterial adaptation can explain the non-difference in the CFU
results.

Keywords: Dental Implants. Titanium alloys. Ti-6Al-4V. TNZT. Additive Manufacturing.


SLM. Physical properties. Osseointegration.
1. Introdução
Introdução | 35

1. INTRODUÇÃO

No campo dos biomateriais, os implantes de titânio comercial puro, (cp-Ti), são


usados extensivamente, por serem biocompatíveis, no entanto, apresentam como
desvantagens baixa resistência ao desgaste e cisalhamento e pouca deformabilidade,
propriedades as quais podem aumentar o risco de fratura quando utilizados para suporte de
carga (CHRCANOVIC et al., 2018; CORDEIRO et al., 2019). Por isso, as ligas de titânio
tornaram-se o material de escolha, por apresentarem melhores propriedades mecânicas, baixo
peso específico, biocompatibilidade e alta resistência à corrosão, sendo essa última vital, pois
seus produtos são responsáveis pela biocompatibilidade limitada e podem produzir reações
indesejáveis nos tecidos peri-implantares, atuando assim como um parâmetro decisivo na
aceitação de novos biomateriais metálicos (DIAS CORPA TARDELLI; BOLFARINI;
CÂNDIDO DOS REIS, 2020).
A liga Ti-6Al-4V de fase α + β foi uma das primeiras desenvolvidas e ainda é a mais
utilizada para aplicações biomédicas, devido à combinação ideal de propriedades mecânicas e
resistência a corrosão (ABD-ELRHMAN et al., 2016; ASSIS et al., 2020; CORDEIRO et al.,
2017, 2019; DIAS CORPA TARDELLI et al., 2020; DIAS CORPA TARDELLI;
BOLFARINI; CÂNDIDO DOS REIS, 2020). No entanto, sua composição química é alvo de
discussão, pois a depender da concentração e tempo de exposição de seus elementos químicos
titânio (Ti), alumínio (Al), e vanádio (V) no organismo estes podem ocasionar reações tóxicas
e alérgicas (BAI et al., 2016; CORREA et al., 2018; DIAS CORPA TARDELLI et al., 2020;
KARRE et al., 2019; LIU et al., 2017)
SANCAR; DAYI, 2021 realizaram o primeiro estudo clínico para avaliação dos
níveis de Ti, Al e V provenientes de implantes dentários em unhas e cabelos, por ser um
método de avaliação indolor, que reflete o acúmulo a longo prazo, e observaram por meio do
espectrômetro de massa de plasma acoplado indutivamente (ICP-MS) o aumento da
concentração destes elementos após 6 meses de instalação, no entanto, sem diferença
estatisticamente significativa ao período anterior a instalação. A revisão sistemática de
SUÁREZ-LÓPEZ DEL AMO et al., 2018 demonstrou a presença comum de Ti na região
peri-implantar, mas ressaltaram maiores concentrações em tecidos com peri-implantite.
Para a biomecânica, o módulo de elasticidade da liga Ti-6Al-4V (cerca de 110 GPa)
é incompatível com o do tecido ósseo (5-30GPa), podendo propiciar a ocorrência do
fenômeno “Stress shielding” (proteção contra tensão), devido à alta rigidez do implante não
estimular o tecido ósseo peri-implantar, por transferir uma carga de baixa intensidade, e assim
36 | Introdução

este seguirá a Lei de Wolff respondendo com reabsorção, que pode provocar a falha da
reabilitação pelo afrouxamento do implante. Ressalta-se que a biomecânica peri-implantar é
influenciada pelo valor e direção da carga aplicada, quantidade e qualidade do leito ósseo,
além da rigidez do material (GUPTA et al., 2021; HUANG et al., 2020; ROBAU-PORRUA et
al., 2020; TRETTO et al., 2020).
Para superar essas desvantagens biológicas e mecânicas, ligas de beta titânio (β-Ti)
são desenvolvidas por apresentarem alta resistência específica, menor módulo de elasticidade,
resistência à corrosão e elementos não tóxicos como tântalo (Ta), zircônio (Zr), molibdênio
(Mo), e estanho (Sn) quando comparadas a Ti-6Al-4V, mais utilizada (BATALHA et al.,
2022; CAMPANELLI et al., 2018; PÉREZ et al., 2020; PLAINE; DA SILVA; BOLFARINI,
2019, 2018). ABDEL-HADY GEPREEL; NIINOMI, 2013 em seu artigo de opinião inferiram
que as ligas de beta titânio são promissoras para implantes de alta duração por apresentarem
alta compatibilidade mecânica, ou seja, alta resistência ao desgaste e baixo módulo de
elasticidade, e ser composta por elementos biocompatíveis como nióbio (Nb), Ta, Zr, Mo, Sn
etc, mas ressaltaram a necessidade da maior concentração na liga ser por elementos de baixo
custo como ferro (Fe), manganês (Mn), Sn, e silício (Si). Categorizadas como terceira
geração de biomateriais por ABD-ELRHMAN et al., 2016.
A classificação das ligas de Ti como beta (β) é dependente da influência de seus
elementos estabilizadores alfa (α), estabilizadores β, e neutros na temperatura de transição β
do Ti e sua solubilidade nas fases α e β (PLAINE; DA SILVA; BOLFARINI, 2019). Dentre
elas, a liga Ti-35Nb-7Zr-5Ta (TNZT) é considerada beta por ser composta de Nb e Ta
considerados estabilizadores da fase β e Zr elemento neutro que se comporta como
estabilizador de fase β quando em contato com elementos estabilizadores β, e promissora por
combinar baixo módulo de elasticidade (50-70GPa), alta resistência, e biocompatibilidade
(BATALHA et al., 2020a, 2020b, 2022).
Os implantes dentais podem ser confeccionados por manufatura subtrativa, fundição
seguida de usinagem, e manufatura aditiva, das quais Electrom Beam Melting (EBM) e
Selective Laser Melting (SLM) são as mais utilizadas (BATALHA et al., 2022; DALLAGO
et al., 2018). A manufatura subtrativa apresenta como desvantagens o alto desperdício de
material em torno de 80% e alto custo de produção, assim as técnicas aditivas de confecção
são vantajosas por poderem simplificar e acelerar o processo de manufatura (BATALHA et
al., 2022; DALLAGO et al., 2018; MORSI; PATEL, 2007; MURR et al., 2009).
A técnica SLM é a mais consolidada para metais, esta utiliza um feixe de laser para
fundir camadas sucessivas de pó na geometria almejada em uma atmosfera protetora de
Introdução | 37

argônio (Ar) ou nitrogênio (N2) possibilitando a produção de estruturas com densidade


relativa de 99% (BATALHA et al., 2020a, 2020b, 2022; DA COSTA VALENTE et al.,
2021). De acordo com DA COSTA VALENTE et al., 2021 esta técnica é promissora para
implantes dentais por permitir a customização de acordo com as condições anatômicas do
paciente, reduzir o tempo de trabalho da cirurgia, desperdício de material, e consumo de
energia, além de possibilitar a manipulação dos parâmetros de confecção para obter
superfícies com maior área de contato que favoreçam a atividade osteoblástica e o
imbricamento mecânico, estabilidade primária. No entanto, apresenta como desvantagens o
alto custo da impressora e da matéria prima, e, a dificuldade de estabelecer os parâmetros
ideais para a obtenção da estrutura proposta (BATALHA et al., 2020a, 2020b, 2022; DA
COSTA VALENTE et al., 2021).
A principal causa para a falha de reabilitações implanto suportadas é a infecção peri-
implantar e esta continua sendo o principal motivo da insatisfação do paciente pelos gastos
com tratamentos para contê-la (AGUAYO et al., 2015; BARBOUR et al., 2007; BELTRÁN-
PARTIDA et al., 2015; KAZEK-KĘSIK et al., 2016, 2019, 2020; KREVE; CÂNDIDO DOS
REIS, 2021; OU et al., 2017; RANGEL et al., 2020; WALTER et al., 2014). As estratégias
de utilização de antibióticos sistêmicos e tratamentos de superfície antimicrobianos nos
implantes através de íons, prata (Ag), cobre (Cu), e zinco (Zn), ou polímeros de liberação
lenta de antibióticos ainda apresentam limitações como a resistência bacteriana, rápida
liberação do fármaco e até toxicidade (BARTMANSKI et al., 2017; BELTRÁN-PARTIDA et
al., 2015; CUNHA et al., 2016; DONG et al., 2017; KAZEK-KĘSIK et al., 2016, 2019, 2020;
RANGEL et al., 2020; SEDELNIKOVA et al., 2019; TSAO, 2015; WALTER et al., 2014;
ZHANG et al., 2020) Por isso, a busca da compreensão dos fatores que determinam a adesão
bacteriana à superfícies de implantes, configuram-se como o caminho para a determinação de
estratégias para impedir tal contaminação e assim aumentar a sobrevida de reabilitações orais
implantosuportadas.
A etiologia da formação inicial e maturação de biofilme em superfícies de titânio é
determinada pelas condições físico-químicas da superfície do implante, composição química,
topografia, rugosidade e molhabilidade, as quais influenciarão a adesão de proteínas do
plasma sanguíneo, que mediarão a adesão bacteriana (BÜRGERS et al., 2018; KREVE;
CÂNDIDO DOS REIS, 2021; KREVE; REIS, 2021; SOUZA et al., 2021). Após a adsorção
de proteínas no substrato, ocorrerá a colonização bacteriana primária através do
reconhecimento dos receptores proteicos no substrato que selecionarão certas espécies como
38 | Introdução

Streptococcus oralis e Actinomyces naeslundii, gram-positivos, anaeróbios facultativos


(FÜRST et al., 2007; SIDDIQUI et al., 2022; SOUZA et al., 2021).
Após a colonização primária a diminuição da concentração de oxigênio favorecerá a
incorporação de colonizadoras secundárias como Veillonella parvula e Fusobacterium
nucleatum (RICKARD et al., 2003; SIDDIQUI et al., 2022; SOUZA et al., 2021). Dessa
forma ocorrerá o processo de coagregação onde cada cepa bacteriana coagregará com um
conjunto bacteriano específico e promoverá a coagregação de colonizadores tardios como
Porphyromonas gingivalis e Streptococcus sanguinis, anaeróbios obrigatórios de colonização
lenta (SIDDIQUI et al., 2022; SOUZA et al., 2021; WAKE et al., 2016). De modo que a
organização bacteriana tridimensional em uma matriz constituída por polissacarídeos,
proteínas, ácidos nucléicos e lipídios determinará a formação do biofilme, ressalta-se que após
a formação do biofilme a resistência bacteriana aos mecanismos de defesa do organismo e
terapias com antibióticos é superior (ALAM; BALANI, 2017; GADENNE et al., 2013;
KREVE; REIS, 2021).
O Staphylococcus aureus (S. aureus) é uma bactéria gram positiva que apresenta
afinidade por superfícies de Ti conhecida na área de implantes biomédicos por ser um
importante protagonista nas infecções de implantes metálicos por formar biofilmes resistentes
às defesas do paciente e tratamentos antibióticos (AGUAYO et al., 2015; BELTRÁN-
PARTIDA et al., 2015; GONZALEZ et al., 2020). RENVERT et al., 2008 em seu estudo
clínico acompanharam por 7 anos implantes dentais e associaram a presença de S. aureus com
o aumento do índice de sangramento e supuração.
Assim, o objetivo deste projeto foi comparar in vitro a influência da liga, Ti-6Al-4V
e TNZT, e, técnica de manufatura, usinagem e SLM, nas propriedades físicas, químicas,
mecânicas, e biológicas de discos (Ø5mm X 1 mm) que simularam implantes dentais.
2. Proposição
Proposição | 41

2. PROPOSIÇÃO

2.1 Objetivo Geral


Comparar in vitro as propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas de discos
de Ti-6Al-4V e TNZT obtidos por Usinagem e SLM.

2.2 Objetivos Específicos


Analisar as propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas dos discos de Ti-
6Al-4V e TNZT obtidos por Usinagem e SLM por meio:
● Microscópio eletrônico de varredura;
● Espectroscopia de energia dispersiva de raios-X;
● Difração de raios-X;
● Rugosidade superficial;
● Molhabilidade;
● Energia livre de superfície;
● Microdureza Vickers;
● Unidades formadoras de colônias.

2.3 Hipótese Nula


A hipótese nula testada neste estudo é a de que não existe diferença estatisticamente
significativa nas propriedades físicas, químicas, mecânicas e biológicas entre os discos
obtidos pelas Ligas, Ti-6Al-4V e TNZT, e pelas Técnicas de Manufatura, Usinagem e SLM.
3. Material e Método
Material e Método | 45

3. MATERIAL E MÉTODO

3.1 MATERIAL
3.1.1 Obtenção dos discos
3.1.1.1 Obtidos por manufatura aditiva
A confecção dos discos por manufatura aditiva (Figura 1) foi realizada no Instituto
IFW (Drenden, Alemanha) em parceria com o Departamento de Engenharia de Materiais da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). O Pó de Ti-6Al-4V e Ti-35Nb-7Zr-5Ta foi
atomizado por gás inerte, com partículas de tamanho entre 15–45 µm.
Foram confeccionados 10 discos por grupo com Ø 5,0 mm x 1 mm de altura por
meio de manufatura aditiva, através da técnica SLM em um Realizer SLM 50, com laser de
fibra de 129 W em modo contínuo (λ = 1070 nm, posição foco F: 9,55 mm, tamanho spot ≈
60 µm), com velocidade de varredura de 0.33-4.00 m/s e espessura da camada do pó de
40µm. Este utilizou um feixe de elétrons a 60 kV para fusão das partículas da liga sob pressão
de vácuo de 2×10-3 mbar em um ambiente de hélio inerte. O ambiente à vácuo protegeu o
metal fundido da oxidação.

Figura 1. A) Disco de Ti-6Al-4V (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por SLM; B) Disco de


Ti-35Nb-7Zr-5Ta (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por SLM.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.

3.1.1.2 Obtidos por usinagem


Foram confeccionados 10 discos usinados por grupo de Ø 5,0 mm x 1 mm de altura
(Figura 2) a partir de tarugos de Ti-6Al-4V e Ti-35Nb-7Zr-5Ta na Oficina Mecânica do
Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP).
46 | Material e Método

Figura 2. A) Discos de Ti-6Al-4V (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por torneamento; B) Discos de


Ti-35Nb-7Zr-5Ta (Ø 5,0 mm x 1 mm de altura) obtido por torneamento.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.

3.1.1.3 Preparo dos discos


Para polimento dos discos na politriz semiautomática Minimet® 1000 (Buehler®)
(Figura 3) foi desenvolvida uma matriz de resina acrílica transparente (Figura 4). A politriz
foi programada em velocidade de 30 ciclos, carga de 4 libras com início e parada suave, de
tempo variável de acordo com a granulação das lixas d’água sendo #320 1 minuto, #400 1
minuto e 30 segundos e #600 2 minutos. As figuras 5 e 6 demonstram os discos antes e após o
polimento.

Figura 3. Politriz semiautomática Minimet®


1000 (Buehler®).

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.


Material e Método | 47

Figura 4. A) Matriz para polimento dos discos, B) Matriz para polimento com o disco.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.

Figura 5. Discos de Ti-6Al-4V e Ti-35Nb-7Zr-5Ta obtido por SLM. A) antes do polimento; B) após o
polimento.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.


48 | Material e Método

Figura 6. Disco de Ti-35Nb-7Zr-5Ta obtido por torneamento. A) antes do polimento; B) após o


polimento.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.

Após, os discos foram lavados em uma cuba ultrassônica Bio Wash - Bio-Art
aparelho (Figura 7) durante 380 segundos com água deionizada, seguido de mais 380
segundos com acetona, secos com jato de ar e armazenados em eppendorfs numerados por
grupo amostral.

Figura 7. Cuba ultrassônica Bio Wash - Bio-Art.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.


Material e Método | 49

3.2 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA


3.2.1 Morfologia e composição química
A análise da topografia dos discos foi realizada com auxílio de um microscópio
eletrônico de varredura (MEV) (ME JEOL JSM6610LV) da Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto - FMRP/USP (Figura 8) sob aumentos de 50 e 1000 vezes; e a composição
química, obtida via espectroscopia com energia dispersiva de raios-X (EDS) (IXRF Systems
500 Digital Processing), acoplado ao MEV.

Figura 8. Microscópio eletrônico de varredura (MEV) (ME JEOL JSM6610LV) da Faculdade


de Medicina de Ribeirão Preto - FMRP/USP.

Fonte: José Augusto Maulim, 2021.

3.2.2 Análise da rugosidade e área de superfície


As medidas de rugosidade das superfícies dos discos foram realizadas com auxílio de
um microscópio confocal a laser 3D (LEXT 4000; Olympus, Hamburgo, Alemanha) (Figura
9) do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP-USP, com lentes objetivas
(MPLAPON) de 20x e zoom de 1x. Foram realizadas 10 medidas por amostra (disco de
titânio) de acordo com os parâmetros de rugosidade média Ra e Rz [μm], bem como medidas
da área de superfície total Sa [μm].
Também foram obtidas imagens ampliadas em 20 vezes e reconstruções das
superfícies estudadas no formato 3D.
50 | Material e Método

Figura 9. Microscópio Confocal a laser do Laboratório de Dentística da Faculdade de


Odontologia de Ribeirão Preto FORP-USP.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.

As medidas de rugosidade obtidas por microscopia de força atômica foram realizadas


através do microscópio de força atômica (Bruker modelo Dimension ICON) (Figura 10). Foi
utilizada a ponta de prova modelo SCM-PIT-V2 (Bruker) de silício dopado com antimônio de
comprimento 225micrometros e constante de mola 3N/m. A análise foi realizada em modo de
contato intermitente (tapping) para obtenção do perfil da superfície.

Figura 10. Microscópio de Força Atômica do Instituto de Física de São Carlos IFSC-USP.

Fonte: Marcelo de Assumpção Pereira da Silva, 2021


Material e Método | 51

3.2.3 Difração de raios-x (DRX)


A análise de DRX foi realizada à temperatura ambiente através do difratômetro D2
Phaser do Departamento de Química da Faculdade de Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto – USP (Figura 11) sob radiação Cu Kα (λ = 1,5406 Å), 40kV e 30
mA. Os dados foram coletados em modo contínuo entre 10° < 2θ < 60° com uma velocidade
de 2° por minuto para identificação da estrutura cristalina.

Figura 11. Difratômetro de raios-x do Departamento de Química da Faculdade de Faculdade de Filosofia,


Ciências e Letras de Ribeirão Preto – USP.

Fonte: Lourivaldo dos Santo Pereira, 2021.

3.2.4 Medida do ângulo de contato (Molhabilidade e Energia Livre de Superfície)


A molhabilidade das superfícies foi avaliada através do método de gota séssil,
utilizando-se um goniômetro (KSV CAM200) (Figura 12) e um software (CAM 200 Contact
Angle Measurement System) do Departamento de Química da FFCLRP/USP.
Para molhabilidade foi utilizado água destilada e para energia livre de superfície os
líquidos de formamida e diodometano. Uma gota de 4 μL foi depositada em cada superfície a
ser analisada, sob temperatura ambiente constante. Um tempo de 60 segundos foi aguardado
para a estabilização parcial da gota de água em contato com o substrato para obter uma
medida, conforme variação do ângulo médio (Ɵ) em função do tempo. Três gotas foram
analisadas por amostra; entre as análises, os discos foram secos com fluxo de nitrogênio por 1
min. 10 amostras por grupo foram analisadas e as medições realizadas corresponderam à
média dos ângulos de contato esquerdo e direito. Imagens foram obtidas para avaliar
qualitativamente a molhabilidade e energia livre das superfícies.
52 | Material e Método

Figura 12. Goniômetro (KSV CAM200).

Fonte: lims.itn.liu.se, 2021.

3.3 PROPRIEDADE MECÂNICA


3.3.1 Dureza
A microdureza Vickers foi medida por meio de um indentador (Shimadzu, HMV-2
Micro Hardness Tester, Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) (Figura 13) do Laboratório de
Dentística da FORP-USP através da aplicação de uma carga de 0,3 Kgf por 15s. O teste foi
realizado em dez amostras de cada grupo em três pontos distribuídos aleatoriamente. A média
foi calculada para cada amostra e depois para cada grupo para obter a dureza (expressa em
unidades de dureza Vickers - VHN).

Figura 13. Microdurômetro (Shimadzu, HMV-2 Micro Hardness


Tester, Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão) do Laboratório de
Dentística da FORP-USP.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.


Material e Método | 53

3.4 ANÁLISE BIOLÓGICA


3.4.1 Unidades Formadoras de Colônia (UFC)
3.4.1.1 Microrganismo
Uma cepa padrão sensível à meticilina de S. aureus proveniente da American Type
Culture Collection (ATCC) foi utilizada neste estudo (ATCC 25923). Esta bactéria estava
armazenada em micro-tubos contento meio de cultura Tryptic Soy Broth (TSB) e congelados
a -80 °C até o momento da utilização.

3.4.1.2 Formação do biofilme


Para a formação do biofilme nos corpos de prova, inicialmente, a bactéria foi
reativada por meio do cultivo em placa contendo Ágar Brain Heart Infusion (BHI) por 24h a
37 °C. Após este período, 7 colônias foram transferidas para um tubo do tipo Falcon contendo
10 mL de meio TSB para crescimento do pré-inóculo a 37 °C durante 18 h. Após incubação
do pré-inóculo, 500 µL foram transferidos para um tubo Falcon contendo 9,5 mL de TSB
fresco. Este tubo foi, então, incubado por 4 h até que o microrganismo atingisse a fase mid-
log de crescimento. Em seguida, foi realizado o ajuste da concentração celular a 108
células/mL em espectrofotômetro (600 nm), que corresponde a uma densidade óptica de 0,2.
Após o preparo da suspensão bacteriana padronizada, 500 µL foram transferidos para poços
de uma placa de 24 orifícios (Figura 14) aonde estavam os corpos de prova, que foi incubada
a 37 °C sob agitação (75 rpm) por 90 min – fase de adesão. Após o período de adesão, as
amostras foram retiradas do interior do poço e foram lavadas cuidadosamente duas vezes com
500 µL de solução salina (Figura 15), a fim de remover as células não aderidas, tamponar o
meio e remover os metabólitos. Em seguida, os corpos de prova foram inseridos em novos
orifícios da placa e 500 µL de TSB foi adicionado. A placa foi mantida a 37 °C sob agitação
durante 48h, completando a fase de maturação. Após este período, as amostras foram
removidas da placa e lavadas duas vezes com 500 µL de solução salina.
54 | Material e Método

Figura 14. Placa de 24 orifícios preparada para fase de adesão.

Fonte: Autoria Própria, 2021.

Figura 15. Lavagem em solução salina dos corpos de prova.

Fonte: Autoria Própria, 2021.

3.4.1.3 Quantificação do biofilme nos corpos de prova


A quantificação do biofilme foi determinada por meio do teste de UFC/mL. Para
isso, os corpos de prova foram transferidos individualmente para o interior de microtubos
eppendorf contendo 500 µL de solução salina. Os biofilmes foram completamente
desprendidos dos corpos de prova agitando-se vigorosamente os tubos por 60 segundos. Em
seguida, a diluição seriada (10-1 a 10-5) foi realizada transferindo-se 20 uL das amostras (10 0)
Material e Método | 55

para uma placa de 96 orifícios contendo 180 uL (Figura 16) de solução salina e plaqueadas
em duplicata em Ágar BHI (Figura 17). As placas foram incubadas a 37 ºC durante 24 h.

Figura 16. Transferência de 20uL das amostras (10 0) para uma


placa de 96 orifícios.

Fonte: Autoria Própria, 2021.

Figura 17. Duplicata em Àgar BHI.

Fonte: Autoria Própria, 2021.

Para o cálculo dos valores de UFC/mL, as colônias bacterianas presentes nas placas
de Petri de cada duplicata foram contadas. Após a contagem, foi obtida a média entre as
56 | Material e Método

duplicatas de cada amostra e o número de unidades formadoras de colônias por mililitro


(UFC/mL) foi calculado. Para o cálculo de UFC/mL, utilizou-se a fórmula a seguir:
UFC/mL = número de colônias X 10n
q
Nessa fórmula, “n” equivale ao valor absoluto da diluição (0, 1, 2, 3, 4 ou 5), e “q”
equivale à quantidade, em mL, pipetada de cada diluição nas placas de Petri. No presente
estudo, q = 0,0010; já que foram pipetados 10 μL para cada diluição. Os valores de UFC/mL
obtidos foram deixados em notação científica, entretanto, por serem extremamente elevados e,
por isso, de difícil avaliação, os valores de UFC/mL, foram transformadas em logaritmo
(log10) para fins de análise estatística.

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA


Os dados quantitativos foram analisados no software SPSS 20.0 (SPSS, Chicago, IL)
através da análise Two-way ANOVA com 5% de nível de significância.
4. Resultados
Resultados | 59

4. RESULTADOS

A figura 18 abaixo representa os discos avaliados neste projeto que variaram quanto
a liga Ti-6Al-4V e Ti-35Nb-7Zr-5Ta (TNZT) e forma de manufatura Usinagem (U) e
Selective Laser Melting (SLM).

Figura 18. Discos da esquerda para a direita Ti-6Al-4V U, TNZT U, Ti-6Al-4V SLM e TNZT SLM.

Fonte: Hermano Teixeira Machado, 2021.

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA


4.1.1 Morfologia
A topografia da superfície dos discos pode ser observada nas Figuras de 19, 20, 21,
22 sob aumentos de 50 e 1000 vezes.
Nas figuras 19 e 20 observa-se a presença de uma superfície polida. Com o aumento
do zoom nota-se a presença de riscos provenientes das lixas d’água utilizadas durante a etapa
de polimento.

Figura 19. Microscopia eletrônica de varredura do disco de Ti-6Al-4V U. A) Magnitude de X50; B) Magnitude
de X1000.
60 | Resultados

Figura 20. Microscopia eletrônica de varredura do disco de disco de TNZT U. A) Magnitude de X50; B)
Magnitude de X1000.

Nas figuras 21 e 22, aumento de X50 observa-se a presença de uma superfície


irregular mesmo após o polimento com as lixas d’água. Com o aumento da magnitude para
X1000 observa-se a presença de partículas esféricas não fundidas, parcialmente fundidas ou
fracamente aderidas umas às outras.

Figura 21. Microscopia eletrônica de varredura do disco de disco de Ti-6Al-4V SLM. A) Magnitude de X50; B)
Magnitude de X1000.

Figura 22. Disco de TNZT SLM. A) Magnitude de X50; B) Magnitude de X1000.


Resultados | 61

4.1.2 Espectroscopia de energia dispersiva de raios x (EDS)


A Tabela 1 e os Gráficos de 1 a 4 demonstram uma distribuição equilibrada dos
elementos químicos intrínsecos às ligas estudadas.

Tabela 1. Composição química dos discos, porcentagem em peso (%).


Porcentagem em peso (%)
Amostras Ti Al V Nb Zr Ta
Ti-6Al-4V U 89.74 6.35 3.91 - - -
TNZT U 54.45 - - 33.29 6.44 5.82
Ti-6Al-4V SLM 89.13 7.16 3.71 - - -
TNZT SLM 54.63 - - 33.10 6.74 5.52

Gráfico 1. Composição química (EDS) do disco de Ti-6Al-4V U.

Gráfico 2. Composição química (EDS) do disco de TNZT U.


62 | Resultados

Gráfico 3. Composição química (EDS) do disco de Ti-6Al-4V SLM.

Gráfico 4. Composição química (EDS) do disco de TNZT SLM.

4.1.3 Difração de raios-x (DRX)


Conforme pode ser visto no Gráfico 5, a liga Ti-6Al-4V não apresentou fases
distintas entre as amostras usinadas e obtidas por SLM. Já a liga TNZT demonstrou fase α
quando usinada e fase β quando obtida por SLM.
Resultados | 63

Gráfico 5. Difratometria de raios-x (DRX) dos discos Ti-6Al-4V U, TNZT U, Ti-6Al-


4V SLM e TNZT SLM.

4.1.4 Microscopia confocal a laser


Observou-se influência significativa da técnica (p<0,001) em todos os parâmetros de
rugosidade superficial avaliados (Ra, Rz, Sa) (Tabela 2). De forma que, independente da liga
maior rugosidade foi apresentada pelos discos obtidos pela técnica SLM (p<0,001).

Tabela 2. Média e desvio padrão dos valores de rugosidade (Ra, Rz, Sa) para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e
técnicas (Usinagem e SLM).
Técnicas Valor de P
Ensaios Parâmetros Ligas Usinagem SLM Liga
Ra 0,10±0,007 2,34±1,38 0,204
Rz Ti-6Al-4V 0,59±0,04 12,04±7,43 0,096
Sa 0,12±0,01 3,27±1,62 0,353
Rugosidade
Ra 0,37±0,21 3,28±2,02 0,204
Rz TNZT 1,77±1,10 24,96±20,19 0,096
Sa 0,15±0,04 4,25±2,31 0,353
Valor de P
<0,001
Técnica

Nas imagens obtidas pelo microscópio confocal, observa-se topografia dos discos
obtidos por Usinagem com menor rugosidade (Figuras 23 e 24) em relação aos discos obtidos
por SLM (Figuras 25 e 26), que corroboram com os dados quantitativos apresentados na
Tabela 2.
64 | Resultados

Figura 23. Microscopia confocal a laser Ti-6Al-4V U.

Figura 24. Microscopia confocal a laser TNZT U.


Resultados | 65

Figura 25. Microscopia confocal a laser Ti-6Al-4V SLM.

Figura 26. Microscopia confocal a laser do disco de TNZT


SLM.
66 | Resultados

4.1.5 Microscopia de força atômica (AFM)


Para rugosidade Ra obtida por AFM observou-se maior rugosidade dos discos de
TNZT obtidos por Usinagem e SLM (Tabela 3). Os valores são corroborados pela Figura 27.

Tabela 3. Valor de rugosidade Ra das amostras Ti-6Al-4V U, TNZT U,


Ti-6Al-4V SLM, TNZT SLM.
Amostra Valor de Ra
Ti-6Al-4V U 43.2nm
TNZT U 98.8nm
Ti-6Al-4V SLM 97.3nm
TNZT SLM 138nm

Figura 27. Microscopia de força atômica. A) Ti-6Al-4V U; B) Ti-35Nb-7Zr-5Ta U; C) Ti-6Al-4V SLM;


D) Ti-35Nb-7Zr-5Ta SLM.

4.1.6 Análise do ângulo de contato θ


Observou-se influência significativa da liga (p<0,041) (Tabela 4). De forma que,
independente da técnica de manufatura (p>0,619) os discos de TNZT apresentaram maior
capacidade de molhamento como observado na Figura 28.
Resultados | 67

Tabela 4. Média e desvio padrão dos valores de molhabilidade para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e técnicas
(Usinagem e SLM).
Valor de P
Técnicas
Ensaios Ligas Liga
Usinagem SLM
Ti-6Al-4V 59,49±4,55 63,81±7,55
Molhabilidade
TNZT 54,48±7,90 53,69±14,24 0,041
Valor de P
0,619
Técnica

Figura 28. Molhabilidade. A) Ti-6Al-4V U; B) TNZT U; C) Ti-6Al-4V SLM; D) TNZT SLM.

4.1.7 Energia Livre de Superfície


Observou-se influência significativa da liga (p=0,025) (Tabela 5). De forma que,
independente da técnica de manufatura (p=0,755) os discos de TNZT apresentaram maior
energia livre de superfície.

Tabela 5. Média e desvio padrão dos valores de energia livre de superfície para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e
técnicas (Usinagem e SLM).
Valor de P
Técnicas
Liga
Ensaios Ligas Usinagem SLM
Ti-6Al-4V 42,60±2,80 45,36±3,80
Energia Livre de Superfície
TNZT 47,96±3,58 45,99±2,94 0,025
Valor de P
0,755
Técnica
68 | Resultados

4.2 PROPRIEDADE MECÂNICA


4.2.1 Microdureza
Observou-se influência significativa da liga (p<0,001) e técnica de manufatura
(p=0,018) na microdureza dos discos avaliados (Tabela 6).

Tabela 6. Média e desvio padrão dos valores de microdureza para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e técnicas
(Usinagem e SLM).
Valor de P
Técnicas
Liga
Ensaios Ligas Usinagem SLM
Ti-6Al-4V 384,04±11,36 363,95±40,22
Microdureza
TNZT 324,42±83,11 249,43±33,10 <0,001
Valor de P
0,018
Técnica

4.3 ANÁLISE BIOLÓGICA


4.3.1 UFC
Observou-se a influência não significativa da liga (p=0,578) e técnica de manufatura
(0,057) dos discos frente ao microrganismo S. aureus (Tabela 7).

Tabela 7. Média e desvio padrão dos valores de UFC para as ligas (Ti-6Al-4V e TNZT) e técnicas (Usinagem e
SLM).
Valor de P
Técnicas
Liga
Ensaios Ligas Usinagem SLM
Ti-6Al-4V 6,62±0,03 6,65±0,07
UFC 0,578
TNZT 6,27±0,38 7,23±0,35
Valor de P
0,057
Técnica
5. Discussão
Discussão | 71

5. DISCUSSÃO

A liga Ti-6Al-4V, mais utilizada para aplicações biomédicas, tornou-se alvo de


questionamentos na literatura científica por apresentar módulo de elasticidade (cerca de 110
GPa) incompatível com o do tecido ósseo (5-30GPa) cerca de até 4 vezes superior e
composição química preocupante, pois os elementos Al e V já foram associados à distúrbios
neurológicos, alterações hematológicas, e perda de peso. No entanto, a literatura odontológica
ainda não apresenta nenhum relato de caso clínico, série de casos que comprovem a
associação de implantes odontológicos com estas condições adversas à saúde.
Assim, as ligas de β-titânio tornaram-se foco de estudo nos últimos anos por
possuírem elementos estabilizadores da fase β como por exemplo o Mo, Nb, Sn e Ta dentre
outros, que além de reduzirem o módulo de elasticidade da liga a depender de sua
concentração, ainda não foram associados a distúrbios sistêmicos. A liga TNZT foi escolhida
para este estudo por esta apresentar propriedades mecânicas, resistência ao desgaste e módulo
de elasticidade, satisfatórias, além de ainda não ter sido relatado na literatura toxicidade para
esta liga.
A ausência de citotoxicidade para esta liga foi demonstrada recentemente no estudo
de LARIO et al., 2022 que avaliou a liberação dos íons por corrosão simulada de 20 anos e
comprovou que a quantidade de Ti, Nb, Zr, e Ta liberados neste período foram inferiores aos
valores destes elementos considerados tóxicos por Davies et al. 2003 em seu handbook. Além
de DONATO et al., 2009 terem demonstrado pela análise de MTT (3-(4.5-dimethyl-2-
thiazolyl)-2.5-diphenayl-2H-tetrazolium bromide) a ausência de citotoxicidade para a
viabilidade celular de fibroblastos quando em contato com TNZT.
A manufatura aditiva é a técnica mais promissora para a produção de implantes
porosos por permitir o controle do tamanho, morfologia, e distribuição dos poros (DALLAGO
et al., 2018; TANIGUCHI et al., 2016; ZHAO et al., 2016). Além de diferente das técnicas
convencionais, usinagem e fundição, esta permite a redução do tempo e material utilizado, e,
a produção de estruturas complexas personalizadas eliminando assim a necessidade de
manipulação tecidual invasiva (BOUET et al., 2019; DALLAGO et al., 2018; HAN et al.,
2019; HYZY et al., 2016; LEREBOURS et al., 2019; MANGANO et al., 2009; REN et al.,
2021; TUOMI et al., 2017; WANG et al., 2016; YU et al., 2020). No mercado existem várias
técnicas, direct laser fabrication (DLF), electron beam melting (EBM) e laser powder bed
fusion (LPBF) que uma das marcas comerciais é a selective laser melting (SLM) utilizada
neste projeto, assim a depender da técnica escolhida a porosidade e resistência mecânica da
72 | Discussão

estrutura almejada podem ser manipuladas através da alteração dos parâmetros de impressão
como o ângulo de orientação, altura da camada, temperatura de fusão, velocidade de
impressão, morfologia das partículas de pó e fluxo de energia (DA COSTA VALENTE et al.,
2021; LI; VAN HUMBEECK; KRUTH, 2017; SINGH; JONNALAGADDA, 2020;
WEISSMANN et al., 2018).
Assim, a presente dissertação é fruto de um trabalho inédito até o presente momento,
pois a literatura atual ainda não apresenta nenhum trabalho publicado em bases de dados
indexadas que comparem in vitro a influência da liga, Ti-6Al-4V e TNZT, e, técnica de
manufatura, usinagem e SLM, nas propriedades físicas, químicas, mecânicas, e biológicas de
discos (Ø5mm X 1 mm) que simularam implantes dentais. A análise quantitativa dos dados
obtidos permitiu rejeitar parcialmente a hipótese nula de que a Liga e Técnica de Manufatura
não influenciam nas propriedades físicas, químicas, mecânicas, e biológicas dos discos, pois
para microdureza a Liga e Técnica de Manufatura possibilitaram diferença estatisticamente
significativa; para rugosidade (Ra, Rz e Sa) a Técnica de Manufatura propiciou diferença
estatisticamente significativa; para molhabilidade e energia livre de superfície a Liga
influenciou com diferença estatisticamente significativa; diferentes da análise UFC em que a
Liga e Técnica de Manufatura não interferiram para diferença estatisticamente significativa.
O polimento dos discos obtidos por Usinagem e SLM foi realizado em uma politriz
semiautomática com lixas d’água #320, #400, #600 seguido de lavagem em ultrassom com
água deionizada e após com acetona, com duração em cada de 7 minutos para remover as
características superficiais provenientes da técnica de manufatura Usinagem, círculos
concêntricos, e SLM, resíduos de pó metálico, que poderiam interferir nos resultados.
A literatura relata a necessidade de um processamento adicional nas superfícies
porosas obtidas por manufatura aditiva devido à presença de resíduos metálicos superficiais
não fundidos poderem ocasionar inflamações peri-implantares e afetar a sobrevida da
reabilitação (BULY et al., 1992; COOPER, 2000; MANGANO et al., 2009; SUN et al., 2016;
XU et al., 2016; YU et al., 2020). Assim, o polimento foi utilizado, pois além de minimizar
falhas de fadiga por concentração de tensões em áreas irregulares, pode também ser associado
a métodos físicos, químicos e biológicos (BERNHARDT et al., 2021; REN et al., 2021;
TUOMI et al., 2017). No entanto, atenção especial deve ser dada ao tipo de tratamento
superficial subsequente, pois este poderá além de alterar as propriedades físicas modificar
também a composição química e assim interferir diretamente na citocompatibilidade, pois
havendo mudanças na composição química da liga pode-se haver mudanças nos resultados
Discussão | 73

relativos à liberação de íons e citotoxicidade (BERNHARDT et al., 2021; DIAS CORPA


TARDELLI et al., 2020).
As Figuras 21 e 22 obtidas por microscopia eletrônica de varredura e as
Figuras 25 e 26 obtidas por microscopia confocal a laser demonstram a presença de
porosidade e partículas esféricas fundidas, parcialmente fundidas, e não fundidas. A
morfologia observada pode ser explicada pela técnica SLM utilizar um feixe de laser para
fundir o pó, durante a técnica foi utilizado 129W, no entanto, esta quantidade de energia não
foi suficiente para fundir completamente o pó e assim os pós não fundidos grudaram na poça
de fusão sem se fundirem completamente.
De acordo com a revisão crítica de SAMES et al., 2016 quando a quantidade de
energia não é suficiente para fundir o pó a estrutura obtida possui poros de diferentes
tamanhos no qual em seu interior é possível encontrar resquícios de pó não fundidos. A
energia em um feixe de laser segue a distribuição de energia gaussiana, que diz que a energia
tende a diminuir em direção às bordas do laser, assim a morfologia observada nas superfícies
impressas pode ser justificada pela quantidade de energia que atingiu o pó ter sido insuficiente
para fundi-lo completamente. Desta forma, quando os parâmetros de produção deste estudo
forem utilizados para a confecção de implantes dentais é sugerido por este trabalho o pós-
processamento da superfície bruta obtida com finalidade para implantes para remoção das
partículas de pó fracamente aderidas que podem propiciar processos inflamatórios peri-
implantares, devido ao parâmetro potência não poder ser alterado.
As Figuras 19 e 20 obtidas por microscopia eletrônica de varredura demonstram uma
superfície polida com o aumento do zoom nota-se a presença de riscos provenientes das lixas
d’água utilizadas durante a etapa de polimento, além de possível sugestão de que o disco de
TNZT U apresenta maior rugosidade quando comparado ao Ti-6Al-4V U. Esta sugestão é
corroborada pela observação das Figuras 23 e 24 obtidas por microscopia confocal a laser e
comprovada pelo resultado de rugosidade no qual a Tabela 2 demonstra as maiores médias
para o grupo de TNZT U em todos os parâmetros avaliados Ra, Rz e Sa. Além de a análise
qualitativa por microscopia de força atômica também ter demonstrado maior rugosidade Ra
para TNZT U expressa na Tabela 3 e reiterado pela Figura 27.
A análise de DRX demonstrou que a liga Ti-6Al-4V apresentou-se monofásica α em
ambas as condições, assim não houve alteração significativa na fase cristalina pela Técnica de
Manufatura. Tal resultado é extremamente positivo uma vez que quando o processamento
altera a estrutura cristalina haverá um impacto significativo em todas as propriedades físicas,
químicas e mecânicas que poderiam eventualmente inviabilizar a indicação desta liga para a
74 | Discussão

obtenção de implantes considerando a alteração de processamento. A partir da análise por


EDS (Tabela 1) para esta liga, em ambas as condições há a presença dos elementos químicos
Ti, Al e V nas concentrações especificadas para a liga sem alteração significativa dos
elementos.
Por outro lado, as amostras TNZT U e TNTZ SLM se apresentaram monofásicas,
com as fases α e β presentes, respectivamente. A diferença de fases pode ser explicada pelo
processo de manufatura, visto que a amostra TNZT U foi obtida de um tarugo confeccionado
a partir de um resfriamento lento o qual favorece a presença de fases α, enquanto, a técnica de
SLM proporciona um resfriamento rápido que favorece a presença da fase β. Ressalta-se que
a composição química da liga TNZT observada por EDS (Tabela 1) demonstra que não houve
uma variação significativa entre os elementos em ambas as condições, fazendo assim com que
a rota de processamento seja o principal motivo da variação de fases presentes. A
compreensão da microestrutura das ligas é importante, pois esta afeta a macroestrutura, de
forma que a técnica SLM para a liga TNZT ao propiciar a fase monofásica β diminui a
resistência mecânica desta liga, pois a fase β apresenta menor resistência mecânica que a α,
corroborando com os resultados para microdureza presentes na Tabela 6. Assim, a sobrevida
da reabilitação em termos mecânicos pode ser afetada ao utilizar a liga TNZT SLM, por esta
apresentar menor resistência.
Para microdureza a Técnica de Manufatura propiciou diferença estatisticamente
significativa, como é observado pelos grupos Ti-6Al-4V U e TNZT U apresentarem maior
média quando comparados aos grupos Ti-6Al-4V SLM e TNZT SLM. Esta diferença
estatística pode ser explicada pela quantidade de energia utilizada pela técnica SLM não ter
sido suficiente para fundir totalmente o pó, o que propiciou a formação de poros, diferente da
técnica de fundição para produção dos tarugos utilizados para confecção dos discos usinados
avaliados, que utiliza alta temperatura para fundir a liga completamente, e assim, a amostra
produzida apresenta densidade relativa maior que a obtida por SLM, justificando assim sua
maior dureza, que podem ser explicados em estudos futuros pela análise de micrografia ou
tomografia (BATALHA et al., 2020a).
A composição química também propiciou diferença estatisticamente significativa
entre as ligas Ti-6Al-4V e TNZT, explicada pela capacidade de endurecimento por solução
sólida, visto que ambas as ligas apresentaram estrutura monofásica α. Apesar de apresentar
menor teor de elementos substitucionais, a liga Ti-6Al-4V apresentou maior capacidade de
endurecimento em comparação com a liga TNZT. Possivelmente explicado pelo elemento Nb
propiciar um “amolecimento” do disco TNZT U quando comparado ao Ti-6Al-4V U apesar
Discussão | 75

de ambos apresentarem fase α (Gráfico 5), que propicia endurecimento da solução sólida
segundo CORDEIRO et al., 2017.
Ao refletir sobre as possíveis implicações clínicas, os resultados encontrados para
dureza superficial inspiram a necessidade da análise da correlação da superfície desses
dispositivos, no caso os implantes odontológicos, com as superfícies às quais se relacionarão.
Ao considerar o contato osso-implante, há que se pensar na superfície externa do implante e
suas propriedades físicas, químicas e biológicas que atuarão de modo sinérgico para
contemplar a osseointegração. Enquanto que a superfície interna e/ ou plataforma protética se
relacionará com componentes protéticos de dureza superficial dependente da técnica de
manufatura e liga, podendo esta ser compatível ou incompatível.
Segundo SANTHOSH KUMAR et al., 2019 a adesão bacteriana ao implante
depende 1) propriedades físico-químicas do material, rugosidade, molhabilidade, energia livre
de superfície, e composição química; 2) propriedades intrínsecas a bactéria como seus
apêndices, carga elétrica e hidrofilicidade; 3) propriedades do meio ambiente, temperatura,
pH, tipo de antibiótico, período de exposição e concentração bacteriana. Neste estudo, no
entanto, não houve diferença estatisticamente significativa para Liga e Técnica de Manufatura
para a análise de UFC frente ao microrganismo S. aureus.
Os resultados presentes na literatura para rugosidade são inconclusivos, pois
enquanto estudos demonstram que a superfície rugosa apresenta maior adesão bacteriana por
propiciar maior área superficial (AZELMAD et al., 2017; KALIARAJ et al., 2016; YANG et
al., 2022; YODA et al., 2014) outros relatam não existir correlação entre rugosidade e
capacidade de retenção bacteriana (BRACERAS et al., 2014; VANHAECKE et al., 1990;
WASSMANN et al., 2017; WU et al., 2011). Neste estudo, o parâmetro de rugosidade Ra foi
avaliado por microscopia confocal a laser e por microscopia de força atômica, pois a primeira
é a análise bidimensional mais utilizada para aferir rugosidade na área biológica, mas,
apresenta como limitação a não detecção de arranhões e buracos que geralmente são
nanométricos, assim, esta última análise foi escolhida por ser em escala nanométrica
tridimensional e ser a mais representativa das condições nanométricas as quais as bactérias
são expostas (AGUAYO et al., 2016; RUPP et al., 2014; VERRAN et al., 2010).
A literatura relata a preferência bacteriana por superfícies que maximizem sua área
de adesão como irregularidades, sulcos, e fendas produzidos durante a técnica de manufatura
(BADIHI HAUSLICH et al., 2013; SANTHOSH KUMAR et al., 2019; VADILLO-
RODRÍGUEZ et al., 2018), no entanto, a hipótese nula de não existir diferença
estatisticamente significativa entre as Técnicas de Manufatura foi confirmada. Pois, para UFC
76 | Discussão

a Técnica de Manufatura não foi significativa (p=0,057), apesar da técnica SLM produzir
superfícies mais irregulares e rugosas como demonstrado pela análise estatística que
encontrou diferença estatisticamente significativa para rugosidade quanto a Técnica de
Manufatura (p<0,001) somado ao fato desta rugosidade ser superior ao tamanho das bactérias
0,2μm como expresso na Tabela 3, pois quando a rugosidade superficial é maior que o
tamanho das bactérias as paredes celulares bacterianas possuem a capacidade de detectar
áreas para adesão.
Assim, os achados para rugosidade e UFC permitem sugerir que apesar da maior
rugosidade das superfícies obtidas por SLM, o polimento aplicado pode ter interferido ao
tornar os picos de rugosidade arredondados (Figura 27), e assim, ter propiciado a diminuição
do número de pontos focais favoráveis a adesão e espalhamento bacteriano. Além de a
observação das Figuras 23 a 27 e dos dados numéricos expressos nas Tabelas 2 e 3
permitirem inferir que a interação química de Ti, Nb, Zr e Ta produz superfícies mais rugosas
que Ti, Al e V independente da Técnica de Manufatura, pois as superfícies usinadas e SLM
apresentaram maiores valores de rugosidade quando liga TNZT.
Assim, apesar de para a estabilidade primária implantes rugosos propiciarem maior
área de superfície para um melhor imbricamento mecânico. Para a estabilidade secundária a
rugosidade pode afetar negativamente a depender de sua influência na adesão bacteriana e de
células ósseas, desta forma estudos futuros, in vivo, que correlacionem a rugosidade com o
comportamento biológico desses grupos são necessários para melhor inferência da possível
implicação clínica da rugosidade.
De acordo com a revisão de GITTENS et al., 2014 bactérias apresentam preferência
para adesão em superfícies de mesma hidrofilicidade, ou seja, bactérias hidrofóbicas preferem
superfícies hidrofóbicas e bactérias hidrofílicas superfícies hidrofílicas. A bactéria avaliada
neste estudo S. aureus é considerada pela literatura como hidrofóbica (GITTENS et al., 2014;
JAIN et al., 2018; KREVE; CÂNDIDO DOS REIS, 2021; VERDEGUER et al., 2022), no
entanto, apesar dos grupos avaliados serem considerados hidrofílicos, ângulo de contato da
água em relação à superfície inferior a 90◦, houve sim a formação de colônias bacterianas
como expresso nos resultados da Tabela 7, fato atribuído ao desenvolvimento de mecanismos
de adaptação obscuros a este trabalho, porque não foram realizados ensaios biomoleculares
para melhor compreensão da cinética de colonização bacteriana nas superfícies avaliadas.
A composição química da liga não interferiu para diferença estatisticamente
significativa nos resultados de UFC frente ao microrganismo S. aureus (p=0,578) como
Discussão | 77

observado nos resultados da Tabela 7. No entanto, uma análise crítica é necessária em estudos
futuros que avaliem a viabilidade celular bacteriana tempo dependente nestas superfícies.
Para molhabilidade não houve diferença estatisticamente significativa para Técnica
de Manufatura (p>0,619), o que pode ser atribuído a técnica SLM resfriar rapidamente a
superfície impossibilitando a entrada de água nos poros, pois estes foram preenchidos
previamente por ar. Assim, apesar da maior área superficial para molhamento por água nas
superfícies SLM o ar ao ocupar o lugar da água nos poros propiciou o aumento do ângulo de
molhamento tornando-a sem diferença estatisticamente significativa para as usinadas.
Enquanto, que para Liga houve diferença estatisticamente significativa (p<0,041),
possivelmente explicada pelos óxidos superficiais formados pelos elementos Ti, Nb, Ta e Zr
serem mais hidrofílicos que os compostos por Ti, Al e V, pois de acordo com VLCAK et al.,
2021 o estado de valência dos íons metálicos influencia a molhabilidade das superfícies de
titânio oxidado.
De acordo com a literatura quanto maior a energia livre de superfície maior a
bioatividade de uma superfície por favorecer a adsorção de proteínas e células ósseas, e assim,
reduzir a adesão bacteriana por diminuir o número de locais para sua colonização (SHAO et
al., 2020; WANG et al., 2018; ZHANG et al., 2019). Neste estudo in vitro a energia livre de
superfície foi influenciada de modo significativo pelo tipo de liga (p=0,025) e permitiu inferir
que a liga TNZT apresenta maior energia livre de superfície independente da Técnica de
Manufatura (Tabela 7) corroborando com os resultados para molhabilidade por apresentar a
melhor capacidade de molhamento (Figura 28 e Tabela 6).
Ressalta-se que este estudo apresenta como limitação não ter avaliado células ósseas
e outras espécies bacterianas ou até um biofilme multiespécie, assim em estudos futuros a
serem desenvolvidos será esclarecido o comportamento biológico destas superfícies frente a
células bacterianas e ósseas e a correlação dos resultados as propriedades avaliadas neste
estudo.
A condição eletrostática da superfície é uma propriedade que deve ser ressaltada,
pois apesar de não ter sido avaliada, esta é um fator regulador que pode fortemente ter
influenciado os resultados encontrados. Pois, as propriedades superficiais, potencial elétrico,
composição química, molhabilidade, energia livre de superfície e rugosidade interagem de
modo sinérgico com a cepa bacteriana.
As dificuldades deste estudos incluem a realização durante o Período da Pandemia de
COVID-19, que trouxe dificuldades para obtenção da liga de beta titânio, Ti-13Nb-13Zr, em
tarugo e pó, proposta inicialmente devido ao contexto internacional de aumento do dólar e
78 | Discussão

consequente aumento do preço dos minérios. Assim, o planejamento de gastos inicial foi
aumentado em vinte vezes o que fez com que a liga proposta Ti-13Nb-13Zr tenha sido
substituída por Ti-35Nb-7Zr-5Ta, a qual conseguimos em parceria com os Profs. Claudemiro
Bolfarini e Piter Gargarella da UFSCAR. Somado ao fechamento dos laboratórios durante o
primeiro ano de vigência, que ocasionou filas de esperas para as análises propostas, assim o
projeto que seria realizado em 24 meses teve que ser realizado em 27 meses.
6. Conclusão
Conclusão | 81

6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos pôde-se concluir que:


• A morfologia observada pelos grupos avaliados é condizente com a Técnica de
Manufatura utilizada, sendo mais rugosa para a SLM;
• As Técnicas de Manufatura, Usinagem e SLM, não interferiram nas
concentrações específicas de cada elemento para as ligas Ti-6Al-4V e TNZT;
• A rota de processamento é o principal motivo da variação de fases presentes nos
discos TNZT U e TNZT SLM; Além de para Ti-6Al-4V a rota de processamento
não inviabilizar a produção de implantes com este material.
• A liga TNZT apresenta superfície mais rugosa que Ti-6Al-4V independente da
Técnica de Manufatura, subtrativa ou aditiva; Além de o pós-processamento,
polimento, poder ter interferido nos resultados de UFC nos grupos Ti-6Al-4V
SLM e TNZT SLM por ter diminuído os pontos focais favoráveis a adesão ao
torná-los arredondado. Ou seja, a morfologia da superfície, picos, interfere mais
que o valor quantitativo da rugosidade para a adesão bacteriana;
• A capacidade de molhamento das superfícies SLM são semelhantes as Usinadas
ao considerar a Técnica de Manufatura, possivelmente devido ao ar preencher os
poros os quais a água molharia. E a liga TNZT apresenta maior energia livre de
superfície e capacidade de molhamento que a Ti-6Al-4V, possivelmente devido
seus óxidos serem mais hidrofílicos;
• Atenção especial deve ser dada a Liga e Técnica de Manufatura ao produzir um
implante odontológico, pois estes são fatores que podem interferir de modo
significativo na microdureza e consequente sobrevida da reabilitação oral. De
forma que implantes produzidos por ligas de maior rigidez e por Usinagem
apresentam maior dureza que implantes por SLM, a depender dos parâmetros de
impressão;
• A Liga e Técnica de Manufatura não interferiram de modo significativo nos
resultados de UFC frente à S. aureus. Os resultados encontrados neste estudo
demonstram a capacidade de adaptação deste microrganismo, pois este produziu
número de colônias semelhantes estatisticamente entre superfícies polidas
(Usinadas) e rugosas (SLM). Além da colonização em superfícies hidrofílicas,
embora este seja hidrofóbico.
• A hipótese nula desse estudo foi parcialmente aceita, uma vez que, houve não
diferença para UFC ao avaliar os fatores Liga e Técnica de Manufatura.
Referências Bibliográficas1

1 De acordo com a Associação de Normas Técnicas. ABNT NBR 6023: Informações e documentação: referências:
elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
Referências Bibliográficas | 85

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