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Transtornos de Personalidade

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IAGO M.

ALMEIDA – MEDICINA – UFBA – TURMA 255 1

Transtornos de personalidade
A personalidade é uma construção da mente. É o conjunto comportamentos mal-adaptativos são invasivos, ou seja, são
de características psicológicas que determinam os padrões exibidos por meio de uma ampla variedade de contextos e
de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e situações mais do que em apenas uma circunstância-gatilho
social de alguém. A formação da personalidade é processo específica ou em resposta a determinado estímulo ou
gradual, complexo e único a cada indivíduo. pessoa. Além disso, devem ocorrer de forma estável e
persistente desde a adolescência ou início da fase adulta.
Para a construção da personalidade há três pilares
fundamentais: Alguns transtornos da personalidade, por sua natureza,
podem não vir acompanhados por sofrimento subjetivo
• A inteligência óbvio do paciente. Exemplos incluiriam o transtorno da
➢ Se refere as capacidades cognitivas dos personalidade esquizoide, no qual o indivíduo está
indivíduos. Funciona como um catalizador ostensivamente satisfeito com seu isolamento social e não
entre o caráter e o temperamento. parece necessitar ou desejar a companhia de outras pessoas,
• O temperamento e o transtorno da personalidade antissocial (TPA), em que o
➢ Se refere às disposições afetivo/volitivas paciente exibe total desprezo e desconsideração pelas
básicas de cada indivíduo. Cada indivíduo normas sociais e não experimenta sofrimento, exceto
as tem desde que nasce. quando suas atitudes são contrariadas.
• O caráter
➢ Refere-se ao quanto estão gravados em CLASSIFICAÇÃO
nossa personalidade alguns valores
determinantes de nossa conduta em geral. As classificações mais aluais utilizam padrões categoriais ou
Vai sendo construído ao longo da vida, em dimensionais para classificar estes transtornos.
contato com a sociedade e seus limites.
→categorial: os transtornos são síndromes clínicas
Os indivíduos com transtornos da personalidade estão entre qualitativamente distintas. O DSM 5 tem tipos de
os pacientes mais complexos e clinicamente desafiadores. personalidade alocados em grupos ou "clusters"
Alguns desejam de forma intensa relacionamentos com
→dimensional: os transtornos da representam variantes
outras pessoas, mas os evitam por medo de sofrer rejeição.
mal-adaptativas de traços de personalidade que se fundem
Outros buscam incessantemente admiração e são
imperceptivelmente com a normalidade e entre si. O CID 11
absorvidos por fantasias grandiosas de superpoderes,
classifica o transtorno em leva moderado e grave e adota os
inteligência ilimitada ou amor ideal. Há ainda aqueles que
traços para descrever o comportamento.
têm autoconceitos tão perturbados que acreditam
incorporar o mal ou não existir e, por conseguinte, exibem
comportamento de automutilação ou tentam o suicídio.

Um transtorno da personalidade é um padrão persistente de


experiência interna e comportamento que se desvia
acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo, é
difuso e inflexível, começa na adolescência ou no início da
fase adulta, é estável ao longo do tempo e leva a sofrimento
ou prejuízo (DSM-V).

Segundo o tratado de Psiquiatria, os transtornos da


personalidade são padrões de traços de personalidade e
comportamentos inflexíveis e mal-adaptativos que causam
sofrimento subjetivo, e/ou prejuízo significativo no
funcionamento social ou ocupacional. Esses padrões QUANTO AOS GRUPOS
desviam-se do culturalmente esperado e manifestam-se em
duas ou mais das seguintes áreas: cognição, afetividade, • Grupo A → Predomina a esquisitice ou
controle dos impulsos e da necessidade de gratificação e desconfiança
formas de relacionamento interpessoal. Os traços e ➢ Paranoide,
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➢ Esquizoide, TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE EM


➢ Esquizotípica;
CRIANÇAS E ADOLESCENTES
• Grupo B → predomina a impulsividade ou
manipulação (Aula) → Não deve ser diagnosticada antes dos 16/17 anos.
➢ Borderline,
➢ Antissocial, Como as personalidades de crianças e adolescentes ainda
➢ Histriônica, estão em desenvolvimento, os transtornos da
personalidade devem ser diagnosticados com cuidado
• Grupos C → predomina a ansiedade ou necessidade
nesses grupos etários. Embora crianças e adolescentes
de controle.
jovens manifestem frequentemente características
➢ Ansiosa,
significativas de transtorno da personalidade, muitas vezes
➢ Anancástica/ Obsessiva;
é melhor adiar o diagnóstico dessa condição até o início da
➢ Dependente
idade adulta, período mais adequado para esse diagnóstico,
desde que as características pareçam difusas, estáveis e
persistentes. O diagnóstico precoce pode mostrar-se
equivocado conforme as dificuldades específicas da
adolescência resolvem-se e o indivíduo amadurece

ETIOLOGIA E PATOGÊNESE

O que causa os transtornos da personalidade é a pergunta


mais enigmática e desafiadora em relação a esse grupo de
psicopatologias complexas. Conforme descrito na seção
sobre a história dos transtornos da personalidade, várias
hipóteses foram formuladas com o passar dos anos. A teoria
psicanalítica tem enfatizado a contribuição de fatores
evolucionários e ambientais, tais como parentela patológica
e inadequada, enquanto a perspectiva neurobiológica tem
CLASSIFICAÇÃO DE K URT SCHNEIDER salientado aspectos genéticos, constitucionais e biológicos.

• Hipertímicos CRITÉRIOS DSM-V


➢ Sangue quente, sempre desafiadores
• Depressivos
➢ Pessoas lentas, devagar, pessimistas
• Inseguros de si mesmos
➢ Tomadas pela dúvida, e sempre duvidando
de se mesmos
• Fanáticos
➢ Seguem partidos, times, religiões
• Necessitados de valorização
➢ Precisam está no centro das atenções
• Lábeis de Humor
➢ Variam o humor com muita facilidade
• Explosivos, EPIDEMIOLOGIA
➢ O famoso pavio curto • 13,7% da população geral sofre de algum tipo de
• Frios de Ânimo, transtorno de personalidade;
➢ Os verdadeiros psicopatas, que matam a • ♀ >♂ (diferença muito baixa, quase irrelevante);
pessoa, cospem na pessoa, e ainda vão no • Antissocial
enterro abraçar a viúva; ➢ ♂ > ♀ (3%:1%);
• Abúlicos, • Esquizoide (3%);
➢ Dependentes da vontade do outro • Borderline (2 a 3%);
• Astênicos ➢ ♀ > ♂ (2x mais)
➢ O traço principal é a preguiça • Pobres > ricos
➢ 3x mais
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TRATAMENTO (VISÃO GERAL) pensamento mágico, distorções perceptivas e pensamento


ou fala bizarros.

Pessoas que são extremamente constrangidas temem que


os outros estejam vigiando-as ou tenham pensamentos
negativos ou críticos sobre elas, pois projetam suas ideias
negativas sobre si mesmas em terceiros, enquanto
indivíduos paranoides remetem pensamentos e sentimentos
malévolos para os outros.
TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE
ETIOLOGIA
(Grupo TRANSTORNO
a) DE PERSONALIDADE
PARANOIDE Uma possível causa seria excessiva raiva parental ou
humilhação constante por terceiros gerando sentimentos de
EPIDEMIOLOGIA inadequação e vulnerabilidade, seguidos por projeção nos
outros de hostilidade e raiva, bem como uma tendência a
• 1,25 a 1,5% da população geral (Tratado de psiqui.) culpar terceiros por seus defeitos e problemas.

CLÍNICA É possível que o transtorno da personalidade paranoide


apresente contribuições neurobiológicas.
Os indivíduos com transtorno da personalidade paranoide
apresentam uma desconfiança global, persistente e
DSM-V
inadequada dos outros. Eles suspeitam dos motivos das
pessoas e supõem que elas pretendem explorá-los,
prejudicá-los ou iludi-los. Portanto, eles podem questionar,
sem justificativa, a lealdade ou fidelidade de amigos ou
parceiros e relutam em confiar nos outros por medo que a
informação seja usada contra eles. Podem se apresentar
tensos e hipervigilantes e frequentemente esquadrinham
seus ambientes em busca de indícios de possíveis ataques,
decepção ou traição. E podem fazer uma interpretação
errônea da realidade para comprovar suas suspeitas.

Em resposta a insultos ou traições percebidas ou reais, eles


reagem exagerada e rapidamente, tornando-se muito
irritados e rebatendo com comportamento de contra-
ataque.

Ademais, eles são incapazes de perdoar ou esquecer esses TRATAMENTO


incidentes. Em vez disso, alimentam rancores de longo prazo Devido à desconfiança dos outros, as pessoas com
contra seus supostos traidores; algumas pessoas com transtorno da personalidade paranoide geralmente evitam
transtorno da personalidade paranoide são extremamente intervenção psiquiátrica; mas, quando recorrem ao
litigiosas. terapeuta, ele imediatamente encontra o desafio de
envolvê-las e mantê-las no tratamento.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

Ao contrário do transtorno da personalidade paranoide, as (Gr upo TRANSTORNO


a) DE PERSONALIDADE
condições do eixo I (esquizofrenia paranoide e transtorno ESQUIZOIDE
delirante, tipo persecutório), são caracterizadas por delírios
EPIDEMIOLOGIA
paranoides proeminentes e persistentes de proporções
psicóticas; a esquizofrenia paranoide também é • <1% da população.
acompanhada por alucinações e outros sintomas centrais de • ♂>♀ (assim como na paranoide);
esquizofrenia.
O transtorno da personalidade esquizoide é uma das
Embora os transtornos da personalidade paranoide e patologias da personalidade mais raras.
esquizotípica envolvam desconfiança, o primeiro não inclui
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ASPECTOS CLÍNICOS Há razão para acreditar que fatores constitucionais


contribuem para o padrão de timidez da infância que
O transtorno da personalidade esquizoide é caracterizado precede frequentemente o transtorno.
por um profundo defeito na capacidade de relacionar-se
com os outros de forma significativa. Os indivíduos com esse A introversão (problemas de intimidade, inibição) que
transtorno têm pouco ou nenhum desejo por caracteriza o transtorno da personalidade esquizoide (bem
relacionamentos com terceiros e, como resultado, são como esquiva e esquizotípica) parece ser substancialmente
extremamente isolados no âmbito social. Eles preferem hereditária.
atividades solitárias, em geral intelectuais, como jogos de
Também foi demonstrado que a exposição pré-natal à fome
computador ou quebra-cabeças, e frequentemente criam
aumenta o risco para transtorno da personalidade
um mundo de fantasia elaborado para onde se retiram.
esquizoide.
Como resultado de sua falta de interesse em
relacionamentos, eles têm poucos ou não têm amigos ou TRATAMENTO
confidentes; raramente namoram e casam; apresentam
Os indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide,
interesse escasso em sexo; e muitas vezes trabalham em
como aqueles com transtorno da personalidade paranoide,
empregos que requerem pouca interação interpessoal (p.
raramente buscam tratamento. Eles não consideram a
ex., guardas-noturnos).
formação de qualquer relacionamento – incluindo o
Esses indivíduos também são notáveis por sua falta de terapêutico – como potencialmente valioso ou benéfico.
expressão emocional ou afeto. Eles geralmente parecem
Ocasionalmente, entretanto, eles podem buscar tratamento
frios, isolados, distantes e contraídos e sentem particular
para um problema associado, como depressão, ou ser
desconforto com sentimentos calorosos. Se chegarem a
trazidos por outras pessoas. Enquanto alguns indivíduos
ocorrer, poucas atividades ou experiências são prazerosas,
toleram apenas terapia de apoio outros podem realmente
aspecto que resulta em anedonia crônica.
melhorar com psicoterapia orientada ao insight a fim de
efetuar uma mudança básica em seu desconforto com
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
intimidade e afetos.
• Transtorno de personalidade esquizotípica;
• Transtorno de personalidade de esquiva DSM-V
• Autismo

O transtorno da personalidade esquizoide compartilha os


aspectos de isolamento social e expressão emocional
limitada com o transtorno da personalidade esquizotípica,
mas sem as distorções cognitivas e perceptivas
características deste último.

Ao contrário de indivíduos com transtorno da personalidade


esquiva, que desejam intensamente relacionamentos, mas
evitam isso devido a medos exagerados de rejeição, os
esquizoides têm pouco ou nenhum interesse aparente em
interagir com os outros.
(Gr upo TRANSTORNO
a) DE PERSONALIDADE
O autismo, diferentemente do transtorno esquizoide, ESQUIZOTÍPICA (TPS)
costuma se manifestar com interesses e/ou movimentos
estereotipados. EPIDEMIOLOGIA

ETIOLOGIA • 0,7 a 1,2% da população em geral

Ocorre em adultos que tiveram relacionamentos frios, Ao contrário dos outros dois transtornos da personalidade
negligentes e insatisfatórios na primeira infância, que do grupo A, nenhuma diferença de gênero na prevalência foi
presumivelmente levaram esses indivíduos a supor que os encontrada.
relacionamentos não são valiosos ou não merecem ser
buscados.
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CLÍNICA Estudos de história familiar mostram um risco aumentado


para transtornos relacionados à esquizofrenia em parentes
O indivíduo é considerado excêntrico para a sociedade, de probandos esquizotípicos.
alguns dizem ter poderes especiais como prever o futuro,
conversar com defuntos, ler mentes. Alguns acreditam ter a DSM-V
inteligência superior. Alguns se acham muito atraentes.
Alguns se orgulham, mesmo sem ser, serial killers.

O TPS, como a esquizofrenia, é caracterizado por sintomas


tipo psicóticos, positivos, e tipo déficits, negativos. Pessoas
com TPS experimentam distorções cognitivas ou perceptivas
(positivas), comportam-se de maneira excêntrica e são
socialmente retraídas e ansiosas (negativas).

As distorções cognitivas e perceptivas comuns incluem ideias


de referência, ilusões corporais e experiências telepáticas e
clarividentes incomuns. Esses desvios, que são
inconsistentes com normas subculturais, ocorrem
frequentemente e são um componente importante e global
da experiência da pessoa.

Indivíduos com TPS podem, por exemplo, falar sozinhos em


público, gesticular sem razão aparente ou vestir-se de (Gr upo TRANSTORNO DE
b) PERSONALIDADE
maneira peculiar ou descuidada; sua fala é com frequência ANTISSOCIAL (TPA)
bizarra e idiossincrásica. Seu afeto é contraído ou
O antissocial é o que tipicamente se chama de psicopata ou
inadequado. Esse tipo de pessoa pode, por exemplo, rir
sociopata. É aquele que faz sofrer à sociedade, não aprende
inadequadamente ao discutir seus problemas.
com a experiência, que tem frieza de alma e animo;
Os indivíduos com TPS sentem-se desconfortáveis e isolados
no âmbito social, por conseguinte possuem poucos amigos. EPIDEMIOLOGIA
Se eles desenvolvem relacionamentos, tendem a • ♂>♀ (3% : 1%)
permanecer distantes ou podem terminá-los devido a
• Entre os doentes mentais (3% a 30%);
ansiedade social e paranoia persistentes.
• 1,7% da população geral. (6% no slide do prof)

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
CLÍNICA
• transtorno da personalidade paranoide;
O aspecto central do TPA é um padrão duradouro de
➢ Compartilham a desconfiança;
comportamentos irresponsáveis socialmente que reflete um
• transtorno da personalidade esquizoide, desrespeito pelos direitos dos outros.
➢ Compartilham o isolamento social;
• Esquizofrenia; Muitas pessoas com esse transtorno envolvem-se em atos
ilegais repetidos. As características de personalidade mais
Os sintomas desse transtorno parecem ser versões prevalentes incluem falta de interesse ou preocupação em
atenuadas daqueles de esquizofrenia, mas os períodos relação aos sentimentos dos outros, atos fraudulentos e,
persistentes de psicose manifesta e deterioração social com mais notavelmente, ausência de remorso pelo dano que
o passar do tempo não são característicos. podem causar a terceiros. Essas características em geral
fazem indivíduos antissociais fracassarem em papéis que
ETIOLOGIA
requerem fidelidade (p. ex., como cônjuge), honestidade (p.
O TPS é considerado uma patologia do espectro de ex., como empregado) ou confiabilidade (p. ex., como pai).
esquizofrenia. Dados fenomenológicos, bem como
Algumas pessoas antissociais possuem uma loquacidade e
genéticos, biológicos, de tratamento e de resultado, apoiam
um encanto que podem ser usados para seduzir, lograr e
tal ligação.
explorar os outros. Embora a maioria dos indivíduos
antissociais seja indiferente aos seus efeitos sobre os outros,
alguns sentem prazer sádico em fazer o mal. Eles
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apresentam dificuldades em manter relações, embora não


tenham em estabelece-las.

As síndromes da personalidade antissocial estão associadas


a altas taxas de abuso de substância que contribuem para a
DSM-V
persistência do comportamento antissocial com o passar do
tempo.

DIAGNÓTICO DIFERENCIAL

• Transtorno da personalidade narcisista.

De fato, essas duas doenças podem ser variantes do mesmo


tipo básico de psicopatologia. Entretanto, a pessoa
antissocial, ao contrário do indivíduo narcisista, tem a
probabilidade de ser imprudente e impulsiva. Além disso,
quando se fala em indivíduos narcisistas, a exploração e o
desrespeito pelos outros são atribuíveis mais a seu senso de
singularidade e superioridade do que a um desejo por
ganhos materiais.
(Gr upo TRANSTORNO DA PERSONALIDADE
b)
ETIOLOGIA BORDERLINE (TPB)
Estudos com gêmeos e de adoção indicam que fatores Também chamados de instáveis, limítrofes. Tendem a agir
genéticos predispõem ao desenvolvimento de TPA. Além dos impulsivamente sem considerações das consequências,
fatores biológicos, também é claro que a vida familiar dessas junto com instabilidade afetiva. Agem com explosões
pessoas apresenta frequentemente desvantagens comportamentais.
ambientais graves na forma de parentagem ausente,
inconsistente ou abusiva. De fato, muitos membros da EPIDEMIOLOGIA
família também portam psicopatologia orientada à ação
significativa, como abuso de substância ou o próprio TPA. • 1 a 1,5% da população em geral;

TRATAMENTO CLÍNICA

É clinicamente importante reconhecer o TPA, porque uma O TPB é caracterizado por instabilidade e disfunção nas
aceitação não crítica das declarações loquazes ou esferas afetiva, comportamental e interpessoal.
superficiais desses indivíduos de boas intenções e
Centrais à psicopatologia desse transtorno estão uma
colaboração podem permitir que eles tenham influências
capacidade gravemente prejudicada para ligação e padrões
disruptivas sobre as equipes de tratamento e outros
de comportamento mal adaptativos relacionados à
pacientes. Entretanto, há pouca evidência sugerindo que tal
separação.
condição pode ser tratada com sucesso por intervenções
psiquiátricas usuais. Quando indivíduos borderlines percebem que são cuidados,
protegidos e apoiados, os aspectos depressivos
Relatos indicam que em situações de confinamento, como
(notavelmente solidão e vazio) são mais evidentes. Quando
serviço militar ou prisões, preocupações depressivas e
a ameaça de perder esse tipo de relacionamento
introspectivas podem vir à tona. Sob essas circunstâncias, a
sustentador surge, a imagem idealizada de um cuidador
confrontação por iguais pode ocasionar mudanças nos
beneficente é substituída pela imagem desvalorizada de um
comportamentos sociais da pessoa antissocial
perseguidor cruel. Essa mudança entre idealização e
Estudos de acompanhamento longitudinais têm desvalorização é denominada cisão.
demonstrado que a prevalência desse transtorno diminui
Uma separação iminente também evoca intensos medos de
com a idade, conforme esses indivíduos tornam-se mais
abandono. Para minimizar esses medos e prevenir a
conscientes da má adaptatividade social e interpessoal de
separação, são reveladas acusações enraivecidas de maus-
seus comportamentos mais nocivos.
tratos e crueldade e comportamentos autodestrutivos
irados. Esses comportamentos frequentemente despertam
nos demais uma resposta culpada, temerosa ou protetora.
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Outro aspecto central dessa psicopatologia é instabilidade ETIOLOGIA


afetiva extrema, que com frequência leva a
comportamentos impulsivos e autodestrutivos. Esses As teorias psicanalíticas enfatizaram a importância dos
episódios são geralmente mais breves e reativos e envolvem primeiros relacionamentos entre pai e filho na etiologia do
alterações entre estados irritados e deprimidos. TPB, são eles:

A experiência e expressão de raiva podem ser 1. O manejo inadequado dos esforços das crianças de
particularmente difíceis para esses pacientes. 2 a 3 anos de tornarem-se autônomas;
Aproximadamente metade dos indivíduos borderline 2. A frustração materna exagerada que agrava a raiva
apresentam remissões significativas de sua psicopatologia da criança; e
manifesta em dois anos. Os níveis de disfunção social, a 3. A desatenção a emoções e atitudes da criança.
gravidade do trauma da infância e a persistência de abuso de
Uma quantidade considerável de pesquisa empírica
substância são preditivo de pior prognóstico.
complementou essas teorias pela documentação de uma
→cerca de 10% dos indivíduos com esse transtorno alta frequência de abandono, abuso físico e abuso sexual
cometem suicídio; precoces.

• Risco de suicídio 30% maior que a população geral; Tais experiências traumáticas parecem ocorrer em um
contexto de negligência contínua, a partir do qual a criança
→Instabilidade emocional e de auto imagem e preferências pré-borderline desenvolve raiva e ódio persistentes de si
internas (incluindo a sexual) pouco claras; mesma. A falta de um vínculo seguro com os cuidadores
durante o desenvolvimento é uma fonte da incapacidade
→Sentimento de vazio crônico; nos pacientes borderline de manterem percepção estável de
si mesmos ou de outros sem contato contínuo.
→Propensão a relacionamentos intensos e instáveis;
Há evidência de disfunção serotonérgica no traço borderline
→Crises emocionais repetidas;
de impulsividade. Estudos de neuroimagem estrutural e
→Pode se associar com esforços excessivos para evitar o funcional mostraram reduções nos volumes do lobo frontal
abandono e uma série de ameaças de suicídio ou atos de e orbitofrontal, metabolismo alterado em regiões cerebrais
autolesão; pré-frontais e falha de ativação dessas regiões cerebrais sob
estresse. Ainda há evidencias de influências genéticas.
DIAGNÓSTIO DIFERENCIAL
TRATAMENTO
• Transtorno bipolar tipo II;
➢ As principais diferenças são que os Os pacientes borderline são utilizadores frequentes de
pacientes bipolares têm períodos de tratamento psiquiátrico ambulatorial, hospitalar e
exaltação e os indivíduos borderline psicofarmacológico.
exibem medos de abandono e episódios
repetidos de dano a si próprios quando DSM-V
sozinhos.
• Transtorno de personalidade antissocial
➢ Os indivíduos com TPB diferem daqueles
com TPA uma vez que os comportamentos
impulsivos dos pacientes borderline são
orientados primariamente ao interpessoal
e visam mais obter apoio do que ganhos
materiais.
• Transtorno de personalidade dependente
➢ Os indivíduos com transtorno da
personalidade dependente (TPD) são
caracterizados por medo de abandono,
mas reagem a essas ameaças mais por
esforços de apaziguamento e submissão
do que por sentimentos de vazio e raiva.
IAGO M. ALMEIDA – MEDICINA – UFBA – TURMA 255 8

(Grupo TRANSTORNO DE
b) PERSONALIDADE • Transtorno de personalidade narcisista
HISTRIÔNICA ➢ Os narcisistas também buscam atenção
para manter sua autoestima, mas diferem
São pessoas chamativas, carente de afeto, teatrais, já que ela é caracterizada por
sugestionáveis e facilmente influenciadas. Com expressão de grandiosidade, e a atenção que eles
emoções exageradas. Tem uma afetividade superficial e anseiam recai na admiração.
instável, com uma busca continua de excitação e apreciação
por outros. São muito preocupadas com a atratividade física, Indivíduos histriônicos estão frequentemente dispostos,
e a depender do grau de inteligência, manipuladoras. (aula) mesmo ansiosos, que os outros tomem decisões e
organizem suas atividades por eles.
EPIDEMIOLOGIA
TRATAMENTO
• 2% da população
A psicoterapia psicodinâmica individual, incluindo a
• ♀ (maioria)
psicanálise, continua sendo a base da maioria dos
CLÍNICA tratamentos para pessoas com transtorno da personalidade
histriônica. Essa abordagem é dirigida a aumentar a
O aspecto central do transtorno da personalidade histriônica consciência dos pacientes de:
é uma preocupação excessiva com atenção e aparência.
Pessoas com esse transtorno gastam uma quantidade de 1. Como sua autoestima está mal adaptativamente
tempo considerável buscando atenção e fazendo-se ligada à sua capacidade de atrair atenção à custa do
atraentes. O desejo de ser considerado atraente pode levar desenvolvimento de outras habilidades; e
a vestuário e comportamento de flerte inadequadamente 2. Como seus relacionamentos e experiências
sedutores ou provocativos, e o desejo por atenção pode emocionais superficiais refletem medos
levar a outros atos extravagantes ou comportamento inconscientes de compromissos reais.
autodramatizador. Todos esses aspectos refletem a
insegurança subjacente dessas pessoas em relação a seus DSM-V
valores como nada além de acompanhantes atraentes.

Os indivíduos com transtorno da personalidade histriônica


também exibem uma variação de sentimentos efusivos, mas
lábeis e superficiais. Eles são frequentemente muitos
impressionáveis e propensos a descrições hiperbólicas dos
outros (p. ex., “Ela é maravilhosa” ou “Ela é horrível”).

Indivíduos com esse transtorno frequentemente se


apresentam com queixas de depressão, problemas
somáticos de origem obscura e história de relacionamentos (Gr upo TRANSTORNO DA PERSONALIDADE
b)
românticos decepcionantes.
NARCISISTA
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Ao contrário do que se pensa, não são pessoas felizes, elas
se acham o máximo, precisam ser aduladas e não possuem
• Transtorno de personalidade dependente
empatia. Elas têm dificuldade para regular a autoestima,
➢ ao contrário de pessoas com TPD, os
precisam de louvação e vínculos com pessoas que
indivíduos histriônicos são companhias
alimentem isto, mas tendem a desvalorizar as outras pessoas
desinibidas e alegres que
para se colocar em local de superioridade. (aula).
intencionalmente abrem mão de parecer
autônomas porque acreditam que isso
EPIDEMIOLOGIA
atrai os outros.
• Transtorno de personalidade borderline • Está entre as psicopatologias mais raras
➢ Diferentemente de indivíduos com TPB, encontradas com prevalência aproximada de 0,5%.
aqueles com personalidade histriônica não • Parece ser mais comum em homens.
se percebem como maus e não possuem
problemas contínuos com raiva e
autodestrutividade intencional.
IAGO M. ALMEIDA – MEDICINA – UFBA – TURMA 255 9

CLÍNICA DSM-V

Visto que as pessoas com transtorno da personalidade


narcisista têm autoestima grandiosa, fantasias de potencial
ilimitado, senso de intitulamento e necessidades de
admiração, elas são vulneráveis a reações intensas quando
sua autoimagem é prejudicada e respondem com
sentimentos intensos de dor ou raiva mesmo a pequenos
desprezos, rejeições, derrotas ou críticas.

Como resultado, esses indivíduos geralmente fazem todo o


possível para evitar exposição a essas experiências e, quando
não conseguem, reagem tornando-se depreciativos ou
enraivecidos. Ademais, depressão grave pode surgir, que é o
precipitante usual para a busca de ajuda clínica por esses
indivíduos. TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DE
(Gr upo c )
ESQUIVA [AN SIO SA/IN SE GUR O S → N A AUL A ]
Eles carecem de empatia pelos outros, são invejosos e
exploram os outros em seu próprio benefício. É provável que EPIDEMIOLOGIA
eles sintam que aqueles com quem se associam precisem ser
As estimativas da prevalência variam amplamente,
especiais e únicos, porque eles veem-se dessa forma;
resultando em uma prevalência média de 1,35%, mas uma
portanto, eles geralmente desejam estar associados apenas
prevalência combinada de quase 3%
a pessoas, instituições ou bens que confirmem seu senso de
superioridade. • Pode ser mais comum em ♀;

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
CLÍNICA
• Transtorno de personalidade antissocial Pessoas com transtorno da personalidade esquiva
➢ As narcisistas são capazes de explorar os experimentam ansiedade e desconforto excessivos e globais
outros, mas geralmente racionalizam seu em situações sociais e em relacionamentos íntimos. Elas
comportamento à base da evitam, embora os desejem intensamente, porque temem
excepcionalidade de seus objetivos ou de ser ridicularizadas, criticadas, rejeitadas ou humilhadas.
sua virtude pessoal. Em comparação, os Esses medos refletem sua autoestima baixa e a
objetivos das pessoas antissociais são hipersensibilidade à avaliação negativa pelos outros.
materialistas, e suas racionalizações, se
oferecidas, são baseadas na visão de que Quando se envolvem em situações sociais ou
os outros fariam o mesmo. relacionamentos, sentem-se ineptas e ficam constrangidas,
• Transtorno de personalidade histriônica tímidas, desajeitadas e preocupadas com sofrer críticas ou
➢ O excessivo orgulho do narcisista por suas rejeição. Suas vidas são restritas, já que tendem a evitar não
realizações, a relativa restrição na apenas relacionamentos, mas também quaisquer atividades
expressão de sentimentos e a novas, pois temem embaraços ou humilhações. Pacientes
desconsideração pelos direitos e pela com transtorno da personalidade esquiva podem manifestar
sensibilidade de outras pessoas ajudam a auto prejuízo deliberado e experimentar incapacidade em
diferenciá-lo dos indivíduos com esferas sociais, educacionais ou físicas.
transtorno da personalidade histriônica.
• Transtorno bipolar em mania DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Reação de adaptação
• Transtorno de personalidade esquizoide;
➢ também envolve isolamento social, mas a
TRATAMENTO
pessoa esquizoide não deseja
A psicoterapia psicodinâmica individual, incluindo a relacionamentos, enquanto o indivíduo
psicanálise, é a base do tratamento para pessoas com esquivo o faz, mas acaba evitando-os
transtorno da personalidade narcisista. devido a ansiedade e medos de
humilhação e rejeição.
IAGO M. ALMEIDA – MEDICINA – UFBA – TURMA 255 10

• Fobia social EPIDEMIOLOGIA


➢ Enquanto o transtorno da personalidade
esquiva é caracterizado por evitação de • aproximadamente 1,25% da população em geral
situações e relacionamentos envolvendo • ♀ (muito mais comum);
possível rejeição, desapontamento,
exposição ao ridículo ou vergonha, a fobia CLÍNICA
social do eixo I consiste em geral de medos
A personalidade dependente é caracterizada por uma
específicos relacionados a desempenho
necessidade excessiva de ser cuidado pelos outros, que leva
social (p. ex., medo de dizer algo
a comportamento submisso e aderente e medos excessivos
inadequado ou de ser incapaz de
de separação. Embora esses indivíduos sejam capazes de
responder a perguntas na frente de outras
cuidar de si próprios, eles duvidam de suas capacidades e de
pessoas).
seu julgamento e veem os outros como muito mais fortes e
• Alguns indivíduos esquivos são, na verdade, mais aptos.
subtipos vulneráveis de estilos de caráter narcisista.
Autoestima baixa e dúvidas sobre sua efetividade fazem os
TRATAMENTO indivíduos com TPD evitarem posições de responsabilidade.
Uma vez que eles se sentem incapazes de funcionar sem
Devido a seu excessivo medo de rejeição e crítica e a sua
orientação excessiva, fazem todo o possível para manter
relutância em formar relacionamentos, pode ser difícil
relacionamentos dependentes.
envolver indivíduos com transtorno da personalidade
esquiva no tratamento. Embora esses pacientes possam Como sentem-se incapazes de cuidar de si próprios quando
tolerar apenas técnicas de apoio no início do tratamento, os relacionamentos terminam, esses indivíduos consideram-
eles podem responder bem a todos os tipos de psicoterapia. se impotentes e temerosos. Eles podem iniciar
indiscriminadamente outro relacionamento a fim de receber
Dados preliminares promissores indicam que o transtorno
orientação e carinho; para tais indivíduos, um
da personalidade esquiva pode melhorar por meio de
relacionamento insatisfatório ou mesmo abusivo é melhor
tratamento com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) ou
do que ficar sozinho.
inibidores da recaptação de serotonina. Às vezes, os
ansiolíticos ajudam os pacientes a manejar melhor a
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
ansiedade (sobretudo ansiedade grave) causada pelo
enfrentamento de situações evitadas anteriormente ou pela • Transtorno de personalidade Borderline
tentativa de novos comportamentos. ➢ Embora pessoas com TPB também temam
ficar sozinhas e necessitem de apoio
DSM-V constante, os indivíduos dependentes
querem que os outros assumam uma
função de controle que assustaria o
paciente Borderline.
• Transtorno de personalidade de esquiva
➢ Ainda que ambos os transtornos da
personalidade esquiva e dependente
sejam caracterizados por autoestima
baixa, sensibilidade à rejeição e uma
necessidade excessiva por reafirmação, as
pessoas com TPD buscam, e não evitam,
relacionamentos e substituem rápida e
c ) TRANSTORNO
(Grupo DE PERSONALIDADE indiscriminadamente relações terminadas
DEPENDENTE em vez de se afastar ainda mais dos
outros.
Sentimento de desamparo, pessoas com medo de serem
abandonadas, que não emitem opiniões, mesmo que TRATAMENTO
estejam certas, por medo de serem desagradáveis para os
Pacientes com TPD buscam tratamento frequentemente
outros, logo se submetem as vontades dos outros. (aula).
com queixas de depressão ou ansiedade, as quais podem ser
precipitadas pela perda ameaçada ou real de um
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relacionamento dependente. Em geral, eles respondem bem São muito apegados as convenções sociais, rígidos,
a vários tipos de psicoterapia individual. teimosos, insistindo de forma não razoável para que os
outros sigam o regime que eles se auto impõe.
Se o indivíduo com TPD estiver em um relacionamento que
está mantendo ou reforçando sua excessiva dependência, a DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
terapia de casal ou familiar pode ser benéfica
• TOC
DSM-V ➢ O TPOC difere do TOC do eixo I já que este
último é caracterizado por pensamentos
repetitivos específicos e comportamentos
ritualísticos em vez de traços de
personalidade de organização,
perfeccionismo e controle.
➢ os sintomas de TOC têm sido
tradicionalmente considerados
egodistônicos, enquanto os traços e
comportamentos de TPOC egossintônicos.
Esses dois transtornos são às vezes
comórbidos.

TRATAMENTO

(Grupo TRANSTORNO DE PERSONALIDADE


c)
As pessoas com TPOC podem parecer difíceis de tratar
devido a excessiva intelectualização e dificuldade de
OBSESSIVO-COMPULSIVA [AN AN CÁSTICA → AU L A]
expressar emoções. Entretanto, esses indivíduos costumam
EPIDEMIOLOGIA responder bem à terapia psicanalítica ou psicanálise.

• Prevalência de 2% (assim como a histriônica está Em geral, os terapeutas precisam ser relativamente ativos no
entre os transtornos mais prevalentes); tratamento e devem evitar ser induzidos a discussões
• ♂>♀ (diferente da histriônica); interessantes, mas sem sentimento, que não apresentam
benefício terapêutico. Em outras palavras, em vez de
CLÍNICA intelectualizar com os pacientes, os terapeutas devem
focalizar-se nos sentimentos que esses indivíduos
Pessoas com TPOC são excessivamente organizadas, limpas, geralmente evitam.
pontuais, ordeiras e escrupulosas. Embora esses traços
sejam considerados virtudes em algumas culturas, DSM-V
especialmente naquelas que apoiam a ética de trabalho
puritana, o TPOC pode ser diagnosticado quando tais traços
causam sofrimento significativo e prejuízo no
funcionamento do indivíduo. Por exemplo, a atenção a
detalhes é tão excessiva ou consome tanto tempo que o
objetivo da atividade é perdido.

Essas pessoas ainda tendem a ser excessivamente


preocupadas com controle, não apenas em relação a
detalhes de suas próprias vidas, mas também a respeito de
suas emoções e das de outras pessoas. Elas têm dificuldade
de expressar afeto e sentimentos ternos, por conseguinte,
usam frequentemente frases afetadas e distantes que
revelam pouco de sua experiência interior. Elas podem ser
obstinadas e relutantes em delegar tarefas ou em trabalhar
com terceiros a menos que estes submetam-se exatamente
a sua maneira de fazer as coisas, fato que reflete a
necessidade de controle interpessoal de tais indivíduos, bem
como seus medos de cometer erros.
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OUTROS TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE

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