0% acharam este documento útil (0 voto)
28 visualizações24 páginas

PROTOCOLO DE ATEDIMENTO À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL - VIEP Cláudio MG 2023

Enviado por

Daiane Carvalho
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
28 visualizações24 páginas

PROTOCOLO DE ATEDIMENTO À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL - VIEP Cláudio MG 2023

Enviado por

Daiane Carvalho
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 24

0

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CLÁUDIO - MG


VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA
SEXUAL

Cláudio - MG
Janeiro de 2023
1

PROTOCOLO DE ATENDIMENTO À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL DO


MUNICÍPIO DE CLÁUDIO - MINAS GERAIS

FICHA TÉCNICA

Prefeito
Reginaldo de Freitas Santos

Vice-Prefeito
Geraldo Ferreira Vaz

Secretário Municipal de Saúde


José Augusto Costa

Chefe de divisão Médica e Odontológica


Ana Cleonice dos Santos de Sá

Elaborado por:
Isabela Flávia dos Santos
Coordenadora da Vigilância Epidemiológica
Tutora Municipal do Projeto Saúde em Rede

Colaboradores:
Cleonice Ferreira Rabelo - Coordenadora da Atenção Primária à Saúde
Luana Vilela e Vilaça - Diretora de Urgência e Emergência
Suzane Maria Pereira Silva - Coordenadora da equipe de Enfermagem do PAM

Cláudio - MG
Janeiro de 2023
2

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 3
2 ACOLHIMENTO E NOTIFICAÇÃO ................................................................................ 3
3 ATENÇÃO HUMANIZADA ................................................................................................4
4 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS ........................................................................................ 7
5 DEFINIÇÃO DE CASOS DE VIOLÊNCIA .......................................................................8
6 FLUXOGRAMA DO ATENDIMENTO À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL EM
CLÁUDIO-MG NO ÂMBITO DO SUS ................................................................................. 9
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................................14
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................15
ANEXO I ................................................................................................................................. 17
ANEXO II ................................................................................................................................19
3

1 INTRODUÇÃO

O objetivo deste protocolo é estabelecer uma padronização no atendimento às vítimas de


violência sexual, com organização e humanização do atendimento, visando ao controle e ao
tratamento dos agravos físicos e psíquicos decorrentes de violência sexual, oferecendo uma atenção
integral e multiprofissional a estes pacientes.
O principal ponto nos casos de violência é primeiro como identificá-lo, e o que fazer com
esses casos. Essas dúvidas perduram em muitas unidades de saúde, entre diversos profissionais, e
muitas vezes traz insegurança para àqueles que realizam o acolhimento desses casos. É essencial
que o primeiro acolhimento seja eficaz, de forma a não perder esse paciente, e dar a ele o que é
necessário para superar a situação de violência.
Nesse contexto, a escuta qualificada junto à construção de vínculos com as famílias
atendidas na unidade de saúde pode facilitar a identificação dos casos, mesmo os que são mais
difíceis. Os casos de confirmados ou suspeitos de que o usuário está sofrendo violência podem ser
identificados em qualquer serviço de saúde, seja no PAM, na ESF, no CAPS, ou em outros pontos
da rede, através de: denúncia, acolhimento, consulta clínica, atendimento de saúde bucal, visita
domiciliar, encaminhados de outros serviços, entre outros.

2 ACOLHIMENTO E NOTIFICAÇÃO

O atendimento à vítima de violência sexual deve ser tratado como emergencial, sem
necessidade de regulação ou agendamentos prévios, devendo assim, ser prioritário. Assim que o (a)
paciente passar pela recepção e triagem, o enfermeiro de plantão deve contatar o Serviço Social e
Psicologia para realização do acolhimento em conjunto com o atendimento médico. O acolhimento
é elemento primordial e importante para a qualidade e humanização da atenção. Por acolher
entenda-se o conjunto de medidas, posturas e atitudes dos (as) profissionais de saúde que garantam
credibilidade e consideração à situação de violência.
Em relação ao acolhimento e à construção de vínculo, citada anteriormente, algumas
condutas que não devem ser seguidas durante o acolhimento são:
 Usar um estilo interrogativo, confrontador ou acusador;
 Fazer perguntas indutivas;
 Fazer perguntas desnecessárias e que causem sofrimento;
4

 Falar muito e não deixar a pessoa ou família falar;


 Fazer comentários sobre suas vivências e valores pessoais;
 Usar palavras ou expressões que responsabilizem a pessoa pela violência sofrida ou justifiquem
as atitudes violentas do autor.

A humanização dos serviços demanda um ambiente acolhedor e de respeito à diversidade,


livres de quaisquer julgamentos morais. Faz parte do acolhimento dessas vítimas a orientação da
importância de se registrar o Boletim de Ocorrência (BO), pois este é um direito de cidadania e
contribui para o enfrentamento da impunidade do (a) agressor (a). Porém se a pessoa não deseja
registrar o BO, sua vontade deverá ser respeitada, sem prejuízo ao atendimento integral à saúde e de
todas as orientações necessárias sobre seus direitos. Em casos de menores de 18 anos a
comunicação ao Conselho Tutelar é obrigatória, sendo esta realizada pelo serviço social, assim
como em casos de maiores que 60 anos, nestes casos a comunicação deve ser feita ao Conselho do
Idoso.
A violência sexual é um agravo de notificação compulsória imediata em todo território
nacional, todo caso suspeito ou confirmado deverá ser registrado no Sistema de Informação de
Agravos de Notificação compulsória (SINAN). A ficha de notificação de violência
interpessoal/autoprovocada está disponível no Portal da Vigilância em Saúde da Secretaria de
Estado da Saúde de Minas Gerais, acessível pela aba do Núcleo de Vigilância Epidemiológica
(NUVE). Disponível em: <http://vigilancia.saude.mg.gov.br/index.php/download/ficha-de-
notificacao-violenciainterpessoal-autoprovocada/ >.
O seu preenchimento deve ser realizado pela equipe envolvida no atendimento emergencial.
Qualquer profissional de saúde devidamente habilitado pode realizar a notificação, que deve ser o
mais completa possível, com os dados do ocorrido e de encaminhamento. Após adequado
preenchimento com carimbo e assinatura do responsável, a ficha de notificação deverá ser
encaminhada ao setor de Vigilância Epidemiológica (VIEP) do município.

3 ATENÇÃO HUMANIZADA

A violência sexual geralmente está acompanhada de outras agressões que incluem a


violência física e psicológica. Pode acarretar lesões e traumas nem sempre visíveis, ou mesmo gerar
internações, produzir sequelas físicas ou psíquicas, como a depressão e estresse pós-traumático ou
levar à morte.
5

A violência sexual, em razão da própria situação e das chantagens e ameaças, que humilham
e intimidam quem a sofreu, pode comumente vir acompanhada de sentimentos de culpa, vergonha e
medo, sendo necessário tempo, cuidado e respeito no atendimento e na escuta ofertada nos serviços
de saúde e em toda a rede. Isso significa garantir atendimento e atenção humanizada e uma escuta
qualificada a todos(as) aqueles(as) que acessarem esses serviços. O Decreto nº 7.958/2013 assegura
que durante o atendimento é preciso observar os princípios do “respeito da dignidade da pessoa, da
não discriminação, do sigilo e da privacidade”, além de aspectos como:
 O devido acolhimento em serviços de referência;
 A disponibilização de espaço de escuta qualificada com privacidade, de modo a proporcionar
ambiente de confiança e respeito;
 A informação prévia das pessoas em situação de violência sexual, assegurada a compreensão
sobre o que será realizado em cada etapa do atendimento e a importância das condutas
profissionais, respeitada sua decisão sobre a realização de qualquer procedimento;
 Divulgação de informações sobre a existência de serviços de referência para atendimento à
violência sexual.

A discussão sobre humanização da atenção e dos atendimentos não é uma novidade, pois
trata-se de premissa a ser assegurada em toda a rede de serviços que atendem as pessoas em
situação de violência sexual. No que se refere à saúde, a Política Nacional de Humanização (2004)
assegura a humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as
instâncias do SUS. Conforme a Política, “humanizar é ofertar atendimento de qualidade articulando
os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições
de trabalho dos profissionais”. A Humanização deve ser vista como uma das dimensões
fundamentais da atenção em saúde, não podendo ser entendida apenas como um “programa” a ser
aplicado aos diversos serviços, mas como uma política que opere transversalmente em toda a rede
SUS (PNH, 2004).
Ao se discutir aspectos para garantir o atendimento humanizado nos serviços de saúde, é
preciso ressaltar o acolhimento como um importante elemento para a qualidade e humanização da
atenção. Por acolher, entenda-se o conjunto de medidas, posturas e atitudes dos(as) profissionais de
saúde que garantam credibilidade e consideração à situação de violência. Como mencionado, a
violência sexual constitui um grave problema de saúde pública, pois representa uma das principais
causas de morbidade, especialmente de meninas e mulheres. Nesse sentido, cabe reconhecer os
serviços de saúde como importantes portas de entrada para aqueles(as) que sofreram violência
6

sexual, assegurando-lhes acolhimento adequado e atendimento imediato, a partir das demandas de


cada pessoa (BRASIL, 2015).
Para que o acesso ocorra de fato, é imprescindível que a população conheça as ofertas de
serviços e sinta-se motivada a procurá-los, sempre que deles necessitar. A disponibilização de
informações sobre os serviços de referência que asseguram a atenção integral às pessoas em
situação de violência sexual em toda a rede de atendimento do SUS e na rede de serviços de outras
políticas públicas (Assistência Social, Segurança Pública, Políticas para as Mulheres, Justiça, etc.)
contribui para garantir um maior acesso e proteção. No âmbito do SUS, as instituições envolvidas
na atenção às pessoas em situação de violência sexual devem assegurar cada etapa do atendimento
que for necessária. Isso inclui medidas de prevenção, emergência, acompanhamento, reabilitação,
tratamento de eventuais agravos e impactos resultantes da violência sexual sobre a saúde física e
psicológica, além do abortamento legal, se for solicitado pela mulher ou adolescente, de acordo com
a legislação vigente.
É preciso que se estabeleçam fluxos de atendimento em toda a rede de saúde. É necessária a
indicação dos(as) profissionais responsáveis por cada etapa da atenção e é imprescindível que esses
fluxos sejam do conhecimento de todos(as), de modo a acolher e atender as pessoas que acessarem
o serviço de forma ágil, humanizada e respeitosa. O acompanhamento clínico, psicológico e social
previsto nos serviços de saúde de referência devem se estender por um período posterior à
realização do primeiro atendimento, sendo necessário que a equipe do serviço de saúde avalie a
continuidade do seu acompanhamento e a importância de encaminhamentos para outros serviços e
unidades da rede: Unidades Básicas de Saúde, ambulatórios, policlínicas, Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), Unidades de Saúde Especializadas, Centros de Referência de Assistência
Social (CRAS) e Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), Centros de
Referência de Atenção à Mulher em Situação de Violência (CRAM), Casa da Mulher Brasileira,
entre outros.
Conforme disposto na Norma Técnica Prevenção e Tratamento dos Agravos Resultantes da
Violência Sexual contra Mulheres e Adolescentes do Ministério da Saúde sobre a atenção à
violência sexual, as pessoas atendidas devem ser informadas e orientadas sobre tudo o que será
realizado em cada etapa do atendimento e a importância de cada medida a ser tomada.Sua
autonomia deve ser respeitada, acatando-se a eventual recusa de algum procedimento. No cerne da
atenção integral e humanizada no SUS, é importante garantir, com qualidade e respeito, a escolha
das mulheres que sofreram violência sexual pelo abortamento assegurado pela legislação brasileira.
Além dos aspectos já mencionados, a atenção humanizada em saúde às pessoas em situação
de violência sexual relaciona-se a aspectos mais práticos e objetivos que devem ser garantidos nos
estabelecimentos de saúde que realizem o serviço.
7

4 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

Conforme supracitado, a notificação é de fundamental importância pelos profissionais de


saúde que integram a rede de atenção às vítimas de violência, de qualquer caso suspeito ou
confirmado. Desde 2003 é de notificação compulsória, em todo o território nacional, a violência
contra a mulher atendida em serviços de saúde públicos e privados (Lei nº 10.778 de 2003).
Em crianças e adolescentes menores de 18 anos de idade, a suspeita ou a confirmação de
abuso sexual deve, obrigatoriamente, ser comunicada ao Conselho Tutelar ou à Vara da Infância e
da Juventude. Na falta destes, comunicar à Vara de Justiça existente no local ou à Delegacia, sem
prejuízo de outras medidas legais, conforme o artigo 13 do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) - Lei nº 8.069, de 1990.
Nos casos de violência contra pessoas idosas é obrigatório comunicar a quaisquer dos
seguintes órgãos: autoridade policial, Ministério Público, Conselho Municipal, Estadual ou
Nacional do Idoso (Lei nº 10.741 de 2003). A partir da Lei nº 11.340 de 2006, mais conhecida
como Lei Maria da Penha, a violência doméstica contra as mulheres é tipificada e passa ser tratada
como crime. A Lei nº 12.015, de 2009, alterou a antiga definição de estupro, passando a designá-lo
como: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Portanto, atualmente, a mulher e
o homem podem ser vítimas de estupro, quando constrangidos, mediante violência (física) ou grave
ameaça (psicológica) a praticar conjunção carnal (penetração do pênis na vagina) ou qualquer outro
ato libidinoso (exemplo: penetração anal ou oral).
A nova lei criou também um capítulo com a seguinte denominação: “Dos crimes contra
vulnerável” que define “Estupro de vulnerável”: “Ter conjunção carnal ou praticar outro ato
libidinoso com menor de 14 anos”. Desta forma, mesmo que consentida, a relação sexual com
menor de 14 anos é considerada estupro. O Boletim de Ocorrência Policial registra a violência para
o conhecimento da autoridade policial, que determina a instauração do inquérito e da investigação.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) é documento elaborado para fazer prova criminal. A
exigência de apresentação destes documentos para atendimento nos serviços de saúde é incorreta e
ilegal.
Após o atendimento médico, se a mulher tiver condições, poderá ir à delegacia para lavrar o
Boletim de Ocorrência Policial, prestar depoimento, ou submeter-se a exame pelos peritos do IML.
Se, por alguma razão, não for mais possível a realização dos exames periciais diretamente pelo IML,
os peritos podem fazer o laudo de forma indireta, com base no prontuário médico. Assim, os dados
sobre a violência sofrida e suas circunstâncias, bem como os achados do exame físico e as medidas
instituídas, devem ser cuidadosamente descritos e registrados em prontuário (7). O atendimento da
8

pessoa em situação de violência nos serviços de saúde dispensa a apresentação do Boletim de


Ocorrência (BO). Entretanto, cabe às instituições de saúde, conforme a Lei nº 12.845 de 2013, Art.
3º, III, estimular o registro da ocorrência e os demais trâmites legais para encaminhamento aos
órgãos de medicina legal, no sentido de diminuir a impunidade dos (as) autores (as) de agressão.
Em 2019 foi publicada nova lei, que obriga profissionais de saúde a registrar no prontuário médico
da paciente e comunicar à polícia, os casos de violência contra a mulher (Lei nº 13.931): “Os casos
em que houver indícios ou confirmação de violência contra a mulher serão obrigatoriamente
comunicados à autoridade policial no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, para as providências
cabíveis e para fins estatísticos”.

5 DEFINIÇÃO DE CASOS DE VIOLÊNCIA

Os casos suspeitos ou confirmados devem ser notificados, conforme supracitado


anteriormente. “Considera-se como violência o uso intencional de força física ou do poder, real ou
em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade que
resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de
desenvolvimento ou privação” (OMS, 2002).
Serão objetos de notificação os casos suspeitos ou confirmados de:
 Violência doméstica: esse tipo de violência ocorre entre os parceiros íntimos e entre os
membros da família, principalmente no ambiente da casa, mas não unicamente neste ambiente
(Minayo, 2005). É toda ação ou omissão que prejudique o bem-estar, a integridade física,
psicológica ou a liberdade e o direito ao pleno desenvolvimento de outro pessoa da família. A
violência doméstica ou intrafamiliar, não se refere apenas ao espaço físico onde a violência
ocorre, mas também, às relações em que se constrói e efetua. Inclui outros membros do grupo,
sem função parental, que convivam no espaço doméstico. Incluem-se aí empregados (as),
pessoas que convivem esporadicamente, agregados (Brasil, 2002). Deve-se notificar casos que
envolvam ambos os sexos e todas as idades;
 Violência Sexual: Considera-se violência sexual todo ato ou jogo que visa a estimular a vítima
ou utilizá-la para obter excitação sexual nas práticas eróticas, pornográficas e sexuais, por meio
de aliciamento, violência física ou ameaças. Ocorre nas relações hetero ou homossexuais, e
suas principais vítimas são crianças e adolescentes. Apesar disso, também pode acontecer com
pessoas em todas as fases do ciclo de vida. Deve-se notificar casos que envolvam ambos os
sexos e todas as idades;
 Violência Física: Agressão ao corpo por meio de socos, empurrões, chutes, mordidas ou pelo
uso de armas;
9

 Violência Psicológica: Constrangimentos, humilhações feitas em público ou em casa –


condutas estas que abalam o emocional e a autoestima;
 Violência Moral: ações que afetam a imagem da pessoa diante da sociedade ou diminuem o
conceito que ela tem de si mesma, com palavras ofensivas, xingamentos, etc;
 Violência contra criança, adolescente, mulher e pessoa idosa: Deve-se notificar casos que
envolvam ambos os sexos, seja violência doméstica ou extrafamiliar (criminalidade),
independentemente do tipo ou natureza da violência;
 Violência Autoprovocada / auto infligida: Compreende “os comportamentos suicidas e os
auto abusos. No primeiro caso a tipologia contempla suicídio, ideação suicida e tentativas de
suicídio. O conceito de auto abuso nomeia as agressões a si próprio e as automutilações”
(Minayo, 2005). Deve-se notificar casos que envolvam ambos os sexos e todas as idades,
exceto crianças menores de 10 anos.
 Violência financeira/econômica ou patrimonial: Deve-se notificar casos que envolvam
menores ou igual a 19 anos de ambos os sexos, mulheres adultas, pessoas idosas e pessoas com
necessidades especiais ou deficiências ou transtorno mental;
 Negligência/abandono: é caracterizada pela omissão e recusa de cuidados a alguém que deles
necessita. É comum acontecer com crianças e idosos. O abandono é a forma mais grave de
negligência. Deve-se notificar casos que envolvam menores ou igual a 19 anos de ambos os
sexos, mulheres, pessoas idosas e pessoas com necessidades especiais ou deficiências ou
transtorno mental.

6 FLUXOGRAMA DO ATENDIMENTO À VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL EM


CLÁUDIO-MG NO ÂMBITO DO SUS

Foi realizada reunião em 28/06/2022, junto aos profissionais da Rede de Atenção à Saúde
(RAS), com profissionais do CREAS, CRAS, APS, CAPS e VIEP, para para definir o fluxo de
atendimento e acompanhamento das vítimas de violências no município. O fluxo foi definido, e está
apresentado posteriormente. O intuito dessa reunião foi de alinhar e padronizar o acolhimento e
acompanhamento dessas vítimas, e de repassar as notificações e informações para que a ESF e o
CREAS realizem acompanhamento compartilhado desses casos, estimulando e mantendo a
comunicação entre si, a fim de promover melhor assistência, promovendo a privacidade e
integridade das pacientes, levando em consideração os aspectos éticos e legais. Esse fluxo foi
repassado aos demais pontos da rede para segmento, como PAM, ESF, NASF, EMAD, dentre
outros. A seguir o fluxograma de atendimento:
10

Fluxograma do Atendimento à Vítima de Violência Sexual em Cláudio-MG no Âmbito do


SUS

Orientar vítima a
realizar denúncia:
Se a vítima der Encaminhamento
Disque: 180/181 Identificação dos para
entrada no Pronto
ou Polícia Militar:
Atendimento com casos de violência: Acompanhamento
190 O que fazer? do caso conforme
lesões suspeitas
Polícia Civil: 100
protocolos
Ministério Público

Realizar consulta
clínica e adotar
Rede Intersetorial conduta para cada 1- É responsabilidade
Encaminhamento por escrito da caso da Equipe de Saúde,
notificação de Violência com apoio do NASF de
Interpessoal à VIEP para referência e Grupo
acompanhamento e orientações Articular, o
do indivíduo ou família, e acompanhamento dos
encaminhamento para a rede. Notificação dos casos de violência do
casos suspeitos e seu território;
confirmados 2- Para o atendimento
integral das pessoas
em situação de
Após averiguação da denúncia violência é importante
com a vítima, realizar que os usuários sejam
Violência Sexual encaminhados aos
encaminhamento para 1- Profilaxia para IST’s não
acompanhamento na RAS, para serviços especializados
virais; de acordo com a
acompanhamento com a rede de 2- Profilaxia HIV;
apoio. Após a ficha de notificação necessidade. Se os
3- Testes rápidos ou coleta recursos acima não
chegar à VIEP, o setor encaminha o de exames laboratoriais;
caso através de ofício por e-mail forem suficientes e for
4- Profilaxia gravidez necessário recurso
para os pontos da rede necessários (anticoncepção de
para acompanhamento (CREAS, judicial, acionar a
emergência para mulheres promotoria.
ESF, CRAS, acompanhamento em idade fértil);
psicológico, dentre outros) 5- Avaliar riscos Hepatite B
e C;
6- Avaliar necessidade de Outras Violências
encaminhamento vaga Tipos: Física,
zero; psicológica, sexual,
Solicitação de 7- Avaliar necessidade de
acompanhamento patrimonial, moral.
encaminhamento 1- Avaliar existência de
especializado para a rede de ambulatorial;
apoio intersetorial lesões graves e possível
8- Orientar a mulher sobre necessidade de
(ESF, NASF, etc.) direitos ao abortamento encaminhamento vaga
legal; zero;
9- Atenção para os casos 2- Acompanhamento
encaminhados para IML; terapêutico pela equipe
Acolhida e 10- Acompanhamento da Saúde da Família, de
acompanhamento da terapêutico pela equipe da acordo com cada caso,
vítima e sua família pela Saúde da Família.
equipe do CREAS

Legenda:
Encaminhamento para o RAS: Rede de Atenção à Saúde
CRAS e/ou ESF após a ESF: Estratégia de Saúde da Família
superação da situação CREAS: Centro de Referência Especializado de Assistência Social
de violência CRAS: Centro de Referência de Assistência Social
NASF: Núcleo de Apoio à Saúde da Família
VIEP: Vigilância Epidemiológica
11

Fluxograma: Atendimento à Vítima de violência sexual

*Seguir o fluxograma de acordo com a entrada inicial do paciente

Unidade de Saúde
Delegacia ou (ESF, Centro de saúde e
*1 outras redes ) *1

PAM
(Pronto atendimento médico)

Determinação de
Notificação dos casos Acolhimento Humanizado/ atendimento
suspeitos ou confirmados Escuta e Não urgência/ Emergência
(Ficha de Violência Anamnese (pelo médico)
Interpessoal) *2

Avaliação do risco
Encaminhar o caso a *2
Vigilância
Epidemiológica (VIEP)

Anticoncepção de emergência *3
+
Exames laboratoriais *4

Em caso de emergência também será


adotado:
Encaminhamento para
Profilaxia *5 no CSSJD RAS *7
+
Perícia IML *6 (Divinópolis)

Legenda:
*1 : Em caso de a paciente não chegar ao ESF e outras unidades de saúde acompanhada da polícia, acionar
a PM local para registo do Boletim de ocorrência. E em todos os casos que chegarem nos demais pontos da
RAS (Rede de Atenção à Saúde), encaminhar a paciente ao PAM.
*2 : Identificação de hematomas, lacerações, lesão pérfuro cortante, traumatismo, abdômen agudo.
*3 : Indicação a todas pacientes expostas a gravidez por contato certo ou duvidoso com sêmen. Período de
até 5 dias após o crime sexual.
*4 : Comunicar laboratório previamente e sinalizar sigilo e proteção da privacidade. Exames: hemograma,
glicemia, TGO, TGP, fosfatase alcalina, creatinina, beta-HCG, HIV, VDRL, HbsAg, anti-HCV
(preferencialmente testes rápidos).
*5 : CSSJD (Complexo de Saúde São João de Deus em Divinopólis MG): Profilaxia ISTs (Infecções
Sexualmente Transmissíveis), HIV, tétano e hepatites para casos agudos (até 72 horas). A profilaxia de
ISTs, hepatites e HIV não são indicadas em casos de violência crônica e prolongada (mais de 72 horas).
*6 : Para coleta de material biológico para sua utilização como prova nos processos criminais favorecendo,
assim, a responsabilização dos agressores. Colher material de cavidades até 72 horas após o ato.
*7 : Acompanhamento com a rede de apoio. Após a ficha de notificação chegar à VIEP, o setor encaminha
o caso através de ofício por e-mail para os pontos da rede necessários para acompanhamento (CREAS, ESF,
CRAS, acompanhamento psicológico, dentre outros).
12

O hospital de referência para atendimento às vítimas de violência sexual de Cláudio-


MG é o CSSJD (Complexo de Saúde São João de Deus), situado no endereço: Rua do Cobre,
nº 800, bairro Niterói, no município de Divinópolis, Minas Gerais, CEP: 35500-227. Para os
casos de relação sexual consentida, que necessite de algum procedimento, como profilaxia
anti-ISTs, o hospital de referência é a UPA Padre Roberto Cordeiro, situada na Rua Nilo
Maciel, nº 241, bairro Ponte Funda, Divinópolis - MG, CEP: 35500-485.
TODOS os casos suspeitos ou confirmados de violência devem ser notificados através
da ficha de notificação de “Violência Iinterpessoal” (Anexo I) do SINAN, de forma
compulsória e obrigatória, conforme disposto na Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975 e na
Portaria GM/MS Nº 3.418, de 31 de agosto de 2022. As notificações de violência auto
provocada e outras devem obedecer fluxo diferenciado. As unidades devem encaminhar a
ficha original através da serviço de Vigilância Epidemiológica (VIEP) local. Caso necessitem,
poderão usar um modelo de relatório de acompanhamento de caso. A VIEP do município
realizará o monitoramento dos casos notificados através das fichas do SINAN.
A notificação dos casos suspeitos ou confirmados não se trata de uma denúncia. Este
documento é fundamental para conhecermos o perfil epidemiológico de cada área. O que
fundamenta a possível implantação de nova políticas públicas. Sempre que um caso for
notificado esta ficha será encaminhada para o serviço de Vigilância Epidemiológica,
conforme já supracitado, local que lançará os dados no sistema. Porém, é importante
acrescentar que caso o usuário manifeste o interesse em realizar denúncia policial, ele deve
ser encaminhada à qualquer delegacia (especializada ou não), para proceder com o Boletim de
Ocorrência. Lembrando que o Boletim de Ocorrência não é de caráter obrigatório, pois
algumas vítimas irão optar por não fazê-lo, porém isto não impede que esta seja acompanhada
pela rede de saúde; todavia a equipe deve orientar e incentivar a realizar o mesmo.
Além da definição do fluxograma, viu-se também a necessidade de padronizar uma
ficha de atendimento, de forma a facilitar o encaminhamento de informações, evitando assim
expor a (o) paciente a questionamentos repetitivos e desnecessários, além de facilitar o
encaminhamento de informações. Dessa forma no dia 20/05/2022 foi realizada reunião com o
PAM para alinhar e definir esse fluxo e também a ficha de atendimento, pois nesse setor é
onde há maior número de acolhimentos às vítimas de violência sexual no município.
No Anexo II, encontra-se a “Ficha de atendimento multiprofissional às pessoas em
situação de violência sexual”, que foi adaptada da “Norma Técnica: Atenção humanizada às
pessoas em situação de violência sexual com registro de informações e coleta de vestígios”
13

(BRASIL, 2015), que deve ser utilizado em toda a RAS, de forma a facilitar e padronizar o
acolhimento e acompanhamento desse paciente vítima de violência.
14

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A estruturação da atenção integral à saúde das pessoas em situação de violência sexual


em rede é um passo importante para assegurar o cuidado, promoção e prevenção a esse
público. Não se trata de um novo serviço, mas de uma concepção de trabalho que requer a
articulação intrasetorial e intersetorial de forma a integrar políticas e ações governamentais e
não governamentais no âmbito local.
Com o estabelecimento deste protocolo torna-se mais viável e eficaz a realização do
acolhimento e do acompanhamento da vítima, levando em conta os princípios norteadores do
SUS, como a universalidade do acesso e a integralidade da assistência. Ressalta-se ainda que
o encaminhamento e acompanhamento da vítima é crucial após o primeiro atendimento, de
forma a não perder o segmento, fornecendo apoio psicológico, social e singular, buscando a
rede de apoio da vítima, auxiliando diretamente e indiretamente na superação da situação de
violência.
A notificação de casos para conhecimento, encaminhamento, monitoramento e
levantamento do perfil epidemiológico é de extrema importância nesse processo, assim como
o acompanhamento compartilhado entre os pontos da RAS, pois mostram-se como
ferramentas importantes nesse processo de cuidado integral e assistência de qualidade.
Nesse interim, a partir da notificação dos casos é possível coordenar a resposta, e
avaliar os riscos existentes ou potenciais para o agravo notificado, com ênfase no
planejamento, monitoramento, avaliação, produção e divulgação de conhecimento/informação
para a prevenção e controle das condições de saúde da população, no âmbito da saúde coletiva,
baseados nos princípios e diretrizes do SUS.
Dessa forma com a execução do protocolo torna-se possível realizar a Vigilância das
violências e de seus fatores determinantes, bem como fomentar a articulação inter e
intrasetorial, visando à qualificação das informações referentes e o fortalecimento das ações
de atenção. Ressalta-se que para que a vigilância das violências seja efetiva e eficaz é
necessário constante integração com a Atenção Primária, CREAS, PAM, e demais pontos da
RAS pertinentes, visando a troca de informações e a execução efetiva das ações propostas, a
resolutividade das ações, a identificação de fatores de riscos, as ações de prevenção, o foco na
identificação precoce, a prática baseada em evidências, o suporte teórico, ético e legal; e a
realização do acompanhamento de forma humanizada.
15

REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Saúde. Guia de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde,


Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Articulação Estratégica de Vigilância
em Saúde. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2021. 1.126 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. PORTARIA GM/MS Nº 3.418, DE 31 DE AGOSTO DE
2022. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2022/prt3418_01_09_2022.html>. Acesso em
07 dez 2022.
BRASIL, Ministério da Saúde. HumanizaSUS: Política Nacional de Humanização: a
humanização como eixo norteador das práticas de atenção e gestão em todas as
instâncias do SUS. Ministério da Saúde, Secretaria Executiva, Núcleo Técnico da Política
Nacional de Humanização Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 20 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolos da Atenção Básica: Saúde das Mulheres.
Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. 230 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Norma Técnica: Atenção humanizada às pessoas em
situação de violência sexual com registro de informações e coleta de vestígios. Ministério
da Justiça. Secretaria de Políticas para as mulheres. 1 ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
43 p.
BRASIL, Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para
Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Secretaria de
Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções
Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 248 p.
PORTAL DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE. Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
Disponível em: <http://vigilancia.saude.mg.gov.br/>. Acesso em 04 jan 2023.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em 07 dez 2022.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
10.778, de 24 de novembro de 2003. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.778.htm#:~:text=LEI%20No%2010.778
%2C%20DE%2024%20DE%20NOVEMBRO%20DE%202003.&text=Estabelece%20a%20n
otifica%C3%A7%C3%A3o%20compuls%C3%B3ria%2C%20no,de%20sa%C3%BAde%20p
%C3%BAblicos%20ou%20privados.>. Acesso em 07 dez 2022.
16

Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 10.741, de 1º
de outubro de 2003. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. Acesso em 07 dez 2022.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
11.340, de 7 de agosto de 2006. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em 07
dez 2022.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº
12.015, de 7 agosto de 2009. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm>. Acesso em
07 dez 2022.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
DECRETO Nº 7.958, DE 13 DE MARÇO DE 2013. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7958.htm>. Acesso em
03 jan 2023.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. LEI
No 6.259, DE 30 DE OUTUBRO DE 1975. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/decreto/d7958.htm>. Acesso em
07 dez 2022.
UFTM, Universidade Federal do Triângulo Mineiro Hospital de Clínicas. EBSERH, Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares. Hospitais Universitários Federais. Protocolo -
Assistência às mulheres e meninas vítimas de violência sexual. 2021. Disponível em:
<https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-
uftm/documentos/protocolos-
assistenciais/AssistnciasMulhereseMeninasviolnciasexualfinal...pdf>. Acesso em 07 dez 2022.
17

ANEXO I

Ficha de Notificação de Violência Interpessoal/ Autoprovocada


18
19

ANEXO II

Ficha de atendimento multiprofissional às pessoas em situação de violência sexual - Rede


de Atenção à Saúde de Cláudio, Minas Gerais

ESTABELECIMENTO DE SAÚDE: _________________________________________

1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
* Ver detalhamento no prontuário ou ficha de notificação de violência

Data do Atendimento: _____/____/_______ Hora do Atendimento: _____:_____ horas


Cartão Nacional da Saúde (CNS): ______________________________________
Nome completo: ____________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Data de Nascimento (DN): _____/____/_______ Idade:______ anos
Sexo: Masculino( ) Feminino( )
Raça/Cor (autodeclarada): branca( ) preta( ) amarela( ) parda( ) indígena( )
I gnorado( )
Orientação sexual (autodeclarada): Heterossexual( ) Homossexual( ) Bissexual( )
Não se aplica( )
Identidade de Gênero: Travesti( ) Homem Transexual( ) Mulher Transexual( )
Não se aplica( )
Pessoa com deficiência ou transtorno? Não( ) Sim( ) Especifique:_______________
Município de Residência: ____________________ Telefone: ( ) ____________________

Representante Legal (apenas para ocorrências com crianças, adolescentes ou incapazes):


Nome: _____________________________________________________________________
Vínculo: _________________________________ Telefone: ( ) ___________________

2. DADOS SOBRE A OCORRÊNCIA DA VIOLÊNCIA SEXUAL


Data da Ocorrência: _____/____/_______ Hora da Ocorrência: _____:_____ horas
Município da Ocorrência:_____________________________ UF:_____
Local da Ocorrência: _________________________________
Violência de Repetição? Não( ) Sim( ) Se sim, início há: ___ anos ___ meses___dias
20

Houve ameaças? Não( ) Sim( ) Especifique: _______________________________


Houve violência física? Não( ) Sim( ) Qual o Tipo de Agressão? Informar tipo de
agressão, uso de arma ou meio utilizadopelo agressor: _______________________________
___________________________________________________________________________
Relata ter sofrido violência sexual? Não( ) Sim ( ) Ignorado( )
Se houve penetração, qual tipo? vaginal( ) anal( ) oral( ) Outra( )
Houve ejaculação? Não( ) Sim( ) Não sabe( ) Local do corpo (especificar):___________
O agressor usou preservativo? Não ( ) Sim ( ) Não sabe ( )
Houve contato do agressor com alguma parte do corpo que não os órgãos genitais?
Não( ) Sim( ) Local do corpo: seios( ) Nádegas( ) Coxas( ) Pescoço( ) Outros( )
Especificar: _________________________________________________

Após a agressão e antes deste exame:


Tomou Banho? Não( ) Sim( ) Fez uso de ducha vaginal? Não( ) Sim( )
Trocou de roupa? Não( ) Sim( ) Trouxe a roupa ou objeto ? Não( ) Sim( )
Qual? _________________________________________________________________
Utilizou( ) ou foi forçada(o)( ) a utilizar na últimas 24 horas algum tipo de:
( ) álcool, que tipo de bebida? ______________________________________________
( ) drogas, lembra qual substância? __________________________________________
( ) medicamento que acha que possa afetar o comportamento, consciência ou sono - Qual (is)?
_________________________________________________________________________
Durante a violência sexual estava: Consciente( ) Inconsciente( ) Sonolenta( ) Em coma( )

Relação com a pessoa que cometeu a violência sexual:


Desconhecido ( ) Nº de envolvidos ( )1 ( )2 ( )3 ou mais
Conhecido do ciclo de relacionamento: Não( ) Sim( ), especifique: _________________
Conhecido, mas não do ciclo de relacionamento: Não( ) Sim( ) , especifique: ___________

Descrição da Ocorrência da violência sexual relatada pela pessoa agredida:


É importante que o registro da fala da pessoa que sofreu violência sexual seja anotado de forma completa e
textual, com todos os dados referidos, em especial se ele (a) recorda o que aconteceu antes, durante e depois da
violência sexual, tendo cuidado para não prejulgar, interpretar ou substituir palavras:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
21

___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

3. HISTÓRIA GINECOLÓGICA PREGRESSA


Menarca: Não( ) Sim( ) anos Data da última menstruação: ___/___/_____
Nunca manteve relações sexuais antes da violência sexual: Não( ) Sim( )
Gestante: Não( ) Sim( ) Período Gestacional (IG):______________________
Usa algum método Contraceptivo? Não( ) Sim( ) Qual: _____________________
Teve relação sexual consentida (marido, noivo, namorado, amigo, outro) em data
próxima da violência sexual? Não( ) Sim( )
Data da última relação sexual consentida: ___/___/_____ Hora: _____:______ horas

4. EXAME FÍSICO
Anotar achados do exame físico geral, sinais vitais, situação vacinal. Descrever com detalhes
as lesões encontradas (tipo, aspecto, tamanho, localização, etc).
Peso: _______ Kg; Pressão arterial:______/_____mmHg; Pulso: ____ bpm; Temp.:_____°C
Estado clínico geral: _________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Situação Vacinal: Tétano: ( )não ( ) sim Hepatite B: ( )não ( )sim
Lesões na cabeça e pescoço: Não ( ) Sim ( ) Descrição:______________________
Lesões na mama: D( ) E( ) Descrição:______________________________
Lesões no tórax e abdome: Não ( ) Sim ( ) Descrição:______________________
Lesões em membros superiores: Não ( ) Sim ( ) Descrição:______________________
Lesões em membros inferiores: Não ( ) Sim ( ) Descrição:______________________
Lesões genitais ou extragenitais: Não ( ) Sim ( ) Descrição:______________________
Registrar outros achados do exame físico: _______________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

5. EXAMES SOLICITADOS
22

Hemograma( ) Transaminases( )
Anti-HIV( ) HBsAg( ) Anti-HCV( ) VDRL ou RPR( )
Conteúdo Vaginal: bacterioscopia( ) cultura( ) biologia molecular( )
Investigação endocervical para: gonococo( ) clamídia( ) HPV( )
RX( ) Partes do corpo:________________
Ultrassom( ) Partes do corpo:________________
Tomografia Computadorizada( ) Partes do corpo:________________
Outros exames( ), Descrição:_________________________________________________

6. FÁRMACOS/ IMUNOBIOLÓGICOS ADMINISTRADOS


Contracepção de Emergência: Não( ) Sim( )
Profilaxia HIV: Não( ) Sim( )
Imunoprofilaxia Hepatite B: Não( ) Sim( )
Profilaxia do Tétano: Não( ) Sim( )
Profilaxia IST: Não( ) Sim( )
Detalhar: ____________________________________________________________________

7. COLETA DE MATERIAL/VESTÍGIOS
Coleta de material/vestígios de interesse pericial: Não( ) Sim( )
Swab vaginal: Não( ) Sim( )
Swab anal: Não( ) Sim( )
Swab oral: Não( ) Sim( )
Swab outros locais: Não( ) Sim( ) Especificar: _______________________
Armazenado em Papel Filtro: Não( ) Sim( )
Outro suporte: Não( ) Sim( ) Especificar: _______________________

8. ATENDIMENTO PSICOLÓGICO
Durante o primeiro atendimento( ) ou no seguimento ambulatorial( )
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

9. ATENDIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL


Durante o primeiro atendimento( ) ou no seguimento ambulatorial( )
23

___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

10. ATENDIMENTOS REALIZADOS EM OUTROS SERVIÇOS


Registrou Boletim de Ocorrência? Não( ) Sim( )
Data:___/___/______ Hora: _____:______ horas
BO n°:____________________________________________
Caso não, deseja realizar o registro? Não( ) Sim( )
Realizado atendimento no IML? Não( ) Sim( ) Data:___/___/______ Hora: ___:___ horas
Comunicação ao Conselho tutelar: Não( ) Sim( ) Não se aplica( )
Comunicação ao Conselho do Idoso / Ministério Público / Defensoria Pública / Delegacia:
Não( ) Sim( ) Não se aplica( )
Oferecimento proteção/abrigo: Não( ) Sim( ) Não se aplica( ) Especifique:___________
Atendimento em outro serviço: Não( ) Sim( ) Especifique:_________________________

11. ENCAMINHAMENTOS, CONDUTAS E OBSERVAÇÕES ADICIONAIS


___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________

CID 10 – Cap. XX: ______________________

__________________________________ __________________________________
Assinatura e carimbo do(a) Médico(a) Assinatura e carimbo do(a) Enfermeiro(a)

____________________________________ __________________________________
Assinatura e carimbo do(a) Psicológo(a) Assinatura e carimbo do(a) Assistente Social

Você também pode gostar