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Artigo Pos Arte UNAR HAYRA

artigo arte UNAR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS

ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL


EIXO: MÚSICA

Hayra Conceição Gonçalves

CARIACICA – ES
2022
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAS

ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL EIXO: MÚSICA

GONÇALVES, Hayra Conceição

RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo discutir a importância da música no processo de


ensino aprendizagem, seus benefícios para o desenvolvimento das crianças e a
formação dos educadores para a educação musical. Inicialmente discorre sobre a
história da música, sua origem e presença na vida do ser humano assim como o
prestígio atribuído pelos povos antigos a esta.

Aborda também sobre os conceitos de arte bem como suas contribuições teóricas
no processo de educação escolar, na formação e atuação do educador musical.
Destacando, por sua vez, a importância destes conceitos como aliados para o
entendimento da música no desenvolvimento educacional da criança.

O presente trabalho de caráter qualitativo visa através do estudo de caso apresentar


como ocorrem as práticas pedagógicas no processo de ensino e aprendizagem
auxiliados pela educação musical. Fizeram parte desta pesquisa, coordenadores,
professores e alunos.

A partir dos fatos enfatizados nesta pesquisa, pode-se concluir que a inserção de
uma educação musical faz com que ocorra um desenvolvimento tanto nos aspectos
de ensino e aprendizagem quanto nos aspectos emocionais, afetivos e de
comunicação.

Palavras chave: Música, Desenvolvimento das crianças, Formação dos educadores.

Palavras chave: Arte, Música, Educação, Informação.


INTRODUÇÃO

A música ajuda a melhorar a sensibilidade dos alunos, a capacidade de


concentração e a memorização, trazendo benefícios ao processo de alfabetização e
ao raciocínio matemático.

Um método bastante utilizado nas escolas por alguns educadores é a linguagem


musical, que já faz parte de disciplinas como geografia, ciências, história e também
na arte. Estimula, também, áreas do cérebro que não são desenvolvidas por
linguagem como a escrita e a oralidade.

A criança precisa ser sensibilizada para o mundo dos sons, pois é pelo órgão da
audição que ela mantém o contato com os fenômenos sonoros e com o som.
Quanto maior for à sensibilidade da criança para o som, mais ela descobrirá as suas
qualidades.

É muito importante que a música seja inserida na vida da criança desde cedo, pois
se ela for bem orientada (dentro da sala de aula), poderá desenvolver o raciocínio,
atenção, memória, outros dons e aptidões, interferindo também no seu
desenvolvimento cognitivo, lingüístico, sócio-afetivo e psicomotor, favorecendo
assim a sua aprendizagem.

A música também proporciona uma experiência harmônica dentro da sala de aula,


promovendo momentos de descontração, através de vivências musicalizadas e
socialização de atividades.

Seja trabalhando à mesa ou em rodas de brincadeiras, a linguagem musical é


sempre indicada, tendo em vista sua extrema importância e significância para o
desenvolvimento normal e sadio da criança.

Ao analisar a letra da música, o aluno enriquece a sua visão de mundo e troca idéias
com o grupo, dando e recebendo informações.

É importante ressaltar que ao trabalhar a música, pode-se perceber que algumas


delas refletem o momento presente, a realidade e o cotidiano, e outras nos lembram
algo distante, épocas passadas, e ainda acontecimentos que marcaram a história.
Desta maneira, o aluno pode construir o próprio texto, baseando-se na leitura e
interpretação discutida em sala de aula.

Faria (2001), define que:

A música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança


desde pequena já ouve música, a qual muitas vezes é cantada pela
mãe ao dormir, conhecida como cantiga de ninar. Na aprendizagem,
a música é muito importante, pois o aluno convive com ela desde
muito pequena. (FARIA, 2001, p. 19).

Um educador consciente apresenta aos alunos as mais variadas situações de


aprendizagem, e entre elas, as que envolvem a linguagem musical. Lembrando que
a atividade com música não é simples oportunidade para o professor fazer
recreação.

Em muitas circunstâncias, bem planejada, ela é uma forma de representação de


vida da criança. Com isso, a música contribui sistemática e significativamente com o
processo integral do desenvolvimento do ser humano.

Com isso, acreditamos que a música não é somente uma associação de sons e
palavras, e sim, um rico instrumento que pode fazer a diferença na escola e
principalmente na vida da criança, facilitando assim, sua aprendizagem e sua
socialização no meio em que vive.

Segundo Faria (2001):

A música é um instrumento facilitador do processo de ensino


aprendizagem, portanto deve ser possibilitado e incentivado o seu
uso em sala de aula. [...] a música quando bem trabalhada
desenvolve o raciocínio, criatividade e outros dons e aptidões.
(FARIA, 2001, p. 15).

Nesse sentido, apresentamos o tema: A criança e a música, enfatizando a música


como recurso pedagógico e estímulo no processo ensino-aprendizagem, com o
intuito de explorá-la como linguagem e investigar meios que tornem possível a
aprendizagem de forma dinâmica e significativa no cotidiano escolar, estimulando os
aspectos afetivos, cognitivos e sociais.
E considerando que a música é uma forma de linguagem, deverá ser escolhida e
usada adequadamente, levando-se em consideração a faixa etária do aluno. Diante
disso delimitamos como problema de pesquisa o seguinte questionamento: A música
é utilizada como recurso pedagógico e estímulo no processo de ensino-
aprendizagem da criança?

Partindo deste questionamento, buscamos nos basear no Referencial Curricular


Nacional Para a Educação Infantil (RCNEI) e em outros estudos e teóricos, que
tratam a música como uma área de conhecimento muito importante para a
educação, com o intuito de atender ao nosso objetivo principal: Analisar como ocorre
a utilização da música enquanto recurso pedagógico e estímulo no processo ensino-
aprendizagem da criança.

Para entender como a música pode ser usada como recurso e estímulo no processo
de ensino aprendizagem temos as seguintes questões:

 Como a música se faz presente no cotidiano escolar?

 Quais os hábitos musicais do educador e como isso influencia em sua prática


pedagógica?

 Como a música pode beneficiar no processo ensino aprendizagem e a


formação da criança?

Diante disso, percebemos que a música é considerada a forma de expressão


humana mais completa.

Através dela as pessoas, independente da idade, depositam todas as suas


emoções, sensações e percepções, em relação a si mesmas e ao mundo onde
vivem. É, contudo, na infância, que a exploração das mais variadas atividades
educativas, utilizando a música assume relevante presença e contribuições para o
processo ensino-aprendizagem. Entendemos, portanto, que a música faz parte do
cotidiano de todos e principalmente da criança, e o propósito desta pesquisa, é o de
conhecer como é trabalhada a música enquanto motivação na sala de aula,
despertando no aluno sua interpretação, baseando-se no conhecimento e na
experiência de vida que ele já possui.

A MÚSICA NA HISTÓRIA DO HOMEM

Quando se fala em música, é preciso levar em conta que sua conceituação é muito
subjetiva e, portanto tem variado bastante com o decorrer dos tempos.

A música, como arte de combinar os sons de modo agradável ao ouvido, é tão


antiga quanto a humanidade. Há muito tempo vem acompanhando a história da
humanidade, modificando-se e evoluindo e fazendo-se presente em vários
momentos da vida do ser humano, como formaturas, festas, bailes e outras
comemorações.

Historicamente, muito se tem questionado sobre o papel da arte na vida e nas


sociedades. Independentemente dos motivos de natureza sociológica, é preciso
levar em conta que a arte muito tem servido ao ser humano para expressar seus
sentimentos, e isso é o que mais conta.

Confirmando isso, Montanari (1993) diz que a música em especial, exerce um papel
importante nessa conceituação, pois é considerada a mais popular das artes,
superando inclusive a escrita, que acompanha a própria história. O autor segue
afirmando ainda que, para fazer música, o ser humano só precisa estar vivo. Não
precisa saber ler, nem adquirir materiais e sequer sair de casa. Basta somente abrir
a boca e cantar, bater palmas ou os pés, assobiar ou murmurar, que estará fazendo
música.

Contemporaneamente, entende-se, que é possível fazer música tanto com sons,


quanto com ruídos. Dentro dessa conceituação, a idéia de música ficou, até então
muito mais ampla, pois para alguns, há música até num motor em movimento.
Aceitando esse conceito, podemos afirmar, portanto, que ela sempre existiu,
eventualmente e aleatoriamente, na natureza, por exemplo, com o som dos trovões,
cachoeiras, cantos de pássaros e todos os tipos de vibrações audíveis emitidas por
seres naturais.

Atualmente, muitos pesquisadores procuram as origens da música na pré-história.


Eles acham difícil conceber como os homens das cavernas compreendiam a música,
pois em seus desenhos deixados em cavernas e também em seus objetos feitos
manualmente, não havia nenhuma prova de seu conhecimento sobre música.

Quanto a isso, Montanari (1993) diz que,

O que podemos afirmar, com força de certeza, é que os elementos


formais da música, o som e o ritmo, são tão velhos como o homem.
Este os possui em si mesmo, porque os movimentos do coração, o
ato de respirar, já são elementos rítmicos, o passo já organiza um
ritmo, as mãos percutindo já podem determinar todos os elementos
do ritmo. E a voz produz sons. (MONTANARI, 1993, p. 13)

Sobre isso Schilaro (1990) acrescenta que, o homem primitivo, ainda antes de falar,
emitia sons guturais que lhe permitiam estabelecer contato com o semelhante. Os
sons eram espontâneos, e emitidos sem a preocupação de enquadrá-los em
padrões de estética e harmonia. Os primitivos conheciam os ruídos e os sons da
natureza: a chuva, o vento, o trovão, o canto dos pássaros, as vozes dos animais e
assim, distinguiam seus próprios gritos.

De forma rudimentar, eles foram construindo os primeiros instrumentos musicais,


como: o tambor de peles, xilofones com pedaços de ossos e pedras e flautas de
ossos de animais (instrumentos ainda hoje utilizados por tribos indígenas e em
manifestações folclóricas).

Diante disso, Schilaro (1990) ressalta ainda que,

De inicio, o ser humano descobre os sons e o ritmo em seu próprio


corpo e na natureza ao redor. Desenha nas pedras, de forma
rudimentar, a presença da música em seu cotidiano. Registra na
pedra o uso de instrumentos de percussão, como tambores, e de
sopro como flauta de bambu. (SCHILARO, 1990, p.18).

A origem da música suscitou inúmeras hipóteses, todas formuladas a partir de


indícios muito frágeis. Porém, por mais que se recue na pré-história, sempre
encontramos a música como uma das manifestações do homem. As primeiras
referências dos tempos primitivos foram transmitidas por figuras de instrumentos
musicais, executantes e dançarinos, desenhadas em galerias de grutas, diretamente
sobre a rocha (SCHILARO, 1990).
Então, que desde cedo o homem apropriou-se de elementos que encontrava em seu
meio ambiente e no seu próprio corpo, para fins expressivos e artísticos.

Beyer (1999) ressalta que, a prática da música antiga está associada aos cultos
religiosos. Conseqüentemente, a necessidade educativa está bastante restrita à
transmissão do saber musical prático, pois o futuro músico deverá ser parte
integrante nos cultos às divindades. Percebe-se então, que o saber musical, está
estritamente voltado à disseminação dos movimentos religiosos.

Para Wagner (apud JEANDOT, 1990, p.12), “a música é a linguagem do coração


humano”. Esse conceito nos leva à idéia de que ritmo é o elemento básico das
manifestações da vida e também um princípio fundamental na música, pois, alguns
povos podem até descobrir a melodia e a harmonia, porém, nenhum desconhece o
ritmo. Considera-se, portanto que a música é uma linguagem universal, mas, com
muitos dialetos que variam de cultura para cultura, envolvendo a maneira de tocar,
de cantar, de organizar os sons e de definir as notas básicas e seus intervalos.

Será possível definirmos a essência da música e considerá-la como a manifestação


sonora do universo?

Jeandot (1990) responde a esse questionamento dizendo que, a música, por estar
estreitamente vinculada às emoções e ao mundo pré-verbal, constitui uma
linguagem privilegiada, através da qual os seres humanos se comunicam entre si.

Com base na formação colonial brasileira, Becker (1989) diz que, os padres e os
colonizadores acreditavam que a música canalizava a energia dos escravos,
contribuindo assim, para manter sob controle a exploração dos instintos, para
garantir a vigilância.

Atualmente, a música busca uma maior originalidade, dentro das grandes


possibilidades do patrimônio musical do povo, dando-lhe uma significação
característica, vivida na realidade objetiva de nossas coisas e no espírito livre dos
grupos diferenciados, pois, a música, é a compreensão de aspectos da nossa
língua, de nossos costumes e principalmente da nossa história, pois, cada povo e
cada momento da história têm o seu próprio sistema de organização musical, ou
seja, cada civilização e cada grupo social têm sua expressão musical própria.

Quando falamos de cultura, lembramos logo da característica de uma região, de um


povo, de costumes e tradições. Sendo assim, é inevitável não falar de música
quando se fala de cultura, pois elas andam junta, uma completando a outra, de
forma harmônica, e também porque, a música é um produto cultural.

Compreende-se, portanto, que a noção de música não é uma coisa recente, mas
sim algo que já vem sendo modificado e adaptado desde as civilizações antigas que
já se aproximava dela de forma sistemática.

Portanto, entendemos que a música está inserida no contexto sócio-cultural do país,


está presente em todas as regiões do mundo, em todas as culturas, porém, cada um
com seu estilo e diferentes formas de concepção musical, tendo o poder de agrupar
indivíduos com o mesmo estilo, e também misturar os diferentes tipos de estilos,
possibilitando ao ser humano expressar suas emoções e suas críticas, podendo ser
usada para transmitir arte ou também como instrumento de educação.

MÚSICAS E MUSICALIZAÇÃO NO COTIDIANO ESCOLAR

A linguagem musical sempre esteve presente na vida dos seres humanos e desde
muito tempo faz parte da educação de crianças e adultos.

Nas sociedades primitivas, a música expressava alegria, tristeza, inquietação e


animosidade da comunidade. As pessoas cantavam e dançavam exteriorizando
emoções. A música era constante e indispensável à vida grupal, mesmo quando não
apresentavam formas de expressão sofisticadas, pois as manifestações musicais
constituem uma linguagem com traços característicos de cada sociedade.

Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - RCNEI (1998),

A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes


de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos,
por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e
o silêncio. A música está presente, em todas as culturas, nas mais
diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos,
manifestações cívicas, políticas etc. Faz parte da educação desde há
muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como
fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da
matemática e da filosofia. (BRASIL, 1998, p. 45).

Nesse sentido, musicalização é um processo de construção do conhecimento, que


tem por objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o
desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir
música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito
ao próximo, da socialização e afetividade.

As atividades relacionadas à musicalização permitem que a criança conheça melhor


a si mesmas, desenvolvendo sua noção de esquema corporal e permitindo a
comunicação com o outro. Além disso, contribui de maneira indelével como reforço
no desenvolvimento cognitivo/lingüístico, psicomotor e sócio-afetivo da criança.

De acordo com Mársico (1982), a música pode contribuir para deixar o ambiente
escolar mais alegre, oferecendo um efeito calmante após períodos de atividade
física e reduzindo a tensão em momentos de avaliação e podendo ser usada como
um recurso na aprendizagem de diversas disciplinas.

A escola deve ampliar o conhecimento musical do aluno, oportunizando a


convivência com diferentes gêneros, apresentando novos estilos, proporcionando
uma análise reflexiva para que o aluno se torne mais critico e mais reflexivo,
assegurar a igualdade de chances, onde toda criança possa ter acesso à música e
possa educar-se musicalmente, independente no ambiente sócio-cultural de que
provenha.

Para Jeandot (1990), música é linguagem. Assim devemos então seguir, em relação
à música, o mesmo processo de desenvolvimento que adotamos quanto à
linguagem falada, ou seja, devemos expor a criança à linguagem musical e dialogar
com ela sobre e por meio da música. Como acontece com a linguagem, cada
civilização, cada grupo social, tem sua expressão musical própria. O educador antes
de transmitir sua própria cultura musical, deve pesquisar o universo musical a que a
criança pertence, e desenvolver atividades relacionadas com a descoberta e com a
criação de novas formas de expressão através da música.

Quando a música é ensinada nas escolas, é oferecido para a criança um método,


um instrumento, nesse momento é importante construir aos poucos o seu
conhecimento de música. Cabe então à escola, juntamente com o educador,
enriquecer o repertório musical, observando o trabalho de cada criança e planejando
atividades que envolvam músicas de diferentes povos e de diferentes épocas,
despertando assim a motivação de cada criança e possibilitando novas
possibilidades de aprendizado. Além disso, abrirá um caminho para o
reconhecimento e a valorização das culturas, tão frequentemente negadas.
Diante disso, Mársico acrescenta que:

As atividades musicais na escola não visam formação de músicos, e


sim, através da vivência e compreensão, propiciar a abertura de
canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a
cultura geral e contribuindo para a formação integral do ser.
(MÁRSICO, 1982, p. 148).

Com base nessa perspectiva Hentschke (1995), acrescenta dizendo que são
inúmeras as razões pelas quais a música deveria ser inserida na escola, mas cita
algumas que considera mais importantes, que são:

 As de proporcionar à criança o desenvolvimento das suas sensibilidades


estéticas e artísticas;

 O desenvolvimento da imaginação e do potencial criativo;

 O desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicomotor;

 O desenvolvimento da comunicação verbal e não verbal e o sentido da


herança cultural.

A música é a linguagem que se traduz em formas capazes de expressar e


comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, estando presente em diversas
culturas, fazendo parte da educação há muito tempo, pois na Grécia antiga, era
considerada fundamental na formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática
e da filosofia.

A integração entre os aspectos sensíveis, afetivos, estéticos e cognitivos, assim


como a promoção de integração e comunicação social, conferem caráter significativo
à linguagem musical, sendo assim, é considerada uma das formas de expressão
humana mais importante, justificando assim, a sua presença no contexto da
educação.

Com isso o educador pode oferecer aos alunos possibilidades para desenvolver-se
musicalmente através das três maneiras diretas de envolvimento com música:
composição, execução e apreciação. Pode também integrar o conteúdo
desenvolvido nas aulas de música, com conteúdos desenvolvidos em outras áreas
artísticas e nas demais disciplinas do currículo, a fim de reforçar a posição de que o
ato de fazer música vai além do simples prazer imediato de estar em/com ela.

É importante que no repertório musical da Educação Infantil, constem canções


folclóricas, especialmente as da região, que sejam bem fáceis, populares e bem
elaboradas, pois as crianças gostam muito de músicas com letras curtas e
engraçadas, que tenham rima e que façam lembrar das coisas do seu mundo. Além
disso, as canções simples agradam muito e são facilmente aprendidas.

Quando se cria um ambiente musical na sala de aula, nota-se que as crianças


pesquisam e improvisam livremente.

“Ambiente musical é aquele no qual a criança, pode ouvir música, cantar, dançar,
confeccionar instrumentos musicais, além de poder manusear diversos materiais
bibliográficos sobre música”. (JEANDOT, 1990, p. 30).

O que afirma a autora acima é complementado por Becker (1989), quando diz que a
música é, entre as formas de expressão humana, a mais completa, pois nela e
através dela o homem, independentemente da idade, coloca todas as suas
emoções, sensações e percepções em relação a si mesmo e ao mundo. É, porém,
na infância que a exploração dos sons das mais variadas natureza assume relevante
presença e importância. Diante disso, a criança aprende a conhecer o mundo natural
e das coisas, investigando-o, especialmente pelo tipo de reação que apresenta ao
ser tocado ou provocado. Dentre essas reações, o movimento e o som fascinam a
criança, pelas alternativas de intervenções que oferecem.

A MÚSICA NA FORMAÇÃO EM SUA PRÁTICA

A expressão musical tem um desempenho importante na vida recreativa de toda


criança, e ao mesmo tempo em que desenvolve a sua criatividade, promove a
autodisciplina e desperta a consciência rítmica e estética. A música também cria um
terreno favorável para a imaginação quando desperta as faculdades criadoras de
cada um. A educação pela música proporciona uma educação profunda e total.

Diante disso, Faria ressalta que:

A música como sempre esteve presente na vida dos seres


humanos, ela também sempre está presente na escola, para dar
vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos,
além de despertar neles o senso de criação e recreação. (FARIA,
2001, p. 24).

Com isso acrescento que a escola, enquanto espaço institucional para a


transmissão de conhecimento socialmente construído, pode se ocupar em promover
a aproximação das crianças com outras propriedades da música que não aquelas
reconhecidas por elas na sua relação espontânea com a mesma.

De acordo com Stefani (2001),

[...] A música é uma arte que vem sendo esquecida, mas que deve
ser retomada nas escolas, pois ela propicia ao aluno um
aprendizado global, emotivo com o mundo. E na sala de aula, ela
poderá auxiliar de forma significativa na aprendizagem. (STEFANI,
2001, p. 43).

Nesse sentido cabe aos professores criar situações de aprendizagem nas quais as
crianças possam estar em relação com um número variado de produções musicais,
não apenas vinculadas ao seu ambiente sonoro.

CONCLUSÃO

Enquanto professora de Arte da rede publica (Prefeitura Municipal de Cariacica), o


RCNEI (1998), reforça que a música é um instrumento facilitador do processo de
ensino aprendizagem, proporcionando, reflexão, participação e construção do saber,
além de ser um excelente meio para o desenvolvimento da expressão, do equilíbrio,
da autoestima e autoconhecimento, sendo também uma poderosa forma de
integração social, não só entre aluno/aluno, mas também entre professor/aluno.

Com isto, ressalto que esta observação foi de suma importância para minha
pesquisa, pois comprovou e comprovo que a música é realmente um recurso
pedagógico e que muitos educadores a utilizam para motivação da aprendizagem,
desmistificando a maneira, muitas vezes estática e monótona do cotidiano escolar,
podendo facilitar e enriquecer o processo de ensino e aprendizagem da criança.

A música, na educação infantil mantém forte ligação com o brincar. Em todas as


culturas as crianças brincam com música. Os jogos e brinquedos musicais são
transmitidos por tradição oral, envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e
o faz-de-conta. Esses jogos e brincadeiras são expressão da infância. Brincar de
roda, ciranda, pular corda, amarelinha e etc., são maneiras de estabelecer contato
consigo próprio e com o outro, de se sentir único e ao mesmo tempo, parte de um
grupo, trabalhando com as estruturas e formas musicais que apresentam em cada
canção e em cada brinquedo.

Os jogos sonoro-musicais possibilitam a vivência de questões relacionadas ao som


(e suas características), ao silêncio e à música.

O desenvolvimento da criança acontece através do lúdico, pois ela precisa brincar


para crescer, precisa do jogo como forma de equilibração com o mundo. As
atividades lúdicas realizadas pelas crianças permitem que elas se desenvolvam,
alcançando objetivos como a linguagem, a motricidade, a atenção e a inteligência,
garantindo à criança os benefícios e as alegrias que o lúdico proporciona. Além
disso, contribui para o desenvolvimento de habilidades, atitudes e conceitos
referentes à linguagem musical. (RCNEI, 1998).

Trabalhar com a música é oportunizar a cada criança viver, construir e aprimorar o


conhecimento de maneira lúdica, prazerosa e motivadora.

Sendo assim, acredito que minha pesquisa e vivencias foram bastante produtivas e
consegui alcançar os objetivos propostos.

Espero, portanto que a partir dos resultados deste estudo, outras pessoas sintam
interesse em explorar a música como um recurso pedagógico e desenvolver outras
pesquisas, para o aprofundamento desse tema. Educar pelo uso da música leva
educador e educando a descobrirem caminhos novos, de novos saberes para a
construção de uma escola e um mundo melhor.

REFERÊNCIAS

ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas


ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo:
Pioneira, 1999.
BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade: educação e reeducação. 2. ed.
Blumenau, SC: Acadêmica, 2000.
BECKER, Rosane N. Musicalização: da descoberta à consciência rítmica e sonora.
2. ed. Ijuí, SC: Unijuí, 1989.
BEYER, Ester. Idéias em educação musical. Porto Alegre: Mediação, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto - Secretaria de Educação
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais - v. 6. Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto - Secretaria de Educação
Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – v. 3.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRÉSCIA, Vera Lúcia Pessagno. Educação musical: bases psicológicas e ações
preventivas. São Paulo: Cortez, 1999.
BRITO, Teca Alencar. Música e educação infantil: propostas para a formação
integral da criança. São Paulo: Peirópolis, 2003.
DUCORNEU, Gerald. Introdução à musicoterapia. São Paulo: Mande, 1984.
ESTEVÃO, Vânia Andréia Bagatoli. A importância da música e da dança no
desenvolvimento infantil. Assis Chateaubriand- Pr, 2002. 42 f. Monografia

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