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LITERATURA REGIONAL-modulo VI

Artigo acadêmico literatura Regional
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LITERATURA REGIONAL: ABORDAGEM DA LITERATURA

BRASILEIRA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL E


MÉDIO

Acadêmica: Mirian Pereira de Moraes ¹


Tutor Externo: Simaria Auany Pereira de Souza Marinho ²

RESUMO

Antes de tentar conceituar o regionalismo, temos que perceber que ele está presente na literatura
que possui foco em determinada região do Brasil, visando retratá-la, de maneira mais superficial
ou mais profunda. Entretanto, os primeiros autores do gênero não enfocavam propriamente uma
região, geograficamente falando, não visavam mostrar a vida no sertão do Nordeste, ou de São
Paulo ou do Rio Grande do Sul, mas falavam de um determinado contexto social vivido no Brasil
na época. A escolha da temática deste artigo justifica-se entendemos que o hábito da leitura é
fundamental para o desenvolvimento da argumentação, ampliação de vocabulário e melhora da
escrita e interpretação de texto. Para tanto, parecenos necessário que o docente que ministra aulas
de Língua Portuguesa e/ou de Literatura crie estratégias pedagógicas que favoreçam a leitura de
forma concisa e regular, ou seja, que os alunos se tornem leitores. O principal objetivo desse
artigo científico é “Analizar e compreender a abordagem da literatura brasileira nos livros
didáticos do ensino fundamental e médio. Para fundamentar esta pesquisa, foi feito uso de um
material de caráter teórico, a partir da seleção de textos que trazem a tona referências que
condizem com a proposta do estudo. a formação de leitores garante uma sociedade mais justa,
mais sábia e mais equilibrada, com cidadãos conscientes de suas necessidades, mas também de
suas obrigações, antenados com os erros do passado e em busca de soluções para o futuro

Palavras-chave: literatura; regionalismo; ensino fundamental e médio.

1. INTRODUÇÃO

O regionalismo surgiu em meados do século XIX, tendo como principais referências às


obras de José de Alencar, de Bernardo Guimarães, Alfredo d' Escragnole Taunay e Franklin Távora.
Esta literatura percorreu inúmeros caminhos até chegar às obras de José Lins do Rego, Graciliano
Ramos, Érico Veríssimo e Guimarães Rosa, cujas raízes estão na época do romantismo, como foi o
caso da obra de José de Alencar. Antes de tentar conceituar o regionalismo, temos que perceber que
ele está presente na literatura que possui foco em determinada região do Brasil, visando retratá-la,
de maneira mais superficial ou mais profunda. Entretanto, os primeiros autores do gênero não
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I – dd/mm/aa
2

enfocavam propriamente uma região, geograficamente falando, não visavam mostrar a vida no
sertão do Nordeste, ou de São Paulo ou do Rio Grande do Sul, mas falavam de um determinado
contexto social vivido no Brasil na época (CANDIDO, et al, 2000).
A escolha da temática deste artigo justifica-se entendemos que o hábito da leitura é
fundamental para o desenvolvimento da argumentação, ampliação de vocabulário e melhora da
escrita e interpretação de texto. Para tanto, parecenos necessário que o docente que ministra aulas
de Língua Portuguesa e/ou de Literatura crie estratégias pedagógicas que favoreçam a leitura de
forma concisa e regular, ou seja, que os alunos se tornem leitores.
Atualmente o documento que norteia a Educação Básica - Ensinos Infantil, Fundamental e
Médio – é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC/2017). Quanto ao ensino de Língua e
Literatura, os professores são direcionados a refletir sobre suas práticas em sala de aula, o que inclui
o aproveitamento de novos gêneros literários e tecnologias, assim como a ampliação de seus
repertórios em torno de diversos tipos de literatura. A sequência didática que apresentaremos se
coaduna e essas competências e habilidades requeridas pela BNCC. Ainda, a literatura regional, que
nos interessa diretamente, é compreendida como toda forma de narrativa e poesia que remente a
uma dada região por meio da descrição de espaços, costumes, linguagens, entre outros aspectos.
Estudando sobre o regionalismo compreendemos que a sua história retrata que ele sempre
surgiu e se desenvolveu em conflito com a modernização, a industrialização e a urbanização. Ele é,
portanto, um fenômeno moderno e, paradoxalmente, urbano e no Brasil, não foi diferente. De
acordo com Ligia Chiappini (1995 p. 155),

A história do regionalismo brasileiro mostra transição difícil nos reajustes


sucessivos da nossa economia aos avanços do capitalismo mundial se trama de modo
específico e a literatura tende a reencontrar o processo ora como decadência ora como
ascensão, ora com pessimismo, ora com otimismo, dependendo de que lado está: da
modernização ou da ruína. Quando consegue superar o otimismo autocentrado das elites
ganhadoras ou o simples ressentimento das frações perdedoras, expressando o modo
como o pobre "paga o pato" em um e outro caso, ela supera também os limites estreitos
da ideologia, para virar forma de conhecimento e vivência solitária dos diferentes
problemas do homem pobre brasileiro Ligia Chiappini (1995 p.155).

Como podemos ver na fala da autora, o regionalismo Brasileiro se pauta na história e no


contexto social vivido nos tempos da modernização, relatando o momento vivido no país através da
literatura. No caso do regionalismo brasileiro, ele expressou e ainda expressa - apesar de suas
variantes ao longo da história - o subdesenvolvimento brasileiro. Seu chão histórico envolve a
formação do Brasil enquanto nação colonizada e também a formação da literatura brasileira. O
regionalismo é histórico e por isso, nunca é estático. Suas configurações se alternaram ao longo do
3

desenvolvimento brasileiro, refletindo as mudanças ideológicas do país e a maneira como foram


encarados o subdesenvolvimento e a dualidade cultural.

O principal objetivo desse artigo científico é “Analizar e compreender a importancia da


abordagem da literatura brasileira nos livros didáticos do ensino fundamental e médio”. Para
fundamentar esta pesquisa, foi feito uso de um material de caráter teórico, a partir da seleção de
textos que trazem a tona referências que condizem com a proposta do estudo. As teorias centrais
desse trabalho estão pautadas em autores como Antônio Candido (2000), Ligia Chiappini (1995).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1CONTEXTO HISTORICO DO REGIONALISMO BRASILEIRO

De acordo com Pellegrini (2004), o regionalismo está presente na literatura brasileira em


três fases distintas: Na primeira fase, está circunscrito no romantismo e na sua valorização da cor
local e da natureza, num contexto que os românticos estavam imbuídos da missão de construir a
cultura brasileira, como é o caso dos escritores Bernardo Guimarães, José de Alencar, Visconde de
Taunay e Franklin Távora. Nesse regionalismo, também chamado de “sertanismo”, era como se o
Brasil autêntico estivesse no interior e o deslumbrado pela Europa, estivesse no litoral.
Na segunda fase, já na virada do século XIX para o século XX, há uma valorização do
pitoresco que sobrepuja a ação humana, colocando o homem como mais uma peça da paisagem
exótica, como o que ocorre nas obras de Coelho Neto, Afonso Arinos, Simões Lopes Neto, dentre
outros. Essa segunda fase teve forte influência do Naturalismo e seus traços mais comuns eram a
descrição desapaixonada dos fatos, traços deterministas e cientificistas, bem como pessimismo e
fatalismo (PELLEGRINI, et al, 2004).
Ainda sobre Pellegrini (2004), a terceira fase corresponde aos escritores da geração de
Trinta, e aqui, há uma diferença evidente nos propósitos que cada grupo desejava alcançar. Nesse
momento, há a “tomada de consciência do subdesenvolvimento”, um momento de reconhecimento
das desigualdades e das particularidades históricas e sociais do Brasil. Na fase pré-consciência do
subdesenvolvimento, ali pelos anos de 1930 e 1940, tivemos o regionalismo problemático, que se
chamou de ‘romance social’, ‘indigenismo’, ‘romance do Nordeste’, segundo os países, e, sem ser
exclusivamente regional, o é em boa parte.
Na contemporaneidade existe uma proposta de revisitar o regionalismo, pois percebeu-se
que havia críticas em torno dessa característica literária, que já havia sido muito utilizada na década
de 30, por isso estaria “fora de moda”. Nos dias atuais, conceitua-se regionalismo como “territórios
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extremos transformados em regiões literárias, que representam contextos e contratos identitários


bastante característicos, construindo-se como forças agenciadoras de uma arquitetura radical da
realidade transposta em linguagem” (PELLEGRINI, 2008, p. 17). Assim, o regionalismo hoje,
enxerga-se com essa tensão entre o local e o regional. Pellegrini (2004) ainda cita o seguinte sobre o
Regionalismo revisitado, informando que esse tipo de texto:

[...] consegue não esquecer, mas lembrar; não superar, mas resgatar em termos artísticos de
inegável valor o impasse criado pelas desigualdades de fundo da vida social e da multifacetada
cultura brasileira, num movimento de incorporação simultânea de termos heterogêneos e numa
síntese de profundo significado humano e político. (PELLEGRINI, 2004, p. 136).

Considerando a necessidade de revisitar o regionalismo, uma vez que, apesar de ter sido
alvo de críticas, tal característica literária ainda está presente em várias obras da
contemporaneidade, e nem por isso tais obras são desvalorizadas, assim objetivamos neste estudo:
Analisar as vertentes regionalistas na literatura de Ronaldo Correia de Brito, imbricando esta
temática numa proposta para alunos do ensino médio, pois se faz necessário inserir essa temática
visando despertar o interesse do aluno pela literatura a partir da ênfase a características regionalistas
da obra. Estudar o regionalismo hoje nos leva a constatar seu caráter universal e moderno. Surgindo
como reação ao iluminismo e a centralização do Estado-nação, hoje se reatualiza como reação a
chamada globalização (CHIAPINNI, 1995, p. 156).
Chiapinni (1995) reitera a necessidade de estudar o regionalismo, como uma forma de
elucidar questões pertinentes a cada região, que muitas vezes são atropeladas pela globalização
exacerbada a qual estamos submetidos.

2.2 A DIMENSÃO REGIONAL NA LITERATURA E SUA IMPORTÂNCIA PARA O ENSINO


MÉDIO E FUNDAMENTAL

Discute-se, atualmente, que o ensino da disciplina Literatura vive uma crise educacional.
Galvão e Silva (2017) afirmam que perdeu a eficácia proposta pela classe burguesa, pois, com o
advento das novas propostas curriculares pedagógicas, a escola tornou-se instrumento de preparação
de mão de obra para o mercado de trabalho.
O maior “sintoma” dessa crise seria a ausência da leitura entre alunos, especialmente em
razão de falta de interesse e ações de leitura propriamente ditas. Dados da pesquisa intitulada
“Retratos da leitura de 2020” informam que somente 52% dos brasileiros possuem frequência na
leitura. Além disso, a utilidade da disciplina Literatura é posta em “cheque”, visto que,
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costumeiramente, o ensino é encarado como apêndice da disciplina Língua Portuguesa. Conforme


afirma Silva (2016),

A crise de leitura instaurada no Brasil, há décadas, tem traduzido para famílias,


professores, profissionais da área, escola, governos e instituições que avaliam os níveis de
satisfação e progresso escolares uma sensação de impotência diante de vários quesitos que
são postos como possíveis de serem avaliados junto ao descrédito e resistência ou não
funcionamento da leitura em sala de aula. (SILVA, 2016, p. 15)

A literatura nas turmas do ensino médio nos dá acesso a vários temas importantes da história
literária, como por exemplo: autores e suas obras principais, literatura portuguesa e a literatura
barroca. Com base nos principais temas abordados, a literatura também aproxima os principais
períodos literários que contribuíram para as mudanças da sociedade no decorrer dos anos até os dias
de hoje.
Principais períodos da literatura:

 Barroco;
 Arcadismo;
 Romantismo;
 Realismo/naturalismo;
 Parnasianismo;
 Simbolismo;
 Pré-modernismo;
 Modernismo;
 Pós-modernismo.

Zilberman (2005) pontua que:

O conhecimento da literatura é um processo infinito, não apenas porque o leitor


depara-se permanentemente com obras recentes, mas também porque ele busca obras do
passado que se atualizam por força de sua leitura, e igualmente, enfim, porque obras lidas
revelam aspectos inusitados a cada retomada. A organização da historiografia atrofia essa
propriedade da literatura, porque o novo coincide com o que está sendo lançado, jogando
para trás tudo o que veio antes, qualificado com antigo, ultrapassado ou velho. Confundindo
atualidade com novidade, não estimula a redescoberta do já estudado, porque não consegue
situá-lo em paradigmas diversos dos previamente estabelecidos. (ZILBERMAN, 2005,
p.236).

Dessa forma, todas as obras têm sua importância e sua função, e, partindo dessa visão, ao
classificá-las dentro da linha cronológica da historiografia literária, entre novo e atual, perde-se o
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valor que elas trazem. Todas elas, não importa o tempo e a finalidade com que foram escritas, seja
apenas por belo prazer ou com intenções de denúncias sociais, permitem 12 ao leitor a redescoberta
e a apreciação de seus textos, situando-os no tempo e no espaço. Ao ler as obras do passado, o leitor
vai contextualizá-las, a partir de suas experiências e leituras de mundo, tornando-as recentes. Logo,
ao ler o texto em outro momento, redescobrirá e atualizará sua leitura e visão do próprio texto.
Zilberman (2009) relata que a discussão acerca da importância de se trabalhar com literatura
na escola iniciou-se entre os anos 70 para os anos 80, década esta que houve uma grande discussão
com o intuito de reforma na educação uma vez que o modelo vigente não apresentava resultados
satisfatórios. “A literatura encarnava a utopia de uma escola renovada e eficiente, de que resultavam
a aprendizagem do aluno e a gratificação profissional do professor” (p. 13). Segundo a autora a
leitura está presente nas escolas desde seu surgimento, porém inicialmente com o intuito de
transmitir um padrão linguístico. Hoje a leitura tem por objetivo formar o leitor, para tanto é
necessário conceber “a leitura não como o resultado satisfatório do processo de letramento e
decodificação de matéria escrita, mas como atividade propiciadora de experiência única com o texto
literário” (ZILBERMAN, 2009, p. 16).

3. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo qualitativo onde foi elaborado através de pesquisas integrativa, com
isso utilizou-se dos materiais disponibilizado no Ava e pela instituição de Ensino. tendo como
fontes para compreensão e aproximação da temática artigos nacionais. A coleta de dados foi
realizada através das bases de dados: Medline/Pubmed, Lilacs, Scielo, Google Acadêmico, AVA
instituição e Biblioteca digital de teses e dissertações (BDTD). Para uma melhor organização dos
dados coletados a partir dos dez artigos selecionados, O artigo foi organizado em apenas uma
categoria que é o seu objetivo principal: “Analizar e compreender a importancia da abordagem da
literatura brasileira nos livros didáticos do ensino fundamental e médio”.
separou-se os artigos por temas. Para pesquisa, utilizou-se descritores tais como: literatura;
regionalismo; ensino fundamental e médio; para fazer busca de referências nas plataformas. O tema
escolhido para a realização deste trabalho foi: literatura regional: abordagem da literatura brasileira
nos livros didáticos do ensino fundamental e médio.
Para melhor expor o tema do projeto escolhido, optamos por utilizar uns disponibilizado na
trilha de aprendizagem do AVA, com o objetivo de explanar o assunto abordado, de maneira
resumida, prática e objetiva, com a finalidade de facilitar a transmissão das informações adquiridas
e desejadas neste trabalho acadêmico.
7

Para critérios de inclusão serão utilizadas referências de 2000 a 2021, priorizando os de


2010 a 2021, artigos com periódicos, sites e artigos acadêmicos que se enquadrem nesse tema
proposto. Serão utilizados acadêmicos, publicações de revistas acadêmicas, diretrizes, livros, para
ser feito o tipo de estudo, de pesquisa, de revisão integrativa para um projeto conciso mais
completo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesta etapa serão apresentados os resultados que foram adquiridos através de pesquisas
integrativa, avaliou-se um total de 10 artigos cientificos entre os ano de 2000 a 2021. Para uma
melhor organização dos dados coletados a partir dos dez artigos selecionados, O artigo foi
organizado em apenas uma categoria que é o seu objetivo principal: “Analizar e compreender a
importancia da abordagem da literatura brasileira nos livros didáticos do ensino fundamental e
médio”.

4.1 ANALIZANDO E COMPREENDENDO A IMPORTANCIA DA ABORDAGEM DA


LITERATURA BRASILEIRA NOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
E MÉDIO.

No caso do ensino de literatura percebe-se que há uma desvalorização da disciplina,


tornando-a enfadonha, descontextualizada e desinteressante para o docente e o educando. Como
afirma Zafalon (2010), o ensino de literatura encontra-se em decadência. Para esta autora o advento
da tecnologia afastou os alunos da leitura, pois, em grande parte do tempo, o cinema, os
smartphones e a televisão são mais atrativos do que a ideia de se ler um livro. Atrela-se a isto a
contribuição da prática docente para a referida crise, em razão de muitos professores, por exemplo,
apenas trabalharem com recortes de textos, impossibilitando que o educando tenha acesso a obras
completas. Ademais, utilizam o texto literário para simplesmente abordar aspectos gramaticais da
língua, na esteira de pensamento que emoldura a concepção do livro didático.
Desse modo seria difícil enumerar os benefícios da literatura na formação das pessoas, pelo
simples fato de a literatura não ter fronteira em si mesma, ela atua de forma livre, sem se conter a
temas, pessoas, autores, tempo, espaço. Ela é a junção entre o ler e as alturas, é conhecer a vida, é
viajar no tempo e no espaço, conhecer o mundo sem se preocupar com o combustível; é vencer a
força da gravidade, sem lutar e sem se mover.
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É na atividade de leitura que o aluno ativará o lugar social, suas vivências, suas relações
com o outros, os valores de sua comunidade e seus conhecimentos textuais. “A leitura e a produção
de sentido são atividades orientadas por nossa bagagem sócio-cognitiva: conhecimentos da língua e
das coisas do mundo. ” (KOCH e ELIAS, 2008, p.21)

Fonte: https://correiodasemana.com/site/o-regionalismo-literario-nordestino/

Para Zilberman (1990, p. 19), a leitura é de fundamental importância para o


desenvolvimento das pessoas, para nossa formação social, contemplando os mais variados aspectos
que vão desde a linguagem, passando pela sensibilidade, emoção até a criticidade e exercício da
reflexão que são fundamentais para as diferentes aprendizagens. Através das leituras que
realizamos, nos apropriamos de um vasto conhecimento sobre diferentes lugares, descobrimos um
novo mundo de culturas e saberes, muitas vezes sem fisicamente saímos do lugar.
A organização escolar com vistas à formação de leitores e cidadãos é fator imprescindível
para o sucesso de práticas pedagógicas que inovem e solidifiquem a relação do aluno com o texto
literário. Essa condição é essencial para que os debates sejam pontuados por postura crítica e
responsável quanto à organização, desenvolvimento e execução do trabalho e, principalmente, para
que haja percepção da importância da troca de experiência com o outro e da possibilidade de
superação de problemas a partir do trabalho intelectual coletivo.
A escola, na mesma medida em que trabalha com pessoas, trabalha com valores, crenças e
hábitos de comportamento e linguísticos diferentes, também cria uma faca de dois gumes com
divergências de ideias, de linguagens, demonstrando as diferenças entre indivíduos de classes
inferiores e superiores. Posicionada como a base da educação, o ato de ler assume sua função,
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político democrático ou não, dependendo do grupo social a que está sujeito. Então, se a escola tem a
intenção de participar do processo democrático do país deve incentivar a leitura nas séries iniciais,
começando primeiramente com uma metodologia de ensino que estimula prazer da leitura que
reflita na educação, o desenvolvimento de pensamento crítico, enquanto leem, em relação à
realidade. (ZIBERMAN, 2009, p. 56).
Para Freire (1989, p. 22), a formação de leitores garante uma sociedade mais justa, mais
sábia e mais equilibrada, com cidadãos conscientes de suas necessidades, mas também de suas
obrigações, antenados com os erros do passado e em busca de soluções para o futuro. Agente
questionador pelo conhecimento transmitido, a leitura sempre foi vista como perigosa por aqueles
que pretendem manter a escuridão para fazer valer apenas a sua suposta luz.

5. CONCLUSÃO

A literatura Regional configura-se como a literatura produzida em uma região e/ou que faz
referência à cultura daquele local. Conforme nossa experiência no dezenvolvimento deste artigo
cientifico, bem como o embasamento proporcionado pelos autores consultados, foi possível ratificar
situações que se configuram entraves à formação de leitores.
Quando falamos de literatura falamos de um mundo novo, e o estudante, assim como o
professor, tem o direito de adentrar nesse mundo cheio de fantasias e ao mesmo tempo com
realidades imensuráveis. A literatura no Ensino Médio é essencial para a formação de alunos
leitores, e a abordagem desta em sala de aula deve ser cada vez mais elaborada e aperfeiçoada, de
modo que o aluno se fixe no conteúdo ministrado pelo professor, que tem poder de cativar o
estudante através de métodos inovadores e até mesmo tradicionais, como em formas de teatros,
filmes, leituras coletivas, aplicativos digitais que podem ser cômicos, curiosos e até mesmo
desafiadores.
Todas as limitações à reflexão e criatividade reforçadas pela tradição canônica implicam,
com menos ou mais força, na produção de alunos desinteressados pela literatura, ainda mais quando
essa literatura não reflete, de algum modo, a “imagem” dos seus leitores.
De todo modo, não se poderia deixar de sugerir ao professor de língua portuguesa e
literatura que busque experimentar novas metodologias educacionais. Não pela simples ideia de
mudança, mas porque, não raramente, o próprio professor se ressente do fato de que, também não
raramente, sua disciplina não desperta, no aluno, suficiente interesse, a 25 ponto de o docente se
sentir inseguro sobre a sua atuação pedagógica e a criatividade que deve encampar.
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REFERÊNCIAS

BRITO, Ronaldo Correia. O rascunho. Acesso em: 17 de outubro de 2023, as 11:08h


http://rascunho.com.br/ronaldo-correia-de-brito/

CANDIDO, A. Literatura e subdesenvolvimento. In: A educação pela noite e outros ensaios. 3


ed. São Paulo: Ática, 2000.

CHIAPPINI, Ligia. DO BECO AO BELO: dez teses sobre o regionalismo na literatura. Estudos
Históricos, Rio de Janeiro, vol. 8,1995, p. 153-159.

PELLEGRINI. Tânia. Milton Hatoum e o regionalismo revisitado. Luso-Brazilian Review,


Wisconsin, v. 41, n. 1, p. 121-138, 2004.

SILVA, Antônio de Pádua Dias. O ensino de literatura hoje: da crise do conceito à noção de
escritas. Campina Grande- PB. EDUEPB. 2016.

ZILBERMAN, Regina. A Leitura e o Ensino da Literatura. São Paulo: 1988. Disponível

em: http://www.recantodasletras.com.br/resenhasdelivros/2639994. Acesso: 19 Out. 2023,

21:06:06.

KOCH; e ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto,
2008.

ZAFALON, Miriam. Leitura e ensino da Literatura: Reflexões. 2010.

______. Letramento literário: não ao texto, sim ao livro. In: PAIVA, Aparecida etal.Literatura
e letramento: espaços, suportes e interfaces. O jogo do livro. Belo Horizonte: Autêntica;
CEALE; FAE; UFMG, 2005.

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