Noções de Teorias
da Personalidade,
psicopatologias e
imputabilidade
Profa. Mestra Thaís Moura Monteiro
Teorias da Personalidade - Psicanálise
• Teoria Psicanalítica (Sigmund Freud):
• Estrutura da Personalidade: Freud propôs que a
2 personalidade é composta por três estruturas
principais: o id (impulsos instintivos), o ego (realidade
e mediação) e o superego (normas e moral).
• Desenvolvimento Psicossexual: A personalidade se
desenvolve através de estágios psicossexuais (oral,
anal, fálico, latência e genital), cada um associado a
diferentes conflitos e fixações.
Teorias da Personalidade - Teoria Analítica de Jung
• Carl Gustav Jung, um discípulo de Freud, sugeriu que a
personalidade é influenciada por arquétipos universais
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presentes no inconsciente coletivo.
• Esse inconsciente coletivo é composto por
arquétipos, que são imagens e temas universais
presentes em todas as culturas e épocas. Ele é
compartilhado por todos os seres humanos e
influencia o comportamento e as experiências de
forma profunda.
Arquétipos para Jung
• Os arquétipos são padrões universais e símbolos que habitam o
inconsciente coletivo. Alguns dos principais arquétipos incluem:
• O Self: Representa a totalidade da personalidade e o processo de
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individuação (o desenvolvimento do indivíduo em um ser único e
integrado).
• A Sombra: Refere-se às partes ocultas ou reprimidas da
personalidade, que são geralmente consideradas negativas ou
inaceitáveis.
• A Anima e o Animus: Representam as qualidades femininas no
homem (anima) e as qualidades masculinas na mulher (animus).
• O Pai e a Mãe: Arquétipos que simbolizam figuras parentais e
influenciam nossas percepções sobre autoridade e nutrição.
Teorias da Personalidade - Teoria Humanista de Rogers
• Carl Rogers enfatizou a importância do
crescimento pessoal e da autorrealização. Ele
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acreditava que a personalidade é moldada pela
busca de congruência entre o self real e o self
ideal.
Teorias da Personalidade - Teoria Comportamental de Skinner
• Skinner argumentou que a personalidade é o
resultado de padrões de comportamento
aprendidos através de reforços e punições. Ele
enfatizou o papel do ambiente na formação da
personalidade.
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Personalidade e Psicologia
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Personalidade e Psicologia
• Para a Psicologia, a personalidade é algo com o qual o
indivíduo não nasce; ela não é intrínseca ao indivíduo,
mas sim, é construída, moldada, modelada e
modificada ao longo da vida, sofrendo influências do
meio social no qual o ser humano está inserido, bem
como pelos valores que lhe são repassados e pelas
situações experimentadas, tratando-se de “um processo
organizado que se estende através dos tempos”.
• A Psicologia leva em consideração as experiências do
indivíduo, seus sentimentos e valores adquiridos ao longo
da vida.
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Personalidade e Direito
Para o Direito, existem duas teorias que definem o
início da personalidade: a natalista e
concepcionista. Pontes de Miranda é defensor da
primeira e admite que a personalidade é adquirida
com o nascimento e com vida.
Nosso Código Civil, em seu artigo 2º, também
adotou a teoria natalista. Segundo esta teoria há
necessidade de o ser humano nascer com vida para
que seja dotado de personalidade, pois ela defende
que não há direito sem que haja titular, por isso o
nascituro não pode ser considerado sujeito de
direito.
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• A segunda teoria (concepcionista),
defendida por Texeira de Freitas,
Personalidade Maria Helena Diniz e Clóvis
e Direito Bevilácqua, prevê que o nascituro
adquire personalidade desde a
sua concepção, sendo assim,
considerado um sujeito de
direito.
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• Admite-se que, com o nascimento e com vida, o
ser humano seja capaz de durante toda a sua
existência constituir e modelar uma
personalidade, através da antropologia e da
psicologia, o que se refletirá diretamente na
ciência do Direito.
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A RELAÇÃO ENTRE A
PSICOPATOLOGIA E A
IMPUTABILIDADE PENAL: ATÉ QUE
PONTO O AGENTE PODERÁ SER
RESPONSABILIZADO
PENALMENTE?
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• Cabe destacar a importância do parecer médico constatando
o transtorno mental suportado pelo réu, que por vezes se
mostrou decisivo e refletiu na sentença do magistrado.
• Depreende-se a importância da perícia para determinar o
desfecho do processo, uma vez que, constatada a doença
mental o réu poderá ser isento, ou ter sua pena diminuída.
• Nesse sentido, destaca-se o papel do psicólogo na avaliação
associada ao processo, aplicando sua técnica de forma a
considerar que a perícia esteja direcionada às pessoas leigas
no assunto, com intuito de atender aos fins jurídicos.
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Ora, seria razoável que um indivíduo,
possuidor de torpeza mental ao tempo do
crime ou não, cumprisse pena
conjuntamente com o criminoso sagaz e
mentalmente saudável? É juridicamente
possível a cominação de uma sanção penal
ao inimputável?
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• A resposta mais lógica para essas indagações é
negativa.
• O indivíduo que comete crime nessas condições
deverá ser submetido a um tratamento adequado,
como garantia do direito à saúde, e principalmente
da dignidade inerente a toda pessoa humana, esse é
o princípio basilar da Constituição Federal,
portanto, não pode ser negligenciado.
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IMPUTABILIDADE PENAL
• Imputabilidade penal é a possibilidade de atribuir a
autoria ou responsabilidade de um ato criminoso a
alguém.
• Em outras palavras, é a capacidade do indivíduo de
compreender a ilicitude de seus atos e agir de acordo
com essa compreensão.
• A imputabilidade é um conceito fundamental do
Direito Penal.
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INIMPUTABILIDADE PENAL
• A inimputabilidade é a ausência de culpa,
quando o sujeito não tem a capacidade de
compreender o caráter ilícito da ação
devido à sua incapacidade mental.
• Ou seja, é isento de pena (Art. 26 do CP).
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• O Código de Processo Penal, em seu artigo 149, dispõe sobre a
determinação de que seja submetido o réu a exame médico legal
quando houver dúvida a respeito de sua sanidade mental, caso
seja constatado que lhe falta discernimento psicológico será
nomeado curador para representá-lo.
• O psicólogo, nesses processos, atuará em conjunto com o perito
oficial, que será um médico psiquiatra, ou na inviabilidade do
especialista poderá haver a substituição por duas pessoas
idôneas, que comprovaram a aptidão por meio diploma de curso
superior, consoante artigo 159, § 1º do Código Penal.
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Conforme Coloro (2005, p. 8) assevera, o laudo feito pelo perito psiquiatra, geralmente
comportará - respeitando o solicitado- o exame indireto e direto, o histórico pessoal e
familiar do agente, exame clínico e psicopatológico, avaliação psicológica, discussões e
conclusões.
No que toca ao exame psicopatológico será avaliado “comportamento, discurso, humor,
ideias delirantes, alucinações e ilusões, traços de personalidade, orientação auto* e
alopsíquica**, memória, concentração e atenção, inteligência e pensamento,
conhecimentos gerais (Coloro, 2005, p. 8 apud Costa, 1998, p. 2003).
*Orientação autopsíquica refere-se à orientação do indivíduo em relação a si mesmo, incluindo informações
como nome, idade, data de nascimento, profissão e estado civil.
**Orientação alopsíquica diz respeito à capacidade de se orientar em relação ao mundo, incluindo orientação
espacial (saber onde está) e orientação temporal (saber a hora e o dia).
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• A perícia destinada ao poder judiciário exige que o
psicólogo seja imparcial, e construa um diagnóstico
conciliado com as normas estabelecidas em lei.
• Para atuação nessa esfera, o profissional não pode esgotar
seus conhecimentos somente na área médica, restringindo-
se a entender puramente sobre psicologia do
desenvolvimento e psicopatologia, é forçoso que tenha um
mínimo de domínio sobre o lado jurídico, para servir
eficazmente a função da justiça (apud Silva; Assis, 2013, p.
131,136).
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Psicopatologias
A psicopatologia é um
estudo que conceitua,
nomeia e classifica os
sofrimentos mentais, a
palavra tem origem grega de
psykhé que quer dizer alma,
e patologia é a pesquisa
sobre as doenças (Paulon,
2008).
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• Assim, esse manual é utilizado mundialmente pelos
profissionais da área, que embasados nos dados inseridos
ali, fazem o reconhecimento do sofrimento psicológico
suportado pelo paciente.
• Com as modificações estruturais da sociedade e os padrões
de vida cada vez mais corridos, estressantes, natural que
surjam novas patologias, o que impõe a necessidade de se
realizar alterações em razoáveis períodos de tempo, a última
revisão se deu em 2013 – DSM V.
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Transtornos Mentais
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Estudo de caso
Uso de
Psicose
Esquizofrenia substâncias
Puerperal
psicoativas
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• AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION. Manual diagnóstico e
estatístico de transtornos mentais. 5.
ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Referências • REIS, Patricia Oliveira Barbosa dos;
FREITAS, Isabela Arantes. A relação
entre a psicopatologia e a
imputabilidade penal: até que ponto o
agente poderá ser responsabilizado
penalmente? Projeção, Direito e
Sociedade, v. 10, n. 2, 2019. Disponível
em: https://revista.faculdadeprojecao.
edu.br/index.php/Projecao2/article/vi
ew/1498.
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