IV Regulamentação Da Atividade
IV Regulamentação Da Atividade
Regulamentação da Atividade
Manual
Índice
....................................................................................................................................................... 1
1. Conhecer a regulamentação relativa ao transporte de mercadorias ................................. 3
1.1 Regulamentação Nacional e Internacional ............................................................................. 3
Regulamentação Internacional ..................................................................................................... 3
Regulamento Nacional ................................................................................................................ 12
1.2 Títulos para o exercício da atividade de transporte........................................................ 14
1.3 Obrigações dos contratos-modelo de transporte de mercadorias ................................. 17
1.4 Redação dos documentos que constituem o contrato de transporte ............................ 21
1.5 Autorizações de Transporte Internacional ...................................................................... 22
1.6 Obrigações da Convenção relativa ao contrato de transporte internacional de
mercadorias por estrada (CMR) .................................................................................................. 23
1.7 Redação da Declaração de expedição ............................................................................. 25
1.8 Passagem da Fronteiras .................................................................................................. 26
1.9 Transitários ...................................................................................................................... 30
1.10 Documentos especiais de acompanhamento da mercadoria ......................................... 32
ANEXO I ....................................................................................................................................... 34
Convenção relativa ao contrato de transporte internacional de mercadorias por estrada
(CMR) .......................................................................................................................................... 34
ANEXO II ...................................................................................................................................... 53
Decreto – Lei nº 257/2007.......................................................................................................... 53
Anexo III ...................................................................................................................................... 71
Lei nº 27/2010............................................................................................................................. 71
Anexo .......................................................................................................................................... 83
( a que se refere o nº 4 do artigo 5º e o nº 2 do artigo 6º) ....................................................... 83
Parte A ........................................................................................................................................ 83
Controlos na estrada .................................................................................................................. 83
Parte B......................................................................................................................................... 84
Controlos nas instalações da empresa ...................................................................................... 84
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Regulamentação Internacional
O Regulamento 1071/2009 esclarece regras comuns no que se refere aos requisitos para
acesso á atividade de transportador rodoviário e o seu exercício, aplicando-se a todas as
empresas estabelecidas na Comunidade que exercem a atividade de transportador
rodoviário.
Não é aplicável:
▪ Às empresas que exerçam a atividade de transportador rodoviário de mercadorias
exclusivamente por meio de veículos a motor ou de conjuntos de veículos cujo peso em
carga admissível não exceda 3,5 toneladas. Todavia, os Estados-Membros podem reduzir
este limite para a totalidade ou parte das categorias de transportes rodoviárias;
▪ Às empresas que efetuem exclusivamente serviços de transporte rodoviário de
passageiros com fins não comerceiam, ou cuja atividade principal não seja a de
transportador rodoviário de passageiros;
▪ Às empresas que exerçam a atividade de transportador rodoviário exclusivamente por
meio de veículos a motor cuja velocidade máxima autorizada não exceda 40 Km/h.
Entende-se por:
▪ Atividade de transportador rodoviário de mercadorias, a atividade das empresas que
efetuam transportes de mercadorias por conta de outrem por meio de veículos a motor
ou de conjuntos de veículos;
▪ Atividade de transportador rodoviário de passageiros, a atividade das empresas que
efetuam transportes de passageiros, oferecidos ao público ou a certas categorias de
utentes contra um preço pago pela pessoa transportada ou pelo organizador do
transporte, por meio de veículos automóveis que, pelo seu tipo de construção e
equipamento, sejam aptos para o transporte de mais de nove pessoas, incluído o
condutor, e se encontrarem afetos a essa utilização;
▪ Atividade de transportador rodoviário, a atividade de transportador rodoviário de
passageiros ou de transportador rodoviário de mercadorias;
▪ Empresas, uma pessoa singular, uma pessoa coletiva, com ou sem fins lucrativos, ou um
organismo depende de uma autoridade pública, quer seja dotado de personalidade
jurídica própria quer dependa de uma autoridade dotada dessa personalidade, que
efetue o transporte de passageiros, ou uma pessoa singular ou coletiva que efetue o
transporte de mercadorias com fins comerciais;
▪ Gestor de Transporte, uma pessoa singular empregada por uma empresa ou, se a
empresa for uma pessoa singular, a própria pessoa ou, no caso de estar prevista essa
possibilidade, outra pessoa singular designada por contrato por essa empresa, que dirige
de forma efetiva e permanente a atividade de transportes da empresa.
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Por residência habitual, entende-se o local onde a pessoa vive habitualmente, ou seja,
pelo menos, 185 dias em cada ano civil, em consequência de vínculos pessoais
indicadores da existência de uma relação estreita entre a pessoa e o local onde vive.
Todavia, a resistência normal de uma pessoa cujos vínculos profissionais se situem num
lugar diferente do lugar onde possui os seus vínculos pessoais e que, por esse fato, vivia
alternadamente em lugares distintos situados em dois ou mais Estados-Membros,
considera-se como estando situada no lugar dos seus vínculos pessoais, desde que aí se
desloque regularmente. Esta última condição não é exigida, nas situações em que a
pessoa em causa viva num Estado-Membro para cumprir uma missão de duração
determinada. A frequência de uma universidade ou de uma escola não implica a mudança
da residência normal.
Entende-se por:
Veículo: um veículo a motor matriculado num Estado-Membro ou um conjunto de
veículos acoplados, dos quais pelo menos o veículo a motor está matriculado num
Estado-Membro, destinados exclusivamente ao transporte de mercadorias;
Transportes internacionais:
▪ As deslocações uma carga de um veículo cujos pontos de partida e de chegada se
situam em dois Estados-Membros diferentes, com ou sem trânsito por um ou vários
Estados-Membros ou países terceiros;
▪ As deslocações em carga de um veículo com origem num Estado-Membro com
destino a um país terceiro, e vice-versa, com ou sem transito por um ou vários Estados-
Membros ou países terceiros;
▪ As deslocações em carga de um veículo entre países terceiros, atravessando em
trânsito o território de um ou mais Estados-Membros;
▪ As deslocações sem carga relacionadas com os transportes acima indicados.
Estados-Membros de acolhimento: um Estado-Membro em que opera um transportador,
distinto do Estado-Membro de estabelecimento do Transportador;
Transportador não residente: uma empresa de transporte rodoviário de mercadorias que
opera num Estado-Membro de acolhimento;
Motorista: qualquer pessoa que conduza o veículo, mesmo por um curto período, ou que
siga num veículo no âmbito das suas funções para assegurar a sua condução, caso seja
necessário;
Operações de capotagem: transportes nacionais por conta de outrem efetuados a título
temporário num Estado-Membro de acolhimento, de acordo com o presente
regulamento;
Infração grave á legislação comunitária no domínio do transporte rodoviário: uma
infração que pode acarretar a perda da idoneidade e/ou a retirada temporária ou
definitiva de uma licença comunitária.
certificado de motorista deve ser apresentado sempre que for solicitado pelos agentes
responsáveis pelo controlo.
Entende-se por:
Perturbação grave do mercado de transportes nacionais numa zona geográfica
determinada: o seguimento, nesse mercado, de problemas específicos do mesmo, que
possam originar um excelente grave, suscetível de persistir, da oferta em relação á
procura, implicando uma ameaça para o equilibro financeiro e a sobrevivência de um
número significativo de transportadores.
Zona geográfica: uma zona que englobe uma parte ou a totalidade do território de um
Estado-Membro ou se estenda a uma parte ou á totalidade do território de outros
Estados-Membros.
Os Estados-Membros asseguram que as infrações graves á legislação comunitária no
domínio do transporte rodoviário cometidas por transportadores estabelecidos no
respetivo território, que tenham conduzido á aplicação de uma sanção por um estado-
Membro, bem como eventual retirada temporária ou definitiva da licença comunitária
ou de uma cópia certificada deste, sejam inscritas no registo eletrónico nacional das
empresas de transporte rodoviário. Os dados inscritos no registo relacionado com a
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Regulamento Nacional
O Decreto-lei nº 257/2007, alterado pelo Decreto-lei nº 136/2009, regulamenta a
atividade de transporte rodoviário de mercadorias por conta de outrem, nacional ou
internacional, por meio de veículos de peso bruto igual ou superior a 250 kg. Esta
atividade só pode ser exerci8da por sociedades comerciais ou cooperativas, licenciadas
pelo IMTT.
A Guia de transportes deve ser emitida em triplicado, assinada pelo expedidor e pelo
transportador ou aceite por forma escrita, por meio de carta, telegrama, telefax ou
outros meios informáticos equivalentes, e conter os seguintes elementos:
▪ Lugar e data em que é preenchida;
▪ Nome e endereço do transportador, do expedidor e do destinatário;
▪ Lugar e data do carregamento da mercadoria e local previsto para a entrega;
▪ Denominação corrente da mercadoria e tipo de embalagem e, quando se trate de
mercadorias perigosas ou de outras que careçam de precauções especiais, a sua
denominação dos termos da legislação especial aplicável;
▪ Peso bruto da mercadoria, número de volumes ou quantidade expressa de outro
modo.
Quando for caso disso, a guia deve conter também as seguintes indicações:
▪ Prazo para a realização do transporte;
▪ Declaração de valor da mercadoria;
▪ Declaração de interesse especial na entrega;
▪ Entrega mediante reembolso.
Responsabilidades do expedidor
O expedidor responde por todas as despesas e prejuízos resultantes da inexatidão ou
insuficiência das indicações contidas na guia de transporte relativas ás mercadorias e ao
destinatário, bem como pelas despesas de verificação da mercadoria.
O expedidor responde pelos danos causados por defeito da mercadoria ou da
embalagem, salvo se o transportador, não tiver formulado as devidas reservas.
Quando o contrato tiver por objeto o transporte de mercadorias perigosas, ou outras que
careçam de precauções especiais nos termos de legislação aplicável, o expedidor deve
assinalar com exatidão a sua natureza, sendo responsável por todas as desp0esas e
prejuízo, em caso de omissão.
Responsabilidade do transportador
O transportador é responsável pela perda total ou parcial das mercadorias ou pela avaria
que se produzir entre o momento do carregamento e o da entrega, assim como pela
demora na entrega.
O transportador responde, como se fossem cometidos por ele próprio, pelos atos e
omissões dos seus empregados, agentes, representantes ou outras pessoas a quem
recorra para a execução do contacto. A responsabilidade do transportador fica excluída,
se a perda, avaria ou demora se dever á natureza ou vício próprio da mercadoria, a culpa
do expedidor ou do destinatário, a caso fortuito ou de força maior.
O transportador não pode invocar defeitos do veículo que utiliza no transporte para
excluir a sua responsabilidade.
Há demora na entrega quando a mercadoria não for entregue ao destinatário no prazo
convencionado ou, não havendo prazo, nos sete dias seguintes á aceitação da mercadoria
pelo transportador. Quando a mercadoria não for entregue nos sete dias seguintes ao
termo prazo convencionado ou, não havendo prazo, nos 15 dias seguintes á aceitação da
mercadoria pelo transportador, considera-se que há perda total.
O valor da indeminização devida por perda ou avaria não pode ultrapassar 10 euros por
quilograma de peso bruto de mercadoria em falta. A indeminização por demora na
entrega não pode ser superior ao preço do transporte e só é devida quando o interessado
demonstrar que dela resultou prejuízo, salvo quando exista declaração de interesse
especial na entrega, caso em que pode ainda ser exigida indeminização por lucros
cessantes de que seja apresentada prova.
Sempre que a perda, avaria ou demora resultem de atuação dolosa do transportador,
este não pode prevalecer-se das disposições que excluem ou limitam a sua
responsabilidade.
Quando for caso disso, a guia deve conter também as seguintes indicações:
▪ Prazo para a realização do transporte;
▪ Declaração de valor da mercadoria;
▪ Declaração de interesse especial na entrega;
▪ Entrega mediante reembolso.
No caso das autorizações CEMT, os veículos a utilizar no transporte devem ser, pelo
menos, EURO 1. Contudo, a partir de 1 de janeiro de 2009, só os veículos de categorias
de categorias EURO 3, 4, e 5 podem realizar transportes a coberto destas autorizações.
Semestralmente, os transportes deverão remeter ao IMTT os impressos descritivos ás
viagens realizadas.
países. Caso uma determinada situação não esteja suficientemente regulada pela CMR,
aplica-se o direito nacional nas partes omissas.
Esta convenção teve como principal objetivo regular de maneira uniforme as condições
do contrato de transporte internacional de mercadorias por estrada, em particular no
que diz respeito aos documentos utilizados para este transporte e á responsabilidade do
transportador.
A Convenção não se aplica:
▪ Aos transportes efetuados ao abrigo de convenção postais internacionais;
▪ Aos transportes funerários;
▪ Aos transportes de mobiliários por mudança de domicílio.
Quando seja caso disso, a declaração de expedição deve conter também as seguintes
indicações:
▪ Proibição de trasbordo;
▪ Despesas que o expedidor a seu cargo;
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Quando seja caso disso, a declaração de expedição deve conter também as seguintes
indicações:
▪ Proibição de transbordo;
▪ Despesas que o expedidor toma a seu cargo;
▪ Valor da quantia a receber no momento da entrega da mercadoria;
▪ Valor declarado da mercadoria e quantia que representa o interesse especial na
entrega;
▪ Instruções do expedidor ao transportador no que se refere ao seguro da
mercadoria;
▪ Prazo combinado, dentro do qual deve efetuar-se o transporte;
▪ Lista dos documentos entregues ao transportador.
O acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre uma política de
livre circulação de pessoas no espaço geográfico da Europa. São 24 nações da União
Europeia (Bulgária, Roménia e Chipre aguardam a implementação) e mais outros quatro
países europeus membros da EFTA (Islândia, Noruega e Suíça; Liechtenstein aguarda
implementação).
O espaço Schengen permite a livre circulação de pessoas dentro dos países signatários,
sem a necessidade apresentação de passaporte nas fronteiras. Porem é necessário ser
portador de um documento legal como, por exemplo, o bilhete de identidade. Além do
mais, o espaço Schengen não se relaciona com a livre circulação de mercadorias
(embargos) cuja entidade mediadora é a União Europeia e os outros membros fora do
bloco económico.
Uma típica fronteira Schengen sem nenhum posto de controlo. Na foto, fronteira entre
Áustria e Alemanha.
Os nacionais dos Estados Membros da União têm o direito de se deslocar para todos os
outros países da EU sem terem de cumprir quaisquer formalidades especiais. Basta serem
portadores de um passaporte ou bilhete de identidade válido. O seu direito de viajar só
pode ser restringido por motivos de ordem pública, segurança pública ou saúde pública.
Deste modo, o seu direito de viajar não depende das circunstâncias pessoais: quer seja
por razoes profissionais ou privadas, têm o direito de viajar para qualquer parte da União
Europeia.
Se é cidadão comunitário, já não tem de mostrar o seu passaporte ao cruzar as fronteiras
entre os Estados membros de Schengen. Contudo, os Estados-Membros de Schengen
mantiveram o direito, com base nas respetivas legislações nacionais, de proceder a
controlos de identidade nos seus territórios, no exercício das suas funções de polícia
judiciária. A legislação nacional define se o cidadão deve fazer se acompanhar por um
bilhete de identidade ou passaporte válido.
Qualquer cidadão na posso de um visto Schengen pode entrar num país e viajar
livremente em todo o Espaço Schengen, já que deixou de haver controlos nas fronteiras
internas.
Se pretender visitar apenas um Estado Membro signatário de Schengen, deve pedir o
visto na Embaixada ou Consulado desse Estado Membro. Se pretender visitar diversos
países do Espaço Schengen, deve pedir o visto na Embaixada ou Consulado do país que
constitui o seu destino principal. Se pretender visitar diversos países do Espaço Schengen
mas não tiver um destino principal, deve pedir o visto na Embaixada ou consulado do país
no qual entrar em primeiro lugar.
Se alguns dos membros da sua família forem nacionais de um país terceiro, deve pedir os
vistos de entrada necessários.
Vantagens
O objetivo da convenção é facilitar o movimento de mercadorias, harmonizando os
procedimentos de controlo alfandegário, mantendo-se a segurança e garantias.
Para o efeito, regras não devem ser demasiado facilitadoras, nem demasiado complexas
para os agentes transportadores. É fundamental encontra o equilíbrio entre as exigências
alfandegárias e dos operadores do transporte.
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No que respeita ao controlo alfandegário, o sistema TIR tem claras vantagens para as
administrações alfandegárias, uma vez que reduz as habituais exigências transitárias. Ao
mesmo tempo o sistema TIR evita a necessidade (dispensada em instalações e mão de
obra) da inspeção física nos países transitários, pela simples verificação de selos e das
condições externas do compartimento de carga ou contentor.
Também dispensa a necessidade de garantias nacionais e sistemas nacionais de
documentação.
O transporte internacional passa a necessitar de u único documento de trânsito, a
caderneta TIR, que reduz o risco de se apresentar incorreta ou insuficiente aos serviços
alfandegários.
Em caso de dúvida, a autoridade alfandegária tem o direito a inspecionar as mercadorias
seladas, e se necessário interromper o transporte TIR e/ou adotar as medidas necessárias
de acordo com a legislação nacional. Estas situações deverão ocorrer apenas a título
excecional.
Princípios
A fim de garantir que a mercadoria circula com o mínimo de interferências e garantir a
segurança para as autoridades alfandegárias, a convenção TIR contém cinco requisitos
básicos:
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Este sistema tem provado ser um sistema de trânsito alfandegário eficiente e tem vindo
a desempenhar um papel importantíssimo na simplificação das trocas de mercadorias,
primeiro na Europa, mas mais recentemente nas áreas vizinhas.
A caderneta TIR
A Caderneta TIR pode ser emitida no país onde o titular está sedeado/reside ou no país
de partida.
A Caderneta TIR é impressa em francês, á exceção da página 1 (capa) onde a informação
é impressa também em inglês.
A Caderna TIR é válida até a conclusão do transporte TIR na alfândega de destino.
No caso de transportes em “comboio de viaturas” ou em dois contentores numa visita,
basta apresentar uma única Caderneta TIR.
Cada caderneta TIR pode envolver várias alfândegas na partida e n o destino, ate ao limite
de quatro. A caderneta apenas poderá ser apresentada na alfândega de destino, caso
todas as alfândegas de partida a tenham aceitado.
Existem várias alfândegas de partida quando o veículo recolhe mercadoria em mais de
um país ao longo da sua viagem. Existem várias alfândegas de destino quando p veículo
descarrega mercadoria em mais de um país ao longo da sua viagem.
Quando existe apenas uma alfândega de partida e uma alfândega de destino, a caderneta
TIR tem de possuir, pelo menos, 2 folhas para o país de origem, 2 folhas para o país de
destino e 2 folhas por cada país em trânsito. Por cada alfândega extra de partida, será
acrescentado 2 folhas extra.
A caderneta TIR tem de ser apresentada juntamente com o veículo, combinação de
veículos ou de contentores em cada alfândega de partida, de trânsito e de destino. Na
última alfandega, o responsável deverá assinar e datar a caderneta.
1.9 Transitários
Nos portos e fronteiras terrestres não há só formalidades para as mercadorias que saem
ou entram nesse país. As mercadorias que passam nesses pontos e não procedem, ou se
destinam, a esse país também têm formalidades.
Essas formalidades são chamadas de trânsito. Esse trânsito pode verificar-se
atravessando o país. Portanto por via terrestre, ou unicamente estacionando nem porto
ou aeroporto. Fundamentalmente o “trânsito” é uma entrada nem país sem pagar
direitos para a sua rápida saída para o estrangeiro.
Antigamente esse “trânsito” fazia-se, duma maneira geral, caucionando os direitos d
entrada dessa mercadoria, caução que era cancelada quando ela saía.
Mais tarde, por estrada, o trânsito processava-se da mesma forma com caução dos
direitos. Posteriormente esse trânsito na Europa fez-se também ao abrigo de Convenções
Internacionais:
▪ T.I.R. – convenção relativa ao transporte internacional de mercadorias a coberto
de “Caderneta TIR”;
▪ Convenção aduaneira sobre a importação temporária de veículos rodoviários
comercial;
▪ Convenção relativa ao contrato de transportes internacionais de mercadorias por
estrada – CMR.
A Atividade Transitaria
A atuação dos transitários como consultores, coordenadores e/ou promotores de
transportes internacionais reveste-se de uma alta importância, principalmente nas
circunstâncias atuais em que a crescente diversidade dos meios e modalidades de
transporte e das formalidades e operações inerentes á movimentação internacional de
mercadorias se torna cada vez maior.
Na verdade os estudos teóricos que possam aconselhar determinadas opções têm de ser
confirmadas e corrigidas pelas experiências vividas em abundantes casos anteriores e
assegurados coma disponibilidade de adequados meios de ação – humanos, materiais e
de organização – que realisticamente conduzam á solução mais conveniente para o
Exportador ou Importador português, dentro do contexto da Economia Nacional, em que,
necessariamente, tem que se inserir.
Alias, a adesão de Portugal á EU implica existência de estruturas e Know How ao nível dos
restantes membros daquela união.
Daí que as funções desempenhadas pelos Transitários sejam imprescindíveis ao Comercio
Internacional, e efetivamente se traduzam nem precioso apoio, não apenas aos
Transportadores, Seguradores, Entidades Portuárias e Aduaneiras dos diversos países,
mas também, e principalmente, aos Importadores, Exploradores e Agentes Comerciais
que pretendam projetar para alem das fronteiras o exercício ou o objeto das suas
atividades.
E não é por mero acaso que os países em que o número de Transitários, relativamente ás
outras especialidades profissionais, é proporcionalmente maior são justamente aqueles
em que são mais desenvolvidas, mais agressivas e mais eficientes as atividades ligadas ao
Comercio Internacional.
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Outros Documentos
Naturalmente que outros documentos poderão ser necessários:
▪ Apólice de Frete – Contrato de transporte marítimo no âmbito de um regime de
contratação livre cuja finalidade é o transporte de grandes volumes de mercadoria em
navios completos.
▪ Apólice de Seguro – Contrato de Seguro mediante o qual, a empresa seguradora
se obriga, contra cobrança de um premio, a indemnizar um dano sofrido pelo segurado
ou a satisfazer um capital, renda ou outras prestações convencionadas.
ANEXO I
Preâmbulo
CAPÍTULO I
(Âmbito de Aplicação)
Artigo 1º
1. A presente convenção aplica-se a todos os contratos de transporte de
mercadorias por estrada a título oneroso por meio de veículos, quando o lugar do
carregamento da mercadoria e o lugar da entrega previsto, tais como são indicados no
contrato, estão situados em dois países diferentes, sendo um destes, pelo menos, país
contratante e independentemente do domicílio e nacionalidade das partes.
2. Para a aplicação da presente Convenção, devem entender-se por “veículos” os
automóveis, os veículos articulados, os reboques e semirreboques, tais como estão
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Artigo 2º
CAPÍTULO II
(Pessoas pelas quais o transportador é responsável)
Artigo 3º
Para a aplicação de presente Convenção estabelece-se por meio de uma declaração de
expedição. A falta, irregularidade ou perda da declaração de expedição não prejudicam
nem a existência nem a validade do contrato de transporte, que continua sujeito ás
disposições da presente Convenção.
Artigo 5º
1. A declaração de expedição estabelece-se em três exemplares originais assinados pelo
expedidor e pelo transportador, podendo estas assinaturas ser impressas ou substituídas
pelas chancelas do expedidor e do transportador, se a legislação do país onde se
preenche a declaração de expedição o permite. O primeiro exemplar é entregue ao
expedidor, o segundo acompanha a mercadoria e o terceiro fica em poder do
transportador.
2. Quando a mercadoria a transportador é carregada em veículos diferentes, ou quando
se trata de diversas espécies de mercadorias ou de lotes distintos, o expedidor ou o
transportador têm o direito de exigir que sejam preenchidas tantas declarações de
expedição quantos os veículos a utilizar ou quantas as espécies ou lotes de mercadorias.
Artigo 6º
1. A declaração de expedição deve conter as indicações seguintes:
a) Lugar e data em que é preenchida;
b) Nome e endereço do expedidor;
c) Nome e endereço do transportador;
d) Lugar e data do carregamento da mercadoria e lugar previsto de entrega;
e) Nome e endereço do destinatário;
f) Denominação corrente da natureza da mercadoria e modo de embalagem e ,
quando se trate de mercadorias perigosas, sua denominação geralmente aceite;
g) Número de volumes, marcas especiais e números;
h) Peso bruto da mercadoria ou quantidade expressa de outro modo;
i) Despesas relativas ao transporte (preço do transporte, despesas acessórias,
direitos aduaneiros e outras despesas que venham a surgir a partir da conclusão do
contrato até á entrega);
j) Instruções exigidas, para as formalidades aduaneiras e outras;
k) Indicação de que o transporte fica sujeito ao regime estabelecido por esta
Convenção, a despeito de qualquer cláusula em contrário
2. Quando seja caso disso, a declaração de expedição deve conter também as
seguintes indicações:
a) Proibição de transbordo
b) Despesas que o expedidor toma a seu cargo
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Artigo 7º
1. O expedidor responde por todas as despesas, perdas e danos que o transportador
sofra em virtude da inexatidão ou insuficiência:
a) Das indicações mencionadas o artigo 6, paragrafo 1, b),d),e),f),g),h) e j)
b) Das indicações mencionadas no artigo 6, paragrafo 2,
c) De qualquer outra indicação ou instruções que dê para o preenchimento da
declaração de expedição ou para incluir nesta
2. Se o transportador, a pedido do expedidor, inscrever na declaração de expedição
as indicações mencionadas no parágrafo 1 do presente artigo, considerar-se-á, até prova
em contrário, que atua em nome do expedidor
3. Se a declaração de expedição não contiver a menção prevista no artigo 6,
paragrafo 1, k), o transportador será responsável por todas as despesas, perdas e danos
sofridos pela pessoa que tem direito á mercadoria em virtude desta omissão.
Artigo 8º
1. Ao tomar conta da mercadoria, o transportador tem o dever de verificar
a) A exatidão das indicações da declaração de expedição acerca do número de
volumes, marcas e números
b) O estado aparente da mercadoria e da sua embalagem
2. Se o transportador não tiver meios razoáveis de verificar a exatidão das indicações
mencionadas no parágrafo 1, a), do presente artigo, inscreverá na declaração de
expedição reservas que devem ser fundamentadas. Do mesmo modo, deverá
fundamentar todas as reservas não obrigam o expedidor se este as não tiver aceitado
expressamente na declaração de expedição.
3. O expedidor tem o direito de exigir que o transportador verifique o peso bruto da
mercadoria ou sua quantidade expressa de outro modo. Pode também exigir a verificação
do conteúdo dos volumes. O transportador pode reclamar o pagamento das despesas de
verificação. O resultado das verificações será mencionado na declaração de expedição.
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Artigo 9º
1. A declaração de expedição, até prova em contrário, faz fé das condições do
contrato e da receção da mercadoria pelo transportador;
2. Na falta de indicações de reserva motivadas do transportador na declaração de
expedição, presume-se que a mercadoria e embalagem estavam em bom estado
aparente no momento em que o transportador as tomou a seu cargo, e que o número
de volumes, as marcas e os números estavam em conformidade com as indicações da
declaração de expedição.
Artigo 10º
Artigo 11º
Artigo 12º
Artigo 13º
Artigo 14º
Artigo 15º
Artigo 16º
1. O transportador tem direito ao reembolso das despesas que lhe causar o pedido
de instruções ou a execução destas, a não ser estas despesas sejam consequência da
falta.
2. Nos casos previstos no artigo 14º, paragrafo 1, e no artigo 15º, o transportador
pode descarregar imediatamente a mercadoria por conta do interessado, depois da
descarga, o transporte considera-se terminado. O transportador passa então a ter a
mercadoria á sua guarda. Pode, o entanto, confiar a mercadoria a um terceiro e então só
é responsável pela escolha judiciosa desse terceiro. A mercadoria continua onerada com
os créditos resultantes da declaração de expedição e de todas as outras despesas.
3. O transportador pode promover a venda da mercadoria sem esperar instruções
do interessado, quando a natureza deteriorável ou o estado da mercadoria o justifiquem
ou quando as despesas de guarda estão desproporcionadas com o valor da mercadoria.
Nos outros casos, pode também promover a venda quando não tenha recebido do
interessado, em prazo razoável, instruções em contrário cuja execução possa ser
equitativamente exigida.
4. Se a mercadoria tiver sido vendida segundo este artigo, o produto da venda deve
ser posto á disposição do interessado, depois de deduzida as despesas que onerem a
mercadoria. Se estas despesas forem superiores ao produto da venda, o transportador
tem direito á diferença.
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CAPITÚLO IV
(Responsabilidade do Transportador)
Artigo 17º
Artigo 18º
1. Compete ao transportador fazer prova de que a perda, avaria ou demora teve por
causa um dos fatos previstos no artigo 17º, parágrafo 2.
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Artigo 19º
Há demora na entrega quando a mercadoria não foi entregue no prazo convencionado,
ou, se não foi convencionado prazo, quando a duração efetiva do transporte, tendo em
conta as circunstancias, e em especial, no caso de um carregamento parcial, o tempo
necessário para juntar um carregamento completo em condições normais, ultrapassar o
tempo que é razoável atribuir a transportes diligentes.
Artigo 20º
1. O interessado, sem ter de apresentar outras provas, poderá considerar a
mercadoria como perdida quando esta não tiver sido entregue dentro dos 30 dias
seguintes ao termo do prazo convencionado, ou, se não foi confecionado prazo, dentro
dos 60 dias seguintes á entrega da mercadoria ao cuidado do transportador.
2. O interessado, ao receber o pagamento da indeminização pela mercadoria
perdida, poderá pedir por escrito que seja avisado imediatamente se a mercadoria
aparecer no decurso do ano seguinte ao pagamento da indeminização. Ser-lhe-á acusada
por escrito a receção desse pedido.
3. Dentro dos 30 dias seguintes á receção desse aviso, o interessado poderá exigir
que a mercadoria lhe seja entregue contra o pagamento dos créditos resultantes da
declaração de expedição e contra a restituição da indeminização que recebeu, sendo
eventualmente deduzidas as despesas incluídas nessa indeminização, e com reserva de
todos os direitos a indeminização por demora na entrega prevista no artigo 23, e, se for
caso disso, no artigo 26.
4. Na falta quer do pedido previsto no parágrafo 2, quer de instruções dadas no
prazo de 30 dias previsto no parágrafo 3, ou ainda no caso de a mercadoria só aparecer
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Artigo 21º
Se a mercadoria for entregue ao destinatário sem cobrança do reembolso que deveria
ter sido percebido pelo transportador em virtude das disposições do contrato de
transporte, o transportador tem de indemnizar o expedidor até ao valor do reembolso,
salvo se proceder contra o destinatário.
Artigo 22º
1. Se o expedidor entregar ao transportador, mercadorias perigosas, assinar-lhe-á a
natureza exata do perigo que estas apresentam e indicar-lhe-á eventualmente as
precauções a tomar. No caso de este aviso não ser mencionado na declaração de
expedição, competirá ao expedidor ou ao destinatário apresentar prova, por quaisquer
outros meios, de que o transportador teve conhecimento da natureza exata do perigo
que apresentava o transporte das referidas mercadorias.
2. As mercadorias perigosas, de cujo perigo o transportador não tenha tido
conhecimento nas condições previstas no parágrafo 1 do presente artigo, podem ser
descarregadas, destruídas ou tornadas inofensivas pelo transportador, em qualquer
momento e lugar, sem nenhuma indeminização, o expedidor, alem disso, será
responsável por todas as despesas e prejuízos resultantes de terem sido entregues para
transporte ou do seu transporte.
Artigo 23º
1. Quando for debitada ao transportador uma indemnização por perda total ou
parcial da mercadoria, em virtude das disposições de presente Convenção, essa
indeminização será calculada segundo o valor da mercadoria no lugar e época em que for
aceite para transporte.
2. O valor da mercadoria será determinado pela cotação na bolsa, ou, na falta desta,
pelo preço corrente no mercado, ou, na falta de ambas, pelo valor usual das mercadorias
da mesma natureza e qualidade.
3. (na redação dada pelo Protocolo de Emenda) A indeminização não poderá, porém,
ultrapassar 8,33 unidades de conta por quilograma de peso bruto em falta.
4. Além disso, serão reembolsados o preço do transporte, os direitos aduaneiros e
as outras despesas provenientes do transporte da mercadoria, na totalidade no caso de
perda total e em proporção no caso de perda parcial, não serão devidas outras
indeminizações de perdas e danos.
5. No caso de demora, se o interessado provar que disso resultou prejuízo, o
transportador terá de pagar por esse prejuízo uma indeminização que não poderá
ultrapassar o preço do transporte.
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Artigo 24º
O expedidor poderá mencionar na declaração de expedição, contra pagamento de um
suplemento de preço a convencionar, um valor da mercadoria que exceda o limite
mencionado no parágrafo 3 do artigo 23º, e nesse caso o valor declarado substitui esse
limite.
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Artigo 25º
1. Em caso de avaria, o transportador paga o valor da depreciação calculada segundo
o valor da mercadoria determinado em conformidade com o artigo 23º, parágrafos 1, 2
e 4.
2. No entanto, a indeminização não poderá ultrapassar:
a) O valor que atingira no caso de perda total, se toda a expedição se depreciou com
a avaria
b) O valor que atingiria no caso de perda depreciada, se apenas parte da expedição
se depreciou co a avaria.
Artigo 26º
1. O expedidor pode fixar, mencionando-o na declaração de expedição e contra
pagamento de um suplemento de preço a convencionar, o valor de um juro especial na
entrega para o caso de perda ou avaria e para o de ultrapassagem do prazo
convencionado.
2. Se houver declaração de juro da especial na entrega, pode ser exigida,
independentemente das indeminizações previstas nos artigos 23º, 24º e 25º e até ao
valor do juro declarado, uma indeminização igual ao dano suplementar de que seja
apresentada prova.
Artigo 27º
1. O interessado pode pedir os juros da indeminização. Estes juros, calculados á taxa
de 5 por cento ao, ano contam-se desde o dia em que a reclamação for dirigida por escrito
ao transportador, ou, se não houve reclamação, desde o dia em que a declaração for
dirigida por escrito ao transportador, ou, se não houve reclamação, desde o dia em que
a reclamação for dirigida por escrito ao transportador, ou, se não houve reclamação,
desde o dia em que intentou ação judicial.
2. Quando os elementos que servem de base para o cálculo da indeminização não
são expressos na moeda do país onde é exigido o pagamento, a conversão é feito pela
cotação é feita pela cotação do dia e lugar do pagamento da indeminização.
Artigo 28º
1. Quando, segundo a lei aplicável, a perda, a avaria ou demora ocorridas durante
um transporte sujeito á presente Convenção possa dar lugar a uma reclamação
extracontratual, o transportador poderá aproveitar-se das disposições da presente
Convenção que excluem a sua responsabilidade ou que determinam ou limitam as
indeminizações devidas.
2. Quando a responsabilidade extracontratual, por perda, avaria ou demora, de uma
das pessoas pelas quais o transportador responde nos termos do artigo 3º é posta em
causa, essa pessoa poderá também aproveitar-se das disposições da presente Convenção
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Artigo 29º
1. O transportador não tem o direito de aproveitar-se das disposições do presente
capítulo que excluem ou limitam a sua responsabilidade ou que transferem o encargo da
prova se o dano provier de dolo seu ou de falta que lhe seja imputável e que, segundo a
lei da jurisdição que julgar o caso, seja considerada equivalente ao dolo.
2. Sucede o mesmo se o dolo ou a falta for ato dos agentes do transportador ou de
quaisquer outras pessoas cujos serviços aquele recorre para a execução do transporte,
quando esses agentes ou essas outras pessoas atuarem no exercício das suas funções.
Neste caso, esses agentes ou essas outras pessoas também não tem o direito de
aproveitar-se, quando á sua responsabilidade pessoal, das disposições do presente
capitulo indicadas no paragrafo 1.
CAPÍTULO V
(Reclamações e Ações)
Artigo 30º
1. Se o destinatário receber a mercadoria sem verificar contraditoriamente o seu
estado com o transportador, ou sem ter formulado reservas a este que indiquem a
natureza geral da perda ou avaria, o mais tarde no momento da entrega se tratar de
perdas ou avarias aparentes, ou dentro de sete dias a contar da entrega, não incluindo
domingos e dias feriados, quando se tratar de perdas ou avarias não aparentes, presumir-
se-á, até prova em contrario, que a mercadoria foi recebida no estado descrito na
declaração de expedição. As reservas indicadas acima devem ser feitas por escrito
quando se tratar de perdas ou avarias não aparentes.
2. Quando o estado da mercadoria foi verificado contraditoriamente pelo
destinatário e pelo transportador, a prova em contrário do resultado desta verificação só
poderá fazer-se se tratar de perdas ou avarias não aparentes e se o destinatário tiver
apresentado ao transportador reservas por escrito dentro dos sete dias, domingos e dias
feriados não incluídos, a contar dessa verificação.
3. Uma demora na entrega só pode dar origem a indeminização se tiver formulado
uma reserva por escrito no prazo de 21 dias, a contar da colocação da mercadoria á
disposição do destinatário.
4. A data da entrega, ou, segundo o caso, a da verificação ou da colocação da
mercadoria á disposição, não é contada nos prazos previstos no presente artigo.
5. O transportador e o destinatário darão um ao outro, reciprocamente, todas as
felicidades razoáveis para as observações e verificações necessárias.
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Artigo 31º
1. Para todos os litígios provocados pelos transportes sujeitos á presente
Convenção, o autor poderá recorrer, além das jurisdições dos países contratantes
designados de comum acordo pelas partes, para a jurisdição do país no território do qual:
a) O réu tiver a sua residência habitual, a sua residência habitual, a sua sede principal
ou sucursal ou agência por intermédio da qual se estabeleceu o contrato de transporte
b) Estiver situado o lugar do carregamento da mercadoria ou o lugar do
carregamento da mercadoria ou o lugar previsto para a entrega, e só poderá recorrer a
estas jurisdições.
2. Quando num litígio previsto no parágrafo 1 do presente artigo estiver em
instância uma ação numa jurisdição comete nos termos desse parágrafo, ou quando tal
jurisdição pronunciar sentença em tal litígio, não poderá ser intentada mais nenhuma
ação pela mesma causa entre as mesmas partes, a não ser que a decisão da jurisdição
perante a qual foi intentada a primeira ação não possa ser executada no país onde é
intentada a nova ação.
3. Quando num litígio previsto no parágrafo 1 do presente artigo uma sentença
pronunciada por uma jurisdição de um país contratante se tornou executória nesse país,
torna-se também executória em cada um dos países contratantes imediatamente após o
cumprimento das formalidades prescritas para esse efeito no país interessado. Essas
formalidades não podem comportar-se nenhuma revisão do caso.
4. As disposições do parágrafo 3 do presente artigo aplicam-se às sentenças
contraditórias, às sentenças omissas e às transações em perdas e danos que venham a
ser impostas além das despesas contra um queixoso em virtude da rejeição total ou
parcial da sua queixa.
5. Não pode ser exigida caução a nacionais de países contratantes, com domicílio ou
estabelecimento num destes países, para garantir o pagamento das despesas causadas
por ações judiciais originadas pelos transportes sujeitos á presente Convenção.
Artigo 32º
1. As ações que podem ser originadas pelos transportes sujeitos á presente
Convenção prescreve no prazo de um ano. No entanto, a prescrição é de três anos no
caso de dolo, ou de falta que a lei da jurisdição a que se recorreu considere equivalente
ao dolo. O prazo de prescrição é contado:
a) A partir do dia em que a mercadoria foi entregue, no caso de perda parcial, avaria
ou demora
b) No caso de perda total, a partir do 30º dia após a expiração do prazo
convencionado, ou, se não tiver sido convencionado prazo, a partir do 60º dia após a
entrega da mercadoria ao cuidado do transportador
c) Em todos os outros casos, a partir do termo de um prazo de três meses, a contar
da conclusão do contrato de transporte
O dia indicado acima como ponto de partida da prescrição não é compreendido no prazo.
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Artigo 33º
O controlo de transporte pode conter uma cláusula que atribua competência a um
tribunal arbitral, desde que assa cláusula estipule que o tribunal arbitral aplicará a
presente Convenção.
CAPÍTULO VI
(disposições relativas ao transporte efetuado por transportadores sucessivos)
Artigo 34º
Se um transporte regulado por um contrato único for executado por transportadores
rodoviários sucessivos, cada um destes assume a responsabilidade da execução do
transporte total, e o segundo e cada um doa seguintes transportadores, ao aceitarem a
mercadoria e a declaração de expedição, tornam-se partes no contrato nas condições da
declaração de expedição.
Artigo 35º
Artigo 36º
A não ser que se trate de reconvenção ou de exceção posta em relação a um pedido
fundado no mesmo contrato de transporte, a ação de responsabilidade por perda, avaria
ou demora só pode ser posta contra o primeiro transportador, o último transportador
que executava a parte do transporte na qual se produziu o fato que causou a perda, avaria
ou demora, ação pode ser posta simultaneamente contra vários destes t5ransportadores.
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Artigo 37º
O transportador que tiver pago uma indeminização segundo as disposições da presente
Convenção terá o direito de intentar recurso quanto ao principal, juros e despesas contra
os transportadores que participaram na execução do contrato de transporte, em
conformidade com as disposições seguintes:
a) O transportador que causou o dano é o único que deve suportar a indeminização,
quer ele próprio a tenha pago, quer tenha sido paga por outro transportador
b) Quando o dano foi causado por dois ou mais transportes, cada um deve pagar
uma quantia proporcional á sua parte de responsabilidade e se for impossível a avaliação
das partes de responsabilidade, cada um é responsável proporcionalmente á parte de
renumeração do transporte que lhe competir
c) Se não puderem determinar-se os transportadores aos quais deve atribuir-se a
responsabilidade, o encargo da indeminização será distribuído por todos os
transportadores, na proporção fixada em b).
Artigo 38º
Se um dos transportadores for insolvente, a parte que lhe cabe e não foi paga será
distribuída por todos os outros transportadores, proporcionalmente às suas
remunerações.
Artigo 39º
1. O transportador contra o qual tiver sido posto um dos recursos previstos nos
artigos 37º e 38º não poderá contestar o fundamento do pagamento efetuado pelo
transportador que intentar o recurso, quando a indeminização tiver sido fixada por
decisão judicial, desde que tenha sido devidamente informado do processo e tenha sido
possibilidade de nele intervir.
2. O transportador que quiser intentar o seu recurso poderá apresenta-lo no tribunal
competente do país no qual um dos transportadores interessados tiver residência
habitual, sede principal ou sucursal ou agência por intermedio da qual foi efetuado o
contrato de transporte. O recurso poderá ser intentado numa só a mesma instância
contra todos os transportadores interessados.
3. As disposições do artigo 31º, parágrafos 3 e 4, aplicar-se ás sentenças
pronunciadas nos recursos previstos nos artigos 37º e 38º.
4. As disposições do artigo 32º são aplicáveis aos recursos entre transportadores.
No entanto prazo de prescrição é contado que a partir do dia de uma decisão judicial
definitiva que fixe a indeminização a pagar em virtude em virtude das disposições da
presente Convenção, quer, no caso de não ter havido tal decisão, a partir do pagamento
efetivo.
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Artigo 40º
Os transportadores poderão convencionar entre si disposições diferentes das dos artigos
37º e 38º.
CAPÍTULO VII
(Nulidade das estipulações contrárias á Convenção)
Artigo 41º
1. Salvas as disposições do artigo 40º, é nula e sem efeito qualquer estipulação que,
direta ou indiretamente, modifique as disposições da presente Convenção. A nulidade de
tais estipulações não implica a nulidade das outras disposições do contrato.
2. Em especial, seria nula qualquer cláusula pela qual o transportador se atribuísse
o benefício do seguro da mercadoria ou qualquer outra análoga, assim como qualquer
cláusula que transfira o encargo da prova.
CAPÍTULO VIII
(Disposições Finais)
Artigo 42º
1. A presente Convenção fica patente á assinatura ou adesão dos países membros
da Comissão Económica para a Europa e dos países admitidos na Comissão a título
consultivo, em conformidade com o parágrafo 8 do mandato desta Comissão.
2. Os países que podem tomar parte dessa Comissão, poderão tornar-se partes
Contratantes da presente Convenção, aderindo a esta depois da sua entrada em vigor.
3. A Convenção estará patente á assinatura até 31 de agosto de 1956, inclusive.
Depois desta data, ficará patente á adesão.
4. A presente Convenção será ratificada.
5. A ratificação ou a adesão efetuar-se-á pelo depósito de um instrumento junto
do Secretário-geral da Organizada das Nações Unidas.
Artigo 43º
1. A presente Convenção entrará em vigor no 90º dia depois de cinco países
mencionadas no parágrafo 1 do artigo 42º terem depositado os seus instrumentos de
ratificação ou adesão.
2. Para cada país que a ratificar ou a ela aderir, depois de cinco países terem
depositado os seus instrumentos de ratificação ou adesão do referido país.
Artigo 44º
1. Qualquer Parte Contratante poderá denunciar a presente Convenção por
notificação dirigida ao Secretário-geral da Organização das Nações Unidas.
2. A denúncia produz efeito dez meses depois da data em que o Secretário-Geral
dela tiver recebido notificação.
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Artigo 45º
Se depois da entrada em vigor da presente Convenção o número das Partes
Contratantes dicar reduzido a menos de cinco, em consequência de denuncias, a
presente Convenção deixará de estar em vigor a partir da data em que produzir efeito a
última dessas denúncias.
Artigo 46º
1. Qualquer país, ao seu depositar o seu instrumento de ratificação ou adesão ou
qualquer outro momento ulterior, poderá declarar, por notificação ao secretário-geral
da Organização das Nações Unidas, que a presente Convenção se aplica á totalidade ou
á parte dos territórios que representa no plano internacional. A convenção será
aplicável ao território ou territórios mencionados na notificação a partir do 90º dia
depois da receção desta notificação pelo Secretário-geral, ou, se nesse dia a Convenção
ainda não tiver entrado em vigor, a contar da data da sua entrada em vigor.
2. Qualquer país que tenha feito, em conformidade com o parágrafo pertencente,
uma declaração com o efeito de ornar a presente Convenção aplicável a um território
que represente no plano internacional, poderá em conformidade com o artigo 44º,
denunciar a Convenção no que diz respeito ao referido território.
Artigo 47º
Qualquer litígio entre duas ou mais Partes Contractuantes acerca da interpretação ou
aplicação da presente Convenção, que as Partes não possam resolver por meio da
negociação ou outro modo de solução, poderá ser submetido á decisão do Tribunal
Internacional de Justiça, a pedido de qualquer das Partes Contratantes interessadas.
Artigo 48º
Artigo 49º
1. Depois de a presente Convenção ter estado em vigor durante três anos, qualquer
Parte Contratante, por meio de notificação dirigida ao Secretário-geral da organização
das Nações Unidas, poderá pedir a convocação de uma conferência de revisão se, no
prazo de quatro meses, a contar da comunicação enviada, pelo menos um quarto das
Partes Contratantes lhe comunicar o seu assentimento a esse pedido.
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Artigo 50º
Além das notificações previstas no artigo 49º, o Secretário-geral da Organização das
Nações Unidas comunicará aos países indicados no parágrafo 1 do artigo 42º e aos
países que tiverem tornado partes Contratantes pela aplicação do parágrafo 2 do artigo
42º
a) As ratificações e adesões em virtude do artigo 42º
b) As datas em que a presente Convenção entrar em vigor em conformidade com o
artigo 43º
c) As denúncias em virtude do artigo 44º
d) A ab-rogação da presente Convenção em conformidade com o artigo 45º
e) As notificações recebidas em conformidade com o artigo 46º
f) As declarações e notificações recebidas em conformidade com os parágrafos 1 e
2 do artigo 48º
Artigo 51º
Depois de 31 de agosto de 1956, o original da presente Convenção será depositado junto
do Secretário-geral da organização das Nações Unidas, que dele transmitirá cópias
devidamente certificadas a cada um dos países indicados nos parágrafos 1 e 2 do artigo
42º
Em fé do que os abaixo assinados, para isso devidamente autorizados, assinaram a
presente Convenção. Feito em Genebra, ao dezanove de maio de mil novecentos e
cinquenta e seis, num só exemplar, nas línguas inglesa e francesa, ambos os textos
fazendo fé.
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ANEXO II
introduzida a punição, ate aqui inexistente, pela falta de certificação de motorista, exigido
aos motoristas nacionais de países terceiros pelo Regulamento (CE) nº 484/2002, do
Parlamento Europeu e do Concelho, que alterou o Regulamento (CEE) nº 881/92,
também o Parlamento Europeu e do Concelho.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei nº 1/2007, de 11 de janeiro, e os
termos das alíneas a) e b) do nº 1 do artigo 198º da Constituição, o Governo de creta o
seguinte:
Capítulo I
Disposições gerais
Artigo 1º
Âmbito
1 – O presente decreto – lei aplica-se ao transporte rodoviário de mercadorias efetuado
por meio de veículos automóveis ou conjuntos de veículos de mercadorias, co peso bruto
igual ou superior a 2500 kg.
2 – Não estão abrangidos pelo regime de licenciamento na atividade a que se refere o
presente decreto-lei:
a) Os transportes de produtos ou mercadorias diretamente ligadas á gestão agrícola
ou dela proveniente efetuados por meio de reboques atrelados aos respetivos tratores
agrícolas
b) Os transportes de envios postais realizados no âmbito da atividade de prestador
de serviços postais;
c) A circulação de veículos aos quais estejam ligados, de forma permanente e
exclusiva, equipamentos ou máquinas.
Artigo 2º
Definições
Para efeitos do disposto no presente decreto-lei e legislação complementar, considera-
se:
a) «Transporte rodoviário de mercadorias» a atividade de natureza logística e
operacional que envolve a deslocação física de mercadorias em veículos automóveis ou
conjuntos de veículos, podendo envolver ainda operações de manuseamento dessas
mercadorias, designadamente grupagem, triagem, receção, armazenamento e
distribuição
b) «Transporte por conta de outrem ou público» o transporte de mercadoria
realizado mediante contrato, que não se enquadre nas condições definidas na alínea
seguinte;
c) «Transporte por conta própria ou particular» o transporte realizado por pessoas
singulares ou coletivas em que se verifiquem cumulativamente as seguintes condições:
1- As mercadorias transportadas sejam da sua propriedade, ou tenham sido
vendidas, compradas, dadas ou tomadas de aluguer, produzidas, extraídas,
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transformadas ou reparadas pela entidade que realiza o transporte e que este constitua
uma atividade acessória no conjunto das suas atividades
2- Os veículos utilizados sejam da sua propriedade, objeto de contrato de locação
financeira ou alugados em regime de aluguer sem condutor
3- Os veículos sejam, em qualquer caso, conduzidos pelo proprietário ou locatário
ou por pessoal ao seu serviço
d) «Mercadorias» toda a espécie de produtos ou objetos, com ou sem valor
comercial, que possam ser transportados em veículos automóveis ou conjuntos de
veículos
e) «Transporte nacional» o transporte que se efetua totalmente em território
nacional
f) «Transporte internacional» o transporte que implica o atravessamento de
fronteiras e se desenvolve parcialmente em território nacional.
g) «Transporte combinado» o transporte de mercadorias em que, na parte inicial
ou final do trajeto, se utiliza o modo rodoviário e, na outra parte, o modo ferroviário, o
modo aéreo, a via fluvial ou a via marítima
h) «Transportador residente» qualquer empresa estabelecida em território nacional
habilitada a exercer a atividade transportadora
i) «Transportador não residente» qualquer empresa estabelecida num país
estrangeiro habilitada a exercer a atividade nos termos da regulamentação desse país
j) «Cabotagem» a realização de transporte nacional por transportadores não
residentes
k) «Transportes especiais» os transportes que, designadamente pela natureza ou
dimensão das mercadorias transportadas, devem obedecer a condições técnicas ou a
medidas de segurança especiais
l) «Transportes equiparado a transportes por conta própria» os que integrem um
transporte combinado e se desenvolvam nos percursos rodoviários iniciais ou terminais,
desde que seja cumprida a condição prevista na subalínea i) e alínea c) e o veiculo trator
seja propriedade da empresa expedidora, objeto de contrato de locação financeira ou de
aluguer sem condutor e seja conduzido pelo proprietário, locatário ou pessoal ao seu
serviço, mesmo que o reboque esteja matriculado ou tenha sido alugado pela empresa
destinatária, ou vice-versa, no caso dos percursos rodoviários terminais
m) «Transportes em regime de carga completa» os transportes por conta de outrem
em que o veiculo é utilizado no conjunto da sua capacidade de carga por um único
expedidor
n) «Transporte em regime de carga fracionada» os transportes por conta de outrem
em que o veículo é utilizado por fração da sua capacidade de carga por vários expedidores
o) «Guia de Transporte» o documento descritivo dos elementos essenciais da
operação de transporte e que estabelece as condições de realização do contrato entre o
transportador e o expedidor
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Capítulo II
Acesso á atividade
Artigo 3º
Licenciamento da Atividade
Artigo 5º
Idoneidade
1 – A idoneidade é aferida pela inexistência de impedimentos legais, nomeadamente a
condenação por determinados ilícitos praticados pelos administradores, diretores ou
gerente
2 – São considerados idóneas as pessoas relativamente às quais não se verifique algum
dos seguintes impedimentos:
a) Proibição legal para o exercício do comércio
b) Condenação com pena de prisão efetiva igual ou superior a 2 anos, transitada em
julgado, por crime contra o património, por tráfico de estupefacientes, por
branqueamentos de capitais, for fraude fiscal ou aduaneira
c) Condenação, com transito em julgado, na medida de segurança de interdição do
exercício da profissão de transportador, independentemente da natureza do crime
d) Condenação, com transito em julgado, por infrações grave às regulamentações
sobre os tempos de condução e de repouso ou á regulamentação sobre a segurança
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Artigo 6º
Capacidade profissional
1 – a capacidade profissional deve ser preenchida por pessoa que, sendo titular do
certificado de capacidade profissional a que se refere o artigo 7º, detenha poderes para
obrigar a empresa, isolada ou conjuntamente, e a dirija em permanência e efetividade.
2 – Para efeitos do cumprimento do requisito de capacidade profissional, a pessoa que
assegura este requisito deve fazer prova da sua inscrição na segurança social, na
qualidade de quadro de direção da empresa.
3 – A mesma pessoa não pode assegurar o requisito de capacidade profissional a mais de
uma empresa, salvo se pelo 50% do capital social de casa uma das empresas por ela
dirigidas pertencer ao mesmo sócio, pessoa singular ou coletiva.
Artigo 7º
Certificado de capacidade profissional
1 – o certificado de capacidade profissional para transportes rodoviários de mercadorias,
nacionais ou internacionais, consoante o caso, é emitido pelo IMTT a pessoas que:
a) Tenham frequentado ação de formação sobre as matérias referidas na lista
constante do anexo I ao presente decreto-lei e que faz dela parte integrante e obtenham
aprovação em exame, realizado de acordo com as regras constantes do anexo II ao
presente decreto-lei e que dele faz parte integrante
b) Comprovem curricularmente ter, pelo menos, cinco anos de experiência prática
ao nível de direção numa empresa licenciada para transportes rodoviárias de
mercadorias, nacionais ou internacionais, e obtenham aprovação em exame específico
de controlo.
2 – As pessoas diplomadas com curso do ensino superior ou com curso reconhecido
oficialmente, que implique bom conhecimento de alguma ou algumas matérias referidas
na lista de anexo I, podem ser dispensadas da formação e do exame relativamente a essa
ou a essas matérias.
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Artigo 8º
Capacidade técnica
A capacidade técnica consiste na existência de meios técnicos e humanos á dimensão das
empresas transportadoras, de acordo com os critérios a definir por portaria.
Artigo 9º
Capacidade financeira
1 – a capacidade financeira consiste na posse de recursos financeiros necessários para
garantir o inicio da atividade e a boa gestão da empresa.
2 – Para efeitos de início de atividade, as empresas devem dispor de um capital social
mínimo de 125 000€ ou de 50 000€, no caso de exercício da atividade exclusivamente
por meio de veículos ligeiros.
3 – Durante o exercício da atividade, o montante de capital e reservas não pode ser
inferior a 9000€ pelo primeiro veículo automóvel licenciado e 5000€ ou 1500€ por cada
veículo automóvel adicional, consoante se trate de veículo pesado ou ligeiro.
4 – A comprovação do disposto nos números anteriores é feita por certidão do registo
comercial da qual conste o capital social e por duplicado ou cópia autenticada do último
balanço apresentado para efeitos de imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas
(IRC) ou por garantia Bancária
5 – A certidão do registo comercial pode ser fornecida mediante a disponibilidade do
código de acesso á certidão permanente de registo comercial, ou, em alternativa,
mediante a entrega da certidão em papel.
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Artigo 10º
Cumprimento das obrigações fiscais
A comprovação da situação contributiva da empresa perante a administração fiscal e a
segurança social é exigível no momento da renovação do alvará e no licenciamento de
veículos.
Artigo 11º
Dever de informação
1 – Os requisitos de acesso e exercício da atividade são de verificação permanente,
devendo as empresas comprovar o seu cumprimento sempre que lhes seja solicitado.
2 – As empresas têm o dever de comunicar ao IMTT as alterações ao pacto social,
designadamente modificações na administração, direção ou gerência, bem como
mudanças de sede, no prazo de 30 dias a contar da data da sua ocorrência.
Artigo 12º
Falta superveniente de requisitos
1 – A falta superveniente de qualquer um doa requisitos de idoneidade, capacidade
profissional e capacidade financeira deve ser suprida no prazo de um ano a contar da
data da sua ocorrência.
2 – Para efeitos de suprimento do requisito de capacidade financeira de exercício da
atividade pode ser concedido o prazo adicional de um ano, desde que a situação
económica da empresa o justifique e mediante a apresentação de um plano financeiro.
Artigo 13º
Renovação e caducidade do alvará ou licença comunitária
1 – Os pedidos de renovação de alvará ou da licença comunitária devem ser requeridos
no IMTT com a antecedência mínima de 60 dias relativamente ao termo do respetivo
prazo de validade
2 – A licença para o exercício da atividade, alvará ou licença comunitária caduca:
a) Decorridos os prazos a que se refere o artigo anterior em que a falta seja suprida
b) Se durante um ano a contar da data da emissão do alvará ou licença comunitária
a empresa não tiver licenciado nenhum veículo automóvel
3 – Com a caducidade da licença para o exercício da atividade caducam todas a s licenças
dos veículos automóveis ou copias certificadas da licença comunitária que tenham sido
emitidas á mresa.
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Capítulo III
Acesso e organização do mercado
Artigo 14º
Licenciamento de veículos automóveis
1 – Os veículos automóveis afetos ao transporte rodoviário de mercadorias por conta de
outrem estão sujeitos a licença a emitir pelo IMTT, quer sejam da propriedade do
transportador, objeto de contrato de locação financeira, ou contrato de aluguer sem
condutor
2 – Até que a soma dos pesos brutos dos veículos da empresa 40 t, os veículos automóveis
a licenciar após a obtenção do alvará ou da licença comunitária, a que se refere o nº2 do
artigo 3º, devem necessariamente se novos, considerando-se que satisfazem esta
condição os veículos que não tenham mais de um ano de fabrico contado a partir da data
de primeira matrícula
3 – São condições de emissão de licença que a idade média da frota de automóveis da
empresa não exceda 10 anos, sendo determinada a idades de cada veículo pela data da
primeira matrícula
4 – As licenças dos veículos caducam no caso de transmissão da propriedade ou da posse
de veículo e sempre que se verifique a caducidade do alvará ou da licença comunitária.
Artigo 15º
Identificação de veículos
Os veículos automóveis licenciados para o transporte rodoviário de mercadorias por
conta de outrem devem ostentar distintivos de identificação.
Artigo 16º
Transportes de carácter excecional
Estão sujeitos a autorização, a emitir pelo IMTT, os transportes de carater excecional
realizados por veículos afetos ao transporte por conta própria, cujo peso bruto execeda
2500 kg, em que, cumulativamente:
a) As mercadorias e os veículos não pertençam ao mesmo proprietário
b) O transporte seja efetuado sem fins lucrativos por coletividade de utilidade
pública ou outras agremiações filantrópicas, desportivas ou recreativas
c) As mercadorias transportadas estejam relacionadas com os fins das entidades que
efetuam o transporte
d) Os veículos utilizados sejam da propriedade da entidade que realiza o transporte,
de algum dos seus associados ou cedidos a título gratuito por outras entidades
Artigo 17º
Transportes internacionais e de cabotagem
1 – Os transportes internacionais e os transportes de cabotagem a realizar por
transportadores não residentes sediados fora do território da União Europeia estão
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Artigo 19º
Guia de transporte
1 – os transportes rodoviários de mercadorias por conta de outrem são descritivos numa
guia de transporte, que deve acompanhar as mercadorias transportadas
2 – a guia de transportes deve conter os elementos que vieram a ser definidos por
despacho do presidente do concelho diretivo do IMTT
Artigo 20º
Documentos que devem estar a bordo do veículo
Durante a realização dos transportes a que se refere o presente decreto-lei, devem estar
a bordo do veículo a ser apresentados á entidade fiscalizadora sempre que solicitado a
copia certificada da licença comunitária bem como as licenças e as autorizações previstas
nos artigos 14º 16º e 17º, e, no caso de transporte internacional em que o veículo é
conduzido por um motorista nacional de pais terceiro, o respetivo certificado.
Capítulo IV
Fiscalização e regime sancionatório
Artigo 21º
Fiscalização
1 – A fiscalização do cumprimento do disposto no presente decreto-lei compete ás
seguintes entidades:
a) Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, I.P.
b) Guarda Nacional Republicana
c) Polícia de Segurança Pública
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Artigo 22º
Contra – ordenações
1 – As infrações ao disposto no presente decreto-lei constituem contra- ordenações, nos
termos dos artigos 23º e 34º.
2 – A tentativa e a negligência são puníveis, sendo os limites máximos e mínimo da coima
reduzidos para metade.
Artigo 23º
Realização de transporte por entidade não licenciada
1 – a realização de transportes rodoviárias de mercadorias por conta de outrem, por meio
de veículos automóveis com peso bruto igual ou superior a 2500 kg, por entidade que
não seja titular do alvará a que se refere o artigo 3º, é punível com coima de 1250€ a
3740€ ou de 5000€ a 15 000€, consoante se trate de pessoa singular ou coletiva
2 – Os transportes por conta de outrem internacional e de cabotagem referidos nos
Regulamentos CEE nº 881/92, do Parlamento Europeu e do Concelho, de 26 de Março, e
3118/93 do Concelho, de 25 de Outubro, quando efetuados sem a cópia certificada da
licença comunitária, considera-se realizado por entidade não licenciada, sendo aplicáveis
as coimas previstas no número anterior.
Artigo 24º
Falta de certificação de motorista nacional de pais terceiro
A realização de transporte internacionais a coberto de uma licença comunitária, em que
o veiculo seja conduzido por motorista nacional de u pais terceiro, sem o certificado
exigido pelo artigo 3º do Regulamento (CEE) nº 881/92, do Parlamento Europeu e do
Concelho, de 26 de Março, com a redação que lhe foi dada pelo Regulamento (CE) nº
484/2002, do Parlamento Europeu e do Concelho, de 19 de Março, é punível com coima
de 750€ a 2250€.
Artigo 25º
Transporte efetuados por entidade diversa do titular do alvará ou licença comunitária
1 – A realização de transportes por entidade diversa do titular do alvará ou da licença
comunitária a que se refere o artigo 3º é punível:
a) Relativamente ao titular do alvará ou da licença comunitária, com a coima de
1250€ a 3740€ e de 5000€ a 15 000€, consoante se trate de pessoa singular ou coletiva
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Artigo 26º
Falta de comunicação
A falta de comunicação prevista no nº 2 do artigo 11º é punível com coima de 250€ a
750€
Artigo 27º
Realização de transportes em veículos sem licença
A realização de transportes rodoviários de mercadorias por conta de outrem, por meio
de veículo automóvel sem a licença a que se refere o artigo 14º, é punível com coima de
750€ a 2250€
Artigo 28º
Falta de distintivos
1 – a realização de transportes sem os distintivos a que se refere o artigo 15º, ou quando
estes estejam colocados em veículo automóvel não licenciado, é punível com coima de
100€ a 300€.
2 - A ostentação dos distintivos do transporte por conta de outrem em veículo não
licenciados para o efeito é punível com coima de 1250€ a 3740€.
Artigo 29º
Transportes sem autorização
1 – A realização de transportes de carater excecional a que refere o artigo 16º, sem
autorização. É punível com coima de 1250€ a 3740€ ou de 3500 a 10 500, consoante se
trate de pessoa singular ou coletiva.
2 – a realização de transportes internacionais ou de cabotagem sem as autorizações a
qye se refere o artigo 17º é punível com coima de 1000€ a 3000€
Artigo 30º
Falta ou vícios da guia de transporte
1 – A falta da guia de transporte é punível com coima de 250€ a 750€
2 - O preenchimento incorreto ou incompleto da guia de transporte, da responsabilidade
do expedidor ou do transportador, consoante a respetiva obrigação de preenchimento,
é punível com coima de 100€ a 300€.
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Artigo 31º
Excesso de carga
1 – A realização de transportes com excesso de carga é punível com coima de 500€ a
1500, sem prejuízo do disposto nos números seguintes
2 - Sempre que o excesso de carga seja igual ou superior a 25% do peso bruto do veículo,
a infração é punível com coima de 1250€ a 3740€
3 – no caso de infração a que se refere o número anterior, a entidade fiscalizadora pode
ordenar a imobilização do veículo ate que a carga em excesso seja transferida, podendo
ainda ordenar a deslocação e acompanhar o veiculo ate local apropriado para a descarga
m recaindo sobre o infrator o ónus com as operações de descarga ou transbordo da
mercadoria.
4 – Sempre que excesso de carga se verifique no decurso de um transporte em regime
de carga completa, a infração é imputável ao expedidor e ao transportador, em
comparticipação
5 – Nenhum condutor se pode escusar a levar o veículo á pesagem nas balanças ao
serviço das entidades, fiscalizadoras, que se encontrem num raio de 5 km do local onde
se verifique a intervenção das mesmas, sendo punível tal conduto com a coima referida
no nº 2 deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade criminal a que houver lugar.
Artigo 32º
Falta de apresentação de documentos
A não apresentação dos documentos a que se refere o artigo 20º, no ato de fiscalização
é punível com as coimas previstas, caso a caso, no presente decreto-lei, salvo se o
documento em falta for apresentado no prazo de oito dias á autoridade indicada pelo
agente de fiscalização, caso em que a coima é de 50€ a 150€.
Artigo 33º
Imputabilidade das infrações
Sem prejuízo do disposto no artigo 25º, no nº2 do artigo 30º, e no nº 4 do artigo 31º, as
infrações ao disposto no presente decreto-lei são da responsabilidade da pessoa singular
ou coletiva que efetua o transporte.
Artigo 34º
Sanções acessórias
1 – Com a aplicação da coima por infração ao nº 2 do artigo 31º pode ser decretada a
sanção acessória de suspensão da licença ou de apreensão do certificado de matricula do
veiculo automóvel, consoante se trate de transporte por conta de outrem ou transporte
por conta própria, se o transportador tiver praticado três infrações da mesma natureza,
com decisão definitiva, e estas tiverem ocorrido no decurso dos dois anos anteriores á
data da prática da infração que está a ser decidida.
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Artigo 35º
Infratores não domiciliários em Portugal
1 – Se o infrator não for domiciliado em Portugal e não pretender efetuar o pagamento
voluntario, deve proceder ao deposito de quantia igual ao valor máximo da coima
prevista para a contraordenação praticada.
2 – O pagamento voluntario ou o deposito referidos no número anterior devem ser
efetuados no ato da verificação da conta – ordenação, destinando-se o deposito a
garantir o pagamento da coima em que o infrator possa vir a ser condenado, bem como
das despesas legais a que houver lugar.
3 – Se o infrator declarar que pretende pagar a coima ou efetuar o deposito e não puder
faze-lo no ato da verificação da contraordenação, deve ser aprendida a documentação
do veículo ate á efetivação do pagamento ou do deposito.
4 – No caso previsto no número anterior devem ser emitidas guias de substituição dos
documentos apreendidos com validade até ao 1º dia útil posterior ao dia da infração.
5 – A falta de pagamento ou do depósito nos termos dos números anteriores implica a
apreensão do veículo, que se mantém ate ao pagamento ou depósito ou á decisão
absolutória.
6 - O veículo apreendido responde nos mesmos termos que o depósito pelo pagamento
das quantias devidas.
Artigo 36º
Imobilização do veículo
1 – Sempre que da imobilização de um veículo resultem danos para as mercadorias
transportadas ou para o próprio veículo, cabe á pessoa singular ou coletiva que realiza o
transporte a responsabilidade por esses dados, sem prejuízo do direito de regresso.
2 – São igualmente da responsabilidade da pessoa que realiza o transporte os encargos
que resultem da transferência para outro veículo no caso de excesso de carga, sem
prejuízo do direito de regresso.
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Artigo 37º
Processamento das contraordenações
1 - O processamento das contraordenações previstas neste decretam – lei compete ao
IMTT
2 – A aplicação das coimas é da competência do presidente do concelho diretivo do IMTT
3 – O IMTT organiza o registo das infrações cometidas nos termos da legislação em vigor
Artigo 38º
Produto das coimas
Artigo 40º
Afetação de receitas
Constituem receita própria do IMTT os montantes que venham a ser fixados por
despacho conjunto dos Ministros de Estado e das Finanças e das Obras Publicas,
Transportes e Comunicações, para as inscrições no exame a que se refere o artigo 7º e
para a emissão de certificados, dos alvarás, licenças, certificados, autorizações e
distintivos referidos no presente decreto-lei.
Artigo 41º
Disposições finais e transitórias
Artigo 42º
Entrada em vigor
1 – O presente decreto-lei entra em vigor 30 dias após a sua publicação, sem prejuízo do
disposto no número seguinte
2 – As empresas titulares de alvará para transportes rodoviário de mercadorias á data de
entrada em vigor do presente decreto-lei só ficam sujeitas ao disposto no nº 2 do artigo
9º, no que respeita á capacidade financeira de acesso á atividade, a partir de 1 de janeiro
de 2008.
Artigo 43º
Norma revogatória
H) Segurança Rodoviária:
Anexo II
Organização do exame para obtenção de capacidade profissional
1 – o exame para obtenção de capacidade profissional é constituído por um exame
escrito obrigatório, que poderá ser completado por um exame oral para verificar se os
candidatos a transportadores rodoviários possuem o nível de conhecimento exigidos nas
matérias indicadas no anexo I.
2 – O exame escrito obrigatório é constituído pelas duas provas seguintes
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Lei nº 27/2010
De 30 de Agosto
Estabelece o regime sancionatório aplicável á violação das normas respeitantes aos
tempos de condução, pausas e tempos de repouso e ao controlo da utilização de
tacógrafos, na atividade de transporte rodoviário, transpondo a Diretiva nº 2006/22/CE,
do Parlamento Europeu e do Concelho, de 15 de Março, alterada pelas Diretivas nº
2009/4/CE, da Comissão, de 23 de Janeiro, e 2009/5/CE, da Comissão, de 30 de Janeiro.
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161º da
Constituição, o seguinte:
Capítulo I
Disposições gerais
Artigo 1º
Objeto
1 – A presente lei transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva 2006/22/CE, do
parlamento Europeu e do Concelho, de 15 de Março, alterada pelas Diretivas nº
2009/4/CE, da Comissão, de 23 de Janeiro, e 2009/5/CE, da Comissão, de 30 de Janeiro,
na parte respeitante a:
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Capítulo II
Aplicação e controlo das disposições sociais comunitárias no domínio dos transportes
rodoviários e do AETR
Secção I
Aplicação das disposições socias comunitárias e do AETR
Artigo 2º
Aplicação da regulamentação nacional
1 – Em caso de transporte efetuado inteiramente em território português, o condutor ao
serviço de empresa neste estabelecida está sujeito á regulamentação coletiva de trabalho
aplicável que preveja tempos máximos de condução menos elevados ou pausas ou
períodos de repouso mais elevados do que os estabelecidos na regulamentação
comunitária ou no AETR
Artigo 3º
O condutor de veículo pesado matriculado em estado que não seja membro da União
Europeia nem Parte Contratante do ARTR, não equipado com tacógrafo conforme á
legislação comunitária ou ao AETR, deve registar manualmente em folha diária de modelo
análogo á utilizada nos termos desse Acordo, o seguinte:
a) Os tempos de condução
b) Os tempos de outras atividades profissionais além da condução
c) As pausas e os tempos de repouso.
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Seção II
Controlo da aplicação das disposições sociais comunitárias e do AETR
Artigo 4º
Modalidade de controlo
2 – Os controlos devem incidir sobre, pelo menos 3 % dos dias de trabalho dos condutores
abrangidos pelos regulamentos referidos no artigo 1º
Artigo 5º
Controlo na estrada
1 – Os controlos na estrada devem ocorrer em diferentes locais e a qualquer hora,
abrangendo uma parte da rede rodoviária com a extensão necessária, com vista a
prevenir que as entidades controladas evitem os locais de controlo
a) Uma lista dos principais elementos a controlar, nos termos da parte A do anexo á
presente lei
b) Um equipamento normalizado de controlo que permita descarregar dados da
unidade do veículo e do cartão de condutor a partir do tacógrafo digital, ler e analisar
dados ou transmiti-los a uma base central para análise, e controlar as folhas do tacógrafo
Artigo 6º
Controlos nas instalações das empresas
1 – Os controlos nas instalações das empresas são programados por cada uma das
autoridades encarregadas dessa fiscalização, tento em conta os diferentes tipos de
transporte e de empresas, e têm lugar sempre que sejam detetadas nos controlos de
estrada infrações graves ou muito graves aos regulamentos referidos ao artigo 1º
2 – Os controlos nas instalações das empresas incidem sobre os elementos referidos no
anexo á presente lei
3 – Os agentes encarregados da fiscalização devem dispor de:
a) Uma lista dos principais elementos a controlar, de acordo com o disposto no
anexo a presente lei
b) Um equipamento normalizado referido na alínea b) do nº 6 do artigo anterior
c) Um equipamento específico, dotado de software que permita verificar e
confirmar a assinatura digital associada aos dados e estabelecer o perfil de velocidade do
veículo previamente á inspeção do tacógrafo
4 – Os agentes encarregados da fiscalização têm em conta, durante todas as fases do
processo de controlo e fiscalização, todas as informações respeitantes às atividades da
empresa noutros Estados membros que tenham sido prestadas pelos organismos de
ligação das autoridades competentes aplica-se o disposto nos números anteriores.
5 – Aos controlos efetuados nas instalações das autoridades competentes aplica-se o
disposto nos números anteriores.
Artigo 7º
Sistema de classificação de riscos
1 – Aos membros do Governo responsáveis pelas áreas a que pertencem as autoridades
encarregadas da fiscalização estabelecem, por portaria conjunta, um sistema de
classificação de riscos
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Artigo 8
Conservação dos documentos
A empresa deve conservar, pelo menos durante um ano, os documentos, os registos dos
resultados e outros dados relevantes relativos aos controlos efetuados nas suas
instalações ou na estrada, fornecidos por agentes encarregados da fiscalização.
Artigo 9º
Fiscalização
Artigo 10º
Organismo de coordenação e legação
1 – Compete ao IMTT, I.P., enquanto organismo de coordenação e ligação:
a) Assegurar a coordenação das ações efetuados ao abrigo nº 3 do artigo 5º, com os
organismos congéneres dos outros estados membros
b) Transmitir á Comissão Europeia os elementos estatísticos bienais, nos termos dos
nº 1 e 2 do artigo 17º do Regulamento (CE) nº 561/2006, do Parlamento Europeu e do
Concelho, de 15 de Março
c) Assegurar a disposição de informação nos termos do artigo 11º
2 – O IMTT, I.P., disponibiliza aos organismos de coordenação e ligação dos outros
Estados Membros as informações referidas no nº 3 do artigo 19º do regulamento (CEE)
nº 3821/85, do Concelho, de 20 de Dezembro, e no nº 2 do artigo 22º do Regulamento
(CE) nº 561/2006, do Parlamento Europeu e do Concelho, de 15 de Março, pelo menos
de seis em seis meses e em caso de pedido especifico.
3 – O IMTT, I.P., promove, pelo menos uma vez por ano, em conjunto com os organismos
de coordenação e ligação dos outros Estados membros:
a) Pogramas de formação sobre melhores prática para os agentes encarregados da
fiscalização
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Artigo 11º
Recolha e divulgação de dados estatísticos
1 – As entidades reesposáveis pela fiscalização recolhem, organizam e remetem
anualmente ao IMTT,I.P., em formato digital, os dados respeitantes a essa atividade,
designadamente os seguintes:
a) No que respeita ao controlo na estrada
1) O tipo de via pública, nomeadamente autoestrada, estrada nacional ou estrada
secundária, em que foi realizado o controlo
2) O país de matrícula do veículo controlado
3) O tipo de tacógrafo, analógico ou digital utilizado
b) No que respeita ao controlo nas instalações das empresas:
1) O tipo de atividade de transporte, nomeadamente internacional ou nacional, de
passageiros ou de carga, por conta própria ou por conta de outrem
2) A dimensão da frota da empresa
3) O tipo de tacógrafo, analógico ou digital utilizado
2 – O IMTT, I.P., publica os dados estatísticos recolhidos de acordo com o número
anterior e transmite-os á Comissão Europeia, de dois em dois anos.
Capítulo III
Responsabilidade contraordenacional
Seção I
Regime geral
Artigo 12º
Regime geral da responsabilidade contraordenacional
1 – O regime dos artigos 548º a 565º do Código do Trabalho é aplicável às
contraordenações previstas na presente lei, com as adaptações previstas no artigo 14º
2 – O regime do procedimento das contra ordenações laborais e de segurança social é
aplicável +as contra ordenações previstas na presente lei
Artigo 13º
Responsabilidade pelas contra ordenações
1 – A empresa é responsável por qualquer infração cometida pelo condutor, ainda que
fora do território nacional
2 – A responsabilidade da empresa é excluída se esta demonstrar que organizou o
trabalho de modo a que o condutor possa cumprir o disposto no Regulamento (CEE) nº
3821/85, do Concelho, de 20 de Dezembro, e no capítulo II e do Regulamento (CE) nº
561/2096, do Parlamento Europeu e do Concelho, de 15 de Março
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Artigo 14º
Valores das coimas
1 – A cada escalão de gravidade das contra ordenações laborais corresponde uma coima
variável em função do grau da culpa do infrator, salvo o disposto no artigo 555º do Código
do trabalho
2 – Os limites mínimos e máximo das coimas correspondentes a contra ordenações leve
são os seguintes:
a) De 2 UC a 9 UC em caso de negligência
b) De 6 UC a 15 UC em caso de dolo
3 – Os limites mínimos e máximo das coimas correspondentes a contra ordenação grave
são os seguintes:
a) De 6 UC a 40 UC em caso de negligência
b) De 13 UC a 95 UC em caso de dolo
4 – Os limites mínimos e máximo das coimas correspondentes a contra ordenações muito
grave são os seguintes:
a) De 20 UC a 300 UC em caso de negligência
b) De 45 UC a 600 UC em caso de dolo
5 – A sigla UC corresponde á unidade de conta processual, definida nos termos do
Regulamento das Custas Processuais
6 – Em caso de transporte de mercadorias perigosas ou de transporte pesado de
passageiros, os limites mínimos e máximos da coima aplicável são agravados em 30 %
Artigo 15º
Destino das coimas
1 – O produto das coimas aplicadas reverte para as seguintes entidades:
a) 50 % Para a Autoridade para as Condições do Trabalho
b) 25 % Para o Fundo de Acidentes de Trabalho
c) 15 % Para a entidade autuante
d) 10 % Para o IMTT, I.P.
2 – No caso em que a Autoridade para as Condições do Trabalho seja a entidade autuante,
o valor a que se refere a alínea c) do número anterior reverte para o Fundo de Acidentes
de Trabalho.
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Artigo 16º
Apreensão de folhas de registo
As folhas de registo de tacógrafo ou de livrete individual de controlo que indiciem a
existência de qualquer infração prevista na presente lei devem ser apreendidas pelo
autuante e juntas ao auto de notícia correspondente.
Seção II
Contra ordenações em especial
Artigo 17º
Idade mínima
Constitui contra ordenação, grave o exercício da atividade de condutor ou de ajudante
de condutor por quem não tenha completado a idade mínima prevista na
regulamentação comunitária aplicável ou no AETR
a) Leve, sendo inferior a dez horas
b) Grave, sendo igual ou superior a dez horas e inferiores a onze horas
c) Muito grave, sendo igual ou superior a onze horas
2 – O tempo diário de condução alargado que exceda o previsto na regulamentação
comunitária aplicável ou no AETR constitui contra ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a onze horas
b) Grave, sendo igual ou superior a onze horas e inferir a doze horas
c) Muito grave, sendo igual ou superior a doze horas
3 – O tempo semanal de condução que exceda o previsto na regulamentação comunitária
aplicável ou no AETR constitui contra ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a 60 horas
b) Grave, sendo igual ou superior a 60 horas e inferior a 70 horas
c) Muito grave, sendo igual ou superior a 70 horas
4 – O tempo de condução total acumulado, que exceda o previsto na regulamentação
comunitária aplicável ou no AETR, constitui contra ordenações classificada como:
a) Leve, sendo inferior a 100 horas
b) Grave, sendo igual ou superior a 100 horas e inferiores a 112 horas e 30 minutos
c) Muito grave, sendo igual ou superior a 112 horas a 30 minutos
Artigo 19º
Tempo de condução ininterrupta
1 – O período de condução ininterrupta que exceda o previsto na regulamentação
comunitária aplicável ou no AETR constitui contra ordenação classificada como:
a) Leve, sendo inferior a cinco horas
b) Grave, sendo igual ou superior a cinco horas e inferior a seis horas
c) Muito grave, sendo igual ou superior a seis horas
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2 – O incumprimento da pausa de modo a que esta seja inferir aos limites mínimos de
duração previstos na regulamentação comunitária aplicável ou no AETR constitui contra
ordenação classificada como:
a) Leve, sendo a diferença ate 10 %
b) Grave, sendo a diferença igual ou superior a 10 % e inferior a 30 %
c) Muito grave, sendo a diferença igual ou superior a 30 %
Artigo 20º
Períodos de repouso
Artigo 21º
Horário e escala de serviço
Artigo 22º
Dever de informação
O incumprimento, por parte do condutor, do dever de fornecer a cada uma das empresas
de transporte para as quais execute trabalho de condução ou outra atividade elementos
relativos a tempo de condução, duração do trabalho semanal, pausas, tempo de
condução ininterrupta e períodos de repouso constitui contraordenação grave.
Artigo 23º
Prémios ou outras prestações complementares ou acessórias
A atribuição de prémios ou outras prestações complementares ou acessórias da
retribuição em função das distâncias percorridas ou do volume das mercadorias
transportadas, por modo a comprometer a segurança rodoviária ou estimular o
incumprimento da regulamentação aplicável, constitui contraordenação muito grave.
Artigo 24º
Veículo de transporte regular de passageiros não equipado com tacógrafo
No caso de veículo de transporte regular de passageiros que não esteja equipado com
tacógrafo por não estar obrigado á sua utilização, a falta do horário e da escala de serviço
para cada condutor, nos termos da regulamentação comunitária, constitui conta
ordenação grave.
Artigo 25º
Apresentação de dados a agente encarregado da fiscalização
1 – Constitui contraordenação muito grave a não apresentação, quando solicitada por
agente encarregado da fiscalização:
a) De folhas de registo e impressões, bem como de dados descarregados do cartão
do condutor
b) De cartão de condutor, das folhas de registo utilizadas e de qualquer registo
manual e impressão efetuados, que o condutor esteja obrigado a apresentar
c) De escala de serviço com o conteúdo e pela forma previstos na regulamentação
comunitária aplicável
2 - Constitui contraordenação grave o acontecimento incorreto do dispositivo de
comutação.
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Artigo 26º
Integridade e conservação de dados
1 – Constitui contraordenação muito grave:
a) A não conservação das folhas de registo pela empresa de transporte durante pelo
menos um ano a partir da data de registo
b) As impressões incorretamente efetuadas por cartão danificado ou em mau estado
de funcionamento ou que não esteja na posse do condutor pelo menos um ano a partir
da data do registo
c) A não conservação da escala de serviço com o conteúdo e pela forma previstos
na regulamentação comunitária aplicável, durante um ano após o termo do período
abrangido
2 - Constitui contraordenação grave o incumprimento por parte do condutor do dever de
conservar ou apresentar á autoridade autuante os documentos comprovativos da
instauração de processos ou de sanções que lhe tenham sido aplicadas, no prazo de um
ano a contar da pratica de infração
3 - Sem prejuízo do disposto na presente lei, a instalação, utilização de tacógrafos e a
transferência e conservação de dados desse mesmo aparelho são realizadas de acordo
com o disposto no Decreto-lei nº 169/2009, de 31 de Julho.
Artigo 27º
Entrega de elementos de registo ao condutor
Constitui contraordenação leve:
a) A não entrega ao condutor de cópia de folhas de registo e de impressões, bem
como dos dados descarregados do cartão do condutor, nos 10 dias posteriores ao pedido
b) A não entrega ao condutor de veículo de transporte regular de passageiros não
equipado com aparelho de controlo de um extrato da escala de serviço, nos 10 dias
posteriores ao pedido.
Artigo 28º
Imobilização do veículo em caso de infração
1 – Sempre que o condutor se encontre em infração às disposições relativas aos tempos
máximos de condução ou aos períodos mínimos de repouso ou de pausa, o autuante
deve impedi-lo de continuar a conduzir, procedendo simultaneamente á imobilização do
veículo.
2 – Na situação prevista no número anterior, a imobilização do veículo não se aplica
quando for assegurada a substituição do condutor
3 – Na situação prevista no nº 1 a imobilização do veículo cessa imediatamente após ter
sido efetuado ou garantido o pagamento da coima e o impedimento do condutor cessa
logo que seja cumprido o período de repouso ou de pausa exigido.
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Artigo 29º
Pagamento voluntário de coima ou prestação de caução
Capítulo IV
Disposições transitórias e finais
Artigo 30º
Registo de dados
1 – O IMTT, I.P., mantém um registo atualizado da atividade desenvolvida, com base nos
dados recolhidos pelas entidades com competência fiscalizadora, incluindo os relativos
aos procedimentos e sanções aplicadas em cada caso.
2 – A autoridade para as condições de trabalho comunica ao IMTT, I.P., através de
webservices, os dados da atividade desenvolvida, relativos aos procedimentos e sanções
aplicadas em cada caso.
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Artigo 31º
Regiões autónomas
Os atos e procedimentos necessários á execução da presente lei nas Regiões Autónomas
dos Açores e da Madeira competem às entidades das respetivas administrações regionais
com atribuições e competências nas matérias em causa.
Artigo 32º
Norma revogatória
É revogado o Decreto-lei nº 272/89, de 19 de Agosto, alterado pela lei nº 114/99, de 3
de Agosto. Aprovada em 22 de Julho de 2010.
Anexo
( a que se refere o nº 4 do artigo 5º e o nº 2 do artigo 6º)
Parte A
Controlos na estrada
Parte B
Controlos nas instalações da empresa
Para além dos elementos referidos na parte A, os controlos nas instalações da empresa
incidam sobre os seguintes elementos:
1. Os períodos semanais de descanso e os tempos de condução entre esses períodos
2. A limitação dos tempos de condução num período de duas semanas consecutivas
3. As folhas de registo, os dados da unidade instalada no veículo e do cartão de
condutor e as respetivas folham impressas.
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