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Violência Doméstica e Aborto

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( dados e informações retirados do site gov.

br)

Como caracterizar a violência doméstica e familiar contra a mulher?

A violência doméstica e familiar é a principal causa de feminicídio no Brasil e no mundo.


Trata-se da violência que mata, agride ou lesa a mulher. Esse tipo de violência pode ser
cometido por qualquer pessoa, inclusive por outra mulher, que tenha uma relação familiar
ou afetiva com a vítima. Com isso, os agressores geralmente moram na mesma casa que a
mulher em situação de violência. Pode ser o marido, o companheiro, pai, mãe, tia, filho...

Quais os tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher?

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006) define cinco formas de
violência doméstica e familiar. São elas:

Violência física: ações que ofendam a integridade ou a saúde do corpo como: bater ou
espancar, empurrar, atirar objetos na direção da mulher, sacudir, chutar, apertar, queimar,
cortar ou ferir;
Violência psicológica: ações que causam danos emocionais e diminuição da autoestima, ou
que visem degradar ou controlar seus comportamentos, crenças e decisões; mediante
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante,
perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir, ou qualquer outro meio que cause prejuízo à
saúde psicológica e à autodeterminação;
Violência sexual: ações que forcem a mulher a fazer, manter ou presenciar ato sexual sem
que ela queira, por meio de força, ameaça ou constrangimento físico ou moral;
Violência patrimonial: ações que envolvam a retirada de dinheiro conquistado pela
mulher com seu próprio trabalho, assim como destruir qualquer patrimônio, bem pessoal ou
instrumento profissional;
Violência moral: ações que desonram a mulher diante da sociedade com mentiras ou
ofensas. É, também, acusá-la publicamente de ter praticado crime. São exemplos: xingar
diante dos amigos, acusar de algo que não fez e falar coisas que não são verdades sobre
ela para os outros.

O que é o ciclo da violência?

O ciclo da violência é a forma como a agressão se manifesta em algumas das relações


abusivas. Ele é composto por três etapas: a fase da tensão (quando começam os
momentos de raiva, insultos e ameaças, deixando o relacionamento instável), a fase da
agressão (quando o agressor se descontrola e explode violentamente, liberando a tensão
acumulada) e a fase da lua de mel (o agressor pede perdão e tenta mostrar
arrependimento, prometendo mudar suas ações). Esse ciclo se repete, diminuindo o tempo
entre as agressões e se torna sempre mais violento. Logo, essa mulher precisa de ajuda.
Não é fácil romper um relacionamento de anos com quem se tem laços afetivos fortes.

A violência doméstica e familiar contra a mulher é tão grave assim?


Em 2019, o Ligue 180 registrou um total de 1,3 milhão atendimentos telefônicos.
Desse número, 6,5% foram denúncias de violações contra a mulher. Com a pandemia
do novo coronavírus, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos ampliou os canais
de atendimento do serviço. Nos primeiros quatro meses de 2020, houve um
crescimento médio de 14,1% no número de denúncias feitas ao Ligue 180 em relação
ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019, 1.206 mulheres


foram vítimas de feminicídio no ano de 2018. Desse total, 88,8% foram vítimas de
companheiros ou ex-companheiros. O feminicídio é mais comum entre mulheres
negras, sendo elas 61% das vítimas.

( informações tiradas do artigo: Política pública de saúde: o aborto e suas


implicações)

O aborto ilegal é destacado como condicionante dos índices de mortalidade materna


cujos aspectos negativos têm levado inúmeras mulheres a se submeterem a procedimentos
clandestinos, sem respaldo da política pública de saúde. O fato de ser ele criminalizado
não impede que seja praticado, provocado ou induzido, colocando em risco principalmente
a vida das mulheres mais pobres que não conseguem pagar por um procedimento que
apresente menos riscos à sua saúde física, psíquica e moral.

No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de saúde nas primeiras
décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às demandas relativas à gravidez
e ao parto. Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50 e 70,
traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade biológica e
no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, pela educação e
pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares (BRASIL, 2011a, p. 9).

Todavia, em 1984 o Ministério da Saúde elaborou o Programa de Assistência Integral à


Saúde da Mulher (PAISM), num contexto de redemocratização do país, marcado,
sobretudo, pela ruptura conceitual com os princípios norteadores da política de saúde
das mulheres anteriores (BRASIL, 1984).

Apesar desses avanços, uma questão ainda deve ser considerada como dificuldade na
saúde pública: a prática do aborto. Descriminalizar o aborto não significa impô-lo a quem
não queira fazê-lo. Sua descriminalização permite o direito de que, quem necessite possa
realizá-lo sem risco de agravos à Saúde ou mesmo de morte, bem como o risco de prisão,
por ser ele um ato considerado ilegal, tratado como crime no Brasil, se praticado fora das
ressalvas feitas no Código Penal (BRASIL, 2010a).

Cabe ressaltar que dentre os pressupostos, princípios e diretrizes gerais da Política


Nacional para as Mulheres estão resguardados os princípios da igualdade e respeito à
diversidade, equidade, autonomia das mulheres, laicidade do Estado, universalidade das
políticas, justiça social, transparência dos atos públicos e da participação e controle social.
Dessa forma, a Política Nacional de Saúde para Mulheres presume que:
AUTONOMIA DAS MULHERES – deve ser assegurado às mulheres o poder de decisão
sobre suas vidas e corpos, assim como as condições de influenciar os acontecimentos em
sua comunidade e país, e de romper com o legado histórico, com os ciclos e espaços de
dependência, exploração e subordinação que constrangem suas vidas no plano pessoal,
econômico, político e social.
LAICIDADE DO ESTADO – as políticas públicas de Estado devem ser formuladas e
implementadas de maneira independente de princípios religiosos, de forma a assegurar
efetivamente os direitos consagrados na Constituição Federal e nos diversos instrumentos
internacionais assinados e ratif icados pelo Estado brasileiro, como medida de proteção aos
direitos humanos das mulheres e meninas. (BRASIL, 2008, p. 29–30.).

Assim, todas as mulheres têm direito ao atendimento humanizado, que pressupõe


atendimento seguro e de qualidade nos serviços oferecidos pelo SUS e conveniados,
conforme os pressupostos estabelecidos na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde
da Mulher (BRASIL, 2004, p. 10).

Portanto, a demanda ao aborto é uma questão de saúde pública, não apenas pelas
discussões polêmicas — e por vezes dogmáticas — sobre como realiza-lo ou não, mas
sobretudo pelas discussões mais amplas sobre qualidade de vida e saúde das mulheres. A
discriminação e os agravantes do não cumprimento do direito à saúde atribuídos às
mulheres por razões culturais, legais e/ou religiosas que envolvem a questão do aborto “têm
contribuído para a precariedade da assistência e aumento da mortalidade e morbidade
por esta causa” (BRASIL, 2001 p. 145)

( dados retirados do artigo : Aborto no brasil: o que dizem os dados oficiais? )

Segundo um estudo com base em estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS),


aproximadamente 55 milhões de abortos ocorreram entre 2010 e 2014 no mundo,
sendo 45% destes considerados abortos inseguros 1. África, Ásia e América Latina
concentram 97% dos abortos inseguros. O estudo mostrou ainda que leis restritivas
aumentam a ocorrência desses.

A proporção dos óbitos por aborto entre os óbitos maternos registrados no SIM
apresentou redução de 2006 a 2015. Os óbitos por aborto no Brasil eram 5,7% dos
óbitos maternos em 2006 e passaram a 4,1% em 2015, tendo sido de apenas 3,2%
em 2014. A Região Sudeste apresentou a maior redução da proporção e a
Centro-oeste registrou aumento importante, passando de 3,9% em 2006 para 6,1% em
2015.

Entre 2006 e 2015, os óbitos por aborto foram mais frequentes na faixa etária de
20-29 anos no Brasil. Apenas no ano de 2007 a faixa de 30-39 anos registrou um número
maior de óbitos. Todas as regiões também apresentaram o maior volume de óbitos na faixa
de 20-29 anos no conjunto dos anos analisados. A RMM específica por aborto por idade foi
maior nas faixas de maior idade. Em 8 dos 10 anos estudados a RMM foi maior entre
as mulheres de mais de 40 anos, e em 2010 e 2014 entre as adolescentes de
10-14 anos. Nas regiões Nordeste e Sudeste, que concentram o maior número de
óbitos por aborto registrados no SIM, foi possível observar a maior RMM por aborto nas
faixas dos extremos de idade.

Conclusão:
Não há, nos sistemas de informação de saúde brasileiros, qualquer dado sobre aborto
inseguro. As bases de dados oficiais de saúde não permitem ter uma estimativa do
número de abortos que ocorrem no Brasil. Os dados disponíveis se restringem aos
óbitos por aborto e às internações por complicações de aborto no serviço público de
saúde.

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