Revista Ibero- Americana de Humanidades, Ciências e Educação- REASE
doi.org/10.51891/rease.v9i10.11746
ATUAÇÃO DO FARMACÊUTICO NA GESTÃO EM SISTEMA ÚNICO DA
SAÚDE
Tiago Verlingue Senra1
Leonardo Guimarães de Andrade2
RESUMO: Os farmacêuticos fazem parte do sistema público desde a fusão do Sistema
Único de Saúde (SUS). A Farmácia Hospitalar (FH) é um departamento clínico, de
enfermagem, técnico e administrativo responsável pelas atividades relacionadas à
assistência medicamentosa. O objetivo deste artigo é discorrer sobre os conceitos e aspectos
históricos da Assistência como parte integrante do sistema de atenção primária à saúde,
comportando também, uma análise acerca do exercício do profissional farmacêutico no
âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). A atuação do farmacêutico na gestão da farmácia
hospitalar tem responsabilidades importantes tanto no ciclo assistencial quanto nas
atividades clínicas e multidisciplinares. Na assistência farmacêutica (AF), os profissionais
farmacêuticos, em conjunto com equipes multidisciplinares, realizam importantes
atividades sob orientação dos serviços farmacêuticos, visando não apenas melhorar a
qualidade de vida do usuário, mas também alcançar uma prática humanizada e
contextualizada. Logo, a metodologia utilizada foi um levantamento bibliográfico utilizando
os seguintes descritores: Assistência Medicamentosa, SUS, Cuidados Medicamentosos,
1160
SCIELO (Biblioteca Eletrônica Científica Online), LILACS (Literatura Latino-Americana
e do Caribe em Ciências da Saúde). Inclui também conteúdos relevantes para livros,
legislação, newsletters e monografias de 2019 a 2023. A assistência farmacológica abrange,
portanto, uma série de atividades específicas do paciente, para as quais os medicamentos são
o insumo básico. Destaca-se entre estas atividades a promoção da investigação,
desenvolvimento e produção de medicamentos, bem como a seleção, planeamento,
aquisição, distribuição de medicamentos e a avaliação da sua utilização para alcançar
resultados concretos e melhorar a qualidade de vida. Quando o SUS se insere nesse campo,
fica claro que ao longo da história a assistência farmacêutica existiu como coadjuvante das
ações e prestação de serviços de saúde. Nos últimos anos, porém, tornou-se cada vez mais
importante a gestão do SUS, à medida que os gestores tomaram consciência das crescentes
demandas de recursos destinados à aquisição de medicamentos e da relação com a qualidade
dos serviços de saúde. Sendo assim, a gestão dos serviços farmacêuticos no SUS se resume
nas atividades do ciclo Assistência Farmacêutica e enfatiza que os farmacêuticos são os
principais responsáveis por garantir sua idoneidade por meio da utilização de técnicas como
minimização de custos, análise de custo-utilidade, custo-efetividade e custo-eficácia,
explicar e reiterar a presença e relevância da farmacoeconomia em todo o processo.
Palavras-chave: Sistema Único de Saúde. Farmácia Hospitalar. Assistência Farmacêutica.
Aquisição de Medicamentos; Gestão.
1Graduando em farmácia- Universidade Iguaçu-UNIG.
2Orientador do curso em farmácia- Universidade Iguaçu-UNIG
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ABSTRACT: Pharmacists have been part of the public system since the merger of the
Unified Health System (SUS). The Hospital Pharmacy (FH) is a clinical, nursing,
technical and administrative department responsible for activities related to medication
assistance. The objective of this article is to discuss the concepts and historical aspects of
Assistance as an integral part of the primary health care system, also including an analysis
of the role of pharmaceutical professionals within the scope of the Unified Health System
(SUS). The role of the pharmacist in the management of hospital pharmacy has important
responsibilities both in the care cycle and in clinical and multidisciplinary activities. In
pharmaceutical assistance (FA), pharmaceutical professionals, together with
multidisciplinary teams, carry out important activities under the guidance of
pharmaceutical services, aiming not only to improve the user's quality of life, but also to
achieve a humanized and contextualized practice. Therefore, the methodology used was a
bibliographic survey using the following descriptors: Medication Assistance, SUS,
Medication Care, SCIELO (Online Scientific Electronic Library), LILACS (Latin
American and Caribbean Literature in Health Sciences). It also includes relevant content
for books, legislation, newsletters and monographs from 2019 to 2023. Pharmacological
assistance therefore covers a series of patient-specific activities, for which medicines are the
basic input. Prominent among these activities is the promotion of research, development
and production of medicines, as well as the selection, planning, acquisition, distribution of
medicines and the evaluation of their use to achieve concrete results and improve quality of
life. When the SUS is included in this field, it becomes clear that throughout history
pharmaceutical assistance has existed as an adjunct to the actions and provision of health
services. In recent years, however, the management of the SUS has become increasingly
important, as managers have become aware of the growing demands for resources allocated
to the acquisition of medicines and the relationship with the quality of health services. 1161
Therefore, the management of pharmaceutical services in the SUS is summarized in the
activities of the Pharmaceutical Assistance cycle and emphasizes that pharmacists are
primarily responsible for ensuring their suitability through the use of techniques such as
cost minimization, cost-utility analysis, cost- effectiveness and cost-effectiveness, explain
and reiterate the presence and relevance of pharmacoeconomics throughout the process.
Keywords: Unified Health System. Hospital Pharmacy. Pharmaceutical care. Acquisition
of Medicines. Management.
INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) abrange toda a população brasileira,
aproximadamente 200 milhões de pessoas. O SUS é uma das maiores instituições de saúde
pública do mundo, criado em 1990, e a legislação constitucional de 1988 estipula que todo
residente do país tenha livre acesso aos serviços do sistema público de saúde e siga os
princípios da universalidade, equidade e integridade as regras. O SUS está dividido em três
níveis, correspondendo a responsabilidades municipais, estaduais e federais. A atenção
básica é prestada em nível primário nos postos de saúde, incluindo Estratégias de Saúde da
Família (ESF), prontos-socorros e creches. O segundo nível inclui centros de saúde,
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policlínicas, laboratórios de análises clínicas, hemocentros, hospitais gerais, maternidades e
hospitais de trauma e emergência. Os hospitais terciários correspondem aos hospitais
especializados em tratamentos complexos, incluindo os hospitais universitários
(STORPITIS, 2020).
O artigo 196 da Constituição Federal (CF) afirma claramente que a saúde é “direito
de todos e dever do Estado de promovê-la, protegê-la e restaurá-la por meio de ações e
serviços que visem reduzir o risco de doenças e outros agravos e universal e igualmente ". A
regulamentação da FC para a área da saúde, instituída no artigo 6º da Lei de Organização da
Saúde (Lei 8.080/90), define o “Desenvolvimento de Políticas sobre Medicamentos” como
o campo de atuação do SUS e atribuiu ao sector da saúde a responsabilidade pela
“implementação de operações abrangentes de assistência ao tratamento, incluindo produtos
farmacêuticos” (MEDEIROS et al., 2020).
A assistência farmacêutica como política pública teve início em 1971 com a criação do
Centro Médico Central (CEME) com a missão de fornecer medicamentos a quem não tem
acesso financeiro a eles, caracterizando-se pela manutenção de uma política voltada para
compras e compras. Distribuição de drogas. O CEME foi responsável pela assistência
farmacêutica no Brasil até ser extinto em 1997 e suas responsabilidades foram transferidas 1162
para órgãos e secretarias do Ministério da Saúde (BRASIL, 2020).
A reorientação da assistência aos medicamentos baseia-se na descentralização da
administração, na promoção do uso racional dos medicamentos, na melhoria e eficácia dos
sistemas de distribuição do sector público e no desenvolvimento de iniciativas para reduzir
os preços dos produtos (BRASIL, 2020).
A Assistência Farmacêutica é um dos sistemas de apoio à saúde que tem por
finalidade garantir a disponibilidade e o uso racional de medicamentos. A gestão técnica da
assistência medicamentosa é uma importante ferramenta que consiste em uma série de
atividades medicamentosas interdependentes com foco na qualidade, no acesso e no uso
racional de medicamentos, a saber: seleção, planejamento, aquisição, distribuição,
armazenamento e distribuição de medicamentos (SANTOS et al., 2020).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que os farmacêuticos são os
profissionais mais qualificados para realizar ações que visam melhorar o acesso aos
medicamentos e promover o uso racional de medicamentos, sendo fundamentais para
organizar os serviços de apoio necessários ao desenvolvimento do cuidado de forma holística
(ARAÚJO et al., 2020).
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A Unidade Básica de Saúde (UBS) é a porta de entrada do sistema de saúde do nosso
país. Dentre elas, a farmácia costuma ocupar um espaço pequeno, e sua estrutura é um local
onde os medicamentos ficam armazenados até serem dispensados. Os atendimentos
costumam ser realizados nos locais de circulação das unidades de saúde e os medicamentos
são dispensados através de vitrines ou no balcão (BOVO, 2021).
A Assistência Farmacêutica insere-se como atividade pertencente à Assistência
Farmacêutica. São duas subáreas distintas, mas complementares; uma relacionada às
técnicas de administração de medicamentos (uso correto do medicamento) e outra às
técnicas de administração de medicamentos (uso seguro), ambas de domínio exclusivo do
farmacêutico (ARAÚJO et al., 2020).
OBJETIVO GERAL
Esse artigo discorre sobre os conceitos e aspectos históricos da Assistência como parte
integrante do sistema de atenção primária à saúde, comportando também, uma análise
acerca do exercício do profissional farmacêutico no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS).
1163
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Resgatar um breve aspecto histórico e conceitos da assistência farmacêutica no
SUS;
- Analisar os mecanismos de financiamento no processo de descentralização da
assistência farmacêutica;
- Entender a importância do profissional farmacêutico no âmbito SUS;
- Demonstrar as atribuições do farmacêutico no âmbito hospitalar;
- Identificar as perspectivas, qualificação da assistência farmacêutica no SUS;
METODOLOGIA
Foi realizado um levantamento bibliográfico utilizando os seguintes descritores:
Assistência Medicamentosa, SUS, Cuidados Medicamentosos, SCIELO (Biblioteca
Eletrônica Científica Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciências da Saúde). Inclui também conteúdos relevantes para livros, legislação, newsletters
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e monografias de 2019 a 2023. Conteúdo específico relacionado ao tema. Em seguida, foi feita
uma leitura analítica para sequenciar as informações e identificar os objetos de estudo.
JUSTIFICATIVA
A atuação dos profissionais farmacêuticos na área da saúde pública é vasta e repleta de
possibilidades. Descubra o que o farmacêutico pode fazer na saúde pública, principalmente
em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1988, após a reforma constitucional, o
SUS foi instituído pela Lei 8.080/1990, que segue três princípios morais: universalidade,
equidade, integralidade: atenção integral na prestação de serviços ao cidadão. Portanto, dada
a complexidade dos serviços de saúde pública, as principais áreas de atuação dos
farmacêuticos nesse sentido são: assistência farmacêutica e atenção primária.
REVISÃO TEÓRICA
A ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO SUS: CONCEITOS E ASPECTOS
HISTÓRICOS
A Conferência Mundial sobre Cuidados de Saúde Primários, em 1978, foi o primeiro
passo no desenvolvimento global da ajuda farmacêutica. O evento destaca postos-chaves 1164
relacionados à assistência farmacêutica. A disponibilidade de medicamentos essenciais é
considerada um dos elementos básicos dos cuidados de saúde primários. Na altura,
recomendou-se aos governos que garantissem a disponibilidade de medicamentos essenciais
aos preços mais baixos possíveis, nos diferentes níveis dos cuidados de saúde primários,
através de políticas e normas nacionais para a importação, produção local, venda e
distribuição de medicamentos e produtos biológicos. Recomendam-se também medidas
específicas para prevenir o uso excessivo e desnecessário de medicamentos e incorporar
medicamentos tradicionais com eficácia comprovada, estabelecendo ao mesmo tempo
sistemas eficazes de gestão e abastecimento (BERMUDEZ, 2020).
No Brasil, a Agência Central de Assistência Farmacêutica (CEME), criada em 1971
para fornecer medicamentos à população, caracterizou-se por uma política centralizada de
manutenção da aquisição e distribuição de medicamentos e representou o primeiro esforço
para estabelecer a assistência farmacêutica como um “centro de assistência farmacêutica"
políticas públicas. Estritamente falando, a Conferência Nacional de Política de Ajuda e
Medicamentos é o marco inicial no desenvolvimento de políticas de ajuda a medicamentos.
A assistência farmacêutica é definida como um conjunto de procedimentos necessários para
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promover, proteger e restaurar a saúde nos níveis individual e coletivo, centrados nos
medicamentos e incluindo atividades de pesquisa, produção, distribuição, armazenamento,
prescrição e dispensação. Este último é entendido como um ato orientador básico quanto ao
uso correto dos medicamentos e é exclusivo dos profissionais farmacêuticos (ACURCIO,
2021).
Com a institucionalização do SUS, a aprovação da Lei nº 8080/90 preconiza a
descentralização da gestão e a liderança dos municípios na assunção das responsabilidades
sanitárias, tornando necessário o desenvolvimento de uma política de medicamentos
coerente com a nova estrutura do sistema nacional de saúde. Mudanças importantes e novas
questões começam a orientar a assistência medicamentosa. A CEME realiza aquisição e
distribuição centralizada de medicamentos, resultando em contínua escassez de produtos e
contínuas perdas de armazenamento (JONCHEERE et al., 2020).
O PNM ajuda a fortalecer os princípios e diretrizes constitucionais do SUS, cujo
principal objetivo é garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos medicamentos
e promover o uso racional e o acesso público aos medicamentos necessários. Uma das
prioridades identificadas pelo PNM para a reorientação da ajuda farmacêutica é a estrutura
da AF, que é um dos maiores desafios enfrentados pelos gestores e profissionais do SUS, e 1165
não apenas a aquisição e distribuição de produtos farmacêuticos. Um dos postos-chaves da
política nacional sobre medicamentos é a promoção do uso racional de medicamentos, o que
também é considerado uma das obrigações dos gestores de saúde. Listas de medicamentos
essenciais, modalidades de tratamento e protocolos clínicos e terapêuticos são recursos que
os profissionais podem e devem utilizar para promover o uso racional de medicamentos
(BOMFIM & MERCUCCI, 2021).
A farmácia é entendida como um modelo de prática farmacêutica desenvolvido no
contexto da assistência farmacêutica que envolve atitudes, valores éticos, competências,
compromissos e responsabilidades para a prevenção de doenças, promoção e recuperação da
saúde integrados à equipe de saúde. Combinando a história da reforma médica e da
construção e consolidação do SUS, a prática da assistência farmacêutica tem sido apontada
como modelo para o efetivo desenvolvimento da indústria de assistência farmacêutica
(SANTOS et al., 2020).
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OS MECANISMOS DE FINANCIAMENTO NO PROCESSO DE
DESCENTRALIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
No final da década de 1990, os municípios passaram a administrar a aquisição de
medicamentos essenciais distribuídos na ABS, enquanto a aquisição de outros
medicamentos relacionados a programas específicos continua centralizada nos níveis
estadual e federal. O financiamento atualmente é orientado pelos incentivos à assistência
com medicamentos essenciais previstos na Portaria GM nº 176/995, e a participação no nível
federal agora se dá por meio de transferências interfundos de fundos federais para fundos
estaduais e municipais de saúde, com recursos para: 1,00 real (1 real) por ano, por residente,
pagável em parcelas de 1/12 mensais. A participação dos governos estaduais e municipais é
realizada por meio de aportes financeiros, que em conjunto não podem ser inferiores ao valor
repassado pelo governo federal (BERMUDEZ, 2020).
Os gestores municipais passam a ter uma série de responsabilidades importantes,
como coordenar e implementar a FA dentro dos seus respectivos limites; estabelecer
vínculos com outros municípios através da organização de consórcios com vista à
implementação do programa; promover o uso racional de medicamentos pela população,
1166
prescritores e dispensadores; garantir a dispensação adequada de medicamentos; definir a
lista municipal de medicamentos essenciais com base em renomeações e perfis
epidemiológicos demográficos; garantir o fornecimento de medicamentos para a atenção
básica; investir na infraestrutura de postos médicos e farmácias de serviço de saúde, visando
garantir a qualidade do atendimento medicação (HEPLER & STRAND, 2020).
Em março de 2006, com a aprovação da Portaria GM 698/2006, foi criado o bloco de
financiamento do AF, composto por quatro partes: a parte básica da assistência
farmacêutica; a componente estratégica da assistência farmacêutica; a componente
farmacêutica de dispensação especial e a parte organizacional da ajuda farmacêutica
componente, esta última Removida do Grupo Financiador nos termos do Decreto n. º
204/2007 (BRASIL, 2020).
Os componentes básicos da FA destinam-se à aquisição de medicamentos e insumos
para FA no âmbito do ABS e daqueles relacionados a condições e programas de saúde
específicos, inclusive nas redes de atenção. É composto por uma componente financeira fixa
e uma componente financeira variável. O componente financeiro fixo consiste no valor per
capita destinado à compra de medicamentos e insumos de AF na ABS, repassado ao Distrito
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Federal, estado ou municípios conforme acordados em Diretoria Intergestores (CIB) entre
as duas partes (BRASIL, 2020).
A componente financeira variável da componente básica inclui o valor destinado per
capita à aquisição de medicamentos e insumos de assistência farmacêutica para hipertensão
e diabetes, asma e rinite, saúde mental, saúde da mulher, alimentação e nutrição e programas
antitabagismo. Esses recursos podem ser implementados pelo próprio Ministério da Saúde
ou, conforme pactuação do comitê intergestores tripartite, por meio da implantação e
organização dos serviços prestados nesses programas (BERMUDEZ, 2020).
A atual estrutura jurídica da AF configura-se, portanto, no SUS e, embora bem
estruturada por meio de diversas diretrizes e intenções expressas na legislação, permanece
essencialmente limitada às atividades relacionadas ao processo de fornecimento de
medicamentos. As preocupações com a expansão da cobertura da distribuição de
medicamentos são evidentes, principalmente a nível federal, particularmente no que diz
respeito aos medicamentos essenciais distribuídos no ABS. Esse fato pode ser verificado pela
aprovação de leis que regulamentam o financiamento da aquisição desses medicamentos
pelos municípios (HEPLER & STRAND, 2020).
Contudo, a análise da legislação da AF do SUS mostra que predominam as questões 1167
de financiamento e utilização racional dos recursos, o que compromete a qualidade dos
medicamentos obtidos e o processo de dispensação, incluindo aspectos importantes como
orientação e educação dos usuários. Diante dessa realidade, a Política Nacional de
Assistência Farmacêutica (PNAF) aprovada em 2004 fortaleceu o caráter amplo da
assistência farmacêutica, com ações voltadas à promoção, proteção e restauração da saúde,
garantindo os princípios da universalidade, integridade e equidade na assistência médica.
SUS (BRASIL, 2020).
Através do PNAF, os serviços farmacêuticos são integrados na prática orientadora
da atividade farmacêutica no âmbito da AF. Acredita-se que os serviços farmacêuticos são
considerados prioritário como forma responsável de entrega de medicamentos através de
orientações adequadas sobre o uso correto dos medicamentos e da promoção do seu uso
racional, é necessário alcançar resultados que tenham um impacto decisivo na melhoria da
qualidade de vida dos utentes. Dessa forma, a Atenção Farmacêutica visa atender à
necessidade dentro do SUS de humanizar o atendimento, conectar e acolher os usuários
(HEPLER & STRAND, 2020).
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IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NAS UNIDADES BÁSICAS
DE SAÚDE
No Brasil, a Atenção Primária à Saúde (APS) é o principal portal e centro de
comunicação da rede de atenção à saúde, cujas principais características são a continuidade
e a integralidade do cuidado centrado na família, a orientação e o envolvimento comunitário,
e a competência cultural, além de realizar as seguintes funções: Coordenar e ordenar
operações e serviços em toda a rede por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Como
parte integrante do sistema de saúde brasileiro, a Estratégia Saúde da Família (ESF) deu
origem a um importante movimento encarregado de reestruturar o modelo assistencial do
SUS, com o objetivo principal de reorientar as práticas de saúde em novas bases e substituir
os modelos tradicionais, trazendo os cuidados médicos para mais perto de casa, melhorando
assim a qualidade de vida das pessoas. É entendimento da AB que todo profissional
constituído para esse fim tem direito ao atendimento integral e gratuito à população
cadastrada, principalmente no âmbito do Setor Básico de Saúde (UBS) e, se necessário, no
domicílio e em outros locais. Comunidade de enfermagem. Um dos serviços que a UBS
desenvolverá é a assistência medicamentosa, que garante às pessoas o acesso a
medicamentos de qualidade, promove o uso racional de medicamentos e presta serviços de 1168
medicação aos usuários e comunidades (JUNIOR et al., 2021).
Na década de 1980, os farmacêuticos ingressaram no serviço público, mas estavam
frequentemente envolvidos na monitorização da saúde, na centralização de farmácias e
clínicas de saúde mental, na dispensação e controlo de medicamentos psicotrópicos e
raramente na assistência medicamentosa. Apesar dos progressos, a atual integração
quantitativa e qualitativa dos farmacêuticos nos sistemas de saúde ainda está muito aquém
das necessidades reais. A prática farmacêutica centrada no paciente tem sido recomendada
internacional e nacionalmente e tem apresentado resultados positivos. Os farmacêuticos,
como membros de uma equipe multidisciplinar, são orientados pelos serviços farmacêuticos
e focam não apenas na qualidade de vida do usuário, mas também no alcance dos objetivos
de saúde (CORRER et al, 2021).
Esta mudança começou com a introdução do conceito de serviços farmacêuticos,
onde o anterior enfoque de serviços centrados na medicina passou a ter como objeto central
a existência social com diversas limitações. Além de registrar sistematicamente as
atividades, mensurar e avaliar resultados, a prática da assistência farmacêutica também
envolve componentes como educação em saúde, orientação farmacêutica, dispensação,
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assistência farmacêutica e acompanhamento terapêutico medicamentoso (JUNIOR et al.,
2021).
Os farmacêuticos auxiliam diretamente os pacientes, avaliando e recomendando
tratamentos medicamentosos prescritos pelos médicos, bem como analisando as
necessidades de medicamentos dos pacientes e detectando problemas relacionados a
medicamentos (PRM’s). O PRM é definido como um desvio dos parâmetros de
conformidade dentro de um ciclo de medicação que pode resultar em risco para o paciente.
Os PRM mais comuns são: reações adversas, não adesão ao tratamento e prescrição
inadequada (JUNIOR et al., 2021).
Os resultados primários procurados pelos serviços farmacêuticos são a cura da doença
do paciente, a eliminação ou redução dos sintomas, a interrupção ou redução da progressão
e a prevenção da doença. Para alcançar esses resultados, existem etapas que devem ser
seguidas durante a prestação dos serviços farmacêuticos. Em primeiro lugar, é necessário
identificar o verdadeiro PRM para prosseguir uma prevenção eficaz e garantir que não
surjam novos problemas relacionados com a droga (CORRER et al, 2021).
Os benefícios dos serviços farmacêuticos tornam a atuação do farmacêutico uma
prática humanística e contextualizada, demonstrando a importância do farmacêutico na 1169
construção de novos modelos de atenção à saúde, possibilitando intervenções e buscando a
melhoria da qualidade de vida dos usuários (BARROS et al., 2020).
A automedicação também é uma forma de MRP e é praticada pela maioria das
pessoas e não é considerada importante, mas tomar analgésico sem prescrição médica ou
orientação do farmacêutico segue as recomendações do Guia de Automedicação O simples
ato de panfletar um medicamento ou antipirético pode causar danos irreversíveis ao corpo
do paciente. Os farmacêuticos, por serem formados e acessíveis, podem desempenhar um
papel importante nesta monitorização, trabalhando com médicos e pacientes para garantir
que os tratamentos sejam eficazes e seguros (HEPLER & STRAND, 2020).
Os serviços farmacêuticos no Brasil estão sendo implementados gradativamente,
principalmente porque a maioria dos profissionais farmacêuticos não estão preparados para
lidar com as dificuldades encontradas no mercado de trabalho e são, em muitos casos,
obrigados a se aprimorar na prática diária nas unidades básicas de saúde. Além disso,
existem diversas outras barreiras para os profissionais que pretendem implementar a
assistência farmacêutica devido à falta de preparo profissional, tais como: Superar
resistências, Demonstrar seus benefícios, Ter profissionais para difundir a prática e Impedir
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que os farmacêuticos continuem a empreender, fique longe de pessoas doentes (BARROS et
al., 2020).
O farmacêutico deve encontrar o seu próprio espaço e incentivar outros profissionais
a compreenderem a importância de colocar em prática os serviços de medicação. O
desenvolvimento dessa prática requer acompanhamento qualificado do tratamento, pois é
necessário conhecimento sobre o medicamento e seu mecanismo de ação. Fortalecer a gestão
das UBS e integrar equipes multidisciplinares no planejamento também são fatores
importantes para fortalecer a assistência farmacêutica na atenção primária à saúde
(MEDEIROS et al., 2020).
ATRIBUIÇÕES DO FARMACÊUTICO NO ÂMBITO HOSPITALAR
As farmácias têm funções de segurança do paciente em ambiente hospitalar e devem
ter um plano de compras de medicamentos e insumos hospitalares. Somente poderão ser
utilizados produtos constantes da lista padronizada de medicamentos adquiridos
regularmente pelo hospital (BRASIL, 2020).
A presença do farmacêutico é fundamental no ambiente hospitalar, seja na farmácia
hospitalar ou na clínica, para garantir o uso racional dos medicamentos, prestar serviços 1170
farmacêuticos e contribuir para a segurança do paciente, além de participar efetivamente nas
equipes multidisciplinares (BRASIL, 2020).
Figura 1: Atribuições do Farmacêutico Hospitalar
Fonte: BRASIL, 2020.
Sabe-se que no âmbito das farmácias hospitalares, os profissionais farmacêuticos
podem iniciar a implementação de sistemas de monitorização de pacientes, para além da
promoção da saúde e monitorização da doença como forma de prestar cuidados óptimos aos
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pacientes, a sua ajuda é sempre procurada. Aborda o papel do farmacêutico no
acompanhamento terapêutico, sendo responsável por analisar posologia, interações
medicamentosas e interações com alimentos, patologia e via correta de administração. Neste
sentido, defende-se que os farmacêuticos dos departamentos de farmácia hospitalar
poderiam desenvolver um grande número de serviços clínicos. Estas incluem intervenções
de equipas multidisciplinares, bem como uma melhor terapia medicamentosa através da
revisão e acompanhamento da medicação (FINATTO, 2021).
O monitoramento terapêutico de medicamentos é um serviço que mede e interpreta
os níveis séricos de medicamentos, abrangendo técnicas e análises medicamentosas,
farmacocinéticas e farmacodinâmicas. A atuação deste serviço permite personalizar a
dosagem dos medicamentos, porém não se limita à simples medição da concentração
plasmática de um medicamento. Além disso, o monitoramento terapêutico de
medicamentos pode ajudar a identificar problemas relacionados à terapia medicamentosa e
à adesão do paciente (CFF, 2022).
Para pacientes hospitalizados, o monitoramento da terapia medicamentosa prescrita
é fundamental, dada a necessidade de ajustes de dose e interrupções de medicação. Portanto,
é muito importante que o farmacêutico realize sempre a conciliação medicamentosa, mesmo 1171
que esta não seja uma das atividades específicas do profissional (RÊGO, 2021).
Neste sentido, é necessário compreender o processo de reconciliação medicamentosa,
que apresenta obstáculos extremamente importantes para a minimização dos erros de
medicação, no que diz respeito ao processo de transição entre serviços e departamentos de
saúde, melhor conseguido através da prevenção de problemas relacionados com a terapêutica
medicamentosa e prevenir possíveis reações adversas (RÊGO, 2021).
Nesse sentido, relata que a conciliação medicamentosa é um serviço em que um
farmacêutico elabora uma lista de todos os medicamentos (nome ou formulação,
dosagem/potência, forma do medicamento, dose, via de administração e frequência de uso,
duração do tratamento), estes medicamentos são usados pelos pacientes. Dado que deve ser
consistente com registros médicos, prescrições, pacientes, cuidadores, etc (CFF, 2022).
A revisão terapêutica medicamentosa refere-se a um serviço no qual o farmacêutico
analisa o estado da medicação dos pacientes de forma organizada e metódica, visando
solucionar questões relacionadas à prescrição, uso, resultados do tratamento e outras
questões relacionadas. Deve-se notar que os problemas identificados podem ser: efeitos
adversos, baixa adesão, dosagem ou erros de dosagem, interações medicamentosas,
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necessidade de monitoramento ou tratamento adicional e oportunidades para reduzir custos
de tratamento (CFF, 2022).
Quanto à atuação do farmacêutico, no âmbito da unidade de terapia intensiva (UTI),
o acompanhamento da terapia medicamentosa é realizado por um profissional que é um dos
membros mais importantes da equipe interdisciplinar. Os farmacêuticos continuam a
avançar no campo dos cuidados intensivos. O desenvolvimento de intervenções
farmacêuticas na UTI demonstra como os farmacêuticos podem se tornar participantes
essenciais na prescrição e em outros serviços e atividades, com ênfase na garantia da
segurança do paciente e na eficácia do tratamento necessário (ROSA et al., 2020).
PERSPECTIVAS: QUALIFICAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO
SUS
Otimistas com o progresso da assistência farmacêutica do SUS, espera-se a
reorganização do SUS através do modelo Rede de Atenção à Saúde (RAS), e acredita-se que
os profissionais farmacêuticos começarão de forma gradual e clara a se engajar no trabalho
de distribuição de medicamentos, prestando serviços complementares às atividades
tradicionais relacionados à aquisição e armazenamento de medicamentos. Além das 1172
atividades, os pacientes também recebem atendimento clínico e monitoramento do
tratamento (SANTOS et al., 2020).
Para obter sucesso com o novo modelo proposto pela RAS para o SUS, é necessário,
por razões sanitárias e econômicas, organizar o setor de assistência farmacêutica como um
de seus sistemas de apoio. Até lá, os esforços direcionados aos componentes logísticos do
sistema de assistência medicamentosa deverão concentrar-se na componente farmácia
clínica (PEREIRA & FREITAS, 2020).
Ou seja, na perspectiva da RAS, a nova configuração da assistência farmacêutica do
SUS considera que todas as atividades do departamento sejam realizadas de forma ordenada,
levando em consideração o ciclo logístico que inclui seleção, programação, aquisição,
armazenamento, distribuição e farmácia clínica para obter resultados adequados associados
ao uso de medicamentos. O processo implica a implementação de serviços farmacêuticos, a
promoção do acompanhamento da terapêutica medicamentosa, a melhoria da adesão ao
tratamento, a identificação e prevenção dos problemas que lhe estão associados, e a eficácia
do processo tendo em conta a sua complexidade e necessidades de monitorização
(ACURCIO, 2021).
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Notavelmente, o desafio torna-se ainda mais agudo dado que as necessidades dos
utilizadores estão a crescer e o objetivo deve ser desumanizar. Nessa perspectiva, usuários e
profissionais devem ser vistos de forma holística para que o comportamento profissional
seja moldado por ideias como pessoas, responsabilidade, verdade, consciência e justiça. Por
outro lado, a humanização dos serviços farmacêuticos também abrange questões
relacionadas ao ambiente do serviço. Devem existir instalações adequadas e os serviços
devem ser realizados em salas reservadas para o efeito, garantindo a privacidade adequada
para promover o bem-estar e a confiança. A organização da assistência às drogas tem
apresentado resultados muito positivos, um estudioso do assunto mencionou que a literatura
profissional traz experiência e investimentos nesta área podem economizar custos com
internações, cirurgias e tratamento de complicações devido ao abuso Intervenções drogas,
medicamentos (MEDEIROS et al., 2020).
A significativa e necessária inserção da farmácia clínica no SUS mudou o papel do
farmacêutico, que antes era visto como um profissional que trabalha com medicamentos.
Neste novo contexto, o farmacêutico deve integrar a equipa multidisciplinar de saúde e
desempenhar um papel central no acompanhamento da terapêutica medicamentosa, facto
que exige uma nova orientação nos currículos profissionais e de licenciatura em farmácia 1173
(SANTOS et al., 2020).
Os profissionais serão responsáveis por examinar seus papéis sociais, buscar
capacitação, trabalhar em equipe e interagir com outros profissionais e usuários para
construir conexões e humanizar a prática clínica (PEREIRA & FREITAS, 2020).
CONCLUSÃO
O sistema unificado de saúde trouxe, sem dúvida, benefícios inestimáveis às pessoas,
mas com o advento dos ideais de saúde surge a necessidade de serviços médicos de alta
qualidade e de prestação igualitária, sem distinção, para aqueles que deles necessitam
desesperadamente. Neste contexto existe a assistência farmacêutica, cujo desenvolvimento
das atividades é potenciado com o apoio de equipas multidisciplinares, nas quais os
farmacêuticos desempenham um papel relevante.
Nesse caso, sem a atuação do farmacêutico, o medicamento e os cuidados associados
ao seu uso pareceriam confusos e precários no âmbito do SUS. É a partir dessa premissa que
os desafios enfrentados por esse profissional na condução da assistência e atenção
farmacêutica tornam-se uma responsabilidade considerável, pois é necessário incorporar à
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prática profissional um modelo que possibilite ao farmacêutico administrar medicamentos
e atuar como uso racional.
Observou-se que para atingir os objetivos propostos neste estudo são necessários
farmacêuticos, conhecimento, infraestrutura adequada e principalmente investimentos
financeiros. Contudo, os profissionais estão envolvidos na promoção da saúde relacionada
ao bem-estar do paciente, fornecendo alternativas de orientação e acompanhamento.
A farmacoeconomia é uma área jovem no Brasil, mas tornou-se um pilar
indispensável da assistência farmacêutica (AF), proporcionando melhorias nas áreas
farmacoterapêutica e financeira do sistema único de saúde, permitindo a adoção de
estratégias adequadas ao tratamento seguro dos pacientes. Um método eficaz para calcular
simultaneamente os custos de hospitalização, coordenar o tratamento e garantir que os
pacientes recebam medicamentos e os utilizem de forma adequada.
A gestão dos serviços farmacêuticos no SUS se resume nas atividades do ciclo AF e
enfatiza que os farmacêuticos são os principais responsáveis por garantir sua idoneidade por
meio da utilização de técnicas como minimização de custos, análise de custo-utilidade,
custo-efetividade e custo-eficácia, explicar e reiterar a presença e relevância da
farmacoeconomia em todo o processo. 1174
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