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A Leitura No Ensino de Línguas Aula 04

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A LEITURA NO ENSINO DE

LÍNGUAS
AULA 4

Profª Camila Haus


CONVERSA INICIAL

O papel do vocabulário no processo de leitura

Nosso foco principal nesta aula está no vocabulário, aspecto que pode
parecer parte somente do conhecimento linguístico, mas que perpassa também
o de mundo e o interacional (conhecimentos fundamentais que vimos ao falar
das estratégias sociocognitivas). Vamos entender esta relação do vocabulário
com a compreensão textual, aprender a identificar itens e/ou características
lexicais potencialmente complexificadoras e expandir habilidades de trabalho
com esse léxico.

TEMA 1 – CONHECIMENTO LEXICAL

Para iniciarmos uma conversa sobre esse assunto, precisamos deixar


clara a diferença entre léxico e vocabulário que vamos utilizar neste material.
Enquanto léxico se refere a todo o conjunto de palavras existentes em uma
língua, o vocabulário é mais individual, é o recorte do léxico que faz parte do
repertório de um sujeito. Portanto, quando falarmos sobre conhecimento lexical,
estaremos nos referindo à sua habilidade de reconhecer, utilizar e expandir o
seu recorte do léxico, ou seja, o seu vocabulário.
Anteriormente, observamos que o processo de leitura envolve três tipos
de conhecimento e que, quanto mais ou menos próximo for seu repertório
daquele apresentado pelo texto, mais ou menos esforço precisa ser feito na
interpretação. Um dos aspectos da língua que parece causar mais dificuldade no
processo de leitura é o vocabulário. Quando se trata de língua estrangeira, essa
dificuldade aumenta, considerando que muitas vezes nosso repertório acaba
sendo mais limitado e, portanto, menos próximo daquele do texto.
De acordo com Snow (2002), conhecimento lexical está fortemente ligado
à compreensão de leitura (sem esquecer de considerar outros aspectos
envolvidos e as condições específicas que fazem parte do contexto sociocultural
que apresentamos em conteúdo anterior). Podemos afirmar que o inverso
também é verdadeiro, pois enquanto o vocabulário é importante para a leitura, a
leitura também é uma das melhores fontes de aprendizado de novas palavras.
Reconhecendo esta importante relação do léxico e do nosso vocabulário
para a leitura, vamos entender melhor o que significa saber uma palavra.

2
1.1 O que significa “saber uma palavra”

O que nos permite afirmar que uma palavra faz parte do nosso
vocabulário? O que significa saber uma palavra? Oliveira (2017) afirma que o
conhecimento lexical pode ser receptivo (o falante conhece uma palavra mas
não a utiliza) ou produtivo (o falante conhece e utiliza). Além disso, ela também
afirma que existem duas camadas que envolvem o conhecimento lexical:

A dimensão quantitativa ou “extensão”, isto é, quantas palavras o


aprendiz sabe e, sobretudo, a dimensão qualitativa ou a “profundidade”
desse conhecimento que abrange itens como sua frequência, as
colocações, as características de registro vinculadas ao contexto ou à
situação de uso e as redes de associações com outras palavras
(Oliveira, 2017, p. 19-20).

A partir dessas características, já é possível perceber que o conhecimento


lexical vai além do reconhecimento do significado de uma palavra. Lapkoski
(2012) cita Lehr, Osborn e Hiebert (2004) ao identificar a complexidade de saber
uma palavra. De acordo com estes autores, o vocabulário é:

• Incremental: é preciso diversas exposições em contextos variados para


conhecer um vocábulo);
• Multidimensional: reconhecemos que as palavras não possuem sentidos
únicos e fixos, no sentido de que cumprem diferentes funções em
diferentes contextos;
• Inter-relacionado: o conhecimento de uma palavra se conecta ao
conhecimento de outras.

Portanto, uma palavra faz parte de nosso vocabulário em diferentes graus,


dependendo da nossa capacidade de: compreendê-la em contextos diversos;
para além de identificá-la, também utilizá-la; e relacioná-la com outras palavras.
Em um grau mais profundo, temos ainda nossa capacidade de relacionar tal
palavra e suas sutilezas de significados com nosso conhecimento de mundo.
Isso envolveria, por exemplo, nossa capacidade de entender expressões
idiomáticas, piadas, gírias etc.

TEMA 2 – LÉXICO DIFÍCIL/COMPLEXO

Existem algumas características que podem fazer com que uma palavra
seja considerada difícil e/ou complexa. Primeiro, temos a questão da
familiaridade. Da mesma forma que um texto é mais fácil ou mais difícil devido à
3
relação do nosso repertório com o repertório apresentado, com léxico é a mesma
coisa. Podemos considerar uma palavra difícil por ela não fazer parte do nosso
repertório lexical. Tais casos sempre vão existir mesmo em LM, pois como afirma
Terra (2019), o léxico é um conjunto aberto onde palavras surgem, desaparecem
ou se transformam.
Entretanto, mesmo quando um termo faz parte do nosso vocabulário, ele
pode o fazer em diferentes graus (como acabamos de ver no tema anterior).
Desse modo, podemos conhecer a palavra, mas ainda considerar difícil por ter
um significado mais complexo, por trazer conceitos implícitos ou de assuntos
com os quais não estamos familiarizados.
Por fim, uma palavra pode ser difícil para nós pelos dois motivos que
apresentamos acima ao mesmo tempo! De qualquer forma, relembramos que
esta disciplina tem como foco a leitura em LE. Logo, vamos observar, a seguir,
tipos de vocabulário que costumam causar estranheza ou dificuldades no
aprendizado, principalmente de língua inglesa.

TEMA 3 – ITENS LEXICAIS COMPLEXIFICADORES

Selecionamos e apresentamos, a seguir, alguns itens/características


lexicais que são possíveis fontes de problemas na compreensão de leitura.

3.1 Expressões idiomáticas

Uma expressão idiomática é um conjunto de palavras que forma um


significado particular, o qual ultrapassa os sentidos literais de suas partes. Assim,
não podemos entender o sentido de uma expressão idiomática apenas
reconhecendo o significado isolado de cada palavra. O que causa dificuldade
nestas expressões é justamente o fato de que o sentido muitas vezes figurativo
e não-literal que representam pertence a um contexto sociocultural específico,
retratando determinadas culturas e/ou grupos sociais. Portanto, compreender
uma expressão idiomática exige o envolvimento de todos os conhecimentos
(linguístico, enciclopédico e interacional).
Pensemos primeiro em um exemplo da língua portuguesa: “abandonar o
barco”. Para entender esta expressão, não basta saber o significado do verbo
“abandonar”, do artigo “o” e do substantivo “barco”. É preciso observar em qual
contexto ela se encontra e reconhecer o uso social figurado desta expressão,

4
que remete ao ato de desistir. O mesmo acontece com este exemplo do inglês:
“piece of cake”. Posso conhecer cada palavra individualmente mas não saber
que a frase como um todo significa que algo é muito fácil.

Figura 1 – Piece of cake

Créditos: BNP Design Studio/Shutterstock.

Na leitura em língua estrangeira, portanto, as expressões idiomáticas


podem ser caracterizadas como léxico difícil, uma vez que o conhecimento de
mundo necessário para entendê-las pertence a um contexto sociocultural que
muitas vezes não corresponde ao nosso.

3.2 Palavras com múltiplos sentidos

Palavras que apresentam vários sentidos são problemáticas, pois exigem


do leitor a consciência desta multiplicidade, bem como a capacidade de decidir
qual sentido está sendo apresentado em um determinado texto. De acordo com
Terra (2019), podem ocorrer o caso da homonímia ou polissemia.
A homonímia é quando uma palavra apresenta significados
completamente diferentes. No português um possível exemplo seria “manga” (a
5
fruta ou a parte da roupa). Em inglês, podemos citar “bear” (urso ou o verbo
suportar). A polissemia, por outro lado, também se refere a uma palavra
apresentando diversos significados, mas nesse caso há um sentido comum que
permeia e se mantém. Vejamos estes exemplos que Terra (2019) traz com a
palavra “cabeça” no português: “Colocou o chapéu na cabeça”; “Sua imagem
não me sai da cabeça”; “Marcos é uma das grandes cabeças da biologia
molecular”; “O aluno sabe isso de cabeça”; “No momento, não estou com cabeça
para resolver esse problema”; “A despesa ficou em 20 reais por cabeça”; “Bateu
com o martelo na cabeça do prego”; “João era o cabeça do movimento”; “O Brasil
será cabeça de chave no torneio”; “Não se desespere, mantenha a cabeça no
lugar”. Observando tais frases, vemos que existe variação no sentido da palavra
“cabeça”, mas existe uma significação comum que perpassa os exemplos.

3.3 Léxico técnico

Um tipo específico de vocabulário que também causa dificuldade na


compreensão é o que chamamos de jargão. É um termo utilizado com um sentido
específico, diferente do sentido mais usual, dentro de um contexto ou área
específica. É muito comum em áreas técnicas, e geralmente apenas as pessoas
inseridas naquele contexto estão familiarizadas com seu uso.
Ainda pensando em áreas específicas de atuação (estudo e trabalho),
temos o que Nuttall (2000), citado por Lapkoski (2012), chama de vocabulário
subtécnico. São vocábulos comuns a várias disciplinas, mas que, em cada uma
delas, podem assumir sentidos pouco ou amplamente diferentes. A autora cita
exemplos da língua inglesa, como “average”, “approximate”, “combination”.

3.4 Hiperônimos

Ao pensarmos em relações de sentido entre palavras, hiperônimos são


aquelas utilizadas para generalizar algo mais específico. De acordo com Terra
(2019, p. 47), “[h]iperônimo é a palavra que em relação a outra tem significado
mais abrangente”. Por sua vez, esta outra palavra, que apresenta significado
mais específico, chamamos de hipônimo. Podemos ilustrar em inglês com a
palavra “place”, que é um hiperônimo com relação a “beach”, “house” ou “city”
(hipônimos).

6
O reconhecimento de hiperônimos é muito importante no processo de
leitura, uma vez que são frequentemente utilizados para retomar expressões e
evitar repetições. O leitor pode perder uma referenciação necessária por não
reconhecer a correspondência entre um hiperônimo e um hipônimo.

3.5 Falsos cognatos

Entre línguas diferentes, muitas vezes encontramos vocábulos muito


parecidos na grafia, na pronúncia e no significado. Nós chamamos tais palavras
de cognatos, ou palavras transparentes. De acordo com Bonamin (2017),
podemos utilizar tal léxico a nosso favor na construção de sentidos do que lemos
em língua estrangeira. Exemplos entre português e inglês podem ser “History” e
“História”, ou “student” e “estudante”.
Entretanto, também temos os falsos cognatos, isto é, as palavras que
parecem ser cognatos por terem a grafia e a pronúncia parecidas, mas que na
verdade têm sentidos muito diferentes. Veja a imagem a seguir:

Figura 2 – Push

Créditos: wedninth/Shutterstock.

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Alguma vez você já tentou puxar uma porta destas? Este é um exemplo
de falso cognato entre português e inglês, uma vez que “push” significa
“empurrar”. Outros exemplos podem ser “pretend” (que pode parecer
“pretender”, mas significa “fingir”) ou “parents” (que pode parecer “parentes”, mas
significa somente “pais”). Na leitura em LE, é preciso tomar muito cuidado com
estes casos.

TEMA 4 – ESTRATÉGIAS DE LEITURA PARA VOCABULÁRIO

Em conteúdo anterior, estudamos algumas estratégias de leitura. Agora,


vamos pensar em estratégias para lidar especificamente com léxico complexo.
Lembre-se que nenhuma destas técnicas são 100% garantidas e que a escolha
de como e quando utilizar cada uma delas deve ser feita de forma situada.

4.1 Usar o dicionário ou sites de tradução

Essa é a estratégia mais básica e direta quando nos deparamos com um


vocabulário desconhecido durante a leitura. Apesar de parecer óbvia e simples,
a ação de consultar um dicionário e principalmente, a tradução de uma palavra
na internet, precisa ser feita de forma consciente e crítica. Isso porque, como já
vimos, as palavras podem ter (e na maioria das vezes têm) significados e até
classes gramaticais diferentes. Uma habilidade importante é saber distinguir os
componentes de uma entrada de dicionário (pronúncia, classe gramatical,
significado, exemplo etc.). Além disso, precisamos ter a consciência de analisar
qual das opções, seja de significados fornecidos no dicionário ou de traduções
na internet, faz mais sentido na frase que estamos tentando compreender. Drey,
Selistre e Aiubi (2015) trazem como exemplo a palavra “party”, que pode
significar “festa”, “grupo”, “partido”, “parte” etc. É preciso ter um olhar para o
contexto da frase e do texto como um todo para entender qual seria o sentido
que mais se encaixa.

4.2 Inferir pelo contexto

Uma das estratégias mais comuns e utilizadas por quaisquer leitores,


independentemente de estarem interagindo com um texto em LM ou em LE, é o
ato de deduzir o significado de palavras a partir do contexto, ou seja, a partir das
outras informações linguísticas e não linguísticas disponíveis. Estas informações

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podem ser as próprias palavras vizinhas, a frase/parágrafo em que a palavra se
encontra ou também “definições, exemplos, paráfrases, figuras, gráficos,
características tipográficas etc.” (Lapkoski, 2012). Segundo Bonamin (2017), na
inferência usamos fatos, observações, raciocínio lógico e nosso conhecimento
prévio.
É preciso ter consciência de que esta inferência não significa que vamos
saber exatamente o sentido de uma palavra, mas que vamos ter uma noção de
seu significado mais geral de forma que possamos prosseguir a leitura sem
prejudicar a interpretação. Drey, Selistre e Aiubi (2015, p. 20) apresentam um
exemplo interessante: “They bought lots of fruit, dips and cheeses, food that
many of the kids may not have tried before, things like pomegranate”. Mesmo
não sabendo o que são “dips” ou “pomegranate”, podemos inferir, ao analisar o
restante das informações, que se tratam de alimentos. Podemos não entender
exatamente quais, mas já é o suficiente, nesse caso, para prosseguir na leitura.

4.3 Usar conhecimentos de morfologia

Morfemas são as partes significativas das palavras. Ao nos depararmos


com uma palavra nova, muitas vezes alguma das informações morfológicas será
familiar para nós, seja a raiz ou o afixo (prefixo ou sufixo). Utilizar esses
conhecimentos já nos auxilia a ter uma noção do sentido da palavra. Portanto,
conhecer bem os afixos de uma LE é uma forma eficaz de melhorar sua leitura
nessa língua. Rossoni (2017, p. 11) afirma que esse conhecimento “se torna
muito útil na leitura em língua inglesa, que contém muitas palavras formadas por
uma base comum, que adicionadas de prefixos e/ou sufixos se transformam em
sentido, como por exemplo, as palavras originadas da palavra inglesa HAPPY,
feliz”.

4.4 Usar conhecimentos de sintaxe

Entender a estrutura da sentença e, portanto, as funções de cada palavra


dentro dessa estrutura, também auxilia na compreensão de um termo
desconhecido. Isso significa que seus conhecimentos de sintaxe podem te
ajudar a identificar a classe gramatical do léxico desconhecido, e portanto limitar
os sentidos possíveis de um termo. Lapkoski (2012) sugere que, ao nos
depararmos com uma frase composta por vocábulos complexos, formulemos as

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seguintes questões: “1. Onde está o verbo? 2. Qual é o sujeito desse verbo? 3.
Esse verbo pede complemento? Se sim, qual é ele? 4. Qual a função das outras
palavras na sentença?” (p. 106).

4.5 Ignorar a palavra desconhecida

Nossa última estratégia deve ser usada com bastante prudência. Isso
porque se trata de continuar a leitura sem buscar entender ou saber uma palavra
desconhecida, ou seja, ignorando-a. De acordo com Lapkoski (2012), é preciso
bom senso para perceber quais palavras não vão prejudicar a compreensão
geral na leitura. Você irá desenvolver esse bom senso com a prática, mas uma
dica importante é não ignorar palavras que se repetem durante o texto, pois
essas tendem a ser relevantes.

TEMA 5 – POSSIBILIDADES DE EXPANSÃO LEXICAL

Quando estamos aprendendo um novo idioma, existem diferentes formas


de expandir nosso vocabulário. Essas formas podem ser autônomas e fora de
sala de aula, ou podem acontecer dentro de espaços de instrução. Considerando
esses dois meios, vemos em Oliveira (2017) a importância da leitura no processo
de aprendizagem lexical. Ou seja, até agora vimos a necessidade de atentar ao
léxico na compreensão da leitura. Mas ao mesmo tempo, a própria prática de
leitura favorece o conhecimento de novas palavras.

5.1 Possibilidade indireta/implícita de expansão lexical

Considerando primeiro um olhar mais autônomo, temos a leitura enquanto


possibilidade indireta de expansão lexical. É indireta uma vez que não existe
uma instrução explícita por parte de um professor ou mesmo de um material
(dicionários, glossários etc.) para o vocabulário novo/desconhecido. Em outras
palavras, estamos falando de aprendizagem lexical a partir do que Rossoni
(2017) chama de Leitura Extensiva, cujo objetivo é a compreensão geral e,
principalmente, o prazer no ato de ler. Desse modo, não existem pausas para
verificar significados de palavras desconhecidas, mas o uso principalmente das
estratégias de inferência do sentido pelo contexto ou de ignorar tais termos.
Entretanto, a autora destaca a importância de saber selecionar os textos para
essa leitura:

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Os livros devem estar em um nível de linguagem apropriado, não
devem estar além da capacidade do aprendiz, pois isso causaria
frustração ao leitor por não compreender o que está lendo, muito
menos devem ser de nível inferior, pois assim não seria um desafio
para o aluno e a atividade perderia totalmente seu propósito. (Rossoni,
2017, p. 23)

McQuillan (2020) corrobora a importância da leitura por prazer citando


alguns estudos que afirmam que essa prática é uma fonte importante de
crescimento de vocabulário tanto para crianças quanto adultos.

5.2 Possibilidade direta/explícita de expansão lexical

A instrução em sala de aula é a possibilidade mais explícita de expansão


lexical. Neste caso, existem diversas abordagens possíveis, como o ensino de
estratégias (como as que apresentamos neste material), exposição à mesma
palavra frequentemente e de formas diferentes, oportunidades para utilizar o
vocabulário oralmente ou por meio da escrita, criar mapas semânticos, praticar
o uso do dicionário, usar “representações produtivas” de palavras (como
desenhos), fazer análise morfológica etc. (Mcquillan, 2020).

NA PRÁTICA

1) Leia o texto a seguir. Para responder às questões, tente utilizar os


conhecimentos sobre léxico complexo e as estratégias que aprendemos nesta
aula.

Interior designers may claim that a solitary goldfish displayed in a glass bowl
makes a striking minimalist fashion statement, but according to a team of British
researchers, goldfish learn from each other and are better off in groups than
alone. In one experiment, two groups of goldfish were released into a large
aquarium separated by a transparent plastic panel. On one side, food was hidden
in various locations. The fish on that side foraged for the food while the fish on
the other side of the clear panel watched. When released into the feeding area,
these observant fish hunted for the food exactly in the proper locations. Other
experiments showed that fish raised in a group are less fearful of attack than fish
raised alone. And not only are they less skittish, they are also better at avoiding
enemies in the event of actual danger.

Fonte: Rogers, B. Peterson’s TOEFL Success. 4 ed. Lawrenceville, N.J: Thomson/Peterson's,


2004.

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a) As palavras sublinhadas fazem parte do seu repertório? Se não, qual seria
o significado aproximado de cada uma delas?

b) Quais estratégias você utilizou para encontrar o significado das palavras


que você não conhecia?

c) Durante a leitura do texto, você utilizou alguma outra estratégia com algum
outro vocabulário? Qual(s)?

FINALIZANDO

Foi possível observar, no decorrer desta aula, a importância do


vocabulário para a leitura. Listamos alguns itens lexicais que tendem a causar
dificuldades no processo de compreensão, para que você possa estar ciente e
preparado para quando se deparar com eles. Além disso, também para auxiliar
nesse processo, aprendemos algumas estratégias de como lidar com palavras
desconhecidas ou difíceis.
Por fim, pudemos conhecer de forma resumida duas possibilidades de
expansão lexical, a implícita e a explícita. Esperamos que, a partir destes
conhecimentos, você construa e escolha seus próprios recursos de
aprendizagem, a fim de ampliar seu vocabulário para melhorar sua leitura, e ao
mesmo tempo utilizar a própria leitura como instrumento de expansão lexical.

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REFERÊNCIAS

BONAMIN, M. C. Oficina de textos em inglês. Pearson Education do Brasil:


São Paulo, 2017.

DREY, R. F; SELISTRE, I. C. T; AIUBI, T. Inglês: prática de leitura e escrita.


Porto Alegre: Penso, 2015.

LAPKOSKI, G. A. O. Do texto ao sentido: teoria e prática de leitura em língua


inglesa. Curitiba: InterSaberes, 2012.

LEHR, F.; OSBORN, J.; HIEBERT, E. H. A Focus on Vocabulary. Honolulu:


Prel, 2004. (Early Reading Series).

MCQUILLAN, J. Harry Potter and the Prisoners of Vocabulary Instruction:


Acquiring Academic Language at Hogwarts. Reading in a Foreign Language,
v. 32, n. 2, p. 122-142, 2020.

NUTTALL, C. Teaching Reading Skills in a Foreign Language. Oxford:


MacMillan Heinemann, 2000.

OLIVEIRA, V. C. Os efeitos da instrução na aquisição-aprendizagem lexical:


implícito vs explícito. 255f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Cultura
Italianas) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.

ROGERS, B. Peterson’s TOEFL Success. 4. ed. Lawrenceville, N.J:


Thomson/Peterson's, 2004.

ROSSONI, F. C. Investigando atitudes de leitura entre aprendizes de inglês


como língua estrangeira: diferenças entre readers e textos autênticos. 101f.
Dissertação (Mestrado em Letras) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba,
2017.

SNOW, C. E. Reading for Understanding: Toward a Research and


Development Program in Reading Comprehension. Pittsburgh: Rand, 2002.

TERRA, E. Práticas de Leitura e Escrita. São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

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