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Obras de Canais e de Drenagem

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Obras de canais e de drenagem

Você vai entender o que são as obras de canais a céu aberto, de galerias e travessias, de sistema de
drenagem urbana e como são elaboradas as obras de reservatórios para controle de cheias.
Profª. Larissa Camporez Araújo
1. Itens iniciais

Propósito
O conhecimento dos sistemas de drenagem urbana e das obras que formam esse sistema de coleta e
transporte das águas pluviais é fundamental para a vida do engenheiro, pois irá auxiliar na escolha do sistema
adequado para solucionar problemas relativos a enchentes e inundações nas cidades.

Objetivos
• Reconhecer os sistemas de drenagem urbana e os cálculos que auxiliam no dimensionamento das
obras.
• Identificar os elementos que compõem as obras de macrodrenagem e as vantagens de seu
planejamento.
• Reconhecer os elementos que compõem as obras de microdrenagem.
• Identificar os cálculos utilizados para obras de reservatório para controle de cheias e exemplos de
soluções.

Introdução
Olá! Antes de começarmos, assista ao vídeo e entenda os sistemas de drenagem urbana e os cálculos que
auxiliam no dimensionamento das obras, assim como os elementos que compõem as obras de
macrodrenagem e de microdrenagem.

Introdução

Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
1. Obras de sistemas de drenagem urbana

Drenagem urbana
Neste vídeo, abordaremos conceitos básicos dos componentes do sistema de drenagem pluvial, dados de
precipitação e cálculo de vazões, bem como o dimensionamento de elementos do sistema de drenagem.

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Os componentes do sistema de drenagem pluvial


Neste vídeo, você conhecerá os componentes do sistema de drenagem pluvial e os elementos de drenagem
urbana.

Conteúdo interativo
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O sistema de drenagem pluvial urbana é formado tanto por estruturas quanto por técnicas de engenharia para
captar e transportar águas pluviais que escoam nas zonas urbanas de forma superficial. O objetivo dos
componentes desse sistema é garantir que as águas pluviais não provocarão impactos negativos, como
enchentes e inundações, que causam prejuízos ambientais e sociais.

Antes de iniciarmos os estudos dos elementos de drenagem urbana, vamos entender a diferença entre
alagamento, enchente e inundação. A imagem a seguir nos ajuda a compreender que o alagamento
corresponde ao acúmulo de água na superfície urbana impermeabilizada em locais com sistema de drenagem
ineficiente; a enchente é a elevação do nível d’água sem extravasamento; e a inundação é quando ocorre o
extravasamento dos cursos de água.

Processos de inundação, enchente e alagamento.

Elementos de drenagem urbana


Vamos conhecer como pode ser dividido o sistema de drenagem pluvial.
Microdrenagem

É o sistema inicial de drenagem, sendo a parte do sistema responsável por coletar e transportar as
águas pluviais superficiais em pequenas e médias escalas: em loteamentos e redes primárias
urbanas. Considera a coleta e o transporte das águas superficiais ou subterrâneas através de
pequenas e médias galerias, ou seja, em elementos com . Todos os componentes
utilizados para que isso que ocorra são considerados da microdrenagem.

Macrodrenagem

É o sistema que contempla as galerias de porte maior e os canais receptores tanto


naturais (rios e cursos d'água) quanto os artificias (canais construídos). Os principais componentes
desse sistema são bacias de amortecimento, galerias de grande porte de águas pluviais e os canais.

Veja as dimensões do sistema de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas:

Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas.

Dados de precipitação e cálculo de vazões


Neste vídeo, você entenderá como é feito o cálculo de precipitação e conheçará os métodos de cálculo de
vazão, sendo eles o método racional e o método SCS - CN.

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As grandes áreas de superfícies impermeáveis nas regiões urbanas são responsáveis pelo desvio necessário
das águas das chuvas por um sistema de drenagem local. A fim de evitar transtornos, danos, inundações e
outros riscos à saúde provocados pelo acúmulo das águas pluviais, são realizados cálculos de vazões para o
correto dimensionamento das obras de drenagem pluvial urbana.

Para o dimensionamento adequado dos sistemas de drenagem, é realizado o cálculo das vazões com o estudo
das áreas para a compreensão e previsão do comportamento das águas pluviais e assim adotar o melhor
sistema de drenagem urbano. No estudo, as chuvas são transformadas em vazão, a partir de dois critérios:

Características físicas da bacia Informações de precipitação e outros


hidrográfica dados climáticos

Como: área, declividade, tipo de cobertura Como: radiação solar, evapotranspiração,


vegetal, característica do solo, formação velocidade do vento, temperatura e outros.
geológica, e outros.

Com todas essas informações, faz-se a concepção do projeto.

Os dados de precipitação e clima de diversas cidades brasileiras podem ser obtidos em sites disponibilizados
pelas prefeituras e pelos governos estaduais e federais. Os dados de precipitação são disponibilizados em
séries históricas na Rede Hidrometeorológica Nacional do Sistema Nacional de Recursos Hídricos (SNIRH) em
colaboração com a Agência Nacional de Águas (ANA) ou no Portal Hidroweb.

Cálculo da precipitação
Para o cálculo da precipitação podemos considerar a relação entre a intensidade , a duração ea
frequência e a recorrência das chuvas, ou seja, o período de retorno que é o inverso da frequência,
veja!

Sendo, o número de anos de observação e o evento a ser igualado ou superado.

As curvas IDF (intensidade-duração-frequência) são utilizadas para definir o tempo com base nas
precipitações regionais. A partir delas é possível determinar uma chuva para o dimensionamento das obras
hidráulicas do sistema de drenagem. Agora estudaremos dois métodos para estimar as vazões máximas, a
partir das chuvas em bacias urbanas.

Método racional
Utilizado para calcular a vazão de pico das bacias urbanas, é baseado no pressuposto de que há uma
intensidade constante de chuva uniformemente espaçada por determinada área e que uma chuva que cai na
parte mais distante da bacia leva um tempo para chegar até a saída da bacia, e, com isso, a taxa máxima de
vazão ocorrerá quando a duração da chuva for igual ao tempo de concentração. A vazão, pelo método
racional, é calculada utilizando a equação:
Sendo a intensidade da chuva de projeto ( ), a área da bacia hidrográfica , a vazão
máxima e o coeficiente de escoamento superficial, também chamado de runoff, do método
apresentado no quadro a seguir.

Superfície Valor esperado

Asfalto 0,83

Concreto 0,88

Calçadas 0,80

Telhado 0,85

Grama em solo arenoso plano 0,08

Grama em solo arenoso inclinado 0,18

Grama em solo argiloso plano 0,15

Grama em solo argiloso inclinado 0,30

Tabela: Valores do coeficiente de escoamento superficial , para diferentes coberturas de solo.


Adaptada de Collischonn e Dornelles, 2013 Santos ., 2021, página 158.

Stein et al. (2021) também apresenta um quadro para os valores de , confira!

Tipo de cobertura Valor de

Rochosa e impermeável 0,8 - 1,0

Ligeiramente permeável 0,6 - 0,8

Coberto com vegetação 0,4 - 0,6

Solo arenoso 0,2 - 0,3

Floresta 0,1 - 0,2

Tabela: Coeficiente de escoamento superficial em função do tipo de solo.


Adaptada de Raghunath, 2006 Stein ., 2021, página 131.

O método racional é aplicado para bacias com área até 80 ha. Para bacias com área entre 80 e 200 ha, utiliza-
se a seguinte equação:
Em que é o comprimento axial da bacia .

Lembrando que a área de drenagem pode ser determinada a partir de levantamentos topográficos e a
intensidade da chuva a partir de curvas IDF. Observe um conjunto de curvas IDF para um evento com um
período de retorno específico em que a intensidade e a duração da chuva estão inversamente relacionadas,
ou seja, conforme a duração aumenta, a intensidade diminui.

Gráfico: Curvas IDF típicas.

Ao observar a curva IDF do gráfico, vemos que tempestades fortes duram pouco tempo, mas as chuvas fracas
podem durar um período longo. É possível verificar, também, que eventos mais raros, com períodos de retorno
maiores, tendem a ter maior intensidade.

Método SCS - CN
Este método vem do inglês curve number (CN) do Soil Conservation Service (SCS), desenvolvido pelo
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, Serviço de Conservação do solo. Neste método, utiliza-se a
seguinte equação:

Em que é o escoamento superficial , é a precipitação total são as abstrações iniciais


(inclui todas as perdas antes do início do escoamento, como armazenamento de superfície e interceptação de
chuva) ,e é o chamado parâmetro de retenção , calculado pela equação:
O CN é obtido das tabelas desenvolvidas pelo SCS e seu valor varia com o tipo e o uso do solo, a declividade
e as alterações no conteúdo de água do solo no dia anterior. Veja no gráfico a determinação do CN.

Gráfico: Curva de escoamento para várias chuvas.

Dimensionamento de elementos do sistema de drenagem


Neste vídeo, você compreenderá os dispositivos de captação e condução de águas pluviais e acompanhará
um exemplo de cálculo de captação e condução de águas pluviais.

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Dispositivos de captação e condução de águas pluviais


Para garantir que as águas pluviais que escoam superficialmente nas áreas urbanas sejam captadas e
transportadas corretamente, ou seja, evitando impactos negativos, como inundações e enchentes, é preciso
um dimensionamento adequado. Para tanto, é necessário levantar as principais características da região, bem
como o estudo hidrológico e hidráulico.

A especificação do tamanho apropriado dos componentes do sistema de drenagem, como tubos,


canais e reservatórios é fundamental para o bom funcionamento das obras de drenagem urbana.

Para os canais, a estimativa da vazão de escoamento em um canal aberto a partir de área de seção
transversal, raio hidráulico, inclinação da linha de grade de energia e respectivo coeficiente de rugosidade é
obtida pela equação de Manning. Veja!
Sendo a vazão , a área da seção transversal o raio hidráulico e o coeficiente
de rugosidade de Manning. Para o escoamento em seções plenas, temos:

Podemos observar no quadro a seguir os valores usuais para o coeficiente de Manning de acordo com o
material do tubo.

Material Coeficiente de Manning

Superfícies lisas (concreto, asfalto, cascalho ou solo descoberto) 0,011

Solos cultivados com cobertura ≤ 20% 0,06

Solos cultivados com cobertura > 20% 0,17

Gramíneas curtas 0,15

Gramíneas densas 0,24

Vegetação rasteira leve 0,40

Vegetação rasteira densa 0,80

Tabela: Valores do coeficiente de Manning para diferentes materiais de tubos.


Butler; Davies, 2004 Santos ., 2021.

De acordo com a ABNT NBR 15645, os principais critérios a serem adotados no dimensionamento de
drenagem pluvial são:


Velocidade mínima de escoamento na tubulação:

Velocidade máxima de escoamento na tubulação:

Material da tubulação (concreto):

Distância máxima entre os poços de visita:

Sarjetas: declividade do leito carroçável da rua (seção transversal)

Declividade longitudinal:

Altura da água na sarjeta: (altura da lâmina d'água)
• Diâmetro mínimo da tubulação:

• Período de retorno: 2 anos

As bocas coletoras recolhem as águas pluviais que escoam nas áreas urbanizadas superficialmente. Essas
estruturas são indispensáveis no sistema de drenagem e o seu dimensionamento deve ser realizado de acordo
com o escoamento que deverá captar. É importante que estejam em locais estratégicos como nos dois lados
das vias, se as vazões de captação exigirem. Há algumas recomendações quanto às bocas coletoras:

• Implementar em pontos de baixa altitude da via.


• Utilizar um espaçamento máximo de entre elas, caso não tenha sido realizado estudo da
capacidade de descarga da sarjeta.
• Implantar em locais pouco a montante de cada faixa de pedestre, junto às esquinas.
Implantação das bocas coletoras.

A situação não recomendada é a implantação não adequada das bocas coletoras próximas aos vértices do
ângulo de interseção das sarjetas de duas ruas convergentes, pela possível dificuldade que os pedestres
teriam para atravessar a rua no trecho de máxima vazão superficial.

A capacidade hidráulica de uma boca coletora é obtida com a seguinte expressão:

Sendo o comprimento de abertura e a altura nas proximidades , no caso padrão das


sarjetas.

Para o dimensionamento hidráulico das galerias das águas pluviais, utilizamos a equação de Manning para
determinar o diâmetro das galerias :

- Altura da lâmina de :

- Seção plena (I = declividade da galeria):

As bacias de armazenamento ou amortecimento são importantes no sistema de drenagem pluvial, pois


realizam o amortecimento do escoamento que chega aos canais, o que reduz a possibilidade de ocorrência de
impactos ambientais e sociais. Para a implementação dessas baciasé imprescindível a análise topográfica da
região.

Agora confira uma aplicação do que falamos.


Exemplo

Suponha que seja necessário implantar uma galeria pluvial em um projeto de drenagem pluvial urbana.
Trata-se de uma estrutura circular a ser inserida em seção plena. A vazão máxima a ser transportada
pela galeria é de , a inclinação do tubo é de e o tubo é constituído de
concreto. Sabendo que o coeficiente de rugosidade de Manning é igual a , qual seria o
diâmetro ideal da galeria?
Solução:
Para a seção plena, temos:

Logo, iremos considerar um diâmetro da galeria pluvial de .

Verificando o aprendizado

Questão 1

Os sistemas de drenagem urbana têm como principal objetivo impedir ou mitigar os danos causados por
enchentes e inundações nas cidades. Com base nessa informação, analise as afirmativas a seguir.

I. As obras do sistema de drenagem urbana captam águas do escoamento superficial das áreas urbanas e as
transportam.

II. As enchentes correspondem ao acúmulo de água na superfície urbana impermeabilizada, onde há falhas no
sistema de drenagem.

III. As obras que captam as águas pluviais de loteamentos e redes primárias urbanas são constituintes da
microdrenagem.

IV. Os canais, tanto naturais quanto artificiais, são elementos constituintes da macrodrenagem.

Estão corretas

apenas as afirmativas I e III.

apenas as afirmativas II e IV.

apenas as afirmativas I, III e IV.

apenas as afirmativas II, III e IV.

apenas as afirmativas I e II.


A alternativa C está correta.
Para evitar enchentes e inundações, as obras do sistema de drenagem precisam captar e transportar as
águas pluviais escoadas na superfície. São os alagamentos que correspondem ao acúmulo de água na
superfície urbana impermeabilizada com falhas de drenagem, a enchente é definida como a elevação do
nível do curso d'água. A microdrenagem capta as águas superficiais de pequenas e médias escalas, como
loteamento e redes primárias urbanas. E os canais constituem a macrodrenagem urbana.

Questão 2

Um engenheiro precisa determinar a vazão máxima a ser transportada em uma galeria pluvial de drenagem
urbana. O projeto em análise contempla uma estrutura circular com seção plena, inclinação do tubo de
, tubo de concreto com coeficiente de rugosidade de Manning de e diâmetro da galeria
de . Marque a opção que apresenta a vazão máxima encontrada pelo engenheiro.

A alternativa A está correta.


Calculando, temos:
2. Obras de canais a céu aberto

Elementos que compõem as obras de macrodrenagem


Neste vídeo, você entenderá os conceitos básicos envolvendo a macrodrenagem, seus elementos e como ela
está relacionada com o sistema de drenagem urbana.

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Macrodrenagem
Neste vídeo, você compreenderá como deve ser realizado o desenvolvimento do projeto do sistema de
macrodrenagem.

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Agora, abordaremos as obras de macrodrenagem que contemplam os canais a céu aberto. Além dos canais
naturais e artificiais a céu aberto, responsáveis por receber as águas pluviais captadas e transportadas pelo
sistema de microdrenagem, também falaremos sobre os reservatórios de amortecimento e as galerias de
grandes dimensões.

O sistema de macrodrenagem é o responsável pelo escoamento final das águas pluviais provenientes dos
sistemas de microdrenagem das regiões urbanizadas.

Atenção
É importante que o sistema de macrodrenagem tenha capacidade para receber a precipitação em
volume superior ao captado e transportado pelo sistema de microdrenagem, de maneira a não permitir
os impactos negativos, como enchentes, inundações, processos erosivos etc.

Fazem parte do sistema de macrodrenagem:

• Cursos d’água naturais


• Cursos d’água artificiais
• Reservatórios

Galerias pluviais com diâmetro igual ou superior a
• Outras estruturas construídas para o sistema

A macrodrenagem existe sempre, mesmo quando não projetada, formada pelos fundos de vale, córregos, rios
e cursos d’água. As obras desse sistema têm por objetivo otimizar o escoamento das águas pluviais e
melhorando as características hidráulicas. São de grande porte, pois precisam retirar o excesso de água de
solo e acumulá-la em áreas grandes ou em microbacias hidrográficas.
O projeto do sistema de macrodrenagem
Segundo Tucci (2002), um projeto de macrodrenagem deve considerar o escoamento das águas pluviais que
ocorre no curso das águas naturais, analisar esses canais antes de implantação da área urbanizada, mesmo
que sofram alterações, como canalizações, modificações dos seus meandros, implantação de reservatórios,
diques, entre outros. E precisa seguir as seguintes etapas:

• Subdivisão da área em sub-bacias.


• Desenho da rede integrando padrões urbanos e cursos d’água naturais.
• Definição da precipitação de projeto.
• Cálculo passo a passo das descargas projetadas para cada alcance da rede de drenagem por meio do
método racional ou outro método conveniente.
• Projeto hidráulico de cada alcance da rede de drenagem.

O método racional pode ser utilizado para obter a vazão máxima de escoamento em uma bacia hidrográfica,
ou seja, a vazão de pico. Logo, ele é aplicado para o dimensionamento de macrodrenagem.

Apresentamos um projeto simplificado de um sistema de macrodrenagem, baseado na topografia da área e na


delimitação das áreas de contribuição, que podem ser as sub-bacias hidrográficas. Repare, na imagem, a
disposição dos componentes do sistema em relação às estruturas hidráulicas, como bueiros, galerias e canais.

Projeto de um sistema de macrodrenagem.

Para a realização do projeto, é importante definir a bacia hidrográfica em que a área está inserida. Um
município pode estar inserido em mais de uma bacia hidrográfica e precisamos considerar os aspectos
geológicos, morfológicos, de permeabilidades (permeável ou impermeável), baseados na cobertura vegetal do
solo e outros.

A medida de precipitação é fundamental para o desenvolvimento correto do projeto do sistema de


macrodrenagem, assim como as informações relacionadas ao escoamento superficial local, às obras já
existentes e às características da bacia hidrográfica. Com esses dados é possível prever as cheias e as
necessidades de dimensionamento dos elementos a serem implantados.

Elementos da macrodrenagem
Neste vídeo, você conhecerá as propriedades e características dos principais elementos que constituem o
sistema de macrodrenagem.

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Os elementos que constituem o sistema de macrodrenagem possuem, em sua maioria, estruturas de grandes
dimensões, canais naturais ou construídos, reservatórios de amortecimento e estruturas auxiliares. Vamos
conhecê-los!

Galerias de grandes dimensões


São condutos destinados a transportar as águas captadas pelo sistema de microdrenagem até os pontos de
lançamento, por exemplo: canais e reservatórios de amortecimento. No geral, as galerias de grandes
dimensões são utilizadas em áreas muito urbanizadas, devido às restrições impostas pelo sistema viário e pela
limitação de espaço (BRASIL, 2018).

Galeria de macrodrenagem.

Os canais naturais e artificiais a céu aberto


Os canais são os principiais elementos da macrodrenagem e podem ser naturais ou artificiais, abertos ou
fechados, e são elementos de grandes dimensões. Geralmente, são projetados para vazões com período de
retorno de 25 a 100 anos. Têm por objetivo receber as águas superficiais e transportá-las.

Canal artificial para drenagem de sistema pluvial urbano (Guadalajara, México).


Os canais naturais são os rios ou outros cursos
d’água. Eles são a escolha preferencial, pois
proporcionam maior retardamento do
escoamento a jusante e são utilizados para
compor as áreas verdes das zonas urbanizadas.
Já os canais artificiais são construídos e por
isso podem ter diversas formas para a seção
transversal, como trapezoidal, retangular,
triangular, circular e qualquer outra que seja
mais adequada ao local. As seções circulares
são as mais utilizadas para elementos
pequenos e médios como as galerias pluviais e
os bueiros.
Canal natural.
Nos canais naturais, por causa das cargas e
descargas de águas submetidas ao clima e à
geologia da bacia hidrográfica, podemos ter a
necessidade de alteração da capacidade do canal com obras de ampliação da forma e do tamanho da sua
seção transversal.

Obras para ampliação e retificação de canal natural.

Reservatórios de amortecimento
São estruturas que apresentam capacidade de armazenamento das águas pluviais que escoam
superficialmente durante o período de chuvas. Elas liberam a água armazenada de maneira mais lenta, por
meio de saídas controladas, ou seja, atuam como um caminho de fluxo superficial para acomodar com
segurança eventos severos de inundação.

Os reservatórios ou bacias de amortecimento são utilizados


para segurar uma parcela do escoamento superficial das
águas pluviais de áreas urbanas, com a finalidade de evitar
danos a jusante, como enchentes, inundações e erosões, e
liberar a água aos poucos, gradualmente.

A água armazenada nesses reservatórios pode ser utilizada


para:

• Irrigação
• bacia de amortecimento.
Tipo de Geração de energia elétrica
• Regulação do baixo fluxo de água para navegação
• Abastecimento de água público e industrial
• Recreação
Esses reservatórios podem ser classificados como reservatórios de detenção e reservatórios de retenção. Nos
reservatórios de detenção ocorre o armazenamento temporário de águas pluviais que são liberadas,
geralmente, por uma saída com medição não controlada. Nos reservatórios de retenção ocorre o
armazenamento por um período prolongado, em uma instalação sem saída positiva.

Observe a vista aérea de lagoas para coleta de águas pluviais, que são bacias de retenção de águas pluviais
ou piscinas artificiais utilizadas para sistema de irrigação.

Bacias de retenção.

A principal vantagem de um reservatório de retenção comparado ao reservatório de detenção é que nele é


maior a remoção de poluentes já que é possível o tratamento do escoamento das águas pluviais por
processos naturais como o uso de micro-organismos que removem os poluentes. Além disso, as bacias de
retenção também podem ser utilizadas como recreação e hábitat para alguns animais. Outra opção é os dois
reservatórios serem usados em conjunto com o objetivo de amortecer as águas pluviais e contribuir para a
melhoria da qualidade do recurso.

Os reservatórios de detenção podem ser em linha – in-line – ou fora de linha – off-line (BRASIL, 2018):

Reservatórios fora de linha


Reservatórios em linha
São construídos fora do curso do canal
São construídos ao longo do curso fluvial,
fluvial, em cotas mais baixas, e recebem,
com a função de retardar o tempo de
para armazenamento, as águas que
escoamento e assim amortecer as vazões de
excedem a capacidade do canal. A água
pico. A água armazenada é devolvida ao
é devolvida ao curso d’água por meio da
curso d’água por meio da gravidade.
gravidade ou com auxílio de bombas.

Veja os exemplos de reservatórios de detenção:

Reservatórios de detenção.

Estruturas auxiliares de controle


Existem outras estruturas com a finalidade de possibilitar a realização do controle das águas no contexto da
macrodrenagem. Elas são dissipadores de energia, proteção de cortes e aterros, proteção contra erosões e
assoreamentos, travessias, estações de bombeamento, entre outras.
Bacia de acumulação com dissipador de energia.

Macrodrenagem e sistema de drenagem urbana


Neste vídeo, você compreenderá os conceitos que envolvem a importância da drenagem urbana, como ocorre
o escoamento da água em áreas impermeabilizadas, quais são os benefícios da realização das obras de
drenagem e como os sistemas de macrodrenagem estão relacionados com a infraestrutura das cidades.

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A drenagem e as áreas impermeabilizadas


O que tem acontecido nas regiões urbanas é o aumento de áreas impermeabilizadas por causa da construção
de calçadas, edifícios, vias pavimentadas etc., e a redução das áreas impermeáveis. Isso faz com que o
escoamento das águas pluviais tenha mais velocidade pela redução da água de infiltração. Repare, na
imagem, a influência de uma cobertura permeável comparada com uma impermeável, no ciclo hidrológico.

Influência da cobertura vegetal e de áreas urbanizadas nos componentes do ciclo


hidrológico.

Em áreas de superfície permeável, como a cobertura vegetal predominante, temos a infiltração bem maior do
que o escoamento superficial. O oposto ocorre nos centros urbanos, onde temos a grande parte das
superfícies com coberturas impermeáveis, logo, existe o favorecimento do escoamento superficial. O
desenvolvimento de áreas urbanas próximas às margens de rios tem contribuído para inundações em áreas
que anteriormente não sofriam com esse problema.

Benefícios das obras de drenagem urbana


O sistema de drenagem é um serviço público essencial para prevenção de inundações, principalmente, das
áreas mais baixas das comunidades que são sujeitas a alagamentos e/ou marginais de cursos naturais de
águas.

É ideal que o sistema de drenagem urbano seja planejado adequadamente desde o início da concepção da
urbanização, pois os problemas se agravam e o custo das obras se elevam com a urbanização desordenada
somada à ausência de planejamento. Por isso, é importante que a área a ser urbanizada seja planejada de
forma integrada e que todo o plano urbanístico de expansão contenha ações para a drenagem e o manejo das
águas pluviais urbanas. O plano urbanístico deve apresentar a delimitação das áreas mais baixas, que são
potencialmente inundáveis com a finalidade de diagnosticar a viabilidade ou não de ocupação dessas áreas.

Entre os benefícios de um sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas bem planejadas, temos
(BRASIL, 2018):

• Desenvolvimento do sistema viário.


• Redução dos gastos com manutenção das vias públicas.
• Valorização das propriedades existentes na área beneficiada.
• Escoamento rápido das águas superficiais, facilitando o tráfego por ocasião das precipitações.
• Eliminação da presença de águas estagnadas e lamaçais.
• Rebaixamento do lençol freático.
• Recuperação de áreas alagadas ou alagáveis.
• Segurança e conforto para a população habitante e para os transeuntes.

Sistemas de macrodrenagem e infraestrutura das cidades


Os sistemas de macrodrenagem passam a ser parte da infraestrutura das cidades e são fundamentais para a
qualidade de vida urbana. Um projeto de macrodrenagem inadequado deixa as áreas urbanizadas suscetíveis
a enchentes, inundações e outros processos de degradação ambiental somados a problemas de saneamento
e saúde pública, que podem afetar o meio ambiente, a sociedade e a economia.

No Brasil, para o controle no sistema de macrodrenagem, os


canais estão sendo amplamente utilizados. Por isso, é
crescente a canalização ou a retificação de trechos de
canais naturais, o que pode transferir as inundações para
outros locais da bacia hidrográfica. A retificação de cursos
d’água elimina os meandros naturais, modificando a sua
morfologia e aumentando a velocidade de escoamento das
águas.

Podemos reduzir os efeitos negativos do processo de


Canalização do córrego Cheonggyecheon em Seul, na canalização com a adoção de algumas medidas adotadas
Coreia do Sul. no sistema de macrodrenagem, entre elas:

• Garantir que os traçados naturais dos rios sejam mantidos o máximo possível.
• Manter as declividades naturais, ou reduzir a declividade dos canais com a construção de degraus.
• Adotar revestimentos rugosos ou naturais (vegetação e grama), para adequar a velocidade de
escoamento pretendida.

Verificando o aprendizado
Questão 1

A macrodrenagem é responsável pelo escoamento final das águas pluviais e deve apresentar capacidade para
receber e transportar as águas do sistema de microdrenagem. Analise as afirmativas a seguir.

I. Os canais naturais e artificiais e os reservatórios pluviais fazem parte da macrodrenagem.

II. A macrodrenagem formada pelos fundos dos vales, córregos, rios e cursos d’água naturais existe mesmo
sem projetos.

III. As obras de macrodrenagem dimensionadas e projetadas visam à melhoria das características hidráulicas
dos elementos.

IV. A subdivisão da área a ser drenada em sub-bacias, o desenho da rede com padrões urbanos e cursos
d’água naturais e a definição da precipitação são estadas do projeto de macrodrenagem.

V. Os canais da macrodrenagem são os responsáveis por receber e conduzir as águas pluviais do escoamento
superficial das cidades para os rios.

Estão corretas

apenas as afirmativas I, II e V.

apenas as afirmativas III, IV e V.

apenas as afirmativas I, II e IV.

apenas as afirmativas II, III e IV.

apenas as afirmativas I, II, III e IV.

A alternativa E está correta.


O sistema de macrodrenagem é formado pelos canais naturais e artificias, pelos reservatórios, pelas
galerias de grandes dimensões e por demais elementos necessários para o seu funcionamento. Mesmo não
projetado, sempre existe o sistema de macrodrenagem formado pelo fundo de vales e cursos de água
naturais (rios, córregos etc.). O objetivo de dimensionamento de obras específicas de macrodrenagem é o
melhoramento das características hidráulicas de seus elementos. Um projeto de macrodrenagem deve
seguir as seguintes etapas: subdivisão da área em sub-bacias, desenho da rede integrando padrões
urbanos com cursos d'água naturais, definição da precipitação, cálculo das descargas e projeto hidráulico.
Os canais de macrodrenagem não são responsáveis por captar as águas do escoamento superficial das
cidades, mas sim por receber as águas da microdrenagem.
Questão 2

A maioria das obras de macrodrenagem são obras de grande porte com capacidade de receber um elevado
volume de água. Assinale a alternativa que contenha o elemento preferencial para o escoamento das águas
pluviais desse sistema.

Galeria

Reservatório de detenção

Reservatório de retenção

Canal natural

Canal artificial

A alternativa D está correta.


Os canais naturais devem ser sempre a escolha preferencial para o escoamento das águas pluviais da
macrodrenagem, por causa do retardamento do escoamento a jusante e porque eles compõem as áreas
verdes das zonas urbanizadas.
3. Obras de galerias e travessias

Elementos que compõem as obras de microdrenagem


Neste vídeo, você compreenderá os conceitos referentes às galerias e obras de microdrenagem, o
funcionamento da microdrenagem e os elementos que a compõem.

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Galerias e travessias e a microdrenagem


Neste vídeo, você conhecerá os itens necessários para considerar a microdrenagem eficiente e os dados a
serem considerados no projeto.

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As galerias correspondem ao conjunto de elementos, tubulações, que tem como objetivo captar e transportar
as águas pluviais do escoamento superficial das áreas urbanas até rios, córregos ou canais artificiais. Aqui,
trataremos da microdrenagem urbana.

A microdrenagem é parte constituinte dos sistemas de drenagem urbana. Nela, compreendem obras de
engenharia com a finalidade de escoar a água (principalmente, a pluvial) para locais que evitem danos à
população ou à infraestrutura. Ou seja, a microdrenagem é um sistema com elementos interligados,
destinados a captar águas pluviais que escoam na superfície e a conduzir essa água de maneira segura a um
destino final.

Dizemos que o sistema de microdrenagem é eficiente quando:

• Reduz a exposição da população e das propriedades aos riscos e danos das inundações e enchentes.
• Articula com o projeto de desenvolvimento urbano e de ocupação do solo.
• Minimiza alterações hidrossedimentológicas com redução dos problemas de erosão e sedimentação.
• Preserva as várzeas não urbanizadas, minimizando as interferências com o escoamento das vazões de
cheias com sua capacidade de armazenamento.
• Promove o uso das várzeas para atividades de lazer em harmonia com as funções do ecossistema
fluvial.
• Protege a qualidade ambiental e o bem-estar da comunidade.

São elementos básicos da microdrenagem: meios-fios, guias, sarjetas, bocas de lobo, bocas coletoras,
galerias, poços de visita, tubos de ligações e caixas de ligações. Esses elementos em conjunto devem ser
capazes de captar as águas pluviais de locais públicos (drenagem municipal) e conduzi-las para a rede de
macrodrenagem com rapidez e segurança, para não ocorrer o acúmulo dessas águas nas áreas urbanas e
evitar ou diminuir os riscos de alagamentos que causam prejuízos econômicos e sociais.

Observe a captação e a condução das águas pluviais de ambiente privado (residência) e público (rua):
Planta baixa mostrando os elementos básicos de um sistema de microdrenagem.

É importante que os projetos de microdrenagem contenham:

• Diâmetro das tubulações


• Material dos elementos
• Locação das redes
• Cobrimento mínimo sobre as redes
• Dispositivos de captação das águas pluviais
• Condução e lançamento das águas pluviais
• Conexão dos ramais de ligação dos dispositivos
• Espaçamento máximo entre caixas de drenagem
• Locação dos dispositivos

Os projetos de microdrenagem são únicos para cada local e, por isso, deve-se analisar os índices
pluviométricos e o tipo de solo da região. Nas áreas permeáveis, quando a quantidade de chuva supera a
capacidade de infiltração de água no solo, tem-se o escoamento superficial.

Existem muitos fatores que influenciam a capacidade de infiltração do solo. Vamos conhecê-los!
Tipo de solo Granulometria do solo

Um solo arenoso possui capacidade de Um solo de granulometria maior apresenta


infiltração muito maior do que um solo argiloso. maior velocidade de infiltração do que um solo
de granulometria menor.

Compactação das areias e compacidade


das argilas

Um solo que, quanto menor a quantidade de


vazios, menor será a sua capacidade de
infiltração.

O subsistema de drenagem urbana


Neste vídeo, você conhecerá os problemas provocados por uma drenagem ineficiente e as possíveis falhas de
um sistema.

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Como vimos, nas obras hidráulicas, a relação chuva-vazão é o principal fator a ser considerado para o projeto,
o dimensionamento e a operação de estruturas de controle. Além disso, precisamos conhecer a vazão de pico
(maior vazão correspondente ao evento pluviométrico) nos estudos de drenagem urbana para o
dimensionamento da microdrenagem.

Podemos observar na imagem a seguir um rio com nível normal, na enchente e com inundação. O leito menor
corresponde ao nível normal do reio (calha fluvial). O leito maior corresponde a elevação temporária do nível
d’água nas calhas fluviais (também conhecidas como canais de drenagem), atingindo a cota máxima na seção
do canal antes do transbordamento; nesse caso, ocorre uma enchente, ou cheia. A inundação acontece
quando a elevação do nível atinge as áreas marginais, chamadas de planícies de inundação, ou áreas de
várzea.
(a) Nível normal de um rio; (b) enchente; (c) inundação.

Tanto as enchentes quanto as inundações são agravadas por falhas nos sistemas de microdrenagem e
macrodrenagem. Por exemplo, o entupimento das bocas de lobo ou das galerias impede a captação e a
condução adequada das águas pluviais pelo sistema de microdrenagem, acarretando um acúmulo de água na
superfície urbana. Outro exemplo é a falta de capacidade de captação e da condução das águas superficiais,
por subdimensionamento dos elementos de drenagem.

Alguns problemas comuns nos sistemas de microdrenagem são: erro de concepção, falha na previsão do pico
de projeto, falta de manutenção, envelhecimento de partes do sistema e crescimento urbano não planejado.
Esses problemas podem tornar o sistema incapaz de comportar as necessidades de escoamento. Como
principais falhas de integração do projeto de drenagem e a urbanização, podemos citar:

• Superação da capacidade máxima de escoamento da rede, definido em projeto, por conta do


crescimento urbano não planejado.
• Falta de controle de crescimento urbano a montante da área de projeto em áreas que eram naturais,
causando um incremento de vazão incompatível.
• Ocupação indevida do solo em áreas ribeirinhas, que deveriam ser planícies de inundação, portanto,
preservadas.
• Falta de integração entre os sistemas do saneamento básico.

Se a macrodrenagem não suportar o volume de água vindo da microdrenagem, ainda que a microdrenagem
esteja adequadamente dimensionada, a água superficial ficará sobre a área urbana, ocasionando alagamentos
e escoamento sobre as ruas, por causa do represamento. Assim, as ruas passam a funcionar como canais
conduzindo as águas superficiais para regiões mais baixas.

Os projetos de microdrenagem e macrodrenagem devem ser realizados com atenção pelos profissionais
envolvidos, considerando a dinâmica das cidades que crescem e alteram com o passar do tempo.

Os elementos da microdrenagem urbana


Neste vídeo, você conhecerá as características e funções dos elementos que compõem a microdrenagem
urbana.
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Há vários dispositivos com objetivos específicos em um sistema de microdrenagem. Vamos conhecer os


principais!

Meios-fios e sarjetas
São estruturas que recebem as águas pluviais que incidem sobre as vias públicas (ruas, avenidas etc.) e lotes
que não se comunicam com a rede através dos ramais prediais. A água coletada pelas sarjetas é transportada
para os bueiros. As sarjetas precisam ser rebaixadas em relação às vias para que as águas superficiais
escoem para elas em direção às bocas coletoras (bueiros).

Exemplo de sarjeta.

Para calcular a capacidade hidráulica de uma sarjeta, é preciso considerar a vazão escoada, a área da seção
da sarjeta, a altura do meio-fio e o declive longitudinal da rua. Um critério utilizado para determinar a largura
da sarjeta é garantir que uma pessoa comum consiga passar sobre ela com um passo, sem pisar na água.

As sarjetas, também conhecidas como valetas, podem ser abertas ou fechadas. Normalmente, adota-se a
aberta por suas vantagens: facilidade de manutenção e limpeza, economia, possibilidade de interação
paisagística e maior facilidade para ampliações futuras, caso necessário.

Bueiros ou bocas de lobo


Podem ser chamados de caixas ralo e bocas coletoras. São estruturas localizadas nas sarjetas, com objetivo
de captar as águas superficiais de áreas urbanizadas com a livre passagem das águas que atravessam o leito
da estrada.

Confira três tipos básicos de bocas de lobo, elementos que podem ser empregados com ou sem depressão,
no meio ou nos pontos mais baixos da sarjeta.
Tipos de bocas coletoras.

Para o dimensionamento dos bueiros é necessário conhecer as características do escoamento que será
transportado para evitar enchentes a montante. A capacidade de escoamento depende da altura de água no
trecho da sarjeta imediatamente a montante.

Boca coletora.

A água recolhida na boca coletora é destinada para as galerias de drenagem, por meio de tubulações
chamadas corpo. Veja na imagem:
Colocação de bueiros de concreto e tubos de drenagem para o sistema de águas
pluviais.

Galerias de drenagem
São canais artificiais com seções fechadas especiais, com o objetivo de transportar as águas pluviais
captadas pelos sistemas de microdrenagem até o local de despejo, normalmente, os canais de
macrodrenagem.

Despejo das águas pluviais em canal de macrodrenagem.

As galerias de drenagem são compostas por dutos subterrâneos.

Exemplo de galeria pluvial.

A depender do tamanho da cidade e do índice pluviométrico, é comum que as galerias desaguem em outras
galerias de drenagem de dimensões maiores. Elas podem ter seção transversal circular, retangular ou oval.
Construção de galeria de drenagem.

Poços de visita
São aberturas na parte exterior superior que permitem a visitação para limpeza e manutenção do sistema
interno de drenagem. Unem dois ou mais trechos da rede coletora, a partir de passagens e junções.

Tampa de poço de visita com design temático na cidade histórica de Narai Juku,
Japão.

Verificando o aprendizado

Questão 1

As galerias, de uma maneira geral, correspondem às tubulações da microdrenagem destinadas a captar e


transportar as águas pluviais que escoam nas áreas urbanas até canais ou galerias da macrodrenagem.
Analise as afirmativas a seguir sobre esse sistema.

I. Deve mitigar a exposição da população aos riscos e danos da enchentes e inundações e promover o bem-
estar da comunidade.

II. Deve ser projetada aliada ao projeto de desenvolvimento urbano e de ocupação do solo.

III. Não é preciso cuidado com as várzeas não urbanizadas.

IV. Deve promover o aumento da erosão e sedimentação.

Estão corretas
A

apenas as afirmativas I e II.

apenas as afirmativas III e IV.

apenas as afirmativas I, II e IV.

apenas as afirmativas II, III e IV.

apenas as afirmativas I, II e III.

A alternativa A está correta.


A microdrenagem deve reduzir a exposição tanto da população quanto das propriedades aos riscos e
danos das inundações e enchentes, proporcionar o bem-estar da comunidade e da qualidade ambiental,
deve estar articulada com o projeto de desenvolvimento urbano e de ocupação do solo, deve preservar as
várzeas não urbanizadas e reduzir os problemas de erosão e sedimentação.

Questão 2

As bocas de lobo ou bocas coletoras ou, apenas, bueiro, são elementos da microdrenagem que têm como
função

receber as águas pluviais que incidem sobre as vias públicas.

funcionar como barreira para que a água pluvial escoe pela sarjeta.

transportar as águas pluviais para o sistema de macrodrenagem.

captar as águas superficiais com livre passagem das águas do leito da estrada.

armazenar as águas superficiais que escoam pelas vias urbanas.


A alternativa D está correta.
As bocas de lobo são estruturas posicionadas nas sarjetas, que devem captar as águas superficiais de
áreas urbanizadas permitindo a livre passagem dessas águas que atravessam o leito das estradas. Elas não
apresentam função de armazenagem, nem de barreira e não fazem parte da macrodrenagem. As sarjetas
são responsáveis por receber as águas pluviais das vias públicas.
4. Obras de reservatórios para controle de cheias

Cálculos utilizados para obras de reservatório


Neste vídeo, você conhecerá os conceitos básicos dos reservatórios de amortecimento e das estruturas de
saída das bacias.

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Amortecimento de cheias em reservatórios (routing)


Neste vídeo, você conhecerá as propriedades e características dos reservatórios utilizados para o
amortecimento de cheias.

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Apresentação dos cálculos


Neste estudo, iremos considerar as bacias de detenção, pois estas têm sido a medida mais adotada para
retardar o escoamento das águas pluviais. Esses reservatórios podem ser construídos com barragens ou pela
escavação do terreno natural. Uma bacia de detenção deve ter uma estrutura de controle de saída para sua
operação e um extravasor de emergência. Podem, também, ser utilizadas estruturas múltiplas de controle de
acordo com o estabelecido pelo projeto.

Na fase do projeto hidráulico dos reservatórios, recomenda-se a realização de estudos detalhados que
envolvam simulações matemáticas de amortecimento de cheias (routing). Conheça os dados de entrada do
projeto:

• Hidrograma de projeto
• Características físicas do reservatório (níveis de água máximo e mínimo admissíveis)
• Curva (cota x vazão) da estrutura de controle de saída

Com esses dados, determinamos o hidrograma das vazões efluentes, os níveis d’água atingidos na bacia de
detenção e o volume armazenado (CANHOLI, 2014).

Segundo Canholi (2014), a variação do volume armazenado em um reservatório pode ser determinada pela
equação:

Em que é a vazão afluente, é a vazão efluente e é o volume. Veja na imagem um routing típico.
Amortecimento de cheias em reservatórios.

Para um intervalo de tempo, , a equação pode ser descrita por diferenças finitas:

Em que e são vazões afluentes nos instantes 1 e 2, é o período de tempo entre 1 e 2, e


são volumes reservados nos instantes 1 e 2 e e são vazões efluentes nos instantes 1 e 2.

As incógnitas da equação acima são e e podem ser determinadas pelas relações das curvas (cotax
volume), (cotax vazão efluente), e curvas auxiliares, conforme apresentado a seguir.

Curva auxiliar em função do volume armazenado


Para cada instante considerado, obtém-se o hidrograma de saída do reservatório.

Gráfico: Solução gráfica em função do volume armazenado.


O gráfico mostra as curvas e , que apresentam como as soluções para cada instante podem ser
obtidas. Ou seja, a solução para as incógnitas do problema é o par de valores e cuja função
satisfaz:

(Solução no instante 2)

Curva auxiliar em função da vazão efluente


Neste caso, a solução será o par de valores que satisfazem a relação . Veja!

Gráfico: Solução gráfica em função da vazão efluente.

Formulação matemática da curva (cota x volume) do reservatório


O volume dos reservatórios naturais ou artificiais pode ser representado pela equação:

Em que é o volume do reservatório abaixo da altura é a altura d'água para o qual se deseja obter o
volume e e são parâmetros dependentes da forma do reservatório, por exemplo: se o reservatório tiver
paredes verticais, . Sendo adimensional e a constante com dimensão . Podendo ser
determinadas pelas equações:
Em que é o número de pares tabelados . E a área da superfície molhada do reservatório pode ser
descrita pela derivada da função de volume:

Estruturas de saída de bacias de detenção


Neste vídeo, você conhecerá alguns tipos de estruturas utilizadas para a saída das bacias de detenção e os
coeficientes utilizados para perda e carga.

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Tipos de estruturas de saída


Para as bacias de detenção tipo on-line, as estruturas de saída mais usuais são classificadas em três grupos:
orifícios, soleiras vertentes e as tomadas perfuradas (perforated river outlets).

Dependendo das características do hidrograma efluente desejado, é possível adotar a combinação


dessas estruturas, surgindo as estruturas de controle mistas, com diversos modos de extravasão
(orifícios e vertedouros).

É comum adotar um orifício de fundo com orifícios complementares localizados em cotas superiores ou por
meio de vertedores de soleiras livres. Já para os extravasores de emergência, que têm o objetivo de garantir o
nível d’água máximo a ser atingido na bacia de detenção, são preferencialmente formados por vertedouros de
soleiras livres, ou seja, sem controle por comportas.

Veja na imagem um exemplo esquemático de um vertedor vertical com soleira livre delgada.

Soleira delgada frontal.

Já na imagem a seguir, podemos observar vertedores de soleira espessa no plano horizontal.


Vertedores de soleira espessa.

Em bacias off-line, para verificar as vazões efluentes a jusante, geralmente, só interessa a curva de vazões no
estágio inicial, pois as vazões bombeadas são muito pequenas. É comum o tempo adotado para o
esvaziamento por bombeamento ser de 12 horas.

Pode haver bacias off-line operando apenas por gravidade, sendo controladas por comportas, assim, seu
esvaziamento é semelhante ao dos reservatórios on-line.

Neste estudo, conheceremos um pouco mais sobre as obras com extravasores tipo orifício, galerias de fundo
com controle de entrada e galerias de fundo com controle de saída.

Extravasores tipo orifício


Os orifícios e as tubulações ou galerias curtas também são incluídas neste grupo. A formulação para a vazão
descarregada, , é válida para ( é a altura do orifício):

Em que é o coeficiente de descarga do orifício (adimensional, com valor típico para orifícios com cantos
vivos de ), é a área da seção transversal do orifício, a lâmina ou altura de água, acima do eixo
central orifício para orifício livre, ou a diferença de nível d'água para orifício afogado.
Escoamento em orifício.

Galerias de fundo com controle de entrada


Podemos ter quatro tipos de casos de controle de entrada em galerias. Observe as imagens e as equações
para determinar a lei cota x vazão de saída em cada caso apresentado. Vejamos o caso 1:

Galeria de fundo com controle de entrada - caso 1.

Vejamos a imagem que representa o caso 2:


Galeria de fundo com controle de entrada - caso 2.

Vejamos a imagem que representa o caso 3:

Galeria de fundo com controle de entrada - caso 3.

Vejamos a imagem que representa o caso 4:


Galeria de fundo com controle de entrada - caso 4.

Vejamos o detalhamento dos casos:

Casos 1 e 2

Quando ocorre o escoamento crítico à entrada da galeria de fundo, o qual, para uma seção retangular, é
descrito como:

Em que é a vazão específica é a aceleração da gravidade . Em termos de vazão, tem-se:

Em que é a largura da galeria e é a vazão . Para seções circulares, pode-se utilizar a


seguinte equação para o cálculo da altura crítica:

Casos 3 e 4

Quando a entrada é submersa, o escoamento pode ser considerado semelhante ao orifício se houver um
canto vivo ou reentrância que promova o deslocamento do fluxo na face superior da galeria. Sendo
medido entre o nível d'água de montante e o fundo da abertura:

Em que é o coeficiente de vazão (adimensional), é a largura da entrada (m) e é a altura de entrada


(m).

No quadro estão os valores de em função de . Veja!

Valores de \(C_v\) em função de \(H / D\).

Galerias de fundo com controle de saída


Ocorrem quando a capacidade hidráulica da galeria ou os níveis d’água na saída são preponderantes no
escoamento das vazões. Para essa operação, podemos ter o escoamento à seção plena (afogado) ou
parcialmente cheio (livre), conforme as imagem que veremos a seguir, para os casos típicos 5, 6 e 7. Vamos
iniciar com o caso 5:

Galeria de fundo com controle de saída - caso 5.

Vejamos a imagem que representa o caso 6:

Galeria de fundo com controle de saída - caso 6.

Vejamos agora a imagem que representa o caso 7:

Galeria de fundo com controle de saída - caso 7.


Em situações em que a galeria apresentar declividade de fundo inferior à crítica, dizemos que o escoamento é
fluvial e pode ocorrer o escoamento livre. Já os escoamentos de seção plena ocorrem quando a capacidade
de vazão da galeria a escoamento livre for excedendo, tendo então o afogamento por jusante.

Ao passar uma enchente pela bacia de detenção, à medida que o nível d’água do reservatório sobe, podem
ocorrer alguns casos de escoamento na galeria de saída (ilustrados na imagem que acabamos de ver), que
são:

Caso 5

Quando a lei cota x vazão pode ser determinada pelo cálculo da linha d’água no interior da galeria,
considerando o escoamento gradualmente variado. Nesse caso, para cada nível d’água de jusante e vazão,
obtém-se o correspondente nível d’água de montante (reservatório). Deverão ser consideradas tanto as
perdas localizadas na tomada d’água quanto as perdas distribuídas ao longo da galeria.

Casos 6 e 7

Quando temos o escoamento forçado (à pressão), e a obtenção da relação cota x vazão pode ser realizada
pela equação:

Em que é o desnível total (m), é o somatório dos coeficientes de perda de carga ao longo da
galeria, velocidade média na galeria . Sendo a vazão obtida por:

Temos:

Portanto:

Coeficientes de perda de carga


Podemos dizer que o coeficiente de perda de carga é composto pela somatória:
Em que é a perda na entrada da galeria (tomada d'água), são as perdas distribuídas ao longo da
galeria, são as perdas localizadas (curvas, transições), é a perda na saída.

Perdas de carga na entrada,


A perda de carga na entrada é uma parcela da energia cinética do escoamento da seção.

Sendo a velocidade média do escoamento na seção de entrada . Observe os coeficientes de perda


de carga em função de cada tipo de entrada das estruturas mais usuais apresentados a seguir.

Tubos de concreto
Chanfrado conforme aterro

Chanfrado conforme aterro.

Projetado do aterro, sem alas

Projetado do aterro, sem alas.

Chanfrado com muros-ala paralelos

Chanfrado com muros-ala paralelos.


Galeria retangular
Muros-ala paralelos com cantos vivos

Muros-ala paralelos com cantos vivos.

Muros-ala paralelos com cantos arredondados

Muros-ala paralelos com cantos arredondados.

Muros-ala com ângulo de abertura e cantos arredondados

Muros-ala com ângulo de abertura e cantos arredondados.

Tubo de metal corrugado


Projetado de aterros, sem alas

Projetado de aterros, sem alas.


Com muros-ala paralelos

Com muros-ala paralelos.

Com muros-ala com ângulo

Com muros-ala com ângulo.

Perdas distribuídas,
A perda distribuída é a energia potencial requerida na entrada da galeria para vencer o atrito provocado pela
rugosidade das paredes, e é calculada pela equação:

Portanto,

Em que é o comprimento da galeria é o raio hidráulico é o coeficiente de Manning. O


cálculo do coeficiente de Manning leva em consideração diversos fatores do tubo, inclusive o tipo de
revestimento da galeria, e não será abordado aqui.

Perdas na saída,
A perda na saída corresponde a uma parcela da altura cinética do escoamento na saída, sendo calculada pela
equação:
Em que é a velocidade média do escoamento na seção de saída e para normalmente adota-
se 1.

Exemplo de cálculo da saída de uma bacia de detenção


Neste vídeo, você acompanhará um exemplo de cálculo para a capacidade de vazão e propriedades
dimensionais da estrutura de saída de uma bacia de detenção.

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Agora vamos imaginar uma situação para compreendermos o que estudamos até aqui.

Dado um extravasor composto por uma galeria de fundo, de seção quadrada, de concreto com acabamento
rugoso, com seção de , entrada com muros-ala paralelos, declividade longitudinal e
comprimento de . Defina o regime de escoamento na galeria e o desnível montante-jusante necessário
para que seja escoada uma vazão de . Suponha a não interferência do nível de água a jusante e
coeficiente de Manning igual a (CANHOLI, 2014, seção 15-5.1).

Extravasor de galeria de fundo.

Solução: Máxima capacidade de vazão da galeria para escoamento livre :

Supondo:
Como: , na condição solicitada a galeria operará afogada, com controle de saída.

O regime de escoamento é afogado.

Definição do desnível necessário para escoar , considerando o controle de saída:

A seção plena e

Para:

Portanto:

O desnível necessário é de .
Verificando o aprendizado
Questão 1
Observe a imagem a seguir.

É possível afirmar que

quando a vazão de afluente é maior que a vazão de efluente ocorre o aumento do volume armazenado na
bacia de detenção.

quando a vazão de afluente é menor que a vazão de efluente ocorre o aumento do volume armazenado na
bacia de detenção.

quando a vazão de afluente é maior que a vazão de efluente ocorre a redução do volume armazenado na
bacia de detenção.

quando a vazão de afluente é maior que a vazão de efluente ocorre a estagnação do volume armazenado na
bacia de detenção.

quando a vazão de afluente é igual a vazão de efluente ocorre o aumento do volume armazenado na bacia de
detenção.

A alternativa A está correta.


A vazão de afluente é a vazão de entrada na bacia de detenção, enquanto a vazão de efluente é a vazão de
saída da bacia de detenção. Se a vazão de entrada é maior do que a vazão de saída, ocorre um aumento no
volume armazenado na bacia.
Questão 2
Para um extravasor composto por uma galeria de fundo, de seção quadrada, de concreto com acabamento
rugoso, com seção de , entrada com muros-ala paralelos, declividade longitudinal
e comprimento de . Marque a opção que apresenta o desnível montante-jusante
necessário para que seja escoada uma vazão de . Suponha a não interferência do nível de água a
jusante e coeficiente de Manning igual a .

A alternativa B está correta.


A seção plena e

Para:

Portanto:
Para:

Portanto:
5. Conclusão

Considerações finais
Você agora sabe identificar e caracterizar os elementos e as obras dos sistemas de drenagem urbana, seja de
microdrenagem ou de macrodrenagem. Também é capaz de distinguir os problemas envolvendo as falhas nas
obras dos sistemas de drenagem (alagamentos, enchentes e inundações), além de apresentar os quesitos
para considerar uma obra de drenagem eficiente.

O adequado dimensionamento dos sistemas de macrodrenagem e microdrenagem são essenciais em áreas


urbanas para garantir que as águas do escoamento superficial sejam captadas e transportadas de maneira
eficiente, reduzindo os impactos ambientais, sociais e econômicos.

Diversos profissionais trabalham cotidianamente com os conceitos que aprendemos, seja com projeto,
execução de obra ou manutenção dos sistemas de drenagem urbana.

Podcast

Ouça um bate-papo sobre a drenagem urbana e conheça fatores importantes de um projeto de


macrodrenagem e de microdrenagem. Veja também os tipos de bacias utilizadas como reservatórios
para controle de cheias.

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Explore +
Leia o texto Gestão de drenagem urbana, de Carlos Tucci, publicado pela Cepal e pelo Ipea, em 2012, e veja
como o autor aborda o conceito. Vale conferir!

Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT. NBR 15645 – Execução de obras utilizando tubos e
aduelas pré-moldados em concreto. Rio de Janeiro, 2020.

BRASIL. Fundação Nacional da Saúde. Drenagem e Manejo das águas pluviais urbanas. Consultado na internet
em: 10 mar. 2023.

CANHOLI, A. Drenagem Urbana e Controle de Enchentes. 2. ed. São Paulo: Oficina de textos, 2014. E-book.

SANTOS, A. N.; PRETTO, M. E. J.; ABREU, M. S. P.; SCOPELL, V. G.; ALBERTIN, R. M.; SANTOS, F. M.; LUIZ, T. B.
P. Saneamento Ambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2021.

STEIN, R. T.; SANTOS, F. M.; PELINSON, N. S; SCHOENELL, E. K; BOTELHO, L. A.; SILVA, L. M. L.; MACHADO, V.
S. Hidrologia e Drenagem. Porto Alegre: SAGAH, 2021.

TUCCI, C. E. M. (org.). Hidrologia: ciência e aplicação. 3. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2002.

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