BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
HISTOLOGIA DO OLHO (transparente – fibras com padrão
organizado) à importante na coloração.
Visão Geral do Olho 2. Túnica Vascular (Úvea) - fornece
nutrientes para a região da retina: camada
• Órgão fotossensível: sensorial – intermediária, formada pela coroide,
responsável pelo sentido da visão. estroma do corpo ciliar e íris à fornece
• Assemelha-se a uma câmera digital. nutrientes a retina
3. Retina – Túnica Interna: compreende um
Funções: epitélio pigmentar externo, a camada
• Capturar e focalizar automaticamente a neural interna da retina, e o epitélio do
luz; corpo ciliar e íris. A camada neural da
• Regula a intensidade da luz e a cor; retina é contínua com o SNC, por meio do
• Acompanha objetos em movimento com nervo óptico.
movimentos oculares coordenados;
• Mesmo em número par – o cérebro
processa as imagens ligeiramente
diferentes (um pouco diferentes)
recebidas.
OBS.: Outros mecanismos neurais complexos
coordenam os movimentos oculares,
possibilitando aprimoramentos na percepção
da profundidade e da distância. Portanto, nossa
percepção do mundo ao redor depende muito
de impulsos processados na retina, e da análise
e interpretações desses impulsos pelo SNC. Figura 1: A retina tem duas camadas: a camada neural da
retina (em amarelo) e o epitélio pigmentar da retina (em
laranja). A região fotossensível da retina está localizada na
à Os tecidos oculares são derivados do parte posterior do olho e termina anteriormente, ao longo
neuroectoderma (retina), do ectoderma de da ora serrata. A região não fotossensível está localizada
superfície (cristalino, epitélio da córnea) e do anteriormente à ora serrata e reveste a face interna do
mesoderma (esclera, estroma, túnica vascular). corpo ciliar, como a superfície posterior da íris.
ESTRUTURAS DO OLHO Ora serrata à É uma junção serrilhada que marca
a passagem da área não fotorreceptora do corpo
• Seis músculos extrínsecos, que controlam ciliar para a região fotorreceptora da retina.
seu movimento, o mantêm suspenso na
cavidade orbital óssea. Câmaras do Olho
• Durante sua movimentação, uma camada
espessa de tecido adiposo envolve • As camadas do olho e o cristalino
parcialmente o olho e também o protege. constituem limites das três câmaras do
olho.
Camadas do Olho • As câmaras do olho são as seguintes:
• A parede do olho é composta de três 1. Câmara Anterior: espaço entre córnea e
túnicas ou camadas concêntricas. íris; existe um líquido que contém
proteínas – humor aquoso (líquido com
1. Túnica Cornoescleral: túnica fibrosa de glicose, oxigênio, aminoácidos, proteínas e
sustentação ou externa formada pela cerca de 98% de água).
esclera (parte branca opaca) e a córnea
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
2. Câmara Posterior: espaço entre a 1. Lâmina Episcleral: camada externa; é o
superfície posterior da íris e a superfície TCF adjacente ao tecido adiposo
anterior do cristalino à presença de periorbital
humor aquoso. 2. Substância Própria (esclera
3. Câmara Vítrea: entre a superfície posterior propriamente dita, também
do cristalino e a camada neural da retina; denominada cápsula de Tenon): é a
dentro da câmara – humor vítreo fáscia que reveste o olho, composta de
(substância gelatinosa: 90-98% água, fibras uma densa rede de fibras colágenas
colágenas, ác. hialurônico – promovem espessas.
coesão e dão uma consistência gelatinosa 3. Lâmina Supracoróidea (lâmina fosca
ao meio); serve como fator de proteção da da esclera): face interna da esclera,
retina nos movimentos oculares rápido; está localizada adjacente à corioide,
produzido pelas células da pars plana do contém fibras colágenas mais finas e
corpo ciliar. também fibras elásticas, além de
fibroblastos, melanócitos, macrófagos
à O humor aquoso é secretado pelos processos e outras células do tecido conjuntivo.
ciliares para a câmara posterior. Atravessa a pupila
e chega à câmara anterior, onde drena para o seio
venoso da esclera (canal de Schlemm) no ângulo
iridocorneal.
Segmentos do Olho
• Segmento Anterior: a córnea, as câmaras
anterior e posterior e seu conteúdo
constituem esse segmento.
• Segmento Posterior: espaço vítreo, a parte
visual da retina, o EPR, a parte posterior da
esclera e a úvea constituem esse
segmento.
TECIDO CONJUNTIVO FIBROSO DENSO à rico em
TÚNICA EXTERNA - ESCLERA colágeno (tipo I) – colágeno de diferentes
tamanhos e espessuras, desorganizados; fina rede
• SKLEROS à grego-duro (ambiente com de fibras elásticas entremeadas aos feixes de
consistência de dureza) colágeno (reflete ao branco do olho –
• Fornece fixação para os músculos desorganização de fibras colágenas); fibroblastos
extrínsecos ou extraoculares à pressão dispersos entre as fibras;
ocular
• Permite responder a cada reflexo ou • Lâmina fusca: TCF adjacente à coroide –
comando. possui vasos (processo de mudanças/
• Apresenta-se opaca e branca nos 5/6 transição tecidual)
posteriores.
• Recobre as duas camadas: coroide e retina. Limbo – transição esclerocorneal:
• É considerada uma camada fibrosa – • Transição entre córnea transparente e a
avascular. esclera opaca.
• A esclera é divida em três camadas que não • Importante para a manutenção da
são bem-definidas: população de células-tronco, também atua
como barreira para evitar a migração das
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
células epiteliais conjuntivais até a Tecido epitelial estratificado pavimentoso
superfície da córnea. não-queratinizado à apresenta 5 a 6
• A lâmina basal do limbo contém as células- camadas celulares.
tronco límbicas que geram e mantêm o É contínuo com o epitélio conjuntival que
epitélio da córnea. Essas células cobre a esclera adjacente.
proliferam, se diferenciam, migram para a Ricamente inervada (região mais inervada
superfície do limbo e, depois, para o centro do corpo humano).
da córnea, onde substituem células Células com alto potencial de reparo e
epiteliais danificadas. renovação – tronco/pluripotentes (migram
• Muito vascularizado (vasos sanguíneos para epitélio corneano e se diferenciam) à
perilimbicos) alta capacidade de regeneração, com um
tempo aproximado de 7 dias.
Muitas terminações nervosas livres –
sensibilidade ao toque; fluxo de lágrimas e
dor.
Recompõe membrana, caso haja lesão
superficial.
TÚNICA EXTERNA - CÓRNEA
• Globo ocular é capaz de receber e regular
a intensidade da luz.
• A córnea cobre o sexto anterior do olho. OBS.: Doenças ou lesões extensas podem causar
• Nessa região, a superfície do olho é diminuição acentuada ou esgotamento total das
proeminente ou convexa. células-tronco límbicas, o que provoca
• É contínua com a esclera. anormalidades da superfície da córnea, com
• Função mecânica: auxilia no formato ao consequente conjuntivalização desta,
globo ocular, proteção contra traumas fenômeno caracterizado por vascularização,
mecânicos e infecções. surgimento de células caliciformes e um epitélio
• Principal elemento refrativo do olho (70%) irregular e instável. Essas alterações causam
à Quando os raios luminosos passam desconforto ocular e diminuição da visão. A
pelos componentes do olho, sofrem cicatrização de lesões menores da superfície da
refração – alteram o trajeto de luz e córnea é rápida, o que acontece por indução da
conduzem até a retina para formar a proliferação de células-tronco e migração de
imagem – luz é focalizada (vai ser células da junção corneoescleral para preencher
direcionada) o defeito.
Refração à luz muda de meio e muda
velocidade e direção. 2. Membrana de Bowman ou Lâmina
Limitante Anterior
Apresenta 5 camadas: Sintetizada pelo epitélio corneal.
1. Epitélio Anterior ou Corneal
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
Situada entre o epitélio e o estroma Malha de fibras (colágeno e
subjacente, e termina bruscamente na glicoproteínas).
junção corneoescleral. Cresce durante toda a vida do indivíduo –
Lâmina fibrilar – fibrilas de colágeno V, VI e produzida continuamente.
VII são orientadas aleatoriamente – Muito resistente – barreira mecânica:
confere certa resistência à córnea e atua protege contra perfurações oculares
como barreira contra a disseminação de (patologias infecciosas) à possibilita stop
infecções. do processo infeccioso.
Não se regenera (lesões costumam evoluir Descemetocele à herniação da descemet
com sequelas – cicatriz opaca –
comprometimento da visão). 5. Endotélio da Córnea
Presença de plexos de fibras nervosas Propicia a troca metabólica entre a própria
(perdem bainha de mielina): responsável córnea e o humor aquoso.
pela inervação da córnea. É uma camada única de tecido epitelial
pavimentoso simples que cobre a
3. Estroma Corneal superfície da córnea voltada para a câmara
Maior camada anterior.
90% espessura da córnea Células bem unidas pela presença de
Não contém sangue nem vasos linfáticos – desmossomos e zônulas de adesão bem
avascular. desenvolvidas.
É composto por cerca de 60 delgadas Permite trocas metabólicas da córnea.
lamelas. As células do endotélio contêm muitas
Cada lamela é formada por feixes paralelos mitocôndrias e vesículas, além de um
de fibras colágenas do tipo I – MESMA extenso retículo endoplasmático rugoso
ESPESSURA e mesmo tamanho). (RER) e complexo de Golgi.
Entre as lamelas, há lâminas de Danos podem levar a edema da córnea ou
fibroblastos planos e delgados. produzir perda temporária ou permanente
Os proteoglicanos (lumicano) e o colágeno da transparência.
tipo V regulam o diâmetro e o Capacidade proliferativa reduzida.
espaçamento precisos das fibrilas de
colágeno, que mantêm a limpidez das OBS.: A única maneira de reparo, em caso de
córneas. lesão grave do endotélio, é o transplante de
córnea.
OBS.: Edema de Córnea - após lesão do epitélio
ou endotélio altera essa organização precisa e Seio Venoso da Esclera/Canal de Schlemm:
causa translucência, ou opacidade da córnea. Região límbica.
Durante o processo de cicatrização, após lesão Canal irregular revestido por endotélio.
da córnea, há superexpressão de lumicam. Em Permite o efluxo do humor aquoso (tem que ser
geral, a córnea não contém vasos sanguíneos constantemente produzido) para sistema nervoso.
nem pigmentos. Durante uma resposta Vaso que circunda todo o olho.
inflamatória na córnea, uma grande quantidade
de neutrófilos e linfócitos migra dos vasos
sanguíneos da junção corneoescleral e penetra
nas lamelas do estroma.
4. Membrana de Descemet (lâmina basal do
endotélio corneal)
Delimita internamente o estroma
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
Oclusão do seio venoso da esclera: aumento da continuação direta das duas camadas do
pressão à glaucoma epitélio da retina; camadas de células não
pigmentadas (interna/sem pigmento) –
TÚNICA MÉDIA – VASCULAR/ÚVEA voltada para câmara posterior e vítrea;
secreção do humor aquoso – pars plicata;
CORÓIDE camada de células pigmentadas
• Parte Posterior: (externa/melanina) – apoiada ao estroma.
Rica em vasos sanguíneos – fornece 2. C. Vascular: Estroma – tecido conjuntivo
nutrientes para a retina à lesões na frouxo + fibras elásticas + rico em capilares.
cariocapilar podem levar a alteração na 3. C. Externa: Músculo Ciliar – tecido
retina. muscular liso à importante para permitir
Tonalidade marrom escura devido a mudanças no cristalino como a intensidade
riqueza em melanócitos – células com de luz; se prende a região da esclera e do
melanina – o pigmento absorve a luz e corpo ciliar; altera o formato do cristalino
minimiza a ofuscação do olho. durante a acomodação visual.
É fixada a esclera na margem do nervo
óptico.
• Parte Anterior:
Forma o estroma do corpo ciliar e da íris.
Tecido conjuntivo frouxo à fibras
colágenas + elásticas + fibroblastos.
OBS.: Glaucoma à danos irreversíveis na retina
e no nervo óptico – perda da visão. A obstrução,
por tempo prolongado dos canais de schlemm
prejudica o fluxo do humor aquoso e provoca o
aumento da pressão intraocular.
O acúmulo do humor aquoso e aumento da
CORPO CILIAR
pressão comprime os capilares sanguíneos da
• Situada na margem anterior – dilatação da
segunda camada e prejudica o fluxo de sangue
coroide, na altura do cristalino.
para a região da retina, ocasionando a
• Anatomicamente – formato de triangulo. degeneração das células fotossensíveis da
• Aspecto de um anel espesso revestindo a retina.
superfície interna da esclera.
• Processos ciliares à contornos irregulares ÍRIS
com pregas salientes – extensão de uma • Se origina na margem anterior do corpo
das faces; secretam humor aquoso. ciliar e se insere na esclera.
• Tecido conjuntivo frouxo + epitélio • Prolongamento da coroide que cobre parte
bicelular do cristalino
• Dividido em três camadas: • Área circular e colorida do olho
1. C. Interna: epitélio colunar bicelular • Possui um orifício circular central: Pupila
secretor à presente nos contornos (abertura central da íris que controla a
irregulares; partem as fibras zonulares; entrada de luz – se contrai e dilata pela
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
presença de músculos esfíncter e dilatador • Tecido conjuntivo frouxo muito
da pupila na íris) vascularizado
• Presença de tecido muscular liso: • Fibroblastos e melanócitos dispersos em
diafragma contrátil – mudança de numero variável
tamanho em resposta a intensidade
luminosa. OBS.: Quanto mais próxima a face anterior,
• Coloração escura de fundo pigmentado ambiente com menor quantidade de vasos.
• Melanócitos absorvem os raios luminosos Quanto mais próxima da face posterior,
e refletem. ambiente com maior quantidade e calibre dos
• A cor é derivada da luz refletida pelo vasos.
pigmento presente.
• Poucos melanócitos à conferem a à Face Posterior
aparência azulada • Superfície posterior é lisa.
• Muitos melanócitos à a cor se modifica de • Dupla camada de epitélio cúbico
azul – azul esverdeado – cinza – castanho pigmentado
• 1ª camada superficial/ pigmentado
posterior: células com melanina à elevado
grau de pigmentação e não permite
visualizar núcleo e citoplasma
• 2ª camada interna/ mioepitélio
pigmentado anterior: células cúbicas com
citoplasma pigmentado – emitem
prolongamentos com filamentos
contrateis à formam o músculo dilatador
da pupila da íris.
• Apresenta três partes: face anterior,
estroma e face posterior.
à Face Anterior:
• Numerosas cristas e sulcos (irregularidade
tecidual)
LENTE DO OLHO – CRISTALINO
• Superfície descontinua de fibroblastos e
• Lente natural do olho
melanócitos
• Estrtutura biconvexa cristalina e
• Epitélio pavimentoso simples
transparente, suspensa da superfície
interna do corpo ciliar por um anel de
à Estroma (com presença de vasos)
fibras radias, a zônula de Zinn.
• Tecido conjuntivo frouxo pouco
à Tração das fibras: lente fica achatada
vascularizado
pelo músculo (regulação da entrada de luz)
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
à Relaxamento das fibras: lente se • Formação das imagens: luz é convertida
acomoda em impulsos nervosos e transmitida ao
• Avascular cérebro
• Elemento refrativo do olho – focar a luz na • 2 componentes à camada interna: retina
retina neural (receptores sensíveis a luz – região
à Cápsula: lâmina basal espessa fotossensível); camada externa: epitélio
produzida pelas células da lente (muito pigmentado da retina (EPR).
elástica – rica em colágeno e
proteoglicanas)
à Epitélio Subescapular (face anterior):
epitélio simples cubóide
à Fibras da Lente: células muito
diferenciadas, unidas por desmossomos,
perdem organelas, perdem o núcleo, se
alongam e ficam transparentes.
OBS.: Deslocamento da Retina – Na retina, há
um espaço virtual que é um vestígio do espaço
preexistente entre as superfícies apicais das
duas camadas epiteliais do cálice óptico. A
expansão desse espaço faz com que a camada
neural da retina se separe do epitélio pigmentar
da retina (EPR), que continua aderido à corioide.
Em consequência, as células fotorreceptoras
deixam de receber nutrientes dos vasos do
plexo coriocapilar da corioide subjacente.
PADRÃO DE ORGANIZAÇÃO CELULAR DA
TÚNICA INTERNA - RETINA
Células Ganglionares
• Fazem contato com células bipolares
OBS.: Alterações na lente estão associadas ao • Seus axônios se agrupam para formar o
envelhecimento – com a idade a lente perde a nervo óptico
elasticidade. • Células nervosas (núcleo grande e claro)
Catarata à perda da transparência da lente ou
da sua capsula – opacidade (visão nublada) Neurônios Bipolares
• Fazem sinapse com diversas células
TÚNICA INTERNA - RETINA ganglionares e fotorreceptoras
Células Fotorreceptoras
• Estrutura delicada e organizada • Bastonetes à responsáveis pela visão em
• Porção interna do globo ocular tons de cinza.
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
Contém o pigmento visual rodopsina, fagocita discos membranáceos dos cones e
composto de opsina e retinal, uma bastonete.
pequena molécula que absorve luz.
• Cones à responsáveis pela visão em cores. 2. Bastonetes e Cones
Contém o pigmento visual iodopsina. • Os bastonetes são mais numerosos na
• Ambos contêm substâncias retina e detectam a intensidade da luz,
(fotopigmentos) que iniciam o estímulo com seus segmentos cilíndricos.
visual – uma série de eventos químicos que • Os cones são menos numerosos e, com seu
resultam na variação de potencial elétrico segmento externo cônico, detectam três
e o impulso nervoso é transmitido ao diferentes comprimentos de onda de luz,
cérebro. correspondentes às cores primárias.
Células Horizontais
• Os prolongamentos se dispõem
horizontalmente e estabelecem sinapses
entre vários fotorreceptores
Células Amácrinas
3. Membrana Limitante Externa
• Estabelecem sinapses com as células
• Formada por uma fileira de zônulas de
ganglionares
adesão entre células de Muller
Células de Sustentação
4. Camada Nuclear Externa
• Grupo de células da neuroglia, dos tipos • Contém os núcleos de cones e bastonetes.
astrócitos e da micróglia.
• Células de Muller à grandes e ramificadas; 5. Camada Plexiforme Externa
possuem função equivalente às da • Contém seus prolongamentos, os quais
neuroglia, sustentando, nutrindo e fazem sinapse com as células horizontais,
isolando os neurônios da retina. amácrinas e bipolares (cujos núcleos estão
na camada nuclear interna).
CAMADAS DA RETINA
6. Camada Plexiforme Interna
1. Epitélio Pigmentar da Retina
• Os axônios das células da camada
• É a camada mais externa da retina e plexiforme externa fazem sinapse na
absorve a luz dispersa. camada plexiforme interna com células
• É um dos componentes da barreira ganglionares, cujos corpos celulares estão
hematorretiniana, restaura a na camada de células ganglionares.
fotossensibilidade dos pigmentos visuais e
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
• Essas células enviam axônios para a há espessamento do epitélio pigmentar e
camada de fibras do nervo que forma o da camada coriocapilar.
nervo óptico. • A luz atinge os fotorreceptores
diretamente (sem as demais camadas) –
7. Membrana Limitante Interna contribui para nitidez
• É uma lâmina basal que separa a retina do • Contem bastonetes e cones (maior
corpo vítreo. número – relação de 1:1)
• Papila Óptica à local onde o nervo óptico
se une a retina
OBS.: A degeneração macular relacionada com
a idade (DMRI) é uma das causas mais comuns
de cegueira em idosos. Embora a causa dessa
doença ainda seja desconhecida, os dados
disponíveis sugerem a participação de
componentes genéticos e ambientais (radiação
UV, fármacos). A doença causa perda da visão
central, apesar de a visão periférica não ser
afetada. Existem duas formas de DMRI: seca
(atrófica, não exsudativa) e úmida (exsudativa,
neovascular). A última é considerada uma
complicação da primeira. A DMRI seca é a forma
mais comum (90% dos casos) e causa lesões
degenerativas na área da mácula lútea
REGIÕES ESPECIALIZADAS DA RETINA
FÓVEA
• Depressão situada lateral a papila óptica à
área de maior acuidade visual – visão com
maior nitidez.
• Eixo visual passa pela fóvea.
• Não tem vasos retinianos, o que possibilita
a livre chegada da luz aos segmentos
externos dos cones. Nessa região também
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
HISTOLOGIA DOS OUVIDOS (T.E.E.P.), formato irregular, contendo
glândulas sebáceas e sudoríparas
Visão Geral da Orelha • Componente essencial para a localização e
amplificação do som.
• Órgão sensorial – audição para percepção
do som, e sistema vestibular para o Meato Acústico Externo
equilíbrio. • É a única bolsa cutânea cega do corpo.
• Cada uma das três divisões da orelha – • Espaço aéreo tubular, com trajeto
orelha externa, orelha média e orelha levemente sinuoso que termina na
interna – é parte essencial de ambos os membrana timpânica (tímpano).
sistemas. • Local entre o pavilhão e a membrana
timpânica – conduz o som do pavilhão a
Funções: membrana
• Equilíbrio do corpo e audição à sistema • Canal achatado de paredes rígidas
auditivo e vestibular. • 1/3 externo (lateral) – cartilagem elástica
• 2/3 internos (medial) – contido no osso
Composição: temporal
1. Ouvido externo – recebe as ondas sonoras • Laterais: revestido por pele rica em pelos,
2. Ouvido médio – ondas transformadas em glândulas sebáceas e ceruminosas (cerume
vibrações mecânicas – substância marrom que lubrifica a pele e
3. Ouvido interno – converte as vibrações proteção contra partículas estranhas); não
mecânicas em impulsos elétricos que tem glândulas sudoríparas écrinas.
chegam ao SNC pelo nervo auditivo +
estruturas vestibulares – vestíbulo à Cerume: é um mecanismo cujo objetivo
(equilíbrio) consiste em eliminar células descamadas do
estrato córneo e impedir que estas se acumulem
no meato.
OBS.: O cerume lubrifica a pele e reveste os
pelos do meato, a fim de impedir a entrada de
partículas estranhas na orelha. Ele também
propicia alguma proteção antimicrobiana contra
bactérias, fungos e insetos. Em contrapartida, o
acúmulo excessivo de cerume (impactação de
cerume) pode obstruir o meato e acarretar
perda auditiva de condução.
Membrana Timpânica
à A orelha se desenvolve a partir do ectoderma • Localizada no fundo do meato (oval)
superficial e de componentes do primeira e
• Separa o meato acústico externo da orelha
segundo arcos faríngeos.
média.
• 3 camadas de fora para dentro:
OUVIDO EXTERNO
à Externa: revestida pela pele do meato
acústico (T.E.E.)
Pavilhão da Orelha
à Porção medial: tecido conjuntivo,
• Apêndice oval que se projeta para fora da
centro de fibras de colágenos, fibroblastos
superfície lateral da cabeça
(dupla camada)
• Estrutura é definida por uma placa de à Interna: epitélio cúbico simples
cartilagem elástica coberta por pele
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
• Função: vibra com as ondas sonoras e acústico externo em vibrações mecânicas
transmite para os ossículos do ouvido em câmaras repletas de líquido.
médio
à Tuba Auditiva:
Ela é revestida por epitélio pseudoestratificado
colunar ciliado, e cerca de um quinto desse
epitélio é composto de células caliciformes. Essa
tuba possibilita a saída de ar da orelha média,
igualando a pressão desta à pressão atmosférica.
OBS.: As paredes da tuba auditiva estão
justapostas, mas são separadas durante o
bocejo e a deglutição. É comum a disseminação
de infecções da faringe para a orelha média,
OUVIDO MÉDIO através da tuba auditiva (com consequente otite
média). Uma pequena massa de tecido linfático,
• Cavidade repleta de ar que separa a a tonsila tubária, é encontrada com frequência
membrana timpânica da superfície óssea no óstio faríngeo da tuba auditiva.
do ouvido interno – cavidade timpânica
• 3 ossículos da audição: martelo, estribo e OUVIDO INTERNO - LABIRINTO
bigorna
• Duas aberturas na parede medial (regiões • A primeira das três divisões a se
sem osso): desenvolver.
à Janela do vestíbulo (janela oval) • Peça formada por 2 labirintos, um contido
à Janela da cóclea (janela redonda) dentro do outro: parte capta o movimento
• Revestido por epitélio simples – equilíbrio e parte capta o som
pavimentoso com lâmina própria aderida
ao periósteo Labirinto ósseo (cavidades e canais) à espaços
• A cavidade timpânica tem teto, assoalho e ósseos - 3 espaços
4 paredes: anterior, posterior, lateral e • Cavidade central irregular: vestíbulo
medial. (revestido por periósteo + t.c.
• Essa cavidade contém uma abertura da vascularizado)
tuba auditiva que se abre na nasofaringe e • Canais semicirculares (tubos dentro do
os músculos que se inserem nos ossículos. osso temporal)
• Limites: • Cóclea (caracol)
Anterior – delgada lâmina de osso Canais e cóclea à desembocam vestíbulo
Posterior – osso esponjoso do processo – revestido por periósteo + tecido
mastóide conjuntivo vascularizado
Lateral – membrana timpânica
Medial – parede óssea da orelha interna
• Função: converter as ondas sonoras
(vibrações do ar) oriundo do meato
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
à Espaço cortilinfático: dentro do órgão
espiral (Corti); cortilinfa – semelhante ao
líquido extracelular.
Labirinto Membranáceo
• Suspenso dentro do labirinto ósseo
• Epitélio pavimentoso simples
• Contém a endolinfa
• Nervo + epitélio = estruturas receptoras
• Dividido em:
1. Labirinto Coclear: ducto coclear (dentro
da cóclea – órgão espiral)
OBS.: Otosclerose – é uma das causas mais
2. Labirinto Vestibular: utrículo e o sáculo e
comuns de perda auditiva adquirida. É
3 ductos semicirculares desembocam na
caracterizada por crescimento ósseo excessivo e
ampola (cada ampola tem uma crista) à
anormal, que afeta exclusivamente o osso
função: informar sobre a posição e
temporal e os ossículos da audição. Embora não
movimento da cabeça
seja conhecida a causa do crescimento ósseo
excessivo da otosclerose, estudos sugerem uma
à Utrículo (recesso elíptico do labirinto
associação com a infecção pelo vírus do
membranáceo) e o sáculo (recesso esférico do
sarampo.
labirinto membranáceo) à revestidos por epitélio
Como a base do estribo geralmente está
simples pavimentoso + tecido conjuntivo
localizada na janela oval, e vibra livremente para
possibilitar a transmissão do som para a orelha
Células Sensoriais à especializadas (pilosas):
interna, o remodelamento ósseo nessa área
localizada em seis regiões – 3 cristas ampulares
promove a fixação do estribo no osso adjacente.
(localizadas na ampola); 2 máculas (do sáculo e
Uma vez que o estribo “congelado” não
utrículo); órgão espiral (órgão corti – receptor de
consegue vibrar, isso impede que as ondas
som)
sonoras alcancem o espaço de líquido
perilinfático da orelha interna, causando perda
auditiva.
3 espaços repleto de líquidos
à Espaço endolinfático: contido no
labirinto membranáceo; endolinfa –
semelhante ao líquido intracelular (maior
concentração de K e menor concentração
de Na); produzida na estria vascular, uma
área especializada do ducto coclear.
à Espaço perilinfático: situado entre a
parede do labirinto membranáceo e ósseo;
perilinfa – semelhante ao líquido
extracelular e à do líquido cerebrospinal CÉLULAS SENSORIAIS – PILOSAS EPITELIAIS
(menor concentração de K e maior
concentração de Na); é produzida como • Mecanorreceptores epiteliais: recebem
um ultrafiltrado a partir da energia mecânica (movimento) e
microvasculatura periosteal no labirinto convertem em energia elétrica
ósseo. • Projeções rígidas (superfície apical):
esterocilios/pelos sensoriais (interior com
filamentos de actina)
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
• Cinocilio – único cilio ORGANIZAÇÃO DO SÁCULO E ÚTRICULO –
• Há canais iônicos: geram potencial de ação CÉLULAS SENSORIAIS
localizados nos estereocílios
• Apresentam 3 tipos celulares: Máculas (espessamento do labirinto membranoso
à Células do tipo I: forma de garrafa, base – sensor de movimento linear) à células do tipo
arredondada, circundadas por um cálice do I; células do tipo II; células de sustentação;
nervo aferente e algumas fibras nervosas membrana gelatinosa otolítica – camada
eferentes polissacaridica; otólitos ou estatocônios: cristas
à Células do tipo II: cilíndrica e de carbonato de cálcio
terminações nervosas aferentes e
eferentes na base da célula
à Células de suporte (sustentação):
cilíndricas, núcleo basal
ORGANIZAÇÃO AMPULAR – CÉLULAS
SENSORIAIS
Cristas Ampulares à presentes nos ductos
semicirculares; movimentos angulares.
Células do tipo I + células do tipo II + células de
sustentação + cúpula
Ampola à sensor de movimentos de rotação da
cabeça
Cúpula à camada gelatinosa secretada pelas
células de sustentação
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
OBS.: Otólitos – são pequenos cristais de Na extensão do modíolo apresenta a
carbonato de cálcio localizados dentro do lâmina espiral óssea
ouvido interno, especificamente nas estruturas
chamadas máculas que se encontram no
sáculo e no utrículo, duas partes do sistema
vestibular. Eles desempenham um papel crucial
na detecção de movimentos lineares (como
aceleração e desaceleração) e na percepção da
gravidade. Estão embutidos em uma camada
gelatinosa que cobre as células ciliadas da
mácula.
DUCTO COCLEAR
• Órgão receptor de sons – responsável pela
audição
• Hélice em forma de cone – formato de
caracol
ÓRGÃO DE CORTI
• Localizada no osso temporal
• Faz 2,75 voltas ao redor de um eixo ósseo
• Está apoiado sobre a lâmina espiral óssea e
– modíolo (osso esponjoso)
a membrana basilar
• Ducto coclear divide o canal coclear em 3
• Responde às vibrações induzidas pelas
canalículos:
ondas sonoras
- Paredes: constituição óssea
- Interior: porção membranosa
• Três porções:
- Rampa/Escala vestibular (superior):
espaço contendo o perilinfa (vestíbulo)
- Rampa/Escala média ou canal coclear
(de forma triangular): espaço contendo
endolinfa – órgão espiral – é o próprio
ducto coclear continuo a região do sáculo
e utrículo (cóclea)
- Rampa/Escala Timpânica (inferior):
espaço contendo perilinfa que pela janela
• Membrana tectórica à rica em
redonda se comunica com órgãos de corti
glicoproteínas; projeta-se sobre o órgão
espiral; se fixa pelos estereocílios das
• Triângulo:
células pilosas
Base à células diferenciadas com
• Células sensoriais externas à três fileiras
produção de manutenção da endolinfa –
de células; alongadas; estereocílios
epitélio estratificado com vasos – estria
vascular (EV) • Células de suporte ou sustentação à
Lado superior à membrana vestibular ou formam pilares
de reissner (epitélio pavimentoso simples) • Membrana basilar à camada de material
Lado inferior à órgão espiral com células extracelular produzida pelas células de
sensoriais receptoras de audição Corti e mesotélio que reveste a escala
Esse triângulo repousa sobre uma timpânica
membrana basilar e é recoberto por • Células sensoriais internas à revestem a
membrana tectória parede do túnel; forma de cálice;
BCMOL II – HISTOLOGIA DO OLHO E OUVIDO GABRIELLA GUERRERA
estereocílio; terminações nervosas
aferentes e eferentes
PERCEPÇÃO DO SOM
• Som atinge a membrana timpânica
transformado em vibrações mecânicas
• Transmitido através dos ossículos até a
janela oval (vestibular)
• Vibrações alcançam a perilinfa da escala
vestibular, a endolinfa da escala média,
perilinfa da escala timpânica
• Como resultado as vibrações atingem a
membrana basilar do órgão espiral –
deslocamento da membrana
• Células sensoriais vibram à alcançam a
membrana tectórica à efeito de
cisalhamento nos estereocílios
(modificação) à ativa canais e gera
potencial de ação à cérebro (nervo
coclear)