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DI - Ebook - Cor, Forma e Composição de Ambientes (2022)

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Cor, forma e composição

de ambientes
Karlla Simonett

Curso Técnico em
Design de Interiores
1
Cor, forma e composição de
ambientes
Karlla Simonett

Curso Técnico em
Design de Interiores

Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa

Educação a Distância

Recife

2.ed. | setembro 2022

2
Professora Autora Catalogação e Normalização
Karlla Simonett Barreto Pinto Soares Hugo Cavalcanti (Crb-4 2129)

Revisão Diagramação
Karlla Simonett Barreto Pinto Soares Jailson Miranda

Coordenação de Curso Coordenação Executiva


Danyelle de Holanda Beltrão George Bento Catunda
Renata Marques de Otero
Coordenação Design Educacional
Deisiane Gomes Bazante Coordenação Geral
Maria de Araújo Medeiros Souza
Design Educacional Maria de Lourdes Cordeiro Marques
Ana Cristina do Amaral e Silva Jaeger
Helisangela Maria Andrade Ferreira Secretaria Executiva de
Izabela Pereira Cavalcanti Educação Integral e Profissional
Jailson Miranda
Roberto de Freitas Morais Sobrinho Escola Técnica Estadual
Professor Antônio Carlos Gomes da Costa
Descrição de imagens
Sunnye Rose Carlos Gomes Gerência de Educação a distância
Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 5

1.Competência 01 | Analisar e perceber as formas, cores e composições dentro de um espaço


ambientado................................................................................................................................... 6

1.1 Definindo a Percepção .............................................................................................................................. 6


1.2 Etapas da Percepção ................................................................................................................................. 8
1.3 A Percepção Visual .................................................................................................................................. 10
1.4 A Influência da Percepção no Design de Interiores ................................................................................. 11
1.5 A Teoria de Gestalt .................................................................................................................................. 13
2.Competência 02| Conceituar e conhecer as harmonias básicas e efeitos psicológicos das cores
para o projeto de interiores......................................................................................................... 14

2.1 Conceito de Cor ....................................................................................................................................... 14


2.2 Círculo Cromático .................................................................................................................................... 17
2.3 Componentes da Cor ............................................................................................................................... 20
2.4 Harmonia das Cores ................................................................................................................................ 21
2.4.1 Harmonia Monocromática ................................................................................................................... 21
2.4.2 Harmonia Análoga ................................................................................................................................ 22
2.4.3 Harmonia Complementar..................................................................................................................... 23
2.4.4 Harmonia Triádica ................................................................................................................................ 24
2.5 A Psicologia das Cores ............................................................................................................................. 27
2.6 A Cor Aplicada no Design de Interiores ................................................................................................... 29
3.Competência 03| Identificar os elementos básicos para a execução de um projeto com equilíbrio
e harmonia adequados aos usuários............................................................................................ 32

3.1 Estudo da Forma ..................................................................................................................................... 32


3.2 Teoria da Forma do Gestalt ..................................................................................................................... 33
3.3 A Forma no Design .................................................................................................................................. 39
Conclusão .................................................................................................................................... 42

Referências ................................................................................................................................. 43

Minicurrículo do Professor .......................................................................................................... 44


Introdução
Olá estudante,
Seja bem-vindo (a) à disciplina de Cor, Forma e Composição de Ambientes!
Vamos iniciar os estudos dessa disciplina através do universo das cores, entender seus
conceitos, seus efeitos e o poder de causar sensações no ambiente. Na sequência, dentro dos
princípios do Design, entender a importância da forma e como trabalhar com sua composição no
Projeto de Interiores.
É fundamental para o designer de interiores a compreensão das técnicas de composição
das cores e formas e como esses elementos contribuem e alteram a nossa percepção de espaço.
Todo o conteúdo será dividido em três competências, no primeiro momento, irá estudar
o que é a percepção e como a percepção visual interfere na forma de como entender o mundo ao
nosso redor. Essa primeira competência tem como tema a Percepção Visual e Gestalt da Forma.
Posteriormente, na segunda competência, você verá como tema a Composição da Forma, que traduz
bastante o conceito do projeto, onde através da forma são definidos um estilo e um gênero que a
compõe, e por último, na terceira competência, você estudante entrará no universo das cores e suas
contribuições para o processo de criação dos estilos nos ambientes.
Agora, convido a você a mergulhar nessas temáticas, aproveitando esse conteúdo tão
relevante para a sua formação de Técnico em Design de Interiores. Nessa troca de conhecimento
você irá adquirir uma base importante para seus projetos, e com certeza irá aplicar todos esses
princípios nas suas composições.
Vamos começar!?

Bons estudos!

5
1.Competência 01 | Analisar e perceber as formas, cores e composições
dentro de um espaço ambientado
Estudante, nessa primeira competência, iniciam-se os estudos sobre os conceitos da
Percepção Visual e o Estudo da Forma pela Teoria de Gestalt. Por meio desses conceitos, serão
abordadas a importância de entender o mundo que nos cerca através dos nossos sentidos e
sensibilidade, e como essas experiências vão contribuir no desenvolvimento de um projeto de
interiores.

Estudante, antes de iniciar os estudos, convido você a ouvir o podcast sobre o


Estudo da Percepção e da Forma e sua relação com o Design de interiores.

Agora que você já escutou o podcast, vamos iniciar com a definição de percepção através
da ótica de várias ciências.

1.1 Definindo a Percepção

A percepção é conceituada de diversas formas e maneiras pela ciência. É importante


destacar que através da percepção, é que estamos conectados com o mundo em que vivemos. É
através dele que se adquire a capacidade de perceber as coisas.
No conceito da Psicologia, a percepção envolve a organização e interpretação dos
estímulos recebidos pelos sentidos. Através dela, as pessoas organizam e interpretam suas
impressões sensoriais para dar sentido ao seu ambiente, e que também envolve processos da
memória e outros aspectos que podem afetar a interpretação dos dados perceptivos.
No campo da Filosofia, a percepção é uma experiência sensorial, uma forma de avaliar o
mundo físico que descreve como o cérebro capta intuitivamente estímulos externos.
A definição mais aceita de percepção é a capacidade de processar informações por meio
de estímulos recebidos por nossos sentidos, do conhecimento adquirido através da experiência e

6
nossas características pessoais, o que nos permite integrar todas essas informações para avaliar e
interpretar o mundo.
Na figura 1, pode-se perceber que cada personagem enxerga o número pela sua ótica, de
um lado o personagem enxerga o número 6 e o outro personagem pela sua posição enxerga o número
9, o que reforça a definição de percepção no sentido da capacidade de entender algo, pelas
experiências e conhecimentos.

Figura 1: Como se percebem as coisas pela nossa ótica.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/500040364861048649/
Descrição: dois homens olhando um número no chão.

Existem vários tipos de percepção: percepção visual, auditiva, olfativa, tátil, gustativa,
sensorial e extrassensorial, relacionadas aos nossos sentidos.
Mas algumas percepções foram fundamentais para sobrevivência dos seres humanos,
sendo destacadas a percepção auditiva e a visual. Contudo, podemos descrever os principais tipos de
percepção, como:
Percepção visual: é a interpretação de certos estímulos visuais, onde a pessoa em questão
obtém algum tipo de informação através dos seus olhos;

Percepção auditiva: relacionado com os estímulos através dos sinais sonoros;

Percepção olfativa: relacionado com os estímulos através do olfato;

Percepção tátil: relacionado com os estímulos por meio do toque ou tato;

Percepção gustativa: relacionado com estímulos por meio do paladar;

Percepção sensorial: é a capacidade de captar através dos sentidos os sinais exteriores e


descodificá-los;

7
Percepção extrassensorial: é o ato de obter um certo tipo de conhecimento por meios
que não são considerados "normais" ou que não são reconhecidos pela ciência. Alguns exemplos de
percepção extrassensorial são: telepatia (quando há transferência de conteúdos ou pensamentos
entre duas pessoas), clarividência (ver claramente objetos ou eventos mesmo à distância).
Na figura 2, são observados os cinco órgãos do corpo humano que são responsáveis pelos
principais sentidos, como ouvido, olhos, boca, nariz e mãos, e que por meio deles, são causadas
diversas percepções.

Figura 2: Órgãos do corpo humano relacionado aos 5 principais sentidos.


Fonte: http://pmcambotta.blogspot.com/2012/12/hospitalidade-5-sentidos.html
Descrição: a figura mostra a foto do ouvido, olhos, boca, nariz e mão.

Você já ouviu falar em decoração sinestésica ou na Sinestesia? Ficou curioso


para conhecer? Veja o link indicado e como podemos projetar ambientes que
estimulam os nossos sentidos.
https://www2.incepa.com.br/blog/sinestesia-decoracao-para-estimular-os-5-
sentidos/

1.2 Etapas da Percepção

Os estágios da percepção são cinco e inicia com o estímulo seguido da organização,


interpretação, memória e recordação. A percepção descreve a forma como os seres humanos veem
o mundo e se relacionam com suas experiências. Estudante, vamos entender as etapas a seguir:
• Estimulação: A fim de perceber que algo está acontecendo, é necessária a atenção
de uma pessoa. A estimulação pode ocorrer através de qualquer um dos cinco
sentidos: olfato, visão, audição, tato ou paladar;

8
• Organização: Para disseminar rapidamente grande quantidade de informação, tais
como eventos acontecendo, o cérebro de uma pessoa organiza os eventos por
componentes familiares. Ligar componentes familiarizados com experiências
passadas ajuda a pessoa a entender o que está acontecendo;
• Interpretação: Uma vez que os principais componentes de um evento são
reconhecidos, os indivíduos aplicam seus próprios preconceitos a eles através da
interpretação, por vezes, referida como avaliação. Relacionando as experiências
passadas, crenças, valores e muito mais, uma pessoa pode decidir qual é o significado
do evento e como reagir, se necessário;
• Memória: Para lembrar um evento ou momento percebido, ele deve ser armazenado
na memória. Indivíduos usam essas associações previamente formadas com crenças
e experiências pessoais para se lembrar de eventos e suas avaliações pessoais deles;
• Recordação: Recordar o evento percebido mais tarde, irá recuperar os detalhes mais
importantes do mesmo. Lacunas podem precisar ser preenchidas pelo pensamento
através da nova situação. Recordação persistente melhora a precisão desta etapa.
Essas etapas são feitas muitas vezes durante o dia e com vários tipos de estímulos
sensoriais, quando escutamos uma música, esse som é captado pelos ouvidos que carregam essa
informação até o cérebro. Os tipos de sons são identificados e comparados a outros tipos de sons que
foram ouvidos no passado, essa seleção ocorre na etapa da organização, em seguida, vem a etapa da
interpretação que envolve decisões sobre o que as pessoas gostam do que estão escutando e se vão
continuar ouvindo. Todos esses processos são feitos em segundos e podem ser repetidos várias vezes
durante um dia.
Agora que você entendeu as fases da percepção e sua importância, vamos para uma
pausa na leitura e entender mais sobre o conteúdo através da videoaula.

9
Estudante, agora convido você para assistir a primeira videoaula da Disciplina
de Cor, forma e composição de ambientes. Você irá entender como é
fundamental estimular as nossas percepções para compreender melhor o que
iremos projetar nos espaços.
Após assistir ao vídeo, pense como seria viver em ambiente que não foi
projetado pensando em seu gosto e estilo. Seria chato, não é? Vamos agora
seguir com o conteúdo!

1.3 A Percepção Visual

Perceber algo significa ter a capacidade de receber informações através dos sentidos e
depois interpretar essas informações. Logo, quando se fala em percepção visual, se entende a
capacidade dos olhos de interpretar as informações que recebem. A percepção visual é um processo
que se inicia pelos olhos ,com estímulos registrados e através da visão. Esse comportamento óptico
funciona de maneira semelhante em todos os seres humanos.
A percepção visual atua no dia a dia constantemente, e a visão ajuda o ser humano a
obter informações sobre seu ambiente sem que seja necessária uma interação física, por exemplo:
podemos perceber que algo não possui um bom cheiro apenas vendo o seu estado físico como uma
fruta estragada ou uma roupa suja, ainda nesse sentido, podemos identificar se algo está quente ou
frio sem precisar tocar no objeto como um cubo de gelo ou um papel pegando fogo. Tudo isso ocorre
porque no córtex cerebral há uma parte dedicada apenas a fazer o processamento visual.
Mas, como o olho funciona? A princípio, a luz chega na córnea através da íris, é nela que
a pupila controla a intensidade de luz que se recebe nos olhos. Com essa passagem da luz, a imagem
chega no cristalino que focaliza a imagem na retina. Já na retina existem diversas células que reagem
transformando as ondas luminosas em impulsos elétricos. Nesse momento, o nervo ótico conduz
esses impulsos elétricos até o cérebro, onde ocorre a entendimento da imagem. Nesse caminho da
imagem dos olhos até o cérebro, a imagem chega invertida na retina. É no cérebro que ocorre o
correto posicionamento, como pode ser observado todo esse caminho na figura 3:

10
Figura 3: Como funciona o olho e a formação das imagens.
Fonte: https://www.draandreia.com.br/?page_id=167
Descrição: a figura mostra o desenho de uma lâmpada, da estrutura do olho e do cérebro.

A retina contém dois tipos de células, chamadas de bastonetes e cones. Além de


possuírem diferentes formatos cada um apresenta uma função. Os cones são responsáveis por
enxergarmos colorido e com detalhes. Existem três tipos de cones correspondentes às luzes
vermelha, verde e azul. Já os bastonetes são responsáveis pela recepção da luz e pela visão noturna
ou em ambientes pouco iluminados. Como os bastonetes não são sensíveis às cores, as visões
noturnas ocorrem sempre em tons de cinza.

Estudante!
ES,
A publicidade utiliza bastante a Percepção Visual para atrair seus
consumidores, entenda melhor assistindo ao vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=NWJxsVr6BU0

1.4 A Influência da Percepção no Design de Interiores

As informações recebidas pelos nossos sentidos são captadas, processadas e


compreendidas através da percepção. Todo esse processo cognitivo só é possível porque nossos
órgãos dos sentidos nos permitem interpretar o ambiente em nossa volta através dos estímulos.
Essa habilidade cognitiva é levada em consideração por arquitetos e designers de
interiores, pois permite entender melhor o ambiente, principalmente porque nos dias atuais com
espaços cada vez menores, há uma necessidade de se buscar soluções estratégias para tornar os

11
espaços mais otimizados, confortáveis e satisfatórios. Às vezes, essas qualidades não residem no
objeto ou estrutura do edifício, mas na percepção do usuário do espaço.
No ambiente decorado, os aspectos como som, aroma, textura, cor, conforto térmico e
outros atributos, são essenciais para desenvolver as habilidades perceptivas do indivíduo. Em
estabelecimentos comerciais é fundamental o uso desses elementos para influenciar a percepção e
atrair os clientes. Um restaurante pode não ter uma comida muito boa, mas possuir um ambiente
agradável, e isso pode influenciar na percepção sensorial positiva do usuário em relação a esse
estabelecimento.
O conhecimento do ambiente tem início com a experiência sensorial, essa experiência é
o primeiro estágio no processo perceptivo, para posteriormente despertar a atenção, a emoção e a
memória. Os espaços são percebidos de diferentes formas pelas pessoas, cada um percebe e
interpreta o lugar de maneira diferenciada, mesmo havendo as mesmas condições ambientais, isso
se dá pelo fato de termos experiências e memórias diferentes. Uma loja de vestuário infantil pode
utilizar de recursos como essências para despertar uma sensação olfativa e criar uma identidade para
loja ou uma música agradável, mas os clientes vão interpretar o espaço de maneira diferente de
acordo com suas experiências vivenciadas e guardadas em sua memória.
A experiência sensorial conduz a percepção, muitas vezes é preciso mais do que olhar
para compreender um espaço e a emoção que ele nos imprime. É importante ver com os órgãos dos
outros sentidos com os ouvidos, nariz, estômago ou a pele. Tudo que nos chama mais atenção é mais
fácil de perceber.
É importante lembrar que toda informação movida de emoção é facilmente guardada na
memória e isso pode influenciar na interpretação dos elementos percebidos. O resultado de uma
percepção é o prazer ou não de um estímulo que dá origem às emoções. Logo, um ambiente se tornar
agradável é fruto da positividade da percepção desse espaço através dos nossos sentidos e da
interpretação por exemplo de uma música ou um cheiro resgatado de uma memória afetiva.
Cabe aos profissionais da decoração criar espaços ambientados que estimulem essas
emoções e tragam mais prazer e conforto, e que valorizem e despertem a percepção das pessoas.

12
1.5 A Teoria de Gestalt

O princípio da Gestalt foi desenvolvido no início do século XX por dois famosos teóricos:
Wolfgang Köhler e Kurt Koffka. Eles observaram que a mente humana tem um comportamento bem
padronizado ao perceber as formas vistas nos objetos, nas pessoas, nos cenários e em tudo o que
enxergamos.
A análise dos padrões do comportamento visual do ser humano e o estudo da percepção
humana em relação às formas, dá origem a Gestalt, esses estudos formaram a base para a criação de
suas leis. Essa ciência afirma que o estímulo visual que recebemos no cérebro não chega de forma
isolada, mas com vários sinais complexos que juntam as características iguais e assim, geram todas
as partes do que foi visto.
A Gestalt afirma que percebemos os objetos em sua totalidade e apenas depois nos
atentamos aos detalhes. Esse conceito é visto em algumas ações que são praticadas em nossa rotina
como por exemplo, ver desenhos gerados nas nuvens ou enxergar formas nas constelações.
É importante ressaltar que é através das aplicações dos conceitos da Gestalt que se consegue
transmitir informações e influenciar o comportamento das pessoas.

Caro estudante, é finalizada a primeira competência da disciplina de Cor, Forma e


Composição de Ambientes. Espero que seu entendimento sobre a percepção adquirido nessa
competência venha contribuir na realização de projetos que estimulem seus clientes a compreender
melhor o espaço em que vivem. Na competência a seguir, você conhecerá um estudo sobre a forma
e sua influência na composição dos espaços.

13
2.Competência 02| Conceituar e conhecer as harmonias básicas e efeitos
psicológicos das cores para o projeto de interiores
Estudante, na primeira competência, foi estudado o conceito da percepção e
entendimento da percepção visual, importante para aplicação no projeto de interiores.
Com a Teoria de Gestalt foi aprofundado os estudos da percepção humana, e com isso, a
capacidade de estimular os sentidos aplicados ao projeto, possibilitando criar espaços convidativos e
funcionais.
Neste momento, você vai estudar as qualidades e características das cores que permitem
muitas possibilidades e efeitos na hora de compor um ambiente. Entender a cor e seu uso no espaço
é fundamental para o projeto de interiores.
Então, antes de começar a leitura do e-book, escute o podcast sobre o estudo das cores
e sua importância na decoração de interiores.

Estudante, convido você a ouvir o podcast que vai orientar você sobre a
importância do uso das cores na decoração.

2.1 Conceito de Cor

Para entender as cores, é preciso antes falar de luz. A cor é fortemente influenciada pela
luz, concluindo assim, que sem luz não a cor.
Imagine você no ambiente de sua residência, totalmente às escuras. Você conseguiria
enxergar os objetos ou móveis? Acredito que não!
Desde cedo, o homem reconheceu que a luz era muito importante para perceber tudo
que o rodeava: o azul do céu, o verde das plantas, o rosa das flores ou o pôr do sol, como você pode
observar na figura 4:

14
Figura 4: Paisagem vista do pôr do sol.
Fonte: https://pt.aliexpress.com/item/32767243590.html
Descrição: a figura apresenta uma cena de montanhas com uma vasta área de flores, coma visão do céu e do sol.

Durante a história, as cores foram bastante utilizadas para distinguir nações em guerra,
mas os primeiros registros feitos pelo homem de sua utilização, data da idade da pedra com as
pinturas rupestres, onde as imagens eram reproduzidas nas cavernas com tintas naturais extraídas
da natureza.
Com o passar do tempo vários estudos e testes relacionados a função entre a luz e a
origem das cores foram realizados. Pesquisadores em seu tempo, procuravam entender como as
cores se formavam. Todos esses estudos tinham uma grande importância, pois buscavam resposta
questões sobre o surgimento das cores, sobre o funcionamento da visão, como se interpreta todo
esse processo no cérebro e até a aplicação das cores na prática.
Leonardo Da Vinci, com seus estudos e pinturas, considerava que a cor era uma
propriedade da luz e não dos objetos, essas suas observações foram registradas no livro Tratado da
Pintura e da Paisagem: Sombra e Luz.
Já o cientista alemão Goethe, contribuiu com suas teorias, principalmente na área da
Psicologia e na percepção das cores. E nas suas publicações são vistas as buscas de entender os
fenômenos da cor e os impactos com seu uso, destacando-se suas publicações: o livro Teoria das
Cores e Contribuições para a Óptica.
Diferente das pesquisas anteriores, o físico inglês Isaac Newton, estudou o fenômeno da
difração, com um prisma de vidro exposto a luz, ele viu a decomposição da luz solar em várias cores,
quando a mesma atravessa o prisma. Seus estudos foram importantes para o entendimento da
influência da luz do sol na formação das cores.

15
Newton percebeu que a luz ao atravessar o prisma gerava várias cores que iam do tom
violeta ao vermelho, e denominou essa faixa de luz de espectro. Ele observou ainda que cada cor
seguia em uma direção, pois cada uma apresentava um comprimento de onda e velocidade
diferentes. Essa reflexão pode ser observada na figura 5:

Figura 5: Prisma e a reflexão das cores.


Fonte: https://www.odousinstrumentos.com.br/blog/2017/04/10/percepcao-das-coresnewton-e-o-prisma/
Descrição: a figura exibe uma luz atravessando um prisma de vidro com formato triangular gerando a decomposição de
cores.

A luz que vem do Sol, é a luz branca que vemos e a mesma é composta das radiações de
comprimentos de onda. Cada cor apresenta um comprimento de onda, que ao passar pelos nossos
olhos viram impulsos elétricos que possibilitam o cérebro entender a cor.
Na decomposição da luz através do prisma tem-se a visão das cores, quando se olha na
direção de onde vem o laranja, se enxerga o laranja, se colocar os olhos na direção do azul, se vê o
azul, e assim as demais cores.
A cor é interpretada no cérebro através da percepção dos raios luminosos pelos olhos. É
um fenômeno físico onde cada cor possui um comprimento de onda. O espectro visualizado por
Newton é formado pela união das cores vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta. Na
figura 6, pode-se constatar que a luz é um componente do espectro eletromagnético, e as ondas
nesse espectro visível ao olho compõe as cores do arco-íris.

16
Figura 6: Espectro eletromagnético.
Fonte: https://www.infoescola.com/fisica/espectro-eletromagnetico/
Descrição: a figura mostra um retângulo com as cores do arco-íris, em cima e embaixo, alguns dados numéricos.

2.2 Círculo Cromático

O círculo cromático tem origem a partir das experiências de Newton, o mesmo contém
12 diferentes cores, onde podem ser visualizadas as cores primárias, secundárias e terciárias que
geram o espectro visível.
Na figura 7, é visto que, no meio do círculo fica um triângulo central formado pelas cores
primárias, e partir delas são geradas as demais cores, que são as secundárias e as terciárias.
Importante destacar que o círculo cromático é bastante utilizado por diversos profissionais para
composição de cores e harmonias influenciando as áreas da moda, artes plásticas, bem como, na
decoração.

Figura 7: Círculo cromático.


Fonte: https://experienciasdalari.com.br/colorimetria-e-circulo-cromatico/

17
Descrição: círculo com 12 cores e seus nomes e uma figura no centro dividida em 6 partes, cada uma com uma cor.
As cores primárias foram bastantes utilizadas no movimento modernista holandês De
Stijl, na composição de objetos, ícones desse período como a cadeira Red and Blue, de Gerrit Rietvel,
e na pintura de Mondrian, apresentadas na figura 8.

Figura 8: Pintura de Mondrian e a cadeira Red and Blue.


Fonte: https://casacor.abril.com.br/design/vida-longa-red-and-blue-completa-100-anos/
Descrição: imagem da parede com quadrados coloridos e linhas na cor preta e uma cadeira em madeira na cor
vermelha e estrutura na cor preta.

Já na decoração, as cores primárias proporcionam ambientes bem descontraídos, que


englobam o universo infantil, mas combinam em qualquer espaço, pois geralmente essas cores
remetem a alegria e irreverência, como exemplo do quarto apresentado na figura 9.

Figura 9: Quarto decorado com mobiliário e objetos de decoração na cor primária.


Fonte: https://www.cliquearquitetura.com.br/artigo/como-combinar-cores-na-sua-decoracao.html
Descrição: figura de um quarto com móveis, quadros, tapetes e objetos, em diversas cores.

As cores secundárias são formadas pela mistura de duas cores primárias, logo, temos da
mistura do amarelo com o azul, a cor verde; do amarelo com o vermelho, a cor laranja; e do azul com

18
o vermelho, a cor lilás. As cores secundárias são o verde, laranja e o lilás. E na decoração são bastante
utilizadas com escalas cinzas, gerando ambientes bem harmônicos como vistos na figura 10.

Figura 10: Ambientes decorados e pintados com cores secundárias.


Fontes: https://www.decorfacil.com/laranja/
https://www.historiasdecasa.com.br/2017/03/09/como-usar-cores-escuras-na-decoracao/
https://decorandocasas.com.br/2018/02/23/verde-acinzentado-na-decoracao/
Descrição: a figura mostra 3 ambientes com o uso das cores secundárias pintadas nas paredes.

Já as cores terciárias são formadas a partir da combinação de uma cor primária com uma
cor secundária e são elas:
• Vermelho-arroxeado (vermelho + roxo);
• Amarelo-esverdeado (amarelo + verde);
• Amarelo-alaranjado (amarelo + laranja);
• Vermelho-alaranjado (vermelho + laranja);
• Azul-esverdeado (azul + verde);
• Azul-arroxeado (azul + roxo).
Sabe-se atualmente, que a presença ou a ausência da luz resulta nas cores branca e preta,
respectivamente. A reflexão da luz nas sete cores é o que forma a cor branca, mas quando não tem
a reflexão das cores se obtém a cor preta, definida pela ausência de luz. A incidência da luz solar em

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um objeto branco ocorre o processo de reflexão da luz, já em uma superfície preta, a luz será
absorvida, não resultando em reflexão. Esses processos podem ser vistos na figura 11:

Figura 11: Reflexão das cores sobre um fundo na cor branca e um na cor preta.
Fonte: https://pt.khanacademy.org/science/9-ano/materia-e-energia-as-ondas/as-cores/a/cor-luz-e-cor-pigmento
Descrição: a figura exibe setas apontadas em um retângulo branco e um retângulo preto.

2.3 Componentes da Cor

Toda cor possui três componentes que são o matiz, o tom (valor tonal) e a saturação. Na
teoria das cores, o matiz da cor é a cor pura sem adicionar branco ou o preto. No total, são doze
matizes: as três primárias, as três secundárias, e as terciárias, produzidas pela mistura de cada uma
das secundárias com as primárias.
O tom (Valor tonal) refere-se à maior ou menor quantidade de luz presente na cor.
Quando se adiciona preto a determinado matiz, este se torna gradualmente mais escuro, e essas
gradações são chamadas escalas tonais. Para se obter escala tonal mais clara, acrescenta-se o branco.
Pode-se dizer que o tom é a luminosidade ou escurecimento obtido da mistura de cada
matiz com o preto, e a saturação é o colorido ou a intensidade da cor.
Já a saturação é a intensidade de uma cor, que representa a vivacidade ou palidez da
mesma. As cores puras do espectro estão completamente saturadas. Uma cor intensa é muito viva.
Na figura 12, são mostrados exemplos desses componentes desde o matiz, bem como, a saturação e
o valor tonal das cores.

Figura 12: Componentes das cores matiz, saturação e valor tonal.

20
Fonte: https://hmateriais.imd.ufrn.br/public/curso/disciplina/5/65/2/6
Descrição: a figura mostra três retângulos, o primeiro, todo colorido representando o conceito do matiz da cor, o
segundo, faixas vermelhas em degradê até o cinza e o último, faixas começando na cor branca indo até a preta em
degradê.

2.4 Harmonia das Cores

Uma análise das aplicações de cores que considera diferentes tonalidades, intensidades
e matizes é feita por meio da harmonia. Saber quais combinações funcionam melhor para um
determinado uso é estudar o papel das combinações harmoniosas de cores. Para as combinações,
são utilizadas as cores primárias, secundárias e terciárias e, através da análise do círculo cromático,
são produzidas harmonias monocromáticas, análogas, complementares e triádicas.

2.4.1 Harmonia Monocromática

A harmonia monocromática é trabalhada com uma cor base, e essa é utilizada com suas
variações de tonais, que resulta na variação de cor em mais intensidade até a mais suave.
Esse tipo de harmonia é considerado uma das mais simples, pois trabalha em cima de
apenas uma cor, e suas combinações são caracterizadas pela simplicidade e pelo equilíbrio entre as
tonalidades. Na decoração, esse tipo de harmonia cria uma certa monotonia no ambiente pela
repetição da cor, gerando um certo exagero no espaço como pode ser visto na figura 13. Já a figura
14, apresenta o círculo cromático e a harmonia monocromática.

Figura 13: Ambientes decorados com paleta de cores monocromáticas.


Fontes: https://br.pinterest.com/pin/587649451375867780/
https://br.pinterest.com/pin/239394536425066071/?mt=login
Descrição: a figura exibe dois ambientes. O primeiro, uma sala de estar em tons azuis e o segundo, uma sala de jantar
nos tons vermelho.

21
Figura 14: Círculo cromático e a harmonia monocromática.
Fonte: https://casacomidaeroupaespalhada.com/2015/08/20/circulo-cromatico-como-utilizar-pra-definir-sua-paleta-
de-cores/
Descrição: Imagem do círculo com cores.

2.4.2 Harmonia Análoga

A harmonia análoga é realizada pela a escolha de uma determinada cor, sendo essa
primária como o vermelho, azul ou amarelo. Em seguida, essa cor primária é utilizada em conjunto
com cores próximas do círculo cromático (Figura 15).
Na harmonia análoga são conseguidos mais contrastes na decoração em comparação com
a harmonia monocromática. A cor primária escolhida garante mais harmonia ao conjunto de cores, e
pode ser aplicada em detalhes ou em elementos decorativos, como pode-se observar na figura 16.

Figura 15: Círculo cromático e a harmonia análoga e complementar.


Fonte:https://casacomidaeroupaespalhada.com/2015/08/20/circulo-cromatico-como-utilizar-pra-definir-sua-paleta-de-
cores/
Descrição: a figura mostra um círculo de cores com setas mostrando as cores que são consideradas opostas e as cores
que estão próximas.

22
Figura 16: Decoração de uma sala com cores análogas.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/24699497947314538/?mt=login
Descrição: a figura mostra uma sala de estar nos tons verde e azul.

2.4.3 Harmonia Complementar

A harmonia complementar trabalha com cores que estão em lados opostos do círculo
cromático. Analisando o círculo cromático, é identificada uma cor complementar entre as cores
primárias, secundárias e terciárias achando sua cor oposta. Observando o círculo cromático, verifica-
se que a cor complementar de uma cor primária será sempre uma cor secundária e vice-versa,
conforme a figura 17.
Logo, a cor complementar do vermelho é o verde, a complementar do azul é o laranja e
o roxo é complemento do amarelo.

Figura 17: Círculo cromático e a harmonia complementar.


Fonte: https://graficacartex.com.br/teoria-das-cores-no-design-grafico/

23
Descrição: a figura exibe um círculo de cores com setas mostrando as cores que são consideradas opostas.

É importante definir uma cor principal que será usada junto com a cor complementar,
essa situação também deve ser aplicada nas outras harmonias. Utilizar essa harmonia é garantir o
contraste de cores de forma mais evidente. Nas artes, as cores complementares são utilizadas para
gerar movimento e harmonia ou criar pontos de destaque, esse efeito também acontece na
decoração exibida na figura 18, em uma sala de estar.

Figura 18: Decoração da sala de estar com cores complementares.


Fonte: https://br.pinterest.com/iarapraude/cores-complementares/
Descrição: a figura apresenta uma sala de estar com cores laranja e azul na decoração.

2.4.4 Harmonia Triádica

Quando são utilizadas três cores diferentes e com distâncias iguais no círculo cromático,
ocorre uma harmonia triádica (Figura 19). Esse tipo de harmonia permite equilíbrio entre o contraste
das cores e a harmonia do conjunto.

Figura 19: Círculo cromático e a harmonia tríade.

24
Fonte: https://casacomidaeroupaespalhada.com/2015/08/20/circulo-cromatico-como-utilizar-pra-definir-sua-paleta-
de-cores/
Descrição: a figura apresenta um círculo de cores com um triangulo no centro com a palavra tríade.
Na decoração, é importante escolher entre as três cores, uma que seja predominante na
decoração e as demais podem ser usadas nos detalhes e complementos. Ver exemplo na figura 20,
de uma área de serviço.

Figura 20: Área de serviço decorada com cores da harmonia triádica.


Fonte: https://blog.webberacabamentos.com.br/combinacao-de-cores-saiba-fazer-na-sua-decoracao/
Descrição: a figura mostra uma área de serviço decorado com cores verde, laranja e lilás.

Os neutros são conhecidos por seus tons de marrom e bege e são criados pela mistura de
cores complementares. Os tons de branco, preto e cinza também são considerados neutros, e são
usados para reduzir a intensidade de uma cor quando misturados. Os neutros são frequentemente
usados como complemento de outras cores, e possuem como característica baixa intensidade e
reflexão. A figura 21, apresenta uma paleta de tons neutros, e a figura 22, mostra essa aplicação em
uma sala de estar.

Figura 21: Paleta dos tons neutros.


Fonte: https://www.significados.com.br/cores-neutras/
Descrição: a figura mostra faixas de cores neutras.

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Figura 22: Sala de estar com decoração em tons neutros.
Fonte: https://www.significados.com.br/cores-neutras/
Descrição: a figura exibe uma sala de estar com mobiliários e elementos de decoração com tons neutros.

O branco e o preto não são considerados cores, mas são inclusas como neutras, e o branco
apresenta a característica de ser a junção de todas as cores, enquanto o preto é conhecido pela
ausência de cores.
Outra característica das cores, é a sensação de calor ou frio quando aplicadas em um
ambiente, sendo denominadas de cores quentes ou frias. Exemplos de cores quentes são o vermelho
e laranja, e de cores frias o azul e o verde. No círculo cromático, é possível observar essa divisão da
cor por essa característica de transmitir a aparência de ser quente ou fria como visto na figura 23.

Figura 23: Círculo cromático e a divisão das cores frias e quentes.


Fonte: https://casacomidaeroupaespalhada.com/2015/08/20/circulo-cromatico-como-utilizar-pra-definir-sua-paleta-
de-cores/
Descrição: a figura mostra um círculo de cores com a divisão de cores que são frias e as cores que são quentes.

Estudos já comprovaram que as cores despertam diferentes sentimentos nas pessoas,


alteram o estado de espírito e causam sensações. Mas, esses aspectos variam de acordo com a
percepção das pessoas. E esse efeito psicológico pode ser aplicado com o uso dessas cores tanto

26
quente como frias. Dessa forma, as cores vermelha, laranja e amarela remetem à luz do sol, ao calor
e estimulam as pessoas, enquanto as cores roxo, azul e verde, consideradas frias, estão relacionadas
a calmaria, ao mar e o céu.
Na decoração é perceptível sentir esses efeitos na maioria dos projetos, como os
apresentados na figura 24, onde é bem visível na primeira foto, que o ambiente transmite a sensação
de calor, devido ao uso do vermelho, e as seguintes fotos, a sensação de frio, devido ao uso do azul
e do verde.

Figura 24: Ambientes com o uso das cores frias e quentes.


Fontes: https://www. vivadecora.com.br/revista/cores-quentes-na-decoracao/
https://casaeconstrucao.org/decoracao/cores-frias/
Descrição: a figura exibe 3 ambientes. A primeira, uma sala de estar com cores quentes. A segunda e terceira são
quartos com cores frias.

Agora vamos dá uma pausa na leitura e assistir a videoaula da terceira competência

Estudante, agora convido você para assistir a terceira videoaula da Disciplina.


Você irá entender que a cor pode determinar uma característica nos estilos de
decoração, o que facilita no desenvolvimento de um projeto.

2.5 A Psicologia das Cores

A psicologia das cores estuda a interferência das cores em nosso comportamento e esses
estudos comprovam que o cérebro liga situações habituais a efeitos que algumas cores causam no
organismo gerando diferentes sentimentos. O reconhecimento dos efeitos causados pelas cores pode
variar de acordo com fatores como aspectos culturais, idade, sexo, região, entre outros

27
condicionantes. Um exemplo disso, é que na cultura indiana, as noivas se vestem de vermelho um
sinal de sorte, já no Brasil a tradição é o uso do branco, como exibidos na figura 25.

Figura 25: Noivas vestidas com roupas de acordo com sua tradição cultural.
Fontes: https://seucasamentoclub.wordpress.com/tag/noiva-indiana/
https://www.claudiamatarazzo.com.br/case-e-arrase/fotos-de-casamento-para-mulheres-sem-noivo/
Descrição: a figura mostra duas noivas uma vestida com roupa vermelha e outra vestida com a roupa branca.

Além do estudo do comportamento humano por influência das cores, a psicologia junto
com a teoria das cores estuda o comportamento do cérebro e como o mesmo identifica e transforma
as cores em emoções. Todo esse estudo ajuda a entender a influência das cores em nosso
comportamento.
O estudo da psicologia das cores identifica oito emoções principais nos seres humanos,
que são: raiva, medo, tristeza, nojo, surpresa, curiosidade, aceitação e alegria. Esses sentimentos são
representados por uma cor, que definem e determinam o comportamento das pessoas. Nessa leitura,
a psicologia entende que cores quentes passam a sensação de energia, agitação e entusiasmo, ao
contrário das cores frias que estão ligadas a sensação de tranquilidade e calmaria.
Cada cor gera uma sensação diferente nas pessoas e, portanto, se torna fundamental
saber utilizá-las. Para isso existem algumas características importantes na hora da utilização das
cores, que são:
• Dimensão: a cor pode influenciar na percepção da dimensão do ambiente, de acordo
com ela, pode-se ter a impressão de estar em um espaço maior ou menor;
• Peso: um objeto pode aparentar ser mais leve ou pesado de acordo com a sua cor, a
mesma influencia na sensação de peso dos objetos;
• Iluminação: a luz pode ser absorvida de diferentes formas, depende da cor, essa
situação faz com que lugares aparentem ser mais escuros ou mais iluminados;

28
• Temperatura: a definição das cores em quentes ou frias é proveniente da sensação
que determinadas cores causam em relação à temperatura do ambiente;
• Simbolismo: a cor pode transmitir um significado diferente para cada pessoa, isso é
reflexo das experiências de vida de cada um. E em cada momento da vida a cor pode
vir a trazer uma emoção ou sentimento diferenciado para mesma pessoa;
• Emoção: de acordo com estudos da psicologia, as cores afetam e despertam as
emoções. As mesmas podem influenciar no humor, na motivação e em outros
aspectos psicológicos das pessoas;
• Recordação: a cor pode trazer lembranças do passado, podendo por exemplo,
estimular os cheiros. Podem estar ligados a momentos marcantes da vida de alguém.
As cores ainda podem possuir um significado específico, importante na hora da
composição do layout de um produto ou de um ambiente.

2.6 A Cor Aplicada no Design de Interiores

A cor é fundamental na decoração de interiores e sua influência define algumas funções


na composição dos ambientes. Através das cores, podemos alterar o estado de espírito das pessoas,
ainda criar diferentes atmosferas nos ambientes, definir centros de interesses com a valorização de
espaços e elementos decorativos. A cor proporciona ainda a sensação de aconchego, aquecendo ou
esfriando um ambiente.
No Design de Interiores, as cores quentes costumam ser usadas em grandes salas para
criar um ambiente mais acolhedor. Por outro lado, cores frias como o azul, violeta e verde são ideais
para salas pequenas para criar a sensação que é maior.
Ainda nas funções da cor para decoração, existe a possibilidade de alterar visualmente as
proporções de um ambiente e corrigir as imperfeições arquitetônicas. Para espaços com formatos
retangulares, pode-se disfarçar o espaço pintando com cores mais escuras as paredes menores, essa
situação causa a sensação de que o ambiente é mais curto, e para alongar o espaço uma técnica é
pintar mais escuras as paredes maiores do retângulo, como mostram os desenhos da figura 26.

29
Figura 26: Desenho de um ambiente com pintura nas paredes.
Fonte: a autora, 2022.
Descrição: a figura mostra 2 desenhos de um ambiente com pintura na parede frontal na cor vinho e outra nas paredes
laterais, na cor vinho.

Na figura 27, são observadas a forma de criar a sensação do teto está mais alto no
ambiente. A técnica é pintar todas as paredes com uma cor mais escura do que a cor do teto, que
geralmente é pintado de branco. E para criar a sensação inversa de que o teto é mais baixo, a técnica
é pintar o teto com uma cor mais escura do que as paredes do ambiente.

Figura 27: Desenho de um ambiente com pintura nas paredes e no teto.


Fonte: a autora, 2022.
Descrição: a figura exibe 2 desenhos de um ambiente com pintura nas paredes frontal e laterais na cor laranja e outra
no teto, na cor laranja.

Outro efeito interessante que se pode fazer no ambiente apenas com a pintura, é criar a
sensação de que as paredes no espaço são mais longas ou mais curtas como se pode ver na figura 28.
Para criar o efeito de alongar as paredes, basta pintar de forma contínua meia parede na parte
inferior, e para criar a sensação de encurtar a parede é pintar de forma contínua, meia parede na
parte superior. Esse efeito é bastante utilizado em quartos infantis.

Figura 28: Desenho de um ambiente com pintura em meia parede.


Fonte: a autora, 2022.
Descrição: a figura expõe 2 desenhos de um ambiente com pintura em meia parede na cor azul.

30
Quando se pensa em destacar um objeto seja um quadro, um móvel, uma cadeira, pode-
se utilizar da pintura na parede para evidenciar o elemento que se quer destacar. A técnica é pintar
a parede com cores que façam contraste com o objeto, e para criar a sensação que um corredor é
mais largo, a técnica é pintar a parede frontal do corredor e o teto com a mesma cor, como visto na
figura 29.

Figura 29: Desenho de um ambiente com pintura na parede e no teto.


Fonte: a autora, 2022.
Descrição: a figura mostra 2 desenhos de um ambiente com pintura na cor amarela na parede frontal e um quadro na
mesma, o outro com pintura na cor amarela na parede de fundo e no teto.

Caro estudante,
Chegamos ao final desta competência. Espero que você tenha absorvido a importância
do estudo das cores na composição dos ambientes. Na próxima competência, você irá entender a
importância dos princípios da Gestalt e como o cérebro interpreta e compõe as formas que
observamos em nossa volta.

31
3.Competência 03| Identificar os elementos básicos para a execução de
um projeto com equilíbrio e harmonia adequados aos usuários
Caro estudante, foi visto nas competências anteriores os conceitos de percepção e o
estudo das cores, agora inicia-se a terceira competência, cujo tema aborda os elementos necessários
para se projetar ambientes harmoniosos através do uso da forma.
Agora dê uma pausa na leitura e ouça o podcast que informa sobre os principais aspectos
das formas e o equilíbrio de sua aplicabilidade na decoração.

Estudante, convido você a ouvir o Podcast que destaca os principais aspectos


no Estudo da Forma!

3.1 Estudo da Forma

A forma pode ter significados muito diferentes dependendo do contexto específico em


que é usada. Em geral, a forma é a imagem externa de um corpo material sólido, como dizemos que
“a forma dos móveis é um pouco estranha”. As formas também podem ser encontradas em objetos
que existem na natureza, como rochas, árvores, o próprio corpo humano, e objetos feitos pelo
homem, como mesas, casas, pontes, carros, etc. Mas, no campo da geometria, as formas se destacam
e são chamadas de formas geométricas.
Em geometria, a forma de um objeto físico no espaço é a descrição geométrica da parte
do espaço ocupada pelo objeto, determinada por seu limite externo, independente de outras
propriedades como sua posição e orientação no espaço, tamanho e cor, e o conteúdo e composição
do material.
Formas simples podem ser descritas pela geometria de objetos básicos, tais como, um
conjunto de dois ou mais pontos, linhas retas, curvas, planos, figuras planas por exemplo, um
quadrado ou um círculo ou formas sólidas por exemplo, de um cubo ou de uma esfera. Mas, os 4
principais elementos formadores dessa unidade espacial são: ponto, linha, plano e volume.

32
Ponto

É a unidade mais simples de linguagem visual. O ponto serve como centro de qualquer
representação visual e serve como base para outros elementos que sejam adicionados a ele. Na
Gestalt, o ponto é considerado como qualquer elemento, independente de ser redondo ou não, e
que funcione como centro de atração visual dentro de uma composição visual.

Linha
É o elemento de ligação entre dois pontos. Com base em sua trajetória é que temos a
sensação de movimento. A linha conforma, contorna e delimita objetos e coisas de modo geral.

Plano
É um conjunto de linhas e com base na união das linhas é possível criar um espaço
bidimensional entre os eixos X e Y.

Volume
É a utilização de vários planos nos eixos X, Y e Z. Consegue-se aqui exprimir as três
dimensões dos objetos, aumentando a sensação visual do espectador, características dos elementos
da Gestalt.

3.2 Teoria da Forma do Gestalt

Segundo a Gestalt, quando observamos um objeto, primeiro se visualiza o todo e depois


vai se observando os elementos separadamente. Como nossa mente usa elementos de leitura visual,
quando vemos combinações de elementos como objetos, pessoas, paisagens, animais ou texto, eles
tendem a agrupar imagens semelhantes para interpretá-los o mais rápido possível. Logo, quanto mais
difícil a peça, menos detalhes para juntar inicialmente. Existem oito princípios da Gestalt, estes
apresentados na Figura 30, que são essenciais na área criativa e existem no nosso dia-a-dia.

33
Figura 30: Desenho do nome Gestalt.
Fonte: https://www.faberhaus.com.br/gestalt/
Descrição: a figura mostra o desenho as letras do nome Gestalt e o significado de cada princípio.

1. Lei da Unidade

A Lei da Unificação afirma que a unidade é vista como um elemento único. A percepção
de uma imagem pode consistir em várias partes ou partes que compõem o todo.
Na Gestalt, uma unidade representa a interpretação de um elemento como um todo, ou
a interpretação de uma combinação de elementos que fazem parte de um todo. Visualizamos a
unidade através de uma relação composicional: por exemplo, na figura 31, onde uma flor é uma
unidade (a própria flor) que consiste em várias outras unidades (cada pétala).

Figura 31: Desenho de uma flor.


Fonte: https://www.desenhosinfantis.com/imagens-flor-de-6-petalas-jpg
Descrição: a figura mostra o desenho de uma flor com suas pétalas.

2. Lei da Segregação

Essa lei identifica que o cérebro consegue separar partes de um todo. Na segregação
utilizamos dos estímulos visuais para separar elementos como: cores diferentes, formas, linhas,

34
texturas, volumes, entre outros elementos. Esse processo é uma situação natural da mente e com
isso, conseguimos dividir imagens em suas partes e isso facilita a interpretação do todo.
Essa lei focaliza a nossa capacidade perceptiva de isolar, evidenciar e identificar objetos,
mesmo que esteja em uma composição sobreposta. E isso ocorre pelo fato de que as imagens
possuem variações de elementos como: cor, textura, sombra, brilho entre outros.
Quando olhamos uma fotografia, conseguimos dividir em partes todo o conjunto, vai
existir um elemento principal, elementos secundários, fundo. A figura 32, mostra um exemplo da Lei
da Segregação

Figura 32: Exemplo da Lei da Segregação.


Fonte: https://marketingdigital360.com.br/8-principios-da-gestalt/
Descrição: a figura apresenta uma xícara de café branca em cima de grãos de café, e uma xícara de café branca com
café dentro.

3. Lei da Unificação

Na Lei da Unificação, a importância é a proporção balanceada, a igualdade e o equilíbrio


na formação de uma composição, o que resulta na definição de um objeto com coerência e harmonia.
São exemplos desse tipo de lei símbolos que representam o equilíbrio em sua composição
como a imagem do yin-yang e as mandalas. Essas imagens proporcionam um conjunto agradável e
harmonioso para quem visualiza. Na figura 33, podemos ver o desenho de um símbolo como exemplo
dessa lei.

35
Figura 33: Desenho do símbolo yin-yang.
Fonte: https://www.significados.com.br/ying-yang/
Descrição: a figura mostra um círculo dividido em duas partes nas quais uma é preta com um ponto branco e a outra é
branca com um ponto preto.

4. Lei do Fechamento

Na Lei do Fechamento, o cérebro compreende e fecha a imagem ou contorno inacabado


e consegue imaginar a figura completa. Isso significa que o cérebro pode de alguma forma prever
toda a estrutura e continuidade, mesmo que esteja incompleta.
Por fim, uma parte inteira cria a estrutura visual de uma nova peça, e obtem-se uma
construção gráfica fechando seus elementos constituintes. Um exemplo dessa lei é o logotipo do
Carrefour (Figura 34), onde o C da marca é formado entre as setas vermelha e azul, o nome Carrefour
em francês significa bifurcação, então as setas vão em direções opostas.

Figura 34: Logotipo dos supermercados Carrefour.


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/87186942757275116/
Descrição: a figura mostra o logotipo de um supermercado com cores vermelha e azul formando uma letra C.

5. Lei da Continuidade

A Lei da Continuidade aborda como funciona no cérebro a percepção do fluxo e sequência


dos elementos. A continuidade é importante para que o cérebro decifre melhor o código visual de
uma composição.
Os objetos da nossa realidade tendem a ter uma harmonia do começo ao fim, o que é
prazeroso para a nossa visão. Essa lei aborda a tendência dos objetos em seguir uma linha de fluidez

36
visual gradativa. Um exemplo disso é uma imagem com cores em degradê, conforme figura 35. Isso
é feito através de formas, linhas, cores, profundidade, planos.

Figura 35: Retângulo com listras em degradê da cor azul.


Fonte: https://blog.revendakwg.com.br/inspiracao-design/teoria-e-principais-leis-da-gestalt-um-estudo-da-forma/
Descrição: a figura mostra um retângulo com listras na cor azul em degradê.

6. Lei da Proximidade

Na Lei da Proximidade o cérebro costuma processar elementos muito colados como um


todo. Os elementos próximos se encaixam e são processados como conjuntos (Figura 36). O
agrupamento da forma é comumente constituído por sua semelhança. Formas semelhantes tendem
a formar uma proximidade visual muito maior que formas não semelhantes.

Figura 36: Logomarca da Unilever


Fonte: https://turbologo.com/pt/blog/logotipo-da-unilever/
Descrição: a figura apresenta a vogal U, com a palavra Unilever abaixo, tudo na cor azul.

7. Lei da Semelhança
A Lei da Semelhança e da Proximidade são bem parecidas e buscam a criar ideias
idênticas. Mas, em termos de semelhança, são procurados elementos que sejam semelhantes entre
si de alguma forma: seja na cor, forma, orientação ou qualquer outra característica. Aqueles objetos
que possuem formas, cores ou aparência geral semelhantes, também tendem a ser interpretados
como uma só unidade, como visto na figura 37.

37
Figura 37: Figura com a sequência de linhas e pontos.
Fonte: https://blog.revendakwg.com.br/inspiracao-design/teoria-e-principais-leis-da-gestalt-um-estudo-da-forma/
Descrição: a figura mostra uma sequência de linhas na vertical e dois pontos.

8. Lei da Pregnância
Uma das leis básicas da Gestalt é a Lei da Pregnância, nela a harmonia e clareza na
composição de elementos é fundamental para que o cérebro identifique rapidamente o objeto e faça
a interpretação visual. Logo, objetos de forma mais simples e harmoniosas apresentam melhor
compreensão do que formas mais complexas, que apresentação composições visuais mais
complicadas.
Na figura 38, podemos identificar melhor o que a Lei da Pregnância justifica, quanto maior
a legibilidade de um texto, maior é a sua Pregnância, isso inclui na composição a cor do texto, a cor
do fundo, a tipografia entre outros elementos.

Figura 38: Texto escrito com o nome Pregnância.


Fonte:https://arconel.com.br/gestalt-e-as-leis-que-regem-toda-composicao-visual/
Descrição: a figura mostra o nome pregnância escrito com dois tipos de tipografia diferente.

Estudante, agora vamos dá uma pausa na leitura e assistir a videoaula da terceira


competência

Neste instante, convido você para assistir a terceira videoaula da disciplina,


onde irá entender como o estudo da forma contribui na área sensorial do
ambiente.

38
3.3 A Forma no Design

Com a evolução das ciências através das análises do comportamento humano, tanto pela
Psicologia como também pela Arquitetura, hoje temos a noção da importância da Geometria do
Design e o que ela possibilita na criação de um projeto de interiores.
O trabalho realizado com a Psicologia Humana, permitiram aos designers entenderem
que cada formato influencia um ambiente e estimula sensações nas pessoas. Todos os elementos do
Design de Interiores são importantes para criar os estímulos, sensações e até as emoções desejadas
para o projeto e cada forma pode remeter a um significado específico.
Na geometria, a forma é definida como um conjunto de linhas que compõem um objeto,
e as linhas são usadas para descrever e desenhar diferentes tipos de figuras, essas são sucessões
contínuas de pontos, onde deles podem ter retas ou curvas e combinações de diferentes formas.
Na decoração, as linhas ajudam a modificar a percepção dos espaços, podemos ampliar
ou diminuir visualmente um ambiente, ampliar ou baixar uma altura. Elas podem aparecer no
revestimento, na pintura, no mobiliário, em detalhes construtivos, na natureza e através dela,
podemos equilibrar e transformar a decoração.
As linhas geométricas na decoração podem ser curvas, retas, horizontais e verticais, como
também, o conjunto dessas linhas que resultam nas formas geométricas como triângulos, quadrados,
círculos entre outros, estão associadas em nossa mente a diferentes sensações e movimentos. Por
exemplo, formas mais arredondadas remetem a conforto, enquanto que retangulares remetem a
estabilidade. A figura 39, mostra uma composição de linhas retas em um quarto.

Figura 39: Quarto com pintura em forma de triângulos.


Fonte: https://www.uol.com.br/nossa/album/2021/01/29/pintura-triangular-explore-forma-geometrica-para-coloirir-a-
parede-de-casa.htm?foto=1

39
Descrição: a figura mostra um quarto com duas camas e a parede pintada na cor laranja e azul com formato de
triângulo.

Cada forma geométrica desperta uma sensação, os triângulos trazem a sensação de


dinamismo e de movimento. Quando eles estão apontados para cima, trazem a ideia de evolução,
crescimento e estabilidade. Para baixo, eles tendem a despertar sentimentos mais negativos.
Os retângulos e quadrados são formas geométricas mais sólidas, e são associadas com
segurança e com a forma tradicional da construção. Na figura 40, tem-se uma sala de estar com
mobiliários e objetos em formatos retangulares e quadrados.

Figura 40: Sala de estar com mobiliário com forma retangular.


Fonte:https://www.uol.com.br/nossa/album/2021/01/29/pintura-triangular-explore-forma-geometrica-para-coloirir-a-
parede-de-casa.htm?foto=1
Descrição: a figura exibe uma sala de estar com mobiliários e objetos no formato retangular e quadrado.

Os círculos e as elipses estão ligados às sensações de continuidade e até à ideia de infinito,


geram movimento e criam ritmo na composição. Já os formatos em espiral costuma fazer parte da
natureza, e isso os torna ligados à vitalidade, calmaria e crescimento. A figura 41, apresenta uma sala
de estar com móveis e objetos em formato circular.

40
Figura 41: Sala de estar com mobiliários e objetos com forma circular.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/812688695272937861/?mt=login
Descrição: a figura apresenta uma sala de estar com formas circulares, na mesa de centro, nos bancos e no sofá.

41
Conclusão
A Psicologia e o estudo do comportamento humano têm um papel fundamental no
trabalho do designer de interiores. A necessidade de projetar espaços que gerem sentimentos e
relações afetivas somando a emoções e a percepção das pessoas é um dos princípios da decoração.
É percebido que nos últimos anos a decoração afetiva vem sendo valorizada e ganhando
espaço por proporcionar mais acolhimento e aconchego.

Os estudos pertinentes a Gestalt, a Composição da Forma e da Cor ajudam a focalizar e


organizar elementos para o desenvolvimento de projetos mais eficientes e criativos.
No estudo dessa disciplina foi possível aprofundar nessa temática e você, estudante teve a
possibilidade de entender a importância de despertar a percepção humana, através de elementos
como a forma e a cor nas composições.

Nessa última competência, você teve a oportunidade de conhecer mais o universo das
cores e como a mesma pode vir a transformar os ambientes. Agora é o momento de se aprofundar
nas informações que lhes foram transmitidas para desenvolver no futuro, projetos e espaços que
atendam com qualidade a necessidade de seus clientes.
Desejo a você estudante, muito sucesso e até o nosso próximo encontro!

Bons estudos!

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Referências

ARNHEIN, Rudolf. Arte e percepção visual. 9. ed. São Paulo: Pioneira, 1995.

BARROS, Lílian R. M. A cor no processo criativo: um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe.
São Paulo: SENAC, 2006.

ELAM, Kimberly. Geometria do design: estudos sobre proporção e composição. Kimberly Elam. São
Paulo: Cosac Naify, 2010.

FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores na comunicação. São Paulo: Edgar Blücher, 2006.

GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma. São Paulo: Escrituras
Editora, 2000.

GURGEL, Miriam. Projetando espaços: Design de interiores. São Paulo: SENAC, 2017.

PEDROSA, Israel. Da cor a cor inexistente. São Paulo: SENAC, 2009.

PEDROSA, Israel. O universo da cor. São Paulo: SENAC, 2003.

WONG, Wucius. Princípios da forma e desenho. São Paulo: Editora Martins Fontes, 1998.

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Minicurrículo do Professor

Karlla Simonett Barreto Pinto Soares

Arquiteta e Urbanista, formada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE -1995),


com Especialização em Design de Interiores e Iluminação, pelo Instituto de Pós-Graduação (IPOG-
2012). Atuo na área de educação desde 2013, e atualmente estou como docente no Curso Técnico
de Design de Interiores, modalidade EAD, do Estado de Pernambuco. Lecionei no Senac-PE, no Curso
de Decoração e Design de Interiores (2013-2020) com as disciplinas de Iluminação, Ergonomia,
Maquetes, História do Mobiliário, Composição, Forma e Cores, Desenho Técnico entre outras.
Leciono na UNIFACOL, na cidade de Vitória de Santo Antão – PE, no Curso de Arquitetura e Urbanismo
(2018-2021) com as disciplinas de Iluminação, Perspectiva, Planejamento Urbano e Projetos
Arquitetônicos, e no Sindicato do Corretores de Imóveis (SINDIMÓVEIS - 2011-2021) com a disciplina
de Desenho Arquitetônico.

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