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Artigos Originais
POSITIVIDADES E FRAGILIDADES NA PERCEPÇÃO DO DISCENTE DO
ENSINO REMOTO EMERGENCIAL NA PÓS-GRADUAÇÃO A PARTIR DE
UM LEVANTAMENTO DE DADOS
Original Articles
POSITIVIES AND WEAKNESS IN THE STUDENT'S PERCEPTION OF
EMERGENCY REMOTE TEACHING IN POSTGRADUATE STUDIES BASED
ON A DATA COLLECTION
Solange Aparecida de Souza Monteiro
[email protected] http://lattes.cnpq.br/5670805010201977
https://orcid.org/0000-0002-1640-0266
Maria Regina Momesso
[email protected] http://lattes.cnpq.br/8973020849570833
https://orcid.org/0000-0001-7342-577X
CAMINE: Cam. Educ. = CAMINE: Ways Educ., Franca, SP, Brasil - eISSN 2175-4217
- está licenciada sob Licença Creative Commons
RESUMO
O objetivo deste estudo é investigar o impacto da experiência do ensino remoto
emergencial (ERE), no processo de formação dos alunos da pós-graduação,
levando em consideração positividades e fragilidades sob a percepção discente
a partir de um levantamento de dados, o ERE ofertado nos anos de 2020 e
Doutoranda em Educação Escolar. Mestra em Processos de Ensino, Gestão e Inovação pela
Universidade de Araraquara (2018). Possui graduação em Pedagogia pela Faculdade de
Educação, Ciências e Letras Urubupungá (1989). Possui Especialização em Metodologia do
Ensino pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras Urubupungá (1992). Pedagoga no
Instituto Federal de São Paulo - Campus Araraquara, Participa do Grupo de pesquisa Grupo
de Estudos em Educação, Sexualidade, Tecnologias, Linguagens e Discursos - Unesp/CNPq
e do Grupo de Pesquisa - Sexualidade, Educação e Cultura - Unesp/CNPq.
Graduada em Letras pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Araçatuba (1989).
Mestrado em Comunicação pela Faculdade de Arquitetura Artes e Comunicação UNESP,
Bauru, SP (1998) e Doutorado em Letras/Linguística pela Faculdade de Ciências e Letras
UNESP, Araraquara, SP (2004). Atualmente é pesquisadora e docente permanente do PPG
em Educação Escolar e do PPG em Educação Sexual da UNESP, Araraquara, SP.
Professora universitária - FIB Bauru, SP dos cursos de Agronomia, Fisioterapia e Psicologia.
Docente do ensino médio e técnico - do Colégio Técnico Industrial ´Isaac Portal Roldán -
FEB/UNESP - Bauru, SP.
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2021 período da pandemia COVID-19 no Programa de Pós-graduação em
Educação Escolar na Unesp de Araraquara. Elaborou-se um questionário on-
line disponibilizado no Google Forms, com questões abertas e fechadas,
tratando de: (a) localização geográfica do discente; (b) o isolamento; (c)
infraestrutura da residência; (d) dificuldades enfrentadas destacando as de
saúde mental e/ou emocionais; e (e) fragilidades e positividades do ERE e o
que precisa ser aprimorado. O questionário, enviado a 180 alunos, de
10/02/2022 a 23/02/2022, teve adesão de 114 deles incluindo a pesquisadora.
Os resultados apontaram a condição dos sujeitos em processo de
conhecimento assenta-se nas ideias foucaultianas e freirianas capazes de
possibilitar a transformação de si e de outrem. Para isso, teoria e prática são
condições necessárias para a formação de sujeitos sensíveis, emancipados,
solidários e transformadores do mundo.
Palavras-chave: COVID-19. pandemia. pós-graduação. ensino remoto
emergencial. percepção discente.
ABSTRACT
The objective of this study is to investigate the impact of the emergency remote
teaching experience (ERE), in the training process of graduate students, taking
into account positivities and weaknesses under the student perception from a
data collection, the ERE offered in the years 2020 and 2021 during the COVID-
19 pandemic in the Graduate Program in School Education at Unesp de
Araraquara. An online questionnaire made available on Google Forms was
prepared, with open and closed questions, dealing with: (a) geographic location
of the student; (b) isolation; (c) infrastructure of the residence; (d) difficulties
faced, highlighting mental and/or emotional health; and (e) weaknesses and
positive aspects of the ERE and what needs to be improved. The questionnaire,
sent to 180 students, from 02/10/2022 to 02/23/2022, was joined by 114 of
them, including the researcher. The results showed that the condition of
subjects in the process of knowledge is based on Foucauldian and Freirean
ideas capable of enabling the transformation of themselves and others. For this,
theory and practice are necessary conditions for the formation of sensitive,
emancipated, solidary and world-changing subjects.
Keywords: COVID-19. pandemic. postgraduate studies. emergency remote
teaching. student perception.
INTRODUÇÃO
O acontecimento de uma pandemia, desde fevereiro de 2020, no Brasil,
todas as redes de ensino precisaram adaptar seus métodos de trabalho, antes
baseados em processos presenciais, para modalidades remotas de educação.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia é
compreendida como a disseminação de uma determinada doença alastrada por
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toda a sociedade mundial, no sentido de que a situação pandêmica tem seu
ponto de partida num momento epidêmico, ou seja, um surto de doença que
afeta a humanidade e constitui uma emergência de saúde pública de
importância internacional. Sendo assim, sabe-se que no mês de março do ano
de 2020, a OMS declarou estado de pandemia COVID-19, doença causada
pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), a qual emergiu no cenário social como
uma ameaça biológica e patológica em detrimento da existência humana.
Diante da dinâmica de um vírus desconhecido, com rápida disseminação
geográfica e nociva contaminação a OMS decretou a pandemia. Em razão
disso, a pandemia COVID-19 entra em ascensão por personificar-se em uma
crise de caráter sanitário e humanitário, tendo em vista a imprescindibilidade de
se produzirem respostas rápidas e eficazes de combate ao vírus que não
comprometam os limites impostos pela bioética. Uma das consequências: o
espaço comum compartilhado, onde pessoas deslocam-se e interagem
rotineiramente, em tempos de pandemia, surge:
[…] um fator de impacto relevante, o fechamento das instituições de
ensino com o intuito de evitar aglomerações, afetando a rotina
de diretores, coordenadores, professores e alunos. Os sujeitos
foram obrigados a se adequar emergencialmente para trabalhar,
estudar e ensinar de forma remota, sendo assim o direito à saúde
com um bem comum da humanidade passa ser concebido com um
fator primordial, essencial de proteção e prevenção. (GALINDO;
MESCUA; VEZZARO, 2022, p. 60).
Dessa forma, uma das soluções paliativas encontradas foi o Ensino
Remoto Emergencial, como “[…] alternativa nesta pandemia de COVID 19 ao
propiciar o acesso provisório aos conteúdos curriculares que seriam realizados
presencialmente.” (GALINDO; MESCUA; VEZZARO, 2022, p. 60). E, assim,
aprofundam-se as reflexões acerca das tensões e perspectivas dos gestores,
professores, discentes através do ERE com turmas do ensino de pós-
graduação diante das situações enfrentadas nessa pandemia (GALINDO;
MESCUA; VEZZARO, 2022). Nesse sentido, no período de isolamento social,
professores depararam-se com vários questionamentos sobre as habilidades
que seriam necessárias aos educadores para atuar no ERE e os impactos da
131
pandemia na educação sobre: a reorganização das escolas, o uso das
tecnologias e o trabalho nessa realidade. Assim, foi necessário criar:
[...] um ambiente favorável (ensino remoto) para o desenvolvimento
das relações sociais positivas […]. (GALINDO; MESCUA; VEZZARO,
2022, p. 61).
E:
[…] adotando um trabalho diversificado, inovador, com novas
metodologias e estratégias, novos arranjos pedagógicos […].
(GALINDO; MESCUA; VEZZARO, 2022, p. 61)
Com:
[...] caminhos para aquisição de habilidades, consolidação de
conceitos para ampliação de algo muito importante na sociedade de
todos os tempos: a “criatividade”. (GALINDO; MESCUA; VEZZARO,
2022, p. 61).
Ontologicamente, entre diferentes níveis e as diferentes realidades
fazem com que a educação escolar tenha muitas formas e manifestações.
Neste contexto, a educação brasileira em tempos de pandemia, na busca de
uma Educação Superior melhor delimitada e as diversas saídas encontradas
para driblar o isolamento social, sendo:
[...] possível perceber menos resistências à implementação de
tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem,
sobretudo por atenderem pessoas adultas, que não se encontram em
processo de formação inicial envolvendo o contato físico, a
movimentação do corpo e a socialização nos seus mais diferentes
níveis – como é o caso da educação dos jovens na educação infantil,
no ensino fundamental e médio. (ARRUDA, 2020, p. 266).
É de se salientar ainda que, no caso do Brasil, a implementação da
educação remota emergencial no ensino superior conta com um número
significativamente reduzido de pessoas sem acesso às tecnologias digitais,
conforme observado em dados atuais da Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE,
2020). Percebe-se as movimentações no sentido de se implementar a
educação remota nos níveis de graduação e pós-graduação em um número
significativo de universidades.
132
Com a Portaria nº 343, de 17 de março de 2020, o Ministério da
Educação autorizou a substituição das aulas presenciais por aulas remotas no
período de duração da pandemia, sendo assim, a partir da segunda quinzena
de março de 2020, o que resultou na suspensão da realização de atividades
presenciais na Unesp - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” - Faculdade de Ciências e Letras da Unesp, câmpus de Araraquara e de
sua respectiva pós-graduação que igualmente passou a ter suas atividades
realizadas remotamente no ano letivo de 2020 e no ano letivo de 2021
avançando-se para metade do ano letivo de 2022 (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2020). Além disso, as medidas adotadas pela Unesp para o
enfrentamento da pandemia e reorganização de suas atividades estão
descritas nos comunicados e outros documentos divulgados pelo Comitê
Unesp Covid-19, disposto na página da referida Instituição, especificamente na
Portaria Unesp nº 33, de 18 de março de 2021, que define as diretrizes para
realização das atividades de pós-graduação em razão da pandemia da Covid-
19 (UNESP, 2021).
De acordo com Seiji:
[…] a situação inesperada que levou à interrupção abrupta das aulas
presenciais demandou das instituições de ensino tomadas de
decisões rápidas, sem a realização de etapas fundamentais para que
as iniciativas de educação a distância fossem bem-sucedidas. Essas
etapas se referem a planejamento, capacitação de todos os
envolvidos, preparação da infraestrutura tecnológica (hardware e
software), automatização de atividades administrativas, preparação
do sistema para coleta de dados, reformulação de currículos, além do
fomento à inclusão e à equidade. (SEIJI, 2020 apud CASATTI, 2020).
DISCIPLINAS MINISTRADAS REMOTAMENTE
A pandemia do novo coronavírus impôs a necessidade de
distanciamento social, impossibilitando os encontros presenciais normalmente
realizados no curso das disciplinas, foram assim, substituídas para os
encontros remotos intermediados pelas Tecnologias Digitais da Informação e
Comunicação (TDIC). Dessa forma, a pressão exercida pela instalação da
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situação pandêmica de Covid-19, teve seus reflexos em todos os campos
profissionais e sobre a educação e seus atores não fora diferente, em especial,
à docência no processo de formação de professores. Surge, assim, a
necessidade de múltiplas habilidades e conhecimentos desde a utilização de
estratégias pedagógicas, principalmente no conhecimento e domínio de
ferramentas digitais e tecnológicas, nos estudos imediatos sobre o ensino
híbrido e a compreensão e aplicação das metodologias ativas, as novas
tecnologias de aulas, plataformas digitais, conhecimento dos ambientes
virtuais, salas de aula remotas mediadas pela Google, plataforma Moodle,
atividades síncronas e assíncronas, reuniões em Google Meet até mesmo
atividades como Congressos, cursos e seminários online. Nesse sentido,
Rodrigues Júnior e Véras (2019, p. 2), apontam que:
Em cem anos migramos do ambiente educativo presencial para o
virtual, tornando o aluno um personagem ativo e corresponsável por
sua aprendizagem. A comunicação se modificou, ampliando a troca
entre professores e alunos, favorecendo o intercâmbio educacional e
cultural. Acredita-se hoje numa nova dimensão qualitativa do ensino
na qual se insere o ato educativo voltado para a visão cooperativa.
Essas necessidades trouxeram profundas reflexões, mudança de
comportamento e novos discursos, novas práticas discursivas e não
discursivas culminando na resiginificação ou em novos modos de existencia à
docência universitária. Assim:
É importante lembrar que a situação emergencial se tornou em
momento propício para fomentar uma política de universalização do
acesso às informações e conhecimentos disponibilizados pela
internet. No quadro atual de desenvolvimento tecnológico [...]
estamos dentro de possibilidades de reconfiguração das políticas de
acesso tecnológico não mais ao acesso institucional (por meio da
escola), mas a um acesso individual, em que todas as pessoas
vinculadas à unidade escolar têm direito a esse bem. Nessa medida,
nos envolvemos com uma política que visa a diminuição das
desigualdades existentes entre alunos das instituições públicas e
privadas. (ARRUDA, 2020, p. 272).
Salienta-se, ainda, que em um contexto de crise, manter os
profissionais da educação e, consequentemente, a escola, em seus diferentes
níveis e distanciada dos sujeitos que a frequentam é atuar pelo
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enfraquecimento dessa instituição, caracterizada como o pilar social da
construção de sujeitos. Discute-se que com esta ampliação coloca-se em risco
a desvalorização da educação e o desmantelamento que historicamente vem
sendo demonstrado no Brasil por meio de cortes de gastos e de profissionais.
Então Senna e Drehmer-Marques (2022, p. 8), analisam Casa Nova (2020):
De acordo com Casa Nova (2020), o estudante em tempo de
pandemia é como um balão, no qual, cabe ao professor fazer o
processo de empatia, para não os inflar excessivamente com
conteúdo, como se esse fosse ar, para não os estourar. A metáfora
indica que o exagero na implementação de atividades e a falta de
compreensão em considerar o momento de insegurança e incerteza
do amanhã, por parte desses discentes, reforçam o desequilíbrio e
com isso incentivam a desmotivação e a desistência do curso. Além
do mais, ser professor vai além da preparação de aulas, mas a
preparação do acadêmico para a vida profissional.
Assim, há o aprimoramento e a adaptação do acadêmico e o profissional, ou
seja, para a inclusão e permanência, não para a evasão. Problematizando a
atuação docente no cenário educacional produzido pela pandemia, Foucault
(2012), disserta sobre a aceitação ou conformidade com discursos validados,
referindo-se as doutrinas que legitimam mecanismos de exclusão e de rejeição.
[…] a doutrina questiona os enunciados a partir dos sujeitos que
falam, na medida em que a doutrina vale sempre como sinal, a
manifestação e o instrumento de uma pertença prévia – pertença de
classe, de status social ou de raça, de nacionalidade ou de interesse,
de luta, de revolta, de resistência ou de aceitação. (FOUCAULT.
2012, p. 40-41).
Uma escola ou um sistema de ensino que se afirma discursivamente
inclusivos devem buscar incessantemente a garantia de ensino a todos.
Contudo, o que fica em destaque em ambas as entrevistas, seja de
acadêmicos ou de professores, é o diálogo, mais aberto e mais
sincero, com objetivo construtivo. A educação está passando por um
momento de reconstrução de uma forma muito veloz, a partir desse
momento de isolamento físico. A única certeza que fica é que as
relações e as proposições com relação às aulas e conteúdos serão
modificadas, bem como o papel do professor em sala de aula.
(SENNA; DREHMER-MARQUES, 2022, p. 8).
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Isto pode ser um caminho sem volta. Segundo Freire (2001), é
responsabilidade ética do educador se preparar profissionalmente para a
atividade laboral que lhe compete, ou seja, deve ter propriedade para ensinar
nas condições que lhe são propostas. No entanto, percebe-se que muitos
professores que hoje trabalham de forma virtual com suas turmas não têm
formação especializada na área tecnológica. Esse fator dificulta o processo de
comunicação e interação entre professor e aluno, que, na maioria das vezes,
também tem problemas com a utilização dos equipamentos tecnológicos e de
sua manutenção. Segundo Oliveira (1997, p. 57), citando Vygotsky:
Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire
informações, habilidades, atitudes, valores, etc. a partir de seu
contato com a realidade, o meio ambiente, as outras pessoas. É um
processo que se diferencia dos fatores inatos (a capacidade de
digestão, por exemplo, que já nasce com o indivíduo) e dos
processos de maturação do organismo, independentes da informação
do ambiente (a maturação sexual, por exemplo). Em Vygotsky,
justamente por sua ênfase nos processos sócio-históricos, a idéia de
aprendizado inclui a interdependência dos indivíduos envolvidos no
processo. [...] O conceito em Vygotsky tem um significado mais
abrangente, sempre envolvendo interação social.
Dessa forma, é possível chegar também ao entendimento de que o
convívio social dos estudantes com o professor faz parte das bases
necessárias aos processos de aprendizagem e que, sem ele, a aprendizagem
se vê dificultada e sem perspectiva de sucesso. Ou seja, o ERE, pelo menos
nas fases iniciais da educação, na educação básica, não se sustenta, pois os
indivíduos inseridos nesses contextos ainda precisam do contato com o outro
como mecanismo de estruturação, visto que o ERE solicita habilidades e
competências, em especial, a disciplina, a autonomia, o interesse, a
responsabilidade e o protagonismo dos atores do processo de aprendizagem.
A partir disso, então, percebe-se a necessidade de maiores estudos acerca do
tema, que, anteriormente à pandemia mundial, ainda não era alvo de estudos
tão detalhados. Nota-se que a questão do ERE perpassa estudos nas mais
diversas áreas, quais sejam: educação, tecnologia, sociologia, economia,
direito, psicologia etc. Todas essas áreas necessitam desenvolver e aprofundar
estudos relacionados ao tema com vistas a uma melhor formação dos
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professores para o processo de ensino-aprendizagem nos momentos de
dificuldade como o enfrentado pelo país atualmente.
Neste sentido, não apenas considera-se a inclusão de novidades e
tecnologias, mas também uma mudança na forma dos profissionais agirem e
entenderem o conhecimento. A pós-graduação e o ERE também estiveram
envoltos a imposição do isolamento social. Com a oferta de ERE todos os
profissionais viram-se diante de novas rotinas de trabalho utilizando de meios
tecnológicos pouco usuais no trabalho presencial, o que tem sido uma
novidade e um grande desafio para a maioria dos(as) professores(as). No
entanto, o fato dos discentes estarem em um nível superior de ensino, o remoto
trouxe algumas positividades: acesso ao conteúdo das aulas gravadas, tempo
maior para maceração e leitura dos textos, a facilidade de poder assistir as
aulas no conforto de casa.
Metodologia da pesquisa
A presente pesquisa traz a análise do ERE na pandemia na pós-
graduação e para isso realiza entrevistas semiestruturadas com estudantes
envolvidos no processo de ensino de aprendizagem desta modalidade de
ensino. Para Vieira (2017), a técnica da entrevista semiestruturada é conhecida
como um dos principais meios para a coleta de dados na pesquisa qualitativa.
Para o autor, esta técnica se caracteriza por perguntas estabelecidas num
roteiro flexível em torno de um assunto do interesse de uma pesquisa para
elucidação do seu objeto. Os entrevistados foram escolhidos de forma
heterogênea matriculados nos cursos de pós-graduação para que se pudesse
ter uma visão mais ampla das positividades e fragilidades sentidas e
percebidas pelos estudantes nas aulas remotas, considerada como uma
solução temporária para continuar as atividades pedagógicas distante no
espaço e se refere a um distanciamento geográfico e tem como principal
ferramenta a internet.
A análise dos dados foi realizada de forma descritiva e interpretativa,
utilizando o método indutivo de Bogdan e Biklen (1994), no qual foram
137
analisadas as respostas obtidas íntegras, sendo preservada a identidade de
cada participante e assim sua identidade como previsto no termo de livre
esclarecimento apresentado aos participantes da pesquisa. Sendo assim, este
trabalho se desdobra à luz dos estudos discursivos foucaultianos, por meio do
método arqueogenealógico (ARAÚJO, 2008), de forma a analisar como e por
que determinados discursos passaram a circular em torno do ERE, discursos
que fazem emergir novos efeitos de sentido, ou seja, se as falas no campo do
ordinário podem não produzir os mesmos efeitos. Pensando nos diferentes
efeitos de sentido, destacamos que, conforme o pensamento de Foucault
(2014, p. 22):
[...] não há, de um lado, a categoria dada, uma vez por todas, dos
discursos fundamentais ou criadores; e, de outro, a massa daqueles
que repetem, glosam e comentam. Muitos textos maiores se
confundem e desaparecem, e, por vezes, comentários vem a tomar o
primeiro lugar.
Uma vez que a: ““[...] ‘política geral’ de verdade: isto é, os tipos de discurso que
ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros.” (FOUCAULT, 2019, p. 52).
Para o tratamento do corpus, pautou-se na observação entre a ordem de
aparecimentos enunciativos e as incompatibilidades – como algo que nos
permite ver, na prática discursiva, uma aresta de subjetivação (FOUCAULT,
2014) dos sujeitos. Noção que nos permite pensar em como determinadas
práticas discursivas podem levar os sujeitos a assumirem certas percepções de
si e dos outros. Diante disso, entende-se que os acontecimentos de escala
macro e micro (FOUCAULT, 2019) se atravessam na construção de verdades
de uma sociedade. Neste ponto, mobiliza-se a noção de efeitos de verdade
enquanto resultado de um regime de “[...] ‘política geral’ de verdade: isto é, os
tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar como verdadeiros.”
(FOUCAULT, 2019, p. 52). E, para o tratamento do corpus, pauta-se na
observação entre a ordem de aparecimentos enunciativos e as
incompatibilidades – como algo que permite-se ver, na prática discursiva, uma
aresta de subjetivação (FOUCAULT, 2014) dos sujeitos. Noção que consente-
se pensar em como determinadas práticas discursivas podem levar os sujeitos
a assumirem certas percepções de si e dos outros.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
É importante esclarecer que estas análises apresentam informações
situacionais de um período de vivências em meio a pandemia de COVID-19 na
pós-graduação. Neste sentido, ao longo dos meses pode-se observar mudanças
tanto na gestão e mitigação dos impactos quanto nas realidades enfrentadas
durante as aulas neste período. Desta forma, cabe destacar que as percepções
aqui elencadas foram coletadas entre os meses de janeiro e fevereiro de 2022,
momento em que a situação pandêmica já estava muito mais avançada e tratada
com relação ao início da pandemia. Além disso, o nível de escolaridade relaciona-
se diretamente com curso de Pós-Graduação em Educação Escolar do mestrado
e do doutorado. Como visto, a pandemia do novo coronavírus impôs a
necessidade de distanciamento social, impossibilitando os encontros presenciais
normalmente realizados no curso das disciplinas. E, por intermédio da TDICs, foi
possível ofertar disciplinas sem prejuízo ao aprendizado dos alunos, promovendo
o pensamento crítico e reflexivo, mesmo a distância. Sendo assim, observamos a
partir de ambos gráficos 1 e 2 juntamente a ilustração 1 elaborados a partir da
mensuração dos entrevistados pela pesquisa, bem como sua respectiva região.
Gráfico 1 – Mensuração de discentes entrevistados
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
139
Gráfico 2 – Mensuração relação participante da pesquisa e região
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Figura 1 - Relação participantes da pesquisa e região
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
“Diante do exposto, o que se percebe é que a postura progressista do
professor requer que ele incentive o educando para ser o sujeito do processo
educativo, tornando-o crítico e autônomo.” (MELO, 2017, p. 120).
Então, o professor/educador deve-se assumir-se como ser social,
histórico, crítico e pensante, capaz de transformar as relações escolares em
140
espaços de pleno exercício e vivência da autonomia e da cidadania,
expandindo o acesso à Educação Universitária, ou seja, a pós graduação em
todas as regiões do Brasil. Freire (1996, p. 70), aborda:
De repente, um deles afirmou: “Há dez anos ensino nesta escola.
Jamais conheci nada de sua redondeza além das ruas que lhe dão
acesso. Agora, ao ver esta exposição* de fotografias que nos revelam
um pouco de seu contexto, me convenço de quão precária deve ter
sido a minha tarefa formadora durante todos estes anos. Como
ensinar, como formar sem estar aberto ao contorno geográfico, social,
dos educandos?”
Além disso, conforme os Gráficos 3 à 6 referem-se a realidade acerca
da: mensuração de quantos participantes puderam frequentar as aulas
remotas; a possibilidade dos participantes de poderem participar das aulas
caso fossem presenciais; fatores que motivaram a presença destes discentes
no PPGE; e as dificuldades apresentadas para o acesso as aulas remotas.
Gráfico 3 – Mensuração relação participantes e aulas remotas
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
141
Gráfico 4 – Mensuração relação participantes e possibilidade de participação
das aulas presenciais
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 5 – Mensuração das motivações que facilitaram a participação nas
aulas remotas no PPGE
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Nota: *Questão aberta nº 4.1 realizada com base na interpretação das respostas
142
Gráfico 6 – Mensuração das dificuldades apresentadas pelos participantes
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Observa-se positividade do ensino remoto, pois amplia-se o acesso dos
estudos a um número maior de participantes, além de haver maior interação
entre regiões mais distante, além do custo também ser mais acessível, haja
vista que o tempo de locomoção é um período a mais que os discentes
poderiam se dedicar aos estudos. Dessa forma pode-se ressaltar que o pleno
acesso aos meios digitais atualmente tornou-se tão essencial quanto os demais
produtos e recursos básicos de uma casa. De acordo com a pesquisa realizada
em 2019 pelo Centro Regional para o Desenvolvimento de Estudos sobre a
Sociedade da Informação (CETIC), ligado ao Comitê Gestor da Internet no
Brasil conta atualmente com 134 milhões de usuários de internet, neste
momento de pandemia, o ensino remoto vem desvelando as diferentes faces
das disparidades sociais, entre elas, o abismo de diferenças formado entre a
parte da população que usa computador, acessa a internet e os que não têm
acesso a esses recursos (CETIC, 2020).
Para Freire (1996, p. 18), ensinar exige estética e ética, o autor ainda
aponta que:
Uma crítica permanente aos desvios fáceis com que somos tentados,
às vezes ou quase sempre, a deixar as dificuldades que os caminhos
verdadeiros podem nos colocar. Mulheres e homens, seres histórico-
143
sociais, nos tornamos capazes de comparar, de valorar, de intervir,
de escolher, de decidir, de romper, por tudo isso, nos fizemos seres
éticos. Só somos porque estamos sendo. Estar sendo é a condição,
entre nós, para ser. Não é possível pensar os seres humanos longe,
sequer, da ética, quanto mais fora dela.
Nesse sentido, a partir do gráfico 7 e 8, observamos as diversas
dificuldades apresentadas pelos entrevistados.
Gráfico 7 – Dificuldade apresentada pelos participantes
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 8 – Demais dificuldades apresentadas pelos participantes
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
144
Para Freire (1996, p. 18): “Divinizar ou diabolizar a tecnologia ou a
ciência é uma forma altamente negativa e perigosa de pensar errado. De
testemunhar aos alunos, às vezes com ares de quem possui a verdade,
rotundo desacerto.”
Os alunos consideraram o ERE uma forma favorável de ministrar aulas,
mas ao mesmo tempo, sentem falta de uma aproximação maior com o
Professor e afirmaram que as aulas de modo presencial, por ter turmas mais
amplas, o aluno era observado diretamente pelo Professor e o seu nível de
concentração e aprendizagem era maior. Embora as tecnologias presentes nas
aulas online fossem um fato já visto no cotidiano dos estudantes, eles apontam
que a participação no ambiente escolar virtual durante a pandemia mesmo
sujeito às distrações, pois o uso do celular ou computador contém vários
aplicativos que os tiram do foco, as aulas foram vistas positivamente. As
dificuldades de conciliar o trabalho profissional e a vida acadêmica e menos
desfavorável o acesso às plataformas digitais também foram fatores
mencionados durante o estudo. Mesmo o ERE sendo considerado uma prática
inovadora, diferente e desafiadora, os estudantes acreditam que as tecnologias
que estão sendo trabalhadas nesta modalidade ainda vão permanecer no
retorno às atividades presenciais. Segundo Freire (1996, p. 24):
Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo
socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram
que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao
longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era possível –
depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar.
Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía
na experiência realmente fundante de aprender. Não temo dizer que
inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado em
que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o
ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser
realmente aprendido pelo aprendiz.
Considera-se que as condições de adaptação do aluno no ERE como
adequada mediante a visualização dos Gráficos 9 a 12, visto que as condições
do ambiente de estudo em casa foi a variável com menor média de impacto
neste fator, destacando que, para alguns discentes, pode estar havendo
dificuldades com o acesso à internet, à disponibilidade de um equipamento
145
apropriado ou a um local adequado para estudo. Num contexto pandêmico,
com a determinação de distanciamento social e o incentivo para “ficar em
casa”, o ambiente familiar passa necessariamente por grandes mudanças,
podendo haver maior circulação de pessoas, maior demanda de uso de internet
e necessidade de compartilhamento de equipamentos de informática, o que
pode dificultar a adaptação do aluno ao ensino em rede.
Gráfico 9 – Classificação considerada pelos participantes de seu acesso à
internet
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 10 – Classificação considerada pelos participantes de suas habilidades
com ferramentas digitais
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
146
Gráfico 11 – Classificação considerada da familiaridade dos participantes com
as ferramentas de apoio a pesquisa
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 12 – Horas dispendidas aos estudos
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Conforme Freire (1996, p. 16):
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-
fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino
continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque
indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar,
constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para
conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade.
147
A novidade, como dito Freire é observada pelo gráfico 13 em que aponta
dispositivos digitais que possibilitaram a participação dos alunos nas aulas
remotas. Assim:
Mesmo com os diversos desafios enfrentados, o ensino remoto
também trouxe alguns benefícios. Entre eles está a sua flexibilidade
[...], o estudante pode fazer seu próprio horário de estudo, no
ambiente que ele se sentir mais confortável, além disso, não
necessita se locomover (COSTA et al., 2022, p.15).
Sendo que os empecilhos para o aprendizado são de aspectos
domésticos, como compartilhamento de equipamento e barulho no ambiente,
como vemos nos Gráficos 14 a 16. Outro impacto favorável é o:
[...] nível socioeconômico, os estudantes economizam dinheiro por
não precisar gastar com transporte e outras despesas para viajar até
o campus de sua faculdade, podendo também passar mais tempo
com a família. Outra vantagem abordada por alguns estudos é a
melhora do aprendizado e do pensamento crítico. Com a educação
online os acadêmicos se tornam aprendizes autodirigidos,
responsáveis por buscar conteúdos e escolher a melhor maneira
como desejam aprender. O aprendizado online permite também que
os alunos revisem as aulas gravadas muitas vezes e oferece diversos
sites de aprendizado na Internet, aumentando sua capacidade de
aprender e resolver problemas (COSTA et al., 2022, p.15).
Gráfico 13 – Dispositivos mais utilizados
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
148
Gráfico 14 – Participantes que compartilham computadores e afins
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 15 – Participantes que precisam compartilhar computadores e afins
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
149
Gráfico 16 – Classificação do ambiente de estudo
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Diante do ERE, professores e estudantes, como no pensamento de Valle
e Marcom (2020, p. 140):
[...] precisaram se reinventar e repensar o processo de ensino e
aprendizagem, que de uma ora para outra, passou a ser realizado
de forma não presencial, obrigando professores e alunos a adaptar-
se às novas condições impostas, sem o devido planejamento e tão
pouco a disponibilidade de formação docente.
E para Freire (1996, p. 16):
Mulheres e homens se tornaram educáveis na medida em que se
reconheceram inacabados. Não foi a educação que fez mulheres e
homens educáveis, mas a consciência de sua inconclusão é que
gerou sua educabilidade. É também na inconclusão de que nos
tornamos conscientes e que nos inserta no movimento permanente
de procura que se alicerça a esperança.
A disposição e as condições vivenciadas cotidianamente alterou a
maneira de trabalhar os conteúdos, compartilhar os conhecimentos pois
encontram-se em novos ambientes e com práticas de ensino aprendizagem
forçosamente diferentes para ambos, quando mudam as práticas pode ser que
o ensinar e aprender seja mais dificultoso em determinadas situações, mas não
se pode desconsiderar o trabalho daqueles que lutam para manter o ensino e a
150
aprendizagem com o mesmo nível ou equivalente das aulas presenciais. Além
disso, evidenciamos que durante o ERE, diversos problemas podem surgir,
conforme os Gráficos 17 a 20.
Gráfico 17 – Problemas com equipamentos
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 18 – Classificação com a internet
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
151
Gráfico 19 – Mensuração dos problemas enfrentados
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Nota: Questão nº 15 com a definição das respostas interpretadas classificadas em ‘outros’
Gráfico 20 – Mensuração das situações emocionais enfrentadas
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Além desses desafios impostos aos alunos e aos docentes, a sua prática
sofreu outros impactos, como aprender a utilizar as ferramentas tecnológicas, a
adaptação da relação professor e aluno, visto que essa relação perpassa o
152
campo da afetividade, da socialização, do encontro, do movimento. Porém,
nesse cenário só é possível acontecer virtualmente. E:
O atual contexto demonstra que os alunos estão inseridos em um
ambiente favorável ao adoecimento mental pelos impactos da
COVID-19. Esse adoecimento e relaciona às notícias jornalísticas de
morbimortalidade, concomitantes à pressão proveniente das
Instituições de Ensino Superior relatia ao uso das tecnlogias digitais
atreladas à vida pessoal e à carga de estresse da própria pandemia
que repercute no medo da morte (SANTOS; SILVA; BELMONTE,
2021, p. 249).
De acordo com Freire (1996, p. 36):
Creio poder afirmar, na altura destas considerações, que toda prática
educativa demanda a existência de sujeitos, um que, ensinando,
aprende, outro que, aprendendo, ensina, daí o seu cunho
gnosiológico; a existência de objetos, conteúdos a serem ensinados e
aprendidos; envolve o uso de métodos, de técnicas, de materiais;
implica, em função de seu caráter diretivo, objetivo, sonhos, utopias,
ideais. Daí a sua politicidade, qualidade que tem a prática educativa
de ser política, de não poder ser neutra.
E para a existência de sujeitos que aprendem e ensinam demanda-se
cuidados em torno da saúde mental, durante a pandemia é uma situação
complexa que exige foco, levar para os alunos a importância de cuidados com
a saúde mental, principais impactos neste período pandêmico na saúde mental
do aluno, como ansiedade, estresse, distúrbio de sono, insegurança, exaustão,
medo, cansaço prolongado, mal-estar etc. Além de impactos a partir das
mudanças de estratégias, desenvolvimento de novas habilidades, articulação
de conteúdo, utilização de ferramentas digitais, análise dos recursos didáticos,
planejamento e ensino, o acolhimento reduzindo os impactos com afetividade,
sensibilidade, a empatia, o PPGE vem enfrentando a crise causada pelo
Coronavírus de modo responsável e criativo.
Ao observar os Gráficos 21 e 22, observa-se que os alunos não foram
neutros quando responderam sobre as metodologias trabalhadas nas aulas
remotas, o que demonstrou uma satisfação quanto ao bom desempenho e
disposição em que as aulas remotas tivessem uma abordagem criativa e
interativa entre alunos e docentes assim, em ambos os casos ocorreu a
abertura para a utilização de metodologias ativas. Estas são um grupo de
153
elementos com abordagens educacionais com o objetivo de colocar os alunos
como protagonistas e agentes de seus processos de aprendizagem
interdependentes e de corresponsabilidade deslocando do professor para o
aluno e essa transformação ocorre com a assistência de tecnologias digitais.
Gráfico 21 – Mensuração das metodologias aplicadas reconhecidas
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 22 – Mensuração da coerência das disciplinas cursadas consideradas
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
154
O ensino e a aprendizagem no período do ERE emergencial ocorreu de
maneira desafiadora, em que os estudantes enfrentaram diferentes cenários e
configurações que, de certa forma, foram complexas para quem ensina e para
quem aprende. Contudo, tanto professores quanto os estudantes apresentaram
dispostos e resilientes frente às impossibilidades e das limitações encontradas
nesse percurso e, outras aprendizagens foram possíveis, colocando-se abertos
a colaborar com o novo e desconhecido construindo e estabelecendo novas
relações, faz nos refletir sobre a importância da educação e dos que nela
encontram-se inseridas, pois nem a pandemia obteve êxito em silencia-los
mesmo diante de tudo o que foi revelado por esta pesquisa no
desenvolvimento pessoal e outras. Aponta Freire (1996, p.13):
Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa e foi aprendendo
socialmente que, historicamente, mulheres e homens descobriram
que era possível ensinar. Foi assim, socialmente aprendendo, que ao
longo dos tempos mulheres e homens perceberam que era possível –
depois, preciso – trabalhar maneiras, caminhos, métodos de ensinar.
Aprender precedeu ensinar ou, em outras palavras, ensinar se diluía
na experiência realmente fundante de aprender. Não temo dizer que
inexiste validade no ensino de que não resulta um aprendizado em
que o aprendiz não se tornou capaz de recriar ou de refazer o
ensinado, em que o ensinado que não foi apreendido não pode ser
realmente aprendido pelo aprendiz.
A prática pedagógica acontece quando traz a reflexão continuada e
coletiva, de maneira a assegurar que a intencionalidade seja proposta e
disponibilizada a todo, a troca de informações pode ser promovida no
movimento que faz com que novos conceitos sejam mutuamente produzidos,
revitalizando-se, no contexto da cultura digital, a ressignificação dos agentes
educacionais, de tal modo que um “[...] ensinando, aprende; outro, aprendendo,
ensina.” (FREIRE, 1996, p. 69). Quando o professor incentiva a participação
ativa dos estudantes, cria laços e vínculos para refletir a ética e conhecimento, o
professor(a) estabelece, mediante o uso dos recursos digitais e dos ambientes
virtuais com seus(suas) estudantes, um novo tipo de contato corporal.
Sob nossa ótica e evidenciado pelos gráficos 23 e 24, foi possível ofertar
“[...] a disciplina sem prejuízo ao aprendizado dos alunos, promovendo o
pensamento crítico e reflexivo, mesmo a distância.” (FERNANDES-SANTOS;
155
ROCHA; MEDEIROS, 2021, p.12). E:
As atividades propostas em nossa nas disciplinas foram pensadas de
forma que os alunos pudessem participar ativamente, através do
trabalho colaborativo, proatividade e autonomia [...], os alunos
construíram um saber coletivo pela conversação online nos fóruns,
exercitaram a produção textual em tarefas, produziram mídias (vídeo
do seminário) [...] (FERNANDES-SANTOS; ROCHA; MEDEIROS,
2021, p. 12).
Gráfico 23 – Mensuração da contribuição das aulas remotas ao desenvolvimento
pessoal dos participantes
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
Gráfico 24 – Mensuração dos participantes que acreditam que as aulas
remotam contribuem ao PPGE
Fonte: Elaborado por Solange Aparecida de Souza Monteiro (2022).
156
Além disso:
[...] o feedback rápido às entregas dos alunos, sendo esta outra
ferramenta importante para se antepor à evasão, que permite que o
aluno se sinta parte integrante do processo de ensino-aprendizagem
[...], atividades interativas, a comunicação e a interação na EOL são
fundamentais, principalmente considerando o retorno dessas
atividades, pois assim há orientação, motivação e evita que o aluno
limite seus estudos, otimizando o aprendizado. (FERNANDES-
SANTOS; ROCHA; MEDEIROS, 2021, p. 13).
Comparando as matrículas nas disciplinas nos anos de 2020 e 2011,
observa-se um crescimento, sendo que em 2020 o PPGE tinha 174 alunos
matriculados e em 2021 foram 217 alunos matriculados nas disciplinas. Com
aulas remotas conseguimos observar um aumento na participação e interação
dos alunos, e:
[...] o amadurecimento das atividades propostas, com enriquecimento
das discussões e adequação do tempo para a conclusão das tarefas,
com melhor organização do tempo de dedicação ao estudo. Acredita-
se que a transição da disciplina para o online tenha sido facilitada
pela familiaridade prévia das professoras com o ensino híbrido e no
uso de TDICs na educação. (FERNANDES-SANTOS; ROCHA;
MEDEIROS, 2021, p. 1298).
Os acadêmicos foram favorecidos pela necessidade de organização
pessoal para o cumprimento de prazos e atividades, assim como:
Nesse novo contexto educacional, o professor passa a assumir o
papel de mediador entre alunos e conhecimento, não mais a máxima
autoridade detentora de conhecimento. O trabalho em grupo e o
diálogo foram favorecidos, a compreensão e a empatia entre as
partes envolvidas no processo de ensino aprendizagem
impulsionaram e auxiliaram alunos a se sentirem motivados a seguir
os estudos e o crescimento intelectual. (SENNA; DREHMER-
MARQUES, 2022, p. 9).
França Filho, Antunes e Couto (2020, p. 23), complementam:
[...] a crise da pandemia de covid-19 se torna uma janela de
oportunidades para uso da tecnologia na educação neste âmbito de
parceria público-privada, considerando a maleabilidade do Sistema
Nacional de Educação aos interesses e ações desses novos sujeitos
da educação pública brasileira.
157
Com isso é importante que se desenvolva uma Educação pela condição
dialógica na possibilidade da comunicação, tornando-se central para a
verdadeira educação, quanto maior e mais cedo se possibilitar as relações
dialógicas, segundo Freire (1996, p. 24):
Nenhuma formação docente verdadeira pode fazer-se alheada, de
um lado, do exercício da criticidade que implica a promoção da
curiosidade ingênua à curiosidade epistemológica, e do outro, sem o
reconhecimento do valor das emoções, da sensibilidade, da
afetividade, da intuição ou adivinhação. Conhecer não é, de fato,
adivinhar, mas tem algo que ver, de vez em quando, com adivinhar,
com intuir.
Entende-se que: “Novos estudos são necessários a fim de identificar as
diversas formas com as quais [...].” (ARAUJO et al., 2022, p. 11).
Os alunos da pós-graduação: “[...] têm lidado com os desafios
provenientes da pandemia, sobretudo, às consequências desse ‘novo normal’,
a sobrecarga de trabalho e o impacto para a saúde, incluindo a saúde
mental.”(ARAUJO et al., 2022, p. 11).
É sabido que há diferenças no impacto em meio acadêmico, devido a
sua grande diversidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos dados obtidos nesta pesquisa, acredita-se que ambos alunos
e professores enfrentaram desafios no ERE, seja no âmbito tecnológico, até
mesmo pessoal, no que tange a saúde mental devido a situação pandêmica
mundial. Tais desafios resultaram, por um lado em uma avaliação do ensino
remoto como forma possível de ensino e, por outro, em uma análise satisfatória
do desempenho dos pesquisadores, discentes e docentes, durante o ERE, em
razão da realização de atividades no formato não presencial que abrangeu
o cumprimento de prazos regulares do calendário acadêmico da Pós-
Graduação. Além disso, em relação a abordagem posta atinente ao
afastamento físico que implica em adotar o ERE para prosseguimento das
aulas em todos os níveis de ensino, observamos que há possibilidades do
exercício pedagógico mesmo que sua adoção tenha ocorrido em caráter de
158
urgência.
Nesse sentido, em um cenário que sofre constantes mudanças
decorrentes de calamidades públicas, seja pela necessária modernização e
utilização de métodos tecnológicos que contribuem para educação através do
ERE, e em razão do distanciamento social resultado das altas taxas de
transmissão causada pela Covid-19, sugere-se para trabalhos futuros, estudos
e métodos sobre o uso de ferramentas tecnológicas, considerando e
observando eventuais riscos à saúde e segurança de seus usuários, e
igualmente para que não cause distúrbios a saúde física, mental e psicológica,
em razão do uso excessivo dessas tecnologias. Outro fator positivo que se
observou foi que a pós-graduação está preparada para o ensino remoto e os
discentes, apesar dos problemas, mostraram-se familiarizados com as novas
tecnologias e as facilidades e praticidade do ensino remoto. O que se percebe
é que se pode organizar as disciplinas unindo o presencial ao remoto para dar
maior acesso àqueles que moram distante ou tem problemas de locomoção,
trabalho e outros. No entanto, deve haver uma adaptação e o ensino da
corresponsabilidade e do comprometimento para com os estudos, uma vez que
o ensino remoto exige a disponibilidade e a organização dos estudos
dependem muito da organização e autonomia do discente.
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