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Metodologia de Lingua Portuguesa para o Ensino Primário

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Manual de

Metodologia de
Língua Portuguesa
para Ensino
Primário

Manual Elaborado pelos Professores: 1


- Hercullamussungo
- Celestino Ernesto
INTRODUÇÃO
Nosso intuito é de que, com este Manual, os formandos aprofundem os seus
conhecimentos científicos necessários para leccionarem no Ensino Primário e se
apropriem das rotinas escolares, em especial aquelas que se referem à
mediação do Processo de Ensino-Aprendizagem (PEA). O Manual apresenta
uma abordagem metodológica que vai permitir que, tanto os formadores quanto
os formandos, desenvolvam a arte de bem ensinar que os capacitem a
leccionarem em contextos desafiadores.

Manual Elaborado pelos Professores: 2


- Hercullamussungo
- Celestino Ernesto
ÍNDICE
1. A Língua Portuguesa Como Língua De Comunicação No Mundo
1.2. Objectivos Específicos Da Língua Portuguesa Na Classe De Iniciação
1.3. A Situação De Comunicação
1.4. Princípios Gerais Sobre A Didáctica Da Língua Portuguesa Como Língua
Segunda
1.5. Metodologia Geral Para O Ensino Aprendizagem Da Língua
1.6. Oralidade E Suas Etapas
1.6.1. Oralidade Inicial
1.6.2. Oralidade Não Inicial
1.7. A Aula De Língua Portuguesa Na Classe De Iniciação
1.8. A Escolha E Organização Das Actividades
1.9. Diversificação Das Actividades
1.10. Activividades De Observação
1.10.1. Interrogar, Ouvir e Responder
1.10.2. Interdisciplinaridade
1.11. Modalidades De Planificação
1.11.1. Planificação A Curto Prazo
1.11.2. Planificação A Médio Prazo
1.11.3. Planificação A Longo Prazo
1.12. As Modalidades De Avaliação
1.12.1. Avaliação Diagnóstica
1.12.2. Avaliação Formativa
1.12.3. Avaliação Sumativa
1.12.4. Técnicas De Correcção
1.12.5. A Atitude Do Professor
2. O Professor Como Educador E Facilitador Da Aprendizagem
2.1. Características Gerais Do Trabalho Do Professor
3. O Ensino-Aprendizagem Da Língua Portuguesa E A Comunidade
4. A Motivação Do Ensino Aprendizagem Da Língua Portuguesa Na Classe De
Iniciação
4.1. Motivação Dos Alunos
4.2. A Motivação Do Professor
4.3. Técnicas De Utilização Dos Materiais
4.4. O Quadro De Giz
4.5. Caderno Diário
4.6. Caderno De Fichas Do Aluno
4.7. Guia Do Professor
4.8. Caderno De Fichas Do Professor
5. O Ensino Da Língua Portuguesa No I Nível
5.1. Objectivos Do Ensino Da Língua Portuguesa No I Nível
5.2. Metodologia para O Ensino Da Língua Portuguesa No I Nível
6. O Ensino-Aprendizagem Da Leitura E Da Escrita
6.1. Formas De Leitura
6.2. A Leitura Oral Pode Ser Individual E Colectiva
6.3. Higiene Da Leitura
6.4. A Higiene Da Escrita

Manual Elaborado pelos Professores: 3


- Hercullamussungo
- Celestino Ernesto
6.5. Marchas De Lição A Seguir Para A Lição De Leitura Da 2ª, 3ª E 4ª Classes
6.6. Emprego De Métodos Analítico-Sintético Aplicado Numa Lição De Leitura
E Escrita Iniciais
6.7. A Processologia A Aplicar Na Aprendizagem Da Leitura E Da Escrita
Iniciais E Suas Vantagens
7. O Ensino-Aprendizagem Da Gramática
7.1. Sugestão De Marcha De Lição De Gramática A Seguir A 3ª E 4ª Classes
7.2. Ensino-Aprendizagem Da Gramática Implícita E Exercícios Estruturais
7.3. Princípios para A Preparação E Aplicação De Exercícios Estruturais
7.4. Como Usar Exercícios Estruturais Para Ensinar A Gramática De Forma
Implícita
7.5. Requisitos Do Professor Para A Prática Dos Exercícios Estruturais
7.6. Algumas Técnicas De Ensino De Gramática Implícita
7.7. Passos A Seguir Na Síntese Gramatical
8. O Ensino-Aprendizagem Do Vocabulário
8.1. Marcha De Lição De Vocabulário
9. Ensino-Aprendizagem Da Ortografia
9.1. O Ensino-Aprendizagem Da Cópia
9.2. Preparação para O Ditado De Palavras (1ª Classe)
9.3. Como ditar
9.4. Correcção Do Ditado
9.5. Causas Dos Erros Ortográficos
10. O Ensino-Aprendizagem Da Redacção
10.1. Tipos De Redação

Manual Elaborado pelos Professores: 4


- Hercullamussungo
- Celestino Ernesto
1. A LÍNGUA PORTUGUESA COMO LÍNGUA DE COMUNICAÇÃO NO
MUNDO
Durante aproximadamente três séculos a Língua Portuguesa foi falada apenas
em Portugal. Do continente Europeu, a Língua Portuguesa irradiou depois para
os restantes continentes em que os portugueses se estabelecem, a partir do
século XV. Factores de ordem Religiosa, Comercial e Cultural, o uso e o
desenvolvimento da Língua Portuguesa nesses continentes.
Dessa difusão resultaram duas variantes principais de português: a europeia e
a brasileira. As variantes constituem um instrumento natural de comunicação
em Portugal e no Brasil, onde são língua materna.
No continente africano, a Língua Portuguesa é falada nas Repúblicas de Angola,
Cabo-Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Também é
falada na República de Timor Leste. Nalguns destes países, a Língua
Portuguesa é a Língua materna de alguma parte da população, mas em termos
gerais é a língua oficial, por ser de escolarização, de administração, de contacto
com o exterior e em muitos casos, de convivência.
A Língua Portuguesa é falada chamada vincular, porque temos várias línguas
maternas, mas nenhuma delas é usada generalizadamente e só a Língua
Portuguesa serve de elo entre todos os falantes do país.
1.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS DA LÍNGUA PORTUGUESA NA
CLASSE DE INICIAÇÃO
A Língua Portuguesa é um dos principais factores da unidade do povo Angolano
e por isso, tem como objectivo:
 Despertar interesse pela aprendizagem da Língua Portuguesa como
língua vincular e base comum de toda escolaridade;
 Desenvolver a capacidade de compreensão de mensagens orais e
capacidade de expressão oral do pronunciamento;
a) Aprendizagem oral do vocabulário e das estruturas básicas da língua;
b) Expressão mímica;
c) Expressão livre.
 Contribuir para a integração na vida escolar através do desenvolvimento
da capacidade de comunicação;
 Despertar interesse ou desejo de aprender a ler;
 Adquirir a preparação para a prática da leitura;
 Aprender a utilizar corretamente o material gráfico;
 Facilitar a compreensão, simulação dos conhecimentos em outras áreas
do curriculum;
 Iniciar a criança num conhecimento e num respeito pelos símbolos do
país.

1.3. A SITUAÇÃO DE COMUNICAÇÃO


A comunicação só se estabelece quando determinada mensagem do emissor for
compreendida pelo receptor e provocar neste, uma reacção adequada. Assim,
na classe de iniciação devem ser apresentadas aos alunos situações

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diversificadas de comunicação, para que estes criem progressivamente a
capacidade e o gosto de estabelecerem uma comunicação espontânea, como
sucede na vida diária. As situações de comunicação devem estar relacionadas
com a vida escolar, familiar, local. Devem ser situações reais, criadas por
representações da realidade através da dramatização.
Para que os alunos sejam capazes de comunicar de acordo com as situações
que se apresentam no nosso dia-a-dia têm de saber usar adequadamente os
actos de fala apropriado às intensões de comunicação. Destacam-se entre
outras, as seguintes intensões:
 Estabelecer relações sociais de acordo com determinadas regras;
 Promover a comunicação e realização de determinadas acções;
 Pedir e dar informações simples;
 Manifestar sentimentos.

1.4. PRINCÍPIOS GERAIS SOBRE A DIDÁCTICA DA LÍNGUA


PORTUGUESA COMO LÍNGUA SEGUNDA
As finalidades principais do ensino da Língua Portuguesa são os seguintes:
 Promover a aquisição e o desenvolvimento da capacidade de
comunicação oral;
 Possibilitar aos alunos o acesso aos conhecimentos de vária ordem,
nomeadamente os que constam dos programas.
Para que isso seja possível, os alunos têm de adquirir e desenvolver as
seguintes competências:
1. Ouvir e compreender o que os outros dizem;
2. Rssponder ajustadamente os outros e tomar a iniciativa de falar.
Para que os alunos aprendam a comunicar, o Processo de Ensino Aprendizagem
deve ser orientado por alguns princípios de que se destacam os seguintes:
1. Os alunos aprendem a comunicar, comunicando;
2. Os alunos devem compreender primeiro o que os outros dizem, e depois
falar;
3. Aprendizagem deve ocorrer sempre em situações de interesses dos
alunos;
4. Devem aprender a comunicar de maneira adequada das situações
apresentadas de uma forma cada vez mais alargada.
Desde o início do Ensino Aprendizagem da Língua Portuguesa o professor deve
informar aos alunos, se necessário na sua língua materna, sobre a língua que
vão estudar, porquê vão estudar e para quê vão estudar.
1.5. METODOLOGIA GERAL PARA O ENSINO APRENDIZAGEM DA
LÍNGUA
Para se realizar o processo de Ensino é necessário utilizar métodos adequados.

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Métodos são caminhos ordenados para a realização do ensino e a
aprendizagem. A utilização de um método permite a organização das actividades
escolar, e deve existir colaboração recíproca entre professor e aluno.
A escolha de um método supõe que este possua, entre outras, as seguintes
características:
1. Ter em conta as capacidades e aptidões dos alunos;
2. Ter em conta o meio social dos alunos;
3. Ter em conta a idade dos alunos;
4. Contribuir para a melhoria do trabalho do Professor, de forma prática e
activa;
5. Ajustar aos fins, objectivos e funções da Educação, de acordo com a
classe de aprendizagem que se aplica, neste caso a classe de iniciação.
No campo da metodologia do ensino aprendizagem de uma língua Segunda,
existe uma grande diversidade de método. No entanto, essas várias
metodologias têm princípios comuns, indispensáveis a estruturação do Processo
de Ensino Aprendizagem. Assim, o processo deve ter em atenção os princípios
seguintes:
1. Aproveitar a tendência natural dos alunos para comunicar;
2. Levar os alunos a aprender a comunicar, comunicando;
3. Encorajar os alunos a serem participantes;
4. Recorrer às técnicas variadas e as outras formas de comunicação,
principalmente o gesto, a mímica, o desejo e a gravura;
5. Estimular relação professor-aluno e aluno-aluno;
6. Exercitar as capacidades de ouvir, compreender, de falar;
7. Propor a actividade que exijam simultaneamente compreensão, bem
como a identificação do que se vê, se toca, se cheira e de saborear, a partir do
que se ouve.
Os passos metodológicos devem ter em conta o desenvolvimento cognitivo dos
alunos, aproveitando a tendência natural do que eles possuem para a oralidade;
devem ser aproveitados ao máximo todas as formas de comunicação dos alunos,
como contributo para a compreensão do que eles dizem e recorrer-se às
vivências dos mesmos e à cultura das suas línguas maternas, que na maior parte
dos casos é uma das línguas nacionais.
Assim, a aprendizagem dos alunos faz-se progressivamente. As respostas
destes podem iniciar-se por simples gestos, de duas ou três palavras com
significados ajustados e por frase incompletas até chegarem às frases e às
combinações de várias frases.
Os métodos mais usados são: a conversação, a Explicação, o Diálogo e a
Demonstração. Neste percurso metodológico do processo de Ensino
Aprendizagem da língua portuguesa, a criança deve falar livremente de uma
forma espontânea, só mais tarde é que se deve orientar e dirigir a sua
comunicação, através de exercícios diversificados relacionados com seu dia-a-
dia.

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1.6. ORALIDADE E SUAS ETAPAS
As aulas de oralidade não são apenas para os alunos que não “sabem” falar o
português. Ela é a primeira fase do domínio da Língua. Só após um período de
desenvolvimento da oralidade da criança é que ela é capaz de iniciar a leitura e
escrita, pois já é capaz de ouvir, compreender e falar. O processo de ensino-
aprendizagem da oralidade estão organizados em duas fases: a oralidade inicial,
e a oralidade não inicial.
1.6.1. ORALIDADE INICIAL
A oralidade inicial é a fase de aquisição do vocabulário básico que vai auxiliar o
aluno na descodificação e produção de mensagens simples na língua veicular
do ensino-aprendizagem.
1.6.2. ORALIDADE NÃO INICIAL

A oralidade não inicial é a fase em que os conhecimentos adquiridos na fase


anterior são usados para motivar e apoiar a aprendizagem da leitura e da escrita
e, ainda, para o desenvolvimento da compreensão e expressão orais. Esta fase
é composta por quatro etapas, nomeadamente:
1.ª Etapa: Oralidade na iniciação da leitura e da escrita – é a etapa em que os
alunos fazem a interligação da oralidade e da escrita, isto é, os alunos começam
a registar por escrito o que já sabem dizer oralmente.
2.ª Etapa: Oralidade na consolidação da leitura e da escrita – nesta etapa os
alunos trabalham a oralidade ao serviço da consolidação da leitura e da escrita.
3.ª Etapa: Oralidade no desenvolvimento da leitura e da escrita – nesta etapa os
alunos trabalham a oralidade ao serviço do desenvolvimento da leitura e da
escrita.
4.ª Etapa: Oralidade pela oralidade –nesta etapa trabalha-se a oralidade para
que o aluno adquira capacidade crescente de compreensão e expressão orais.

O Processo de Ensino Aprendizagem da oralidade deve ter em conta as etapas


seguintes:
 Audição, pelos alunos de frase ditas pelo Professor;
 Repetição, pelos alunos, das mesmas frases imitando o Professor;
 Comunicação com os colegas usando as mesmas frases aprendidas.
Assim os alunos adquirarão minimamente, a capacidade de entender o que os
outros dizem e de se fazer entender por estes. A oralidade (compreensão e
expressão), constitui a base do alargamento da compreensão da oralidade
próxima da criança, pelo desenvolvimento das capacidades de ouvir,

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compreender, falar, em situações cada vez mais diversificadas e serve também
para a preparação das aquisições da leitura e escrita da Primeira Classe.
A oralidade deve ser desenvolvida durante toda a escolaridade embora tenha o
seu início para muitas crianças, na classe iniciação. Podemos executar
actividades da oralidade aproveitando:
 Observação de gravuras do manual dos cadernos de ficha;
 A observação do meio em que vivem;
 A realização de jogo variando na sala de aulas e no recreio;
 A ocorrência de factos vividos, observados e narrados pelos alunos.
Estas oportunidades vão permitir aos alunos aborda novos actos de fala,
introduzir novo vocabulário e melhorar a capacidade de relacionamento oral com
o Professor, com os alunos e com outras pessoas. As formas de comunicação
que mais contribuem para o desenvolvimento da capacidade da oralidade dos
alunos são:
 O gesto e a mímica;
 O desenho, a pintura, os trabalhos manuais;
 A dramatização;
 O Canto.
Todas estas formas de comunicação proporcionam ao aluno maior
possibilidades de expressão de desenvolver a expressão oral; aumentam a
capacidade de compreensão de palavras e frases ouvidas pelos alunos;
provocam mais facilmente a comunicação oral do aluno em relação aquilo que
se desenhou ou pintou a melhoria da compreensão de mensagem; a
compreensão mais rápida e mais correcta dos textos usados na dramatização;
em certos casos desperta a inibição, a criatividade e no caso da mímica, facilita
a proveniência correcta das frases, da canção, etc.
A oralidade é a primeira fase do domínio da língua. Só após um período de
desenvolvimento da oralidade da criança é que ela é capaz de iniciar a leitura e
a escrita, pois já é capaz de ouvir, compreender e falar.
1.7. A AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA NA CLASSE DE INICIAÇÃO
A aula de Língua Portuguesa na classe de iniciação, deve obedecer ente outros
os seguintes princípios:
1. Permitir a comunicação que inicia pela compreensão e expressão orais;
2. Apresentar mensagens que despertem mais interesse pela que
relacionam primeiro com a vida escolar e depois com o meio em que eles vivem;
3. Apresentar mensagens relacionadas com outras realidades mais
afastadas só mais tarde, depois de sentir que já dominam o que se relaciona
com seu meio;
4. Toda Aprendizagem linguística deve fazer-se em situações concretas;
5. Estimular, desde o início, os alunos, a comunicarem em língua portuguesa
entre eles, com o professor e com outras pessoas que as rodeiam.
Todo material linguístico a usar deve ter sempre em consideração as vivências
e os interesses dos alunos e devem respeitar as condições seguintes:

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1. Frases que ocorrem mais nas necessidades de comunicação diária;
2. Frases de estrutura sintática mais simples;
3. Vocabulário mais usado;
4. Vocabulário de pronúncia mais acessível.
Os princípios enunciados conduzirão os alunos ao desenvolvimento das
capacidades de compreensão e expressão orais e ao desenvolvimento da
criatividade e da capacidade de iniciativa. Para que se consiga esse
desenvolvimento, o professor deve usar uma linguagem clara, acessível,
preciso, de forma fazer-se entender facilmente pelos seus alunos e criar neles,
deste modo, maior interesse pela comunicação em Língua Portuguesa.
1.8. A ESCOLHA E ORGANIZAÇÃO DAS ACTIVIDADES
Em obediência aos princípios já referidos, o Professor tem de selecionar e propor
aos alunos a em relação a cada aula, activividades adquedas ao processo de
Ensino Aprendizagem da Língua Portuguesa. Estas actividades não podem
limitar os alunos a uma situação de meros ouvintes ou observadores do trabalho
do Professor.
O Professor deve levar os alunos a executar, eles próprios as actividades e
adquirirem as aprendizagens pretendidas. É indispensável que as actividades
selecionadas, para além de obedecer aos princípios referidos, sejam
motivadoras de modo que os alunos adiram facilmente a execução pronta dos
mesmos.
A proposta das actividades dos alunos, nesta classe, deve processar-se do
seguinte momodo. Activividades tendo em conta a ordem e as dificuldades que
apresentam:
1. Escolha das actividades que mais mobiliza o trabalho dos alunos;
2. Partir das actividades que os alunos gostam mais de fazer;
3. Preferências para aquela que melhores resultados proporcionam;
4. Evitar propor activividades que eles não sejam capazes de executar.
Quando o Professor se aperceber que as actividades planificadas não conduzam
a resultados satisfatórios devem planificar activividades suplementares e propó-
las aos alunos. Também pode fazê-lo quando verificar que as actividades
planificafas forem insuficientes para o tempo previsto para a sua realização.
1.9. DIVERSIFICAÇÃO DAS ACTIVIDADES
As actividades a propor aos alunos pode não ser igual para todos eles em virtude
de um ritmo de aprendizagem varia de aluno para aluno. Só conhecendo uma
grande quantidade de e variedade é que o Professor consegue fomentar a
individualização das situações do ensino aprendizagem.
As actividades a realizar pelos alunos na classe de iniciação deve servir e
eficazmente para etapa inicial da oralidade e do desenvolvimento da oralidade
ao longo de toda a escolaridade. É muito importante a diversidade de
activividade nesta classe.
1.10. ACTIVIVIDADES DE OBSERVAÇÃO

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Deve fazer-se com os alunos, vários exercícios de observação. Iniciam-se algum
deles:
a) Observar um ou vários alunos
A criança embora no mesmo meio ambiente com os seus colegas e em
permanente contacto, não é capaz de descobrir e descrever certas
características. Por isso, o Professor deve chamar atenção dos alunos se
observarem uns aos outros.
b) Observar um ou vários animais, uma ou várias plantas
Esta observação tem como objectivo melhorar e aperfeiçoar o espírito de
observação dos alunos porque podem usar maior número de sentido para
caracterizar o ser que observam: a visão, audição, o fato, o cheiro e o gosto;
c) Observar um ou vários objectos conhecidos
Estas observações permitem desenvolver a capacidade de identificar das
características iguais e das diferentes, para que os alunos adquiram a
capacidade de comparar.
d) Todas as Observações devem ser expressas em Língua Portuguesa
O Professor deve falar o menos possível e procurar apenas conduzir a
observação através de perguntas ajustadas e chamadas de atenção oportuna.
Numa primeira fase, as actividades de observação devem ser realizadas pelos
alunos colectiva e diariamente, pois eles só conseguem fazer a leitura de
imagem após frequentes observações de gravuras e desenho.
1.10.1. INTERROGAR, OUVIR E RESPONDER
A Língua Portuguesa na iniciação estabelece-se quando o aluno consegue:
ouvir, compreender e falar.
É preciso que os alunos adquiram essas capacidades segundo ritmo próprio e
de acordo com as dificuldades de cada um deles, no final da escolaridade do
primeiro nível, dominem, embora se níveis de exigências diferentes, os vários
aspectos da língua como instrumento de comunicação. O Professor deve levar
os alunos fazer perguntas para participar mais nas aulas e deve dar-lhe o tempo
necessário a organizar das respostas às perguntas que lhe faz.
A seguir, os alunos devem manifestar a disponibilidade para dar a resposta
levando o braço do professor indica o aluno que deve responder. Os alunos que
nunca levantam o braço Ju levantam raras vezes, serão estimulado a fazê-lo
propondo-se-lhes perguntas de respostas mais acessíveis.
Se os alunos não perceberem as perguntas, você deve apresentá-las de duas
maneiras para que depois de as compreenderem eles possam responder
adequadamente. Para além disso, é conveniente habituar os alunos a fazerem
perguntas aos colegas, Professores e as outras pessoas.
O Professor deve aceitar as respostas dadas desde que sinta que houve
compreensão de perguntas, isto é, que a comunicação se estabeleceu

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A correcção das respostas consegue-se progressivamente, mas nunca com
demasiadas interrupções na comunicação dos alunos porque estes ficam
inibidos, muitas vezes quando sentem a sua comunicação permanentemente
interrompida. O professor deve estimular os alunos a responderem de um modo
natural expressivo, de acordo com a pergunta.
1.10.2. INTERDISCIPLINARIDADE
A interdisciplinaridade permite aos alunos uma aprendizagem contínua da língua
portuguesa durante todo tempo que se mantém na escola em qualquer disciplina
em estudo, pois esta língua é a língua veicular de todo o ensino.
Assim os alunos melhoram a aprendizagem em língua portuguesa enquanto
alargam os conhecimentos pertinentes as restantes áreas e os conteúdos das
outras áreas são aprendidos mais facilmente, quanto melhor os alunos
comunicarem em Língua Portuguesa.
Na observação orientada de imagens, o professor fazer perguntas como:
 O que representa esta gravura?
 Onde está o Professor?
 Quantos meninos vêem na gravura?
 A porta está aberta ou fechada?
 O que está a fazer o….?
 O que vês ao fundo, a direita, etc.?
 De que cor é isto ou aquilo?
Para que o Professor possa concretizar essa diversificação, eis uma listagem
representativa das actividades mais importantes;
 A audição de palavras e frases;
 A repetição de palavras e frases;
 A produção de novas palavras e frases;
 A leitura ou interpretação de gravuras;
 O reconto daquilo que ouviu;
 A resposta das questões simples;
 A execução de jogos didácticos variados;
 A expressão corporal;
 A dramatização;
 As canções;
 O desenho e outras.
Ao aprenderem, explicarem e aplicarem os saberes adquiridos nas várias
disciplinas, os alunos desenvolvem a capacidade de utilizar a língua portuguesa.
Por exemplo, os alunos estão a desenvolver a compreensão e expressão orais,
quando:
Quando falar sobre o resultado de observação ligadas às Ciências da Natureza
(meio físico e social);
1. Respondem a uma situação em Matemática;
2. Compreendem a explicar oral de um exercício de Educação Musical;

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3. Interpretam as situações que conduzem a execução correcta, em
expressão plástica;
4. Repetem uma canção ouvida;
5. Entendem os exercícios que devem fazer em Educação Física.
A melhor prática da interdisciplinaridade é conseguida no Ensino Aprendizagem
pela utilização de técnicas de activividades integradas a torna-se mais fácil na
classe de iniciação e no primeiro nível, em que é o único Professor para dar o
conjunto das áreas programáticas.
1.11. MODALIDADES DE PLANIFICAÇÃO
Planificação é o processo através do qual uma entidade/instituição/pessoa faz a
preparação, previsão e organização do desenvolvimento das suas actividades,
em conformidade com as normas e procedimentos que orientam a área a
planificar, estabelecendo, para o efeito, as respectivas metas e os prazos. A
planificação do Processo de ensino-aprendizagem obedece a níveis e etapas:
1.11.1. PLANIFICAÇÃO A CURTO PRAZO – é realizada ao nível da
escola, envolvendo professores da mesma disciplina ou classe.
Também inclui a planificação de aulas. Nesta etapa, é importante que
o professor: pense na melhor forma de trabalhar um dado conteúdo
com uma determinada turma; como tornar a aula mais dinâmica e
inclusiva; como envolver meninas e meninos nas actividades, para que
haja equidade de género; que alternativa seguir, caso uma dada
planificação não funcione para todos, etc.
1.11.2. PLANIFICAÇÃO A MÉDIO PRAZO – é realizada ao nível da Zona
de Influência Pedagógica (ZIP), contemplando conteúdos a serem
leccionados durante um Trimestre/semestre;
1.11.3. PLANIFICAÇÃO A LONGO PRAZO – pode ser feita ao nível
central. Esta constitui o suporte das várias planificações a médio prazo
e contempla todos os conteúdos a serem leccionados ao longo do ano,
em todas as classes ou níveis dos diferentes subsistemas de ensino.

1.12. AS MODALIDADES DE AVALIAÇÃO


Avaliar é, portanto, acompanhar o desenvolvimento do acto educativo com um
conjunto de activividades contínuas com vista a apreciar a adequação dos
diversos momentos do Processo de Ensino Aprendizagem aos diversos
objectivos.
Há três tipos de Avaliação:
 AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA;
 AVALIAÇÃO FORMATIVA;
 AVALIAÇÃO SUMATIVA.

1.12.1. AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA


A partir de cada momento importante do processo de Ensino Aprendizagem
importa verificar primeiro os níveis de aprendizagem dos alunos, de modo a

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tomar esses níveis como referência para a Planificação. Para a classe de
Iniciação importará mesmo verificar as características sócio-linguísticas, os
conhecimentos e as capacidades que traz cada aluno. Esta verificação designa-
se de avaliação diagnóstica.
1.12.2. AVALIAÇÃO FORMATIVA
Há um tipo de avaliação que tem uma função de avaliação permanente do
processo de Ensino Aprendizagem. Isto é, visa essencialmente assegurar a todo
momento a adequação desse processo à realidade da turma-alunos,
Professores, meios de ensino, etc. Esta avaliação designa-se de formativa e
pode considerar-se englobada nela a avaliação diagnóstica.
Na avaliação formativa vê-se quais os momentos em que verificam processo por
parte dos alunos bem como as presumíveis causas deste processo. A avaliação
formativa nunca se destina a classificar os alunos, por isso, os dados colhidos
por ela nunca são expressos numericamente.
O Professor é livre em fazer as suas anotações da forma que achar mais
funcional e deverá registá-lo em fichas adquedas.
1.12.3. AVALIAÇÃO SUMATIVA
Finalmente temos a avaliação Sumativa que proporciona ao professor dados que
lhe permitem determinar o nível atingido por cada aluno e classificá-lo. Esta
avaliação permite atribuir uma classificação que exprime o nível da
aprendizagem dos alunos.
Na classe de iniciação pensa-se que tem mais peso a avaliação formativa que
acompanha as actividades dos alunos desde o primeiro dia de aulas até ao
último dia, preparando-o para a primeira classe. Não é tão importante a
atribuição de notas classificativas.
1.12.4. TÉCNICAS DE CORRECÇÃO
Para a correcção dos trabalhos dos alunos exige-se do professor os seguintes
comportamentos:
1. Por um lado, estimular os alunos, valorizando qualquer aspecto seu
trabalho e, sempre que possível dirigir-lhe uma mensagem pessoal de
apreciação positiva do trabalho realizado;
2. Por outro lado, corrigir e remediar o erro de acordo com as normas;
3. Riscar o menos possível o trabalho dos alunos;
4. Evitar a cor vermelha, mas corrigir com uma cor diferente com que o aluno
escreveu;
5. Explicar ao aluno a razão das emendas que faz.
A modalidade de correcção que reúne mais vantagens, embora seja mais
morosa, é correcção individual em que o Professor corrigi os trabalhos na
presença de cada aluno. Na oralidade deve-se ter muita atenção na correcção
da pronúncia das palavras ou frases ditas pelos alunos.
1.12.5. A ATITUDE DO PROFESSOR

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- O Professor deve actuar com seus alunos como um companheiro mais velho e
experiente, a quem compete orientar com saber e arte, o ensino aprendizagem.
- O Professor deve assumir este papel importante em atitudes de disponibilidade
e estimular os alunos na resolução eficaz das actividades propostas. Deve actuar
de forma a desenvolver nos seus alunos o seu nível intelectual acessivo e
intelectual.
- O Professor tem de esforçar-se por conseguir a cooperação, a confiança das
famílias, por isso deve estar disponível para cooperar com estas na educação
dos seus filhos e estar atento aos saberes que as crianças trazem no seio
familiar, a fim de serem aprovados e valorizados.
- O Professor deverá ser, então, um elemento compreensivo e experiente, a
quem a comunidade reconhece a capacidade de ensinar e educar os seus filhos.
- O Professor deve saber estimular os seus alunos no momento de desânimo e
estar sempre ao seu lado para ajudá-los, mas não para substituí-los.
2. O PROFESSOR COMO EDUCADOR E FACILITADOR DA
APRENDIZAGEM
O professor para facilitar a aprendizagem dos alunos deve estabelecer um bom
relacionamento com os mesmos, estar atento aos seus interesses deles, ter em
atenção as aprendizagens já conseguidas pelos alunos; criar situações
estimulantes de aprendizagens; estimular a aprendizagem dos alunos;
proporcionar um bom ambiente de trabalho para que os alunos tenham
entusiasmo e interesse.
O erro deve ser encarado pelo Professor, como uma situação que conduza
directamente a remediação e não a situações de pensão e de castigo.
2.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO TRABALHO DO PROFESSOR
O trabalho do Professor deve caracterizar-se entre outros, pelos aspectos
seguintes:
1. Diagnosticar aprendizagem já conseguidas e identificar os pré-requisitos
necessários para nova aprendizagem;
2. Planificar o que se vai fazer, assegurando a escolha dos melhores
caminhos a realização de activividades estimulantes e a execução dessas
activividades pelo emprego de materiais didácticos convenientes;
3. Desenvolver a aula de acordo com a Planificação previamente elaborada,
introduzindo as modificações convenientes, face às reações dos alunos;
4. Procurar atingir os objetivos propostos;
5. Variar as modalidades de trabalho;
6. Valorizar a criatividade dos alunos nas escolhas se soluções para
realização das suas actividades;
7. Avaliar o trabalho realizado com fim o certificar em que medida os alunos
atingiram os objectivos; concluir da adequação, da Planificação e da Execução
do Trabalho; remediar as insuficiências detectadas a nível da Planificação, da
execução e dos resultados obtidos.

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3. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA PORTUGUESA E A
COMUNIDADE
O Ensino-Aprendizagem da Língua Portuguesa é dirigido à crianças inseridas
numa comunidade concreta em que, na maioria dos casos nasceram e
cresceram. Os alunos interessm-se e aprendem, mais rapidamente, pondo as
situações de aprendizagem propostas, têm em contas as suas vivências.
A chamada de atenção dos alunos para o modo como a comunidade está
organizada, como procedem e quais os seus problemas devem estar presentes
desde o início da escolaridade e deve ir se alargando com a progressão do
saber. O Professor deve estar atento, criando estratégias que visem o
conhecimento e a intervenção da escola na comunidade e desta, na escola.
Para isso, o Professor deve utilizar meios diversificados, dos quais se destacam
os seguintes:
 Levar a comunidade a participar, desde o início do ano escolar, em
reuniões onde o professor estabeleça o diálogo sobre os projectos que têm em
vista a realizar ao longo do ano e dar a conhecer aos pais como é que seus filhos
estão acompanhando as actividades lectivas;
 Estar atento a realização de tarefas úteis à comunidade e empenhar e
apoiar os alunos, trabalhos em que eles possam participar;
 Encorajar o diálogo constante entre os alunos e os pais a propósito de
situações que ocorrem na comunidade e que digam também a respeito a escola;
 Promover activividades entre as várias escolas existentes na comunidade.
É importante que o Professor conheça a língua nacional da comunidade em está
a escola porque quando os pais não souberem a língua portuguesa terá que
dirigir-se a eles em língua nacional.
4. A MOTIVAÇÃO DO ENSINO APRENDIZAGEM DA LÍNGUA
PORTUGUESA NA CLASSE DE INICIAÇÃO
A motivação é um conjunto de factores denominadamente de natureza
psicológica, que determinam as várias maneiras de agir, capazes de
impulsionaram o indivíduo para determinados objectivos ou para determinadas
reações. O Professor na classe de iniciação deve ser o elemento criador e
fomentador de motivação a fim de despertar o interesse e de manter o
empenhamento dos alunos, do início ao fim da aula.
4.1. MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS
Na motivação dos alunos deve-se ter em conta determinados aspectos dos quais
se registam os seguintes:
a) Alegria de Aprender: a alegria de aprender está ligada a curiosidade. Todas
as crianças têm curiosidade por tudo que é novo desde que lhe seja
apresentado de um modo sugestivo;
b) A satisfação de vencer obstáculos: o vencer determinados obstáculos
e o tomar consciência dessa vitória, permite ao aluno ultrapassar obstáculos
seguintes com apoio e estímulo do Professor sempre que necessário;

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c) A satisfação de ser aceite pelos outros: o aluno quando é aceite pelo
professor e pelos colegas sente-se estimulado, apoiando no seu
desenvolvimento intelectual, afectivo e social na sua participação na vida da
turma ou classe;
d) Activividade Lúdica: todo aluno reage bem a solicitações novas, a
participar nos jogos, contagens de histórias com dramatização, em que ele
realize uma actividade pessoal e imaginativa;
e) A cooperação: o trabalho em grupo dá-lhe o prazer de sentir útil e ensina-
o a dar e a receber ajuda. A motivação deve desenvolver-se durante todo o
tempo que dura a aula.

4.2. A MOTIVAÇÃO DO PROFESSOR


O Professor também deve ser motivado, pois torna-se mais criativo nas
situações de ensino e nas actividades que propõe aos seus alunos. Cria sete
modo, um ambiente favorável a aprendizagem que acaba por desenvolver os
alunos.
A motivação do Professor depende dentre outras das seguintes condições:
1. Gosto e a capacidade de ensinar;
2. O Conhecimento dos objectivos da classe de Iniciação, preocupando-ss
na procura de caminhos criativos para atingi-los;
3. A capacidade de ministrar as suas aulas com amor, independentemente
de todos os problemas que tenha na sua vida pessoal e social;
4. Sentir-se feliz com os avanços de cada um dos alunos.

4.3. TÉCNICAS DE UTILIZAÇÃO DOS MATERIAIS


Para concretização das estratégias o professor deve recorrer a materiais de
trabalho que o auxiliem a alcançar aquilo que pretende. De acordo com os
recursos de cada comunidade o professor deve preferir os materiais de mais fácil
aquisição ou os que ele próprio seja capaz de construir.
Dentro dos materiais de trabalho mais acessíveis em o professor pode recorrer
destacam-se entre outros, os seguintes:
 O Quadro de Giz, mais conhecido por Quadro Preto, mas que hoje esse
quadro pode não ser preto;
 Caderno diário;
 Manual do aluno;
 Guia do Professor;
 O caderno de fichas do aluno e do Professor;
O Professor deve saber utilizar estes materiais, não para tirar um melhor
rendimento na utilização dos mesmos, como também para sensibilizar o aluno
na sua utilização e aplicação.
4.4. O QUADRO DE GIZ

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O quadro de giz é um meio auxiliar do professor e tem a vantagem de permitir
que uma boa visualização do que nele. Também proporciona uma utilização
constante, tanto por parte dos professores como dos alunos.
1. Ao entrar na sala de aula, o professor deve certificar se o quadro está
totalmente apagado e se tem giz e apagador, para poder utilizar;
2. Tanto o Professor como os alunos deve seevir-ss do quadro de forma a
aproveitarem adequadamente o espaço, dispondo organizadamente;
3. Os desenhos que se fazem devem sugerir claramente aquilo que se
apresentam;
4. Deve manter manter-se um espaçamento adequado entre o que se
escreve ou desenha.

4.5. CADERNO DIÁRIO


O caderno diário é um instrumento de trabalho que apresenta muitas vantagens.
Contribui para desenvolver o gosto pela apresentação, pela limpeza e pelas
ilustrações, ajuda a criar hábitos de organização serve de elementos de ligação
entre a escola e a família, fornece ao professor elementos relativos a progressão
do aluno.
O Professor deverá, sempre que possível movimentar-se na aula e verificar a
maneira como os alunos registam os exercícios dando mais atenção aos menos
cuidadosos.
4.6. CADERNO DE FICHAS DO ALUNO
As fichas de Iniciação para o trabalho dos alunos são um meio auxiliar tanto do
Professor, como dos alunos e permite uma melhor exploração dos conteúdos. É
uma base de aquisição das competências linguísticas, de comunicação e tem
uma função motivadora da aprendizagem.
A utilização das fichas não pode ser isolada das outras actividades propostas
aos alunos, no âmbito da Língua Portuguesa.
As fichas do aluno estão por unidades programáticas primeiro as fichas
referentes a unidade escolar a seguir, as referentes às unidades. Aluno, animais
plantas, família e no fim, habitação conforme o professor vai planificando as
aulas, vai utilizando as fichas de Iniciação do aluno como material para
observação, conservação sobre as gravuras e pinturas, etc.
4.7. GUIA DO PROFESSOR
O guia do Professor da Iniciação é um apoio para o Professor, pois contém
recomendações pedagógicas que orienta activividade do mesmo, na sua digna
tarefa de organizar o trabalho escolar das crianças nesta classe. No guia
apresentam-se os aspectos mais significativos do trabalho preparatório para o
desenvolvimento da linguagem e das outras áreas disciplinares.
As actividades que nele se propõe servirão para promover a adaptação do aluno
à escola. O guia inclui os fundamentos psicológicos do trabalho com as crianças
em idade pré-escolar, os objectivos gerais da Iniciação, os objectivos por
unidade e sugestões metodológicas.

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Para a Língua Portuguesa, em cada uma das unidades: escola, aluno, família,
habitação, animais e plantas, o guia orienta as actividades a desenvolver com
os alunos, que são: observação de gravuras, leitura das imagens,
aprendizagem do vocabulário através das observações de materiais vivos ou
de gravuras. O guia deve ser o companheiro inseparável do Professor, pois é no
seu orientador.
4.8. CADERNO DE FICHAS DO PROFESSOR
Os cadernos de fichas do Professor são três: caderno de Fichas do Professor,
caderno de Fichas do Professor, caderno de Fichas do Professor. Estes três
cadernos contêm fichas pedagógico-didácticas que facilitarão a Planificação
diária das aulas do Professor e consequentemente a melhoria do seu trabalho.
Elas apresentam sugestões que deverão ser aplicadas de acordo com o meio
em que se desenvolvem e a criatividade de cada Professor.
As fichas de trabalho também se encontram agrupadas por unidades e cada uma
das unidades, portanto, cada livro do Professor, equivale a um período lectivo,
ou seja, um trimestre de aulas. No fim de cada livro, estão cinco fichas de
avaliação com exercícios, através dos quais o Professor poderá avaliar o
progresso de um dos seus alunos.
Os objectivos que levaram a elaboração destes cadernos no que concerne a
língua portuguesa são:
 Iniciar a criança no mundo que a rodeia;
 Desenvolver a sua capacidade de memorização, fixação e atenção;
 Adquirir e melhorar o domínio de base da Língua Portuguesa.
No primeiro caderno do Professor verá a metodologia de como dar aulas em
casa unidade de trabalho e será a mesma metodologia que lhe servirá para o
trabalho com os cadernos 2 e três.
As actividades aconselhadas nesses três cadernos, terão como suporte as fichas
dos alunos, sempre que necessário.
5. O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO I NÍVEL
5.1. OBJECTIVOS DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO I NÍVEL
Em Angola, a língua portuguesa é considerada como um instrumento de
formação e cultura angolana e por isso, o ensino desta disciplina tem por
finalidade ensinar a criança a falar, ler e escrever em língua portuguesa visando:
 Aquisição do vocabulário e das estruturas básicas de língua com especial
incidência na comunicação oral por meio da prática intensiva de conservação e
da escrita;
 Aplicar o vocabulário e as estruturas básicas da língua;
 Desenvolver a oralidade, a leitura e a escrita de forma a adquirir uma
determinada habilidade linguística por meio de construção de pequenas frases,
textos, exercícios de ortografia e redacção;
 Ser capaz de comunicar as suas ideias e impressões, exceptuá-las dos
seus companheiros e familiares através de bilhetes, cartas, conversas e
composições sobre temas dados;

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 Desenvolver a criatividade a nível coloquial da língua oral ou escrita
através do desenho, ilustrações de cenas vistas ou ouvidas, redações, jogos de
fichas, livros de estampas, histórias ilustradas, jornal de classe, canções,
danças, dramatizações, etc.
 Criar interesse em relação ao mundo quer através da leitura quer através
de informação recorrendo entre outros meios a leitura de forma dialogada.
O ensino da Língua Portuguesa no I nível inclui o ensino da leitura, ortografia,
redacção, gramática, vocabulário, cópia, canções, desenho, etc.
Devemos destacar, que na realização destes objectivos deve-se ter sempre em
conta a competência linguística dos alunos em Língua Portuguesa, a qual para
a maioria das nossas crianças não constitui a língua materna. Por isso, devem
ser tomados em conta os diferentes graus de aquisição da língua desde uma
primeira fase até ao aperfeiçoamento maior da competência linguística do aluno.
5.2. METODOLOGIA PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO
I NÍVEL
O estudo da língua portuguesa deve ser considerado como um meio de
comunicação, um instrumento de trabalho pelo qual a criança desenvolverá as
suas faculdades. Por isso, o ensino da língua é um todo coerente e como tal não
podemos falar ou tratar-se de estudar a leitura, vocabulário, ortografia,
gramática, redacção, etc, separadamente. O objectivo do ensino da língua é de
ensinar a criança a exprimir com clareza e correcção, o próprio pensamento.
Para isso, é necessário enriquecer o vocabulário da criança com palavras
ajustadas à sua compreensão e necessário a intercomunicação social, levar a
criança a pôr em ordem as palavras de acordo com a lógica do pensamento.
Cumpre-lhe aprender a empregar correctamente a frase.
A língua falada e a língua escrita devem andar intimamente ligadas: ouvir e falar,
ler e redigir, adquirir vocabulário, descobrir e aplicar noções gramaticais, são
muito dos aspectos que devem constituir o ensino da língua. Mas para que essa
aquisição de conhecimento se processe de forma correcta é necessário o
emprego adequado e apropriado das técnicas de ensino, isto é, duma
metodologia própria.
Na primeira classe, o professor deve organizar conversações Pedagógicas que
serão utilizadas não só para a correção da língua, mas também para estabelecer
na escola um ambiente favorável a acção educativa e a um aproveitoso estudo
psicológico das particularidades de cada um dos seus alunos; um diálogo
simples e animado além de contribuir para uma suave adaptação das crianças
ao meio escolar pode servir também para suscitar a atenção e o interesse das
crianças para o ensino da língua portuguesa.
Quando a correcção da linguagem, devemos destacar que não é aconselhável
ao professor emitar a linguagem perfeita e hesitante da criança, mas sim deve
ser o modelo de que a criança se servirá para aprender a falar com clareza e
precisão.

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Devemos recordar, mais uma vez, que durante os primeiros anos escolares, não
se deve insistir muito na correcção da dicção infantil para evitar que a criança se
sinta inibida e perca confiança em si mesmo. O melhor é deixá-la exprimir-se
com inteira liberdade, pois a sua língua se desembaraçará e as palavras
brotarão. Poupo a pouco, se irá cuidando da correção da linguagem, sem que
isso prejudique a facilidade de expressão.
6. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA ESCRITA
Ler significa interpretar ideias expressas graficamente.
O ensino-aprendizagem da leitura e da escrita iniciais é desenvolvido em quatro
etapas, nomeadamente:
1. etapa – o ensino-aprendizagem das vogais;
2. etapa – o ensino-aprendizagem dos ditongos;
3. etapa – o ensino-aprendizagem das consoantes;
4. etapa – o ensino-aprendizagem das combinações fonéticas;
O ensino da leitura na escola Primária deve visar duas finalidades distintas:
1. Gerais com objectivos instrutivos e educativos: visando oferecer à criança
um rico tesouro de nobres pensamentos e belas formas de expressão
escritas;
2. Especiais que visam:
 Proporcionar um conhecimento mais perfeito das coisas, fenómenos
e actividades que nos rodeiam;
 Estender esse às coisas, fenómenos e actividades mais distintas;
 Proporcionar-nos um conhecimento mais perfeito da vida, pelo
conhecimento da experiencia dos outros;
 Permite-nos encontrar soluções para inúmeros problemas da vida,
sobretudo da vida profissional;
 Aperfeiçoar atitude e a conduta, pelo aperfeiçoamento dos ideais;
 Familiarizar-nos com os problemas e expirações da colectividade;
 Enriquecer a cultura nacional;
 Ser fonte de prazer.
A leitura como um meio de aquisição de todo o saber escolar e extraescolar não
tem fim em si próprio, por isso, ao ensinar-se a leitura à criança, devemos ter em
conta o desenvolvimento de diferentes habilidades de compreensão que
permitam a criança interpretar e compreender o que lê bem como forma nela
determinados hábitos e atitudes que contribuem para fazer da leitura instrumento
de prazer e esclarecimento.
Assim desde a fase inicial da aprendizagem da leitura, o professor deve
desenvolver gradualmente as seguintes habilidades de compreensão:
 Aprender o sentido geral do texto;
 Identificar as ideias principais;
 Organizar logicamente o que lê;
 Seguir instruções;

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 Selecionar um material de leitura de acordo com os objectivos;
 Avaliar o que lê.
COMO BONS HÁBITOS DE LEITURA PODEM CITAR-SE:
 Abranger unidades de sentido de vez;
 Ler da esquerda para direita;
 Ler silenciosamente, antes de fazê-lo oralmente, sem mover os lábios ou
apontar o que lendo;
 Manusear correctamente o manual da leitura;
 Adoptar posição adequada para leitura.
COMO ATITUDE A DESENVOLVER NOS ALUNOS TEMOS O SEGUINTE:
 Gosto e interesse pela leitura;
 Reconhecimento do valor da leitura para a própria vida, como fonte de
prazer, de recreação e esclarecimento ou informação;
 Preferência pela boa leitura.
COMO DESENVOLVER NOS ALUNOS O GOSTO PELA LEITURA:
A criança detesta a leitura quando encontra nela um exercício monótono e
formal. Por isso, o mais importante é desenvolver nos alunos o gosto pela leitura.
Para tal utiliza-se algumas técnicas como:
1. Rodear a criança de motivos estimulantes, interessante e atraentes da
leitura como:
a) Os livros de estampas porque desperta o interesse das crianças que logo
querem saber os nomes das figuras e as histórias que encaram;
b) Histórias ilustradas, rimas infantis adaptadas ao jogo e a dramatização,
contos que excitam a imaginação, fábulas e outros assuntos de
folclóricos, narrações humorísticas que se adaptam a compreensão da
criança e outras que contenham repetições rítmicas, etc.
c) O jornal da classe (de parede) onde se colocarão para leitura… estampas
com legendas, notícias, de acidentes ou festivais, exercícios dos
melhores alunos, anúncios sugestivos sobretudo de brinquedos e de
diversões infantis. Frases imperativas com ordem, sugestões para o lerem
e realizarem tarefas, etc. por exemplo: tarefas desta semana
- Cada menino que hoje ter zero erros no ditado receberá um calendário;
- Na tarde da próxima quinta-feira faremos uma visita de estudo ao Museu de
Moçâmedes.
2. Aproveitar a inclinar volitiva, afectiva e intelectual para proceder o acto da
leitura. O valor da motivação está no facto de incitar actividade interior à
realização da finalidade visada. Por exemplo: se alguém nos falar com
entusiasmo no livro de valor, motiva-nos imediatamente o desejo de ler. Mas
essa motivação deve ser breve ao conduzir directamente ao âmago do assunto,
sem revelar os pontos mais palpitações para não esgotar a curiosidade.
6.1. FORMAS DE LEITURA

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A leitura pode ser: Oral e Silenciosa. A leitura oral apresenta como vantagens
as seguintes:
- Permite uma representação fonética das palavras e, consequentemente,
aumento de vocabulário;
- Permite ao Professor verificar os defeitos de leitura e até de dicção, articulação
e pronúncia do aluno, habilitando-se ajudá-lo na sua auto correcção;
- Conduz uma boa leitura expressiva;
- Prepara bons leitores em voz alta, necessário a vida prática;
- Desenvolve os sentimentos de beleza e de estética literários;
- Reforça na criança a confiança em si própria, estimulando-a a ler para os
outros;
- Auxiliará memorização do que se estuda.
Os requisitos para uma boa leitura: ritmo, clareza, a moderação de voz, ênfase
e a emotividade. Estes requisitos adquirem-se pelo ouvido e pela vista; por isso,
importa ouvir atentamente a leitura do professor: embora certas tendências
modernas combatem a leitura oral em favor da silenciosa, ambas formas têm o
seu lugar e a sua finalidade própria na escola.
6.2. A LEITURA ORAL PODE SER INDIVIDUAL E COLECTIVA
Na leitura individual, o professor chama um aluno de cada vez enquanto os
outros ouvem atentamente a leitura do colega, anotam as deficiências
(pronúncia, acentuação, pontuação) para serem corrigidas no fim.
A sua principal vantagem consiste em permitir uma correcção directa dos
defeitos de cada aluno, mas, no entanto, é um pouco favorável em turmas
numerosas, por dispersar a acção do professor.
A Leitura Colectiva pode ser dialogada, compassada, seguida
audiovisualmente, auditivamente pela classe.
A leitura dialogada é cheia de vida e de expressão e deve praticar-se sempre
que nos trechos haja discurso directo: diálogos, dramatização, etc.
A leitura Compassada estimula os mais arrastados, desenvolvendo-lhes
sobretudo o ritmo, boa dicção e a tonalidade.
Na leitura seguida audiovisualmente pela classe os alunos lêem, ouvem a leitura
dos outros e se auto criticam. Eles acompanham audiovisualmente feita pela
mestre e pelos companheiros, associando à forma gráfica das palavras e a sua
imagem auditiva.
Na leitura seguida auditivamente pela classe, os alunos, sem olharem pelo livro,
ouvem a leitura modelo ou a leitura dos colegas, apreciando a sua articulação,
cadência e inflexão.
A leitura silenciosa apresenta como vantagens as seguintes:

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 Permite uma melhor e mais rápida compreensão semântica do texto;
 É mais veloz e menos fatigante por não exigir o trabalho de articulação;
 Cria gosto pela leitura;
 Faz ganhar alento e interesse as crianças tímidas, as de leitura deficiente
e as de compreensão lenta por não precisarem de acompanhar os seus
colegas mais rápidos;
 Dá hábitos de calma e quietude;
 É o modo de leitura mais usada na vida.
Durante a leitura silenciosa devem combater-se maus hábitos como:
 Acompanhar a leitura com os movimentos dos lábios ou com uma voz
apagada (sunida);
 Acompanhar a leitura com os movimentos de cabeça, uma vez que são
os olhos que devem mover ao longo da linha e não a cabeça.
A leitura silenciosa utiliza-se em situações como:
 Para preparar a leitura em voz alta;
 Preparação para responder a um questionário escrito;
 Para encontrar no texto palavras ou expressões de sentido semelhante a
outros que o professor ou os alunos pronunciem, etc.
Resumo
A leitura pode ser oral e silenciosa. A leitura oral pode ser individual e colectiva.
A leitura colectiva: dialogada, compassada, seguida audiovisualmente pela
classe e seguida auditivamente pela classe.
Cada um destas formas de leitura tem o seu emprego pelo que uma forma não
pode substituir a outra, devendo o professor usá-las sempre que for necessário.
7.3. HIGIENE DA LEITURA
A leitura é, como vimos, o principal instrumento de estudo. Mas a sua eficácia
como meio para estudar depende, em grande medida, das condições físicas e
mentais do estudante. As experiências têm de mostrar que qualquer alteração
na saúde do estudante se reflete na sua capacidade de ler e estudar. Para
manter nossa saúde perfeita é necessário que nos alimentemos bem em
qualidade e quantidade, que durmamos convenientemente e que levemos uma
vida simples sóbria e metódica.
Pelo contrário, a doença, os defeitos da visão, a fadiga, a preocupação e outras
alterações orgânicas e psíquicas prejudicam a compreensão e a rapidez da
leitura. A leitura higiénica exige condições favoráveis do meio ambiente.
Entre estas condições indispensáveis para que o estudo dê resultados
produtivos destacam-se:
- A boa iluminação que consiste numa difusão uniforme, igual, da luz por todo o
compartimento, sem brilho e sombras nem contrastes. Ela deve ser constante e
os raios da luz não devem incidir directamente sobre os olhos de quem estuda
ou trabalha. De igual modo deve evitar-se o brilho da folha do livro ou papel que
escreve, adoptando para o efeito uma posição que permita fazê-lo.

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Em relação ao ambiente da leitura há também a considerar a temperatura, a
humidade e a ventilação. A temperatura apropriada a uma boa leitura oscila entre
os 15-17,5ºC e a humidade do ar quando dificulta a evaporação do suor,
aumenta os efeitos prejudiciais do calor. Uma boa ventilação permite a leitura a
uma temperatura de 37ºC.
O silêncio e a tranquilidade favorecem a eficácia da leitura. Também o assento
e a mesa possuem uma grande importância, a qual deve corresponder ao
tamanho e a altura da leitura, permitindo-lhe deste modo, não só tomar uma
posição adequada durante a leitura, como também lhe permitir uma certa
liberdade de movimentos.
A leitura exige um esforço de adaptação da vida aos símbolos da escrita. Esta
adaptação é muito penosa quando o texto, impresso e manuscrito e o papel não
preenchem as condições higiénicas exigidas: o tamanho a forma das letras, a
largura das estrelinhas, o compartimento das linhas impressas, a cor e a
espessura do papel, a qualidade da impressão, etc.
Podemos assim dizer que uma boa leitura requer as condições higiénico-
pedagógicas com vista ao fortalecimento da saúde dos educandos.
COMO LIDAR COM AS DIFICULDADES MAIS FREQUENTES DOS ALUNOS
NA ESCRITA:
O professor pode:
 Registar as dificuldades significativas de cada aluno/turma, no caderno de
desempenho;
 analisar as causas das dificuldades;
 dependendo da dificuldade, apagar e reescrever as palavras, elaborar
frases com essas palavras, construir famílias de palavras; fazer jogos de
identificação ou de reconhecimento das palavras em contextos diversos,
associar as palavras quanto ao significado. Na correcção de trabalhos, o
professor pode recorrer a modalidades diferentes, podendo a correcção
ser:
a) Individual presencial – o professor corrige os trabalhos apenas na
presença do aluno que os produziu e indica de forma positiva os pontos
onde o aluno precisa melhorar
b) Individual à distância – o professor corrige os trabalhos na ausência do
aluno
c) Autocorreção – o aluno corrige os seus erros seguindo o modelo fornecido
pelo professor.
d) Mútua – os alunos trocam entre si os trabalhos para corrigi-los de forma
colaborativa.

7.4. A HIGIENE DA ESCRITA


A rapidez, a legibilidade e a estética da escrita dependem de certas condições
relativas à posição do corpo, do braço e da mão, o tamanho e a inclinação da
letra, o material empregue, etc. alem disso uma posição viciosa do corpo durante

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a escrita, pode prejudicar a saúde de quem escreve acarretando anomalias de
visão e desviou da coluna vertical. Por isso, é conveniente observar certas regras
higiénicas durante o acto de escrever. Aguayo, na sua higiene escolar, ensina
as principais normas higiénicas que devem ser observadas no momento da
escrita; entre estas normas, ele aponta as seguintes:
1. Quem escreve deve manter-se em frente do papel. Corpo e a cabeça
devem permanecer erectos, com naturalidade ou murito ligeiramente
inclinados para frente. No caso de se observar a inclinação ela deve
começar na cabeça e não na cintura, os pés devem descansar
suavemente no chão. Os antebraços devem apoiar-se na carteira,
formando com o bordo interno da mesma, angulo de cerca de 45ºC.
2. A mão esquerda deve firmar o papel na margem esquerda, enquanto que
a direita descansa nas extremidades do polegar, indicador e medio que
aponta do indicador fique a uns 2,5cm (cerca de uma polegada) da po0nta
do lápis ou da caneta. O lápis e a caneta podem ser mantido entre os
dados indicador e médio e a extremidade do polegar.
Deve se ter o cuidado de não fazer muito pressão com os dedos sobre esses
utensílios para se poder dar desembaraço à mão. O papel deve ser colocado de
modo que fique inclinado para esquerda uns 15 ou 20ºC contados do bordo
interno da carteira se usa letra inclinada. Mas se ao contrario, é usada letra
vertical, os bordos direito e esquerdo do papel devem formar ângulos rectos com
o bordo interno da carteira.
A letra que reúne melhores condições higiénicas, alem de ser mais clara e legível
é a vertical. Todavia, este tipo de escreta oferece o inconveniente de ser a
execução mais lenta que o da letra inclinada e de oferecer a inclinação da cabeça
e do corpo para esquerda. A escrita inclinada é execução mais rápida do que a
vertical, mas quando a inclinação tema mais de 7ºC, sua legibilidade decresce
consideravelmente.
A inclinação da letra para esquerda e antiestética para alem de ser mais lenta e
difícil que as demais.
3. A caneta deve ser macia feita de tal modo que a tinta deslize pelo papel,
que não o rasque nem faça sobre o mesmo, pressão perceptível. Não devera
ponta muita fina, especialmente nas primeiras classes de escolaridade. O
papel usado deve ser levemente rugoso, se for para escrever a lápis. Apenas
exige papel macio e firme, que não se rasgue nem prejudique a clareza da
escrita.

7.5. MARCHAS DE LIÇÃO A SEGUIR PARA A LIÇÃO DE LEITURA DA 2ª,


3ª E 4ª CLASSES
1. Breve conversa com os alunos sobre o assunto da aula;
2. Leitura modelo pelo professor;
3. Leitura silenciosa pelos alunos;
4. Seleção de palavras de difícil significação, sob orientação do professor;

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5. Interpretação global do texto pelos alunos;
6. Leitura parcelar e expressiva por grupos;
7. Leitura individual seguida de interpretação;
8. Registo das palavras de difícil significação nos cadernos diários.
ANÁLISE DE ALGUNS MÉTODOS SINTÉTICOS: SUAS VANTAGENS E
DESVANTAGENS
Os métodos sintéticos são aqueles cuja aprendizagem parte da letra ou da
silaba para a palavra ou frase. São exemplos desses métodos: o método do
ABC, os métodos fónicos (soletração), fotossintéticos ou ideofónicos e o método
da silabação.
Estes métodos apresentam como inconveniência as seguintes:
a) Partem do abstracto para o concerto, da letra para a palavra. “A” não tem
qualquer significação para a criança por corresponder a qualquer unidade
de pensamento;
b) Não respeitam o sincretismo da criança, nem a marcha sincrético-sintética
do espirito na descoberta da verdade: visão global (da palavra ou frase)
depois análise-síntese;
c) Obriga a decorar primeiramente o nome das letras que não interessa para
leitura pelo facto do nome ser diferente do respetivo valor fonético;
d) Obriga a aprender as letras por alfabética e só depois de se saberem
todas é que se inicia a soletração afastando assim todo interesse da
aprendizagem da leitura.
Estes métodos não tinham qualquer significação para a criança por
corresponderem às suas particularidades psicológicas por estarem desligados
da realidade.
7.6. EMPREGO DE MÉTODOS ANALÍTICO-SINTÉTICO APLICADO NUMA
LIÇÃO DE LEITURA E ESCRITA INICIAIS
Para o ensino da leitura na primeira classe, o método mais apropriado é o
analítico-sintético, pois consta de uma série de decomposições e
recomposições, tomando como ponto de partida a palavra ou frase, tendo ainda
a vantagem de partir do concreto para o abstrato, do conhecido para
desconhecido.
Eis uma sugestão de marcha de uma lição de leitura e escrita à 1ª classe pelo
método analítico-sintético:
1. Conversa com os alunos para despertar o interesse e a atenção;
a) Observação e interpretação de uma da escola pelos alunos;
b) Levar os alunos a elaboração da frase: “a escola é do povo”, seguida de
apresentação da respectiva ficha-frase, colocada debaixo da gravura
observada.
2. Escrita da frase no quadro em letras imprensa e manuscrito (chamar
atenção dos alunos para sua diferenciação);
3. Leitura da mesma em voz alta, pausada, pelo professor;

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4. Levar os alunos a pronunciá-la pausadamente com correcção primeiro em
grupo e de pois individualmente;
5. Ter cuidado de destacar sempre a sílaba em estudo;
6. Decomposição e recomposição da frase, usando o processo de fichas.
Esta frase deverá ser acompanhada de exercícios de leitura;
7. Separação da palavra em estudo (povo);
8. Separação das sílabas que compõe a palavra destacando apenas a sílaba
em estudo “po vo”;
9. Recomposição da frase através do emprego das fichas, começando pela
silaba em estudo, passando a palavra e por último a formação da frase
inicial: po; po-vo “ A escola é do povo” o poço é da escola;
10. Início dos exercícios preparatórios da escrita;
11. Escrita da silaba “po” e da palavra “poço” com dedo no ar, molhado na
água e em pó de giz;
12. Escrita da silaba e da palavra no quadro, pelos alunos;
13. Escrita nos cadernos, pelos alunos;
14. Escrita da silaba “po”;
15. Escrita da palavra “poço;
16. Escrita da frase: “a escola é do povo” / “o poço é da escola”.

7.7. A PROCESSOLOGIA A APLICAR NA APRENDIZAGEM DA LEITURA


E DA ESCRITA INICIAIS E SUAS VANTAGENS
O processo de ensino são os instrumentos do método; são o modo de aplicação
de método, a sua execução, a sua realização prática. Cada matéria tem os seus
processos mais adequados em relação com o método. Esses processos visam
principalmente tornar a aprendizagem mais intuitiva, mais activa, mais variada e
interessante de acordo com interesses infantis.
Na processologia a utilizar, deverá lugar cimeiro o uso e emprego de leitura,
como meio de aprendizagem mais válido:
 Pelo entusiamo que desertam;
 Porque mantêm presa a atenção dos alunos;
 Porque tornam o professor e os alunos activos, as lições variadas e
alegres;
 Obrigam a criança à realização de experiências, observação e interesses
que dão azo à aquisição de hábitos e a um treino social de valor.
Entre estes processos destacam-se os seguintes
1. Processos lúdicos: o jogo é qualquer actividade escolar que a criança
realiza com atenção e por isso a aprendizagem deve tomar sempre um
aspecto lúdico;
2. Processo Lego Gráficos: são aquelas pelos quais se ensina
automaticamente a leitura e a escrita;
3. Processo ideofónicos (onomatopaico): consiste em associar o som das
letras a um som natural, ao zumbido dos insectos; etc.

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4. Processo ideográfico ou de gravura: consiste na concretização do
sentido de um texto, ou ainda uma palavra, por meio de gravuras. Associa
a compreensão do texto, frase ou palavra antes da leitura fonético-motriz;
5. Processos ideovisuais: são aquelas que predominam, sobretudo as
percepções visuais;
6. Processo de Fichas (palavras ou silabas): permitem a decomposição e
a recomposição da frase a formação de outras frases;
7. Processos das letras móveis: com caracteres móveis, pode realizar-se
a decomposição e recomposição da frase bem como a formação de outras
frases em forma;
8. Jogos dos Bilhetinhos: dá-se à cada criança um bilhetinho contendo
dentro um escrito. Por exemplo: o nome de um brinquedo; quem o ler irá
retirar o brinquedo do armário e o levará para o recreio;
9. A leitura das frases imperativas: a criança lê silenciosamente, repete,
executa a ordem e diz por escrito, o que fez. Por exemplo: apagado o
quadro. A criança depois de ler e apagar o quadro escreve: apaguei o
quadro preto;
10. Processos Plásticos: consistem em levar os alunos reproduzirem em
plasticinas, barro, arame macio ou fio plástico, recorte, etc, as letras,
frases ou palavras a estudar. Os trabalhos manuais são grandes
auxiliares de qualquer aprendizagem.
CONCLUSÃO
A leitura é um exercício bastante monótono e muitas vezes detestado pelas
crianças principalmente pelas mais atrasadas. O método analítico, sintético
apesar das suas vantagens no ensino da leitura deverá ser completado com os
mais variados processos afim de despertar o interesse e o gosto das crianças
pela leitura.
8. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA GRAMÁTICA
O objectivo fundamental da gramática é a conservação da pureza e a língua, isto
é, serve de meio de estudo e de correcção do que se diz e do que se escreve
por isso os seus objectivos são:
 Despertar na criança o interesse pela linguagem correcta fazendo-a sentir
a importância do seu valor nas relações entre as pessoas;
 Habituar a descobrir seus próprios erros;
 Levar a falar e escrever correctamente de modo que esta prática se
transforme num hábito
No primeiro nível procura-se, principalmente, capacitar os alunos as seguintes
competências:
a) Ouvir, compreender e falar;
b) Ler, compreender e escrever.
O estudo da gramática deve fazer-se a partir de:
a) Frases e textos muitos simples;
b) Uso concreto da língua e não de exercícios de fixação de regras;

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Os procedimentos que o professor deve tomar no ensino da gramática são os
seguintes:
1. O ensino da gramática deve sempre partir de uma ideia ou frase servindo
deste modo de meio para fixar o conhecimento das coisas e ds suas
relações;
2. As noções gramaticais a serem dadas aos alunos deverão ser ministradas
aos alunos a propósito, ocasionalmente; não devem ter um carácter
sistemático;
3. Qualquer regra gramatical deve ser precedida e seguida de apresentação
de exemplo claro ou reais;
4. O ensino da gramática deve ser sempre vivo e racional tendo como base
um texto, observação de gravuras com pequenos textos elaborados pelo
professor, dramatização, uma actuacao concreta;
5. As noções gramaticais são fixadas depois de compreendidas e não
devem partir de definições.
Sugestão para realização de uma lição (2ªclasse) assunto: noção de ideia
principal e ideia acessória na frase: “Malamba fazia exercícios e feriu-se no
joelho (livro de leitura da 2ª classe).
1. Análise da frase;
2. Levar os alunos a verificar quantas ideias ou afirmações há na frase;
3. Verificar que a ideia principal poderia aparecer sozinha pois se nos
disserem simplesmente: “O Malamba fazia exercícios”, temos uma ideia
completa, mas, se nos disserem somente: “… e feriu-se no joelho”,
ficamos sem saber o que nos querem dizer;
4. Diferenciação de ideia principal e de ideia acessória;
5. Formação de frases semelhantes e a sua análise;
6. Elaboração de conclusão: ideia principal é afirmação mais importante de
um período e a ideia acessória é aquela que serve para esclarecer a ideia
principal e não pode viver sem ela.
Esta conclusão não deve ser memorizada sem ser compreendida. Por outro lado,
ela deve ser expressa por palavras dos próprios alunos e a elaborarem.
7.1. SUGESTÃO DE MARCHA DE LIÇÃO DE GRAMÁTICA A SEGUIR A
3ª E 4ª CLASSES
 Leitura do texto ou observação da gravura que contenha o assunto a
ensinar;
 Interpretação do texto ou gravura;
 Destaque do assunto a ensinar;
 Procura informação de frases semelhantes;
 Elaboração da regra indutivamente;
 Aplicação da regra aprendida.
7.2. ENSINO-APRENDIZAGEM DA GRAMÁTICA IMPLÍCITA E
EXERCÍCIOS ESTRUTURAIS.
Gramática implícita: é aquele que é aprendido intuitivamente pelo aluno, resulta
do domínio prático das formas básicas da língua.

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Gramática explícita: quando o aluno já é capaz de escrever e de explicar as
regras a que obedece a organização e o funcionamento da língua.
 Características didácticas dos exercícios estruturais. Os exercícios
estruturais têm as seguintes características:
 Mostram como a estrutura é usada, o que significa e como é formada;
 Apresentam sempre as estruturas contextualizadas numa frase ou acto
de comunicação significativo;
 são simples, isto é, utilizam frases curtas e focam uma dificuldade de cada
vez;
 São variados, a fim de despertarem o interesse do aluno;
 Respeitam o princípio da progressão crescente, isto é, devem partir do
mais simples para o mais complexo e difícil.

7.3. PRINCÍPIOS PARA A PREPARAÇÃO E APLICAÇÃO DE


EXERCÍCIOS ESTRUTURAIS:
No acto da preparação e aplicação dos exercícios estruturais, deve-se ter em
atenção os princípios que se seguem:
1. começar sempre o exercício com uma frase-modelo apresentada de
forma contextualizada;
2. propor um conjunto de exercícios relacionados para cada tipo de
dificuldade; adequar os exercícios estruturais aos objectivos definidos
para cada conjunto de exercícios;
3. superar gradualmente as dificuldades linguísticas dos alunos, de acordo
com a observação e análise permanente do professor;
4. avaliar, de forma contínua o que alunos já sabem e anotar num caderno
as suas necessidades de aprendizagem para correcção imediata.
APLICAÇÃO DE EXERCÍCIOS ESTRUTURAIS DEVE PREPARAR-SE TENDO
EM ATENÇÃO OS SEGUINTES PRINCÍPIOS:
a) Ritmo adequado na formação do estimulo e da respectiva resposta;
b) Um só tipo de dificuldade por cada conjunto de exercícios;
c) Adequação aos objectivos definidos para cada conjunto de exercícios;
d) Regularidade na repetição em situações diferentes;
e) Dificuldade progressiva de acordo com o diagnóstico contínuo do nível
linguístico dos alunos;
f) Avaliação contínua dos resultados e anotação dos erros cometidos para
remediação imediata;
g) Elaboração de novos conjuntos de exercícios para remediação e
enriquecimento;
h) Possibilidade do uso sistemático de actos de fala ajustados às situações.
Na elaboração de exercício estruturais, o professor deve ter em conta, entre
outros, os seguintes aspectos:
a) Ligar a palavra ao objectivo ou a sua representação e vice-versa;
b) Partir de “lições de coisas” ou de materiais reconhecidos ou de
conhecimentos observados;

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c) Partir de frases simples;
d) Partir da experiência dos alunos;
e) Marcar correctamente a pronúncia da frase-modelo e do estímulo para
obtenção adequada da resposta;
f) Definir claramente a entrada em jogo e o movimento de apresentação de
estímulos e das respostas para os alunos;
g) Alargar os exercícios sistematizados; apresentando-os de acordo com os
seguintes critérios:
1. Exercícios uniformes para situações diferentes;
2. Exercícios diferentes para situações iguais;
3. Exercícios diferentes para situações diferentes;

7.4. COMO USAR EXERCÍCIOS ESTRUTURAIS PARA ENSINAR A


GRAMÁTICA DE FORMA IMPLÍCITA
Para além dos princípios, na preparação e aplicação dos exercícios estruturais,
há outras considerações a ter em conta, nomeadamente:
1. Associar o significado da palavra ou frase, onde a estrutura se encontra à
imagem e vice-versa;
2. Partir de “lições de coisas” ou de materiais recolhidos ou de
acontecimentos observados;
3. Partir de frases simples e da experiência dos alunos;
4. Marcar correctamente a pronúncia da frase-modelo e do estímulo para
obter a resposta desejada;
5. definir claramente a entrada em jogo e o momento de apresentação dos
estímulos e das respostas para os alunos.
7.5. REQUISITOS DO PROFESSOR PARA A PRÁTICA DOS
EXERCÍCIOS ESTRUTURAIS
A prática dos exercícios estruturais exige que o professor:
1. Domine a gramática explícita, isto é, que conheça explicitamente as
regras gramaticais da língua que ensina;
2. saiba elaborar e usar os exercícios estruturais adequados a diferentes
fases de aprendizagem.
3. Saiba introduzir os exercícios estruturais de forma natural, isto é, ligados
a situações de comunicação, a actos de fala e a textos.
4. Tenha a consciência de que praticar a gramática implícita na aula visa
levar o aluno a adquirir automatismos no uso da língua.

7.6. ALGUMAS TÉCNICAS DE ENSINO DE GRAMÁTICA IMPLÍCITA


Tendo em conta alguns dos aspectos discutidos acima, a seguir apresentam-se
algumas técnicas de ensino da gramática:
1. Uso de objectos (material concretizador). Na sala de aulas, o material
concretizador não somente vivifica a sala, mas também proporciona às
crianças uma dimensão motora: trabalho com as mãos na sua
aprendizagem da língua. Algumas estruturas que poderiam beneficiar

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desta técnica são os possessivos, quantificadores, demonstrativos, entre
outras.
2. Uso de diálogo: O diálogo é uma técnica muito antiga usada para a
apresentação e prática de estruturas gramaticais. Pode ser usado para
tempos verbais e advérbios de tempo, entre outros.
3. Uso de textos: os textos podem ser usados para extrair ou ilustrar um
determinado ponto gramatical, por exemplo, tempos verbais, construções
passivas, preposições, advérbios, etc.
4. Uso de mapas e outras gravuras: os mapas e/ou gravuras são úteis para
a prática de exercícios estruturais de forma interactiva, alguns dos quais
podem ser de completamento de informação e quebra-cabeças. Mapas
ou gravuras podem ser usadas para o ensino e prática de preposições,
formação de perguntas, imperativos.
5. Uso de gráficos, quadros e tabelas no ensino da gramática, o uso de
gráficos, quadros ou tabelas é muito útil, pois ajuda a clarificar relações
que, muitas vezes, não são bem visíveis em explicações linguísticas.
Algumas estruturas que se podem ensinar recorrendo-se a esta técnica
são os advérbios, os tempos verbais, entre outras.

7.7. PASSOS A SEGUIR NA SÍNTESE GRAMATICAL

1. conversa/canção sobre o objecto em estudo (imagem, ambiente ou texto);


2. descrição (leitura e/ou interpretação) do objecto em estudo (da imagem,
ambiente ou do texto) que tenha as noções ou as regras pretendidas;
3. destaque das palavras ou das frases que conduzam às noções ou às
regras pretendidas, sob a orientação do professor;
4. registo e leitura dessas palavras ou frases no quadro, pelos alunos,
colectiva e individualmente;
5. análise das palavras ou das frases, tendo em vista a noção ou a regra
pretendida, sob orientação do professor;
6. dedução da noção ou da regra em estudo, pelos alunos;
7. exercícios de aplicação da noção ou da regra recentemente estudada,
pelos alunos;
8. correcção colectiva, em grupos, aos pares, ou individualmente.

CONCLUSÃO
O ensino da gramática não tem um fim em si mesmo, mas deve considerar-se
um meio para melhor conhecermos o fenómeno linguístico. Por isso, o método
a aplicar no ensino da gramática é o Método Indutivo-dedutivo.

9. O ENSINO-APRENDIZAGEM DO VOCABULÁRIO
O ensino do vocabulário no I nível deve surgir na ocasião e estar estreitamente
ligado ao meio ambiente. O vocabulário não se aperfeiçoa por meio de exercícios

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sistemáticos, mas sim pela prática constante de uma linguagem correcta. Ao
enriquecer-se a experiência do aluno em enriquecer-se o seu vocabulário.
É importante e indispensável para uma comunicação efectiva entre diferentes
interlocutores, pois, sem ele, nada se pode exprimir. No ensino do vocabulário,
devem ser consideradas as seguintes categorias:
Vocabulário passivo – conjunto de palavras conhecidas, compreendidas, mas
não usadas regularmente pelos falantes de uma língua.
Para tornar o vocabulário passivo em activo, o professor pode orientar o
levantamento de palavras cujo significado é desconhecido e integrá-lo em frases
produzidas em diferentes contextos.
Vocabulário activo – conjunto de palavras conhecidas e usadas regularmente
por um falante na sua comunicação, quer oral, quer escrita.
A criança ao ingressar-se na escola, leva consigo um certo número de palavras
com os quais geralmente se expressa e comunica. Na primeira classe, o aluno
começa a ouvir novas palavras devendo ser preocupação do professor, levá-lo
a expressar estas palavras aprendidas. Na 2ª, 3ª e 4ª classes o aluno possui já
um certo vocabulário que deve empregar no momento.
Os vocábulos adquiridos devem ser conservados pelo uso e repetição e
passarem para o vocabulário activo do aluno; para se conseguir isto, é preciso
desenvolver actividades como:
- Emprego oral em todos os momentos até nos jogos,
- Emprego da escrita.
O professor deve evitar o uso de calão nas crianças, corrigindo-as com palavras
apropriadas. O ensino do vocabulário deve basear-se fundamentalmente nas
lições de língua portuguesa – leitura e interpretação do texto, recitação de
poesia, composição, dramatização, etc. num entanto, é de notar que as crianças
no I nível estão sujeitas a um determinado número de disciplinas e em todas elas
aprendem vocábulos novos e são armazenadas em ordem e fazendo parte do
seu vocabulário passivo.
A criança compreende a palavra, mas não a utiliza. Cabe ao professor dando-
lhe oportunidade de firmar o domínio e o uso do vocabulário aprendido. O
vocabulário a ensinar não deverá ser feito através e palavras isoladas, pois que
as palavras só têm sentido dentro da frase.
Por exemplo: em exercícios de interpretação que exige a substituição dumas
palavras por outras o mesmo significado é necessário ter-se em consideração o
verdadeiro sentido das frases onde tais palavras se enquadram uma vez que um
mesmo vocábulo com determinado significado pode num outro contexto ter
conotação diferente, procura-se deste modo, evitar-se o emprego dos sinónimos
absurdos, vazios de conteúdos.
Finalmente, importa referir mais uma vez que o português em Angola não
constitui a língua materna para a maioria das crianças, por esta razão o ensino
do vocabulário deve ser activo e prático.

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8.1. MARCHA DE LIÇÃO DE VOCABULÁRIO
 Breve conversa com os alunos sobre o texto;
 A leitura global expressa e pausada do texto pelo Professor;
 Apresentação das palavras no quadro e dos termos sinónimos;
 Leitura individual parcelar seguida de interpretação com enquadramento
dos novos termos;
 Elaboração de frases no quadro com aplicação de novos termos;
 Registo de trabalho nos diários;
 Marcação de uma tarefa para casa.

9. ENSINO-APRENDIZAGEM DA ORTOGRAFIA
A ortografia é a escrita das palavras segundo as normas oficialmente
estabelecidas.
As técnicas do ensino-aprendizagem da ortografia são: a leitura, a cópia, o
ditado, a redacção, os resumos, as sínteses, a ordenação de palavras para
formar frases, para produzir e/ou para completar histórias, jogos de palavras ou
palavras cruzadas, entre outras. Para escrever bem, é preciso ler bem. Os
professores que lêem e escrevem sempre na sala de aulas com os seus alunos
conseguem ensinar melhor.
A ortografia é uma forma correcta de escrever as palavras de uma determinada
língua, e o seu objectivo é ensinar a escrever bem. A ortografia é, antes de tudo,
um trabalho de observação de memória auditiva, visual e motriz. Por isso, todos
os exercícios que o professor considera conveniente é uma boa fixação
ortográfica, deverão começar a praticar-se logo na 1ª classe, associando a leitura
pelos exercícios de ditados.
9.1. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA CÓPIA
O ensino da cópia no I nível visa alcançar os seguintes objectivos:
a) Aperfeiçoamento e prática da caligrafia;
b) Aquisição e fixação das imagens ortográficas das palavras.
A cópia é a transcrição de um texto, que funciona nas condições seguintes:
 a cópia deve ser planificada e acompanhada pelo professor, para que os
alunos escrevam correctamente;

 o texto deve ter uma temática conhecida e que tenha sido trabalhada
antes na sala de aula;
 o texto a ser copiado deve ser de extensão muito pequena;
 pode ser marcada como tarefa de casa, desde que tenha sido preparada
na aula (Ver os passos para a preparação da cópia e do ditado que consta
depois do texto “Os dois cabritinhos”.
O importante é não permitir o erro ortográfico, para depois, através da sua
correcção ensinar-se ortografia, mas sim evitar que os alunos que deem erros,
cada exercício de ortografia deve ser convenientemente preparado através de
actividades que utilizem recursos de natureza visual e motora.

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Durante a aula de ortografia, os alunos são levados a realizar várias actividades
como:
 Actividade sensorial que consiste em visualizar, pronunciar, ouvir,
escrever as palavras de difícil grafia;
 Actividade analítica que consiste em sublinhar a dificuldade ortográfica;
 Actividade associativa que consiste na formação das palavras da mesma
família;
 Apelo ao raciocínio - consiste em fazer notas ortográficas simples. Por
exemplo: formar frases em que entram as palavras em estudo;
 Escrever com os olhos fechados com o dedo por cima do tampo da
carteira ou com o dedo no ar, etc.
Estes exercícios devem incidir principalmente sobre as palavras menos
conhecidas e mais susceptíveis de erros ortográficos. Só depois dos exercícios
se procedem ao exercício de ditado convenientemente dirigida pelo professor,
para que mesmo durante a sua realização se evite qualquer possível erro.
O exercício ortográfico mais utilizado na escola é o ditado exercício. Este ditado
exercício consiste no estudo ortográfico do texto a ditar cujo o objectivo principal
consiste na aplicação e na automatização das imagens adquirida nesse estudo
não excluindo, durante a sua realização, a consulta de elementos estudados
sempre que for necessário.
Uma vez concluída a preparação do ditado o professor prepara a classe para a
sua realização. Então, faz-se recomendações como:
 Recomendação da ordem higiénica e estética (posição correcta na
carteira e do caderno, da caneta ou lápis);
 Calma e atenção porque muitos erros são causados por distração por
precipitação;
 Primeiro ouvir depois escrever é bom hábito. Um aluno previamente
indicado repete o que o professor ditar, devendo os outros, só começarem
a escrever depois dessa repetição. Isto obriga os alunos a não serem
precipitados;
 Prevenir que se algum aluno tiver dúvida de escrita em qualquer palavra
de preferência perguntar ao professor do que escrever errada.

Sugerem-se os seguintes passos para a realização do ditado-exercício:


 Leitura expressiva do texto pelo professor;
 Leitura silenciosa pelos alunos;
 Exercícios de observação e de acção sobre as palavras susceptíveis de
erros;
 Leitura bem articulada da palavra;
 Exercício de divisão silábica;
 Construção de frases em que entre palavras em estudo ou formação de
palavras da mesma família;
 Recomendações de ordem higiénica e pedagógica;
 Ditado propriamente dito;

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 Nova leitura para revisão do trabalho, complementar se for necessário e
para se fazer a pontuação;
 Correcção do ditado.
Para além do ditado-exercício existe também o ditado-prova que é feito se
pretende avaliar o processo ortográfico dos alunos. Este não é precedido de
preparação ortográfica e para ele sugerem-se os seguintes passos:
 Leitura do texto a ditar para a compreensão do seu sentido;
 Recomendações de ordem higiénica e pedagógica;
 Ditado do texto;
 Nova leitura para que os alunos revejam o trabalho realizado;
 Correcção individual dos trabalhos.

9.2. PREPARAÇÃO PARA O DITADO DE PALAVRAS (1ª CLASSE)


As palavras na 1ª classe são escritas no quadro ou apresentadas em cartaz ou
cartões, para que os alunos as leiam e analisem. Através desta análise são
focalizadas as dificuldades ortográficas de cada palavra.
Antes do ditado, apagar-se-á o quadro ou retirar-se-ão os cartazes ou cartões.
9.3. COMO DITAR
Na ortografia, professor deve usar toda a sua arte pedagógica. No entanto, ao
ditar um texto, deve obedecer aos seguintes requisitos:
 Ditar em lugar e posição tais que possa ser visto por toda a turma. Deve
evitar andar de um lado para outro para não distrair as criancas;
 Ditar em voz clara não muito alta nem muito baixa, nem deturpar a
pronúncia das palavras;
 Ditar sempre por unidade de pensamento, e não isolando as palavras;
 Ajustar a velocidade ao ritmo da classe, não devendo o professor repetir
palavras ou parte que já foram ditadas;
 Fazer, no final uma nova leitura das palavras ou texto, a fim de que as
oportunidades e completem caso seja necessário.

9.4. CORRECÇÃO DO DITADO


A correcção deve ser imediata. Se o exercício for preparado e realizado
convenientemente, é evidente que poucos ou nenhuns erros devem aparecer.
A forma de corrigir é arbitrária quer dizer, depende de cada professor podendo
utilizar a correcção individual ou a simultânea individualizada. No entanto, eis
algumas formas mais usais de correcção do ditado:
a) Uma vez recolhidos os cadernos diários dos alunos, o professor cobre a
tinta as palavras erradas, devendo escrevê-las correctamente nas
entrelinhas. Depois disto distribui os cadernos devendo cada aluno fazer
exercícios de automatização sobre essas palavras. Esta forma de

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correcção tem por objectivo evitar que os alunos visualizem as palavras
erradas possibilitando-os de fixar apenas o que estiver correcta;
b) O professor, a medida que vai passando os olhos por alguns exercícios,
escreve correctamente o quadro as palavras que encontrar erradas, o que
será imitado correctamente por toda classe, nos seus cadernos. Ao
mesmo tempo, poderão repetir-se os exercícios de observação e acção
referidos na preparação do ditado;
c) Cada aluno, confrontado no seu exercício ou o do colega através da troca
de caderno, com texto original, cobre e corrige as palavras erradas. Este
processo tem um inconveniente de obrigar o aluno a visualizar as duas
formas das palavras (a certa e a errada), impossibilitando-o de fixar
apenas a verdade pelo que, mais tarde, poderá confundi-las.

9.5. CAUSAS DOS ERROS ORTOGRÁFICOS


Se o professor conhecer bem as causas ou a natureza dos erros ortográficos
dos seus alunos, mais fácil será para ele aplicar-lhes os métodos mais
convenientes para eliminá-los. Essas causas podem ser atribuídas a
determinados factores como:
 Defeitos de visão, audição ou articulação defeituosas;
 Imaturidade, apatia, falta de interesse e atenção;
 Falta de prática ou dificuldade em escrever;
 As estruturas da língua, pois que o português não é para grande maioria
das crianças na sua língua materna;
 A complexidade da língua portuguesa (pela conservação de letras
justificadas da origem etimológica das palavras por exemplo: moral,
mural, defesa, limpeza. Exame, por ausência de uma base fonética a cada
símbolo deveria corresponder a um som);
 Descuramento do ensino ortográfico ocasional. A criança, a par da
aquisição do vocabulário oral, deve adquirir a correspondente forma
escrita,
 A realização do ditado por auditiva sem qualquer preparação;
 A realização de actividades em que a criança tenha que escrever palavras
cuja forma escrita não tenha visto, lido ou copiado.
De todo estudo feito da ortografia, podemos tirar as seguintes conclusões
básicas:
 É preciso prevenir o erro do que emendá-o;
 A apresentação da ortografia inicia-se ao mesmo tempo que a da leitura
e da escrita;
 O seu ensino deve ser ocasional, devendo ser visualizadas, ligadas e
copiadas as palavras novas e incluídas na expressão de qualquer
actividade escolar;
 Os progressos no ensino da ortografia dependem, mais do que o tempo
dedicado a ela, do método das aptidões do professor, quer dizer, do valor
e da oportunidade dos exercícios, bem como do interesse e actividades
que despertarem.

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10. O ENSINO-APRENDIZAGEM DA REDACÇÃO
O professor deve preparar para vida e não para o exame. Deve-se encontrar
respostas para essas questões:
 A redacção é um horror;
 É a minha maior dificuldade;
 Não sei hei de ensinar a redacção aos meus alunos.
Respostas a estas situações encontram dois grupos: aqueles que impávidos,
repousam ao saber da inércia, o dos estão antiquados.
Aluno: fazer redação é estar de castigo, a escrever frases de que o professor
gosta.
Professor: gosto de redacção apenas porque enquanto os alunos a fazer posso
à família. Mas é uma ameaça ter de a ler, depois aquelas tolices todas.
“Não sei como ensinar a redacçaõ: o que vale é que com o tempo, alguma coisa
ficam a dizer… e ninguém reprovou um aluno por causa dela “da redacção”.
Um velho professor, metodólogo de centenas de professores, dizia “para redigir
bem suponho que se deveriam obrigar as crianças a decorar uma boa dúzia de
trechos de bons actores porque através dos assuntos tratados e das mil formas
de construir a frase, arranjaria cada criança um conjunto de expressões que se
lhe tornariam habituais e que valeria a um bem redigir”.
Outros metodólogos poderiam perguntar:
“Mas então, não é desejo da escola que as crianças de hoje se façam bons
adultos de amanhã? Não teremos nós, óptimos entre os melhores cultores de
língua, modelos de serem seguidos? Porquê não devemos nós impô-los?
A Escola Nova nega a imposição perante a criança porque não molda a criança
de fora para dentro: o que significa redigir e como ensinar a criança a redigir na
escola nova? Redigir significa exprimir com clareza o pensamento: com
correcção lógica e precisão sintética. A criança quando escrever uma frase está
a traduzir por escrito o seu pensamento. Por isso, o ensino da redacçaõ visa
desenvolver gradualmente nos alunos os seguintes objectivos:
a) Habituá-las a expressarem por escrito seus pensamentos de modo claro;
b) Habituá-las a pensar antes de escrever;
c) Levá-las a expressar-se com vocabulário adequado e de forma correcta;
d) Assegurar-lhes o hábito de organizar antes de escrevê-lo;
e) Levá-las a ver a utilidade da expressão escrita como meio de
comunicação;
f) Desenvolver-lhes a imaginação;
g) Estimular o interesse pelo aperfeiçoamento da expressão escrita;
h) Desenvolver-lhes a capacidade de escrever com facilidade, clareza,
correcção, elegância, para desempenho cabal das suas actividades.
A sua importância consiste fundamentalmente em:

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- Ginástica e disciplinar o pensamento, sobretudo o pensamento verbal:
concentração da atenção, reflexão, imaginação criadora, formação de ideias,
juízes e raciocínios bem como a sua ordenação mental, esclarecimento, síntese,
etc. Tudo, isto resulta de uma observação atenta e por isso bem redigir é
necessário bem observar. A redacção desenvolve a capacidade de observação
e resulta dela.
- Desenvolve a facilidade de expressão verbal, elemento essencial para a vida.
Por outro lado, a redacção escrita, clara e precisa é também um instrumento
imprescindível para o enquadramento do individuo na sociedade.
Dada a sua importância e os objectivos a que ela se propõe o professor deve
ajudar os seus alunos a vencerem os obstáculos que encontram na realização
da redacção: a falta de ideias e a falta de palavras.
O professor enriquecer o vocabulário dos alunos uma vez que o seu
enriquecimento contribuirá para compreensão das suas ideias. As ideias são
fixadas pelas palavras e as que lhes dão vida. A iniciação da redacção na 1ª
classe faz-se a par da leitura e o professo poderá servir-se de algumas
actividades como:
- Os jogos de iniciação de leitura e escrita de composição de palavras, frases,
textos, etc;
- O desenho-redacção onde a criança faz um desenho, escrevendo pelos nomes
dos objectos e acções representadas ou, o professor apresenta uma frase tipo
“A___________ é da Maria” e o aluno substitui o desenho pela palavra
correspondente;
- preenchimento de lacunas em frases que sejam de conhecimento da criança,
como por exemplo: “______________ é do povo”;
Para as restantes classes do I nível, o professor poderá ainda realizar outras
actividades onde ele procurará:
- Habituar os seus alunos a falar com desembaraço, enunciação e boa pronúncia
através de leituras comentadas, explicadas, práticas de diálogo, exercícios de
reconto, etc;
- Habituá-los a observar e a reflectir antes de escrever;
- Organizar tópicos que ajudem a ordenar os pensamentos;
-Utilização de frases curtas por serem mais claras;
-Perguntas ao professor como se escrevem as palavras sobre cuja ortografia
tenham dúvidas.

10.1. TIPOS DE REDAÇÃO


A redacção pode ser:

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a) Redação individual: pode ser com tema dada sugerido ou dado e
redação com o tema livre. A redação com o tema dado ou sugerido:
preparada pode ser com tópicos ou sem tópicos. A redação com tema
livre: não prepada.

b) Redação Colectiva:
É aquela em que todos os alunos participam na sua realização. Na 2 classe, há
vantagens na realização de redações deste tipo, onde todos os alunos fornecem
frase. É uma preparação dinâmica de toda classe, um aluno escreve no quadro
preto e os restantes nos seus cadernos. As frases são escolhidas conforme a
ordenação de ideias e sequencia lógica entre elas.
Os exercícios saem todos iguais, mas são resultado do trabalho por meio de
todos e de cada um dos alunos. No final, cada criança poderá completar o seu
exercício por meio de ilustração livre. A redação individual é aquela em que cada
aluno realiza sozinho o seu trabalho.
Redacção com tema dado ou sugerido e com tema livre
a) Na redacção com tema livre é a criança quem escolhe livremente o
assunto do seu trabalho. O professor não fornece nem as ideias, nem as
palavras: não há preparação. Este tipo de redacção cultiva nas crianças as
melhores qualidades de originalidade e de autenticidade. No entanto, exige no
aluno concentração, imaginação criadora, reflexão, ordenação lógica de ideias,
além de capacidades de fácil expressão escrita, o que não é abundante em
muitos dos sete aos dez anos.
A criança, incapaz de desenvolver novos temas limitar-se-ia a reproduzir
alternadamente, um pequeno conjunto deles que conhece melhor. Para atenuar
este inconveniente o professor pode limitar a escolha livre a um conjunto de
temas apresentados ou sugeridos, quer pela classe, quer pelo professor.
b) Na redacção com tema dado, o tema apresentado ou sugerido pode ou
não ser comentado e explorado pelo método de diálogo. No entanto, na
realização dos exercícios dever-se-á respeitar a expressão pessoal da
criança, sintaxe e ordenação lógica.
Este modo de redacção tem como vantagens as seguintes:
 Utilização de exercícios como aplicação dos conhecimentos adquiridos
em outras disciplinas;
 Ordenação metódicas dos mais diversos temas;
 Permissão de uma conveniente preparação colectiva do exercício de
redacção preparada e não preparada.
Todo o exercício de redacção deve cuidadosamente preparado, em trabalho de
colaboração, por professor e alunos.
Seja qual for o assunto a desenvolver, mesmo que aparentemente familiar, há
necessidade do professor o abordar com a colaboração dos alunos; travando
diálogo, sugerindo a troca de ideias, mostrando ou provocando apresentação de
gravuras, desenhos, quando não for possível mostrar aquilo de que se fala;

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escrevendo no quadro as chamadas palavras-chaves do tema em
desenvolvimento, para que, como tópicos, recordem depois aos alunos os
assuntos versados e sirvam de base a correcta aquisição ortográfica.
Durante esta fase de preparação, o professor fará com que os alunos discutam
o tema, desenvolvem e corrijam o que for necessário: despertar o interesse dos
alunos pelo trabalho a realizar, sobretudo pela apresentação de aspectos inédito.

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