SEMIOLOGIA
DO SISTEMA
REPRODUTOR
FEMININO
Profa. Dra. Elizabeth
Bohland
Relembrando a anatomia
• Órgãos do sistema genital feminino
• Ligamento largo
Mesovário
Mesossalpinge
mesométrio
• Inervação
• SNA: ovário, oviduto e útero
• Nervo pudendo*: vagina, vulva e clitóris
*fibras sensitivas e parassimpáticas
Relembrando a anatomia
• Medidas dos ovários
• Idade
• Raça
• Número de partos
• Estado nutricional
• Fase do ciclo reprodutivo
Tubas Uterinas
• Fimbrias, Infundíbulo, Ampola, Istmo
• Vascularização: ramos da artéria ovariana e uterina
• Funções:
• Conduzir o óvulo e espermatozóide em direções opostas,
possibilitar a fertilização e as primeiras clivagens e conduzir
o embrião até o útero.
Útero
• 2 cornos, corpo e cérvix (colo)
• Paredes uterinas:
• endométrio
• miométrio
• perimetrio
• Vascularização: artéria uterina média que aumenta o
diâmetro durante a gestação
• Gdes animais: PR: frêmito
• O útero apresenta grande capacidade de distensão
possibilitando a gestação, contrai-se fortemente no parto e
involui rapidamente no puerpério.
Cérvix
• Permanece fechada, exceto durante o cio e apresenta um
muco (tampão mucoso que é expelido pela vagina.
• Facilita o transporte espermático, atua como reservatório
de espermatozóides e age na seleção de espermatozóides
viáveis.
Vagina
• Odor suis generis
• Forte atrativo sexual
• Lubrificada por secreções da parede vaginal, gll. Sebáceas
e sudoríparas, muco cervical, fluido endometrial e células
esfoliativas.
• Órgão copulatório e via fetal mole no momento do parto
• Vestíbulo da vagina: meato uretral externo.
Genital feminino exterior
• Vulva
• Gll. Vestibulares
• Clitóris
• A região perineal não faz parte do aparelho reprodutor
porém, defeitos de conformação pode acarretar em
posicionamento anômalo da vulva e problemas de
desempenho reprodutivo.
Sinais e sintomas indicadores de
problemas reprodutivos
• Anestro prologado
• Ciclos irregulares
• Ninfomania
• Estros curtos
• Comportamento masculinizado
• Defeitos anatômicos da genitália externa
• Aumento de volume no períneo ou projeções anormais
exteriorizadas pela vulva
Sinais e sintomas indicadores de
problemas reprodutivos
• Distensão abdominal
• Dor
• Contrações e esforços expulsivos
• Crostas aderidas na cauda do períneo
• Corrimento vaginal sanguinolento (estro e proestro em
cadelas)
• Folículo ovariano persistente
• Tumores ovarianos produtores de estrógeno
• Tumor venéreo transmissível (cães)
Sinais e sintomas indicadores de
problemas reprodutivos
• Cistite
• Laceração vaginal
• Metrorragia
• Coagulopatias
• Corpo estranho vaginal
• Descolamento de placenta durante a gestação
• Subinvolução dos locais placentários (cadelas)
Sinais e sintomas indicadores de
problemas reprodutivos
• Outras secreções vaginais incluem:
• Corrimento verde escuro (puerpério inicial cadelas)
• Secreção marrom fétida (morte com decomposição fetal)
• Secreção serossanguinolenta
• Secreção purulenta (infecções)
• Secreção marrom ou enegrecida (mumificação fetal)
Sinais e sintomas indicadores de
problemas reprodutivos
• Grandes animais
• Hemorragias vaginais
• Varizes vaginais
• Rupturas ou lacerações extensas
Material necessário para o exame do
aparelho reprodutor feminino
• Luvas • Material para coleta de exame
• Lubrificante microbiológico
• Agua e sabão • Escovas para coleta de citologia
• Papel toalha • Lanterna
• Faixa ou plástico para forrar a • Meios de transporte para
cauda amostras
• Solução fisiológica • Seringas
• Espéculo • Pipetas
• Bandeja estéril • Álcool
• Pinça de biópsia uterina • Fósforo
• Solução antisséptica
Protocolo de exame ginecológico ou
obstétrico
Anamnese Anamnese
• Inquiridora ou espontânea • Alimentação
• Resgatar o histórico • Manejo sanitário
reprodutivo do animal • Medidas preventivas
• Utilização de fármacos • Outros animais
• Anotar tudo!!!
Cuidado com as conclusões precipitadas ou neglicenciar alguns aspectos
Exame geral
• Temperatura retal, linfonodos, pele e anexos, mucosas
• Frequência cardíaca, respiratória e dos ruídos ruminais
• Exame da glândula mamária (inspeção, palpação, análise
de secreção)
• Exame do estado nutricional (Escore corpóreo)
• Distúrbios circulatórios (edema localizado ou difuso)
Quadro 9.1 Sequência do exame clínico do aparelho reprodutor feminino.
■Identificação ou resenha: raça, espécie, idade, eventuais particularidades
■Anamnese: primípara, plurípara
■Exame físico: condição nutricional
∘Geral:
•Corrimento
•Coloração de mucosas, linfonodos
•Parâmetros vitais: temperatura corporal, frequências cardíaca, respiratória e dos ruídos ruminais
∘Específico:
•Distensão e tensão abdominal
•Formato e dilatação da vulva
•Aumentos de volume, cicatrizes
•Exame retal
∘Exames complementares: dosagem hormonal, exames microbiológicos e sorológicos, exames citológico e
histológico, hemograma, ultrassonografia e, em casos especiais, tomografia computadorizada e ressonância
magnética
Exame específico externo
• Região abdominal
• Distensão e tensão abdominal
• Sinais de movimentos fetais ou contrações
• Timpanismo
• Região perineal, vulva e cauda
• Edema
• Secreção vaginal (qte, qualidade, odor, cor)
• Posição, formato e grau de dilatação e relaxamento da vulva
• Ligamentos sacroisquiáticos
• Aumentos de volume, cicatrizes, prolapsos, lesões.
• Inspecionar os ossos pélvicos
• Glândula mamária
• Tamanho, formato, pele, coloração, nodosidades
Exame específico interno
Exame ginecológico de rotina
• Animais não gestantes, sadios ou comproblemas
reprodutivos
• Animais prenhes ou diagnóstico de gestação
• Grandes animais: palpação retal
• Médios e pequenos animais: palpação abdominal* e
vaginoscopia
• Exames complementares: raio X, US, endoscopia, dosagem
hormonal e exames hematológicos e bioquímicos.
Exame retal em grandes animais
• Trajes do examinador
• Bota, avental, macacão e luvas compridas
• Uso de lubrificante
• Unhas aparadas
• Cabelos presos
• Contenção dos animais em troncos
• Conhecimento da anatomia e fisiologia!
• O exame deve incluir cérvix, útero e ovários
Útero
• ESPESSURA
• EI (1 dedo)
• EII (2 dedos)
• EIII (3 dedos)
• EIV (4 dedos)
• EV (5 dedos)
• EVI (é impossível delimitá-lo manualmente)
Útero
SIMETRIA CONTRAÇÃO
• S = simétrico • CI = relaxado
• AS = assimétrico • CII = contratilidade média
• AS+++= corno direito • CIII = fortemente contraído
maior que o esquerdo
• +AS=corno esquerdo
ligeiramente maior que
o direito
Ovários
Tamanho: idade, raça, estação do ano (éguas), fase do ciclo
estral e situações patológicas (cistos e tumores)
Verificar: presença de folículos, corpo lúteoe aumentos de
volume
Complementar com a ultrassonografia – mais fidedigno.
Ovários - tamanho
• E = ervilha
• F = feijão
• A = avelã
• P = ovo de pomba
• N = noz
• G = ovo de galinha
• Pa = ovo de pata
• Ga = ovo de galinha
Ovários
CONSISTÊNCIA DOS FOLÍCULOS – classificação:
• Sem flutuação
• Flutuação débil
• Flutuação média
• Folículo maduro
• Folículo rompido (ovulação)
Exame vaginal
• Antes do exame vaginal
• Realizar a palpação retal
• Fazer a bandagem na cauda
• Se necessário, realizar a tricotomia
• Higienizar o períneo e lábios vulvares
• Secar vulva e períneo com papel toalha
• Contenção adequada
• Introdução cuidadosa do espéculo (anatomia!!!)
Tipos de espéculos
• Espéculo tubular ou Polanski (égua)
• Espéculo tubular metálico, plástico ou acrílico ou bico de
pato (cadelas)
• Gatas não aceitam exames vaginais
Vaginoscopia
• Fístulas retovaginais/lacerações: presença de fezes
• Lesões do meato urinário externo e prega transversa: urina
no fundo vaginal
• Coaptação dos lábios vulvares imperfeita: pneumovagina
• Qualificar e quantificar secreções
• Aderências, cicatrizes, defeitos anatômicos, aumentos de
volume, formato e posição da cervix
Vaca – exame da cérvix
FORMATO ABERTURA
• C = cônica • 0 = fechada
• R = roseta • 1 = abertura mínima
• E = espalhada • 2 = lápis
• P = pendular • 3 = 1 dedo
• 4 = 2 dedos
• 5 = 3 dedos
Vaca – exame da cérvix/vagina
COLORAÇÃO GRAU DE UMIDADE
• A = anêmica • I = seca
• B = pálida • II = ligeiramente úmida
• C = hiperêmica • III = umidade média
• D – E = vermelho patológico • IV = muito úmida
• V = coleção de muco
Vaca – exame da cérvix/vagina
• CARACTERÍSTICA DO MUCO
• Cl = claro
• Sa = sanguinolento
• MP = muco purulento
• P = purulento
Diagnóstico de gestação
• Com a utilização da ultrassonografia, é possível detectar a
gestação de maneira fidedigna:
• Pequenos ruminantes: 30 dias;
• Vacas: 24 dias;
• Éguas: 12 a 15 dias
• Pequenos animais: 18 e 20 dias
• É possível, inclusive, determinar o sexo do filhote
visibilizando o tubérculo genital pela ultrassonografia em
muitas espécies animais, em diferentes períodos
gestacionais.
Diagnóstico de gestação
• Porca: animal mais difícil para se detectar a gestação
manualmente, tanto pela palpação abdominal quanto pela
palpação retal, quando apresentar tamanho compatível.
• O mais forte indicativo da gestação nessa espécie é o não
retorno ao cio, após a cobertura natural ou inseminação
artificial.
• Aparelho ultrassonográfico adaptável ao braço do operador
já está sendo utilizado, aumentando a eficiência
diagnóstica. Outros métodos são demorados ou
antieconômicos.
Diagnóstico de gestação
• Pequenos ruminantes, a palpação do abdome é pouco eficaz;
• Pequenos animais: a palpação abdominal em decúbito lateral,
contornar as vesículas fetais a partir de 25 a 30 dias da prenhez,
com segurança diagnóstica.
• Radiografia: 40 e 45 dias, quantificar o número de filhotes e
identificar possível decomposição fetal, enfisema e eventual
ectopia devido à ruptura uterina.
• Ultrassom: altamente seguro e pouco invasivo, sendo excelente
para monitoramento do progresso gestacional e mensurações
que possibilitam determinar a idade fetal bem como sua
viabilidade.
Duração média da gestação em animais (dias)
Vacas 273 a 296
Éguas 327 a 357
Ovelhas 140 a 155
Cabras 148 a 156
Porcas 111 a 116
Cadelas 60 a 63
Gatas 56 a 65
Diagnóstico de gestação
• Vacas e éguas: palpação retal é amplamente utilizada,
sendo um método seguro e econômico no diagnóstico da
gestação.
• Nos bovinos, o período de gestação é assim caracterizado:
Diagnóstico de gestação -Vacas
Diagnóstico de gestação – Vacas
Fase assintomática Persistência do CL e não retorno ao cio 21 d após IA ou
cobertura
Pequena bolsa inicial 5ª e 6ª semana
Pequena bolsa característica 7ª e 8ª semana. Persistência de CL, assimetria uterina e
nítida duplicidade de parede
Grande bolsa inicial 9ª e 10ª semana. Assimetria pronunciada, conteúdo
flutuante, beliscamento positivo, feto de 7 a 10 cm
Grande bolsa característica 11ª e 14ª semana
Fase de balão 14ª e 19ª semana. Placentomas palpáveis; pulso art. uterina
média, útero = bola futebol
Fase de descida 20ª e 24ª semana. Útero mais baixo. Tracionar a cérvix e
perceber peso. Fr~emito na art. uterina média
Fase final 24ª e 40ª semana. Palpação do útero aumentado,
placentomas e partes do produto
Diagnóstico de gestação -Éguas
• A palpação retal na égua deve ser efetuada com extremo
cuidado e sob intensa lubrificação, com o braço protegido
por luva para evitar lacerações ou perfurações do intestino.
• O útero da égua tem formato de ípsilon e os ovários são
maiores que os da vaca e com formato e tamanho
variáveis, de acordo com o ciclo ou a estacionalidade
reprodutiva.
• A maioria das raças apresenta atividade reprodutiva nos
dias longos, de maior luminosidade.
Diagnóstico de gestação -Éguas
• Cio: útero relaxado e ovários aumentados de volume
• 4ª e 5 semana: diagnóstico manual não é seguro – auxílio de US.
Nas fases iniciais da prenhez, o embrião se movimenta pelos cornos uterinos, tem rápida parada no
corpo do útero para implantar-se permanentemente em um dos cornos, aumentado
progressivamente pela existência dos líquidos fetais.
• 2 e 3 meses: vesícula do tamanho de uma “bola de futebol de salão
• 4 e 5 meses: porções do feto, a parede do útero é fina, com flutuação, e o ligamento
uterino fica tenso, devido ao peso do órgão.
• A partir da metade da gestação, não há grandes dificuldades para o diagnóstico de
gestação nessa espécie.
Exames complementares
• Dosagem hormonal
• Exames microbiológicos e sorológicos
• Exames citológicos e histológicos