Moisés e os Dez Mandamentos
à
Luz do Cristo
“O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por
fim.” ― Auguste Comte.
Segundo Auguste Comte, nos primórdios da humanidade, há milhares
de anos, o homem manifestava seu temor a Deus por intermédio do
chamado fetichismo, que era a adoração a seres sobrenaturais, que
atuavam na natureza. Daí surgiu a crença no politeísmo, ou seja, a
existência de vários deuses.
Outros teóricos, como Taylor, propõem a evolução do pensamento
religioso com início no animismo (crença na presença da alma em
todos os seres da natureza, animados e inanimados); seguido do
manismo (crença nos fantasmas); depois, do fetichismo (culto de
objetos materiais, considerados encarnação de um espírito ou em
ligação com ele), em seguida, no politeísmo (crença em vários
deuses) e, por fim, monoteísmo (crença no Deus único). Foi com
Moisés que a ideia do Deus único teve início, entre os hebreus, e se
propagou pelo mundo. Estava inaugurada, segundo o Cristianismo, a
primeira revelação divina há cerca de 4.000 anos.
Dessa época para cá, surgiram as chamadas grandes religiões:
Confucionismo, Hinduísmo, Budismo, Islamismo, Judaísmo e
Cristianismo, no qual, afirma Kardec, estão presentes as três
revelações de Deus, desdobradas na mensagem revelada a Moisés,
em seguida, confirmada por Jesus e, por fim, completada pelo
Espiritismo, de acordo com a promessa do Cristo de nos enviar o
Consolador, conforme lemos em João, cap. 14:15-17:
Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao
Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que fique
eternamente convosco: o Espírito de Verdade, que o mundo
não pode receber, porque o não vê e absolutamente o não
conhece. Mas quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará
convosco e estará em vós [...]. (Apud Kardec, 2013a, p. 105-
106.)
Moisés foi o profeta escolhido por Deus para revelar aos hebreus Sua
existência e Suas leis, sintetizadas nos Dez Mandamentos, que lhe
foram transmitidos mediunicamente no monte Sinai. Essa é
considerada a primeira revelação divina da tríplice revelação. É sobre
estes mandamentos que continuaremos nossas reflexões:
1º Mandamento: não fazer imagens de outros deuses, pois há
um só Deus.
A primeira pergunta de Allan Kardec, n’O Livro dos Espíritos, é “Que é
Deus?”, respondida sem correção: “Deus é a Inteligência Suprema,
Causa Primeira de todas as coisas”. Ou seja, Deus não tem a forma
humana, e isso foi confirmado por Jesus à samaritana, quando lhe
afirmou: “Deus é Espírito, e importa que seja adorado em Espírito e
em Verdade.” (João, 4:24).
Afirma-nos o Espírito Emmanuel, pela psicografia de Chico Xavier, que
Antes de todos os programas de Moisés, das revelações dos
Profetas e de suas próprias bênçãos redentoras no Evangelho,
o Mestre coloca uma declaração enérgica de princípios,
conclamando todos os espíritos ao plano da unidade
substancial. Alicerçando o serviço salvador que Ele mesmo
trazia das esferas mais altas, proclama o Cristo à Humanidade
que só existe um Senhor Todo-Poderoso – o Pai de infinita
Misericórdia. (XAVIER, 2012, p. 223)
2º Mandamento: não falar o nome de Deus em vão.
O respeito e o amor a Deus, nosso Pai, exigem de nós uma postura de
humildade em todos os momentos de nossa vida eterna, pois, sendo
Espírito Puro, Ele nos criou para a perfeição espiritual. O ser humano
tem, pois, duas naturezas, como nos dizem os Espíritos superiores: a
animal, presente no corpo físico; e a espiritual, contida na alma, que é
o Espírito encarnado (questão 605 d’O Livro dos Espíritos). Criados
para a perfeição, precisamos, desse modo, fazer prevalecer, em nós,
a natureza espiritual, com a qual nos aproximamos dos bons Espíritos
e, consequentemente, de Deus.
Fala o nome de Deus em vão quem prega em seu nome e não pratica
as boas ações que recomenda a outrem.
Fala em vão o nome de Deus a pessoa que faz da religião uma forma
de exploração da fé alheia, com venda de “passaportes no céu” e
outros comércios ignominiosos, o que fez o Cristo expulsar os
“vendilhões do templo” com rigor e com estas inesquecíveis palavras:
“Está escrito: a minha casa será chamada casa de oração, mas vós a
tendes convertido em covil de ladrões”. (Mateus, 21:12- 13; Lucas,
19:45- 46.)
Fala em vão o nome de Deus quem zomba de sua existência ou se
revolta contra Ele quando é submetido a provas e expiações.
Também fala em vão o nome de Deus as pessoas que fingem sua
crença por pura conveniência, por desejo de projeção pessoal e
domínio das consciências alheias. Tais pessoas traem-se por suas
atitudes contraditórias e emanações fluídicas deletérias. Desse modo,
elas não se sustentam na falsa crença, durante muito tempo, perante
os que as observam atentamente. Tais pessoas, afirmou Jesus, são
como sepulcros caiados por fora, mas cheios de podridão por dentro
(Mateus, 23:27).
Enfim, fala em vão o nome de Deus aquele que comercializa seus
dons mediúnicos, contrariando o que disse Jesus: “dai de graça o que
de graça recebestes”. Segundo Comte (Frases, 2015), “Viver para os
outros não é somente a lei do dever, mas também a da felicidade”.
Somente amando e servindo ao nosso irmão, com desinteresse e em
silêncio, orando e vigiando, deixaremos de falar em vão o nome do
nosso Pai, tenha aquele ou não uma crença e independente de sua
posição social e de quaisquer outros preconceitos.
3º Mandamento: santificar o dia de sábado.
Simbolicamente, esse mandamento representa a necessidade que
todos temos de não exceder o limite da força alheia e o da nossa
força nos trabalhos que executamos ou fazemos alguém executar.
Também simboliza o dever de, ao menos um dia por semana, nos
dedicarmos a Deus, pela elevação dos pensamentos proporcionada
pela prece e reflexão em torno de leituras e palestras elevadas,
visitar os enfermos, socorrer os necessitados, orar pelos amigos e
parentes, bem como pelos que nos “perseguem e caluniam” (Mateus,
5:44), consoante recomendação de Jesus.
4º Mandamento: honrar pai e mãe.
O respeito e o amor que todos devemos ter para com nossos pais
demonstra nossa gratidão a quem nos proporcionou nova existência
física e cuidou de nós com zelo amoroso e mesmo com sacrifício de
suas horas de sono e da própria saúde. Devemos, portanto, honrá-los,
buscando ser-lhes obedientes e prestativos. E, ainda que suas
atitudes sejam condenáveis, não temos o direito de criticá-los
publicamente, mesmo não as tendo como referências de
comportamento.
5º Mandamento: não matar.
A vida é dom de Deus concedido a todos nós, e não nos cabe decidir,
em seu nome, quem deve viver e quem deve morrer. Responderemos
por cada vida que nos foi confiada, ainda mesmo a dos nossos irmãos
menores, os animais.
Considero uma hipocrisia tratar cães e gatos melhor do que muitas
crianças e idosos necessitados e alimentar-se com a carne bovina e a
de outros animais. O dia em que aprendermos a nos alimentar sem o
sacrifício animal teremos dado um grande passo em direção à nossa
espiritualização.
Isso, entretanto, não significa que eu apoie o maltrato aos animais ou
mesmo o seu desprezo, deixando-os sofrer as intempéries do tempo
ou morrer de fome. Mas nada justifica tratá-los com mais amor do
que o faríamos a um ser humano, a quem Jesus recomendou-nos
amar tanto quanto a nós mesmos.
Há ainda outras formas de matar, que ocorrem, por exemplo, quando
“matamos” as esperanças de alguém, não lhe dando chances para
alcançar seus objetivos pessoais e profissionais, ou quando
extinguimos a confiança de outrem com nossas palavras e atos. O
bem maior a ser preservado, de cada um de nós, sempre será a vida
física. Por isso, o alerta de Jesus continua atualíssimo: “Quem
matar pela espada, pela espada morrerá.” (Mateus, 26:52)
6º Mandamento: não adulterar.
Adulterar não é somente trair sexualmente seu cônjuge. É faltar com
a verdade, inúmeras vezes, ao longo da existência física, visando não
se comprometer com alguém. É deixar de cumprir com nossas
obrigações de cidadãos, seja em sociedade, no lar ou no trabalho. É
ser desleal com o nosso próximo quando este mais precisa de nosso
apoio. É prometer, enfim, esforçar-se no bem e permanecer no mal.
Há quem afirme jamais ter adulterado, mas se esquece de que,
quando aluno, adulterava a prova para obter menção mais alta, por
meio da chamada “cola”; no serviço, descumpre suas obrigações e
adultera o horário de expediente, chegando atrasado e escondendo
isso de seu chefe; no comércio, frauda seu cliente com a alteração do
peso do produto, pela balança descalibrada; no trânsito, adultera o
limite de velocidade, ultrapassando-o, inúmeras vezes, ou avança o
sinal vermelho, se percebe não haver fiscalização por perto. Quem de
nós estiver sem pecado, atire a primeira pedra...
Vamos tentar, de ora em diante não mais adulterar? Estejamos
atentos, vigiemos e oremos para que, em nossas mínimas ações,
sejamos conhecidos como filhos fiéis de Deus, porque Ele, já sabemos
que é fiel de todo o sempre. Com certeza, os anjos do céu cantarão
hosanas e nos apoiarão tais propósitos com imensa alegria.
7º Mandamento: não roubar.
Há pessoas que preferem subtrair de outrem o que pertence a este
do que trabalhar. Julgam-se injustiçadas socialmente, mas nada
fazem para estudarem, na preparação de seu futuro profissional
melhor, ou serem honestas, quando contratadas para um serviço
qualquer. Acomodam-se na preguiça, mesmo quando convidadas a
trabalhar e, desse modo, lesam a si próprias. Mas também há outras
pessoas que nos roubam o tempo, com conversas fúteis, sem
qualquer proveito. Existem ainda as que furtam a boa imagem alheia
com a maledicência, outras que roubam as esperanças de outrem
com julgamentos cruéis, e igualmente há as que fraudam concursos
em benefício próprio ou de seus protegidos... A essas pessoas
também se aplica o sétimo mandamento, assim como a todos os que
lesam o seu semelhante nas mínimas coisas.
8º Mandamento: não prestar testemunho falso contra o
próximo.
Presta testemunho falso não somente quem acusa sem provas e
mente para prejudicar alguém, mas também quem tem por hábito
mentir. Quem não é coerente entre o que fala e o que faz.
Infelizmente, encontramos muita gente assim entre os próprios
irmãos de crença. São os tíbios de caráter, cujas consciências jamais
enganam. No centro espírita, ou na igreja, têm uma cara, na
sociedade, e mesmo no próprio lar, assumem outra máscara,
reveladora do que realmente são: hipócritas e falaciosos.
9º Mandamento: não desejar a mulher do próximo.
Esse mandamento, nos dias atuais, precisa ser muito refletido e
praticado, não somente pelos homens, mas também pelas mulheres,
em função dos avanços das conquistas femininas, o que as torna
credoras dos mesmos direitos que os homens, como também
devedoras das mesmas obrigações. Bom seria se todos nos
amássemos e respeitássemos com a pureza e a singeleza pregadas
por Jesus e os bons Espíritos, sem que as paixões nos arrastassem a
denegrir a própria alma. Cumpre-nos exercitar o amor puro, fraternal,
que nos refreia as más inclinações e nos recomenda fazer aos outros
todo o bem que também gostaríamos de receber, conforme a regra
áurea recomendada por Jesus: “Portanto, tudo o que vós quereis que
os homens vos façam, fazei-lhes também vós, porque essa é a lei e os
profetas” (Mateus, 7:12).
10º Mandamento: não cobiçar coisa alguma de outrem.
Afirma Kardec que “É de todos os tempos e de todos os países essa
lei e tem, por isso mesmo, caráter divino”. Quando perguntado qual
era o maior dos mandamentos, Jesus respondeu: “Amarás a Deus de
todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento;
e o segundo, semelhante a esse, é este: amarás o teu próximo como
a ti mesmo” (Mateus, 22: 37- 40).
Quem cobiça os bens alheios ainda não aprendeu, com Jesus, que há
mais alegria em dar do que em receber. O Espírito Emmanuel, pela
psicografia de Chico Xavier, ainda nos brinda com a bela mensagem
intitulada “Possuímos o que damos”, na qual lemos estas belíssimas
frases:
Quem dá recolhe a felicidade de ver a multiplicação daquilo que deu.
Oferece a gentileza e encorajarás a plantação da fraternidade.
Estende a bênção do perdão e fortalecerás a justiça.
Administra a bondade e terás o crescimento da confiança.
Dá o teu bom exemplo e garantirás a nobreza do caráter.
Os recursos da Criação são distribuídos pelo Criador com as Criaturas,
a fim de que em doação permanente se multipliquem ao infinito.
Serás ajudado pelo Céu, conforme estiveres ajudando na Terra.
Possuímos aquilo que damos.
Não te esqueças, pois, de que és mordomo da vida em que te
encontras.
Cede ao próximo algo mais que o dinheiro de que possas dispor. Dá
também teu interesse afetivo, tua saúde, tua alegria e teu tempo e,
em verdade, entrarás na posse dos sublimes dons do amor, do
equilíbrio, da felicidade e da paz, hoje e amanhã, neste mundo e na
vida eterna. (XAVIER, 2010, p. 269- 270.)
Amaremos a Deus, como nos recomendou o Cristo, quando
refletirmos em suas Leis e nos esforçarmos em colocá-las em prática.
Comecemos pela memorização e pela observância de cada um
desses dez mandamentos, trazidos a nós pelo extraordinário profeta
Moisés, que podem se expandir em incontáveis outros. Assim,
estaremos de posse da plenitude de nosso ser, que é filho de Deus e
foi criado para a autoiluminação, instrumento verdadeiramente eficaz
para a conquista da felicidade, meta de todos nós.
Referências:
COMTE, Auguste. Frases. Disponível
em: http://www.mensagenscomamor.com/frases-de-famosos/auguste_comte
.htm#ixzz3cIypJRIz. Acesso em 06 de junho de 2015.
ENCICLOPÉDIA Mirador Internacional. Religião. São Paulo: Rio de Janeiro:
Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 1981, vols. 17- 18.
KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 131. ed. Brasília: FEB,
2013a.
______. O Livro dos Espíritos. 93. ed. Brasília: FEB, 2013b.
COMTE, Auguste. Frases. Disponível
em: http://www.mensagenscomamor.com/frases-de-famosos/auguste_comte
.htm#ixzz3cIypJRIz. Acesso em 06 de junho de 2015.
XAVIER, Francisco Cândido. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Brasília:
Federação Espírita Brasileira, 2012, cap. 105.
______. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. Rio de Janeiro: Federação
Espírita Brasileira: 2010, cap. 117.
5. REFLEXÃO SOBRE OS DEZ MANDAMENTOS
5.1. COMENTANDO, UM A UM, OS DEZ MANDAMENTOS
I. Eu sou o Senhor, vosso Deus, que vos tirei do Egito, da casa da
servidão. Não tereis, diante de mim, outros deuses estrangeiros.
Não fareis imagem esculpida, nem figura alguma do que está em
cima do céu, nem embaixo na Terra, nem do que quer que esteja
nas águas sob a terra. Não os adorareis e não lhes prestareis culto
soberano.
Este primeiro mandamento estabelece que devemos amar um único
Deus, que, segundo o Espiritismo, é a inteligência suprema causa
primária de todas as coisas. Prega-se que não devemos adorar
imagens ou coisas semelhantes. Por isso o Espiritismo não tem
imagens, nem paramentos e nem qualquer tipo de ritualismo.
II. Não tomeis em vão o nome do Senhor vosso Deus.
Quando nos dirigirmos a Deus, devemos fazê-lo dentro da maior
humildade, pois não são as promessas labiais que nos salvarão,
mas a completa obediência aos seus mandamentos.
III. Lembrai-vos de santificar o dia do sábado.
Santificar o dia não é fazer dele uma idolatria, pois Jesus já nos
ensinava que o sábado foi feito para o homem e não o homem para
o sábado. Quer dizer, devemos prestar homenagem, reverência a
Deus, mas não precisa ser exclusivamente no sábado.
IV. Honrai a vosso pai e a vossa mãe, a fim de viverdes longo
tempo na terra que o Senhor vosso Deus vos dará.
A dívida para com os nossos pais é impagável. Não podemos lhes
retribuir a nossa própria vida. Por isso, devemos respeitá-los e dar-
lhes toda a nossa atenção. Não importa se são bons ou maus. A
ingratidão dos filhos para com os pais não tem fundamento lógico:
será que estaríamos escrevendo essas linhas se eles não nos
tivessem dado a oportunidade da reencarnação?
V. Não mateis.
O ser humano não tem o direito de tirar a vida de quem quer que
seja, pois ela pertence ao Criador. Aliás, não somos donos nem do
nosso próprio corpo, que é um empréstimo de Deus para que
possamos desempenhar as nossas funções aqui na Terra.
VI. Não cometais adultério.
O adultério não deve ser visto apenas como fornicação. O seu
sentido é mais amplo, e deve ser estendido a todos os atos de
nossa vida. Jesus já nos alertava sobre o pecado pelo pensamento,
pois tudo começa com uma simples idéia.
VII. Não roubeis.
Há diversos tipos de roubos: de dinheiro, de coisas, de objetos. Há
também os roubos de tempo, do sossego e da quietude do próximo.
VIII. Não presteis testemunho falso contra o vosso próximo.
Cada um de nós pode ser o próximo que está recebendo falso
testemunho. Será que gostaríamos que isso acontecesse conosco?
IX. Não desejeis a mulher do vosso próximo.
Desejar a mulher do próximo tem muito a ver com o adultério.
Educar o pensamento e os sentimentos é o ponto chave. Mesmo
assim, convém não nos deixarmos influenciar demasiadamente
pelos meios de comunicação de massa.
X. Não cobiceis a casa do vosso próximo, nem o seu servo, nem a
sua serva, nem o seu boi, nem o seu asno, nem qualquer das
coisas que lhe pertençam.
A inveja é o maior dos males. Jesus ensinou-nos de que devemos
ser nós mesmos. Ele dizia: "Sê tu mesmo, desenvolva a tua
personalidade". Sigamos o nosso caminho. O que iremos ganhar
andando pelo caminho traçado pelos outros?
5.2. O ENSINAMENTO DE ALLAN KARDEC
"Esta lei é de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso
mesmo, caráter divino. Todas as outras são leis estabelecidas por
Moisés, obrigado a manter, pelo temor, um povo naturalmente
turbulento e indisciplinado, no qual tinha que combater os abusos
enraizados e os preconceitos hauridos na servidão do Egito. Para
dar autoridade às suas leis, ele deveu atribuir-lhes origem divina,
assim como fizeram todos os legisladores dos povos primitivos; a
autoridade do homem deveria se apoiar sobre a autoridade de
Deus; mas só a idéia de um Deus terrível podia impressionar
homens ignorantes, nos quais o senso moral e o sentimento de uma
delicada justiça eram ainda pouco desenvolvidos. É bem evidente
que, aquele que tinha colocado em seus mandamentos: "Tu não
mataras; tu não farás mal ao teu próximo" não poderia se
contradizer fazendo deles um dever de extermínio. As leis mosaicas
propriamente ditas, tinham, pois, um caráter essencialmente
transitório". (Kardec, 1984, p. 34)
5.3. A INTERPRETAÇÃO DO ESPÍRITO ANDRÉ LUIZ
1. Consagra amor supremo ao Pai de Bondade Eterna, n’Ele
reconhecendo a tua divina origem.
2. Precata-se contra os enganos do antropomorfismo, porque
padronizar os atributos divinos absolutos pelos acanhados atributos
humanos é cair em perigosas armadilhas da vaidade e do orgulho.
3. Abstém-te de envolver o Julgamento Divino na estreiteza de teus
julgamentos.
4. Recorda o impositivo da meditação em teu favor e em beneficio
daqueles que te atendem na esfera do trabalho, para que possas
assimilar com segurança os valores da experiência.
5. Lembra-te de que a dívida para com teus pais terrestres é
sempre insolvável por sua natureza sublime.
6. Responsabilizar-te-ás pelas vidas que deliberadamente
extinguires.
7. Foge de obscurecer ou conturbar o sentimento alheio, porque o
cálculo delituoso emite ondas de força desorientada que voltarão
sobre ti mesmo.
8. Evita a apropriação indébita para que não agraves as próprias
dívidas.
9. Desterra de teus lábios toda palavra dolosa a fim de que se não
transforme, um dia, em tropeço para os teus pés.
10. Acautela-te contra a inveja e o despeito, a inconformação e o
ciúme, aprendendo a conquistar alegria e tranqüilidade, ao preço do
esforço próprio porque os teus pensamentos te precedem os
passos, plasmando-te, hoje, o caminho de amanhã. (Xavier, 1977,
p. 160)
6. CONCLUSÃO
Moisés, com a tábua dos Dez Mandamentos, abriu o caminho da
moral cristã. Jesus, pela sua pregação evangélica, continuou a sua
obra; ao Espiritismo cabe a tarefa de terminá-la.
7. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
EQUIPE DA FEB. O Espiritismo de A a Z. Rio de Janeiro: FEB,
1995.
http://www.chabad.org.br/tora/10mandamentos.htm
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed. São
Paulo: IDE, 1984.
XAVIER, F. C. e VIEIRA, W. Evolução em Dois Mundos, pelo
Espírito André Luiz, 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1977.
Wikipedia
TEMA: 3.4 OS DEZ MANDAMENTOS E NÓS II Perante os Pais IDÉIAS
BÁSICAS • O 5º mandamento nos recomenda honrar pai e mãe. • Entre
todas as amizades terrenas devemos oferecer o primeiro lugar aos
nossos pais. • Como instrumento dos desígnios de Deus, os pais, pelo
processo reencarnatório, nos oferecem, com carinho e alegria, a
possibilidade do aprendizado na Terra • Preparam a nossa jornada
ensinando nos as primeiras lições e tornam se os nossos primeiros
amigos. • Honrar pai e mãe é um mandamento não só de respeito, mas
acima de tudo, de amor e gratidão. • Honrar é amar, respeitar, obedecer
e servir nos limites de nossas possibilidades, oferecendo lhes sempre
que necessário, o amparo de que venham carecer. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS PARA A PREPARAÇÃO DO EVANGELIZADOR 1. Bases
Evangélicas Mateus: 15:4 15:20 19:19. Marcos: 7:10 a 13. João: 2:3 a
5 8:49 19:25 a 27. Efésios: 6:1 a 3. Colossences: 3:20. I Timóteo: 5:4.
Velho Testamento: 20:12. 2. Bases Doutrinárias O Livro dos Espíritos:
207 a 210, 582, 583, 773, 774, 890 a 892 O Evangelho Segundo o
Espiritismo: Cap.1, itens l e 2 Cap.14 (todo) Cap.23, itens 1 a 6. 3.
Obras Subsidiárias Idéias e Ilustrações: Cap.36 Palavras de Vida
Eterna: Cap.168 e 169 Relicário de Luz “Depois da Separação”,
“Ternura e Esperança” e “Doce Bilhete” Os Dez Mandamentos: Cap.5.
Leia mais: https://www.uemmg.org.br/cofemg/area-de-infancia-e-
juventude/conteudo-programatico/livro/3-antecedentes-do-cristianismo/
34-os
TEMA: 3.3 OS DEZ MANDAMENTOS E NÓS I Perante Deus IDÉIAS
BÁSICAS • Os primeiros mandamentos de Moisés evidenciam a idéia de
um Deus único e nos conclamam a uma atitude mais justa frente a Ele. •
A Deus devemos tudo, inclusive a nossa existência, portanto, a Ele
devemos dar o primeiro lugar em nossa mente e coração. • Deixamos de
adorar a Deus acima de todas as coisas, sempre que abrigamos em
nosso íntimo a idolatria por coisas, pessoas ou desejos. • Quando Jesus
nos ensina que Deus é espírito e que devemos adorá lo em espírito e
verdade nos alerta quanto aos riscos do culto exterior. • A Doutrina
Espírita estabelece para nós a religião natural que permite adorar Deus
diretamente do coração, isento de templos, hierarquias, ritos, dogmas,
etc. • Quando pronunciarmos o nome de Deus, devemos fazê lo com
respeito, recordando tudo o que a Ele devemos, jamais tomando o em
brincadeiras ou juramentos, os quais, normalmente se evidenciam fúteis
e desnecessários. • Todos os dias devem ser santificados, com
valorização dos dons da vida, do corpo e do equilíbrio que o Senhor nos
concede para nossa evolução, como quem luta para preservar um
valioso tesouro que lhe foi confiado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PARA A PREPARAÇÃO DO EVANGELIZADOR
Leia mais: https://www.uemmg.org.br/cofemg/area-de-infancia-e-
juventude/conteudo-programatico/livro/3-antecedentes-do-cristianismo/
33-os
TEMA: 3.5 OS DEZ MANDAMENTOS E NÓS III Perante o Próximo
IDÉIAS BÁSICAS • Os últimos mandamentos do Decálogo nos
conclamam a atitude correta e digna perante o próximo. • “Não
matarás” significa que, além do respeito que devemos à vida do
semelhante, não devemos nos encolerizar, conforme nos alerta Jesus. •
Quem comete um crime, antes pensa e o alimenta em seu íntimo; logo,
encolerizar ou manter mágoa no coração é uma atitude perigosa porque
pode ser o primeiro passo para um crime. • “Não adulterarás” além do
respeito devido às criaturas, necessário se torna não guardar em seu
íntimo qualquer idéia ou pensamento que redunde em prejuízo ao
próximo. • Quando usamos de recursos escusos para nos beneficiar,
estamos adulterando fatos, situações ou coisas. • “Não furtarás” não se
limita apenas à honestidade frente ao patrimônio alheio. O cristão deve
ser honesto em pensamento, palavras e atos. • No colégio, o aluno que
cola está adulterando e furtando a si mesmo. Se deixa de estudar, furta
o tempo e os recursos empregados por seus pais para sua instrução. •
“Não dirás falso testemunho” não se resume a juramentos delituosos,
implicando também na necessidade de atitudes nobres e cristãs para
que o nosso falar seja sempre “sim, sim” “não, não”. • Sempre que
exageramos narrativas de acontecimentos ou deturpamos fatos ou
informações acerca de situações ou pessoas, estamos imprevidamente
perjurando. • “Não cobiçarás” nos leva à necessidade de contentarmo
nos com o que Deus nos concede e sentirmos felizes com a alegria do
próximo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PARA A PREPARAÇÃO DO
EVANGELIZADOR 1. Bases Evangélicas Mateus: 5:17 a 48 22:34 a 40
26:4 e 5 26:24 e 25 26:51 e 52 26:59 e 60 27:11 a 31 28:11 a 15.
Marcos: 3:31 a 35 6:30 a 44 10:2 a 12 10:17 a 21 10:43 a 45 14:7
14:56 e 57. Lucas: 4:40 e 41 6:36 a 38 10:27 e 28 18:18 a 25 23:1 e
2. João: 12:6 14:15 15:12. Romanos: 13:10 14:10 15:13. Velho
Testamento: Êxodo: 20:13 a 17. 2. Bases Doutrinárias: Livro dos
Espíritos: 231, 531, 621, 629 a 646, 669 a 673, 693 a 697, 700, 701,
716, 717, 742 a 765, 803, 814 a 816, 829 a 832, 873 a 885, 913 a 917,
943 a 957, 963 e 964. Livro dos Médiuns: Cap.20 (todo), Cap.22, itens
245, 246, 252, 253. O Evangelho Segundo o Espiritismo: Cap.1, itens 1 e
2, Cap.10, itens 11 e 13, Cap.11 (todo), Cap.12, itens 9 a 16, Cap.15,
itens 1 a 5. 3. Obras Subsidiárias Alma em Desfile: Caps.2 e 23
Companheiro: Cap. 4 Conduta Espírita: Cap.20 Estante da Vida: Cap.10
Estude e Viva: Cap.19 Fonte Viva: Caps.43, 71, 141 e 151 Idéias e
Ilustrações: Caps. 20 e 35 Os Dez Mandamentos: Caps. 6, 7, 8, 9 e 10
Palavras de Vida Eterna: Caps.11 e 23 Pontos e Contos: Cap.33
Relicário de Luz: “Orientação” e “O Instante Divino” Segue-me: “O amor
Puro”.
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juventude/conteudo-programatico/livro/3-antecedentes-do-cristianismo/
35-os
E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o e dizendo: Mestre, que farei para
herdar a vida eterna? E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês? E, respondendo ele,
disse: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as
tuas forças, e de todo o teu entendimento e ao teu próximo como a ti mesmo. E disse-lhe:
Respondeste bem; faze isso e viverás. Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a
Jesus: E quem é o meu próximo? Lucas, 10:25-29
A síntese proposta por Jesus, em torno do amor, é das mais belas psicoterapias que se
conhece: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.
Ante a impossibilidade de o homem amar a Deus em plenitude, já que tem dificuldade
em conceber o absoluto, realiza o mister, invertendo a ordem do ensinamento,amando-se de
início, a fim de desenvolver as aptidões que lhe dormem em latência.
Esforçando-se para adquirir valores iluminativos a cada momento, cresce na direção
do amor ao próximo, decorrência natural do autoamor, já que o outro é extensão dele mesmo.
Então, finalmente conquista o amor a Deus, em uma transcendência incomparável, na
qual o amor predomina em todas as emoções e é o responsável por todos os atos.
O Espírito Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo Franco, apresenta a
necessidade primeira de autoamor, como alavanca fundamental para a conquista de todas as
esferas desse sentimento supremo.
Mas, de que forma amar a si mesmo?
O como a si mesmo, da proposta de Jesus, é um imperativo que não deve ser
confundido com o egoísmo, ou o egocentrismo.
Amar a si mesmo significa respeito e direito à vida, à felicidade que o indivíduo tem e
merece.
Trata-se de um amor preservador da paz, do culto aos hábitos sadios e dos cuidados
morais, espirituais e intelectuais para consigo mesmo.
É sempre estar fazendo as melhores escolhas para si mesmo, vendo-se como Espírito
imortal, sem nunca deixar de respeitar, obviamente, o bem comum.
Quando escolho amar mais minha família, dedicando-me inteiramente aos
relacionamentos, cultivando a paciência e a tolerância, estou amando a mim mesmo.
Quando escolho perdoar e deixar de levar comigo o peso de uma mágoa, estou amando
a mim mesmo.
Quando escolho aprender, buscando aprimoramento intelectual nas áreas do
conhecimento de meu interesse, estou me autoamando.
Quando me aceito como sou e vejo em minhas imperfeições situações temporárias -
uma vez que me esforço para corrigir meus erros - estou amando a mim mesmo.
Quando me dedico, diariamente, ao exame de consciência, à meditação, ao
autoconhecimento, estou dando provas de amor a mim mesmo.
São exemplos de atitudes, de pensamentos e sentimentos que elevam nossa autoestima
- que é este julgamento que fazemos de nós mesmos - e nos empurram sempre para frente,
para a felicidade.
O autoamor proporciona uma visão mais clara de quem se é, do que se deseja e do que
não se deseja para si.
É através dele que estabelecemos metas para nossa existência: metas educacionais,
familiares, sociais, artísticas, econômicas e espirituais, pensando em nós não apenas agora,
mas nos cuidados para com o futuro.
Somos todos importantes. Criaturas únicas no Universo que buscam a felicidade através
do aprender a amar: a si, ao outro e a Deus.
Ame a você mesmo... Enquanto é hoje.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 13, do livro Amor, imbatível
amor, de Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 15.11.2011.
Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles;
porque esta é a Lei e os Profetas.
Mateus 7:12