Aula 03
Direito Administrativo p/ TRTs - Técnico Judiciário - Área Administrativa - Com
videoaulas
Professor: Daniel Mesquita
Direito Administrativo p/ TRT Técnico
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Teoria e exercícios comentados.
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AULA 03: Poderes administrativos
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO À AULA 03 2
2. PODERES ADMINISTRATIVOS. 2
2.1. USO E ABUSO DE PODER 5
3. PODER HIERÁRQUICO 9
4. PODER DISCIPLINAR 20
5. PODER REGULAMENTAR 33
6. PODER DE POLÍCIA 49
6.1. CONCEITO 49
6.2. ATRIBUTOS 50
6.3. INDELEGABILIDADE 59
6.4. POLÍCIA ADMINISTRATIVA X POLÍCIA JUDICIÁRIA 60
7. PODER VINCULADO 88
8. PODER DISCRICIONÁRIO 89
9. RESUMO DA AULA 98
10. QUESTÕES COMENTADAS 103
11. REFERÊNCIAS 149
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1. Introdução à Aula 03
Nessa aula 03 do curso de Direito Administrativo, preparatório para
o concurso do TRT – Técnico Judiciário (Área Administrativa),
falaremos dos seguintes assuntos: “Poderes Administrativos”.
Não se esqueça que, ao final, você terá um resumo da aula e as
questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na
véspera da prova!
Num concurso como este, a matéria é muito extensa. Não há como
você ler a matéria hoje e apreender tudo até no dia da prova. Por isso,
programe-se para ler os resumos na semana que antecede a prova.
Lembre-se: o planejamento é fundamental.
Chega de papo, vamos à luta!
2. Poderes administrativos.
Certamente, você já ouviu falar que na Administração Pública vige
o princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse
privado, ou seja, os atos estatais se impõem perante os particulares,
pois o Estado age visando o interesse público.
Entretanto, como é que esse princípio se materializa? Como é que,
na prática, a Administração se sobrepõe ao particular?
Isso ocorre por meio dos poderes administrativos. O ordenamento
jurídico coloca esses poderes a disposição do Estado para que ele tenha
meios de impor a sua a supremacia.
Os agentes públicos, por gozarem desses poderes (=
prerrogativas), encontram-se numa posição superior ao cidadão
comum. Assim, o Estado consegue dirimir os conflitos da sociedade.
Esse poder não é uma faculdade da Administração. A professora Di
Pietro assim diz “Embora o vocábulo poder dê a impressão de que se
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trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-
dever, já que reconhecido ao poder público para que o exerça em
benefício da coletividade; os poderes são pois irrenunciáveis”.
São poderes da Administração: 1.Poder hierárquico; 2.Poder
disciplinar; 3.Poder regulamentar; 4. Poder de polícia. Alguns autores
colocam a discricionariedade e a vinculação como poderes da
Administração, por isso, esses “poderes” também serão tratados ao
longo desta aula.
Os poderes, contudo, não são uma arma brutal que provoca um
ataque sem defesa contra os administrados, eles são limitados pelos
direitos individuais previstos na Constituição, como o direito a ampla
defesa e o contraditório, por exemplo, pela lei, pelos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade e por diversos outros postulados,
como o do controle dos atos administrativos.
Agindo o administrador fora dos objetivos legais ele comete abuso
de poder, e se ao contrário não exerce os poderes a ele conferidos
comete abuso de poder por omissão.
Ótimo professor! Quanto ao poder-dever, entendi a noção geral de
poder, mas há um contrapeso em relação a esses poderes? Não incide
aqui no direito administrativo a máxima de que grandes poderes geram
grandes responsabilidades?
Há sim um contrapeso, meus caros e este contrapeso são os
deveres (= restrições ou sujeições) dos administradores públicos.
O administrador não pode se abster de praticar os atos de sua
competência legal, uma vez que ele deve obediência ao princípio da
legalidade. Dessa forma, quando a Administração tem o dever de agir,
mas assim não faz, o agente que for omisso será responsabilizado,
possibilitando que cidadão acione as vias judiciais para a obtenção do
ato que a autoridade ou a Administração tinha o dever de fazê-lo, e não
o fez.
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Tendo em vista que a Administração deve obedecer à lei, inclusive
nas atividades discricionárias, surgem os deveres do Administrador
Público. De forma geral, a Administração deve agir com eficiência (=
boa administração), proporcionalidade, lealdade, obediência (o
servidor deve obedecer e executar às ordens legais de seus
superiores), devendo ainda prestar contas de seus atos e agir de
forma correta, ética, com probidade.
Hely Lopes traz os três principais deveres do Administrador
Público:
1. DEVER DE EFICIÊNCIA: Espera-se que o Administrador
Público tenha bons resultados, atuando com o melhor desempenho
possível em suas atribuições. Esse dever se impõe a todo agente
público, visando resultados positivos e satisfatórios para a atividade
pública com a sociedade. Não basta agir com rapidez, o rendimento é
essencial! Além de abranger os aspectos quantitativos e qualitativos do
serviço.
2. DEVER DE PROBIDADE: Este dever está enraizado na
conduta do Administrador, do mais simples ao mais complexo ato
praticado pelo Administrador, afinal, para que o Administrador aja com
na forma da lei, a probidade é indispensável. O dever de probidade é
tão importante que foi tratado pela Constituição Federal. Veja só:
Art. 37 § 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário, na forma e
gradação prevista em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
3. DEVER DE PRESTAR CONTAS: Já que Administração
“administra” os bens e também gere os interesses da população como
um todo, existe um cuidado a ser feito com a gerência do que é do
povo. Nas palavras de Hely Lopes: “Se o administrar corresponde ao
desempenho de um mandato de zelo e conservação de bens e
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interesses de outrem, manifesto é que quem o exerce deverá contas ao
proprietário.”
O dever de prestar contas é da Administração para com a
sociedade, devendo a gestão administrativa ser clara, não só quanto ao
uso de dinheiro, mas a toda atividade realizada pela Administração.
Este dever também foi tratado na nossa Constituição Federal:
Art. 70 § único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
E o dever de lealdade, professor, o que esse dever significa?
Significa que o administrador deve ser leal às instituições
públicas. Assim como ele é fiel a sua esposa, ele deve ser fiel ao
interesse público, devendo se dedicar ao serviço e respeitar as leis e
as instituições estatais, nunca atuando contra os objetivos da
Administração.
2.1. Uso e Abuso de poder
Uso e abuso de poder é o gênero que abrange duas espécies:
desvio de poder e excesso de poder.
Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou.
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Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a
finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade
prevista na lei para aquele ato específico.
Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando
o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de
sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de
poder.
Assim, temos o importante quadro, com fundamento na doutrina
de Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino – SINAL DE ALERTA:
Desvio de poder – vício na
finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência
Questões de
concurso
1. (CESPE – 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública. O excesso de poder, espécie de abuso de poder,
ocorre quando o agente público ultrapassa os limites impostos a suas
atribuições.
O abuso de poder é divido em duas vertentes. A primeira o
Excesso de Poder, que ocorre quando o agente excede os limites da
sua competência. Logo viola não só o princípio da Supremacia do
Interesse Público mas também a sua competência.
A segunda é o Desvio de Poder ou de finalidade, que ocorre
quando o agente possui a competência, mas não responde a
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determinada finalidade disposta na lei. Logo viola não só os princípios
da Impessoalidade e da Moralidade, como também a sua finalidade.
Gabarito – Certo.
2. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de
competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem
ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o
fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse
caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade
denominada excesso de poder.
Com o que vimos você já acertaria, mas observe como o CESPE
copiou o exemplo dado por Di Pietro:
“Seria o excesso de poder, que ocorre quando a autoridade vai
além daquilo que ela teria competência para praticar. Por exemplo, ela
só pode aplicar a pena até de suspensão, mas aplica a pena de
demissão. Outro exemplo é o do policial que se excede no uso da força.
Ele tem competência para atuar, mas se excede no uso dos meios que a
lei lhe dá para atingir os fins de interesse público.”
Item correto!
3. (FCC - 2010 - TRE-AM - Técnico Judiciário) Sobre o abuso
de poder, é correto afirmar que:
a) para combatê-lo, não há medida judicial cabível, devendo o
prejudicado recorrer à via administrativa.
b) o abuso de poder só pode revestir a forma omissiva, não a
comissiva.
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c) o uso do poder é lícito, enquanto o abuso pode ser lícito ou
ilícito, dependendo da finalidade.
d) a improbidade deve sempre ser considerada uma espécie de
abuso de poder.
e) todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio de poder
Existe sim medida judicial cabível para combater o abuso de
poder. Sempre o direito individual do administrado for ofendido, haverá
a possibilidade de correção judicial. Letra “a”
O abuso de poder pode ser tanto da forma comissiva, quanto da
omissiva. Dependerá da forma em que a lei foi violada e causou lesão
ao direito individual do Administrado. Letra “b” errada.
Quando você se deparar com alguma questão que afirma a
licitude do abuso de poder, pode marcar errada. Em nenhum caso será
permitido o abuso de poder. Letra “c” errada.
Abuso de poder é o gênero, que abrange duas espécies: desvio
de poder e excesso de poder.
Como se vê, improbidade não é uma espécie de abuso de poder,
letra “d” errada.
Letra “e” é a alternativa correta. Todo ato abusivo é nulo, por
excesso ou desvio de poder.
Gabarito: letra E
4. (FCC – 2015 - TCE-CE -Analista de Controle Externo-
Atividade Jurídica) Carmelo e Leôncio são servidores públicos, sendo o
primeiro chefe do segundo. Leôncio e Carmelo participaram de um
torneio interno de futebol e Leôncio foi eleito o melhor jogador do
campeonato. Carmelo, inconformado com o resultado do prêmio
futebolístico, removeu Leôncio para localidade distante, a fim de que
este não mais pudesse participar do campeonato. Neste caso, Carmelo
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a) deveria ter contado com a anuência da autoridade superior
para efetuar a remoção.
b) agiu dentro das suas atribuições legais.
c) poderia ter realizado esta remoção, uma vez que possui poder
hierárquico para tal.
d) somente poderia ter realizado a remoção, com este
fundamento, após a instauração de processo administrativo.
e) incorreu em desvio de poder.
Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder
pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade
alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de
interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou.
Como se vê: sempre, no desvio de poder, o que está envolvido é a
finalidade do ato, ou fora do interesse público ou fora da finalidade
prevista na lei para aquele ato específico.
Excesso de poder, por sua vez, é vício na competência. Quando
o agente atua transbordando de sua competência, ou seja, vai além de
sua competência definida em lei ou na Constituição, há o excesso de
poder.
Gabarito – Letra E.
3. Poder Hierárquico
Segundo Leandro Zannoni, “o poder hierárquico decorre da
hierarquia, que é o vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos
e agentes superiores e inferiores”. Ou seja, tanto os órgãos como os
agentes públicos estão organizados de forma hierárquica e dessa
relação de superioridade surgem poderes, o chamado poder
hierárquico.
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O poder hierárquico garante que o princípio da eficiência seja
cumprido na administração pública, através do poder de coordenação e
subordinação dentro da mesma pessoa jurídica. Aqueles que são
subordinados estão mais próximos da execução dos atos. Os superiores
controlam e fiscalizam a atuação dos inferiores.
Nos Poderes Legislativo e Judiciário a relação é diferente, pois os
seus membros (juízes e parlamentares) gozam de independência
funcional no exercício de suas funções típicas.
No Poder Judiciário, por exemplo, existe uma distribuição de
competência entre as instâncias, essas instâncias funcionam com
independência umas das outras, e prevalece o princípio da livre
convicção do juiz, em que não há subordinação jurídica aos tribunais
superiores.
Zannoni ainda leciona que da hierarquia decorrem os seguintes
poderes:
i) De editar atos normativos (como decretos,
resoluções, portarias e instruções) com o intuito de ordenar
genericamente os subordinados;
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens
específicas, os quais devem obedecer, salvo se a ordem for
manifestamente ilegal;
iii) De fiscalizar a atividade inferior;
iv) De anular os atos inferiores ilegais;
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou
inconvenientes;
vi) De aplicar sanções aos infratores;
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou
negativos);
viii) Delegar atribuições
ix) Avocar atribuições.
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MUITO CUIDADO: O poder hierárquico não chega ao ponto de
excluir ou retirar a competência do subordinado. Isso porque, a
competência decorre de lei e não da vontade do administrador.
Assim sendo, quando há a delegação - “transferência de
atribuições de um órgão a outro no aparelho administrativo”- CRETELLA
JR., deverá ser temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como
regra o exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente
que havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será
obrigado a cumpri-la.
A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário.
Questões de
concurso
5. (CESPE – 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública.
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a
capacidade de aplicar penalidades.
A questão não trata do poder hierárquico e sim do poder de
disciplinar, que concede à administração pública o poder de pugnar as
infrações seus servidores e infrações administrativas cometidas por
particulares que estejam vinculados por algum motivo jurídico.
Gabarito – Errado.
6. (2014/CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) No
tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os próximos
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itens. O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos
administrativos por ele mesmo produzidos.
RESPOSTA:
O Poder Judiciário, na sua função atípica de administração,
expede atos administrativos, podendo nesse caso revogar, por
conveniência e oportunidade, ou anular, quando eivados de vícios. Veja
o que a súmula 473 diz:
Súmula 473 STF: A administração pode anular seus próprios
atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não
se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.
Gabarito: C
7. (2014/ CESPE/TJ-DF/ Titular de Serviços de Notas e de
Registros) Com relação aos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) A polícia administrativa realiza atividades fiscalizatórias e
repressivas e suas ações incidem sobre bens, serviços e pessoas.
b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse público, alheia à
categoria do ato que utilizou, o agente público competente incorre em
excesso de poder.
c) Os atos administrativos praticados no exercício do poder de polícia
não são suscetíveis de controle judicial, uma vez que se caracterizam
por coercibilidade e autoexecutoriedade.
d) A atividade da administração pública que, mediante atos
normativos ou concretos, limita ou condiciona a liberdade e a
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propriedade dos indivíduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-
se ao exercício do poder regulamentar.
e) A avocação e a delegação de competência são atos
administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da
administração pública.
RESPOSTA:
a) ERRADO. Poder de polícia não atua sobre pessoas, apenas
sobre propriedade e liberdade.
b) ERRADO. O excesso de poder ocorre quando o administrador é
competente para realizar o ato, mas ao fazê-lo extrapola seu limite. No
caso, ocorreu desvio de finalidade.
c) ERRADO. Todo ato administrativo é suscetível de controle judicial na
forma do art. 5o, XXXV, CF. O Poder Judiciário não pode adentrar na
discricionariedade do administrador.
d) ERRADO. O item se refere ao poder de polícia.
e) CORRETO. A avocação e a delegação de competência são, de fato,
atos administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da
administração pública.
Gabarito: E
8. (FCC – 2014 – TRT-19º- Técnico) Carlos Eduardo, servidor
público estadual e chefe de determinada repartição pública, adoeceu e,
em razão de tal fato, ficou impossibilitado de comparecer ao serviço
público. No entanto, justamente no dia em que o mencionado servidor
faltou ao serviço, fazia-se necessária a prática de importante ato
administrativo. Em razão do episódio, Joaquim, servidor público
subordinado de Carlos Eduardo, praticou o ato, vez que a lei autorizava
a delegação. O fato narrado corresponde a típico exemplo do poder
(A) disciplinar.
(B) de polícia.
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(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) normativo-disjuntivo.
Observe que a questão frisa que o ato foi praticado, vez que a lei
autorizava a delegação. É muito importante essa observação!! Dito
isso e por tudo que acabamos de ver na aula, fica fácil né?
Gabarito: D
9. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário) O
poder hierárquico encontra-se presente:
a) nas relações entre a Administração pública e as empresas
regularmente contratadas por meio de licitação.
b) na relação funcional entre servidores estatutários e seus
superiores.
c) nas relações de limitação de direitos que se trava entre
administrados e autoridades públicas.
d) entre servidores estatutários de mesmo nível funcional.
e) somente entre servidores e superiores militares.
A relação do poder hierárquico dá-se no âmbito da própria
Administração Pública. Assim, não tem o que se falar de poder
hierárquico entre Administração Pública e administrados ou contratados
por licitação. Para que se configure hierarquia, deve haver uma relação
de subordinação, que pode ser entre órgãos, ou entre servidores e seus
superiores, como informa a alternativa “b”.
Gabarito: “b”.
10. (FCC – 2013 – TRT –Técnico Judiciário) A possibilidade de
autoridade superior de órgão da Administração direta revogar ou anular
atos praticados por seus subordinados, nos termos da lei, é
exteriorização do poder.
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a) de Tutela.
b) Hierárquico.
c) Disciplinar.
d) Regulamentar.
e) Normativo.
Como vimos, da hierarquia decorre o poder de anular ou revogar
atos praticados pelos subordinados.
Anular os atos inferiores ilegais.
Revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes.
Gabarito: “B”
11. (FCC – 2012 – TJ – Analista Judiciário) Considere sob o foco
do poder hierárquico:
I. Chamar a si funções originariamente atribuídas a um
subordinado significa avocar, e só deve ser adotada pelo superior
hierárquico e por motivo relevante.
II. A revisão hierárquica é possível, desde que o ato já tenha se
tornado definitivo para a Administração ou criado direito subjetivo para
o particular.
III. As delegações quando possíveis, não podem ser recusadas pelo
inferior, como também não podem ser subdelegadas sem expressa
autorização do delegante.
IV. A subordinação e a vinculação política significam o mesmo
fenômeno e não admitem todos os meios de controle do superior sobre
o inferior hierárquico.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e III.
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e) I, III e IV.
I- O item está perfeito. É isso mesmo!!
II- O erro pode ser justificado com a súmula 473 do STF. Vamos
lembra-la?
STF Súmula nº 473 - Administração Pública - Anulação ou
Revogação dos Seus Próprios Atos - A administração pode anular seus
próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque
deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
III- Correto.
IV- Subordinação e vinculação são dois institutos opostos!
Gabarito: D
12. (FCC/2011/TRE-TO/Técnico Judiciário) Sobre o poder
hierárquico, é correto afirmar:
a) É possível a apreciação da conveniência e da oportunidade das
determinações superiores pelos subalternos.
b) Em geral, a responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes
da delegação cabe à autoridade delegante.
c) As determinações superiores - com exceção das manifestamente
ilegais -, devem ser cumpridas; podem, no entanto, ser ampliadas ou
restringidas pelo inferior hierárquico.
d) Rever atos de inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em
todos os seus aspectos, isto é, tanto por vícios de legalidade quanto por
razões de conveniência e oportunidade.
e) A avocação de ato pelo superior não desonera o inferior da
responsabilidade pelo mencionado ato.
Por óbvio, não cabe aos subalternos avaliar a conveniência e
oportunidade de seus superiores. Porém, não se esqueça de que as
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ordens ilegais não deverão ser cumpridas. Letra “a” errada. A
autoridade que pratica o ato, mesmo quando esse ato decorre de uma
atribuição delegada, deve se responsabilizar pelas consequências de
suas ações, letra “b” errada. Imagine só se as ordens dadas pelos
superiores pudessem ser ampliadas ou restringidas? Os subordinados
passariam a criar competências, o que só a lei pode fazer. O pior: cada
qual se acharia no direito de fazer o que bem entendesse ou de não
fazer nada. Letra “c” errada. Por favor, não se esqueçam que na
avocação, como é o superior quem pratica o ato, é ele quem será
responsável pelas consequências desse ato, letra “e” errada. Resposta
correta: Letra “d”.
Gabarito: “D”
13. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário)
NÃO constitui característica do poder hierárquico:
a) delegar atribuições que não lhe sejam privativas.
b) dar ordens aos subordinados, que implica o dever de obediência,
para estes últimos, salvo para as ordens manifestamente ilegais.
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, tendo o poder de
anular e de revogar atos administrativos.
d) avocar atribuições, desde que estas não sejam da competência
exclusiva do órgão subordinado.
e) editar atos normativos que poderão ser de efeitos internos e
externos.
Nessa questão não tem como fugir da listinha:
Decorre do poder hierárquico, a atribuição de:
i) De editar atos normativos (como decretos, resoluções,
portarias e instruções) com o intuito de ordenar genericamente
os subordinados;
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ii) De comandar os subordinados por meio de ordens específicas, os
quais devem obedecer, salvo se a ordem for manifestamente
ilegal; Alternativa “b” correta.
iii) De fiscalizar a atividade inferior; Alternativa “c” correta
iv) De anular os atos inferiores ilegais;
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes;
vi) De aplicar sanções aos infratores;
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou
negativos);
viii) Delegar atribuições; -Alternativa “a” correta.
ix) Avocar atribuições.” – Alternativa “d” correta.
Observe no primeiro item que a característica “de editar atos
normativos (como decretos, resoluções, portarias e instruções) com o
intuito de ordenar genericamente os subordinados;” não chega ao
ponto de viabilizar a edição de atos com efeitos externos! O poder
hierárquico se volta para dentro da administração!
Letra “e” não é uma característica do poder hierárquico.
Gabarito: “E”
14. (FCC - 2011 - TRT - 20ª Região/SE - Técnico Judiciário)
Dispõe o Poder Executivo de poder para distribuir e escalonar as
funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes,
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal. Trata-se do poder
a) disciplinar.
b) discricionário.
c) regulamentar.
d) de polícia.
e) hierárquico.
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O enunciado descreve literalmente o poder hierárquico. Lembre-se
que o poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o vinculo de
subordinação e coordenação entre órgãos e agentes superiores e
inferiores. Portanto, a resposta é a letra "e".
Gabarito: E
15. (FCC – 2015 - TRE-RR - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o
objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do
poder
a) disciplinar.
b) regulamentar.
c) hierárquico.
d) de polícia.
e) normativo.
Como acabamos de estudar acima, Segundo Leandro Zannoni “o
poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o vinculo de
subordinação e coordenação entre órgãos e agentes superiores e
inferiores”. Ou seja, tanto os órgãos como os agentes públicos estão
organizados de forma hierárquica e dessa relação de superioridade
surgem poderes, o chamado poder hierárquico.
Gabarito – Letra C.
16. (FCC – 2014 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Judiciário -
Tecnologia da Informação) Quando se diz que as relações da
Administração pública estão sujeitas à hierarquia, se quer dizer que é
possível estabelecer alguma relação de coordenação e de subordinação
entre os órgãos que compõem a Administração. Essa competência
expressa-se quando a Administração
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a) edita atos normativos de efeitos externos, obrigando seus
subordinados e os particulares que com eles se relacionam.
b) edita atos normativos para organizar a atuação dos órgãos que
integram sua estrutura.
c) instaura processos administrativos para apuração de
irregularidades e aplicação de sanções disciplinares e contratuais.
d) celebra contratos com particulares para atendimento do
interesse público.
e) fiscaliza a atuação dos subordinados e dos particulares,
inclusive com a aplicação de penalidades.
Pessoal, o Poder hierárquico tem a atribuição de criar, organizar,
distribuir e principalmente escalonar certas funções de seus órgãos, Ou
seja, editar atos normativos (como decretos, resoluções, portarias e
instruções) com o intuito de ordenar genericamente os subordinados
para então comandar os subordinados por meio de ordens específicas,
os quais devem obedecer, salvo se a ordem for manifestamente ilegal.
Gabarito - Letra B.
4. Poder disciplinar
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após
a devida averiguação dos fatos.
Esse poder disciplinar está intimamente ligado ao poder
hierárquico. No momento em que à administração exerce o controle
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interno das pessoas a ela vinculadas, exerce o poder disciplinar em uma
relação decorrente do poder hierárquico.
Nos contratos administrativos regidos pela Lei nº 8.666/93 não há
hierarquia. Apesar das cláusulas exorbitantes nos contratos
administrativos, a Administração e o particular contratado não se
situam em uma relação de subordinação.
Contudo, as bancas vêm adotando cegamente o posicionamento
doutrinário de Vicente de Paulo e Marcelo Alexandrino de que as
sanções administrativas a que se sujeitam os contratados decorrem do
poder disciplinar, uma vez que este seria “um vínculo jurídico
específico”.
Por isso, fique atento: para concurso, o poder disciplinar
fundamenta as sanções aplicadas nos contratos administrativos.
CUIDADO: Quando o assunto é a aplicação de pena para crimes e
contravenções próprias do Código Penal pelo Poder Judiciário, não há
manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o poder público está
exercendo poder punitivo do Estado e não o poder disciplinar.
Você verá que quando a lei confere alguma margem de liberdade ao
administrador para decidir sobre qual medida será adotada na situação que
se apresenta, o ato a ser praticado será discricionário.
Agora, uma pergunta: o poder disciplinar é discricionário?
Em regra não.
Normalmente, a lei, de forma expressa, estabelece qual é a sanção
ideal a ser aplicada no caso concreto. Se ocorreu o fato X, a lei diz que
o superior deve aplicar a sanção Y.
Nesse caso, ocorrido o fato X, não há pra onde correr. A sanção Y
deve ser aplicada, não há discricionariedade.
Pode-se chegar a essa conclusão observando o posicionamento do
STJ: “6.1. A infração do art. 117, XI, da Lei 8.112/90 – ‘atuar, como
procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
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segundo grau, e de cônjuge ou companheiro’ –, impõe a aplicação da
pena de demissão, nos termos do art. 132, XIII, desse mesmo estatuto.
6.2. Portanto, nesse caso, o administrador não tem qualquer margem
de discricionariedade na aplicação da pena, tratando-se de ato
plenamente vinculado. Configurada a infração do art. 117, XI, da Lei
8.112/90, deverá ser aplicada a pena de demissão, nos termos do art.
132, XIII, da Lei 8.112/90, sob pena de responsabilização criminal e
administrativa do superior hierárquico desidioso” (MS 15.437/DF, Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 27/10/2010,
DJe 26/11/2010)
Há casos, porém, em que a discricionariedade existe. Isso porque,
algumas vezes a própria lei concede à autoridade competente a
prerrogativa de decidir o alcance da sanção.
Se, por exemplo, a lei prevê que para o fato A aplica-se a pena de
suspensão por até 90 dias, ocorrido o fato A, o superior hierárquico tem
a liberdade de escolher por quanto tempo suspende o seu subalterno:
por 10, 20, 50 ou 90 dias, por exemplo.
Por fim, IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o
artigo 5º, LV, da CF: “aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;”.
Assim, para que a Administração utilize de seu poder disciplinar,
ela deve promover o contraditório e a ampla defesa do acusado, em
processo administrativo regularmente instaurado, antes de dar a
punição.
Para corroborar esse entendimento, destacamos também o § 1º do
art. 41 da Constituição Federal:
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§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:
I - em virtude de sentença judicial transitada em julgado;
II - mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada
ampla defesa;
III - mediante procedimento de avaliação periódica de
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla
defesa.
NÃO CAIA NESSA PEGADINHA:
Juiz não é demitido com processo administrativo. Ele tem a
garantia da “vitaliciedade”.
O que é isso professor?
Isso quer dizer que ele só pode ser demitido por decisão judicial
transitada em julgado! Isso mesmo: só um juiz ou um tribunal
(composto de juízes) pode demitir um colega!
Veja o art. 95, I, da Constituição:
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias:
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois
anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de
deliberação do tribunal a que o juiz estiver vinculado, e, nos
demais casos, de sentença judicial transitada em julgado;
Como se vê, a vitaliciedade é adquirida com 2 anos. Após a
aquisição da vitaliciedade, a demissão só ocorre com sentença judicial
transitada em julgado.
Vejam que esse assunto cai em prova! Vamos às questões!!!
Questões de
concurso
ATENÇÃO! NÃO CONFUNDAM PODER HIERÁRQUICO COM PODER
DISCIPLINAR!!!
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17. (FCC – 2015 - TCM-RJ - Auditor-Substituto de Conselheiro)
Considere que uma empresa contratada pela Administração pública para
a prestação de serviços de limpeza tenha cometido diversos
descumprimentos de suas obrigações contratuais e a ela tenham sido
aplicadas, pela Administração, proibição de participar de licitações. No
caso citado, a atuação da Administração é expressão de seu poder
a) disciplinar, que permite aplicar penalidades não apenas aos
servidores públicos mas também às demais pessoas sujeitas à disciplina
administrativa.
b) regulamentar, exercido nos limites da legislação que rege a
matéria.
c) hierárquico, decorrente da supremacia do interesse público
sobre o privado.
d) discricionário, que permite à Administração a escolha da
conduta que melhor atenda ao interesse público no caso concreto.
e) normativo, que permite impor obrigações aos administrados
em prol do interesse público.
O poder disciplinar fundamenta as sanções aplicadas nos
contratos administrativos. Quando o assunto é a aplicação de pena
para crimes e contravenções próprias do Código Penal pelo Poder
Judiciário, não há manifestação do poder disciplinar. Nesse caso, o
poder público está exercendo poder punitivo do Estado e não o poder
disciplinar.
Gabarito – Letra A.
18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar
consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever as
atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os órgãos
públicos, inclusive seus agentes.
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Essa é a definição do Poder Hierárquico. Portanto, item errado.
19. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação
deriva do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional quando o
servidor público subalterno comete uma falta funcional e é punido com
a perda temporária da função, desde que devidamente justificado pelo
chefe do setor.
Errado. Mais uma vez o examinador tentou confundir Poder
Hierárquico com Poder Disciplinar. Mas já sabemos que a avocação
decorre do poder hierárquico e não do poder disciplinar, é importante
lembrar que a avocação não é um tipo de punição, mas trata-se da
ação de chamar para si uma competência do subordinado, desde que
não seja competência exclusiva.
20. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas
com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas
contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades
de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder
hierárquico.
Mais uma vez a banca fazendo a relação entre poder hierárquico e
disciplinar!
Item errado. Estamos diante do conceito de poder disciplinar e não
hierárquico!
21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo
- Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública
confunde-se com o poder punitivo do Estado.
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A partir de hoje vocês não podem mais confundir! O poder
punitivo está intimamente ao Direito Penal e à proteção de bens
jurídicos considerados da mais alta importância, como a vida e a
integridade física. O poder de polícia está ligado a aspectos
administrativos da vida do Estado e dos administrados e a limitação de
alguns direitos, ao poder de sancionar os servidores e alguns
particulares em situação excepcionais.
Resposta: errado.
22. (FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário) A
propósito do poder disciplinar da Administração pública, é correto
afirmar:
a) Afasta 7 se ater aos expressos termos da lei.
b) Aplica-se aos servidores em geral, não se estendendo a
particulares, salvo se tiverem celebrado contrato administrativo com a
Administração pública.
c) É excludente em relação ao poder hierárquico, que se aplica
apenas na orientação das atividades dos servidores.
d) Abrange as sanções impostas a particulares, sujeitos a disciplina
interna da Administração, como os estudantes de escola pública.
e) É expressão da relação de coordenação e subordinação,
abrangendo atuação de controle, por isso restrito à esfera funcional.
Como vimos, o poder disciplinar dá certa margem de
discricionariedade para a autoridade, portanto, a alternativa “a” está
errada. A alternativa “b” faz uma restrição quanto aos particulares
passíveis de aplicação do poder disciplinar, restando, assim, mencionar
aqueles que tem uma relação jurídica especial, como por exemplo: os
doentes de hospital público, os detentos e estudantes de escola pública.
Quanto à alternativa “c”, o poder disciplinar é intimamente ligado ao
poder hierárquico. A alternativa “e” conceitua o poder hierárquico.
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Assim, a alternativa correta é a letra “d”, que, como visto, o poder
disciplinar abrange sanções impostas a particulares, por exemplo, aos
estudantes de escolas públicas.
Gabarito: “d”.
23. (FCC – 2013 – TRT – Técnico Judiciário) Entre os poderes
atribuídos à Administração pública insere-se o denominado poder
disciplinar, que corresponde ao poder de
a) impor restrições à atuação de particulares, em prol da
segurança pública.
b) coordenar e controlar a atividade de órgãos inferiores,
verificando a legalidade dos atos praticados.
c) editar normas para disciplinar a fiel execução da lei.
d) organizar a atividade administrativa, redistribuindo as unidades
de despesas.
e) apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos.
Letra “a”: trata-se de poder de polícia.
Letra “b”: poder hierárquico
Letra “c”: poder regulamentar
Letra “d”: poder hierárquico
Letra “e”: Finalmente, poder disciplinar
Gabarito: E
24. (FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Analista Judiciário) A
Administração Pública, ao tomar conhecimento de infrações, cometidas
por estudantes de uma escola pública, utiliza-se de um de seus poderes
administrativos, qual seja, o poder disciplinar. Nesse caso, a
Administração Pública
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a) poderia utilizar-se de tal poder contra os estudantes da escola
pública.
b) não poderia utilizar-se de tal poder, porém, pode impor sanções
aos estudantes, com fundamento no poder de polícia do Estado.
c) poderia utilizar-se de tal poder, no entanto, ele está limitado à
fase de averiguação, não cabendo à Administração, nessa hipótese,
punir.
d) não poderia utilizar-se de tal poder, vez que ele somente é
aplicável aos servidores públicos.
e) poderia utilizar-se de tal poder, que, nessa hipótese, será
discricionário, ou seja, pode a Administração escolher entre punir e não
punir.
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração de
examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após
a devida averiguação dos fatos.
Letra “a” correta.
Gabarito: “A”
25. (FCC – 2012 – TER-CE – Técnico Judiciário) No que diz
respeito ao poder disciplinar, a apuração regular de infração disciplinar
e a motivação da punição disciplinar são, respectivamente,
a) indispensável para a legalidade da punição interna da
Administração e prescindível para a validade da pena, em razão da
discricionariedade do poder disciplinar.
b) faculdade da Administração Pública, em razão da
discricionariedade presente no poder disciplinar e imprescindível para a
validade da pena.
c) indispensável para a legalidade da punição interna da
Administração e imprescindível para a validade da pena.
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d) faculdade da Administração Pública, em razão da
discricionariedade presente no poder disciplinar e prescindível para a
validade da pena, vez que a motivação tanto pode ser resumida, como
suprimida em alguns casos.
e) dispensável para a aplicação de penalidade, se houver prova
contundente acerca do cometimento da infração e imprescindível para a
validade da pena.
Já vimos que a apuração regular de infração disciplinar e a
motivação da punição disciplinar são indispensáveis e imprescindíveis
para a validade da pena.
Gabarito: C
26. (FCC – 2012 – TRT-1º- Juiz do Trabalho) A respeito dos
poderes da Administração, é correto afirmar que o poder
a) regulamentar fundamenta a edição, pelo Chefe do Executivo, de
normas gerais destinadas à coletividade, disciplinadoras de atividades
individuais.
b) hierárquico autoriza a avocação, pelo Ministério supervisor, de
matérias inseridas na competência das autarquias a ele vinculadas.
c) disciplinar autoriza a Administração a apurar infrações e aplicar
penalidades aos servidores públicos, não alcançando as sanções
impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da
Administração.
d) normativo autoriza a edição, pelo Chefe do Poder Executivo, de
decretos em matéria de organização administrativa, tais como a criação
de órgãos e cargos públicos.
e) hierárquico é aquele conferido aos agentes públicos para proferir
ordens e aplicar sanções a seus subordinados, com vistas ao bom
desempenho do serviço público.
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Vamos lá? As letras “b” e “d” tratam do poder hierárquico. Como já
estudamos, não há hierarquia entre a Administração Direta e Indireta.
Assim, não é possível que o Ministro (Administração Direta) avoque,
com base no Poder Hierárquico, as matérias inseridas na competência
das entidades vinculadas (Administração Indireta). Além disso, a letra
“E”, misturou os conceitos: poder hierárquico e disciplinar. O poder
disciplinar autoriza a Administração a apurar infrações e aplicar
penalidades. Assim temos nossa resposta: letra “c”!!
Gabarito: C
27. (FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário) Constitui exemplo
do poder disciplinar da Administração pública
a) a imposição de restrições a atividades dos cidadãos, nos limites
estabelecidos pela lei.
b) a imposição de sanção a particulares que contratam com a
Administração.
c) a edição de atos normativos para ordenar a atuação de agentes
e órgãos administrativos.
d) a edição de regulamentos para a fiel execução da lei.
e) o poder conferido às autoridades de dar ordens a seus
subordinados e rever seus atos.
As questões são bem repetitivas mesmo...Por isso, basta treinar!
Como vimos, a Administração, em decorrência do poder disciplinar,
pode impor sanções a particulares que contratam com a Administração.
Gabarito: B
28. (FCC – 2012 – TCE-AP – Técnico de Controle Externo)
Submetem-se ao poder disciplinar da Administração:
a) servidores submetidos ao regime estatutário e servidores
ocupantes de emprego público.
b) funcionários públicos, exclusivamente.
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c) particulares que atuam em setores considerados de interesse
público.
d) as entidades da Administração indireta, em face da tutela
exercida pelo ente instituidor.
e) os administrados, em face do poder da Administração de limitar
a atuação privada em prol do interesse coletivo.
Como essa questão pode gerar certa dúvida, tratarei dos itens mais
importantes.
B) A aplicação das punições é destinada aos agentes públicos, não
exclusivamente aos funcionários públicos. Errado.
C) Lembre-se que o poder disciplinar só alcança os particulares
ligados a Administração mediante algum vínculo jurídico (ex: contrato
administrativo). Errado
E) Esse é o poder de polícia!
Gabarito: A
29. (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário) A atividade da
Administração consistente na limitação de direitos e atividades
individuais em benefício do interesse público caracteriza o exercício do
poder
a) regulamentar, exercido mediante a edição de atos normativos
para fiel execução da lei e com a prática de atos concretos, dotados de
autoexecutoriedade.
b) de polícia, exercido apenas repressivamente, em caráter
vinculado e com atributos de coercibilidade e auto- executoriedade.
c) disciplinar, exercido com vistas à aplicação da lei ao caso
concreto, dotado de coercibilidade e autoexecutoriedade.
d) de polícia, exercido por meio de ações preventivas e repressivas
dotadas de coercibilidade e autoexecutoriedade.
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e) disciplinar, consistente na avaliação de conveniência e
oportunidade para aplicação das restrições legais ao caso concreto, o
que corresponde à denominada autoexecutoriedade.
Evidente que o enunciado traz a definição de poder de polícia.
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse
coletivo. Mas vá com calma! A alternativa “b” diz que o poder de polícia
é exercido apenas repressivamente, o que não é verdade, além de
repressivo, poderá atuar também de forma preventiva.
Assim, só nos resta a alternativa “d”, que é a correta.
Gabarito: “D”
30. (FCC – 2011 – TER-TO – Técnico Judiciário) Sobre o poder
disciplinar, é correto afirmar:
a) Existe discricionariedade quanto a certas infrações que a lei não
define, como ocorre, por exemplo, com o "procedimento irregular" e a
"ineficiência no serviço", puníveis com pena de demissão.
b) Há discricionariedade para a Administração em instaurar
procedimento administrativo, caso tome conhecimento de eventual falta
praticada.
c) Inexiste discricionariedade quando a lei dá à Administração o
poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a
gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço
público.
d) O poder disciplinar é sempre discricionário e decorre da
supremacia especial que o Estado exerce sobre aqueles que se vinculam
à Administração.
e) É possível, em determinadas hipóteses, que a Administração
deixe de punir o servidor comprovadamente faltoso.
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Bom pessoal, nessa questão a banca utilizou os ensinamentos da
professa Di Pietro. Peço vênia para a transcrição.
"Discricionalidade existe também com relação a certas infrações
que a lei não define; é o caso do "procedimento irregular" e da
"ineficiência no serviço", puníveis com pena de demissão, e da "falta
grave", punível com suspensão; são expressões imprecisas, de modo
que a lei deixou à Administração a possibilidade de enquadrar os casos
concretos em uma ou outra dessas infrações."
Gabarito: A
5. Poder regulamentar
Tudo bem até aqui?
Qualquer dúvida você pode me mandar um e-mail.
Vamos em frente!
A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder
regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do
Poder Executivo para editar atos administrativos normativos,
complementares à lei para a sua fiel execução.
Nas palavras de Marcelo Alexandrino “Os atos administrativos não
têm destinatários determinados; incidem sobre todos os fatos ou
situações que se enquadrem nas hipóteses que abstratamente
preveem. Os atos administrativos normativos editados pelo Chefe do
Poder Executivo assumem a forma de decreto.”
Veja o que a Constituição Federal diz a respeito:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como
expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;”
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Mas se só o Chefe do Poder Executivo tem o poder regulamentar,
em que “poder” se enquadrariam as resoluções, instruções normativas,
regimentos expedidos por outras autoridades administrativas?
Nesse caso, fala-se em “poder normativo”, que é o poder da
Administração de editar atos gerais (o ato não é dirigido a um sujeito
específico, mas a uma generalidade) e abstratos (o ato não foi editado
para incidir sobre um único fato, mas para ser aplicado todas as vezes
que ocorrer determinada situação descrita na norma).
E qual seria a diferença fundamental entre lei e regulamento,
professor?
Leandro Zannoni dá uma resposta precisa a essa pergunta: “a lei e
o regulamento não se confundem, pois aquela poderá inovar na
ordem jurídica, criando direitos e obrigações para as partes, já que a lei
é ato normativo primário, fundado na Constituição. Já o regulamento,
não obstante ser geral e abstrato, não pode inovar a ordem jurídica,
pois sua função é de apenas detalhar o significado da lei: é ato
normativo secundário.”
Essa distinção entre poder regulamentar e poder normativo é
consagrada, principalmente, por Di Pietro. Carvalho Filho e Bandeira de
Mello não adotam essa divisão. Assim, é bom que você saiba que parte
da doutrina (= Di Pietro) considera que poder normativo é gênero e
poder regulamentar (ato só do Chefe do Executivo) é espécie desse
gênero.
MUITO CUIDADO, MEUS CAROS, ESSE É O PONTO FULCRAL DE
NOSSA AULA!!!
Existe no nosso ordenamento exceção a essa regra? Ou melhor,
existe regulamento autônomo no Brasil?
Há sim uma exceção, meus caros. A prevista no art. 84, VI, da
Constituição. Vejamos:
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“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;”
Como se vê, pode o Presidente (e os demais chefes do Poder
Executivo: Governadores e Prefeitos) editar decreto autônomo,
primário, para a:
“organização” e
“funcionamento” da administração federal
DESDE QUE esse decreto não implique em:
“aumento de despesa” ou
“criação ou extinção de órgãos públicos”.
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos públicos quando vagos.
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos quando vagos.
Esse “decreto autônomo” (como é conhecido o decreto com
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
Nesse sentido, o parágrafo único do art. 84 da Constituição:
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“Art. 84. Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as
atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações”.
MUITO CUIDADO NESSE PONTO!
A autorização para o Presidente delegar essa atribuição não
significa que os atos normativos possam ser delegados. Como vimos
acima, há previsão legal expressa no sentido de se vedar a delegação
de atos normativos (art. 13, I, da Lei nº 9.784/99).
Assim, a previsão constitucional do art. 84, parágrafo único, é uma
exceção e deve ser interpretada restritivamente, para se alcançar
apenas as hipóteses elencadas na CF.
Por fim, não podemos fechar esse tópico sem a menção à forma de
controle que a Constituição traz para retirar do ordenamento jurídico
um decreto que exorbite do poder regulamentar.
Ou seja: se o Presidente editar um decreto dizendo o que só a lei
pode dizer, o que ocorre?
Nesse caso, o Congresso Nacional pode sustar o ato normativo.
Confira a redação do art. 49, V, da Constituição:
“Art.49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”
Vamos ver como esse tópico cai em concurso? Vamos lá!
Questões de
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31. (CESPE – 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Relativamente ao poder regulamentar, à regulação e ao poder de polícia
administrativa, assinale a opção correta.
a) O regulamento autônomo diferencia-se do regulamento de execução
porque, enquanto este é editado com fundamento na lei, aquele possui
fundamento direto na Constituição, sendo possível, portanto, que inove
na ordem jurídica.
b) Nem todos os atos de polícia são autoexecutórios, mas todos
possuem o atributo da coercibilidade na medida em que impõem
restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cumpridas
pelos particulares.
c) No âmbito federal, adota-se o limite temporal de três anos para o
exercício de ação punitiva pela administração pública no exercício do
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor.
d) No exercício do poder regulamentar, compete ao presidente da
República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e as propostas
de emenda à Constituição, bem como expedir decretos e regulamentos
que disciplinem sua execução.
e) O poder regulamentar exercido pelo chefe do Poder Executivo não se
confunde com o poder regulatório atribuído a certas entidades
administrativas. Ambos possuem, porém, conteúdo eminentemente
técnico e englobam o exercício de atividades normativas, executivas e
judicantes.
Para respondermos essa questão, devemos nos voltar ao art. 84
inc. VI alíneas a e b da Constituição Federal que dispõe:
“Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
(...)
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração federal, quando
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;”
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É este artigo que dispõe sobre o regulamento autônomo no
Brasil, com essa única exceção. É o chefe do Poder Executivo
(Presidente) e os demais chefes do Poder Executivo: Governadores e
Prefeitos) que editam esse decreto autônomo, primário, para a:
“organização” e
“funcionamento” da administração federal
DESDE QUE esse decreto não implique em:
“aumento de despesa” ou
“criação ou extinção de órgãos públicos”.
Além disso, ele pode editar um decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos públicos quando vagos.
Lembre-se desse ponto da aula: (a) não há decreto autônomo, em
regra; (b) há decreto autônomo para a organização e funcionamento da
Administração; (c) esse decreto não pode aumentar despesa nem criar
ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto autônomo para extinguir
funções ou cargos quando vagos.
Esse “decreto autônomo” (como é conhecido o decreto com
fundamento no art. 84, VI, da Constituição) pode ser delegado aos
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-
Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas
delegações.
Gabarito – Letra A.
32. (2014/CESPE/TJ-DF/Titular de Serviços de Notas e de
Registros) A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) Desde que haja previsão legal, é possível o exercício do poder de
polícia, em especial a realização de atos coercitivos, por pessoa
jurídica da iniciativa privada não integrante da administração
pública.
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b) O poder disciplinar e o hierárquico fundamentam a aplicação de
sanção administrativa a particular que, contratado pela
administração, descumpra obrigações contratuais.
c) Insere-se no âmbito do poder regulamentar a competência
privativa, não passível de delegação, do presidente da República
para expedir decretos para a fiel execução das leis.
d) A interdição de estabelecimentos comerciais, a apreensão de
mercadorias e a detenção de pessoas são exemplos de atos
praticados pela administração pública no âmbito do poder de
polícia.
e) Dada a relação de hierarquia existente entre a União e autarquia
federal, é possível a delegação a esta de parte da competência
daquela, quando conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
RESPOSTA:
a) ERRADA. O exercício do Poder de Polícia não pode ser delegado a
entidades privadas, conforme entendimento do STF na ADI 1.717/DF
Rel. Min. Sydnei Sanches.
b) ERRADA. O item estaria correto se escrito assim: O poder
disciplinar fundamenta a aplicação de sanção administrativa a particular
que, contratado pela administração, descumpra obrigações contratuais.
c) CORRETA. Existe uma diferença entre decreto regulamentar (que
não pode ser delegado) com decreto autônomo (que pode ser
delegado). Decreto Regulamentar (expedido apenas para dar fiel
execução às leis) não pode ser delegado. Já decreto autônomo, aqueles
elencados no art. 84, V e VI da CF podem ser delegados.
d) ERRADA. A detenção de pessoas não incide na esfera das infrações
administrativas. Cabe à polícia judiciária a detenção de pessoas.
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e) ERRADA. Não existe hierarquia entre a União e uma autarquia
federal. Há apenas um vínculo. Porém, é possível que a União delegue
determinadas competências para uma autarquia, conforme o art. 12 da
Lei federal 9.784.
Gabarito – letra C.
33. (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Execução de
Mandados) Em relação aos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustação dos atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar.
b) O poder discricionário não é passível de controle pelo Poder
Judiciário.
c) O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos
limites de sua competência administrativa.
d) Nenhum ato inerente ao poder de polícia pode ser delegado, dado
ser expressão do poder de império do Estado.
e) O poder hierárquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que
não há hierarquia nas funções desempenhadas no âmbito dos
Poderes Legislativo e Judiciário
RESPOSTA:
a) CORRETO. Segundo a Constituição Federal:
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"Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: V - sustar
os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;"
b) ERRADO. O poder discricionário, em determinadas circunstâncias,
pode ser controlado pelo poder judiciário.
c) ERRADO. A afirmativa trata de excesso de poder e não desvio de
poder.
d) ERRADO. Alguns Doutrinadores admitem a delegação da polícia
administrativa em circunstâncias excepcionais.
e) ERRADO. Existe poder hierárquico nos três poderes da república e
no ministério público.
34. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se
determine, por meio de lei, a certa autoridade a competência para
editar atos normativos secundários, essa competência pode ser objeto
de delegação.
Os atos normativos secundários, que são os decretos de execução
ou regulamentares, são indelegáveis, conforme previsão legal do art.
13, I, da Lei nº 9.784/99. Por isso, o item está errado.
35. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a
administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está
desempenhando o poder regulamentar e a função normativa
simultaneamente.
Tudo certo, pessoal. Como falamos, Poder Regulamentar está
intimamente ligado às competências do chefe do Executivo e, nesse
caso se consubstanciam principalmente por meio de decretos. O poder
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regulamentar é uma categoria dentro do poder normativo, que é mais
amplo e é consubstanciado em regimentos, instruções, deliberações,
resoluções e portarias.
Resposta: correto.
36. (2014/ CESPE/ TJ-CE/Analista Judiciário - Área
Administrativa) No tocante aos poderes da administração pública,
assinale a opção correta.
a) O poder disciplinar é aquele exercido pela administração pública
para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos e aos empregados terceirizados que lhe sejam
subordinados.
b) O poder de polícia, em sentido amplo, estende-se à atividade do
Estado de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as
aos interesses coletivos, o que abrange os atos do Judiciário, do
Legislativo e do Executivo.
c) Na hipótese de o presidente da República editar decreto que
exorbite do poder regulamentar, é possível a sustação do referido
ato normativo do Poder Executivo pelo Congresso Nacional.
d) Caso um agente público atue fora dos limites de sua competência,
ficarão caracterizados tanto o excesso quanto o desvio de poder.
e) Decorre do poder hierárquico a possibilidade de delegação da
edição de atos de caráter normativo, devendo o ato de delegação
ser publicado em meio oficial
RESPOSTA:
O artigo 49, inciso V, da Constituição Federal estabelece que é da
competência exclusiva do Congresso Nacional:
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V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação
legislativa;
Sendo assim, temos o item C como correto.
Veja os outros itens:
a) ERRADA. Empregados terceirizados não se encontram
submetidos à disciplina administrativa.
b) ERRADA. Em sentido amplo, o poder de polícia, corresponde à
atividade estatal de condicionar a liberdade e a propriedade
ajustando-as aos interesses coletivos e envolve os atos do
Legislativo e do Executivo
d) ERRADA. No caso de excesso de poder, o agente público
ultrapassa os limites da competência legal outorgada. Já no desvio
de poder, o agente público exerce a competência nos estritos limites
legais, mas atinge finalidade diversa daquela prevista na lei.
e) ERRADA. Segundo a Lei 9784/99, em seu artigo. 13, inciso I:
Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter
normativo.
Gabarito: C
37. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Decreto do Poder
Executivo Municipal restringiu a circulação de veículos em determinado
horário em perímetro identificado da cidade, sob o fundamento de que a
restrição seria necessária para melhoria da qualidade do ar na região,
comprovadamente inadequada por medidores oficiais. A medida,
considerando que o poder executivo municipal tenha competência
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material para dispor sobre a ordenação do tráfego e seja
constitucionalmente obrigado a tutela do meio ambiente,
a) é expressão da faceta disciplinar do poder regulamentar, que
pode se prestar a restringir a esfera de interesses dos administrados,
com vistas ao atendimento do interesse público.
b) é expressão do poder disciplinar, na medida em que houve
limitação, ainda que legal, dos direitos individuais dos administrados.
c) insere-se no poder normativo do Executivo Municipal, que pode
editar atos normativos autônomos disciplinando os assuntos de
interesse local da comunidade.
d) excede o poder regulamentar, que se restringe à disciplina de
organização administrativa do ente, devendo essas disposições
constarem de lei formal.
e) insere-se no poder regulamentar do Executivo, se as disposições
do decreto municipal estiverem explicitando normas legais que
estabeleçam as diretrizes de ordenação do sistema viário com vistas a
preservação da qualidade do ar.
Nessa questão, o candidato poderia ficar em dúvida na Letra “c”
ou na letra “e”. Mas não vamos deixar qualquer dúvida, ok? A letra “c”
trata-se do denominado decreto autônomo! No caso em tela não se
pode falar em decreto autônomo, vez que este é cabível apenas
quando: diga respeito ao funcionamento e organização da Adm. Pública
e não implique aumento de despesa/criação ou extinção de órgão
públicos/nem extinga funções ou cargos públicos, exceto quando vagos.
Assim, Letra E é a certa.
Gabarito: Letra “E”
38. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) O poder
regulamentar da Administração pública consiste em:
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a) impor restrições à atuação de particulares, em benefício da
coletividade, nos limites da lei.
b) controlar a atividade de órgãos inferiores, dando ordem a
subordinados e verificando a legalidade dos atos praticados.
c) editar normas complementares à lei, para a sua fiel execução.
d) organizar a atividade administrativa, inclusive com a avocação
de competências e criação de órgãos.
e) apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e
particulares que contratam com a Administração.
Tranquilo, né? Como vimos, o poder regulamentar consiste em
editar atos administrativos normativos, complementares à lei para a
sua fiel execução.
Gabarito: C
39. (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) De acordo com
Maria Sylvia Zanella di Pietro, o poder regulamentar é uma das formas
de expressão da competência normativa da Administração Pública.
Referido poder regulamentar, de acordo com a Constituição Federal,
a) é competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo, que
também pode editar decretos autônomos, nos casos previstos.
b) admite apenas a edição de decretos executivos,
complementares à lei.
c) compreende a edição de decretos regulamentares autônomos
sempre que houver lacuna na lei.
d) admite a delegação da competência originária em caráter geral e
definitivo.
e) compreende a edição de decretos autônomos e regulamentares,
quando houver lacuna na lei.
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A corrente majoritária dos doutrinadores aponta o poder
regulamentar como sendo a competência exclusiva do Chefe do
Poder Executivo para editar atos administrativos normativos,
complementares à lei para a sua fiel execução. Sendo exclusiva a
competência, é indelegável a edição de tais atos. A edição de decretos
autônomos é permitida apenas em casos já previstos na CF/88, e, não,
quando houver lacuna na lei.
Gabarito: "a".
40. (FCC/2011/TCE-SP/Procurador) Em relação aos poderes da
Administração Pública, é correto afirmar que o poder
a) normativo é decorrência do poder vinculado da Administração, na
medida em que só admite a prática de atos expressamente previstos
em lei.
b) normativo é reflexo do poder discricionário nos casos em que é dado
à Administração Pública o poder de substituir a lei em determinada
matéria.
c) disciplinar é decorrente do poder de polícia administrativo, na medida
em que admite a aplicação de sanções a todos os particulares.
d) disciplinar, no que diz respeito aos servidores públicos, é decorrente
do poder hierárquico, na medida em que se traduz no poder da
Administração de apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos sujeitos à sua disciplina.
e) regulamentar, quando decorrente do poder hierárquico, é
discricionário, porque não encontra estabelecidos em lei as hipóteses
taxativas de sua incidência.
Quando se fala em poder vinculado, o administrador não tem
liberdade de escolha. Já o poder normativo é utilizado para editar atos
administrativos normativos, complementares à lei para a sua fiel
execução, letra “a” errada. A Administração não pode substituir a lei,
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ela atua nos limites desta, não podendo inovar na ordem jurídica.
Portanto, a letra “b” está errada.
Como vimos o poder disciplinar vem do poder hierárquico, a
disciplina imposta pelo poder disciplinar é interna, para dentro da
própria administração e não a terceiros. Portanto letra “c” errada.
A letra “e” está errada porque esses dois esses dois poderes não
se confundem. O poder hierárquico é o poder de distribuir as funções de
seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes e o poder
regulamentar é o poder de edição de normas complementares à lei.
Gabarito: “d”.
41. (FCC – 2011 – TRT - 4ªREG-RS - Analista Judiciário) É
correta a afirmação de que o exercício do poder regulamentar está
consubstanciado na competência
a) das autoridades hierarquicamente superiores das
administrações direta e indireta, para a prática de atos administrativos
vinculados, objetivando delimitar o âmbito de aplicabilidade das leis.
b) dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
objetivando a fiel aplicação das leis, mediante atos administrativos
expedidos sob a forma de homologação.
c) originária dos Ministros e Secretários estaduais, de editarem
atos administrativos destinados a esclarecer a aplicabilidade das leis
ordinárias.
d) dos Chefes do Poder Executivo para editar atos administrativos
normativos destinados a dar fiel execução às leis.
e) do Chefe do Poder Executivo Federal, com a finalidade de
editar atos administrativos de gestão, para esclarecer textos
controversos de normas federais.
Essa nem precisamos comentar, não é mesmo? Ficou óbvio que a
alternativa “d” é a correta.
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Gabarito: D
42. (FCC – 2015 - TJ-GO - Juiz Substituto) O regime jurídico
administrativo compreende um conjunto de prerrogativas e sujeições
aplicáveis à Administração e expressa-se sob a forma de princípios
informativos do Direito Público, bem como pelos poderes outorgados à
Administração, entre os quais se insere o poder normativo, que
a) não se restringe ao poder regulamentar, abarcando também atos
originários relativos a matéria de organização administrativa.
b) permite a edição de atos discricionários, com base em critérios de
conveniência e oportunidade e afasta a vinculação a requisitos formais
c) autoriza a Administração a impor limites às atividades privadas em
prol do interesse público.
d) é o instrumento pelo qual a Administração disciplina a execução da
lei, editando normas que podem inovar em relação ao texto legal para a
criação de obrigações aos administrados.
e) compreende a aplicação de sanções àqueles ligados à Administração
por vínculo funcional ou contratual.
Pessoal, estamos diante “poder normativo” que na sua essência
é o poder regulamentar, que é o poder da Administração de editar atos
gerais (o ato não é dirigido a um sujeito específico, mas a uma
generalidade) e abstratos (o ato não foi editado para incidir sobre um
único fato, mas para ser aplicado todas as vezes que ocorrer
determinada situação descrita na norma).
Gabarito – Letra A.
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6. Poder de polícia
6.1. Conceito
Vamos ao poder de polícia!
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse
coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser
dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da
coletividade.
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o
conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido
estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado
limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O
segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo
(sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir
atos individuais contrários aos interesses sociais.
Para que fique claro na sua cabeça, citamos alguns exemplos de
poder de polícia: concessão de alvará de construção pelo Município,
aplicação de multa por construção irregular, por excesso de velocidade,
por infração ambiental, etc., demolição de casa construída em obra
pública, concessão de licença de instalação etc.
ATENÇÃO: O poder de polícia se preordena a impor obrigações
de não fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para
evitar a ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a
legislação seja condicionando a execução de atividades a determinadas
regras.
Assim, diz-se que esse poder é um poder negativo.
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6.2. Atributos
Um tema IMPORTANTÍSSIMO para a sua prova quanto ao poder de
polícia são os seus atributos.
São características ou atributos específicos – mas não exclusivos –
do poder de polícia: discricionariedade, autoexecutoriedade,
coercibilidade e indelegabilidade.
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos
acima, é margem de liberdade que a lei confere ao agente público na
prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato
desse ou daquele modo.
A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se
há essa margem de liberdade na lei.
Mas, via de regra, o ato proferido no uso do poder de polícia é
discricionário, pois, na maioria das vezes, a lei dá ampla margem ao
agente (p. ex.: ocorrido um dano ambiental, a lei prevê que o
administrador deve aplicar multa, mas esta pode variar entre R$ 100,00
e R$ 20.000,00, é o agente quem vai decidir o valor)
Como vimos acima, se a lei der certa margem de liberdade ao
agente, deixando de prever todas as hipóteses possíveis de aplicação da
restrição ou qual a sanção que se deve impor, o ato decorrente do
poder de polícia será discricionário. Por outro lado, se a lei não deixar
margem ao agente, o ato será vinculado.
CUIDADO: A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é
um atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não
confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um
ato de polícia ou como aplicará.
Por exemplo: se João construiu sua casa em área pública, não há
outra saída, o agente público deve determinar que João deixe o local e
promova a demolição da casa. Se João não sair no prazo, o agente
deverá demolir a construção.
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Nessa situação, o agente não tem pra onde correr, o ato é
vinculado.
A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a
Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica
valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar
buscar as medidas executórias do Poder Judiciário.
Esse atributo, contudo, não pode ser aplicado irrestritamente pela
Administração.
Bandeira de Mello (2010, p. 842) informa que o atributo da
autoexecutoriedade pode ser colocado em prática nas seguintes
hipóteses:
a) quando a lei expressamente autorizar;
b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do
interesse público e não comportar as delongas naturais do
pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a
coletividade;
c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a
defender em cumprimento à medida de polícia.
Por fim, como último atributo do poder de polícia, tem-se a
coercibilidade.
Esse atributo representa a imposição dos atos do Estado sobre os
indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p. 67), esses atos
decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder de polícia, a
Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral
sobre o particular.
Esse atributo coloca em destaque o princípio da
proporcionalidade. No uso dos meios coativos, a Administração deve
agir com os instrumentos estritamente necessários para fazer impor a
sua vontade, ou seja, o meio escolhido deve ser adequado para atingir
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o objetivo e, ao mesmo tempo, deve ser o menos gravoso possível para
se obter o resultado esperado. Caso essa relação entre meios e fins não
seja observada, o agente incorrerá em abuso de poder.
Questões de
concurso
43. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos,
julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de
autorização judicial para a demolição de edificação irregular.
Essa questão está cobrando de vocês, meus caros, o atributo da
autoexecutoriedade. Lembrem-se que, em determinados casos, o poder
de polícia confere à Administração Pública a capacidade de executar
suas determinações sem necessidade de aguardar pronunciamento
judicial.
Resposta: errado.
44. (AOCP – 2012 - TCE-PA – Auditor) No que se refere aos
Poderes da Administração, analise as assertivas e assinale a alternativa
que aponta a(s) correta(s).
I. É possível no Brasil decreto regulamentar autônomo, em caráter
excepcional e quando expressamente autorizado pela Constituição
Federal.
II. O poder de polícia retira um direito pessoal do administrado em
nome do interesse público.
III. O poder de polícia não pode ser delegado ao particular, no entanto,
admite-se a delegação de atos materiais ou instrumentais.
IV. O Poder Disciplinar decorre do Poder Hierárquico.
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a) Apenas I.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e IV.
d) Apenas I, III e IV.
e) I, II, III e IV.
I – Está certa, uma vez que o decreto autônomo é aquele se baseia na
CF e pode ser delegado da competência privativa do Presidente da
Republica conforme dispõe o art. 84 VI da CF, enquanto o Decreto
regulamentar se traduz como uma competência exclusiva do Presidente
da Republica, sendo assim é indelegável (Art. 84 IV).
II - O poder de polícia tem cunho disciplinar em relação as formas de
exercer as limitações, as restrições, por esse motivo que não há dever
de indenizar. O doutrinador DIRLEY CUNHA JR estabelece que “o poder
de polícia não incide para restringir o direito em si, mas sim para
condicionar o seu exercício, quando o comportamento administrativo
expõe a risco o interesse coletivo”.
III - CERTO: Embora o Poder de polícia seja um expressão marcante da
supremacia do interesse público sobre o particular entretanto o STJ no
Resp 817.534 entendeu que o poder de polícia pode ser delegado
somente se for atos materiais, de Consentimento e de Fiscalização,
ficando a Ordem pública e a Sanção em poder do estado
IV - CERTO: Poder Disciplinar decorre Poder Hierárquico pois ambos
advêm da hierarquia administrativa, mas com ele não se confunde, já
que o poder disciplinar tem a finalidade de apuração de infrações e
aplicação de penalidades a servidores públicos e demais pessoas que
estejam sob a disciplina administrativa.
Gabarito – Letra D.
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45. (FCC – 2015 - TRT - 6ª Região - Juiz do Trabalho
Substituto)
Na lição de Hely Lopes Meirelles, os poderes administrativos
nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo
as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os
objetivos a que se dirigem. Esclarece o renomado administrativista que,
diferentemente dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos,
os poderes administrativos são instrumentais.
Uma adequada correlação entre o poder administrativo citado e
sua utilização pela Administração é:
a) o poder disciplinar possibilita às autoridades administrativas a
práticas de atos restritivos de direitos individuais dos cidadãos, nos
limites previstos em lei.
b) o poder normativo autoriza a Administração a estabelecer
condutas e as correspondentes punições aos servidores públicos, para
ordenar a atuação administrativa.
c) o poder de polícia comporta atos preventivos e repressivos,
exercidos pela Administração para condicionar ou restringir atividades
ou direitos individuais, no interesse da coletividade.
d) o poder regulamentar atribuído, pela Constituição Federal, ao
Chefe do Executivo, o autoriza a editar normas autônomas em relação a
toda e qualquer matéria de organização administrativa e
complementares à lei em relação às demais matérias.
e) o poder hierárquico autoriza a aplicação de penalidades aos
servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa
em razão de vínculo contratual estabelecido com a Administração.
Veja pessoal que o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello
(2010, p. 822-823) apresenta o conceito de poder de policia sob dois
enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas
as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da
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propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma
de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às restrições
realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e abstratas ou
concretas) com o propósito de coibir atos individuais contrários aos
interesses sociais, englobando ainda os atos preventivos e
repressivos, exercidos pela Administração.
Gabarito – Letra C.
46. (FCC – 2014 - TJ-AP - Técnico Judiciário - Área Judiciária e
Administrativa) A vigilância sanitária interditou, após regular processo
administrativo, estabelecimento comercial no Município de Serra do
Navio que funcionava regularmente há anos. A interdição decorreu do
fato de o estabelecimento não manter as condições sanitárias de
higiene estabelecidas em lei e em regulamento nas instalações físicas e
no processamento dos alimentos. A atividade exercida pela vigilância
sanitária é manifestação do poder
a) de polícia administrativa que após a Constituição Federal é
conferido somente à polícia judiciária, em razão do princípio
democrático que retirou do ato administrativo o atributo da
coercitividade.
b) disciplinar-normativo da Administração, que expede atos
gerais e abstratos para limitar ou disciplinar direitos, interesses ou a
liberdade dos administrados, em razão de interesse público concernente
à segurança e à higiene.
c) de polícia administrativa, que na hipótese não envolveu o
atributo da executoriedade, porque a medida foi imposta após regular
processo administrativo.
d) de polícia administrativa, que possui os atributos da
autoexecutoriedade e coercibilidade e deve obediência às regras de
competência, forma e finalidade dos atos administrativos.
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e) disciplinar, também denominado de extroverso, cujos
atributos da autoexecutoriedade e da coercibilidade não dispensam a
observância do devido processo legal.
Poder de polícia administrativa é faculdade que a administração
tem que condiciona, restringe e fiscaliza o uso e gozo de bens, ou seja,
são atividades e direitos individuais ligados a coletividade ou ao próprio
estado. Cabe ressaltar anda que juntos aos atributos estão a
autoexecutoriedade, coercibilidade e a discricionariedade.
Gabarito – Letra D.
47. (FCC – 2014 - TCE-GO - Analista de Controle Externo –
Administrativa) Dentre as características e peculiaridades do poder de
polícia administrativa, considerado este em seu sentido amplo, é
INCORRETO afirmar que
a) se manifesta, dentre outras formas, através de atos
normativos e de alcance geral, como, por exemplo, regulamentos ou
portarias que proíbem soltar balões em épocas de festas juninas.
b) dentre os meios de atuação, pode adotar medidas repressivas.
c) uma de suas características é a coercibilidade.
d) uma de suas características é a discricionariedade absoluta.
e) constitui exemplo de atos fiscalizatórios do poder de polícia, a
vistoria de veículos automotores para garantia de condições de
segurança.
Veja pessoal que o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello
(2010, p. 822-823) apresenta o conceito de poder de policia sob dois
enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas
as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da
propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma
de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às restrições
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realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e abstratas ou
concretas) com o propósito de coibir atos individuais contrários aos
interesses sociais.
Gabarito – Letra D.
48. (FCC – 2012 – TRT – Juiz do Trabalho) A Constituição
Federal estabelece, entre os direitos individuais, que ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei. Entre os poderes conferidos à Administração, insere-se o poder de
polícia, o qual, aplicado de maneira consentânea com o referido
mandamento constitucional
a) possibilita a atuação coercitiva da Administração, apenas em
caráter repressivo, a cargo da polícia administrativa.
b) autoriza a Administração a atuar preventiva e
repressivamente, nos limites da lei, limitando o exercício de direitos
individuais em benefício do interesse público.
c) autoriza a atuação da Administração, nos limites da lei,
limitando o exercício de direitos individuais para garantir a segurança e
a ordem pública, não podendo atingir o exercício de atividades
econômicas.
d) autoriza a imposição de restrições ao exercício de atividades
econômicas, nos limites da lei, em prol do interesse público, não
podendo importar limitação ao exercício de direitos individuais.
e) possibilita a atuação coercitiva da Administração, utilizando
meios diretos e indiretos de execução, apenas nas hipóteses de
ocorrência de conduta ilícita do particular.
A questão trata do atributo que acabamos de estudar:
coercibilidade. Conforme vimos, no uso do poder de polícia, a
Administração pode usar a força necessária para impor a vontade geral
sobre o particular, atuando, assim, de forma repressiva. Porém, em
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regra, o poder de polícia é utilizado de forma preventiva. Assim, temos
que letra “b” que se encaixa perfeitamente nas características descritas.
Gabarito: B
49. (CESPE – 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar e ao poder
de polícia administrativa.
a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas
características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a
prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre
discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade
para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal
de duas ou mais sanções para determinada infração
c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua por
meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações
aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos
normativos caracterize atuação de polícia administrativa.
d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente
pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos
governadores e aos prefeitos.
e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento
da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar
aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos;
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem
vagos.
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O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse
coletivo. Nesse sentido, o conceito de poder de polícia não pode ser
dado sem mencionar a ideia de restrição de atos individuais em prol da
coletividade.
Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p. 822-823) apresenta o
conceito de poder de policia sob dois enfoques: sentido amplo e sentido
estrito. O primeiro englobaria todas as atividades do Estado
limitadoras do exercício da liberdade e da propriedade, inclusive
as editadas pelo Poder Legislativo sob a forma de lei geral e abstrata. O
segundo seria relacionado às restrições realizadas pelo Poder Executivo
(sejam elas gerais e abstratas ou concretas) com o propósito de coibir
atos individuais contrários aos interesses sociais.
Lembra-se da palavra CAD quando se falar em Poder de Policia,
pois suas características são: Coercibilidade, Autoexecutoriedade e
Discricionaridade.
Gabarito – Letra A.
6.3. Indelegabilidade
Alguns doutrinadores colocam a indelegabilidade com um atributo
do poder de polícia.
De qualquer forma, é bom que ele venha em tópico separado de
nossa aula PARA VOCÊ NÃO SE ESQUECER NUNCA que o poder de
polícia não pode ser delegado!
Na lição de Marcelo Alexandrino (2010, p. 243-244), o poder de
polícia não pode ser delegado para pessoas da iniciativa privada. Não
seria possível sequer a delegação do poder de polícia às empresas
concessionárias de serviço público ou às empresas estatais (empresas
públicas e sociedades de economia mista).
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Assim, o poder público não pode delegar à empresa que administra
determinada rodovia privatizada a atribuição de aplicar multa aos
motoristas que viajam em excesso de velocidade. As multas devem ser
aplicadas pelo DETRAN do respectivo Estado.
Isso quer dizer que até os “pardais” ou os radares eletrônicos
devem ser instalados e administrados pelo Estado, professor?
Não, meus caros, essa é mais uma valiosa lição que você deve
levar para a sua prova: o Estado pode contratar particulares e delegar a
eles a atribuição de executar atos materiais relacionados às
atividades tipicamente de polícia, ou seja, ele pode contratar uma
empresa para, simplesmente, tirar as fotos dos carros que passam em
alta velocidade. Quem vai aplicar a multa e cobrá-la é o DETRAN e não
a empresa.
Assim, falou em atributos do poder de polícia, lembre-se das
iniciais:
DACI
6.4. Polícia administrativa x Polícia judiciária
Estamos estudando o poder de polícia no âmbito do direito
administrativo, exercido pela Administração Pública. Essa polícia, sob
um enfoque tradicional, se contrapõe à polícia judiciária, que é aquela
exercida, normalmente, pela Polícia Militar e pela Polícia Civil.
Segundo os ensinamentos de Gasparini (2008, p. 131-132),
apresentamos o seguinte quadro que diferencia a polícia administrativa
da polícia judiciária:
Polícia administrativa Polícia judiciária
atuação essencialmente atuação repressiva
preventiva
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exercida por vários órgãos da exercida pelos órgãos
Administração Pública responsáveis pela segurança
pública (PM e polícia civil);
incide sobre a propriedade, a Incide sobre a própria pessoa
liberdade e as atividades dos
indivíduos
visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal
sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às
normas processuais penais
caráter investigativo
Questões de
concurso
50. (CESPE – 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar e ao poder
de polícia administrativa.
a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas
características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a
prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre
discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade
para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal
de duas ou mais sanções para determinada infração
c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua por
meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações
aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos
normativos caracterize atuação de polícia administrativa.
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d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente
pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos
governadores e aos prefeitos.
e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento
da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar
aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos;
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem
vagos.
Letra (A) Correta, uma vez que a autoexecutoriedade, é sim uma
prerrogativa para a administração praticar atos e colocá-los em
imediata execução independente de autorização judicial.
Letra (B) O poder de polícia administrativa não é somente
discricionário, uma vez que também pode ser vinculado.
Letra (C) É POSSÍVEL que a edição de atos normativos que figurem
como poder de policia. Sendo assim a alternativa esta errada.
Letra (D) O poder regulamentar se amplia ao chefe do executivo
federal, estadual e municipal.
Letra (E) Não é permitido que o DR – Decreto Regulamentar
estipule sobre extinção ou criação órgãos. É o que dispõe o art.84, VI,
a, da Constituição Federal.
Gabarito – A.
51. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) A fiscalização
realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia
administrativa.
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Como vimos, a atuação da polícia administrativa é essencialmente
preventiva. Além disso, em locais como os proibidos para menores, o
Estado tem a responsabilidade de conceder a licença de funcionamento
condicionada à proibição de menores. Se essa condição for
desrespeitada, a Administração pode se valer do poder de polícia
administrativa para fechar o estabelecimento. A questão está correta.
52. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judiciário) O poder de polícia
não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias
público-privadas.
Vimos que ao particular não pode ser delegado o poder de policial.
No caso das parcerias público-privadas, há vedação legal expressa.
Vejamos:
Art. 4o Na contratação de parceria público-privada serão observadas as
seguintes diretrizes:
III – indelegabilidade das funções de regulação, jurisdicional, do
exercício do poder de polícia e de outras atividades exclusivas do Estado;
53. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria Governamental) O exercício do poder de polícia não pode ser
delegado a entidade privada.
Meu caro, se você estudar com afinco, ler e reler, você vai passar.
Veja como essa questão do Cespe é repetitiva. Você já sabe a resposta.
O poder de polícia não pode ser transferido a particulares, somente
outorgados a entes da administração indireta, como é o caso da
ANVISA.
Resposta: certo.
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54. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área
Administrativa) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de
validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se
exemplo do poder disciplinar da administração pública.
Esse é um bom exemplo do exercícios do poder de polícia. Afinal, o
Estado está agindo limitando o exercício da propriedade do
particular com o propósito de coibir atos individuais contrários aos
interesses sociais.
Resposta: Errado.
55. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) Além dos atos que
provêm de autoridade pública, caracterizam-se, também, como
atividades de polícia administrativa as providências tomadas por
particulares para prevenir prejuízos ou ameaças a seus direitos ou
patrimônios.
O ordenamento brasileiro não admite que o particular execute a
força determinado ato, sob pena disso se enquadrar no crime de
exercício arbitrário das próprias razões (salvo em hipóteses
excepcionais em situações de legítima defesa ou de defesa da posse).
Ademais, o poder de polícia não pode ser delegado ao particular. Assim,
o item está errado.
56. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Analista Judiciário) Segundo a
doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário quanto
vinculado.
O poder de polícia, via de regra, é discricionário – a lei confere ao
administrador uma margem para avaliar como o poder de polícia será
exercido. Entretanto, por vezes, o poder de polícia se expressa de
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forma vinculada. Isso ocorre quando a lei não confere ao administrador
qualquer margem de liberdade, juízo de valor, conveniência e
oportunidade. Assim, a questão está correta.
57. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de
polícia deriva do poder hierárquico. Os chefes de repartição, por
exemplo, utilizam-se do poder de polícia para fiscalizar os seus
subordinados.
Mais uma vez o CESPE associando o poder de polícia com o poder
hierárquico.
Como vimos, o poder de polícia decorre da prerrogativa que o
Estado tem de restringir o exercício dos direitos individuais em prol do
interesse coletivo. E o poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o
vinculo de subordinação e coordenação entre órgãos e agentes
superiores e inferiores. Percebeu que são institutos diferentes?
Gabarito: Errado.
58. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de
polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a
administração pública, é limitado pelo princípio da razoabilidade ou
proporcionalidade.
Questão simples! Como vimos, um dos atributos do poder de
polícia é a discricionariedade. Além disso, na edição dos atos
administrativos em geral, especialmente naqueles editados no uso do
poder de polícia, os princípios da razoabilidade e proporcionalidade
deverão ser observados.
Gabarito: Certo.
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59. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) No exercício do
poder de polícia, a administração age apenas de forma repressiva,
aplicando sanções a condutas que infrinjam leis e regulamentos, uma
vez que tal poder não se coaduna com medidas preventivas, inseridas,
em regra, no âmbito do poder regulamentar.
O poder de polícia pode ser manifesto tanto na forma preventiva
quanto repressiva.
Vimos acima a lição de Celso Antônio Bandeira de Mello (2010, p.
822-823) que apresenta o conceito de poder de policia sob dois
enfoques: sentido amplo e sentido estrito. O primeiro englobaria todas
as atividades do Estado limitadoras do exercício da liberdade e da
propriedade, inclusive as editadas pelo Poder Legislativo sob a
forma de lei geral e abstrata. O segundo seria relacionado às
restrições realizadas pelo Poder Executivo (sejam elas gerais e
abstratas ou concretas) com o propósito de coibir atos individuais
contrários aos interesses sociais.
Gabarito: Errado.
60. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária)
No que se refere ao exercício do poder de polícia, denomina-se
exigibilidade a prerrogativa da administração de praticar atos e colocá-
los em imediata execução, sem depender de prévia manifestação
judicial.
Umas das características do poder de polícia é que ele é auto-
executório, ou seja, a maior parte dos atos decorrentes desse poder são
direta e imediatamente executados pela própria administração
independente de interferência do judiciário.
A questão portanto está incorreta. Denomina-se auto-
executoriedade!
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61. (CESPE – 2013 – TRE/MS – Técnico Judiciário – Área
Administrativa) Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma
rua, verificou que determinado indivíduo estaria conduzindo um veículo
em mau estado de conservação, comprometendo, assim, a segurança
do trânsito e, consequentemente, a da população. Diante dessa
situação, o agente de trânsito resolveu reter o veículo e multar o
proprietário. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção
que explicita, correta e respectivamente, o poder da administração
correspondente aos atos praticados pelo agente, e os atributos
verificados nos atos administrativos que caracterizam a retenção do
veículo e a aplicação de multa.
A poder disciplinar — exigibilidade e discricionariedade.
B poder de polícia — autoexecutoriedade e exigibilidade.
C poder hierárquico — exigibilidade e autoexecutoriedade.
D poder disciplinar — autoexecutoriedade e exigibilidade.
E poder de polícia — exigibilidade e discricionariedade.
Vamos comentar:
Letra (A). O poder disciplinar é aquele através do qual a lei permite
a Administração Pública aplicar penalidades às infrações funcionais de
seus servidores e demais pessoas ligadas à disciplina dos órgãos e
serviços da Administração. A questão não trata desse poder. Logo, está
INCORRETA.
Letra (B). Considera-se poder de polícia a atividade da
Administração Pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse
ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do
Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e
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aos direitos individuais ou coletivos. Exigibilidade consiste no fato de
que todo ato decorrente do poder de polícia é exigível pela
Administração Pública, independentemente de decisão judicial.
Autoexecutoriedade é a possibilidade de o Poder Público executar o que
decidiu. Portanto, a questão trata do poder de polícia e de seus
atributos exigibilidade e autoexecutoriedade. Logo, está CORRETA.
Letra (C). O poder hierárquico é aquele pelo qual a Administração
distribui e escalona as funções de seus órgãos, ordena e rever a
atuação de seus agentes, estabelece a relação de subordinação entre os
servidores públicos de seu quadro de pessoal. A questão não trata
desse poder. Logo, está INCORRETA.
Letra (D). A questão não trata do poder disciplinar e sim do poder
de polícia. Logo, está INCORRETA.
Letra (E). A questão trata do poder de polícia, porém não trata do
atributo da discricionariedade. Logo, está INCORRETA.
Resposta: letra “B”
62. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de
medidas repressivas.
Fiscalização, vistoria, notificação, autorização e licença emanam do
poder de polícia e são exemplos clássicos de medidas preventivas.
Resposta: errado.
63. (2014/ CESPE/ TJ-SE) A respeito dos poderes da
administração, assinale a opção correta.
a) No que diz respeito ao poder de polícia, entende o STJ que, na
hipótese de determinado veículo ser retido apenas por transporte
irregular de passageiro, a sua liberação não está condicionada ao
pagamento de multas e despesas.
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b) Configura hipótese de desvio de poder a atuação do agente público
que extrapole os limites de suas atribuições, previstas em lei.
c) De acordo com o STJ, fica caracterizado o poder discricionário da
administração pública no ato administrativo de indeferimento de
pleito de servidor para gozar de licença para tratar de interesse
particular, sendo lícito o controle pelo Poder Judiciário na hipótese de
manifesta ilegalidade, mas não na de motivação inidônea.
d) Decorrente do poder hierárquico, a avocação temporária de
competências pelo superior hierárquico é permitida sempre que ele
entender ser ela conveniente.
e) No que tange ao poder disciplinar, entende o STJ ser obrigatória a
intimação do interessado para apresentar alegações finais após o
relatório final de processo administrativo disciplinar apresentado
pela comissão processante, em respeito à ampla defesa e ao
contraditório.
RESPOSTA:
Para responder essa questão é preciso estar atento às decisões do
STJ. Nesse sentido, temos a Súmula 510 que diz: “A liberação de
veículo retido apenas por transporte irregular de passageiros não
está condicionada ao pagamento de multas e despesas.”
A Súmula diz exatamente o que está expresso no primeiro item
da questão.
Gabarito: A
64. (2014/CESPE/TJ-CE/Técnico Judiciário - Área
Administrativa)
A respeito dos poderes da administração, assinale a opção correta.
a) Em respeito ao princípio da separação dos poderes, o Congresso
Nacional não pode sustar ato normativo do Poder Executivo.
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b) Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de
polícia é a edição de atos normativos de caráter geral e abstrato.
c) A delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de desconcentração administrativa.
d) Ao tomar conhecimento da ocorrência de infração disciplinar, a
administração deve, em um primeiro momento, avaliar a
conveniência e oportunidade da instauração de processo
administrativo.
e) O poder regulamentar é prerrogativa conferida à administração
pública para expedir normas de caráter geral, em razão de
eventuais lacunas, com a finalidade de complementar ou
modificar a lei
RESPOSTA:
Vamos analisar item por item?
a) ERRADO. Essa questão está incorreta, pois de acordo com o artigo
49, V, CF/88: Compete exclusivamente ao Congresso Nacional sustar
atos normativos do executivo que exorbitem o poder regulamentar.
b) CORRETO. O poder de polícia pode ser preventivo ou repressivo. É
preventivo quando visa evitar atos que violem o interesse da
coletividade. É repressivo quando busca reprimir ilícitos que são
contrários ao interesse público. Significa dizer que no exercício da
polícia administrativa preventiva a Administração expedirá os
atos normativos (regulamentos, portarias etc), ou seja, atos gerais
e abstratos, que delimitarão a atividade e o interesse dos
particulares em razão do interesse público.
c) ERRADO. Esse exemplo caracteriza a descentralização. A
descentralização que é a delegação de atribuições para outra pessoa
jurídica.
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d) ERRADO. O poder disciplinar é exercido pela administração pública
para apurar infrações e aplicar penalidades. Apurada a infração, a
administração DEVE instaurar processo administrativo.
e) ERRADO. O poder regulamentar NÃO pode Modificar a lei (final do
item), somente complementar.
Gabarito: B
65. (2014/CESPE/TJ-CE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) A
respeito dos poderes da administração, assinale a opção correta.
a) A
delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de desconcentração administrativa.
b) Ao tomar conhecimento da ocorrência de infração disciplinar, a
administração deve, em um primeiro momento, avaliar a
conveniência e oportunidade da instauração de processo
administrativo.
c) O poder regulamentar é prerrogativa conferida à administração
pública para expedir normas de caráter geral, em razão de
eventuais lacunas, com a finalidade de complementar ou
modificar a lei.
d) Em respeito ao princípio da separação dos poderes, o Congresso
Nacional não pode sustar ato normativo do Poder Executivo.
e) Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de
polícia é a edição de atos normativos de caráter geral e abstrato.
RESPOSTA:
a) ERRADA. A delegação de atribuições de um órgão público para
outra pessoa jurídica configura exemplo de
descentralização administrativa e não desconcentração.
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b) ERRADA. Ao tomar conhecimento da ocorrência de infração
disciplinar, a administração tem o DEVER de instaurar processo
administrativa, e não avaliar, previamente, a conveniência e
oportunidade da instauração.
c) ERRADA. O erro desta alternativa está em dizer que o poder
regulamentar é prerrogativa para expedir normas que modifiquem a
lei.
d) ERRADA. Segundo o art. 49, V, da CF/88, o Congresso Nacional
pode sim sustar ato normativo do Poder Executivo. Veja:
Art. 49 – É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.
e) CORRETA. Um dos meios de atuação do poder de polícia do Estado
é a edição de atos normativos mediante os quais se cria limitações
administrativas ao exercício dos direitos e das atividades individuais.
Gabarito: E
66. (2014/CESPE/TCE-PB/ Procurador) Assinale a opção correta
com relação aos poderes da administração pública e ao poder de polícia.
a) O fundamento do poder de polícia é a predominância do interesse
público sobre o particular, o que torna ilegítima qualquer
discricionariedade no exercício desse poder.
b) No estado de polícia, o jus politiae abrangia um conjunto de
normas postas pelo príncipe, com a intromissão na vida dos
particulares, ideia que passou a ser repensada no estado de
direito.
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c) A construção de poder de polícia no estado de direito, sem
abandonar a filosofia do laissez faire e sem aproximação do
coletivismo, visa regular os direitos privados e limitar o poder do
príncipe.
d) O MP junto aos tribunais de contas não pode exercer o poder
hierárquico por ser este exclusivo do Poder Executivo
e) Os atos administrativos ordinatórios emanam do poder disciplinar
e não do poder hierárquico e, por isso, podem ser expedidos por
qualquer autoridade aos seus subordinados, mas não podem
inovar quanto à legislação existente.
RESPOSTA:
a) ERRADO. O poder de polícia possui três atributos:
discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade;
b) CORRETO. O Estado de Polícia é aquele em que poder político
estabelece limitações aos direitos individuais. A evolução do Estado de
Direito em relação a esse conceito é a inclusão dos governantes
também como sujeitos da aplicação da lei, ante a primazia dos
princípios da legalidade e do interesse público.
c) ERRADO. Como vimos acima, a limitação do poder do príncipe é
uma decorrência do Estado de Direito, não do poder de polícia, que visa
regular os direitos individuais em prol interesse público.
d) ERRADO. O poder hierárquico é exercido por todos os Poderes em
relação à sua própria estrutura, no exercício da função administrativa. A
função administrativa é exercida por todos os Poderes, ainda que
atipicamente, o que também é verdade em relação ao poder
hierárquico.
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e) ERRADO. Os atos administrativos ordinatórios visam a disciplinar o
funcionamento da Administração e emanam do poder hierárquico.
Gabarito: B
67. (FCC - 2013 - TJ-PE - Titular de Serviços de Notas e de
Registros – Provimento) Analise as situações abaixo descritas que
correspondem ao exercício de poderes da Administração:
I. Edição de decreto do Poder Executivo dispondo sobre a
organização e funcionamento de órgãos administrativos.
II. Declaração de inidoneidade de particular para participar de
licitação ou contratar com a administração pública.
III. Concessão de licença de instalação e funcionamento para
estabelecimento comercial.
As situações descritas correspondem, respectivamente, aos
poderes
a) regulamentar, de polícia e normativo.
b) disciplinar, de polícia e regulamentar.
c) normativo, disciplinar e regulamentar.
d) normativo, disciplinar e de polícia.
e) hierárquico, disciplinar e regulamentar.
Vamos recapitular?
Poder normativo ou regulamentar é o poder conferido à
Administração para expedição de decretos e regulamentos. É o que
justifica as portarias, os regimentos internos e uma série de atos que se
assemelham às leis, mas que, em sentido estrito não o são.
Poder Disciplinar é o poder atribuído a Administração Pública
para aplicar sanções administrativas aos seus agentes pela prática de
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infrações de caráter funcional. Também se aplica a particulares que se
sujeitam à disciplina da Administração Pública, como as empresas
privadas que contratam com a Administração.
Poder de Polícia é o poder que a Administração tem para
limitar o exercício de direitos e atividades econômicas dos particulares.
É um poder que somente o faz porque quer proteger os interesses da
coletividade.
Gabarito: Letra “D”.
68. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário -
Área Judiciária) A Administração pública, em regular fiscalização a
estabelecimentos comerciais, autuou e impôs multa aos infratores das
normas que disciplinavam o segmento. Essa atuação da Administração
é expressão do poder
a) de polícia, sendo o ato de imposição de multa dotado do
atributo da discricionariedade.
b) de polícia, sendo o ato de imposição de multa dotado de
exigibilidade e coercibilidade.
c) disciplinar, dotado do atributo de autoexecutoriedade.
d) regulamentar, que permite que a Administração institua e
aplique multas pecuniárias aos administrados.
e) regulamentar, em sua faceta de poder de polícia, que permite
que a Administração institua multas pecuniárias aos administrados.
Pessoal, o que já comentamos sobre o poder de polícia se aplica
aqui. Vejam como as questões trazem conceitos repetido, provando que
concurso é treino à exaustão. Para ilustrar essa questão, suponhamos
que a ANIVSA decida fiscalizar um restaurante. Nesse caso, ela está
exercendo seu poder de polícia e a aplicação de multa e outras medidas
como o fechamento do estabelecimento são decorrências do mesmo.
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Lembre-se que a aplicação de multa não é ato discricionário, pois
não cabe ao administrador avaliar se irá ou não aplicá-la. Se o
fiscalizado infringir normas para as quais existe tal sanção prevista, não
lhe resta saída. Será multado.
G
69. (FCC – 2013 – TRT – juiz do Trabalho) Considere (i)
imposição de restrição ao exercício de atividade que enseje risco à
saúde pública; (ii) aplicação de pena de suspensão do direito de
contratar com a Administração a particular que descumpriu obrigações
decorrentes de contrato administrativo; (iii) edição de regimento
disciplinando o funcionamento de órgão público colegiado. Referidos
atos caracterizam, respectivamente, representação do exercício, pela
Administração, de poder.
a) de polícia; hierárquico e disciplinar
b) normativo; hierárquico e disciplinar.
c) regulamentar; de polícia e hierárquico.
d) de polícia, disciplinar e normativo.
e) disciplinar; hierárquico e regulamentar.
As questões seguem o mesmo modelo: identificar o tipo de poder!
Vamos lá?
I- Olha aí a Administração limitando o exercício de direitos e
atividades econômicas dos particulares. Só pode ser poder de polícia!
II- Esse caso já está bem batido né? Sempre tomem cuidado
com a diferença entre poder disciplinar e poder hierárquico!
III- Esse item é tranquilo. Poder normativo, claro!
Gabarito: D
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70. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Considere a
atuação da Administração pública:
I. suspensão temporária de particular contratado pela admissão
para participar de licitação.
II. interdição de restaurante em face de risco à saúde pública.
III. edição de decreto contendo normas complementares para
execução de lei.
A relação correta entre a atuação da Administração e o poder que
a autoriza é
a) I II III
disciplinar de polícia regulamentar
b) I II III
de polícia de polícia regulamentar
c) I II III
regulamentar de polícia disciplinar
d) I II III
disciplinar disciplinar hierárquico
e) I II III
disciplinar regulamentar hierárquico
Coloquei essa questão só para vocês notarem como a banca é
repetitiva ao tratar do tema. Com tantos exercícios iguais é difícil errar,
hein?
Gabarito: A
71. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Durante regular
fiscalização, fiscais de determinada municipalidade identificaram que
um estabelecimento comercial do setor de bares e restaurantes estava
utilizando indevidamente a calçada para instalação de mesas e cadeiras.
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Os agentes municipais, considerando que estavam devidamente
autorizados pela lei, no correto desempenho de suas funções,
a) apreenderam as mesas e cadeiras e multaram o
estabelecimento, no exercício de seu poder disciplinar.
b) interditaram o estabelecimento, no exercício de seu poder de
tutela administrativa.
c) apreenderam as mesas e cadeiras irregulares e multaram o
estabelecimento, no exercício do poder de polícia.
d) multaram o estabelecimento e determinaram a instauração de
processo de interdição do estabelecimento, como expressão de seu
poder hierárquico.
e) interditaram o estabelecimento e apreenderam todo o
mobiliário da calçada, como expressão de seu poder de autotutela.
Vimos que a apreensão e multa, no caso em tela, é decorrente do
poder de polícia.
Gabarito: C
72. (FCC – 2013 – TER-RO – Técnico) Considere as seguintes
atividades:
I. Limita direitos.
II. Disciplina direitos.
III. Regula a prática de ato.
IV. Regula a abstenção de fato.
Considera-se poder de polícia, desde que preenchidos os demais
requisitos legais, as atividades da Administração pública descritas em
( A) I e III, apenas.
( B) II, III e IV, apenas.
(C) II e IV, apenas.
(D) III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
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Essa é uma questão bem legal! Abrange vários aspectos do poder
de polícia! E foi retirada do Código Tributário Nacional. Vamos ver?
Art 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade,
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público,
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.
Agora fica fácil!
Gabarito: E
73. (FCC – 2012 – TRT-PE- Técnico) O conceito moderno de
poder de polícia o define como a atividade do Estado que limita o
exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. Em
relação ao poder de polícia administrativa, é correto afirmar que
a) é exclusivo da autoridade superior do ente público competente
para a fiscalização.
b) compreende a adoção de medidas repressivas para aplicação
da lei ao caso concreto.
c) incide subsidiariamente à polícia judiciária, inclusive para coibir
a prática de ilícito penal.
d) cria obrigações e limitações aos direitos individuais quando a
lei não tiver disposto a respeito.
e) impõe apenas obrigações de fazer, na medida em que não
pode impor abstenções e proibições aos administrados.
Essa é uma questão bem bacana! Primeiro porque trata da polícia
administrativa. Segundo porque pega o candidato que só decora!
Lembra do quadrinho que coloquei diferenciando a polícia administrativa
da judiciária? Ótimo! De acordo com o quadrinho, a atuação da polícia
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administrativa é essencialmente preventiva. Porém, não exclusiva!
Assim, pode sim compreender medidas repressivas para a aplicação da
lei.
Gabarito: B
74. (FCC – 2012 – TRT-SE – Juiz do Trabalho) A respeito dos
poderes da Administração, é correto afirmar que o poder
a) de polícia constitui atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regule a
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente, entre outros, à segurança e à tranquilidade pública.
b) hierárquico fundamenta a avocação, pela Administração direta,
de matérias inseridas na competência das autarquias a ela vinculadas.
c) regulamentar autoriza a edição, pelo Chefe do Executivo, de
normas complementares à lei, admitindo-se o regulamento autônomo
para matéria de organização administrativa, incluindo a criação de
órgãos e de cargos públicos.
d) de polícia é exercido pelo Poder Executivo, por intermédio da
autoridade competente, mediante a edição de normas gerais criando
obrigações para toda a coletividade, disciplinadoras de atividades
individuais, concernentes, entre outros, à segurança, à higiene, à
ordem e aos costumes.
e) hierárquico, também denominado disciplinar, corresponde ao
poder conferido aos agentes públicos para emitir ordens a seus
subordinados e aplicar as sanções disciplinares não expressamente
previstas em lei.
Pessoal, a letra “a” está perfeita! É isso mesmo! Levem esse item
para a prova, ok? Com essas informações é possível fechar vários itens
relacionados ao poder de polícia!
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Quanto a letra “c”, muito cuidado a pegadinha! O regulamento
autônomo não pode criar órgãos! Apenas extinguir cargos, quando
vagos, ok?
Gabarito: A
75. (FCC - 2012 - TJ-PE - Oficial de Justiça) Em matéria do
poder de polícia de que dispõe a Administração Pública, considere:
I. A finalidade do poder de polícia se restringe à defesa do Estado
e de sua Administração, conferindo-lhe poderes para anular liberdades
públicas ou direitos dos cidadãos.
II. O poder de polícia tem atributos específicos, peculiares, e tais
são a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade, mas
passíveis de controle em geral.
III. No poder de polícia originário e no delegado observa-se que o
primeiro é pleno no seu exercício e consectário, ao passo que o segundo
é limitado nos termos da delegação e se caracteriza por atos de
execução.
IV. As condições de validade do poder de polícia são diferentes
das dos demais atos administrativos comuns porque limitadas à
proporcionalidade da sanção e à legalidade dos meios empregados pela
Administração.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
Você que é um aluno sagaz já percebeu que Poder de Polícia é o
que mais cai nas provas de concurso quando o assunto é poderes!
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Como vimos, o poder de polícia decorre da prerrogativa que o
Estado tem de restringir o exercício dos direitos individuais em prol do
interesse coletivo. Observe que o poder de polícia não age para anular a
liberdade pública e nem os direitos dos cidadãos, muito pelo contrário,
o poder de polícia é limitado pelas garantias constitucionais conferidas
ao cidadão.
Há uma via de mão dupla: o poder de polícia limita direitos
individuais em prol da coletividade, mas também é limitado pelos
direitos individuais do cidadão, que não pode ver o seu direito individual
anulado. Item “I” errado.
São características ou atributos específicos do poder de polícia:
discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
ATENÇÃO: Alguns doutrinadores colocam também a
indelegabilidade como atributo do poder de polícia. Item “II” correto.
Segundo Hely Lopes Meirelles: “Deve -se distinguir o poder de
polícia originário do poder de polícia delegado, pois que aquele nasce
com a entidade que o exerce e este provém de outra, através de
transferência legal. O poder de polícia originário é pleno no seu
exercício e consectário, ao passo que o delegado é limitado aos termos
da delegação e se caracteriza por atos de execução.” Item “III” correto.
As condições de validade dos atos administrativos decorrentes do
poder de polícia não são diferentes, são as mesmas. Item “IV” errado.
Gabarito: Letra “d”.
76. (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) Considerando
que sejam atributos do poder de polícia a discricionariedade, a
coercibilidade e a autoexecutoriedade, da qual são desdobramentos a
exigibilidade e a executoriedade, é correto afirmar:
a) A discricionariedade está presente em todos os atos emanados
do poder de polícia.
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b) A exigibilidade compreende a necessidade de provocação
judicial para adoção de medidas de polícia.
c) A autoexecutoriedade prescinde da coercibilidade, que pode ou
não estar presente nos atos de polícia.
d) A coercibilidade traduz-se na caracterização do ato de polícia
como sendo uma atividade negativa, na medida em que se presta a
limitar a atuação do particular.
e) O poder de polícia pode ser exercido por meio de atos
vinculados ou de atos discricionários, neste caso quando houver certa
margem de apreciação deixada pela lei.
A doutrina tradicional informa que a discricionariedade é um
atributo do poder de polícia. Contudo, há casos em que a lei não
confere ao agente público qualquer margem para avaliar se aplicará um
ato de polícia ou como aplicará. Nesses casos, o ato será vinculado.
Dessa forma a discricionariedade não está presente em todos os atos
emanados do poder de polícia. Alternativa “a” errada.
A professora Di Pietro argumenta que a exigibilidade está
relacionada a prerrogativa de a administração pública impor obrigações
ao administrado, sem precisar buscar as medidas executórias do Poder
Judiciário. Enquanto a executoriedade refere-se à possibilidade de a
administração modificar imediatamente a ordem jurídica valendo-se de
seus próprios atos ou instrumentos. Alternativa “b” errada, porque a
exigibilidade independe de provocação judicial.
O item “c” está errado, pois a autoexecutoriedade decorre da
coercibilidade (prescinde = dispensa).
É óbvio que a alternativa “d” está errada. Atividade negativa é a
imposição de um “não-fazer”, ou seja, o poder público edita normas que
impõem ao cidadão deveres que o impedem de exercer o direito de
propriedade ou a atividade econômica da forma que bem entenderem.
Isso ocorre, por exemplo, quando um município edita as regras de
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construção em determinado bairro. O particular, ao construir, tem o
dever negativo de não avançar além das medidas definidas na norma
(p. ex.: não desnivelar a calçada, colocar o recuo adequado entre o
muro e o início da construção, etc.).
Isso não tem qualquer relação com o atributo da coercibilidade,
que se relaciona com a possibilidade que a Administração tem de usar a
força necessária para impor a vontade geral sobre o particular.
Gabarito: Letra “e”.
77. (FCC – 2012 – TER – Técnico Judiciário) Analise as
assertivas abaixo concernentes ao poder de polícia.
I. O poder de polícia só poderá reduzir os direitos individuais
quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na medida
estritamente necessária à consecução dos fins estatais.
II. Constituem meios de atuação do poder de polícia, dentre
outros, as medidas repressivas, como, por exemplo, dissolução de
reunião, interdição de atividade e apreensão de mercadorias
deterioradas.
III. A medida de polícia, quando discricionária, não esbarra em
algumas limitações impostas pela lei, como por exemplo, no que
concerne à competência e à finalidade.
IV. O poder de polícia tanto pode ser discricionário, como
vinculado, ressaltando-se que ele é vinculado na maior parte dos casos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) I e II.
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O item III afirma que a medida polícia não esbarra em algumas
limitações impostas pela lei (competência e finalidade). Errado, não é
mesmo? Como todo ato administrativo o poder de polícia deve observar
os requisitos de validade que são: competência, forma, finalidade,
motivo e objeto.
Quanto ao item IV, já estudamos que em regra o poder de polícia
é discricionário. Portanto, temos os itens I e II como corretos.
Gabarito: E
78. (FCC – 2011 – TCE-SE – Analista de Controle Externo)
Agente da Prefeitura do Município de Aracaju, tendo constatado que um
bar na cidade funcionava sem alvará nem habite-se, e em claro
desacordo com determinadas normas exigidas pela municipalidade no
tocante a tratamento acústico e acessibilidade do estabelecimento,
resolve aplicar multa. Trata-se, no presente caso, de modo de
manifestação de poder da Administração conhecido na doutrina como
poder
a) hierárquico.
b) regulamentar.
c) disciplinar.
d) de polícia.
e) de autoridade.
Tranquila né? Apenas para treino!! Esse é um clássico exemplo da
manifestação do poder de polícia.
Gabarito: D
79. (FCC – 2011 – TRT-20ª- Analista Judiciário) A Administração
Pública, no exercício de seu poder de polícia, aplicou multa a munícipe
por infração ao ordenamento jurídico. Não ocorrendo o pagamento
espontaneamente pelo administrado, a Administração decide praticar
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imediatamente e, de forma direta, atos de execução, objetivando o
recebimento do valor. A conduta da Administração Pública
a) está correta, tendo em vista o atributo da coercibilidade
presente nos atos de polícia administrativa.
b) não está correta, tendo em vista que nem todas as medidas de
polícia administrativa têm a característica da autoexecutoriedade.
c) está correta, tendo em vista o atributo da imperatividade
existente nos atos de polícia administrativa.
d) não está correta, tendo em vista que os atos de polícia
administrativa são vinculados e, portanto, inexiste discricionariedade na
atuação da Administração Pública
e) está correta, tendo em vista a prerrogativa da Administração
de praticar os atos de polícia administrativa e colocá-los em imediata
execução, sem dependência à manifestação judicial.
Como estudamos, são atributos do poder de polícia: a auto-
executoriedade, a discricionariedade e coercibilidade. Porém, a auto-
executoriedade é atributo típico dos atos de polícia, mas não de todos.
A cobrança de multa administrativa não é auto-executória!! Só poderá
ser executada judicialmente, não sendo facultado à Administração fazer
uso de seus próprios meios de cobrança.
Gabarito: B
80. (FCC – 2011 – TRT – Analista Judiciário) O poder de polícia
a) possui, como meio de atuação, apenas medidas de caráter
repressivo.
b) delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza
por atos de execução.
c) é sempre discricionário.
d) não é inerente a toda Administração, não estando presente,
por exemplo, na esfera administrativa dos Municípios.
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e) não tem como um de seus limites a necessidade de
observância aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
Vamos aos itens?
A letra “a” está errada, pois o poder de polícia também atua
preventivamente. A letra “c” afirma ser sempre discricionário o poder
de polícia. Não né? Embora a discricionariedade seja a regra no
exercício do poder de polícia, nada impede que haja vinculação. A letra
“d” também erra ao afirmar que não está presente nos Municípios, vez
que está presente em todos os níveis da Federação. A letra “e” também
está incorreta, pois limitam-se sempre a observância aos princípios da
proporcionalidade e razoabilidade.
Gabarito: B
81. (FCC – 2011 – TER-TO – Técnico Judiciário) No que
concerne ao poder de polícia, é correto afirmar:
a) É vedada a utilização de meios diretos de coação.
b) Constitui-se somente por atividades preventivas.
c) É puramente discricionário.
d) Incide sobre pessoas.
e) É possível a utilização de meios indiretos de coação.
Levem esse detalhe para a prova, ok? O Poder de polícia pode
utilizar de meios indiretos de coação. É o atributo da coercibilidade.
Gabarito: E
82. (FCC/2011/TRT-14ªReg-(RO e AC)/Analista Judiciário) O
poder de polícia:
a) possui, como meio de atuação, apenas medidas de caráter
repressivo.
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b) delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza
por atos de execução.
c) é sempre discricionário.
d) não é inerente a toda Administração, não estando presente,
por exemplo, na esfera administrativa dos Municípios.
e) não tem como um de seus limites a necessidade de
observância aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
Meus caros, vimos um tópico especifico só sobre a
indelegabilidade do Poder de Polícia. Considerada até mesmo como um
atributo desse poder por Di Pietro e Vicente Paulo e Marcelo
Alexandrino.
Porém, a doutrina tradicional de Hely Lopes Meirelles, nesse ponto
isolado (só ele pensa assim), informa que o poder de polícia pode ser
delegado de forma limitada. Confira o que diz o autor: “Deve -se
distinguir o poder de polícia originário do poder de polícia delegado, pois
que aquele nasce com a entidade que o exerce e este provém de outra,
através de transferência legal. O poder de polícia originário é pleno no
seu exercício e consectário, ao passo que o delegado é limitado aos
termos da delegação e se caracteriza por atos de execução.”
Assim, com fundamento nessa doutrina, considerou-se a
alternativa “b” como correta.
Gabarito: B
7. Poder vinculado
Você que já estudou atos administrativos sabe que se o
administrador se deparar com uma situação em que não há margem
alguma de liberdade para atuar, pois a lei determinou que o único
comportamento possível e obrigatório a ser adotado para a hipótese era
aquele, o ato praticado é vinculado.
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Nesse caso, a atuação do administrador encontra-se tipificada na
lei, não há avaliação acerca de conveniência e oportunidade (=mérito),
ele está amarrado, engessado, fixado, congelado pelas imposições
legais.
Saiba que o poder vinculado, faz com que a Administração
pratique os seus atos de forma limitada.
Podemos analisar esse poder como um dever da Administração,
tendo em vista que a Administração, ao exercer o ato vinculado, está
exercendo um dever de observar as imposições legais, ou seja, está
observando o princípio da legalidade, inserto no art. 37, caput, da
Constituição.
Com esta imagem na mente, não há como errar na prova:
Poder vinculado:
administrador
Leis e atos normativos
(Imagem extraída de http://serigreja.wordpress.com/2012/04/11/antes-de-amarrar-satanas-11/ )
8. Poder Discricionário
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O poder discricionário, por outro lado, existe porque a atividade
administrativa é dinâmica, ou seja, o legislador não pode prever todas
as situações presentes e futuras de possível ocorrência para a
Administração. Caso o administrador se depare com uma situação para
qual a lei confira margem de decisão, deve escolher a alternativa que
mais se adéque ao interesse público.
Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo assim definem “Poder
discricionário é conferido à Administração para a prática de atos
discricionários (e a sua revogação), ou seja, é aquele em que o agente
administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação, podendo
valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato, quanto ao seu
motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites legais, o seu
conteúdo (objeto).”.
Dentro das balizas conferidas pela Lei, o administrador público
exerce o seu Poder discricionário no caso concreto. Através de um juízo
de conveniência e oportunidade (= mérito administrativo) ele decidirá
qual conduta é mais adequada ao interesse público.
Você leu bem: “dentro das balizas conferidas pela Lei”. Não há
discricionariedade fora da lei.
É por isso que Alexandrino e Paulo ensinam que “na prática de um
ato discricionário a administração exerce o poder discricionário e,
também, o poder vinculado.”
Poucos concursos cobram “poder discricionário” e “poder vinculado”
no edital.
Isso ocorre porque, como bem ensina Di Pietro, nem o poder
vinculado nem o poder discricionário são autônomos. Na verdade, esses
poderes são atributos de outros poderes ou competência da
Administração. A autora acredita que a discricionariedade é uma
prerrogativa.
Para que você visualize melhor o poder discricionário, tenha em
mente a seguinte figura:
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Poder discricionário
Administrador
Delimitação legal ou normativa
(Imagem extraída de: http://noticias.vidrado.com/curiosidades/curiosos-aquarios-em-vidro-soprado/ )
Questão de
concurso
83. (2014/ CESPE/ TJ-SE/ Titular de Serviços de Notas e de
Registros) Acerca dos poderes administrativos, assinale a opção correta.
a) Se for causada por insuficiência de provas, a absolvição de
servidor réu em ação penal aberta devido a fato apurado
também em processo administrativo levará à absolvição desse
servidor também no âmbito administrativo.
b) De acordo com o STJ, manifesta-se o poder discricionário
quando o juiz impõe a pena ao condenado após sentença
condenatória.
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c) Com relação a poder hierárquico, pode ser objeto de delegação
pelo superior hierárquico a decisão referente a recursos
administrativos.
d) O poder de polícia, em sua dupla acepção, restringe-se a atos
do Poder Executivo.
e) A autorização de uso de bem público é ato praticado pela
administração pública no exercício do poder vinculado
RESPOSTA:
Há discricionariedade na aplicação das penas. O juiz irá dosar a
pena de acordo com a gravidade do delito ("suspensão dos direitos
políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três
vezes").
Já na condenação há vinculação: o juiz, verificando a
culpabilidade do denunciado/acusado, deverá condená-lo.
. Gabarito: B
84. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) Define-se poder
discricionário como o poder que o direito concede à administração para
a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua
conveniência, oportunidade e conteúdo, estando a administração, no
exercício desse poder, imune à apreciação do Poder Judiciário.
Vimos a definição dada por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo
“Poder discricionário é conferido à Administração para a prática de
atos discricionários (e a sua revogação), ou seja, é aquele em que o
agente administrativo dispõe de uma razoável liberdade de atuação,
podendo valorar a oportunidade e conveniência da prática do ato,
quanto ao seu motivo, e, sendo o caso, escolher dentro dos limites
legais, o seu conteúdo (objeto).”.
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Se o administrador transborda dos limites impostos pela lei, é
óbvio que o ato pode ser questionado perante o Poder Judiciário.
Por isso a questão está errada.
85. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) O poder
discricionário é um poder absoluto e intocável, concretizando-se no
momento em que o ato é praticado pela administração.
Nenhum poder é absoluto e intocável. Veja que a margem de
discricionariedade dado pela lei baliza a atuação do administrador ao
mesmo tempo que lhe impõe limites ou seja, não é absoluto. Ainda
assim, sofre o controle do Judiciário e dos órgãos da própria
Administração.
Resposta: Errado.
86. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria de Obras Públicas) A razoabilidade funciona como limitador do
poder discricionário do administrador.
Questão correta! Veja o que Alexandre Mazza diz a respeito do
assunto: "No Direito Administrativo, o princípio da razoabilidade impõe
a obrigação de os agentes públicos realizarem suas funções com
equilíbrio, coerência e bom senso. Não obstante atender à finalidade
pública predefinida pela lei, importa também saber como o fim público
deve ser atendido. Trata-se de exigência implícita na legalidade."
Meus caros, TODOS os agentes públicos devem agir pautados pela
razoabilidade.
Resposta: Correto.
87. (2014/ CESPE/ TJ-CE/ Técnico Judiciário - Área Judiciária)
Assinale a opção correta no que se refere aos poderes e deveres dos
administradores públicos.
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a) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos
limites de sua competência, buscando alcançar fins diversos
daqueles que a lei permite.
b) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de
sua competência, exerce atividades que a lei não lhe conferiu.
c) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir,
por via administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei.
d) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm
competência, em relação aos agentes subordinados, para comandar,
fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições e ainda
aplicar sanções
e) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a
prática de determinado ato de interesse público.
RESPOSTA:
a) ERRADA. O item mostra exemplo de excesso de poder e não desvio
de finalidade.
b) ERRADA. Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo
dentro de sua competência, exerce atividades que a lei não lhe conferiu.
As competências são definidas em Lei, logo, ele não poderia agir dentro
de sua competência e ao mesmo tempo exercer atividades que a Lei
não lhe conferiu.
c) CORRETA. Em caso de omissão do administrador, o administrado
pode exigir, por via administrativa ou judicial, a prática do ato imposto
pela lei.,
d) ERRADA. “Aplicar sanções” é prerrogativa dada pelo Poder
Disciplinar.
e) ERRADA. Não há faculdade de agir, mas obrigação.
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Gabarito: C
88. (FCC - 2012 - TJ-PE - Oficial de Justiça)No que se refere aos
poderes administrativo, discricionário e vinculado, é INCORRETO
afirmar:
a) Mesmo quanto aos elementos discricionários do ato
administrativo há limitações impostas pelos princípios gerais de direito e
pelas regras de boa administração.
b) A discricionariedade é sempre relativa e parcial, porque,
quanto à competência, à forma e à finalidade do ato, a autoridade está
subordinada ao que a lei dispõe.
c) Poder vinculado é aquele que o Direito Positivo – a Lei –
confere à Administração Pública para a prática de ato de sua
competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua
formalização, mas lembrando a dificuldade de se encontrar um ato
administrativo inteiramente vinculado.
d) A atividade discricionária encontra plena justificativa na
impossibilidade de o legislador catalogar na lei todos os atos que a
prática administrativa exige.
e) Na categoria dos atos administrativos vinculados, a liberdade
de ação do administrador é ampla, visto que não há necessidade de se
ater à enumeração minuciosa do Direito Positivo para realizá-la.
Todas as alternativas estão corretas, com exceção a alternativa
"e", a qual diz exatamente o oposto sobre os atos vinculados. Lembre-
se que o poder vinculado faz com que a Administração pratique os seus
atos de forma limitada, desta forma, a atuação do administrador está
engessada pelas imposições legais.
Gabarito: Letra "e".
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89. (FCC – 2011 – TER-AM- Analista Judiciário) Considere os
conceitos abaixo, sobre os poderes administrativos.
I. Poder que o Direito concede à Administração, de modo explícito
ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na
escolha de sua conveniência e oportunidade.
II. Poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as
funções de seus órgãos e ordenar a atuação dos seus agentes,
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.
III. Faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços
da Administração.
Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes
a) regulamentar, vinculado e disciplinar.
b) arbitrário, disciplinar e de polícia.
c) vinculado, subordinado e hierárquico.
d) de polícia, disciplinar e hierárquico.
e) discricionário, hierárquico e disciplinar.
Vamos ao treino! O item I refere-se ao poder discricionário, vez
que há liberdade na escolha. O item II versa sobre o poder hierárquico,
e por fim, o item III sobre o poder disciplinar, vez que há punição.
Gabarito: E
90. (FCC – 2011 – TER-AC- Analista Judiciário) Sobre os
poderes administrativos, considere:
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I. Poder que a lei confere à Administração Pública para a prática
de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos
necessários à sua formalização.
II. Poder que o Direito concede à Administração Pública, de modo
implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos com
liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.
III. Faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo de explicar
a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos
sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.
Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes
a) subordinado, discricionário e hierárquico.
b) discricionário, arbitrário e disciplinar.
c) vinculado, disciplinar e de polícia.
d) hierárquico, de polícia e regulamentar.
e) vinculado, discricionário e regulamentar.
Quando a lei determina os elementos e requisitos necessários à
formalização do ato, estamos diante do poder vinculado. Por outro lado,
quando há liberdade de escolha, estamos frente ao poder discricionário.
Portanto, a letra “e” é o gabarito.
Gabarito: E
91. (FCC – 2015 - TCE-CE - Técnico de Controle Externo-
Administração) A Administração pública tem o poder-dever de apurar
infrações administrativas e aplicar penas disciplinares, respeitando,
para tanto, o contraditório e a ampla defesa. Cuida-se do exercício do
denominado Poder Disciplinar. Quanto a este, é correto afirmar:
a) É obrigatório, razão pela qual a autoridade administrativa tem
o dever não só de apurar eventual prática de falta funcional como tem a
obrigação de aplicar sanção nas hipóteses em que a culpa do servidor
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não restar integralmente comprovada, isso em razão do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado.
b) A aplicação de sanção disciplinar decorrente da prática de
ilícito administrativo inibe a aplicação de sanção criminal pelo mesmo
fato, em razão do princípio do não bis in idem.
c) A tipicidade do direito administrativo é menos rigorosa que a
do direito penal, isso em razão dos valores jurídicos protegidos por cada
área, motivo pelo qual, em regra, muitos estatutos funcionais admitem
tipos abertos.
d) Por cuidar-se de dever-poder, de caráter obrigatório, não
comporta espaço para que a Administração exerça juízo discricionário.
e) Compreende as punições dos administrados e indivíduos que
não obedecem às limitações e restrições impostas no interesse público,
não apenas as penalidades impostas aos servidores públicos e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços públicos.
Se o indivíduo estiver sob a supervisão da disciplina
administrativa e venha a cometer uma infração, sua pena será através
do ato vinculado. Todavia, a discricionariedade, atua sob duas
vertentes:
1- É relativa à proporção da penalidade ou
2- À triagem por meio as sanções legalmente adequada.
Gabarito – Letra C.
9. Resumo da aula
Lembre-se do importante quadro, com fundamento na doutrina de
Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino:
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Desvio de poder – vício na
finalidade
Abuso de poder
Excesso de poder – vício na
competência
O poder hierárquico decorre da hierarquia, que é o vinculo de
subordinação e coordenação entre órgãos e agentes superiores e
inferiores.
Da hierarquia decorrem os seguintes poderes:
i) De editar atos normativos (como decretos, resoluções,
portarias e instruções) com o intuito de ordenar genericamente
os subordinados;
ii) De comandar os subordinados por meio de ordens específicas,
os quais devem obedecer, salvo se a ordem for
manifestamente ilegal;
iii) De fiscalizar a atividade inferior;
iv) De anular os atos inferiores ilegais;
v) De revogar os atos inferiores inoportunos ou inconvenientes;
vi) De aplicar sanções aos infratores;
vii) De solucionar conflitos de atribuição (positivos ou
negativos);
viii) Delegar atribuições
ix) Avocar atribuições.
Há a delegação - “transferência de atribuições de um órgão a
outro no aparelho administrativo”- CRETELLA JR., deverá ser
temporária e certa, tendo em vista que a lei prevê como regra o
exercício da função pelo órgão ou agente originário. Obviamente que
havendo uma delegação ilegal o agente delegante não será obrigado a
cumpri-la.
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Não podem ser objeto de delegação: a edição de atos de caráter
normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de
competência exclusiva do órgão ou autoridade.
A avocação de atribuições, por sua vez, ocorre quando a
autoridade hierarquicamente superior chama para si, as atribuições do
seu subordinado, sendo esse exercício temporário e discricionário.
O poder disciplinar é um poder-dever que cabe à Administração
de examinar infrações cometidas por servidores públicos e demais
pessoas com vínculo jurídico específico, sujeitas à disciplina
administrativa. Podendo ainda aplicar penalidades se necessário após
a devida averiguação dos fatos.
IMPORTANTE ter em mente que, conforme determina o artigo 5º,
LV, da CF: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;”.
Com relação ao poder regulamentar, a corrente majoritária dos
doutrinadores aponta esse poder como sendo a competência exclusiva
do Chefe do Poder Executivo para editar atos administrativos
normativos, complementares à lei para a sua fiel execução.
Poder normativo é o poder da Administração de editar atos gerais
(o ato não é dirigido a um sujeito específico, mas a uma generalidade)
e abstratos (o ato não foi editado para incidir sobre um único fato, mas
para ser aplicado todas as vezes que ocorrer determinada situação
descrita na norma).
Lembre-se do ponto mais importante da aula: (a) não há decreto
autônomo, em regra; (b) há decreto autônomo para a organização e
funcionamento da Administração; (c) esse decreto não pode aumentar
despesa nem criar ou extinguir órgãos públicos; (d) há decreto
autônomo para extinguir funções ou cargos quando vagos.
Lembre-se também da redação do art. 49, V, da Constituição:
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“Art.49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
(...)
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”
O poder de polícia decorre da prerrogativa que o Estado tem de
restringir o exercício dos direitos individuais em prol do interesse
coletivo.
O poder de polícia se preordena a impor obrigações de não
fazer, ou seja, a Administração se vale do poder de polícia para evitar a
ocorrência de danos, seja aplicando multa para quem viola a legislação
seja condicionando a execução de atividades a determinadas regras.
São características ou atributos específicos – mas não exclusivos –
do poder de polícia:
DACI
No que concerne ao atributo da discricionariedade, como vimos
acima, é margem de liberdade que a lei confere ao agente público na
prática de determinado ato. Ele poderá escolher se vai aplicar o ato
desse ou daquele modo.
A discricionariedade será avaliada no caso concreto, observando se
há essa margem de liberdade na lei.
A autoexecutoriedade, por sua vez, é o poder que a
Administração tem de modificar imediatamente a ordem jurídica
valendo-se de seus próprios atos ou instrumentos, sem precisar
buscar as medidas executórias do Poder Judiciário.
Esse atributo pode ser colocado em prática nas seguintes
hipóteses:
a) quando a lei expressamente autorizar;
b) quando a adoção da medida for urgente para a defesa do
interesse público e não comportar as delongas naturais do
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pronunciamento judicial sem sacrifício ou risco para a
coletividade;
c) quando inexistir outra via de direito capaz de assegurar a
defender em cumprimento à medida de polícia.
O atributo da coercibilidade representa a imposição dos atos do
Estado sobre os indivíduos. Como bem destaca Carvalho Filho (2005, p.
67), esses atos decorrem do ius imperii estatal. Assim, no uso do poder
de polícia, a Administração pode usar a força necessária para impor a
vontade geral sobre o particular.
O poder de polícia não pode ser delegado! Entretanto, o Estado
pode contratar particulares e delegar a eles a atribuição de executar
atos materiais relacionados às atividades tipicamente de polícia.
Releia o quadro que distingue a polícia administrativa da judiciária.
Polícia administrativa Polícia judiciária
atuação essencialmente atuação repressiva
preventiva
exercida por vários órgãos da exercida pelos órgãos
Administração Pública responsáveis pela segurança
pública (PM e polícia civil);
incide sobre a propriedade, a Incide sobre a própria pessoa
liberdade e as atividades dos
indivíduos
visa coibir a desordem social busca a responsabilização penal
sujeita às normas administrativas sujeita, essencialmente, às
normas processuais penais
caráter investigativo
Com relação ao poder vinculado, vimos que, se não há margem
alguma de liberdade, pois a lei determinou que o único comportamento
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possível e obrigatório a ser adotado para a hipótese era aquele, o ato é
praticado no exercício do poder vinculado. Nesse caso, a atuação do
administrador encontra-se tipificada na lei, não há avaliação acerca de
conveniência e oportunidade (=mérito), ele está amarrado às
imposições legais.
Com relação ao poder discricionário, vimos que ele é exercido
dentro das balizas conferidas pela Lei. O administrador público exerce o
seu Poder discricionário no caso concreto. Através de um juízo de
conveniência e oportunidade (= mérito administrativo) ele decidirá qual
conduta é mais adequada ao interesse público.
10. Questões comentadas
1. (CESPE – 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública. O excesso de poder, espécie de abuso de poder,
ocorre quando o agente público ultrapassa os limites impostos a suas
atribuições.
2. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Considere que determinado agente público detentor de
competência para aplicar a penalidade de suspensão resolva impor, sem
ter atribuição para tanto, a penalidade de demissão, por entender que o
fato praticado se encaixaria em uma das hipóteses de demissão. Nesse
caso, a conduta do agente caracterizará abuso de poder, na modalidade
denominada excesso de poder.
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3. (FCC - 2010 - TRE-AM - Técnico Judiciário) Sobre o abuso
de poder, é correto afirmar que:
a) para combatê-lo, não há medida judicial cabível, devendo o
prejudicado recorrer à via administrativa.
b) o abuso de poder só pode revestir a forma omissiva, não a
comissiva.
c) o uso do poder é lícito, enquanto o abuso pode ser lícito ou
ilícito, dependendo da finalidade.
d) a improbidade deve sempre ser considerada uma espécie de
abuso de poder.
e) todo ato abusivo é nulo, por excesso ou desvio de poder
4. (FCC – 2015 - TCE-CE -Analista de Controle Externo-
Atividade Jurídica) Carmelo e Leôncio são servidores públicos, sendo o
primeiro chefe do segundo. Leôncio e Carmelo participaram de um
torneio interno de futebol e Leôncio foi eleito o melhor jogador do
campeonato. Carmelo, inconformado com o resultado do prêmio
futebolístico, removeu Leôncio para localidade distante, a fim de que
este não mais pudesse participar do campeonato. Neste caso, Carmelo
a) deveria ter contado com a anuência da autoridade superior
para efetuar a remoção.
b) agiu dentro das suas atribuições legais.
c) poderia ter realizado esta remoção, uma vez que possui poder
hierárquico para tal.
d) somente poderia ter realizado a remoção, com este
fundamento, após a instauração de processo administrativo.
e) incorreu em desvio de poder.
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5. (CESPE – 2015 - TRE-GO - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) Julgue o item que se segue, referentes aos poderes da
administração pública.
O poder hierárquico é aquele que confere à administração pública a
capacidade de aplicar penalidades.
6. (2014/CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) No
tocante aos atos e aos poderes administrativos, julgue os próximos
itens. O Poder Judiciário só tem competência para revogar os atos
administrativos por ele mesmo produzidos.
7. (2014/ CESPE/TJ-DF/ Titular de Serviços de Notas e de
Registros) Com relação aos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) A polícia administrativa realiza atividades fiscalizatórias e
repressivas e suas ações incidem sobre bens, serviços e pessoas.
b) Ao buscar uma finalidade, ainda que de interesse público, alheia à
categoria do ato que utilizou, o agente público competente incorre em
excesso de poder.
c) Os atos administrativos praticados no exercício do poder de polícia
não são suscetíveis de controle judicial, uma vez que se caracterizam
por coercibilidade e autoexecutoriedade.
d) A atividade da administração pública que, mediante atos
normativos ou concretos, limita ou condiciona a liberdade e a
propriedade dos indivíduos, de acordo com o interesse coletivo, refere-
se ao exercício do poder regulamentar.
e) A avocação e a delegação de competência são atos
administrativos praticados no exercício do poder hierárquico da
administração pública.
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8. (FCC – 2014 – TRT-19º- Técnico) Carlos Eduardo, servidor
público estadual e chefe de determinada repartição pública, adoeceu e,
em razão de tal fato, ficou impossibilitado de comparecer ao serviço
público. No entanto, justamente no dia em que o mencionado servidor
faltou ao serviço, fazia-se necessária a prática de importante ato
administrativo. Em razão do episódio, Joaquim, servidor público
subordinado de Carlos Eduardo, praticou o ato, vez que a lei autorizava
a delegação. O fato narrado corresponde a típico exemplo do poder
(A) disciplinar.
(B) de polícia.
(C) regulamentar.
(D) hierárquico.
(E) normativo-disjuntivo.
9. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Técnico Judiciário) O
poder hierárquico encontra-se presente:
a) nas relações entre a Administração pública e as empresas
regularmente contratadas por meio de licitação.
b) na relação funcional entre servidores estatutários e seus
superiores.
c) nas relações de limitação de direitos que se trava entre
administrados e autoridades públicas.
d) entre servidores estatutários de mesmo nível funcional.
e) somente entre servidores e superiores militares.
10. (FCC – 2013 – TRT –Técnico Judiciário) A possibilidade de
autoridade superior de órgão da Administração direta revogar ou anular
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atos praticados por seus subordinados, nos termos da lei, é
exteriorização do poder.
a) de Tutela.
b) Hierárquico.
c) Disciplinar.
d) Regulamentar.
e) Normativo.
11. (FCC – 2012 – TJ – Analista Judiciário) Considere sob o foco
do poder hierárquico:
I. Chamar a si funções originariamente atribuídas a um
subordinado significa avocar, e só deve ser adotada pelo superior
hierárquico e por motivo relevante.
II. A revisão hierárquica é possível, desde que o ato já tenha se
tornado definitivo para a Administração ou criado direito subjetivo para
o particular.
III. As delegações quando possíveis, não podem ser recusadas pelo
inferior, como também não podem ser subdelegadas sem expressa
autorização do delegante.
IV. A subordinação e a vinculação política significam o mesmo
fenômeno e não admitem todos os meios de controle do superior sobre
o inferior hierárquico.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) II, III e IV.
b) II e IV.
c) I, II e III.
d) I e III.
e) I, III e IV.
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12. (FCC/2011/TRE-TO/Técnico Judiciário) Sobre o poder
hierárquico, é correto afirmar:
a) É possível a apreciação da conveniência e da oportunidade das
determinações superiores pelos subalternos.
b) Em geral, a responsabilidade pelos atos e medidas decorrentes
da delegação cabe à autoridade delegante.
c) As determinações superiores - com exceção das manifestamente
ilegais -, devem ser cumpridas; podem, no entanto, ser ampliadas ou
restringidas pelo inferior hierárquico.
d) Rever atos de inferiores hierárquicos é apreciar tais atos em
todos os seus aspectos, isto é, tanto por vícios de legalidade quanto por
razões de conveniência e oportunidade.
e) A avocação de ato pelo superior não desonera o inferior da
responsabilidade pelo mencionado ato.
13. (FCC - 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) - Analista Judiciário)
NÃO constitui característica do poder hierárquico:
a) delegar atribuições que não lhe sejam privativas.
b) dar ordens aos subordinados, que implica o dever de obediência,
para estes últimos, salvo para as ordens manifestamente ilegais.
c) controlar a atividade dos órgãos inferiores, tendo o poder de
anular e de revogar atos administrativos.
d) avocar atribuições, desde que estas não sejam da competência
exclusiva do órgão subordinado.
e) editar atos normativos que poderão ser de efeitos internos e
externos.
14. (FCC - 2011 - TRT - 20ª Região/SE - Técnico Judiciário)
Dispõe o Poder Executivo de poder para distribuir e escalonar as
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funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes,
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal. Trata-se do poder
a) disciplinar.
b) discricionário.
c) regulamentar.
d) de polícia.
e) hierárquico.
15. (FCC – 2015 - TRE-RR - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) A edição de atos normativos de efeitos internos, com o
objetivo de ordenar a atuação dos órgãos subordinados decorre do
poder
a) disciplinar.
b) regulamentar.
c) hierárquico.
d) de polícia.
e) normativo.
16. (FCC – 2014 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - Judiciário -
Tecnologia da Informação) Quando se diz que as relações da
Administração pública estão sujeitas à hierarquia, se quer dizer que é
possível estabelecer alguma relação de coordenação e de subordinação
entre os órgãos que compõem a Administração. Essa competência
expressa-se quando a Administração
a) edita atos normativos de efeitos externos, obrigando seus
subordinados e os particulares que com eles se relacionam.
b) edita atos normativos para organizar a atuação dos órgãos que
integram sua estrutura.
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c) instaura processos administrativos para apuração de
irregularidades e aplicação de sanções disciplinares e contratuais.
d) celebra contratos com particulares para atendimento do
interesse público.
e) fiscaliza a atuação dos subordinados e dos particulares,
inclusive com a aplicação de penalidades.
17. (FCC – 2015 - TCM-RJ - Auditor-Substituto de Conselheiro)
Considere que uma empresa contratada pela Administração pública para
a prestação de serviços de limpeza tenha cometido diversos
descumprimentos de suas obrigações contratuais e a ela tenham sido
aplicadas, pela Administração, proibição de participar de licitações. No
caso citado, a atuação da Administração é expressão de seu poder
a) disciplinar, que permite aplicar penalidades não apenas aos
servidores públicos mas também às demais pessoas sujeitas à disciplina
administrativa.
b) regulamentar, exercido nos limites da legislação que rege a
matéria.
c) hierárquico, decorrente da supremacia do interesse público
sobre o privado.
d) discricionário, que permite à Administração a escolha da
conduta que melhor atenda ao interesse público no caso concreto.
e) normativo, que permite impor obrigações aos administrados
em prol do interesse público.
18. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) O poder disciplinar
consiste em distribuir e escalonar as funções, ordenar e rever as
atuações e estabelecer as relações de subordinação entre os órgãos
públicos, inclusive seus agentes.
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19. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Técnico Judiciário) A avocação
deriva do poder disciplinar e é utilizada de forma excepcional quando o
servidor público subalterno comete uma falta funcional e é punido com
a perda temporária da função, desde que devidamente justificado pelo
chefe do setor.
20. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Oficial de
Justiça Avaliador) A atribuição conferida a autoridades administrativas
com o objetivo de apurar e punir faltas funcionais, ou seja, condutas
contrárias à realização normal das atividades do órgão e irregularidades
de diversos tipos traduz-se, especificamente, no chamado poder
hierárquico.
21. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo
- Auditoria Governamental) O poder disciplinar da administração pública
confunde-se com o poder punitivo do Estado.
22. (FCC - 2013 - TRT - 9ª REGIÃO (PR) - Analista Judiciário) A
propósito do poder disciplinar da Administração pública, é correto
afirmar:
a) Afasta 7 se ater aos expressos termos da lei.
b) Aplica-se aos servidores em geral, não se estendendo a
particulares, salvo se tiverem celebrado contrato administrativo com a
Administração pública.
c) É excludente em relação ao poder hierárquico, que se aplica
apenas na orientação das atividades dos servidores.
d) Abrange as sanções impostas a particulares, sujeitos a disciplina
interna da Administração, como os estudantes de escola pública.
e) É expressão da relação de coordenação e subordinação,
abrangendo atuação de controle, por isso restrito à esfera funcional.
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23. (FCC – 2013 – TRT – Técnico Judiciário) Entre os poderes
atribuídos à Administração pública insere-se o denominado poder
disciplinar, que corresponde ao poder de
a) impor restrições à atuação de particulares, em prol da
segurança pública.
b) coordenar e controlar a atividade de órgãos inferiores,
verificando a legalidade dos atos praticados.
c) editar normas para disciplinar a fiel execução da lei.
d) organizar a atividade administrativa, redistribuindo as unidades
de despesas.
e) apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos.
24. (FCC - 2012 - TRT - 11ª Região (AM) - Analista Judiciário) A
Administração Pública, ao tomar conhecimento de infrações, cometidas
por estudantes de uma escola pública, utiliza-se de um de seus poderes
administrativos, qual seja, o poder disciplinar. Nesse caso, a
Administração Pública
a) poderia utilizar-se de tal poder contra os estudantes da escola
pública.
b) não poderia utilizar-se de tal poder, porém, pode impor sanções
aos estudantes, com fundamento no poder de polícia do Estado.
c) poderia utilizar-se de tal poder, no entanto, ele está limitado à
fase de averiguação, não cabendo à Administração, nessa hipótese,
punir.
d) não poderia utilizar-se de tal poder, vez que ele somente é
aplicável aos servidores públicos.
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e) poderia utilizar-se de tal poder, que, nessa hipótese, será
discricionário, ou seja, pode a Administração escolher entre punir e não
punir.
25. (FCC – 2012 – TER-CE – Técnico Judiciário) No que diz
respeito ao poder disciplinar, a apuração regular de infração disciplinar
e a motivação da punição disciplinar são, respectivamente,
a) indispensável para a legalidade da punição interna da
Administração e prescindível para a validade da pena, em razão da
discricionariedade do poder disciplinar.
b) faculdade da Administração Pública, em razão da
discricionariedade presente no poder disciplinar e imprescindível para a
validade da pena.
c) indispensável para a legalidade da punição interna da
Administração e imprescindível para a validade da pena.
d) faculdade da Administração Pública, em razão da
discricionariedade presente no poder disciplinar e prescindível para a
validade da pena, vez que a motivação tanto pode ser resumida, como
suprimida em alguns casos.
e) dispensável para a aplicação de penalidade, se houver prova
contundente acerca do cometimento da infração e imprescindível para a
validade da pena.
26. (FCC – 2012 – TRT-1º- Juiz do Trabalho) A respeito dos
poderes da Administração, é correto afirmar que o poder
a) regulamentar fundamenta a edição, pelo Chefe do Executivo, de
normas gerais destinadas à coletividade, disciplinadoras de atividades
individuais.
b) hierárquico autoriza a avocação, pelo Ministério supervisor, de
matérias inseridas na competência das autarquias a ele vinculadas.
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c) disciplinar autoriza a Administração a apurar infrações e aplicar
penalidades aos servidores públicos, não alcançando as sanções
impostas a particulares não sujeitos à disciplina interna da
Administração.
d) normativo autoriza a edição, pelo Chefe do Poder Executivo, de
decretos em matéria de organização administrativa, tais como a criação
de órgãos e cargos públicos.
e) hierárquico é aquele conferido aos agentes públicos para proferir
ordens e aplicar sanções a seus subordinados, com vistas ao bom
desempenho do serviço público.
27. (FCC – 2012 – TRT – Analista Judiciário) Constitui exemplo
do poder disciplinar da Administração pública
a) a imposição de restrições a atividades dos cidadãos, nos limites
estabelecidos pela lei.
b) a imposição de sanção a particulares que contratam com a
Administração.
c) a edição de atos normativos para ordenar a atuação de agentes
e órgãos administrativos.
d) a edição de regulamentos para a fiel execução da lei.
e) o poder conferido às autoridades de dar ordens a seus
subordinados e rever seus atos.
28. (FCC – 2012 – TCE-AP – Técnico de Controle Externo)
Submetem-se ao poder disciplinar da Administração:
a) servidores submetidos ao regime estatutário e servidores
ocupantes de emprego público.
b) funcionários públicos, exclusivamente.
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c) particulares que atuam em setores considerados de interesse
público.
d) as entidades da Administração indireta, em face da tutela
exercida pelo ente instituidor.
e) os administrados, em face do poder da Administração de limitar
a atuação privada em prol do interesse coletivo.
29. (FCC - 2012 - TRE-SP - Analista Judiciário) A atividade da
Administração consistente na limitação de direitos e atividades
individuais em benefício do interesse público caracteriza o exercício do
poder
a) regulamentar, exercido mediante a edição de atos normativos
para fiel execução da lei e com a prática de atos concretos, dotados de
autoexecutoriedade.
b) de polícia, exercido apenas repressivamente, em caráter
vinculado e com atributos de coercibilidade e auto- executoriedade.
c) disciplinar, exercido com vistas à aplicação da lei ao caso
concreto, dotado de coercibilidade e autoexecutoriedade.
d) de polícia, exercido por meio de ações preventivas e repressivas
dotadas de coercibilidade e autoexecutoriedade.
e) disciplinar, consistente na avaliação de conveniência e
oportunidade para aplicação das restrições legais ao caso concreto, o
que corresponde à denominada autoexecutoriedade.
30. (FCC – 2011 – TER-TO – Técnico Judiciário) Sobre o poder
disciplinar, é correto afirmar:
a) Existe discricionariedade quanto a certas infrações que a lei não
define, como ocorre, por exemplo, com o "procedimento irregular" e a
"ineficiência no serviço", puníveis com pena de demissão.
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b) Há discricionariedade para a Administração em instaurar
procedimento administrativo, caso tome conhecimento de eventual falta
praticada.
c) Inexiste discricionariedade quando a lei dá à Administração o
poder de levar em consideração, na escolha da pena, a natureza e a
gravidade da infração e os danos que dela provierem para o serviço
público.
d) O poder disciplinar é sempre discricionário e decorre da
supremacia especial que o Estado exerce sobre aqueles que se vinculam
à Administração.
e) É possível, em determinadas hipóteses, que a Administração
deixe de punir o servidor comprovadamente faltoso.
31. (CESPE – 2015 - TRF - 1ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Relativamente ao poder regulamentar, à regulação e ao poder de polícia
administrativa, assinale a opção correta.
a) O regulamento autônomo diferencia-se do regulamento de execução
porque, enquanto este é editado com fundamento na lei, aquele possui
fundamento direto na Constituição, sendo possível, portanto, que inove
na ordem jurídica.
b) Nem todos os atos de polícia são autoexecutórios, mas todos
possuem o atributo da coercibilidade na medida em que impõem
restrições ou condições que devem ser obrigatoriamente cumpridas
pelos particulares.
c) No âmbito federal, adota-se o limite temporal de três anos para o
exercício de ação punitiva pela administração pública no exercício do
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor.
d) No exercício do poder regulamentar, compete ao presidente da
República sancionar, promulgar e fazer publicar as leis e as propostas
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de emenda à Constituição, bem como expedir decretos e regulamentos
que disciplinem sua execução.
e) O poder regulamentar exercido pelo chefe do Poder Executivo não se
confunde com o poder regulatório atribuído a certas entidades
administrativas. Ambos possuem, porém, conteúdo eminentemente
técnico e englobam o exercício de atividades normativas, executivas e
judicantes.
32. (2014/CESPE/TJ-DF/Titular de Serviços de Notas e de
Registros) A respeito dos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) Desde que haja previsão legal, é possível o exercício do poder de
polícia, em especial a realização de atos coercitivos, por pessoa
jurídica da iniciativa privada não integrante da administração
pública.
b) O poder disciplinar e o hierárquico fundamentam a aplicação de
sanção administrativa a particular que, contratado pela
administração, descumpra obrigações contratuais.
c) Insere-se no âmbito do poder regulamentar a competência
privativa, não passível de delegação, do presidente da República
para expedir decretos para a fiel execução das leis.
d) A interdição de estabelecimentos comerciais, a apreensão de
mercadorias e a detenção de pessoas são exemplos de atos
praticados pela administração pública no âmbito do poder de
polícia.
e) Dada a relação de hierarquia existente entre a União e autarquia
federal, é possível a delegação a esta de parte da competência
daquela, quando conveniente, em razão de circunstâncias de
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
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33. (2014/CESPE/TJ-CE/Analista Judiciário - Execução de
Mandados) Em relação aos poderes administrativos, assinale a opção
correta.
a) As prerrogativas do Poder Legislativo incluem a sustação dos atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar.
b) O poder discricionário não é passível de controle pelo Poder
Judiciário.
c) O desvio de poder configura-se quando o agente atua fora dos
limites de sua competência administrativa.
d) Nenhum ato inerente ao poder de polícia pode ser delegado, dado
ser expressão do poder de império do Estado.
e) O poder hierárquico restringe-se ao Poder Executivo, uma vez que
não há hierarquia nas funções desempenhadas no âmbito dos
Poderes Legislativo e Judiciário
34. (CESPE /2011/TRE-ES /Técnico Judiciário) Caso se
determine, por meio de lei, a certa autoridade a competência para
editar atos normativos secundários, essa competência pode ser objeto
de delegação.
35. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) Quando a
administração expede normas de caráter geral e impessoal, ela está
desempenhando o poder regulamentar e a função normativa
simultaneamente.
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36. (2014/ CESPE/ TJ-CE/Analista Judiciário - Área
Administrativa) No tocante aos poderes da administração pública,
assinale a opção correta.
a) O poder disciplinar é aquele exercido pela administração pública
para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos e aos empregados terceirizados que lhe sejam
subordinados.
b) O poder de polícia, em sentido amplo, estende-se à atividade do
Estado de condicionar a liberdade e a propriedade, ajustando-as
aos interesses coletivos, o que abrange os atos do Judiciário, do
Legislativo e do Executivo.
c) Na hipótese de o presidente da República editar decreto que
exorbite do poder regulamentar, é possível a sustação do referido
ato normativo do Poder Executivo pelo Congresso Nacional.
d) Caso um agente público atue fora dos limites de sua competência,
ficarão caracterizados tanto o excesso quanto o desvio de poder.
e) Decorre do poder hierárquico a possibilidade de delegação da
edição de atos de caráter normativo, devendo o ato de delegação
ser publicado em meio oficial
37. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Decreto do Poder
Executivo Municipal restringiu a circulação de veículos em determinado
horário em perímetro identificado da cidade, sob o fundamento de que a
restrição seria necessária para melhoria da qualidade do ar na região,
comprovadamente inadequada por medidores oficiais. A medida,
considerando que o poder executivo municipal tenha competência
material para dispor sobre a ordenação do tráfego e seja
constitucionalmente obrigado a tutela do meio ambiente,
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a) é expressão da faceta disciplinar do poder regulamentar, que
pode se prestar a restringir a esfera de interesses dos administrados,
com vistas ao atendimento do interesse público.
b) é expressão do poder disciplinar, na medida em que houve
limitação, ainda que legal, dos direitos individuais dos administrados.
c) insere-se no poder normativo do Executivo Municipal, que pode
editar atos normativos autônomos disciplinando os assuntos de
interesse local da comunidade.
d) excede o poder regulamentar, que se restringe à disciplina de
organização administrativa do ente, devendo essas disposições
constarem de lei formal.
e) insere-se no poder regulamentar do Executivo, se as disposições
do decreto municipal estiverem explicitando normas legais que
estabeleçam as diretrizes de ordenação do sistema viário com vistas a
preservação da qualidade do ar.
38. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) O poder
regulamentar da Administração pública consiste em:
a) impor restrições à atuação de particulares, em benefício da
coletividade, nos limites da lei.
b) controlar a atividade de órgãos inferiores, dando ordem a
subordinados e verificando a legalidade dos atos praticados.
c) editar normas complementares à lei, para a sua fiel execução.
d) organizar a atividade administrativa, inclusive com a avocação
de competências e criação de órgãos.
e) apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e
particulares que contratam com a Administração.
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39. (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) De acordo com
Maria Sylvia Zanella di Pietro, o poder regulamentar é uma das formas
de expressão da competência normativa da Administração Pública.
Referido poder regulamentar, de acordo com a Constituição Federal,
a) é competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo, que
também pode editar decretos autônomos, nos casos previstos.
b) admite apenas a edição de decretos executivos,
complementares à lei.
c) compreende a edição de decretos regulamentares autônomos
sempre que houver lacuna na lei.
d) admite a delegação da competência originária em caráter geral e
definitivo.
e) compreende a edição de decretos autônomos e regulamentares,
quando houver lacuna na lei.
40. (FCC/2011/TCE-SP/Procurador) Em relação aos poderes da
Administração Pública, é correto afirmar que o poder
a) normativo é decorrência do poder vinculado da Administração, na
medida em que só admite a prática de atos expressamente previstos
em lei.
b) normativo é reflexo do poder discricionário nos casos em que é dado
à Administração Pública o poder de substituir a lei em determinada
matéria.
c) disciplinar é decorrente do poder de polícia administrativo, na medida
em que admite a aplicação de sanções a todos os particulares.
d) disciplinar, no que diz respeito aos servidores públicos, é decorrente
do poder hierárquico, na medida em que se traduz no poder da
Administração de apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos sujeitos à sua disciplina.
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e) regulamentar, quando decorrente do poder hierárquico, é
discricionário, porque não encontra estabelecidos em lei as hipóteses
taxativas de sua incidência.
41. (FCC – 2011 – TRT - 4ªREG-RS - Analista Judiciário) É
correta a afirmação de que o exercício do poder regulamentar está
consubstanciado na competência
a) das autoridades hierarquicamente superiores das
administrações direta e indireta, para a prática de atos administrativos
vinculados, objetivando delimitar o âmbito de aplicabilidade das leis.
b) dos Chefes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
objetivando a fiel aplicação das leis, mediante atos administrativos
expedidos sob a forma de homologação.
c) originária dos Ministros e Secretários estaduais, de editarem
atos administrativos destinados a esclarecer a aplicabilidade das leis
ordinárias.
d) dos Chefes do Poder Executivo para editar atos administrativos
normativos destinados a dar fiel execução às leis.
e) do Chefe do Poder Executivo Federal, com a finalidade de
editar atos administrativos de gestão, para esclarecer textos
controversos de normas federais.
42. (FCC – 2015 - TJ-GO - Juiz Substituto) O regime jurídico
administrativo compreende um conjunto de prerrogativas e sujeições
aplicáveis à Administração e expressa-se sob a forma de princípios
informativos do Direito Público, bem como pelos poderes outorgados à
Administração, entre os quais se insere o poder normativo, que
a) não se restringe ao poder regulamentar, abarcando também atos
originários relativos a matéria de organização administrativa.
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b) permite a edição de atos discricionários, com base em critérios de
conveniência e oportunidade e afasta a vinculação a requisitos formais
c) autoriza a Administração a impor limites às atividades privadas em
prol do interesse público.
d) é o instrumento pelo qual a Administração disciplina a execução da
lei, editando normas que podem inovar em relação ao texto legal para a
criação de obrigações aos administrados.
e) compreende a aplicação de sanções àqueles ligados à Administração
por vínculo funcional ou contratual.
43. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria Governamental) Com relação aos poderes administrativos,
julgue o item subsequente. É obrigatória a obtenção prévia de
autorização judicial para a demolição de edificação irregular.
44. (AOCP – 2012 - TCE-PA – Auditor) No que se refere aos
Poderes da Administração, analise as assertivas e assinale a alternativa
que aponta a(s) correta(s).
I. É possível no Brasil decreto regulamentar autônomo, em caráter
excepcional e quando expressamente autorizado pela Constituição
Federal.
II. O poder de polícia retira um direito pessoal do administrado em
nome do interesse público.
III. O poder de polícia não pode ser delegado ao particular, no entanto,
admite-se a delegação de atos materiais ou instrumentais.
IV. O Poder Disciplinar decorre do Poder Hierárquico.
a) Apenas I.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e IV.
d) Apenas I, III e IV.
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e) I, II, III e IV.
45. (FCC – 2015 - TRT - 6ª Região - Juiz do Trabalho
Substituto) Na lição de Hely Lopes Meirelles, os poderes administrativos
nascem com a Administração e se apresentam diversificados segundo
as exigências do serviço público, o interesse da coletividade e os
objetivos a que se dirigem. Esclarece o renomado administrativista que,
diferentemente dos poderes políticos, que são estruturais e orgânicos,
os poderes administrativos são instrumentais.
Uma adequada correlação entre o poder administrativo citado e
sua utilização pela Administração é:
a) o poder disciplinar possibilita às autoridades administrativas a
práticas de atos restritivos de direitos individuais dos cidadãos, nos
limites previstos em lei.
b) o poder normativo autoriza a Administração a estabelecer
condutas e as correspondentes punições aos servidores públicos, para
ordenar a atuação administrativa.
c) o poder de polícia comporta atos preventivos e repressivos,
exercidos pela Administração para condicionar ou restringir atividades
ou direitos individuais, no interesse da coletividade.
d) o poder regulamentar atribuído, pela Constituição Federal, ao
Chefe do Executivo, o autoriza a editar normas autônomas em relação a
toda e qualquer matéria de organização administrativa e
complementares à lei em relação às demais matérias.
e) o poder hierárquico autoriza a aplicação de penalidades aos
servidores públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa
em razão de vínculo contratual estabelecido com a Administração.
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46. (FCC – 2014 - TJ-AP - Técnico Judiciário - Área Judiciária e
Administrativa) A vigilância sanitária interditou, após regular processo
administrativo, estabelecimento comercial no Município de Serra do
Navio que funcionava regularmente há anos. A interdição decorreu do
fato de o estabelecimento não manter as condições sanitárias de
higiene estabelecidas em lei e em regulamento nas instalações físicas e
no processamento dos alimentos. A atividade exercida pela vigilância
sanitária é manifestação do poder
a) de polícia administrativa que após a Constituição Federal é
conferido somente à polícia judiciária, em razão do princípio
democrático que retirou do ato administrativo o atributo da
coercitividade.
b) disciplinar-normativo da Administração, que expede atos
gerais e abstratos para limitar ou disciplinar direitos, interesses ou a
liberdade dos administrados, em razão de interesse público concernente
à segurança e à higiene.
c) de polícia administrativa, que na hipótese não envolveu o
atributo da executoriedade, porque a medida foi imposta após regular
processo administrativo.
d) de polícia administrativa, que possui os atributos da
autoexecutoriedade e coercibilidade e deve obediência às regras de
competência, forma e finalidade dos atos administrativos.
e) disciplinar, também denominado de extroverso, cujos
atributos da autoexecutoriedade e da coercibilidade não dispensam a
observância do devido processo legal.
47. (FCC – 2014 - TCE-GO - Analista de Controle Externo –
Administrativa) Dentre as características e peculiaridades do poder de
polícia administrativa, considerado este em seu sentido amplo, é
INCORRETO afirmar que
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a) se manifesta, dentre outras formas, através de atos
normativos e de alcance geral, como, por exemplo, regulamentos ou
portarias que proíbem soltar balões em épocas de festas juninas.
b) dentre os meios de atuação, pode adotar medidas repressivas.
c) uma de suas características é a coercibilidade.
d) uma de suas características é a discricionariedade absoluta.
e) constitui exemplo de atos fiscalizatórios do poder de polícia, a
vistoria de veículos automotores para garantia de condições de
segurança.
48. (FCC – 2012 – TRT – Juiz do Trabalho) A Constituição
Federal estabelece, entre os direitos individuais, que ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei. Entre os poderes conferidos à Administração, insere-se o poder de
polícia, o qual, aplicado de maneira consentânea com o referido
mandamento constitucional
a) possibilita a atuação coercitiva da Administração, apenas em
caráter repressivo, a cargo da polícia administrativa.
b) autoriza a Administração a atuar preventiva e
repressivamente, nos limites da lei, limitando o exercício de direitos
individuais em benefício do interesse público.
c) autoriza a atuação da Administração, nos limites da lei,
limitando o exercício de direitos individuais para garantir a segurança e
a ordem pública, não podendo atingir o exercício de atividades
econômicas.
d) autoriza a imposição de restrições ao exercício de atividades
econômicas, nos limites da lei, em prol do interesse público, não
podendo importar limitação ao exercício de direitos individuais.
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e) possibilita a atuação coercitiva da Administração, utilizando
meios diretos e indiretos de execução, apenas nas hipóteses de
ocorrência de conduta ilícita do particular.
49. (CESPE – 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto)
Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar e ao poder
de polícia administrativa.
a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas
características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a
prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre
discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade
para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal
de duas ou mais sanções para determinada infração
c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua por
meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações
aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos
normativos caracterize atuação de polícia administrativa.
d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente
pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos
governadores e aos prefeitos.
e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento
da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar
aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos;
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem
vagos.
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50. (CESPE – 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal
Substituto) Assinale a opção correta com relação ao poder regulamentar
e ao poder de polícia administrativa.
a) O poder de polícia administrativa tem como uma de suas
características a autoexecutoriedade, entendida como sendo a
prerrogativa de que dispõe a administração para praticar atos e colocá-
los em imediata execução sem depender de autorização judicial.
b) O exercício do poder de polícia administrativa é sempre
discricionário, caracterizando-se por conferir ao administrador liberdade
para escolher o melhor momento de sua atuação ou a sanção mais
adequada no caso concreto, por exemplo, quando houver previsão legal
de duas ou mais sanções para determinada infração
c) No exercício da atividade de polícia, a administração atua por
meio de atos concretos e impositivos que geram deveres e obrigações
aos indivíduos, não sendo possível considerar que a edição de atos
normativos caracterize atuação de polícia administrativa.
d) O poder regulamentar é prerrogativa concedida textualmente
pela CF ao chefe do Poder Executivo federal que não se estende aos
governadores e aos prefeitos.
e) No exercício do poder regulamentar, o presidente da República
pode dispor, mediante decreto, sobre a organização e o funcionamento
da administração federal, quando tal ato administrativo não implicar
aumento de despesa; sobre a criação e extinção de órgãos públicos;
sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando estes estiverem
vagos.
51. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) A fiscalização
realizada em locais proibidos para menores retrata o exercício de polícia
administrativa.
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52. (CESPE/2009/TRE-PR/Analista Judiciário) O poder de polícia
não poderá ser delegado às concessionárias, no âmbito das parcerias
público-privadas.
53. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo
- Auditoria Governamental) O exercício do poder de polícia não pode ser
delegado a entidade privada.
54. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Analista Judiciário - Área
Administrativa) Quando um fiscal apreende remédios com prazo de
validade vencido, expostos em prateleiras de uma farmácia, tem-se
exemplo do poder disciplinar da administração pública.
55. (CESPE/2011/TJ-ES/Analista Judiciário) Além dos atos que
provêm de autoridade pública, caracterizam-se, também, como
atividades de polícia administrativa as providências tomadas por
particulares para prevenir prejuízos ou ameaças a seus direitos ou
patrimônios.
56. (CESPE/2010/TRT-21ªReg/Analista Judiciário) Segundo a
doutrina, o poder de polícia tanto pode ser discricionário quanto
vinculado.
57. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de
polícia deriva do poder hierárquico. Os chefes de repartição, por
exemplo, utilizam-se do poder de polícia para fiscalizar os seus
subordinados.
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58. (CESPE - 2012 - TRE-RJ - Técnico Judiciário) O poder de
polícia, que decorre da discricionariedade que caracteriza a
administração pública, é limitado pelo princípio da razoabilidade ou
proporcionalidade.
59. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) No exercício do
poder de polícia, a administração age apenas de forma repressiva,
aplicando sanções a condutas que infrinjam leis e regulamentos, uma
vez que tal poder não se coaduna com medidas preventivas, inseridas,
em regra, no âmbito do poder regulamentar.
60. (CESPE - 2013 - TJ-DF - Analista Judiciário - Área Judiciária)
No que se refere ao exercício do poder de polícia, denomina-se
exigibilidade a prerrogativa da administração de praticar atos e colocá-
los em imediata execução, sem depender de prévia manifestação
judicial.
61. (CESPE – 2013 – TRE/MS – Técnico Judiciário – Área
Administrativa) Um agente de trânsito, ao realizar fiscalização em uma
rua, verificou que determinado indivíduo estaria conduzindo um veículo
em mau estado de conservação, comprometendo, assim, a segurança
do trânsito e, consequentemente, a da população. Diante dessa
situação, o agente de trânsito resolveu reter o veículo e multar o
proprietário. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção
que explicita, correta e respectivamente, o poder da administração
correspondente aos atos praticados pelo agente, e os atributos
verificados nos atos administrativos que caracterizam a retenção do
veículo e a aplicação de multa.
A poder disciplinar — exigibilidade e discricionariedade.
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B poder de polícia — autoexecutoriedade e exigibilidade.
C poder hierárquico — exigibilidade e autoexecutoriedade.
D poder disciplinar — autoexecutoriedade e exigibilidade.
E poder de polícia — exigibilidade e discricionariedade.
62. (CESPE - 2010 - TRE-BA - Técnico Judiciário - Área
Administrativa) O poder de polícia manifesta-se apenas por meio de
medidas repressivas.
63. (2014/ CESPE/ TJ-SE) A respeito dos poderes da
administração, assinale a opção correta.
a) No que diz respeito ao poder de polícia, entende o STJ que, na
hipótese de determinado veículo ser retido apenas por transporte
irregular de passageiro, a sua liberação não está condicionada ao
pagamento de multas e despesas.
b) Configura hipótese de desvio de poder a atuação do agente público
que extrapole os limites de suas atribuições, previstas em lei.
c) De acordo com o STJ, fica caracterizado o poder discricionário da
administração pública no ato administrativo de indeferimento de
pleito de servidor para gozar de licença para tratar de interesse
particular, sendo lícito o controle pelo Poder Judiciário na hipótese de
manifesta ilegalidade, mas não na de motivação inidônea.
d) Decorrente do poder hierárquico, a avocação temporária de
competências pelo superior hierárquico é permitida sempre que ele
entender ser ela conveniente.
e) No que tange ao poder disciplinar, entende o STJ ser obrigatória a
intimação do interessado para apresentar alegações finais após o
relatório final de processo administrativo disciplinar apresentado
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pela comissão processante, em respeito à ampla defesa e ao
contraditório.
64. (2014/CESPE/TJ-CE/Técnico Judiciário - Área
Administrativa) A respeito dos poderes da administração, assinale a
opção correta.
a) Em respeito ao princípio da separação dos poderes, o Congresso
Nacional não pode sustar ato normativo do Poder Executivo.
b) Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de
polícia é a edição de atos normativos de caráter geral e abstrato.
c) A delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de desconcentração administrativa.
d) Ao tomar conhecimento da ocorrência de infração disciplinar, a
administração deve, em um primeiro momento, avaliar a
conveniência e oportunidade da instauração de processo
administrativo.
e) O poder regulamentar é prerrogativa conferida à administração
pública para expedir normas de caráter geral, em razão de
eventuais lacunas, com a finalidade de complementar ou
modificar a lei
65. (2014/CESPE/TJ-CE/Técnico Judiciário - Área Judiciária) A
respeito dos poderes da administração, assinale a opção correta.
a) A delegação de atribuições de um órgão público para outra pessoa
jurídica configura exemplo de desconcentração administrativa.
b) Ao tomar conhecimento da ocorrência de infração disciplinar, a
administração deve, em um primeiro momento, avaliar a
conveniência e oportunidade da instauração de processo
administrativo.
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c) O poder regulamentar é prerrogativa conferida à administração
pública para expedir normas de caráter geral, em razão de
eventuais lacunas, com a finalidade de complementar ou
modificar a lei.
d) Em respeito ao princípio da separação dos poderes, o Congresso
Nacional não pode sustar ato normativo do Poder Executivo.
e) Um dos meios pelo quais a administração exerce seu poder de
polícia é a edição de atos normativos de caráter geral e abstrato.
66. (2014/CESPE/TCE-PB/ Procurador) Assinale a opção correta
com relação aos poderes da administração pública e ao poder de polícia.
a) O fundamento do poder de polícia é a predominância do interesse
público sobre o particular, o que torna ilegítima qualquer
discricionariedade no exercício desse poder.
b) No estado de polícia, o jus politiae abrangia um conjunto de
normas postas pelo príncipe, com a intromissão na vida dos
particulares, ideia que passou a ser repensada no estado de
direito.
c) A construção de poder de polícia no estado de direito, sem
abandonar a filosofia do laissez faire e sem aproximação do
coletivismo, visa regular os direitos privados e limitar o poder do
príncipe.
d) O MP junto aos tribunais de contas não pode exercer o poder
hierárquico por ser este exclusivo do Poder Executivo
e) Os atos administrativos ordinatórios emanam do poder disciplinar
e não do poder hierárquico e, por isso, podem ser expedidos por
qualquer autoridade aos seus subordinados, mas não podem
inovar quanto à legislação existente.
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67. (FCC - 2013 - TJ-PE - Titular de Serviços de Notas e de
Registros – Provimento) Analise as situações abaixo descritas que
correspondem ao exercício de poderes da Administração:
I. Edição de decreto do Poder Executivo dispondo sobre a
organização e funcionamento de órgãos administrativos.
II. Declaração de inidoneidade de particular para participar de
licitação ou contratar com a administração pública.
III. Concessão de licença de instalação e funcionamento para
estabelecimento comercial.
As situações descritas correspondem, respectivamente, aos
poderes
a) regulamentar, de polícia e normativo.
b) disciplinar, de polícia e regulamentar.
c) normativo, disciplinar e regulamentar.
d) normativo, disciplinar e de polícia.
e) hierárquico, disciplinar e regulamentar.
68. (FCC - 2013 - TRT - 18ª Região (GO) - Analista Judiciário -
Área Judiciária) A Administração pública, em regular fiscalização a
estabelecimentos comerciais, autuou e impôs multa aos infratores das
normas que disciplinavam o segmento. Essa atuação da Administração
é expressão do poder
a) de polícia, sendo o ato de imposição de multa dotado do
atributo da discricionariedade.
b) de polícia, sendo o ato de imposição de multa dotado de
exigibilidade e coercibilidade.
c) disciplinar, dotado do atributo de autoexecutoriedade.
d) regulamentar, que permite que a Administração institua e
aplique multas pecuniárias aos administrados.
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e) regulamentar, em sua faceta de poder de polícia, que permite
que a Administração institua multas pecuniárias aos administrados.
69. (FCC – 2013 – TRT – juiz do Trabalho) Considere (i)
imposição de restrição ao exercício de atividade que enseje risco à
saúde pública; (ii) aplicação de pena de suspensão do direito de
contratar com a Administração a particular que descumpriu obrigações
decorrentes de contrato administrativo; (iii) edição de regimento
disciplinando o funcionamento de órgão público colegiado. Referidos
atos caracterizam, respectivamente, representação do exercício, pela
Administração, de poder.
a) de polícia; hierárquico e disciplinar
b) normativo; hierárquico e disciplinar.
c) regulamentar; de polícia e hierárquico.
d) de polícia, disciplinar e normativo.
e) disciplinar; hierárquico e regulamentar.
70. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Considere a
atuação da Administração pública:
I. suspensão temporária de particular contratado pela admissão
para participar de licitação.
II. interdição de restaurante em face de risco à saúde pública.
III. edição de decreto contendo normas complementares para
execução de lei.
A relação correta entre a atuação da Administração e o poder que
a autoriza é
a) I II III
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disciplinar de polícia regulamentar
b) I II III
de polícia de polícia regulamentar
c) I II III
regulamentar de polícia disciplinar
d) I II III
disciplinar disciplinar hierárquico
e) I II III
disciplinar regulamentar hierárquico
71. (FCC – 2013 – TRT – Analista Judiciário) Durante regular
fiscalização, fiscais de determinada municipalidade identificaram que
um estabelecimento comercial do setor de bares e restaurantes estava
utilizando indevidamente a calçada para instalação de mesas e cadeiras.
Os agentes municipais, considerando que estavam devidamente
autorizados pela lei, no correto desempenho de suas funções,
a) apreenderam as mesas e cadeiras e multaram o
estabelecimento, no exercício de seu poder disciplinar.
b) interditaram o estabelecimento, no exercício de seu poder de
tutela administrativa.
c) apreenderam as mesas e cadeiras irregulares e multaram o
estabelecimento, no exercício do poder de polícia.
d) multaram o estabelecimento e determinaram a instauração de
processo de interdição do estabelecimento, como expressão de seu
poder hierárquico.
e) interditaram o estabelecimento e apreenderam todo o
mobiliário da calçada, como expressão de seu poder de autotutela.
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72. (FCC – 2013 – TER-RO – Técnico) Considere as seguintes
atividades:
I. Limita direitos.
II. Disciplina direitos.
III. Regula a prática de ato.
IV. Regula a abstenção de fato.
Considera-se poder de polícia, desde que preenchidos os demais
requisitos legais, as atividades da Administração pública descritas em
( A) I e III, apenas.
( B) II, III e IV, apenas.
(C) II e IV, apenas.
(D) III e IV, apenas.
(E) I, II, III e IV.
73. (FCC – 2012 – TRT-PE- Técnico) O conceito moderno de
poder de polícia o define como a atividade do Estado que limita o
exercício dos direitos individuais em benefício do interesse público. Em
relação ao poder de polícia administrativa, é correto afirmar que
a) é exclusivo da autoridade superior do ente público competente
para a fiscalização.
b) compreende a adoção de medidas repressivas para aplicação
da lei ao caso concreto.
c) incide subsidiariamente à polícia judiciária, inclusive para coibir
a prática de ilícito penal.
d) cria obrigações e limitações aos direitos individuais quando a
lei não tiver disposto a respeito.
e) impõe apenas obrigações de fazer, na medida em que não
pode impor abstenções e proibições aos administrados.
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74. (FCC – 2012 – TRT-SE – Juiz do Trabalho) A respeito dos
poderes da Administração, é correto afirmar que o poder
a) de polícia constitui atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regule a
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente, entre outros, à segurança e à tranquilidade pública.
b) hierárquico fundamenta a avocação, pela Administração direta,
de matérias inseridas na competência das autarquias a ela vinculadas.
c) regulamentar autoriza a edição, pelo Chefe do Executivo, de
normas complementares à lei, admitindo-se o regulamento autônomo
para matéria de organização administrativa, incluindo a criação de
órgãos e de cargos públicos.
d) de polícia é exercido pelo Poder Executivo, por intermédio da
autoridade competente, mediante a edição de normas gerais criando
obrigações para toda a coletividade, disciplinadoras de atividades
individuais, concernentes, entre outros, à segurança, à higiene, à
ordem e aos costumes.
e) hierárquico, também denominado disciplinar, corresponde ao
poder conferido aos agentes públicos para emitir ordens a seus
subordinados e aplicar as sanções disciplinares não expressamente
previstas em lei.
75. (FCC - 2012 - TJ-PE - Oficial de Justiça) Em matéria do
poder de polícia de que dispõe a Administração Pública, considere:
I. A finalidade do poder de polícia se restringe à defesa do Estado
e de sua Administração, conferindo-lhe poderes para anular liberdades
públicas ou direitos dos cidadãos.
II. O poder de polícia tem atributos específicos, peculiares, e tais
são a discricionariedade, a autoexecutoriedade e a coercibilidade, mas
passíveis de controle em geral.
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III. No poder de polícia originário e no delegado observa-se que o
primeiro é pleno no seu exercício e consectário, ao passo que o segundo
é limitado nos termos da delegação e se caracteriza por atos de
execução.
IV. As condições de validade do poder de polícia são diferentes
das dos demais atos administrativos comuns porque limitadas à
proporcionalidade da sanção e à legalidade dos meios empregados pela
Administração.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I e II.
b) I, II e IV.
c) I, III e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
76. (FCC - 2012 - TRE-PR - Analista Judiciário) Considerando
que sejam atributos do poder de polícia a discricionariedade, a
coercibilidade e a autoexecutoriedade, da qual são desdobramentos a
exigibilidade e a executoriedade, é correto afirmar:
a) A discricionariedade está presente em todos os atos emanados
do poder de polícia.
b) A exigibilidade compreende a necessidade de provocação
judicial para adoção de medidas de polícia.
c) A autoexecutoriedade prescinde da coercibilidade, que pode ou
não estar presente nos atos de polícia.
d) A coercibilidade traduz-se na caracterização do ato de polícia
como sendo uma atividade negativa, na medida em que se presta a
limitar a atuação do particular.
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e) O poder de polícia pode ser exercido por meio de atos
vinculados ou de atos discricionários, neste caso quando houver certa
margem de apreciação deixada pela lei.
77. (FCC – 2012 – TER – Técnico Judiciário) Analise as
assertivas abaixo concernentes ao poder de polícia.
I. O poder de polícia só poderá reduzir os direitos individuais
quando em conflito com interesses maiores da coletividade e na medida
estritamente necessária à consecução dos fins estatais.
II. Constituem meios de atuação do poder de polícia, dentre
outros, as medidas repressivas, como, por exemplo, dissolução de
reunião, interdição de atividade e apreensão de mercadorias
deterioradas.
III. A medida de polícia, quando discricionária, não esbarra em
algumas limitações impostas pela lei, como por exemplo, no que
concerne à competência e à finalidade.
IV. O poder de polícia tanto pode ser discricionário, como
vinculado, ressaltando-se que ele é vinculado na maior parte dos casos.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, II e III.
b) II, III e IV.
c) I e IV.
d) III e IV.
e) I e II.
78. (FCC – 2011 – TCE-SE – Analista de Controle Externo)
Agente da Prefeitura do Município de Aracaju, tendo constatado que um
bar na cidade funcionava sem alvará nem habite-se, e em claro
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desacordo com determinadas normas exigidas pela municipalidade no
tocante a tratamento acústico e acessibilidade do estabelecimento,
resolve aplicar multa. Trata-se, no presente caso, de modo de
manifestação de poder da Administração conhecido na doutrina como
poder
a) hierárquico.
b) regulamentar.
c) disciplinar.
d) de polícia.
e) de autoridade.
79. (FCC – 2011 – TRT-20ª- Analista Judiciário) A Administração
Pública, no exercício de seu poder de polícia, aplicou multa a munícipe
por infração ao ordenamento jurídico. Não ocorrendo o pagamento
espontaneamente pelo administrado, a Administração decide praticar
imediatamente e, de forma direta, atos de execução, objetivando o
recebimento do valor. A conduta da Administração Pública
a) está correta, tendo em vista o atributo da coercibilidade
presente nos atos de polícia administrativa.
b) não está correta, tendo em vista que nem todas as medidas de
polícia administrativa têm a característica da autoexecutoriedade.
c) está correta, tendo em vista o atributo da imperatividade
existente nos atos de polícia administrativa.
d) não está correta, tendo em vista que os atos de polícia
administrativa são vinculados e, portanto, inexiste discricionariedade na
atuação da Administração Pública
e) está correta, tendo em vista a prerrogativa da Administração
de praticar os atos de polícia administrativa e colocá-los em imediata
execução, sem dependência à manifestação judicial.
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80. (FCC – 2011 – TRT – Analista Judiciário) O poder de polícia
a) possui, como meio de atuação, apenas medidas de caráter
repressivo.
b) delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza
por atos de execução.
c) é sempre discricionário.
d) não é inerente a toda Administração, não estando presente,
por exemplo, na esfera administrativa dos Municípios.
e) não tem como um de seus limites a necessidade de
observância aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
81. (FCC – 2011 – TER-TO – Técnico Judiciário) No que
concerne ao poder de polícia, é correto afirmar:
a) É vedada a utilização de meios diretos de coação.
b) Constitui-se somente por atividades preventivas.
c) É puramente discricionário.
d) Incide sobre pessoas.
e) É possível a utilização de meios indiretos de coação.
82. (FCC/2011/TRT-14ªReg-(RO e AC)/Analista Judiciário) O
poder de polícia:
a) possui, como meio de atuação, apenas medidas de caráter
repressivo.
b) delegado é limitado aos termos da delegação e se caracteriza
por atos de execução.
c) é sempre discricionário.
d) não é inerente a toda Administração, não estando presente,
por exemplo, na esfera administrativa dos Municípios.
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e) não tem como um de seus limites a necessidade de
observância aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.
83. (2014/ CESPE/ TJ-SE/ Titular de Serviços de Notas e de
Registros) Acerca dos poderes administrativos, assinale a opção correta.
a) Se for causada por insuficiência de provas, a absolvição de
servidor réu em ação penal aberta devido a fato apurado
também em processo administrativo levará à absolvição desse
servidor também no âmbito administrativo.
b) De acordo com o STJ, manifesta-se o poder discricionário
quando o juiz impõe a pena ao condenado após sentença
condenatória.
c) Com relação a poder hierárquico, pode ser objeto de delegação
pelo superior hierárquico a decisão referente a recursos
administrativos.
d) O poder de polícia, em sua dupla acepção, restringe-se a atos
do Poder Executivo.
e) A autorização de uso de bem público é ato praticado pela
administração pública no exercício do poder vinculado
84. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) Define-se poder
discricionário como o poder que o direito concede à administração para
a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua
conveniência, oportunidade e conteúdo, estando a administração, no
exercício desse poder, imune à apreciação do Poder Judiciário.
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85. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) O poder
discricionário é um poder absoluto e intocável, concretizando-se no
momento em que o ato é praticado pela administração.
86. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo -
Auditoria de Obras Públicas) A razoabilidade funciona como limitador do
poder discricionário do administrador.
87. (2014/ CESPE/ TJ-CE/ Técnico Judiciário - Área Judiciária)
Assinale a opção correta no que se refere aos poderes e deveres dos
administradores públicos.
a) Caracteriza-se desvio de finalidade quando o agente atua além dos
limites de sua competência, buscando alcançar fins diversos
daqueles que a lei permite.
b) Há excesso de poder quando o agente, mesmo que agindo dentro de
sua competência, exerce atividades que a lei não lhe conferiu.
c) Em caso de omissão do administrador, o administrado pode exigir,
por via administrativa ou judicial, a prática do ato imposto pela lei.
d) No exercício do poder hierárquico, os agentes superiores têm
competência, em relação aos agentes subordinados, para comandar,
fiscalizar atividades, revisar atos, delegar, avocar atribuições e ainda
aplicar sanções
e) O poder de agir da administração refere-se à sua faculdade para a
prática de determinado ato de interesse público.
88. (FCC - 2012 - TJ-PE - Oficial de Justiça)No que se refere aos
poderes administrativo, discricionário e vinculado, é INCORRETO
afirmar:
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a) Mesmo quanto aos elementos discricionários do ato
administrativo há limitações impostas pelos princípios gerais de direito e
pelas regras de boa administração.
b) A discricionariedade é sempre relativa e parcial, porque,
quanto à competência, à forma e à finalidade do ato, a autoridade está
subordinada ao que a lei dispõe.
c) Poder vinculado é aquele que o Direito Positivo – a Lei –
confere à Administração Pública para a prática de ato de sua
competência, determinando os elementos e requisitos necessários à sua
formalização, mas lembrando a dificuldade de se encontrar um ato
administrativo inteiramente vinculado.
d) A atividade discricionária encontra plena justificativa na
impossibilidade de o legislador catalogar na lei todos os atos que a
prática administrativa exige.
e) Na categoria dos atos administrativos vinculados, a liberdade
de ação do administrador é ampla, visto que não há necessidade de se
ater à enumeração minuciosa do Direito Positivo para realizá-la.
89. (FCC – 2011 – TER-AM- Analista Judiciário) Considere os
conceitos abaixo, sobre os poderes administrativos.
I. Poder que o Direito concede à Administração, de modo explícito
ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na
escolha de sua conveniência e oportunidade.
II. Poder de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as
funções de seus órgãos e ordenar a atuação dos seus agentes,
estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu
quadro de pessoal.
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III. Faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços
da Administração.
Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes
a) regulamentar, vinculado e disciplinar.
b) arbitrário, disciplinar e de polícia.
c) vinculado, subordinado e hierárquico.
d) de polícia, disciplinar e hierárquico.
e) discricionário, hierárquico e disciplinar.
90. (FCC – 2011 – TER-AC- Analista Judiciário) Sobre os
poderes administrativos, considere:
I. Poder que a lei confere à Administração Pública para a prática
de ato de sua competência, determinando os elementos e requisitos
necessários à sua formalização.
II. Poder que o Direito concede à Administração Pública, de modo
implícito ou explícito, para a prática de atos administrativos com
liberdade de escolha de sua conveniência, oportunidade e conteúdo.
III. Faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo de explicar
a lei para a sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos
sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.
Os conceitos acima se referem, respectivamente, aos poderes
a) subordinado, discricionário e hierárquico.
b) discricionário, arbitrário e disciplinar.
c) vinculado, disciplinar e de polícia.
d) hierárquico, de polícia e regulamentar.
e) vinculado, discricionário e regulamentar.
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91. (FCC – 2015 - TCE-CE - Técnico de Controle Externo-
Administração) A Administração pública tem o poder-dever de apurar
infrações administrativas e aplicar penas disciplinares, respeitando,
para tanto, o contraditório e a ampla defesa. Cuida-se do exercício do
denominado Poder Disciplinar. Quanto a este, é correto afirmar:
a) É obrigatório, razão pela qual a autoridade administrativa tem
o dever não só de apurar eventual prática de falta funcional como tem a
obrigação de aplicar sanção nas hipóteses em que a culpa do servidor
não restar integralmente comprovada, isso em razão do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado.
b) A aplicação de sanção disciplinar decorrente da prática de
ilícito administrativo inibe a aplicação de sanção criminal pelo mesmo
fato, em razão do princípio do não bis in idem.
c) A tipicidade do direito administrativo é menos rigorosa que a
do direito penal, isso em razão dos valores jurídicos protegidos por cada
área, motivo pelo qual, em regra, muitos estatutos funcionais admitem
tipos abertos.
d) Por cuidar-se de dever-poder, de caráter obrigatório, não
comporta espaço para que a Administração exerça juízo discricionário.
e) Compreende as punições dos administrados e indivíduos que
não obedecem às limitações e restrições impostas no interesse público,
não apenas as penalidades impostas aos servidores públicos e demais
pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços públicos.
Gabarito:
1) C 4) E 7) E
2) E 5) E 8) D
3) E 6) C 9) B
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10) B 39) A 68) B
11) D 40) D 69) D
12) D 41) D 70) A
13) E 42) A 71) C
14) E 43) E 72) E
15) C 44) D 73) B
16) B 45) C 74) A
17) A 46) D 75) D
18) E 47) D 76) E
19) E 48) B 77) E
20) E 49) A 78) D
21) E 50) A 79) B
22) D 51) C 80) B
23) E 52) E 81) E
24) A 53) C 82) B
25) C 54) E 83) B
26) C 55) E 84) E
27) B 56) C 85) E
28) A 57) E 86) C
29) D 58) C 87) C
30) A 59) E 88) E
31) A 60) E 89) E
32) C 61) B 90) E
33) A 62) E 91) C
34) E 63) A
35) C 64) B
36) C 65) E
37) E 66) B
38) C 67) D
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11. Referências
ALEXANDRINO, Marcelo. PAULO, Vicente. Direito Administrativo
Descomplicado. 18ª Ed., São Paulo, Método, 2010.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo,
13ª Ed., Lumen Juris Editora, Rio de Janeiro, 2005.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 22ª Ed. Editora
Atlas, São Paulo, 2009.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 23ª ed., São
Paulo: Malheiros Editores, 1998.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo, 27ª
Ed., Malheiros Editores, São Paulo, 2010.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo – 24ª
edição, São Paulo: Malheiros Editores, 2005.
ZANNONI, Leandro. Direito Administrativo – Série Advocacia Pública,
Vol. 3, Ed. Forense, Rio de Janeiro, Ed. Método, São Paulo, 2011.
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