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BARREIRO, Rafael MALFITANO, Ana Paula Serrata. "Retrato Das Políticas Públicas Governamentais Brasileiras para A Juventude Nos Anos 2000"

“Retrato das políticas públicas governamentais brasileiras para a juventude nos anos 2000”

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Última Década

ISSN: 0717-4691
[email protected]
Centro de Estudios Sociales
Chile

GARCIA BARREIRO, RAFAEL; SERRATA MALFITANO, ANA PAULA


RETRATO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS GOVERNAMENTAIS BRASILEIRA PARA A JUVENTUDE
NOS ANOS 2000
Última Década, núm. 40, julio, 2014, pp. 133-157
Centro de Estudios Sociales
Valparaíso, Chile

Disponible en: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=19531682007

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ULTIMA DÉCADA N°40, PROYECTO JUVENTUDES, JULIO 2014, PP. 133-157.

RETRATO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS


GOVERNAMENTAIS BRASILEIRA PARA A
JUVENTUDE NOS ANOS 2000
RAFAEL GARCIA BARREIRO*
ANA PAULA SERRATA MALFITANO**

RESUMO

Na última década, o investimento público brasileiro para a juventude consti-


tuiu um discurso sobre política pública no cenário nacional. Destaca-se a
criação da Secretaria Nacional de Juventude, em 2005. Com o intuito de
mapear o que vem ocorrendo, traçou-se um panorama histórico das ações
políticas nos últimos 12 anos, no nível federal, com base nos documentos
oficiais e nas leis disponibilizadas. Segundo os registros oficiais, conclui-se
que houve um avanço na agenda pública para esta população, sendo que há
um enfoque predominante em um recorte de classe social, priorizando políti-
cas para a juventude pobre.

PALAVRAS CHAVE: POLÍTICA PARA A JUVENTUDE, DIREITOS SOCIAIS, BRASIL

* Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Terapia Ocupacional da


Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, Brasil. Professor
Assistente do curso de Terapia Ocupacional da Universidade de Brasí-
lia. E-Mail: [email protected].
** Pós-Doutora pela University of Western Ontario, Canadá. Doutora em
Saúde Pública. Pesquisadora do Laboratório METUIA. Professora Adjun-
ta do Departamento de Terapia Ocupacional e do Programa de Pós-
graduação em Terapia Ocupacional da UFSCar.
E-Mail: [email protected].
134 Retrato das políticas públicas governamentais

RETRATO DE LAS POLÍTICAS PÚBLICAS GUBERNAMENTALES


BRASILEÑAS PARA LA JUVENTUD EN LOS AÑOS 2000

RESUMEN

En la última década, la inversión pública brasileña para la juventud ha produ-


cido un discurso de las políticas públicas en el ámbito nacional, destacando la
creación de la Secretaría Nacional de la Juventud en 2005. Esto con el objeti-
vo de consignar lo que está ocurriendo y elaborar una visión histórica de las
acciones políticas en los últimos 12 años a nivel federal basado en documen-
tos y leyes oficiales disponibles. De acuerdo con los registros oficiales, es
posible concluir que no ha habido un gran avance en la agenda pública para
esta población, aun habiendo un interés predominante en la clase social, con
la priorización de políticas para la juventud pobre.

PALABRAS CLAVE: POLÍTICA PARA LA JUVENTUD,


DERECHOS SOCIALES, BRASIL

PORTRAIT OF BRAZILIAN GOVERNMENT PUBLIC POLICY


FOR YOUTH IN 2000

ABSTRACT

In the last decade, the Brazilian public investment for youth has produced a
speech about public policy at the national level. It is important to mention the
creation of the National Youth Secretariat in 2005. In order to map what is
happening, it was developed a historical vision of political actions in the last
12 years at the federal level, based on official documents and official laws
available. According to official records, it is concluded that there has not
been a progress on the public agenda for this population, despite having a
predominant focus in social class, prioritizing social policies for poor youth.

KEY WORDS: YOUTH POLICY, SOCIAL RIGHTS, BRAZIL


Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 135

1. INTRODUÇÃO

A entrada na agenda política das questões para a juventude como ob-


jeto de intervenção do poder público traz desdobramentos nas ações
estabelecidas em diferentes esferas políticas (educação, economia,
assistência social, entre outros). Para que isso ocorra é necessário que
haja o reconhecimento da demanda (ou do problema) e a possibilidade
de intervenção pública sobre ele (Sposito, 2007).
As ações políticas desenvolvidas no Brasil na última década, con-
forme declarado em documentos oficiais, originam-se da perspectiva do
jovem como um sujeito de direitos. A criação de uma agenda específica
e formatada para a juventude é recente e seu processo de conquista tem
sido complexo, havendo um movimento global na busca da defesa e da
efetivação dos direitos da população jovem (Silva e Lopes, 2009).
Não é por acaso que existe atualmente um movimento político para
a juventude, pois, pelas características demográficas, os países latino-
americanos e caribenhos vivem uma «onda jovem» (Barbiani, 2007),
formada por uma população majoritariamente juvenil. Compõe um
setor que, por um lado, carece de estruturas dentro das políticas públicas
e, por outro, é um nicho de mercado promissor e em potencial.
Frente a estas características, o Brasil possui uma população jo-
vem formada por 34.236.060 habitantes (IBGE, 2013), o que significa
18% da população do país com idade entre 14 e 24 anos. Comparado
aos demais países da América Latina, este número torna-se relevante,
referindo-se a aproximadamente 32% dessa população na América
Latina e Caribe que, segundo dados da Organização Mundial do Tra-
balho, somam cerca de 106 milhões de jovens (OIT, 2013). Portanto, o
Brasil tem uma parcela significativa da população jovem latino-
americana, justificando a importância de entender a sua construção de
políticas para a juventude.
Por sua representatividade populacional, os jovens vão conquis-
tando e assumindo a condição de sujeitos com uma especificidade,
remetendo à ação e à experiência da juventude em cenários, práticas,
mercados e políticas (Barbiani, 2007). Trata-se da entrada na esfera
pública desse grupo social, trazendo para a arena suas demandas e
particularidades. Compreende-se aqui a noção de espaço público com
base em Hanna Arendt, ou seja, como um espaço utilizado para o de-
bate na relação entre a sociedade civil e o Estado (Arendt, 2007).
Tendo por base a relevância da temática da juventude em geral, e
da juventude brasileira em particular, o presente artigo apresenta o
136 Retrato das políticas públicas governamentais

atual panorama das ações políticas para a juventude no âmbito federal


brasileiro. Para tanto, foram consultados documentos e cartilhas dis-
ponibilizados nos sítios eletrônicos dos órgãos públicos federais, den-
tre eles: a Secretaria Nacional da Juventude, a Secretaria Geral da
Presidência da República (SGPR) e o Ministério de Desenvolvimento
Social e Combate à Fome (MDS). Realizou-se também uma consulta
nos decretos de lei e emendas constitucionais relacionados à juventu-
de, por meio do acesso aos sítios eletrônicos da Câmara dos Deputa-
dos e do Senado Federal do Brasil. Ainda foram consultados docu-
mentos oficiais disponibilizados em meio impresso pela Secretaria
Nacional da Juventude através do contato presencial realizado com o
gestor público. Estabeleceu-se um recorte nos últimos 12 anos acerca
das ações políticas propostas para a juventude, tomando como base a
institucionalização e a consolidação delas no cenário nacional.
Cabe ressaltar que as proposições, informações e reflexões aqui
expostas baseiam-se nos documentos oficiais analisados, ou seja, no
discurso político da gestão que redigiu o material. Embora se conside-
re de grande relevância o conhecimento das diretrizes teóricas priori-
zadas pelos governos, destaca-se que as análises contêm limites por
serem baseadas “apenas” em documentos. Portanto, a partir da pers-
pectiva dos governos, frente às ações instauradas. Aponta-se como
necessária e relevante a averiguação no cotidiano dos serviços sobre o
que vem, efetivamente, ocorrendo, para além das proposições for-
malmente escritas, sugerindo a elaboração de investigações nessa
perspectiva.

2. APONTAMENTOS SOBRE O HISTÓRICO


DAS AÇÕES POLÍTICAS PARA A JUVENTUDE NO BRASIL

O Brasil, assim como muitos países da América Latina, viveu anos de


ditadura militar, entre as décadas de 1960 e 1980, período no qual as
dimensões sobre direitos sociais não eram priorizadas (Gaspari, 2002).
Assim, seguindo a lógica das políticas sociais em geral, não havia um
enfoque sobre a juventude, embora já houvesse um movimento mun-
dial para traçar diretrizes com a abordagem nesse grupo populacional.
Em 1965 o Brasil assinou a «Declaração sobre o Fomento entre a Ju-
ventude dos Ideais de Paz, Respeito Mútuo e Compreensão entre os
Povos», elaborado pela Organização das Nações Unidas (Silva e An-
drade, 2009). Apesar de ter sido importante pela abordagem ao jovem
pelas características de sua fase da vida, e não sob o enfoque de suas
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 137

«problemáticas», a participação do Brasil não criou nenhum impacto


no cenário nacional.
Vinte anos depois, em 1985, a ONU promulgou o Ano Internacio-
nal da Juventude, juntamente ao contexto histórico do fim da guerra
fria. Tornou-se relevante a discussão acerca da nova divisão interna-
cional do trabalho, com o aprofundamento da globalização dos merca-
dos, de «desterritorialização» dos processos produtivos e de flexibili-
zação das relações de trabalho (Novaes, 2012), que influenciaram
fortemente os jovens e sua possibilidade de inserção e autonomia so-
cial. Nesse contexto, visualizando sobre os anos de crise econômica
vivenciados nos anos 1980, as questões acerca da juventude e trabalho
tiveram repercussões na esfera nacional.
Com a reinauguração da democracia no Brasil, em meados da
década de 1980, houve a possibilidade de institucionalidades estatais
na direção da elaboração e implementação de políticas públicas, em
diversas questões sociais.
No que se refere ao público infanto-juvenil, privilegiou-se, ini-
cialmente, a infância, traçou-se alguns apontamentos para a ado-
lescência, porém não houve nenhum aprofundamento no dispositivo
de lei para a juventude (Malfitano, 2011). Portanto, o termo «juventu-
de» não correspondia às ações naquele momento estabelecidas.
Exemplo disso foi a promulgação do Estatuto da Criança e do
Adolescente (Brasil, 1990), impulsionada e debatida por movimentos
sociais, constituindo princípios para a garantia de direitos das crianças
e dos adolescentes e deveres do Estado frente a aquela população. O
Estatuto é um marco jurídico, pois, além de ser a primeira legislação
latino-americana característica para a infância e a adolescência recon-
hecendo seu lugar de direito e de prioridade na sociedade (Malfitano,
2011), impulsionou a discussão sobre outros grupos populacionais,
como a juventude, trazendo-os para a esfera pública.
Na continuidade desse processo, as ações políticas voltadas ao
público juvenil começaram a ter maior visibilidade a partir da eleição
de Fernando Henrique Cardoso para presidente, em 1994, sobretudo
com ações baseadas na ideia de prevenção à violência e de controle
dos comportamentos daquele grupo populacional. Em outras palavras,
ações de efeito compensatório aos problemas socioeconômicos que
atingiam a juventude (Sposito e Carrano, 2003) começaram a ser im-
plementadas. Eram propostas com base em uma concepção simplista
de violência, focando apenas no ato em si e não em suas múltiplas
causas e relações com uma estrutura de desigualdade, por exemplo, o
138 Retrato das políticas públicas governamentais

que possibilita inferir que havia um recorte sobre a juventude pobre, a


partir de um discurso conservador e de sua culpabilização, sob uma
organização do Estado para a realização do controle social (Hein e
Cárdenas, 2009).
Em paralelo ao movimento governamental, que não chegou a es-
truturar uma política específica, mas somente ações e projetos isolados,
surgiram organizações e grupos juvenis com representação em vários
campos (entre eles cultural, esportivo, ambiental, estudantil, político-
partidário, movimentos étnicos e em prol da igualdade de gênero, asso-
ciações de bairro e outros) que pressionavam o poder público a recon-
hecer os problemas específicos que os afetavam e a formular políticas
que contemplassem ações para além daquelas que apenas viam os jo-
vens como sinônimos de problema (Abramo, 2005). Tais demandas
emergiam da compreensão dos jovens como sujeitos de direitos, defini-
dos não por suas incompletudes ou desvios, mas por suas especificida-
des e necessidades, que deveriam ser reconhecidas no espaço público
como demandas cidadãs legítimas (Silva e Andrade, 2009).
Sposito (2007) assinala a visibilidade que decorreu da expressiva
ação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e
a Cultura (UNESCO), e de outros atores desde 1997, realizando uma
série de parcerias com o governo federal. Essas ações alcançaram
rapidamente os meios de comunicação, ampliaram as repercussões dos
diagnósticos realizados sobre a condição juvenil e abriram canais de
legitimidade para a criação de projetos de intervenção. Ainda, criaram
a pauta da agenda política em torno dos jovens nos diferentes níveis
de governo.
Os debates foram sendo intensificados na década de 2000. Tal fa-
to pode ser averiguado nas eleições presidenciais de 2002, quando
diversos movimentos de juventude, convocados pela Organização
Brasileira de Juventude (OBJ), UNESCO e a Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB), reuniram-se para redigir uma carta de reivindicações
denominada «Agenda jovem 2002», tendo como base as experiências
das organizações e os consensos internacionais (Brasil, 2011). A carta
elaborada serviu como dispositivo para os três principais candidatos à
presidência da república, na ocasião, apresentarem propostas específi-
cas para a juventude em seus planos de governo.
Na sequência, foi eleito para presidência Luiz Inácio Lula da Sil-
va (2002-2005), primeiro momento em que se articulou uma agenda
política para a juventude, nomeada especificamente para esse público.
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 139

3. A ENTRADA NA AGENDA GOVERNAMENTAL


DE UMA POLÍTICA PÚBLICA ESPECÍFICA
PARA A JUVENTUDE NO BRASIL: ANOS 2000

O movimento de discussão de uma agenda para a juventude iniciou-


se, por solicitação da Presidência da República, com a criação da Co-
missão Especial de Políticas para a Juventude (Cejuvente), em 2003,
sediada na Câmara Federal de Deputados. Os princípios naquele mo-
mento debatidos tiveram papel significativo na constituição do pano-
rama atualmente estabelecido. No ano de 2004, em caráter experimen-
tal, foram realizadas Audiências Públicas e Conferências Estaduais de
Juventude resultando, naquele mesmo ano, na Primeira Conferência
de Juventude, realizada pela Câmara dos Deputados (Brasil, 2010).
Aquele encontro ofertou subsídios para a criação do Projeto de
Emenda Constitucional (PEC) Nº394/2005, que propôs alterações em
textos da Constituição Federal Brasileira (Brasil, 1988). O Capítulo
VII do Título VIII teve a inclusão do termo «do jovem», passando a se
denominar «Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do
Idoso»; dando visibilidade também a esse grupo etário. O artigo 227
que, originalmente, enfocava as crianças e os adolescentes, foi acrescido
dos jovens, com o intuito de incluir os interesses relacionados à juven-
tude. Essa proposta foi aprovada e promulgada em 2010 como Emenda
Constitucional no 65, estabelecendo: a criação do Estatuto da Juventude,
destinado a regular os direitos dos jovens no país; e o Plano Nacional da
Juventude, de duração decenal, projetando à articulação das várias esfe-
ras do poder público para a execução de políticas públicas para a juven-
tude (Brasil, 2010).
O Ministério do Trabalho e Emprego, pela Lei Nº10.748 (Brasil,
2003), instituiu o Programa Primeiro Emprego. Tinha como objetivo
central o combate ao desemprego juvenil por meio de ações que esti-
mulassem a contratação de jovens no mercado formal de trabalho,
sendo o público-alvo formado por jovens entre 16 e 24 anos, sem ex-
periência de trabalho formal, provenientes de famílias com renda per
capita inferior a meio salário mínimo1 e que apresentassem baixos
níveis de escolaridade (Andrade e Rodrigues, 2008).

1 O salário mínimo no Brasil, em 2014, corresponde ao valor de


R$724,00, o que equivale a cerca de $320 dólares americanos.
140 Retrato das políticas públicas governamentais

Em paralelo, o governo federal buscou parceiros para a realização


de um retrato acerca da juventude brasileira. Por meio da participação
de coletivos juvenis e organizações não governamentais, como aponta
Sposito (2007), foi realizado o «Projeto Juventude», tendo como objeti-
vo redigir um documento contendo um diagnóstico sobre os jovens
brasileiros e uma proposta de diretrizes para a formulação de políticas
públicas. Cabe colocar que o Projeto Juventude foi redigido pelo Insti-
tuto Cidadania que, atualmente, é denominado de Instituto Lula. O insti-
tuto foi responsável pela concepção dos projetos do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva, a saber: Projeto Moradia (2000), Projeto Fome
Zero (2001), Projeto Energia Elétrica (2002), Projeto Segurança Pública
(2002), Projeto Reforma Política (2003), Projeto Juventude (2004),
Projeto Política de Apoio ao Desenvolvimento Local (2006) (Instituto
Lula, 2013). O Projeto Juventude formalizou diversos levantamentos,
dados, debates e pesquisas acerca das políticas para a juventude no país.
O governo federal realizou, também, um mapeamento dos pro-
gramas federais já existentes voltados para o segmento da juventude.
Foram identificadas 135 ações federais, que estavam vinculadas em 45
programas, sendo realizadas por 18 ministérios ou secretarias esta-
duais. Silva e Andrade (2009) apontam que, do total de ações, apenas
19 eram específicas para o público jovem na faixa etária de 15 a 24
anos e que as outras 112, ainda que incidissem sobre os jovens, não se
voltavam exclusivamente a esse público.
Com isso, identificou-se a frágil institucionalidade, fragmentação
e superposição das políticas federais de juventude, sugerindo a urgente
necessidade de criar uma instância de coordenação e articulação, que
tivesse, entre outras atribuições, de combater o paralelismo e a frag-
mentação das ações federais dirigidas ao público jovem (Silva e An-
drade, 2009).
Como resultado desse processo, partindo da ideia de articulação
entre os muitos projetos já existentes, ou seja, pelo princípio da interse-
torialidade, o governo federal, através de uma de medida provisória
apresentada no início de 2005, consolidada na Lei Nº11.129 de 30 de
junho do mesmo ano, propôs a criação de dispositivos destinados aos
jovens brasileiros de 15 a 29 anos, implementando: a Secretaria Nacio-
nal de Juventude (SNJ), o Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE) e
o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem) (Brasil, 2005).
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 141

a) Secretária Nacional da Juventude (SNJ)

A Secretaria Nacional da Juventude, vinculada à Secretaria Geral da


Presidência da República, tem como função articular intersetorialmen-
te as ações nacionais para a juventude (Brasil, 2013). Segundo os do-
cumentos oficiais, a agenda de governo para a juventude não se limita
a um programa específico e, de forma transversal, está colocada nas
ações de vários Ministérios (Brasil, 2011). Tal proposição se viabiliza-
ria pela sua vinculação à Secretaria Geral da Presidência da República,
que tem, por um lado, uma facilidade em realizar a conversa entre as
ações interministeriais, e, por outro, ser um canal direto para efetivaç-
ão das políticas. O desenho de uma Secretaria de Juventude não pos-
suindo um «status» ministerial, tornou-se uma estratégia para a articu-
lação entre os Ministérios visando à constituição de uma agenda
pública da juventude.
A SNJ acompanha um movimento oriundo do formato de adminis-
tração adotado pelos governos de Lula e da atual gestão da presidenta
Dilma Roussef, que realizaram a criação de secretarias que assegurem a
garantia de direitos a grupos populacionais e a execução de uma agenda
pública federal específica. São exemplos em outras áreas: a Secretaria
de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Brasil, 2003) e a Secre-
taria de Políticas para a Mulher (Brasil, 2010).

b) Conselho Nacional da Juventude

O Conselho Nacional da Juventude (CONJUVE), criado a partir do de-


creto presidencial Nº5.490 (Brasil, 2007), tem como finalidade formu-
lar e propor diretrizes da ação governamental, voltadas à promoção
das políticas públicas para a população jovem (Brasil, 2009). Visa ao
fomento de estudos e pesquisas sobre a realidade socioeconômica
juvenil (Sposito, 2007) e ao estabelecimento do diálogo entre o Poder
Executivo, o Poder Legislativo e a sociedade civil.
O CONJUVE tem como composição 60 membros, na proporção de
1/3 de representantes do poder público e 2/3 da sociedade civil, ou
seja, 20 representantes do governo e 40 representantes da sociedade
civil. Essa composição foi estruturada para que as ações fossem arti-
culadas em todas as esferas governamentais (federal, estadual e muni-
cipal), com o intuito de que a política juvenil se transformasse, de
fato, no Brasil, em uma política de Estado (Brasil, 2007).
142 Retrato das políticas públicas governamentais

A parcela da sociedade civil, que é maioria no CONJUVE, reflete a


diversidade dos atores sociais que contribuíram e contribuem para o
enriquecimento desse diálogo. O Conselho conta com representantes
dos movimentos juvenis, organizações não governamentais, especia-
listas e personalidades com reconhecimento público pelo trabalho
nessa área. Os membros do Conselho são escolhidos para o mandato
de dois anos, mediante eleição direta, e os cargos de presidente e vice-
presidente são alternados, a cada ano, entre governo e sociedade civil
(Brasil, 2007).
Cabe apontar que o CONJUVE foi criado a partir de uma iniciativa
do governo federal e não da sociedade civil, o que revela a estratégia
governamental para a criação de um aparato institucional para a juven-
tude, mas não, necessariamente, a ascensão na esfera pública desse
grupo populacional. No processo governamental, o mesmo decreto de
lei estabeleceu a criação da SNJ concomitantemente com o CONJUVE e,
ainda, a proposta do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Brasil,
2005). Essa articulação visava, segundo os documentos, consolidar a
agenda pública de forma ampliada com diferentes componentes da
estrutura política, ou seja, possuindo um órgão para execução da
agenda, outro para sua representação e fiscalização, além de uma ação
efetiva, como ponto de partida para sua implementação.

c) Projovem

A proposição da Política Nacional da Juventude (PNJ) em seu início


tinha como ação prioritária a execução do Programa Nacional de In-
clusão dos Jovens (Brasil, 2008). Trata-se de uma proposta com cará-
ter emergencial, voltada para jovens de 18 a 24 anos, excluídos da
escola e do mercado de trabalho. Castro e Aquino (2008) discursam
sobre a composição do programa e de seu formato:

O Programa Nacional de Inclusão de Jovens foi lançado para atender os


jovens de 15 até 29 anos que estão fora da escola e não possuem formação
profissional, buscando unificar e integrar as diversas ações governamen-
tais voltadas para este público, além de ampliar seu escopo e cobertura.
Por comportar uma população bastante ampla e heterogênea, o novo pro-
grama está concebido em quatro eixos, que visam atender diferenciada-
mente a quatro grupos de jovens: i) ProJovem Urbano, que ficará a cargo
da Secretaria Geral da Presidência da República; ii) ProJovem Campo,
coordenado pelo Ministério da Educação; iii) ProJovem Trabalhador, cuja
responsabilidade é do Ministério do Trabalho e Emprego; e iv) ProJovem
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 143

Adolescente, que será gerido pelo Ministério do Desenvolvimento Social


e Combate à Fome (Castro e Aquino, 2008:30).

O Projovem contempla em seus âmbitos específicos a aceleração de


escolaridade, a qualificação profissional e a execução de ações comu-
nitárias para os jovens, transferindo, em três das quatro modalidades
do programa, o auxílio financeiro da ordem de R$100,00 reais (cerca
de U$40 dólares americanos) para os seus participantes. As ações do
Projovem tem o recorte de classe social, sobretudo porque é destinado
aos jovens de baixa renda. Segundo pesquisas realizadas diretamente
nos coletivos de Projovens, a maior parte das orientações socioeducati-
vas oferecidas não se dedica, de fato, ao conhecimento sobre melhores
condições de transição para o mundo adulto (Sposito, 2007).
Pode-se dizer que houve a manutenção de ações «apenas» para o
recorte de classe social, com uma proposição prioritária direcionada
aos jovens pobres, ao invés de simbolizar uma mudança radical na
concepção e financiamento. Consequentemente, não acarretou a efeti-
va execução de uma política para juventude, traduzindo-se, somente,
numa readequação daquilo que já estava em execução por governos
anteriores.

4. POLÍTICAS UNIVERSAIS E POLÍTICAS FOCAIS:


O DEBATE EM TORNO DE ESTRATÉGIAS EQUÂNIMES
DE ALCANCE AO PÚBLICO JOVEM

O debate em torno da organização das políticas sociais e a sua forma de


oferta, entre ações universais e focais, é permeada pela questão da prio-
rização de um determinado grupo populacional, na proposição do enfo-
que de suas ações ou universalidade, otimizando os recursos estatais
para a viabilidade do acesso ao direito de todos. Silva (2001), no debate
acerca do acesso aos direitos sociais e da cidadania na América Latina,
define:

La ciudadanía, es decir, el espacio de autonomía y libertad, política, civil


y particularmente social y cultural, que los sujetos buscan o intentan abrir
para sus vidas sociales se encuentra limitado, coartado, restringido por di-
versas circunstancias y factores. Entre éstas, no menor es la responsabili-
dad que le cabe a las instituciones del Estado (Silva, 2001:107).

Numa análise sobre o desenvolvimento das políticas sociais na Amé-


rica Latina, Draibe (1993) pontua que foram enquadradas «aos rigores
144 Retrato das políticas públicas governamentais

dos ajustes macroeconômicos e à devastação social» (1993:92). Apre-


sentam, então, a «deterioração dos serviços sociais públicos, a par do
empobrecimento da população» (1993:101). Tal questão econômica
estrutural passa a justificar a proposição de serem direcionadas às
camadas mais pobres da população.

A focalização, decorre do fato de que os gastos sociais públicos che-


gam, em pequena proporção, aos setores pobres da sociedade e que, por-
tanto, para eles, devem ser dirigidos, prioritariamente, os recursos para
os programas sociais. Contudo, a pequena força política desses grupos
populacionais, decorrentes de sua desorganização, e a pouca sensibili-
dade social dos neoliberais com relação a eles fazem com que a política
de focalização termine por transformar-se numa neofilantropia (Mendes,
1993:51).

Por um lado, o enfoque das políticas sociais, por meio do discurso da


necessidade de erradicação da pobreza e do atendimento aos mais
necessitados, aplica-se a uma dimensão positiva, na medida em que,
efetivamente, faz-se necessário o direcionamento de ações para aque-
les que menos acessam aos bens sociais e à cidadania. Identifica-se,
assim, ideários democráticos com equidade. Levando em consideração
o quadro de desigualdade social vivenciado nos países da América
Latina, tal dimensão ganha força para os argumentos ao seu favor.
Por outro lado, compõe estratégias globais que visam à manu-
tenção da estabilidade política e à redução de conflitos que, em alguns
momentos, camuflam proposições de corte de gastos, pautadas pela
lógica econômica. Ainda, podem contribuir com relações preconcei-
tuosas e pejorativas destinadas aos «pobres», podendo ocasionar a
«segmentação da cidadania que pode ocorrer através da duplicidade da
política social: uma política para pobres (em geral uma pobre política)
ao lado de uma política para ricos (em geral, rica, sofisticada e muitas
vezes também financiada com recursos públicos)» (Draibe, 1993:100).
No campo das políticas para a juventude prevalece o mesmo de-
bate: ela deve ter um recorte focal privilegiando os grupos juvenis
populares no acesso aos seus direitos sociais? Certamente sim, porém,
se ela se reduzir «apenas» a essas ações, perde sua potencialidade de
se direcionar aos direitos dos jovens brasileiros e foca-se em ações
geralmente «de pobre para pobre» com reprodução de valores morais,
pouca efetividade e alcance social (Hein e Cárdenas, 2009).
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 145

5. AS AÇÕES E AS PUBLICAÇÕES OFICIAIS PARA A


CONSOLIDAÇÃO DA AGENDA PÚBLICA PARA A JUVENTUDE

Após a criação dos dispositivos governamentais, iniciou-se um pro-


cesso de reorganização das ações políticas que já estavam vigentes no
país para aquele segmento populacional e a adequação para a criação
de novas propostas.
No interior da SNJ e do CONJUVE, em 2006 foi lançado um docu-
mento denominado «Política Nacional de Juventude: diretrizes e pers-
pectivas» (Novaes, Cara e Moreira, 2006), sendo a primeira publicação
do governo com essa denominação, fruto dos debates iniciais dos atores
políticos para a implementação de uma agenda pública, de emendas que
se tornariam ações efetivas da SNJ. O documento traz o debate realizado
dentro das principais áreas elencadas como preocupação da política,
sendo elas: Desenvolvimento integral (educação, trabalho, cultura e
tecnologias da informação); qualidade de vida (meio ambiente, saúde,
esporte e lazer); e vida segura (valorização da diversidade e respeito aos
direitos humanos).
Além desse documento, foi lançado também um guia com os prin-
cipais programas e projetos para a juventude no Brasil (Brasil, 2006).
Os projetos estavam ligados a diferentes Ministérios (conforme apresen-
tados na Tabela 1.) e, em sua maioria, já estavam em execução, não
sendo criados pela SNJ. Tinham, então, o objetivo de serem articulados
pela SNJ, conforme sua missão dentro do governo federal.
Em 2007, portanto após o lançamento do referido Guia (Brasil,
2006), o enfrentamento à violência e à criminalidade também entrou na
agenda pública pela criação do Programa Nacional de Segurança Públi-
ca com Cidadania, ligado ao Ministério da Justiça. Com o objetivo de
articular políticas de segurança com ações sociais tendo por público-
alvo os profissionais de segurança pública e os jovens de 15 a 24 anos à
«beira da criminalidade», que se encontram ou já estiveram em conflito
com a lei (Brasil, 2007). Analisando tais dados, observa-se que grande
parte das ações realizadas se concentrava no Ministério da Educação,
demonstrando uma concepção de ação política a partir de práticas edu-
cativas com a juventude, partindo do entendimento da educação como
possível mecanismo de integração aos processos de exclusão social
(Rivera, 2001). Outro destaque se dá nas ações advindas do Ministério
dos Esportes, demonstrando uma percepção do esporte como medidas
preventivas às problemáticas enfrentadas na vida dos jovens, projetando
como um benefício ao jovem estar na escola e praticar esportes.
146 Retrato das políticas públicas governamentais

TABELA 1: PROGRAMAS E AÇÕES DO GOVERNO FEDERAL PARA A JUVENTUDE

MINISTÉRIO PROGRAMAS DEFINIÇÃO


Programa Brasil Para jovens com mais de 15 anos que
Alfabetizado não tiveram a oportunidade de estudar
Com a finalidade de abrir as escolas
públicas de Ensino Fundamental e
Programa Escola
Médio nos finais de semana para
Aberta
acesso a atividades educativas, cultu-
rais, de lazer e de geração de renda
Programa de Inte-
gração da Educação Oferta de vagas para jovens a partir
Profissional ao Ensi- de 21 anos, em cursos profissionali-
no Médio na Moda- zantes, que não tiveram acesso ao
lidade de Educação Ensino Médio na idade regular
de Jovens e Adultos
Programa Universi-
Ministério da Concede bolsas de estudo em insti-
dade para Todos,
Educação tuições de ensino superior privadas
ProUni
Acesso e à permanência dos agricul-
Programa Saberes da
tores familiares no sistema formal de
Terra
ensino
Com a finalidade a inclusão de jovens
Programa Escola de de 16 a 24 anos no mercado de tra-
Fábrica balho por meio de cursos de iniciação
profissional oferecidos nas empresas
Programa de Expansão dos cursos profissionalizan-
Melhoria e Expansão tes e de vagas para o ensino médio
do Ensino Médio nas instituições federais
Programa Nacional
Distribuição de livros para os alunos
do Livro Didático
do ensino médio de escolas públicas
para o Ensino Médio
Garantir apoio financeiro aos atletas
Programa
com mais de 12 anos que não contem
Bolsa Atleta
com patrocínio da iniciativa privada.
Ministério dos Programa Segundo Acesso à prática esportiva em período
Esportes Tempo contrário ao turno escolar
Construção de espaços esportivos nos
Praças da Juventude municípios. Em parceria com o Mi-
nistério da Justiça
Programa Nacional de Agricultura
Pronaf Jovem Familiar voltado para filhos de agri-
Ministério do
cultores, com idade entre 16 e 25 anos
Desenvolvimento
Linha de financiamento voltada a
Agrário Programa Nossa
jovens rurais para aquisição de imó-
Primeira Terra
veis e investimento em infra-estrutura
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 147

CONTINUACIÓN
Objetivo de levar estudantes univer-
Projeto Rondon sitários para estágios em regiões
Ministério da
menos favorecidas do país
Defesa
Programa Soldado Preparar o jovem egresso do serviço
Cidadão militar para o mercado de trabalho
Oferta aos jovens de 15 a 17 anos, no
Ministério do horário contrário ao turno escolar,
Desenvolvimento Projeto Agente capacitação teórico-prática para a
Social e Combate Jovem permanência do jovem no ensino e
à Fome futura inserção no mercado de tra-
balho
Incentivo ao debate sobre o tema
Ministério do Programa Juventude
entre os jovens de 15 a 29 anos para a
Meio Ambiente e Meio Ambiente
formação de lideranças ambientalistas
Ministério do Programa Nacional Para jovens desempregados de 16 a
Trabalho de Estímulo ao 24 anos com a oferta de qualificação
e Emprego Primeiro Emprego socioprofissional
Propósito potencializar iniciativas
Ministério da Programa Cultura
culturais já existentes como meio de
Cultura Viva
acesso para todos os cidadãos
Fonte: Brasil, 2006.

Os projetos e programas que estavam em execução naquele período


marcaram uma não linearidade em suas proposições, uma vez que
surgiram de ações isoladas de diversos Ministérios. Não constituíam
um traçado metodológico unificado, caracterizando-se mais como um
conjunto de projetos, com diferenças ideológicas, do que como uma
política pública (Sposito e Carrano, 2003).
Pode-se dizer que uma das ações que poderia ter sido priorizada
pela Secretaria Nacional de Juventude seria o alinhamento e o redenho
das ações já em curso naquele momento, conforme oficializado em
suas proposições. Entretanto, não se verificou mudanças nos desenhos
dos projetos a partir das ações da SNJ, não efetivando uma prática de
intersetorialidade entre as múltiplas ações que estavam em desenvol-
vimento.
Em 2007, quando a Política Nacional de Juventude completava
dois anos, o governo federal iniciou nova discussão para redesenhar
tal política, que ainda estava presa a alguns vícios de criação (Silva e
Andrade, 2009), ou seja, ao paradigma do jovem como «problema»
(Abramo e León, 2005).

Assim os quatro principais desafios que se colocavam para a Política Na-


cional de Juventude em 2007 eram: i) ampliar o potencial de integração
148 Retrato das políticas públicas governamentais

entre os programas emergenciais e destes com outro conjunto de ações


consideradas mais estruturantes, vinculadas às áreas de educação, saúde,
esporte e cultura; ii) aumentar a escala de atendimento dos programas
emergenciais para todo o universo de jovens brasileiros considerados ex-
cluídos, considerando juventude a faixa etária compreendida entre 15 a 29
anos; iii) otimizar recursos; e iv) aumentar a eficácia (Silva e Andrade,
2009:52).

Em conjunto à readequação da política iniciou-se o processo de criaç-


ão da 1ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude,
realizada entre 27 e 30 de abril de 2008, em Brasília, Distrito Federal,
Brasil. Organizada pelo CONJUVE e pela SNJ a conferência teve por
objetivo criar um espaço de diálogo entre o governo e a sociedade
civil para ofertar subsídios na consolidação da política da juventude e
a inclusão permanente do tema na agenda das políticas públicas do
Estado Brasileiro. Segundo Castro e Abramovay (2009), a Conferên-
cia mobilizou 400 mil pessoas em municípios e estados brasileiros,
sendo recebidos 260 relatórios referentes a 841 Conferências Munici-
pais e Regionais e 689 Conferências Livres, 26 relatórios de Con-
ferências Estaduais (uma por estado), totalizando 4.492 propostas
sintetizadas em 548 propostas-sínteses, distribuídas em 16 temas. A
conferência contou com a participação de cerca de 3.000 pessoas entre
delegados, imprensa, pesquisadores e convidados.
Três anos após a primeira conferência, em 2011, já no primeiro
ano de governo da presidenta Dilma Rousseff, foi realizada a 2ª Con-
ferência Nacional de Juventude, que trouxe como temática «Conquis-
tar direitos e desenvolver o Brasil!». Dessa conferência não foram
ainda disponibilizados dados quanto aos números de delegados, mu-
nicípios e propostas. Foram, apenas, apresentadas as suas resoluções
finais e moções. Elas permeiam temáticas que estão em debate atual-
mente no país, como a destinação de 10% do Produto Interno Bruto
(PIB) para a EDUCAÇÃO, o «passe livre» no transporte público para os
estudantes, as políticas de cotas para afrodescendentes em diversos
espaços públicos, entre outras resoluções. Ou seja, temas da ordem do
dia em consonância com as necessidades dos jovens.
Porém, além de temáticas relacionadas à vida social juvenil,
também estão sinalizadas, em suas resoluções, temáticas cujo debate é
de responsabilidade de toda sociedade civil, sobre a justificativa da
juventude não estar alheia aos outros movimentos (Brasil, 2013). Co-
mo exemplo disso: uma resolução do eixo saúde da conferência trata
da redução da jornada de trabalho para os servidores da saúde; outro
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 149

exemplo está no eixo de cultura, que aponta em uma resolução a


questão de cotas para a produção nacional nos veículos da mídia (ci-
nema, rádio, televisão) (Brasil, 2013).
O uso do espaço da Conferência Nacional da Juventude por ato-
res que promovem a interface das temáticas e que, por sua vez,
também militam em outros espaços de temáticas específicas (como a
Conferência Nacional da Saúde, Conferência Nacional da Cultura, por
exemplo), é tido politicamente como uma ação estratégica para forta-
lecer e conseguir uma ampla divulgação de seus projetos, mas que não
dizem diretamente sobre o público juvenil.
É necessário refletir sobre a construção de espaços públicos, de-
ntro das premissas propostas pelos órgãos federais administrativos
para a juventude (SNJ e CONJUVE), nos quais as conferências possam
trazer, em suas resoluções, debates reais acerca daquilo que efetiva-
mente poderá incidir na vida do jovem. As interfaces são importantes,
porém, poderiam ser realizadas em outros contextos e não em espaços
tão específicos como o da Conferência Nacional da Juventude, pois
podem atuar na contramão do que desejam, ou seja, na invisibilidade
das demandas juvenis específicas. Esse fórum deveria legitimar a dis-
cussão acerca da juventude e seus direitos, debatendo o que, efetiva-
mente, será responsabilidade coletiva na sociedade brasileira sobre a
população juvenil.
Os gestores da política apontam que a consolidação das Con-
ferências é resultado principalmente da institucionalização dos órgãos
nacionais voltados para a juventude que realizam a efetivação dos
assuntos determinantes da juventude na agenda pública. Ainda não há,
por questões de temporalidade em que as conferências foram realiza-
das, como apontar se o que foi decidido como necessidades e colocado
no documento final daqueles encontros, no discurso dos gestores, tor-
nam-se metas e ações efetivas para o governo federal.
O que se pode apontar no momento é uma continuidade do tra-
balho iniciado no governo Lula, em suas duas gestões, e na gestão da
presidenta Dilma Rousseff. Nos últimos anos, além da realização da 2ª
conferência, houve a continuidade dos programas já implantados,
como a restruturação do Projovem e a criação de novos programas
com execução da SNJ, conforme detalhado na Tabela 2.
150 Retrato das políticas públicas governamentais

TABELA 2: PROGRAMAS E AÇÕES CRIADOS PELA SNJ A PARTIR DE 2012

PROGRAMAS OBJETIVOS
Incorpora a dimensão preventiva da
violência sofrida pela população negra,
articulando políticas sociais em diver-
Plano «Juventude Viva»
sos campos no combate às desigualda-
des raciais e na garantia dos direitos
humanos
Ampliar o acesso ao jovem, ofertando
tecnologias sociais para o desenvolvi-
Programa «Estação Juventude»
mento de locais permanentes para a
juventude
Espaço virtual, inspirado nas redes
sociais, voltado à produção do con-
Participatório,
hecimento sobre/para a juventude
Observatório Participativo da Juventude
brasileira, com participação e mobili-
zação social
Promover ações que estimulem a
Programa de Inclusão Produtiva, For-
produção agroecológica e as práticas
mação Cidadã e Capacitação para a
de geração de renda agrícola e não
Geração de Renda da Juventude Rural
agrícolas sustentáveis
Fonte: Brasil, 2013.

A Tabela 2 é o retrato de ações mais independentes da SNJ, na quali-


dade de uma instituição do governo federal que planeja e executa aç-
ões políticas para o seu público-alvo: a juventude. Tais ações não pos-
suem uma projeção para a juventude brasileira em sua totalidade, mas
para grupos que demandam projetos característicos.
Além da implantação desses programas nos últimos anos, a mais
recente aposta da gestão como proposição política foi o Estatuto da
Juventude, sancionado pela Presidência da República em 05 de julho
de 2013. O Estatuto tem por objetivo instituir os direitos dos jovens
trazendo os princípios e as diretrizes das políticas nacionais da juven-
tude e o Sistema Nacional de Juventude (Brasil, 2013), com a finali-
dade de articular uma rede de informações entre municípios, estados e
a união para consolidação de conselhos e das políticas públicas.
Por ser um documento muito recente, as primeiras impressões
que se têm são de uma aposta na implementação da Política para a
Juventude a partir do seu princípio de direito, como um norteador para
obter novas propostas.
O Estatuto da Juventude é um instrumento que assegura os direi-
tos dos jovens do país, porém, mesmo sendo universal, apresenta em
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 151

seus artigos um recorte de classe social que prioriza a juventude pobre


e toma algumas medidas de caráter assistencialista, exemplificado na
seção que trata da mobilidade urbana:

Secção IX: Do direito ao território e a mobilidade.


Art. 32. No sistema de transporte coletivo interestadual, observar-se-á,
nos termos da legislação específica:
I - a reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para jovens de baixa
renda;
II - a reserva de 2 (duas) vagas por veículo com desconto de 50% (cin-
quenta por cento), no mínimo, no valor das passagens, para os jovens de
baixa renda, a serem utilizadas após esgotadas as vagas previstas no in-
ciso I (Brasil, 2013).

O artigo acima descrito certamente trata de tema atual e de relevância


para a realidade dos centros urbanos, principalmente das grandes ci-
dades, abrangendo, pela proposição do foco das ações, o acesso à mo-
bilidade e à viabilidade do direito de ir e vir. Contudo, tal proposição
poderia ter caráter universal e traçar regulamentações que beneficias-
sem a juventude nacional, independente de sua classe social.
O desenho legislativo em vigor se dá pelas diferenças e ênfases
institucionais dos programas e pela constituição que as políticas tendem
a se delinear. Tal questão fica mais clara à medida que os mecanismos
institucionais no interior do Legislativo e do Poder Executivo entrem
em ação (Sposito, 2007), imprimindo sua lógica de governabilidade.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelo panorama apresentado, do resgate histórico até a atualidade, pas-


sando por outros estudos que também buscaram entender a evolução
das políticas públicas para a juventude no Brasil (Sposito e Carrano,
2003), podemos afirmar que houve um avanço na última década, prin-
cipalmente no desenho institucional dentro da agenda pública do go-
verno brasileiro. O que não é «pouco», pois a entrada na agenda é o
primeiro passo para que ações possam ser debatidas, disputadas e,
efetivamente, implementadas no contexto das políticas sociais.
Porém, a institucionalização da agenda em governos, dentro do
contexto da América Latina, demonstra que a criação de órgãos execu-
tivos, de participação ou legislações não foi suficiente, até o momento,
para garantir com efetividade aspectos democráticos nas ações das
políticas públicas para a juventude (Brenner, Lânes e Carrano, 2005).
152 Retrato das políticas públicas governamentais

O levantamento do discurso público sobre a temática da juventude


dentro do retrato histórico demonstra uma recente institucionalidade
desse grupo populacional na esfera pública e sua construção tem se
dado de modo lento e imbricada por diferentes concepções e visões de
mundo. Entretanto, é importante que a construção institucional das polí-
ticas seja um processo com participação dos diversos atores da socieda-
de, seguindo com cautela as propostas de atalho para a invenção de
novos organismos públicos (Brenner, Lânes e Carrano, 2005), buscando
garantir uma construção que inclua uma ampla participação de todos os
responsáveis e envolvidos com o movimento de juventude no país.
A defesa de desenhos institucionais específicos para a gestão das
políticas de juventude reuniu atores importantes nos últimos anos e
exprime consensos que orientaram os debates e algumas ações no
nível federal (Sposito, 2007), mas é preciso atentar-se para o recorte
de classe social colocado e mantido.
Espera-se que as proposições atuais sejam estratégias temporárias
que venham a ser institucionalizadas ao longo dos próximos anos nas
futuras gestões governamentais. Almeja-se que, num futuro próximo,
possa se afirmar a incorporação efetiva da demanda dos jovens na
agenda pública brasileira. Ainda, espera-se que o princípio da univer-
salidade venha a ocupar a preocupação dos gestores, num processo
progressivo que caminhe para a efetividade de uma real política para a
juventude (Mannhheim, 1972) e não apenas de projetos sociais isola-
dos e desarticulados destinados aos jovens pobres (Sposito, 2007). Em
outras palavras, espera-se, em consonância com o pensamento de
Mannheim, que a política para a juventude possa, efetivamente, con-
tribuir com o processo democrático.

Reduzindo a uma só frase, o problema consiste em que, nesse nosso


mundo moderno, tudo é político, o Estado está em toda a parte e a res-
ponsabilidade política acha-se entrelaçada em toda a estrutura da socie-
dade. A liberdade consiste não em negar essa interpretação, mas em de-
finir seus usos legítimos em todas as esferas, demarcando limites e de-
cidindo qual deve ser o caminho da penetração, e, em última análise, em
salvaguardar a responsabilidade pública e a participação de todos no
controle das decisões (Mannheim, 1972:66).

Portanto, no processo histórico de constituição e implementação da


política social brasileira, fica evidente que as ações que estão em vigên-
cia para a juventude atualmente necessitarão, nas próximas gestões,
serem revistas, ou efetivando o discurso de que são políticas para uma
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 153

juventude pobre, ou seja, numa escolha de focalização de um determi-


nado segmento; ou ampliando as projeções para outros grupos juvenis,
criando novas demandas e ações para as problemáticas da juventude de
uma forma universal.
As políticas estabelecidas atualmente retratam um formato de go-
verno e suas prioridades. Ainda é recente a projeção do legado que
vem sendo construído para que se possam estabelecer conclusões.
Entretanto, os projetos em curso vão numa direção diferente à conso-
lidação de uma política que possibilite o acesso aos direitos sociais e à
cidadania, o que ainda não está institucionalizado na agenda política
brasileira. Segundo Lobato (2009), o que se verifica «são híbridos de
políticas progressistas com restrições importantes na cobertura, no
financiamento e na qualidade da atenção, ainda com baixo impacto na
construção da cidadania social prevista» (2009:723).
Projetar uma perspectiva longitudinal dentro do que vem sendo
consolidado implica em expandir as políticas nos aspectos interseto-
riais do governo, provocando a implementação efetiva das ações pro-
jetadas nos diferentes níveis políticos, atentando-se para uma real
garantia de direitos da população juvenil. Ainda não há como avaliar
os benefícios, por exemplo, que o Estatuto da Juventude pode trazer
para a população do país, porém é preciso que se debata a assunção da
demanda na esfera pública social.
O desafio que está posto é o de expandir o olhar sobre o jovem em
todas as áreas buscando novas perspectivas, através de novas formas de
participação que lhe são próprias, atuando no centro de sua própria
construção, como indivíduos, coletivos e sujeitos sociais (Mannheim,
1972; Rivera, 2001) com direitos garantidos os quais devem ser assu-
midos pela sociedade civil e política do país.
Porém, para que isso se efetive, faz-se necessária a assunção des-
se público como demanda social, ou seja, o reconhecimento coletivo
de suas necessidades e o consenso sobre o investimento público para
eles. Entretanto, a questão das políticas sociais tem entrado em confli-
to com a visão moral e social acerca da juventude, demonstrando uma
certa dúvida sobre a necessidade de ampliação de investimentos para
toda a juventude brasileira. Observam-se discursos que abarcam po-
sições tradicionais e extremistas que ora situam os jovens como a «re-
denção da humanidade», ora como a ameaça ou desvio à ordem social
posta (Barbiani, 2007).
Todavia, as «políticas públicas são, assim, parte importante da
institucionalização de valores e regras da vida coletiva. Elas orientam
154 Retrato das políticas públicas governamentais

concepções, definem estratégias, alocam recursos e distribuem valores


para a sociedade que podem contribuir para consolidar uma nova insti-
tucionalidade em relação a temas distintos» (Lobato, 2009:722), como
as demandas juvenis.
As Políticas Públicas para a Juventude no Brasil, como aponta
Castro e Aquino (2008), devem continuar na ampliação da proposta da
Política Nacional de Juventude para todos os segmentos que compõem
a juventude, integrando programas emergenciais com os programas
universais, sob a ótica de direitos sociais, no princípio de que se trata
de sujeito de direitos, sempre considerando as suas especificidades e a
integralidade de suas demandas.

Há que associar as políticas focalizadas com as políticas universais e in-


tegrá-las em sistemas universais de seguridade e proteção social. Políti-
cas progressistas sem efetividade comprometem a coesão social de-
mocrática. [Tem-se] o ideal da democracia com justiça social. É possí-
vel e necessário reconstruir esse ideal (Lobato, 2009:728).

Essa (re)construção implica em mudanças de paradigmas acerca das


concepções de juventude para que possamos atrelar a resolução das
políticas públicas com as reais necessidades que abarcam a trajetória da
juventude como um todo e, também, para seus subgrupos específicos.
Espera-se que o Brasil e toda a América Latina possam caminhar
por trajetórias que não priorizem apenas a ordem econômica mundial,
mas sim tracem planos criativos e equitativos que busquem viabilizar
o acesso aos direitos sociais e à cidadania de todos, incluindo sua ju-
ventude.

SÃO PAULO (BRASIL), FEBRERO 2014

RECIBIDO: FEBRERO 2014


ACEPTADO: MAYO 2014
Rafael Garcia y Ana Paula Serrata 155

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156 Retrato das políticas públicas governamentais

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