CENTRO UNIVERSITÁRIO BRASILEIRO - UNIBRA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
JOSELMA KELLEN ANDRADE DE BRITO
THALYTA PRISCILA SILVA DE MACÊDO
A AUSÊNCIA PATERNA E OS EFEITOS CAUSADOS
NA VIDA ADULTA
RECIFE/2022
1
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por tudo que ele me proporcionou em ter me ajudado nessa jornada.
À meu orientador Professor Danilo da Silva.
Aos meus pais que me auxiliaram dando apoio e força em cada detalhe.
E aos meus professores pelo apoio, paciência, e sabedoria que nos proporcionaram
através de todo aprendizado e entendimento em cada assunto.
Amar é um elo entre o azul e o amarelo
(Paulo Leminski)
4
Ficha catalográfica elaborada pela
bibliotecária: Dayane Apolinário, CRB4- 2338/ O.
B862a Brito, Joselma Kellen Andrade de.
A ausência paterna e os efeitos causados na vida adulta / Joselma
Kellen Andrade de Brito; Thalyta Priscila Silva de Macêdo. - Recife: O
Autor, 2022.
17 p.
Orientador(a): Me. Danilo Manoel Farias da Silva.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Centro Universitário
Brasileiro - UNIBRA. Bacharelado em Psicologia, 2022.
Inclui Referências.
1. Ausência paterna. 2. Efeitos. 3. Feridas emocionais. 4. Meio
social. I. Macêdo, Thalyta Priscila Silva de. II. Centro Universitário
Brasileiro. - UNIBRA. III. Título.
CDU: 159.9
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 7
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 9
2.1. A AUSÊNCIA PATERNA NA INFÂNCIA ......................................................... 9
2.2. A AUSÊNCIA PATERNA NA ADOLESCÊNCIA ........................................... 10
2.3. A AUSÊNCIA PATERNA NO ADULTO......................................................... 11
3 METODOLOGIA ........................................................................................................ 13
4 RESULTADOS .......................................................................................................... 14
5 DISCUSSÃO.............................................................................................................. 19
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................22
7 REFERÊNCIAS.......................................................................................................23
5
A AUSÊNCIA PATERNA E OS EFEITOS CAUSADOS NA VIDA ADULTA
Resumo: A ausência paterna na vida adulta raramente é estudada nacionalmente,
apesar de seu impacto no desenvolvimento emocional, cognitivo e social na infância.
Nesse sentido, buscou-se investigar a ausência dos pais na infância, após a
adolescência, nas percepções dos filhos adultos, para identificar sentimentos e
vivências da situação no momento atual da vida. Nesse sentido, podemos dizer que a
ausência ou abandono do pai na infância tem múltiplas consequências imediatas para
a criança, que podem ser refletidas na vida adulta. Essa ausência muitas vezes gera
um desequilíbrio que gera algum questionamento. Sabemos que a falta de amor e
carinho pode prejudicar o desenvolvimento de crianças e adolescentes. Quando as
interações entre pais e filhos são inadequadas, os resultados podem levar a formas
de comportamento antissocial. O envolvimento na participação da mãe nessas
situações, do ambiente familiar como um todo e dos condições sociais e econômicas
como mediadores das consequências da ausência do pai na vida da criança são
levados em consideração. A educação e a carreira de um pai em casa têm um grande
impacto na vida adulta, sendo eles provocando traumas e desgastes psicológico,
desde a suas infância ao seu desenvolvimento humano, consequência no meio social,
violação do princípio da dignidade da pessoa humana pois o abandono também pode
criar muitos conflitos emocionais na vida de um adulto, levando a sérios efeitos
negativos, seja devido à separação conjugal ou ao abandono dos filhos na fase da
infância.
Palavras-chave: Ausência paterna. Efeitos. Feridas emocionais. Meio social.
6
INTRODUÇÃO
Há tempos se fala da importância da figura paterna na formação do sujeito, qual
sua representatividade em relação a sua formação. Porém, o que acontece quando
existe a ausência da figura no ambiente familiar? Veremos no decorrer do presente
estudo os principais impactos causados ao sujeito no decorrer de sua formação em
suas fases desde a infância até a sua formação enquanto adulto.
A influência da ausência paterna durante o desenvolvimento de um filho, apesar
de ser um tema rico e complexo e que desperta muito interesse na atualidade, para
se trabalhar com esta temática em especial na vida adulta, o que dificulta a execução
do trabalho, pois conseguimos encontrar bastante material voltado muito mais para o
desenvolvimento infantil e adolescente, o que nos leva a pensar que, após o indivíduo
atingir a vida adulta, deixará ou se desprendeu dos traumas sofridos durante sua vida,
o que bem sabemos não ser real.
O conceito da ausência paterna é de difícil definição, pois o sentido da
expressão “pai ausente” abrange tanto a ausência psicológica como física do pai,
significa tanto a ausência de espírito como a ausência emotiva (CORNEAU, 2015).
Muito se tem falado sobre, devido a modificação estrutural familiar nos tempos atuais,
é possível observar a crescente ausência da figura paterna, onde no modelo de família
convencional era impossível se imaginar esta falta. Tínhamos a figura paterna bem
presente e a imponência deste diante a sociedade. Quando falamos de ausência,
generalizada que é apenas a falta física, o abandono paterno pode ser afetivo ou
material, ou seja, o pai pode se negar a cuidar do filho, se relacionar com ele ou até
mesmo deixar de cumprir com suas obrigações financeiras. A realidade disto é vivida
com a crescente falta do nome paterno nos registros civis, as últimas pesquisas
realizadas indicam que estes números seguem em crescente escala como é possível
vermos os dados facilmente encontrados na Associação Nacional dos Registradores
de Pessoas Naturais (ARPEN–BRASIL, 2016-2022).
Diante do contexto, é perceptível a importância da figura paterna na vida emocional
de seus filhos, devido os fatores sobre o impacto diretos que a ausência paterna pode
causar na vida do indivíduo em sua adultez. no desenvolvimento psicológico e
cognitivo do sujeito onde tem influência direta no seu convívio social. Os efeitos da
ausência paterna na infância. De acordo com Risé que situa sobre busca de limites e
7
a síndrome do TODA/H como também o transtorno do déficit de
atenção/hiperatividade em relação a necessidade não satisfeitas.
Também essa ansiedade, que pode ser atribuída a uma necessidade não-
satisfeita de regras, gerando a TODA/H, a síndrome descoberta pelos norte-
americanos e chamada de Transtorno do Déficit de
Atenção/Hiperatividade (Attention Deficit Hyperactivity Disorder), tratada em
todo o mundo ocidental, especialmente nos EUA, com o estimulante Ritalina
(um metilfenidato, que é uma daquelas anfetaminas "proibidas" aos jovens
nas danceterias e com antidepressivo Prozac, produzidos por duas das mais
poderosas multinacionais do setor até alguns anos atrás. O TDA parecia
afetar, sobretudo, os norte-americanos, ao passo que na Europa, para essas
manifestações infantis (o conhecido “ezougue"), ainda havia professores à
disposição prontos a lançar mão dos meios disciplinares tradicionais, fontes
de “feridas” narcisistas que, cicatrizando-se, absorviam as energias
excessivas e diminuíam a ansiedade, mediante a contenção normativa.
(RISÉ,2007 p.23-24).
Portanto, ele cita que o fato da perda é inevitável na formação da personalidade que
o pai que dirige presença paterna mostra-se fundamental tanto quanto a figura paterna
para um bom equilíbrio emocional.
8
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. A AUSÊNCIA PATERNA NA INFÂNCIA
A primeira ferida que o pai traz em si e provoca no filho, é a separação
da simbiose com a mãe. O filho vive na fusão com a mãe desde a concepção
(RISÉ,
2007).
Desde os últimos tempos, a ausência paterna vem sendo estudada muito
com ênfase na infância, abordando assim as possíveis consequências para o
desenvolvimento infantil, onde se estuda o cognitivo, desenvolvimento e
desempenho escolar, pouco relacionamento com os pares, depressão, ansiedade
e a externalização de comportamento problema. Quando não corrigidos, esses
problemas continuarão exercendo uma influência negativa na vida adulta (BLACK,
DUBOWITZ& STAR, 1999; FROSCH & MANGELSDORF, 2001). Pudemos
observar durante as pesquisas que, as crianças que possuem o contato
diretamente com a figura paterna, tendem a ter mais segurança nas escolhas no
que diz respeito às suas tomadas de iniciativas pessoais. Com base nestas
pesquisas, o autor citado (MUZA, 1998). revisou os efeitos no desenvolvimento
cognitivo infantil. Entendeu-se que, as famílias em que as crianças conviviam sem
a presença do pai, apresentaram duas vezes mais a probabilidade de
comportamentos violentos, como também falta de concentração. O mesmo autor
também ressalta que, crianças que não convivem com o pai acabam tendo
problemas de identificação sexual, dificuldades de reconhecer limites e de
aprender regras de convivência social. Isso mostraria a dificuldade de
internalização de um pai simbólico, capaz de representar a instância moral do
indivíduo.
É reconhecido como importante o papel do pai no desenvolvimento
da criança e a interação entre pai e filho é um dos fatores decisivos para o
desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de
aprendizagem e a integração da criança na comunidade. A experiência clínica
tem mostrado que, na vida adulta, as representações dessa vivência
insurgem nas várias possibilidades de construção psicoafetiva, com
9
repercussão nas relações sociais. As teorias psicológicas e as pesquisas
científicas afirmam e fundamentam o papel da figura paterna no
desenvolvimento e no psiquismo infantil. É pressuposto da teoria psicanalítica
o papel estruturante do pai, a partir da instauração do complexo de Édipo. Na
trama familiar, o sujeito se constrói e sai do estado de natureza para ingressar
na cultura. Freud, em seu trabalho Leonardo da Vinci e uma lembrança da
sua infância, afirma: “na maioria dos seres humanos, tanto hoje como nos
tempos primitivos, a necessidade de se apoiar numa autoridade de qualquer
espécie é tão imperativa que seu mundo desmorona se essa autoridade é
ameaçada”. Para Aberastury, o pai representa a possibilidade do equilíbrio
pensado como regulador da capacidade da criança de investir no mundo real.
A necessidade da figura paterna no processo de desenvolvimento infantil
ocorre entre seis e doze meses, quando a criança se vê inserida no triângulo
edípico, denominado organização genital precoce, e, na adolescência,
quando a maturação genital obriga a criança a definir seu papel na procriação,
havendo um movimento mais intenso na adolescência para que o filho
alcance maior autonomia.( Benczik, 2011. p.3-4).
Ter a figura do pai presente é fundamental, pois ele é necessário para dar
a mãe o apoio moral, ser um esteio para sua autoridade, um ser humano que
sustenta a lei e a ordem que a mãe implanta na vida da criança (WINNICOTT,
1979, p. 56).
Vale ressaltar que, a presença da figura paterna na vida do filho, ocasiona
uma melhor estabilidade emocional, promove uma melhor segurança, autoestima
e independência.
2.2. A AUSÊNCIA PATERNA NA ADOLESCÊNCIA
Em relação à adolescência, revela o quanto esta ausência pode ser
considerada arriscada onde tal falta pode vir a se manifestar de diversas formas,
podendo estar relacionada a uma maior propensão a envolvimento com a
delinquência (MUZA, 1998). A fase da adolescência é marcada pela transição da
infância, onde lidamos com vários aspectos que marcam esta etapa na vida do
sujeito, que vai desde o primeiro relacionamento até tomada de decisões em
relação a carreira acadêmica e consequentemente a escolha profissional.
Entende-se que nesta fase considerando a relevância da presença paterna,
o pai surge como figura que impulsiona nas tomadas de decisões para que o filho
se sinta seguro e consiga prosseguir com suas escolhas.
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Conforme citado pelos autores (EIZIRIK & BERGMANN, 2004) a ausência
paterna na adolescência abre-se uma lacuna que passa a ser inconscientemente
preenchida com fatores em que o mesmo esteja inserido, o adolescente não terá
a referência da figura paterna para tais escolhas em sua vida, com isso poderá
apresentar dificuldades nos processos de escolhas, ausência ou exagero nas
relações, período de maior agressividade, apresenta uma maior tendência a se
culpar ou até mesmo de culpar os outros por tal ausência.
Seguindo essa concepção é importante ressaltar a importância da figura
paterna na construção do desenvolvimento do sujeito com a interação entre pai e
filho, onde o abandono ou a ausência é extremamente prejudicial ao
desenvolvimento psíquico da criança e é preciso reconhecer que esta falta traz
consequências para o desenvolvimento do sujeito.
A falta do pai no ambiente familiar seja por separação ou falta de
reconhecimento, pode acarretar em certos casos algumas dificuldades em relação
a relacionamento podendo afetar o bem-estar da saúde psíquica da criança ou do
adolescente, tanto no contexto geral como no meio em que ele se encontra
inserido, contribuem diretamente para sua formação enquanto adulto, onde no
âmbito familiar o mesmo irá vivenciar várias experiências em termo de afeto como
dor, medo, falta de segurança, raiva entre outros sentimentos que poderão surgir
no indivíduo em sua dualidade.
2.3. A AUSÊNCIA PATERNA NO ADULTO
Estamos constatando ao decorrer do trabalho o quanto a ausência
influencia a vida e formação do sujeito para enfrentamento da vida. Assim como
já citado pelo autor, vemos que estas lacunas quando não corrigidos, esses
problemas continuarão exercendo uma influência negativa na vida adulta (BLACK,
DUBOWITZ & STAR, 1999; FROSCH & MANGELSDORF, 2001). As feridas
emocionais causadas no sujeito têm impactos diferentes em cada um, porém
interferem diretamente na forma de vida apresentada por ele, principalmente
afetando o lado emocional e possivelmente nas relações.
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Entende-se que, quando atingimos a vida adulta, teremos todas as nossas
questões interiores resolvidas, projetamos a realização material e ascensão nas
carreiras escolhidas e também nos relacionamentos, mas o que fazer quando nos
deparamos com a falta internalizada da figura paterna? Diante disto, é possível
entender o que a autora Klein (1970) nos trouxe quando afirma que, tendo como
consequência um sentimento de rejeição e desprezo pela figura amada onde gera
mecanismos de defesa e quando adultos passam a buscar alcançar uma
realização excessiva onde nunca se consegue atingir os seus desejos.
Procurando assim preencher os vazios que não consegue lidar (ALENCAR, M. L.
de, & MORAES, R. C. P. de. 2017). Esses comportamentos causados por esta
falta pode ocasionar na vida adulta algumas frustrações, sendo algumas delas as
projeções nas lacunas emocionais, tornam-se adultos frustrados, têm uma maior
probabilidade em dificuldades e receber “não”, realizam na maioria das vezes
transferências, dentre vários outros comportamentos, vemos que esta ausência
deixa fortes vestígios na psiquê do sujeito.
Diante de tudo já visto podemos entender que, o modelo da família vem se
modificando com o passar dos anos em que, a figura do pai como base da família
vem se tornando cada vez menos vista, o modelo de família padrão não se existe
mais nos dias atuais, vivemos mudanças históricas em vários contextos e o
modelo cultura patriarcal por mais que não tenha o pai real mais tem o pai
simbólico da lei e da cultura que está inserido, principalmente de forma cultural.
Com isso, é importante termos uma visão mais ampla, voltada cada vez mais ao
contexto familiar, e termos mais estudos, artigos sobre este tema, nos faria
enxergar em vasta escala num futuro mais próximo. Ainda são escassos os artigos
e materiais encontrados sobre o tema que é tão relevante em tempos atuais,
procurar entender, aprender e reconhecer as mais variadas modificações e
impactos sobre as famílias e de certa forma promovendo mais estudos nestas
mudanças e seus possíveis impactos tanto na família como na sociedade.
12
2. METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa do tipo bibliográfica,
seguindo o objetivo de descrever as principais consequências da ausência
paterna na vida do indivíduo. Para este fim, iniciou-se um estudo, baseando-se
em informações presentes em sites de bases de dados científicos, sendo estes
Scientific Electronic Library Online (Scielo), Periódicos Eletrônicos em Psicologia
(Pepsic) e o Google Acadêmico. A escolha do trabalho sobreveio com base nos
parâmetros do tema, data de publicação e palavras-chaves utilizadas, assim como
facilitadores nas nossas pesquisas.
Este trabalho trata-se de uma pesquisa qualitativa, de revisão sistemática
de literatura do tipo bibliográfico. Pesquisas desta forma tratam-se em
compreender no meio natural o fenômeno a qual estão inseridos, utilizando-se de
diversos métodos, procedimentos e análises.
Para alcançar os propósitos estabelecidos neste trabalho, foram utilizadas
de forma conjunta as seguintes palavras-chave, sendo estes: Ausência Paterna;
efeitos , férias emocionais, meio social.
De modo geral, no decorrer das revisões que a ausência paterna pode
trazer consequências no desenvolvimento do ser humano no modo afetivo e
social. Pouco vimos estudos sugerindo-se a investigação da qualidade da relação
pai-filho ausência temporária, e a qualidade de convivência entre eles
13
RESULTADOS
Autor/Ano Título Objetivos Resultados Considerações
Finais
AMANDA A alienação A prática da A autora disserta Remata-se que a
SCHAEFER parental e a alienação sobre a inserção desse
, 2014 violação aos parental agrava alienação princípio em
direitos da a realização de parental que todas as
personalidade. afeto com o infringe a espécies de
progenitor e o dignidade da convívio humano
grupo familiar, pessoa humana, é condição
por se tratar de pois descumpre basilar para
estabelecimento
um o direito ao
da harmonia e
comportamento respeito, à
respeito
abusivo por saúde, prejudicar
imprescindíveis
parte do a identidade
ao crescimento
alienante. pessoal da
dos indivíduos.
criança e do
Com relação a
adolescente, fere
fase adulta esse
a integridade
princípio é vital
psíquica dos
ao seu processo
menores que
de
estão em
desenvolvimento
processo de devendo ser
formação, garantido e
levados a assegurado a
desenvolver todo tempo e
patologias e combatida
consequências conduto que o
extremamente viole, como
prejudiciais na acontece em
vida adulta. casos de
14
alienação
parental.
RICHARD A ética e o Relata-se que O termo Conclui-se que
MORAES, direito na esse princípio “paternidade tanto a
2019 concretização consiste responsável” maternidade e
do princípio da justamente na pode ser paternidade
paternidade. responsabilidad encontrado lidam com seres
e que começa também como em
na concepção e parentalidade desenvolvimento
estende-se até responsável, o que
futuramente
onde seja visto que a
serão humanos
indispensável e intenção é
em plenitude que
sustentável o ampliá-lo tanto
exigem formação
acompanhamen quanto possível,
até que atinjam
to dos pais aos atingindo não
sua autonomia e
filhos. somente o pai,
possuam suas
mas também a
próprias
mãe. Deve ser
responsabilidade
uma
s.
responsabilidade
individual social
do homem e da
mulher que
decidem ter um
filho, sendo
dever deles
priorizar o bem-
estar físico,
psíquico e
espiritual da
criança que está
por vir.
15
MARIANA A ausência Os autores A ausência Portanto, a
EIZIRIK E paterna e sua afirmam que a paternal pode ser relação pai e filho
DAVID repercussão ausência encarada de mostra-se
BERGMAN no paterna ocorre diversas formas essencial para
N, 2004 desenvolvimen por diferentes pelo evitar o
to da criança motivos, adolescente, surgimento de
até a fase podendo ser estas que podem conflitos de
adulta. pela separação provocar personalidade e
impasses para
dos pais; a consequências
relacionar-se
morte do genitor em seu
socialmente.
ou falta de afeto desenvolvimento
Reafirmando
que tem a . Geralmente
essa
possibilidade de esses modos são
imprescindibilida
gerar uma vistos
de do genitor
carência. negativamente
nessa fase de
visto que, o pai é
desenvolvimento
imprescindível na
, a participação
fase de
do mesmo
desenvolvimento
auxiliará a
do filho. O fato da autoafirmação,
ausência autodefesa e
continuada do conhecimento do
pai, seja ela meio que vive,
sentimental, dentre outras
física, pode questões para
eventualmente seu
ser uma causa desenvolvimento
perigosa para .
mudanças em
várias questões
do
16
desenvolvimento
do jovem, seja
ele do sexo
masculino ou
feminino.
CAMILA A ausência Damiani e A presença do Conclui-se que é
DAMIANI E física e afetiva Colossi reiterem pai é de suma inevitável
PATRÍCIA do pai na que a presença importância para investigar as
COLOSSI, percepção dos do pai pode a evolução do repercussões
2015 filhos adultos. tornar mais adolescente, dessa ausência
simples o visto que, é ele no
alcance da quem oferece o desenvolvimento
autoafirmação, suporte psicológico,
comportamental
autodefesa e emocional e o
e intelectual do
autonomia, de papel de
adolescente.
outro modo, incentivador,
Sendo assim, o
quando há a sendo estes
presente tema é
ausência exclusivos da
de grande
paterna possível mãe. Portanto, a
interesse
identificar relação pai e filho
atualmente
grandes mostra-se
devido as
prejuízos na essencial para
alterações da
conquista das evitar o
estrutura familiar,
questões, e em surgimento de
no qual observa-
razão dessa conflitos de se um aumento
falta, pode personalidade e da ausência
provocar uma impasses para paterna.
alteração na relacionar-se
disfunção socialmente.
familiar. Reafirmando
essa
imprescindibilida
17
de do genitor
nessa fase de
desenvolvimento
, a participação
do mesmo
auxiliará a
autoafirmação,
autodefesa e
conhecimento do
meio que vive,
dentre outras
questões para o
seu
desenvolvimento
.
18
DISCUSSÃO
A cada experiência revela-se o desejo de um pai mais amoroso e afetivo. Ao
que tudo indica, os pais não corresponderam às expectativas dos filhos em diferentes
etapas de suas vidas. No entanto, aqueles que tiveram os pais fisicamente presentes,
mas relapsos afetivamente, continuam fazendo tentativas de aproximação com a
figura paterna na idade adulta e, se decepcionando, quando eles não correspondem
às suas expectativas.
Nota-se também, a idealização de outro tipo de família, quando se comparam
com configurações familiares que podem contar com um pai presente e que seja
participativo. O contato com outros exemplos de relação pai-filho cresce a
incompreensão frente à ausência paterna (FELZENSWALB, 2003).
O Superego Classicamente, essa instância psíquica é
entendida segundo o significado da famosa frase de Freud de que “o
superego é o herdeiro do complexo de Édipo”, o que vem a significar
que ele está constituído pelo precipitado de introjeções e
identificações que a criança faz com aspectos parciais dos pais, com
suas proibições, exigências, ameaças, mandamentos, padrões de
conduta e o tipo de relacionamento desses pais entre si. Além disso,
é imprescindível levar em conta o aspecto da transgeracionalidade,
ou seja, o fato de que o superego dos pais do paciente, por sua vez,
está identificado com a de seus próprios pais, e assim por diante
numa escalada de muitas gerações, sendo que isso inclui na
formação do superego os valores morais, éticos, ideais, preconceitos
e crenças ditadas pela cultura na qual o sujeito está
inserido.(ZIMERMAN, 2007. p. 84)
Portanto o complexo de édipo, conforme descrito no fragmento acima, entretanto podemos
destacar o que Freud nos descreve no édipo, a importância ausência do pai, obstáculo
para seus desejos e tem origem do complexo de édipo com as regras pautadas pelo pai.
Santoro (2006), alega que a ausência do pai pode afetar a saúde da criança,
e relata que a presença da figura paterna ajuda a afastar problemas como a obesidade
e uma série de outros transtornos psicológicos. Além dessas questões, pode ocorrer
de forma negativa os sentimentos de culpa quando se tornam adultos de se acharem
maus, por acreditar haver provocado a separação e até por ter nascido. O adulto pode
pensa ser mal também por ter sido deixado quando era criança ou adolescente.
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Santoro, relata também que isso pode gerar reações variadas, desde tristeza e
melancolia até agressividade e violência. E prossegue dizendo que os tímidos e
temerosos do exterior se fecham em si mesmos, e os extrovertidos e temerosos do
interior de sua história se vingam no mundo com condutas antissociais. Para Eizirich
e Bergmann,(2004) a literatura evidencia as modificações na estrutura das famílias
contemporâneas, os efeitos negativos da ausência do pai e as repercussões
decorrentes dessa ausência, tanto nos aspectos comportamentais, quanto nas
vivências emocionais relacionadas ao complexo de Édipo. Tenta-se que a intervenção
do pai seja cada vez mais precoce, inclusive desde o momento do nascimento, onde
a sua presença parece aumentar o interesse e o envolvimento posterior com a criança
até sua fase adulta.
A privação do pai pode ter consequências graves, a longo prazo, com
problemas na modulação e na intensidade do afeto. A ausência do pai pode
comprometer a saúde da criança e pode continuar dificultando até a fase adulta. O pai
é um pilar muito importante no desenvolvimento de qualquer ser humano.
Quanto maior é a participação e o envolvimento do pai no crescimento e na
educação desde a fase infantil, melhor é a qualidade da relação que se estabelece
entre ambos. A importância do pai fornece uma base segura a partir da qual uma
criança ou um adolescente pode explorar o mundo exterior e a ele retornar certos, de
que serão bem-vindos, nutridos física e emocionalmente, confortados se houver um
sofrimento e encorajados se estiverem ameaçados.
As competências interpessoais e a independência aparecem como importantes
determinantes do comportamento paterno. O conhecimento que cada homem tem de
exercer a paternidade também sujeita-se à sua própria autorização pessoal, que
conduz-se pela identificação com o próprio pai, bem como o seu desejo de
descendência. Por outro lado, para o filho, é considerável contar não apenas com a
presença física do pai, mas sentir-se desejado e confirmado por ele, demonstrando
sua importância para o desenvolvimento emocional (PEREIRA, RIBEIRO &
FERREIRA, 2014).
20
Enfim, considerando as diferenças entre os participantes privativos da ausência
física e os privativos de ausência afetiva, remata-se que coabitar com o pai quando
não há afeto na relação é capaz de gerar nos filhos os mesmos sentimentos de
carência e falta de quem nunca susteve uma relação paterna.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do contexto abordado é perceptível a importância da figura paterna na
vida emocional dos filhos, devido aos diversos fatores mencionados sobre os
confrontos desenvolvidos no psicológico e cognitivo do adulto que sofre com ausência
do pai, as condições negativas de sintomas que sucedem em dificuldades para o
convívio social na fase adulta.
Nesta sequência, destaca-se a pertinência de considerar os demais aspectos
que possam interferir na constituição do sujeito e em suas possibilidades
correlacionadas ao longo da vida. Os recursos individuais, o manejo dos membros da
família, os recursos emocionais da mãe e a presença de uma rede social cômoda com
que possam contar, são alguns aspectos que merecem atenção no que se refere ao
enfrentamento da vivência do abandono paterno bem como nas possibilidades de
superação desta condição.
É certo que este estudo não tem finalidade de universalizar resultados, mas
busca destacar a relevância da realização de estudos longitudinais, a fim de melhor
compreender como a condição da ausência paterna interfere no trajeto do
desenvolvimento na idade adulta. A partir disso, é possível que novas possibilidades
de intervenção na clínica psicológica, de abordagem individual, conjugal e familiar,
possam ser pensadas e combinadas a partir de uma compreensão mais vasta e
aprofundada do fenômeno em pauta.
22
REFERÊNCIAS
1. ALENCAR, M. L. de, & MORAES, R. C. P. de. O impacto da figura paterna
no desenvolvimento do indivíduo. Psicologia - Saberes & Práticas, v.1, p.54-
61, 2017.
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https://br.mundopsicologos.com/artigos/as-feridas-emocionais-causadas-por-u
m-pai-ausente Acesso em Abril 2022.
3. BENCZIK, Edyleine Bellini Peroni. A importância da figura paterna para o
desenvolvimento infantil. Rev. psicopedag., São Paulo , v. 28, n. 85, p. 67-
75, 2011 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862011000100007&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 21 nov. 2022.
4. CORNEAU, GUY, Pai ausente, filho carente / Guy Corneau; [tradução
Fernanda Silva Rando]. - Barueri, SP: Manole, 2015.
5. CIA, F.; WILLIAMS, A.C.L.; AIELLO, R. L. A. Influências paternas no
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Disponível em:
scielo.br/j/pee/a/CyCf8rsc7nGhV6jyDWZgVXt/?format=pdf&lang=pt. Acesso
em Jun.2022.
6. EDYLEINE BELLINI PERONI BENCZIK - A importância da figura paterna
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Psicologia aplicada, São Paulo, SP, Brasil 13/03/2011
7. EIZIRIK, Mariana; BERGMANN, David Simon. Ausência paterna e sua
repercussão no desenvolvimento da criança e do adolescente: um relato
de caso. Revista de Psiquiatria, v.26(3), pp.3 (2004)
8. KLEIN, M., &RIVIERI, J. (1970). Amor, ódio e reparação. (4a ed.). Brasil:
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9. MUZA GM. Da proteção generosa à vítima do vazio. In: Silveira P, ed.
Exercício da paternidade. Porto Alegre: Artes Médicas; 1998.
23
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https://transparencia.registrocivil.org.br/painel-registral/pais-ausentes. Acesso
em Jun.2022.
11.RISÉ, CLAUDIO, A inaceitável ausência do pai: paternidade e seus
desafios na sociedade atual/ Claudio Risé; [tradução Claudia Scheeren]
Vargem Grande Paulista, SP: Ed. Cidade Nova, 2007.
12.WINNICOTT, W. A criança e seu mundo. Harmondsworth, Inglaterra:
Penguin Books Ltd., 1979.
13. ZIMERMAN, e david Fundamentos psicanalíticos teoria, técnica clínica
porto alegre: ARTMED,2007.
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