HISTÓRIA A
Crash bolsista
Refere-se a uma queda abrupta e significativa nos preços das ações
em uma bolsa de valores, muitas vezes resultado de vendas em
massa e pânico. O exemplo mais famoso é o “Crash de 1929”, que
desencadeou a Grande Depressão. Ele ocorre quando investidores
perdem confiança no mercado, gerando colapsos financeiros.
Deflação
É a queda generalizada dos preços de bens e serviços em uma
economia durante um período prolongado. Isso geralmente ocorre
quando a demanda é menor que a oferta, podendo levar a
estagnação económica, já que consumidores e empresas adiam
gastos esperando preços ainda mais baixos.
Inflação
É o aumento generalizado e sustentado nos preços de bens e serviços
em uma economia ao longo do tempo. A inflação reduz o poder de
compra da moeda. Pode ser causada por aumento nos custos de
produção, maior demanda ou impressão excessiva de dinheiro.
Totalitarismo
É um sistema político no qual o Estado exerce controle total sobre
todos os aspectos da vida pública e privada. Regimes totalitários são
caracterizados por um governo centralizado, repressão política,
censura e propaganda. Exemplos incluem o nazismo na Alemanha e o
stalinismo na União Soviética.
Fascismo
É uma ideologia autoritária e nacionalista que defende um governo
central forte, repressão de oposição política, controle econômico e
exaltação da identidade nacional. Surgiu na Itália sob Benito Mussolini
e rejeita democracia, liberalismo e marxismo.
Nazismo
Uma forma de fascismo desenvolvida por Adolf Hitler na Alemanha, o
nazismo combina autoritarismo, nacionalismo extremo, militarismo e
racismo, especialmente o antissemitismo. Ele defende a “pureza
racial” e promoveu políticas genocidas, como o Holocausto.
Antissemitismo
Preconceito, discriminação ou hostilidade contra judeus como grupo
religioso, étnico ou cultural. Esse ódio foi uma das bases do nazismo e
culminou no extermínio sistemático de milhões de judeus durante o
Holocausto.
Holocausto
O genocídio perpetrado pelos nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial, no qual aproximadamente seis milhões de judeus e outros
grupos considerados “indesejados” (como ciganos, deficientes e
opositores políticos) foram assassinados em campos de concentração
e extermínio.
Genocídio
É o extermínio deliberado de um grupo de pessoas, com base na sua
etnia, religião, nacionalidade ou outra característica. Exemplos
incluem o Holocausto, o genocídio de Ruanda (1994) e o genocídio
armênio (1915-1917).
Corporativismo
É um sistema económico e político que organiza a sociedade em
corporações ou grupos de interesse, como sindicatos e associações
empresariais, que trabalham sob a supervisão do Estado para
coordenar a produção e a economia. Foi uma característica dos
regimes fascistas.
Autoritarismo
É uma forma de governo caracterizada pelo poder concentrado em
um líder ou grupo que não é responsável perante o povo. Nesse
sistema, há restrições à liberdade individual, censura, repressão de
oposição e ausência de participação democrática.
-Interpretar a expansão de novas ideologias e o intervencionismo dos
Estados democráticos á luz des crises do capitalismo liberal,
nomeadamente da crise de 1929.
A crise de 1929, ou Grande Depressão, expôs as fragilidades do
capitalismo liberal, causando desemprego em massa, falências e
desigualdade. Esse contexto de instabilidade econômica abriu espaço
para a expansão de novas ideologias e para o aumento do
intervencionismo estatal nos Estados democráticos.
Por um lado, ideologias como o fascismo, o nazismo e o comunismo
ganharam força ao se apresentarem como alternativas ao liberalismo.
O fascismo e o nazismo, surgidos na Itália e na Alemanha, defendiam
um Estado autoritário, nacionalista e contrário tanto ao liberalismo
quanto ao socialismo. Já o comunismo propunha a abolição do
capitalismo, enquanto movimentos social-democratas buscaram
soluções reformistas dentro do sistema capitalista, promovendo maior
justiça social.
Por outro lado, Estados democráticos passaram a intervir diretamente
na economia, abandonando a ideia de autorregulação do mercado.
Exemplos disso foram os programas do New Deal nos Estados Unidos,
que incluíram obras públicas, regulação financeira e políticas de bem-
estar social. O pensamento keynesiano, que defendia o estímulo à
demanda por meio de gastos públicos, tornou-se a base teórica
dessas ações.
Assim, a crise de 1929 foi um divisor de águas que colocou em xeque
o capitalismo liberal, levando ao surgimento de regimes autoritários e
à ampliação do papel do Estado nas democracias para evitar novos
colapsos económicos.
-Caracteriza os regimes fascista, nazi e estalinista, distinguindo os
seus particularismos e realçando o papel exercido pela propaganda
em todos eles.
Os regimes fascista, nazista e stalinista foram sistemas autoritários
do século XX que concentraram o poder em líderes carismáticos e
usaram a repressão e a propaganda como ferramentas fundamentais
de controle social. Apesar de apresentarem semelhanças, cada
regime tinha particularidades ideológicas e estruturais que os
distinguiam.
Características comuns
1. Liderança autoritária: Todos eram liderados por figuras
carismáticas que concentravam poder absoluto (Mussolini, Hitler,
Stalin).
2. Controle totalitário: Visavam controlar todos os aspectos
da vida pública e privada, eliminando a oposição política e cultural.
3. Propaganda: A propaganda era central para legitimar o
poder, manipular a opinião pública e criar cultos de personalidade em
torno dos líderes.
4. Uso da repressão: Policiais secretos, censura e campos de
trabalho ou extermínio foram utilizados para eliminar opositores.
Fascismo (Itália, Benito Mussolini)
• Ideologia: Nacionalista extrema, militarista e
corporativista. Rejeitava o liberalismo e o comunismo, exaltando o
Estado como entidade suprema.
• Estrutura política: Sistema corporativista, em que
trabalhadores e empresários eram organizados em corporações
subordinadas ao Estado.
• Propaganda: Mussolini era retratado como o “Duce” (líder
supremo), símbolo de força e unidade nacional. A mídia e eventos
públicos glorificavam o regime e a grandeza da Itália.
• Particularidade: Menor ênfase em questões raciais (em
comparação ao nazismo) e mais foco no nacionalismo territorial.
Nazismo (Alemanha, Adolf Hitler)
• Ideologia: Uma variante do fascismo, mas com ênfase na
pureza racial e no antissemitismo. Defendia o expansionismo para
criar o “Espaço Vital” (Lebensraum) e a superioridade da raça ariana.
• Estrutura política: Estado autoritário com o partido nazista
dominando todas as esferas. Instituições tradicionais foram
subordinadas ao regime.
• Propaganda: O Ministério da Propaganda, liderado por
Joseph Goebbels, promoveu a imagem de Hitler como o “Führer”
(líder salvador). Filmes, cartazes e discursos exaltavam o nazismo e
demonizavam os judeus.
• Particularidade: Racismo sistemático e genocida,
culminando no Holocausto, e maior foco em um projeto ideológico
racial.
Estalinismo (União Soviética, Josef Stalin)
• Ideologia: Marxismo-leninismo transformado em um
regime totalitário. Prioridade ao comunismo estatal, industrialização
forçada e coletivização agrícola.
• Estrutura política: Partido Comunista detinha controle
absoluto. Stalin concentrou poder total, eliminando rivais dentro do
partido.
• Propaganda: Culto à personalidade de Stalin, apresentado
como o “pai dos povos” e guia do progresso socialista. A propaganda
destacava os supostos sucessos do regime e encobria fracassos como
as fomes e repressões.
• Particularidade: Enfocava a luta de classes e o
comunismo, em vez de nacionalismo ou raça. As purgas internas e os
expurgos no próprio partido eram frequentes.
O papel da propaganda
A propaganda foi essencial para consolidar o poder em todos esses
regimes:
1. Culto ao líder: Mussolini, Hitler e Stalin eram
representados como figuras quase divinas, infalíveis e indispensáveis.
2. Manipulação da verdade: Eventos foram distorcidos para
beneficiar os regimes; fracassos eram encobertos e sucessos,
exagerados.
3. Mobilização de massas: Marchas, desfiles e eventos
públicos foram usados para criar um senso de unidade e lealdade.
4. Uso de tecnologia: Filmes, rádio, jornais e pôsteres eram
usados para espalhar as mensagens ideológicas.
Embora compartilhassem estratégias de propaganda e repressão,
fascismo e nazismo focavam no nacionalismo e na exclusão racial,
enquanto o estalinismo buscava a construção de uma sociedade
socialista baseada na luta de classes.
-Analisa as perseguições efetuadas aJudeus, ciganos, eslavos,
homossexuais e outros grupos, no quadro do totaltarismo nazi,
caracterizado pela tentativa de um completo controlo racial, polico,
social e cultural dos Indivíduos.
O totalitarismo nazista, liderado por Adolf Hitler, buscou o controle
absoluto sobre todos os aspectos da vida política, social, cultural e
racial. A ideologia nazista fundamentava-se na crença da
superioridade da raça ariana e na necessidade de eliminar grupos
considerados “inferiores” ou “indesejáveis” para construir uma
sociedade racialmente pura. Essa visão levou à perseguição e ao
extermínio sistemático de milhões de pessoas, incluindo judeus,
ciganos, eslavos, homossexuais, deficientes e opositores políticos.
O antissemitismo foi central na ideologia nazista. Os judeus eram
considerados inimigos históricos da Alemanha e foram culpados pelas
crises econômicas e sociais do país. A perseguição começou com
discriminações legais, como as Leis de Nuremberg de 1935, que os
excluíam da cidadania alemã e proibiam casamentos entre judeus e
arianos. Durante a Segunda Guerra Mundial, essas medidas
culminaram no Holocausto, o genocídio de aproximadamente seis
milhões de judeus, que foram assassinados em guetos, campos de
concentração e extermínio, como Auschwitz e Treblinka.
Os ciganos também foram alvo de genocídio, conhecido como
Porajmos. Considerados racialmente inferiores, cerca de 500 mil
ciganos foram mortos em campos de concentração e extermínio. Os
povos eslavos, como poloneses, russos e ucranianos, também foram
perseguidos. Classificados como sub-humanos (Untermenschen),
milhões de eslavos foram mortos, deportados ou submetidos a
trabalhos forçados durante a ocupação nazista no Leste Europeu.
Homossexuais, especialmente homens, foram tratados como
desviantes que ameaçavam a moral ariana. Muitos foram presos,
submetidos a “tratamentos corretivos” e enviados para campos de
concentração, onde eram marcados com triângulos rosa. Outros
grupos, como deficientes físicos e mentais, comunistas, testemunhas
de Jeová e opositores políticos, também foram sistematicamente
perseguidos e eliminados.
Essas políticas de perseguição racial, política e social demonstram
como o nazismo buscava um controle total sobre os indivíduos,
eliminando qualquer grupo que não se encaixasse em seus padrões
ideológicos ou raciais.
-Explica brevemente o triunfo das forças conservadoras e a
aproximação do regime português ao modelo fascista Italiano.
O triunfo das forças conservadoras em Portugal e a aproximação ao
modelo fascista italiano ocorreram no contexto da instabilidade
política, social e econômica da Primeira República (1910-1926).
Durante esse período, o país enfrentou frequentes mudanças de
governo, violência política e crises econômicas, agravadas pela
participação na Primeira Guerra Mundial. Esse cenário levou ao golpe
militar de 1926, que encerrou a Primeira República e instaurou a
Ditadura Militar, criando as bases para o futuro Estado Novo.
O golpe de 1926 marcou a ascensão de forças conservadoras que
buscavam ordem e estabilidade, rejeitando o liberalismo e o
comunismo. António de Oliveira Salazar, inicialmente nomeado
Ministro das Finanças em 1928, destacou-se pela sua política de rigor
financeiro e, em 1933, consolidou o seu poder ao fundar o Estado
Novo, uma ditadura autoritária e nacionalista.
O regime de Salazar aproximou-se ideologicamente do fascismo
italiano de Benito Mussolini, incorporando elementos como o
autoritarismo, o corporativismo e a propaganda. O poder era
centralizado na figura do chefe de governo, os partidos políticos
foram abolidos e as liberdades civis severamente limitadas. O
corporativismo, inspirado no modelo italiano, organizava
trabalhadores e empregadores em corporações controladas pelo
Estado, promovendo uma falsa harmonia entre classes. Além disso, o
regime utilizava propaganda para exaltar Salazar como um líder
moral, austero e salvador da nação.
Apesar dessas semelhanças, o regime salazarista tinha
particularidades que o distinguiam. Ao contrário do fascismo italiano,
que era militarista e expansionista, o Estado Novo era marcado por
um conservadorismo mais tradicional, centrado na defesa da religião
e da família, com forte influência da Igreja Católica. Assim, o Estado
Novo foi uma ditadura nacionalista e autoritária, próxima do fascismo
italiano, mas com uma identidade própria, baseada no
conservadorismo católico e na rejeição do militarismo expansionista.
-Compreende que as políticas económicas obedeceram a imperativos
ideológico politicos como a establidade financeira, a defesa da
ruralidade, as obras públicas, o condicionamento Industrial, a
corporativização dos sindicatos.
No Estado Novo, as políticas econômicas foram moldadas pelos
objetivos ideológicos e políticos do regime de Salazar, priorizando a
estabilidade financeira, a exaltação da ruralidade, o controle sobre a
industrialização e a intervenção estatal na organização do trabalho.
A estabilidade financeira foi uma prioridade, com foco no equilíbrio
das contas públicas e no controle da dívida, refletindo a visão de
austeridade de Salazar e contrastando com a instabilidade da
Primeira República. Paralelamente, o regime promoveu a ruralidade
como ideal de vida, valorizando o campo como fonte de estabilidade
moral e social, e desencorajando a urbanização e a industrialização
excessiva, consideradas ameaças à ordem tradicional.
As obras públicas tornaram-se uma ferramenta de modernização
controlada, com a construção de estradas, pontes e escolas,
projetando uma imagem de progresso sem promover grandes
mudanças estruturais. Já o condicionamento industrial limitava o
surgimento de novas indústrias, protegendo as empresas existentes e
mantendo a economia sob controle estatal.
Por fim, os sindicatos foram dissolvidos ou integrados no modelo
corporativo do regime, onde trabalhadores e empregadores eram
subordinados ao Estado, eliminando conflitos de classe e a influência
de ideologias como o comunismo.
Essas políticas buscavam consolidar o autoritarismo e preservar os
valores tradicionais, colocando a economia a serviço do controle
social e político do regime.
-Caracterizar a política cultural do Regime
A política cultural do Estado Novo, liderado por Salazar, foi centrada
no controle da produção cultural para reforçar a ideologia autoritária
e nacionalista do regime. O Estado impôs uma rígida censura,
proibindo obras que criticassem o regime e controlando os meios de
comunicação. A cultura foi usada como propaganda para exaltar os
valores tradicionais, como a ligação do povo ao campo e à Igreja
Católica, além de promover a figura de Salazar como líder do país.
A arte foi moldada para refletir esses princípios, com ênfase na arte
tradicional e patriótica, enquanto movimentos modernos eram
marginalizados. O regime criou instituições como a Legião Portuguesa
e a Organização Nacional da Mulher Portuguesa para doutrinar a
população. A Igreja teve um papel central, sendo aliada do regime na
disseminação de valores conservadores.
-Reconhecer que o Estado Novo foi um regime autoritário que adotou
mecanismos repressivos das liberdades individuais e coletivas.
O Estado Novo foi um regime autoritário que restringiu
significativamente as liberdades individuais e coletivas, adotando
uma série de mecanismos repressivos para garantir o controle
absoluto sobre a sociedade portuguesa. Sob a liderança de Salazar, o
regime impôs um sistema político centralizado e altamente
controlador, no qual a liberdade de expressão, a liberdade política e
os direitos civis foram severamente limitados.
Uma das principais ferramentas de repressão foi a Polícia de
Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), posteriormente transformada
em Direção-Geral de Segurança (DGS), que monitorava e reprimia
qualquer oposição ao regime. O uso de prisões políticas, tortura e
perseguições foram comuns para silenciar dissidentes, comunistas,
socialistas, opositores políticos e qualquer pessoa considerada uma
ameaça ao regime.
O regime também aboliu liberdades políticas essenciais, como a
liberdade de imprensa e de associação. Partidos políticos foram
proibidos, e apenas o União Nacional, partido único do regime, era
permitido. Sindicatos independentes foram dissolvidos, sendo
substituídos por sindicatos corporativistas controlados pelo Estado.
Além disso, a censura foi rigorosa, com controle sobre a mídia, teatro,
cinema e literatura, eliminando qualquer conteúdo crítico ao regime.
O censuramento das ideias e a repressão da oposição garantiram um
controle quase total sobre a sociedade, limitando as liberdades
individuais e coletivas, e criando um ambiente de medo e submissão.
O Estado Novo também manteve uma forte aliança com a Igreja
Católica, que ajudou a reforçar a moral e a ordem do regime,
sustentando sua ideologia conservadora e autoritária.