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Relaxamento de Prisão

Modelo de peças processuais penal
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA

VARA ÚNICA DE PORTO SEGURO - BA.

PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO EM


FLAGRANTE
BRUTUS, brasileiro, solteiro, inscrito no RG: xxx e no CPF xxxx,
titular do email xxx, residente e domiciliado à rua xxx, nº xx,
Porto Seguro, Estado, BA, CEP: xxx, por seu advogado ora
intermediado por seu patrono ao final firmado, procuração
anexa com escritório profissional localizado à Rua xx, nº x,
bairro x, Cidade x, CEP x, onde recebem as notificações e
intimações de estilo. Vem, respeitosamente perante Vossa
Excelência,
requerer RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, Com
fulcro no artigo 5º, inciso LXV da Constituição Federal, pelas
razões de fato e de direito a seguir expostas:

DOS FATOS
O acusado foi preso em flagrante pelo crime de homicídio doloso
previsto no artigo 121, caput, do Código Penal, consumado contra
duas vítimas, bem como pelo porte ilegal de arma de fogo,
devidamente tipificado no estatuto do desarmamento em seu art. 14
á 16 e tráfico de drogas previsto no art. 33 da Lei 11.343/06.
Após os policiais receberem uma denúncia sem qualquer investigação
prévia, chegou logo pela manhã e arrombou a porta, encontrando
Brutus ainda dormindo e os dois corpos no chão com orifício de
entrada de uma bala de fuzil que transfixou ambas as vítimas e parou
a trajetória na parede, tendo sido recolhido o projétil. Além disso, os
policiais encontraram 40 papelotes de cocaína embalados, bem como
o fuzil utilizado no delito e uma pistola 9 mm que estava no armário
da cozinha.

Cumpre ressaltar que, para encontrar as drogas e a pistola, os


militares asfixiaram Brutus com sacola plástica, tendo ele, após não
aguentar mais ser espancado e asfixiado, apontado onde guardava a
arma e as drogas, bem como confessou ter praticado os homicídios.

DOS FUNDAMENTOS DE FATO E DE DIREITO


PRELIMINARMENTE: DA VIOLAÇÃO DO
DOMICÍLIO
Como se verifica nos autos, os policiais ingressaram na residência do
acusado depois de receberem denúncia anônima e sem qualquer
investigação prévia, chegou logo pela manhã e arrombou a porta.
Na audiência de custódia, realizada dentro do prazo legal, o
acusado mencionou que os policiais militares entraram em
sua residência sem o seu consentimento.
art. 5º, XI, da CF/88: a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE


A prisão em flagrante possui requisitos, posto que quando não
observados, podem caracterizá-la como ilegal.
Diante dos fatos e do direito aplicável, resta evidente que a prisão
acusada é ilegal, devendo ser relaxada imediatamente. Além disso, a
conduta da autoridade policial deve ser apurada e sancionada
conforme a legislação vigente, para garantir a proteção dos direitos
fundamentais e a integridade do Estado Democrático de Direito.

ART. 5º LXV CF - a prisão ilegal será imediatamente relaxada


pela autoridade judiciária;
No caso concreto, o Delegado de Policia não comunicou ao Juízo
criminal competente, bem como não permitiu durante a fase do
interrogatório a presença do advogado, ou na falta deste, do Defensor
Público.
O acusado foi preso em flagrante pela autoridade policial. No entanto,
a prisão ocorreu sem a observância dos requisitos legais,
configurando uma prisão ilegal. O artigo 310 do Código Penal de
Processo Penal estabelece que, ao receber o auto de prisão em
flagrante, o juiz deverá, no máximo de 24 horas, promover uma
audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado ou
membro da Defensoria Pública e membro do Ministério Público.

ART. 310 CPP - Após receber o auto de prisão em flagrante, no


prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído
ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).

DA TORTURA
Os militares asfixiaram Brutus com sacola plástica, tendo ele, após
não aguentar mais ser espancado e asfixiado, apontado onde
guardava a arma e as drogas, bem como confessou ter praticado os
homicídios. Com sua prisão em flagrante, Brutus foi encaminhado
para o Instituto Médico Legal para fazer exame de corpo de delito,
constatando-se que ele fora asfixiado e espancado horas antes de
fazer a perícia. A prática de tortura para obtenção de provas é um
crime grave, equiparado aos crimes hediondos, conforme a Lei de
Tortura.

ART. 1º da LEI 9.455/97 Constitui crime de tortura:


I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
vítima ou de terceira pessoa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Além disso, o Código de Processo Penal, no artigo 157, reforça essa


proibição, determinando que tais provas devem ser desentranhadas
do processo.

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do


processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais.

DA INEXISTÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS E


REQUISITOS DA PREVENTIVA
Pressupostos e fundamentos: Dois são os pressupostos para a
decretação da preventiva (necessária a presença dos dois) e três
são seus fundamentos (obrigatória a presença de pelo menos um
deles). São pressupostos obrigatórios: prova da existência do crime
e indícios suficientes de autoria. Fundamentos alternativos: garantia
da ordem pública ou da ordem econômica, por conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal. A
prova da existência de crime diz respeito à materialidade do crime, o
que se demonstra com documentos, testemunhos, auto de exame
de corpo de delito e outros elementos probatórios. Quantos aos
indícios suficientes de autoria, não é necessária a prova plena, mas
que os indícios sejam suficientes, ou seja, que apontem que o
agente seja o autor do delito. O convencimento quanto à autoria e à
materialidade exigíveis para o decreto preventivo é menor do que o
necessário para a condenação definitiva, quando então é preciso o
pleno convencimento. Para a preventiva, é suficiente a convicção;
para a condenação, é imprescindível a plena convicção.

ART. 310 CPP - Após receber o auto de prisão em flagrante, no


prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a
realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de
custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído
ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério
Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente:
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)
III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído
pela Lei nº 12.403, de 2011).

DOS PEDIDOS
1- Por tudo, requer a intimação do Ilustre representante do Ministério
Público, nos termos da lei para que em prazo legal apresente parecer.

2- A concessão do relaxamento da prisão.

3- Que seja deferido o relaxamento da prisão ao Requerente, com a


expedição do devido alvará de soltura.

4- Caso assim não se entenda, desde já postula também o


relaxamento da prisão cumulado com as medidas cautelares
previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, uma vez que a
prisão é a última ratio a ser seguida pelo julgador.

Nestes Termos

Pede Deferimento

Cidade (x), data (x), mês (x), ano (x).

Advogado (a)
OAB X

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