Disciplina: DIREITO PENAL I Série: 2º
Aluno (a): Hellen Patrícia Zaine Matsumoto Nota:
1ª ATIVIDADE AVALIATIVA DO 3º BIMESTRE
Valor: 1,0
Questão 01 – Quanto aos erros de tipo, descreva sobre o que é o “erro determinado por terceiro” previsto
no art. 20, §2º do Código Penal, dando exemplos.
No erro determinado por terceiro, previsto no art. 20, §2º do Código penal, temos o erro induzido, figurando
dois personagens: o agente provocador e o agente provocado. Trata-se de erro não espontaneo que leva o
provocado à pratica do delito.
Exemplo: o médico, com intenção de matar seu paciente induz dolosamente a enfermeira a ministrar dose
letal ao enfermo. O médico ( autor imediato) responderá por homicidio doloso, enquanto a enfermeira 9
autoria imediata), em regra, fica isenta da pena, salvo se demonstrada a sua negligência, hipótese em que será
responsabilizada a titulo de culpa.
Questão 02 – O erro de tipo acidental é aquele que recai sobre dados diversos dos elementos
constitutivos do tipo penal, ou seja, sobre as circunstâncias (agravantes, e causas de aumento de pena), e
fatores irrelevantes da figura típica, ao qual não afasta a responsabilidade penal. Sendo assim, responda:
a) No que consiste o erro sobre a pessoa? Qual a consequência jurídica?
O erro quanto à pessoa está previsto no art.20,§3º, do Código Penal, que assim dispõe: “o erro quanto
à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as
condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime”.
Como Consequência: o erro quanto à pessoa não exclui o dolo, não exclui a culpa e não isenta o agente
de pena, mas na sua punição devem ser consideradas as qualidades ou condições pessoais da vítima
virtual (chamada teoria da equivalência).
b) O que seria o erro sobre o objeto? Explique
Não há previsão legal. O agente confunde o objeto material (coisa) visado, atingindo outro que não o
desejado. Exemplo: pessoa ingressa em uma loja para subtrair relógio de ouro, mas subtrai apenas
um relógio dourado (de outro material), confundindo o objeto. Consequência: punição do agente pela
conduta praticada, considerando-se o objeto material (coisa) efetivamente atingido (chamada teoria da
concretização). Percebe-se que o erro sobre o objeto não exclui od olo, não exclui a culpa e não isenta o
agente de pena, considerando-se na sua punição o objeto diverso do pretendido.
c) No que consiste o erro sobre as qualificadoras?
O agente tem conceito errado sobre a qualificadora de uma conduta tipificada no código penal, isto
não afastará dolo e culpa, e a imputação ao responsável ocorrerá. Ex: furta um carro com uma chave que
achava ser falsa, mas era a verdadeira. O tipo permanece íntegro, mas a qualificadora desaparece.
d) O que é o erro sobre o nexo causal? Explique como ele pode ocorrer.
Não possui previsão legal. Trata-se da situação em que o resultado desejado se produz, mas com nexo
diverso, de maneira diferente da planejada pelo agente. Duas espécies: erro sobre o nexo causal em
sentido estrito e dolo geral (ou aberratio causae).
O erro sobre o nexo causal sem entido estrito ocorre quando o agente, mediante um só ato, provoca o
resultado visado, porém com outro nexo de causalidade. Exemplo: A empurra B de um penhasco para
que ele morra afogado, porém, durante a queda, B bate a cabeça contra uma rocha e morre em razão de
um traumatismo craniano.
O dolo geral (ou aberratio causae) ocorre quando o agente, mediante conduta desenvolvida em
pluralidade de atos, provoca o resultado pretendido, porém com outro nexo. Em outras palavras, o
agente desenvolve sua primeira conduta movido pelo dolo de um determina do resultado. Ao esgotar
essa primeira conduta e acreditando que o resultado já ocorreu, desenvolve nova conduta acreditando
estarem exaurimento do crime, quando em verdade foi essa segunda conduta a causadora do resultado.
Em ambas condutas, o agente incorre em erro e o dolo do resultado permeia toda a ação. Exemplo: A
atira em B(primeiro ato)e, imaginado que B está morto, joga seu corpo no mar, vindo B a morrer por
afogamento. A Consequência: punição do agente por um só crime(princípio unitário), desejado desde o
início, a título (no exemplo acima, homicídio consumado), considerando-se, aliás, o nexo ocorrido (e
não o pretendido)
e) O erro sobre o nexo causal é igual ao dolo geral? Explique.
O dolo geral é uma espécie de erro sobre o nexo causal. Erro sobre o nexo causal é aquele em que o
resultado desejado se produz, mas com nexo diverso, de maneira diferente da planejada pelo agente.
f) O art. 74 do Código Penal da uma solução para um erro de tipo acidental. Qual é o erro, e qual
a solução jurídica para ele?
O erro de tipo acidental diverso do pretendido (ABERRATIO CRIMINIS) prevista no art. 74 do
Código Penal, na aberratio criminis, o agente, por acidente ou erro na execução, pretendendo lesionar
um determinado bem jurídico, acaba por lesionar outro, de espécie diversa, ou a ambos. O que se
altera, aqui, não é a pessoa atingida, como na aberratio ictus, mas o título do delito, pois o agente
realiza um crime diverso do pretendido. Exemplo: o agente pretende atingir o automóvel de seu
amigo, mas, ao lançar uma pedra em direção ao carro, atinge terceiro que trafegava pela rua. Assim
sendo, o agente responderá pelo resultado ocorrido, mas na modalidade culposa. Caso não exista a
modalidade culposa para o resultado atingido, o agente poderá responder na modalidade tentada.