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Especies Arboreas Brasileiras Vol 4 Limoeiro Do Mato

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Espécies

Arbóreas
Brasileiras

Limoeiro-do-Mato
Seguieria langsdorffii

volume

4
Limoeiro-do-Mato
Seguieria langsdorffii
Colombo, PR Fotos: Paulo Ernani Ramalho Carvalho

Barra do Turvu, SP
Limoeiro-do-Mato
Seguieria langsdorffii

Taxonomia e Nomenclatura Nomes vulgares por Unidades da


Federação: em Minas Gerais, bico-de-beija-flor
De acordo com o sistema de classificação e pau-fedorento; no Paraná, laranja-do-mato,
baseado no The Angiosperm Phylogeny laranjeira-braba, laranjeira-do-mato, limão-bravo,
Group (APG) II (2003), a posição taxonômica limão-do-mato e limoeiro-do-mato; em Santa
de Seguieria langsdorffii obedece à seguinte Catarina, limoeiro, limoeiro-do-mato e pau-de-
hierarquia: alho; e no Estado de São Paulo, ibirarema, limão-
Divisão: Angiospermae bravo, limeira-do-mato, limoeiro-bravo, limoeiro-
do-mato e falso-pau-d’alho.
Clado: Eudicotiledôneas Core
Ordem: Caryophyllales Etimologia: o nome genérico Seguieria é
dedicado a J. Fr. Seguier (1705–1784) (SANTOS;
Família: Phytolaccaceae FLASTER, 1967); o epíteto específico langsdorffii
Gênero: Seguieria é em homenagem ao botânico russo Langsdorffi.
Espécie: Seguieria langsdorffii Moq.
Primeira publicação: in DC., Prodromus XIII, Descrição Botânica
2 (1849).
Sinonímia botânica: Albertokuntzea Forma biológica e estacionalidade: é
arbustiva a arbórea, de comportamento sempre-
langsdorffii (Moq.) O. Kuntze (1891); Seguieria
verde ou perenifólio de mudança foliar.
glaziovii Briq (1900); Seguieria affinis Heimerl
(1908); Seguieria mammifera H. Walter (1909); As árvores maiores atingem dimensões próximas
Seguieria rigida H. Walter. a 30 m de altura e 130 cm de DAP (diâmetro à

333
altura do peito, medido a 1,30 m do solo), na 6 mm a 7 mm de comprimento por 6 mm a
idade adulta. 7 mm de largura, com perisperma; o tegumento é
Contudo, usualmente não ultrapassa 20 m de pardo-avermelhado, membranáceo e levemente
altura e 70 cm de DAP, e nunca é escandente enrugado verticalmente; em parte, o perisperma
(ROHWER, 1982). é farinoso e castanho-escuro, e em parte é
viscoso, branco ou amarelado (VIDAL, 1978).
Tronco: é irregular, geralmente muito dilatado
na base e estreitando-se para cima. Há presença
de espinhos, às vezes com até Biologia Reprodutiva
50 mm de comprimento, ou muito pequenos ou
algumas vezes ausentes. O fuste vai até 10 m de e Eventos Fenológicos
comprimento.
Sistema sexual: essa espécie é hermafrodita.
Ramificação: é dicotômica. A copa é alongada,
assimétrica e formada por galhos horizontais ou Vetor de polinização: os vetores de polinização
inclinados para baixo. Os ramos são delgados, são essencialmente abelhas e diversos insetos
angulosos, estriados e glabros. pequenos.

Casca: mede até 10 mm de espessura. A casca Floração: de outubro a abril, no Paraná


externa, ou ritidoma, é acinzentada. (HATSCHBACH; GUIMARÃES, 1973;
GOETZKE, 1990), e de dezembro a fevereiro, em
Folhas: são alternas; a lâmina foliar mede de
Santa Catarina (SANTOS; FLASTER, 1967).
3 cm a 13 cm de comprimento por 2 cm a 6,5 cm
de largura; as folhas dessa espécie são elípticas Frutificação: frutos maduros ocorrem em
ou ovadas, com ápices levemente emarginados, abril, em Santa Catarina (SANTOS; FLASTER,
nervuras medianas espesso-salientes, 1967) e no Estado de São Paulo (KUHLMANN;
mucronadas, bases arredondadas, glabras, KUHN, 1947), e de abril a junho, no Paraná
normalmente de consistência coriácea quando (HATSCHBACH; GUIMARÃES, 1973).
madura ou raramente cartácea, recobertas de
pequenas pontuações translúcidas; os pecíolos Dispersão de frutos e sementes:
medem de 2 mm a 8 mm de comprimento. São anemocórica (pelo vento).
angulosos, canaliculados, glabérrimos, com duas
estípulas na base, transformadas em acúleos sub-
eretos e agudos. Ocorrência Natural
Inflorescências: ocorrem em panículas Latitudes: de 17ºS, em Minas Gerais, a 28ºS,
suberetas, frequentemente axilares e raramente em Santa Catarina.
terminais, adensadas, quase eretas e cilíndricas,
medindo de 4,5 cm a 30 cm de comprimento e Variação altitudinal: de 200 m, em Santa
delicadamente pubescentes, com 10 a 80 flores. Catarina, a 1.600 m, no Estado de São Paulo.

Flores: são de coloração amarelada. Distribuição geográfica: Seguieria langsdorffii


Os pedicelos medem de 3 mm a 8 mm de ocorre no Brasil, nas seguintes Unidades da
comprimento, são subcilíndricos, com brácteas Federação (Mapa 38):
levemente côncavas, triangulares, medindo
• Minas Gerais (VIDAL, 1978; ROHWER, 1982;
de 1,5 mm a 2,5 mm de comprimento, com
FONTES, 1997; CARVALHO et al., 2000a;
bractéolas isomorfas.
CARVALHO, 2002; ROCHA, 2003; SILVA et al.,
Frutos: são sâmaras frágeis, achatadas e césseis, 2003; OLIVEIRA-FILHO et al., 2005).
medindo de 22 mm a 46 mm de comprimento.
• Paraná (HATSCHBACH; GUIMARÃES, 1973;
O núcleo seminífero é arredondado, dotado ROHWER, 1982; RODERJAN; HUNIYOSHI,
de nervuras longitudinais, às vezes com cristas 1988; GOETZKE, 1990; VEIGA et al., 2003b;
aliformes desiguais. PEZZATTO, 2004; HATSCHBACH et al., 2005).
A ala apical mede de 25 mm a 35 mm de • Estado do Rio de Janeiro (ROHWER, 1982).
comprimento. É oblonga acinaciforme, de
consistência membranácea a papirácea, com • Santa Catarina (KLEIN, 1969; REITZ et al.,
nervura ventral pouco espessada e nervação 1978; KLEIN, 1979/1980).
arqueado-oblíqua em direção à margem dorsal; • Estado de São Paulo (KUHLMANN; KUHN,
a margem ventral da ala é reta ou arqueada, com
1947; NOGUEIRA, 1976; ROHWER, 1982;
margem dorsal geralmente franjada, erosa
MATTHES et al., 1988; MEIRA NETO et al.,
e convexa (VIDAL, 1978).
1989; ORTEGA; ENGEL, 1992; LORENZI, 1998;
Sementes: são globosas, reniformes ou SANTOS; KINOSHITA, 2003; OGATA; GOMES,
obovadas e levemente comprimidas, medindo de 2006; CERQUEIRA et al., 2008).

334
Mapa 38. Locais identificados de ocorrência natural de limoeiro-do-mato (Seguieria langsdorffii), no
Brasil.

Aspectos Ecológicos 2005), no Paraná e no Estado de São Paulo


(CERQUEIRA et al., 2008), com frequência de
Grupo sucessional: Seguieria langsdorffii é até três indivíduos por hectare (CARVALHO
uma espécie pioneira (VEIGA et al., 2003). et al., 2000a).
Importância sociológica: essa espécie é muito • Floresta Ombrófila Densa (Floresta Tropical
comum nas capoeiras e matas, no Estado de São Pluvial Atlântica), nas formações das Terras
Paulo (KUHLMANN; KUHN, 1947). Baixas, Submontana e Montana, no Paraná
(RODERJAN; HUNIYOSHI, 1988), em Santa
Contudo, é muito rara nas florestas e nas
capoeiras da Ilha de Santa Catarina, e pouco Catarina e no Estado de São Paulo (OGATA;
frequente na mata do Vale do Itajaí (KLEIN, GOMES, 2006).
1969; KLEIN, 1979/1980). • Floresta Ombrófila Mista (Floresta com
presença de Araucária), na formação Montana,
no Paraná, com frequência de um indivíduo
Biomas (IBGE, 2004a) / adulto por hectare.
Tipos de Vegetação (IBGE,
Outras Formações Vegetacionais
2004b) e Outras Formações
• Ambiente fluvial ou ripário (mata ciliar), em
Vegetacionais Minas Gerais e no Paraná.
Bioma Mata Atlântica • Ecótono Floresta Estacional Semidecidual
/ Floresta Ombrófila Mista, no Paraná
• Floresta Estacional Semidecidual (Floresta
(PEZZATTO, 2004).
Tropical Subcaducifólia), nas formações
Submontana e Montana, em Minas Gerais • Floresta higrófila, no Paraná (HATSCHBACH
(SILVA et al., 2003b; OLIVEIRA-FILHO et al., et al., 2005).

335
Clima iniciarem a queda espontânea. Obtidos assim,
os frutos podem ser diretamente usados para
Precipitação pluvial média anual: de semeadura, uma vez que a extração da semente
1.000 mm em Minas Gerais, a 1.800 mm, no de seu interior é trabalhosa.
Estado de São Paulo.
Número de sementes por quilo: 8.600
Regime de precipitações: chuvas (LORENZI, 1998).
uniformemente distribuídas, no Paraná e em
Tratamento pré-germinativo: não há
Santa Catarina, a periódicas, nas demais regiões.
necessidade.
Deficiência hídrica: nula, no Planalto do
Paraná e de Santa Catarina. De pequena a Longevidade e armazenamento: sementes
moderada, no inverno, nos planaltos do centro de Seguieria langsdorffii apresentam
e do leste, do Estado de São Paulo. comportamento fisiológico do tipo ortodoxo.
Com relação ao armazenamento, elas mantêm
Temperatura média anual: 13,4 ºC (Campos a viabilidade por mais de 5 meses, quando em
do Jordão, SP) a 23,7 ºC (Rio de Janeiro, RJ). condições de sala.
Temperatura média do mês mais frio:
8,2 ºC (Campos do Jordão, SP) a 21,3 ºC (Rio
de Janeiro, RJ). Produção de Mudas
Temperatura média do mês mais quente: Semeadura: recomenda-se semeadura direta
19,9 ºC (Curitiba, PR) a 26,5 ºC (Rio de Janeiro, em saco de polietileno de 20 cm de altura e 7 cm
RJ)
de diâmetro ou em tubete de polipropileno de
Temperatura mínima absoluta: -7,3 ºC. Essa 120 cm3.
temperatura foi observada em Campos do Jordão,
SP, em 1º de junho de 1979 (BRASIL, 1992). Germinação: é epígea ou fanerocotiledonar.
A emergência tem início de 10 a 30 dias após a
Geadas: são frequentes no inverno, no Planalto semeadura. Geralmente, a taxa de germinação é
Sul-Brasileiro, a raras ou pouco frequentes, no baixa, cerca de 50%. As mudas atingem cerca de
litoral do Paraná e de Santa Catarina. O número 20 cm de altura, aproximadamente 6 meses após
médio varia de 0 a 30, com o máximo absoluto a semeadura.
de 81 geadas, na região Sul e em Campos do
Jordão, SP.
Classificação Climática de Köppen: Af Características Silviculturais
(tropical, úmido ou superúmido), no litoral do
Paraná. Aw (tropical, com inverno seco), em O limoeiro-do-mato é uma espécie heliófila,
Minas Gerais. Cfa (subtropical, com verão medianamente tolerante às baixas temperaturas,
quente), no noroeste do Paraná e no leste de quando jovem.
Santa Catarina. Cfb (temperado, com verão
Hábito: apresenta crescimento monopodial e
ameno), na região metropolitana de Curitiba,
com galhos finos, quando jovem. A desrama
PR. Cwa (subtropical, com inverno seco e verão
natural é boa, mas deve sofrer derrama artificial
quente), em Minas Gerais e nos contrafortes
ocidentais da Serra da Mantiqueira, no Estado periódica (poda dos galhos) quando apresenta
de São Paulo. Cwb (subtropical de altitude, com cicatrização regular. O limoeiro-do-mato brota
inverno seco e verão ameno), no sul de Minas da touça ou cepa.
Gerais e nos estados do Rio de Janeiro e de São Sistemas de plantio: essa espécie é
Paulo. recomendada para plantio misto, ou em faixas
abertas em capoeirões e plantada em linhas.
Solos Sistemas agroflorestais (SAFs):
tradicionalmente, o limoeiro-do-mato é deixado
Seguieria langsdorffii ocorre, naturalmente, nos nas pastagens no leste do Estado de São Paulo
solos úmidos das planícies e em beira de rios (KUHLMANN; KUHN, 1947).
ou de regatos. Em plantios, essa espécie cresce
melhor em solos de fertilidade alta e com textura
argilosa. Crescimento e Produção
Há poucas informações sobre o crescimento
Tecnologia de Sementes do limoeiro-do-mato em plantios (Tabela 20).
Contudo, seu crescimento é lento, podendo atingir
Colheita e beneficiamento: os frutos devem uma produção volumétrica de até 3,50 m-3.ha-1.ano-1
ser colhidos diretamente da árvore, quando aos 8 anos de idade, no Paraná.

336
Tabela 20. Crescimento de Seguieria langsdorffii, em plantio misto, no Paraná.
Idade Espaçamento Plantas vivas Altura DAP médio Classe de
Local
(anos) (m x m) (%) média (m) (cm) solo (a)

Rolândia(1) 7 5x5 100,0 6,43 14,6 LVdf

Rolândia(1) 8 5x5 100,0 7,43 15,5 LVdf


(a) LVdf = Latossolo Vermelho distroférrico.
Fonte: (1)Embrapa Florestas / Fazenda Bimini.

Características da Madeira não tem valor econômico. Contudo, pode ser


empregada apenas em caixotaria leve.
Massa específica aparente (densidade): a
Medicinal: Seguieria langsdorffii é empregada
madeira do limoeiro-do-mato é moderadamente
densa (0,60 g.cm-3) (MAINIERI, 1973). em medicina popular como diurética
(HATSCHBACH; GUIMARÃES, 1973).
Cor: o alburno e o cerne são indistintos,
apresentando coloração branco-palha uniforme. Paisagístico: o limoeiro-do-mato pode ser
empregado em arborização rural (LORENZI,
Características gerais: grã irregular para
1998).
reversa; textura média; superfície lustrosa e lisa
ao tato; sem cheiro nem gosto distintos. Lembra Plantios com finalidade ambiental: essa
a madeira de pau-d’alho (Gallesia integrifolia). espécie é importante para restauração de
Durabilidade: em condições adversas, é ambientes fluviais ou ripários (mata ciliar ou
madeira de durabilidade muito baixa. de galeria) e na recuperação de ecossistemas
degradados.

Produtos e Utilizações
Espécies Afins
Apícola: o limoeiro-do-mato é planta com
potencial apícola, fornecendo néctar e pólen. O gênero Seguieria Loefling foi descrito em 1758,
Celulose e papel: Seguieria langsdorffii é uma compreendendo cerca de 26 espécies distribuídas
espécie inadequada para esse uso. na América Meridional, das quais 18 ocorrem no
Energia: o limoeiro-do-mato produz lenha de Brasil (HATSCHBACH; GUIMARÃES, 1973).
péssima qualidade. Contudo, Rohwer (1982) reduziu drasticamente
Madeira serrada e roliça: a madeira dessa para 6 espécies, das quais 3 são altamente
espécie não serve para essas finalidades e polimórficas.

337
Referências Bibliográficas
clique aqui

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