ANÁLISE DE INVESTIMENTOS
CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS
PARA A TOMADA DE DECISÃO
DEPÓSITOS INTERFINANCEIROS DE UM DIA ( DI - 1 dia)
O custo do dinheiro no presente, e sua projeção para o futuro constituem
elementos importantes para tomada de decisão no que tange ao investimento, ou
captação de recursos ou ainda para se tomar empréstimos.
A introdução dos mercados futuros de taxas de juros ocorreu
baseada em ativos financeiros públicos e privados. Em 1991 a
BM&F lançava o DI –1 dia. As taxas de juros refletem a interação
entre oferta e demanda de moedas. Daí sua extrema volatilidade, o
grande risco embutido em seus movimentos e o potencial de proteção
e ganho ou perda em sua negociação nos mercados futuros.
O contrato de DI-1 dia foi concebido para melhor oferecer cobertura
específica ao risco de oscilação da taxa de juros.
Calcule o PU de um contrato com 25 du, sabendo que a taxa over
projetada futura é de 2,4633% a.m.
PU = 100 000,00 / ( 1 + 2,4633/3000)25 = 97 969,00
Podemos observar que quando os juros se elevam o PU diminui e
vice-versa.
Portanto, os que estão comprado em qualquer ativo para pagar no
futuro, temendo uma alta na taxa de juros, devem vender contratos
futuros ou comprar juros (taxa de juros) atuais no volume que
julgarem necessários.
Se os volumes forem equivalentes, a perda ou ganho desse
hedge (proteção) será nula (desconsiderando os
emolumentos e corretagens).
Ao afirmar “estou comprado em juros” significa “estar
vendido em PU (contratos)”, pois, ao acreditar numa alta
da taxa de juros devem-se vender contratos ou assegurar
para si próprio aquela taxa de juros que acha que deverá
subir.
Se um contrato (negociado em 11/08 e vencimento em 02/09)
apresenta um PU = 98 945 com 15 du no período, qual a taxa anual
efetiva projetada?
Tx per.= 100 000 / 98 945 – 1 = 1,0662%
Tx anual = [ ( 100 000 / 98 945) 1/15 ] 252 –1 = 0,1950
Ou.......19,50% a.a.
Considere agora que houve um acordo de renegociação quando do vencimento
do contrato em 02/09, agora com vencimento prorrogado para 01/10 e que no
período de 11/08 a 01/10 temos 36 dias úteis. Nessas condições, qual seria a taxa
futura anual projetada para renegociação,considerando um novo PU de 97420?
Tx per.= 100 000 / 97 420 = 1,026483
Tx anual = [ ( 1,026483/1,010662) 252/21-1] = 0,204894
Ou........ 20,4894% a.a.
O contrato futuro DI-1 dia é referenciado pela taxa Cetip e
liquidados em D+1. A taxa Selic – Sistema Especial de Liquidação e
Custódia, média dos financiamentos dos títulos públicos, é liquidada
em D+0.
A taxa Cetip de hoje é aproximadamente igual a taxa Selic
de amanhã. A projeção é feita no dia seguinte, por isso
consideramos (15 du – 1 du) = 14 du, pois estamos
pagando 1 over para “Selicar” a taxa. Vejamos como se
projeta a taxa Selic.
S = ( 100 000/98 945)14/15 * (98 945/97420)21/21 =
S = 1,009948 * 1,015654 = 1,025758
Tx anual = ( 1,025758)252/35 = 0,2009
Tx anual = 20,09% a.a.
Podemos efetuar a venda da reserva recebida por
um over, no vencimento do contrato e recuperar o
que se pagou para “selicar” a taxa Cetip, um dia
após a negociação do contrato. Dessa maneira, as
duas taxas Cetip e Selic ficam sensivelmente iguais.
[(1,025758)1/35 * 1,025758]252/36 -1 = 0,2009457
20,09457 % a.a. Selic
[ ( 100 000 / 97420) 252/36 –1 ] = 0,2007791
20,07791% a.a. Cetip
TÉCNICAS DE CONTROLE DE RISCO
CONCEITO DE VaR: Definimos Value at Risk, ou Montante em
Risco, como sendo o valor monetário das perdas a que uma
operação ou carteira está sujeita, dado um determinado
intervalo de confiança e de tempo.
O que significa afirmar que o VaR em uma carteira
de Investimento é de R$ 100 mil, em um dia, para um
intervalo de confiança de 95%?
Significa que há 5% de probabilidade de nossa carteira de
investimento perder mais de R$ 100 mil em um dia. Ou ainda,
em 1 a cada 20 dias, iremos perder mais de R$ 100 mil. O
objetivo do VaR é dimensionar perdas potenciais.
O VaR deve ser associado:
a) A um montante (valor monetário)
b) a um intervalo de tempo (quando devemos notar esta perda)
c) a uma probabilidade (com que frequência esta perda será notada)
A fórmula que determina o VaR é:
VaR = i * σ * A
A A
Onde:
VaRA = Montanto do Risco
σA = Desvio Padrão do Ativo A
i = Constante relativa ao número de Desvios Padrão para o
intervalo de confiança desejado.
A = Montante investido no Ativo A (valor de mercado da
posição)
Para entender o VaR é necessário verificar a evolução dos
modelos para Controle de Risco.
Os modelos de gestão utilizavam as Medidas de
DESCASAMENTO (prazo, indexador) como indicativo de
Risco, a partir de informações contábeis.
Como medida de Risco, surge a DURATION refletindo os
descasamentos de moedas e Duration em valores de
mercado.
Depois, passou-se a considerar a Situação do Mercado como
matéria prima para o Risco, mediante a geração de um
Cenário Futuro Desfavorável com certo grau de confiança,
sendo a medida de risco o valor da perda decorrente deste
cenário – VaR.
Finalmente, passou-se a considerar o efeito da Diversificação
entre os fatores de Risco, mediante utilização de Correlações
entre os mercados – VaR Global.
VaR
GLOBAL
Correlações
VaR
INDIVIDUAL
Volatilidalde
DURATION
Marcação a Mercado
DESCASAMENTO
ÍNDICE DE SHARPE
Mede a relação Risco X Retorno. É a relação entre o prêmio pago pelo
risco assumido e o risco do investimento:
Índice de Sharpe (IS ) = ( RM – RF ) / σM
Onde: RM = Retorno de uma carteira constituída por ativos de risco.
RF = Retorno do ativo livre de risco
σM = Desvio Padrão da carteira com ativos de risco.
O Índice de Sharpe calcula o prêmio oferecido por um ativo para cada
porcentual adicional de risco assumido, ou seja, mede o Adicional de
Retorno sobre um ativo livre de risco ( RM – RF) por unidade de risco.
O Índice de Sharpe é muito utilizado em carteiras de Renda Variável tendo
o Ibovespa como Benchmark do mercado (ativo livre de risco) e a taxa do
CDI para carteiras de Renda Fixa.
Normalmente, avalia-se a eficiência do risco assumido em
relação ao Benchmark (Ibovespa, CDI, etc.), substituindo-se o
Retorno do ativo livre de risco pelo retorno do Benchmark.
O Índice de Sharp (IS) mede o quanto de prêmio é recebido por risco
assumido.
IS = [ E (Rrisco) – R sem risco ] / σrisco
E (Rrisco) = rentabilidade esperada de um investimento com risco maior que zero
Rsem risco = rentabilidade de um investimento sem risco
σrisco = volatilidade ou desvio-padrão do investimento com risco
Exemplo: Um investidor aplicou no Fundo A de renda fixa, cujo retorno
médio nos últimos 60 dias foi de 12,40% a.a., o desvio padrão da
rentabilidade do fundo foi de 6% e a taxa do CDI no período esteve
estável em 10,60% a.a. Qual o Indice de Sharp (IS)?
IS = [ E (Rrisco) – R sem risco ] / σrisco
IS = (12,40% - 10,60% / 6% = 0,300
Ou seja, o prêmio pelo risco é de 0,300 para cada 1% de risco assumido.
ÍNDICE DE MODIGLIANI
Mede, como o Índice de Sharpe, a relação entre Retorno e Risco de um
investimento.
Compara o desempenho do portfólio que se está avaliando com os
resultados apresentados pela carteira do mercado.
IM = [ ( σRM / σRj ) * ( Rj – RF ) ] – ( RM – RF )
Onde:
σRM = Desvio Padrão da carteira de mercado
σRj = Desvio Padrão do Investimento em avaliação
Rj = Rentabilidade do Investimento
RF = Taxa de Retorno de um ativo livre de Risco
RM = Rentabilidade do mercado.
A primeira parte da expressão acima, entre colchetes, mostra
qual deveria ser o desempenho da carteira de investimento
para que ela apresente o mesmo risco da carteira de
mercado.
Subtraindo deste resultado o prêmio de risco de mercado (RM
– RF), chega-se ao Índice de Modigliani.
PREÇO DO DÓLAR FUTURO
O preço do Dólar Futuro depende:
a) Do preço do ativo objeto (dólar pronto ou dólar no mercado à vista)
b) Número de dias até o vencimento do contrato (n)
c) Taxa de juros em dólares no mercado (“i” dólar)
d) Taxa de juros em reais (“i” reais)
USD fut = [ ( 1 + ireais) ^n / ( 1 + i dólar) ^n ] * dólar pronto
Para negociarmos Dólar Futuro precisamos conhecer bem as
características de fluxo de caixa nas negociações com títulos cambiais e
no mercado futuro de dólar.
D-1 D0 Dn-1 Dn Dn+1
Toda negociação realizada em D0 com títulos cambiais leva em
consideração a taxa PTAX que foi fixada pela média do dia anterior D-1.
Os contratos na bolsa vencem todo primeiro dia útil do mês Dn e sua
liquidação financeira ocorre em Dn+1 pela PTAX de Dn-1
Entender essa mecânica é muito importante, pois a flutuação diária do
preço do dólar é muito grande.
CUPOM CAMBIAL
Remuneração das operações internas do capital que leva
em conta a variação do dólar, mais uma taxa
de juros (que é o cupom cambial). Se a variação
do dólar levar em conta a taxa de câmbio PTAX do dia
anterior, trata-se de um "cupom sujo"; se levar em conta
a Ptax do dia, trata-se de um "cupom limpo"
CUPOM CAMBIAL: diferença entre a taxa de juros
interna e a desvalorização da taxa de câmbio do
país.
Nos títulos com cupom cambial, juros são fixados
em dólar, e o principal em reais.
O cupom cambial, da forma como é utilizado no
Brasil, normalmente não leva em conta a taxa de
inflação.
CUPOM CAMBIAL
O Cupom Cambial é uma medida da Taxa de Juros de uma aplicação em
Dólar implícita nas cotações dos Mercados Futuros de DI e Dólar.
Cupom Cambial = { [ ( i DI / Var Dólar ) – 1 ] / Dias Corridos } * 36000
Onde: i DI = taxa de juros do mercado futuro de DI
Var Dólar = Variação da cotação do dólar, indicada pelo Mercado Futuro
Por convenção essa taxa é calculada de maneira linear.
Calcular o cupom cambial para o mês de novembro, dados:
Taxa DI futuro em Novembro = 10,5% a.a.
Dólar Futuro Dezembro = 2 133,420
Dólar Futuro Novembro = 2 120,000
Novembro com 30 dc (20 du)
Cupom Cambial = ((((1,105 ^ (20 / 252)) / ( 2133,420 / 2120,000)) -1 / 30 ) * 36000 =
Cupom Cambial = ((( 1,0080 / 1,0063 ) – 1 ) / 30 ) * 36000 =
Cupom Cambial = 1,9384 % a.a.
OPÇÕES
São contratos de derivativos com características próprias.
O comprador do contrato é chamado de TITULAR.
O vendedor do contrato é chamado de LANÇADOR.
O contrato difere do contrato de Swap, onde no vencimento cada parte
tem direitos e obrigações calculados sobre determinado valor.
No contrato de opções, o Titular tem o direito, mas não a obrigação, de
comprar ou vender um determiado ativo, por um preço pré estabelecido.
O Titular paga na data inicial do contrato um valor ao Lançador desta
opção.
Tendo recebido este valor na data inicial do contrato o Lançador se
compromete à vender ou comprar um determinado ativo, por um preço
pré estabelecido em ou até uma data determinada, se assim decidido pelo
Titular do contrato de opção. É a Data do Exercício e o preço é chamado
de Preço do Exercício.
O valor pago pelo Titular ao Lançador é chamado de Prêmio.
O ativo relacionado ao contrato de opção é o Ativo Objeto.
A Opção Européia tem uma data determinada para que seja exercida.
A Opção Americana dá direito ao Titular de exercer a opção a qualquer
momento.
A opção de compra é chamada de CALL.
A opção de venda é chamada de PUT.
O Titular de uma CALL tem o direito, mas não a
obrigação, de comprar um determinado Ativo
Objeto, pelo Preço de Exercício em ou até a Data de
Exercício.
O Lançador de um CALL tem a obrigação de vender
o Ativo Objeto, pelo Preço de Exercício, quando este
CALL for exercido pelo Titular.
O Titular de um PUT tem o direito, mas não a obrigação de
vender um determinado Ativo Objeto pelo Preço de Exercício,
em ou até a Data do Exercício.
O Lançador de um PUT tem a obrigação de comprar o Ativo
Objeto, pelo Preço de Exercício, quando este PUT for
exercido pelo Titular.
Exemplo de um CALL
Tipo: Européia
Data de Vencimento: 08/10/2007
Ativo Objeto: ações da empresa A
Preço de Exercício = R$ 50,00
Prêmio pago pelo Titular = R$ 5,00
Preço das ações no mercado no dia do exercício = R$ 70,00
Ações A Ações A
Lançador Titular Mercado à Vista
R$ 50,00 R$ 70,00
O titular exerce o seu direito de compra a R$ 50,00 e vende as
ações no mercado à vista por R$ 70,00. Como tinha um gasto
de R$ 5,00 na compra do CALL, seu resulta é:
Prêmio................................... (R$ 5,00)
Exercício da CALL............... (R$ 50,00)
Venda Mercado à Vista........ R$ 70,00
Resultado ............................. R$ 15,00 de ganho
Exemplo de um PUT
Tipo: Européia
Data de Vencimento: 08/10/2007
Ativo Objeto: ações da empresa A
Preço de Exercício = R$ 30,00
Prêmio pago pelo Titular = R$ 5,00
Preço das ações no mercado no dia do exercício = R$ 50,00
Ações A Ações A
Lançador Titular Mercado à Vista
R$ 50,00 R$ 30,00
O titular exerce o seu direito de compra a R$ 30,00 e vende as
ações no mercado à vista por R$ 50,00. Como tinha um gasto
de R$ 5,00 na compra do PUT, seu resulta é:
Prêmio................................... (R$ 5,00)
Exercício da PUT.................. (R$ 30,00)
Venda Mercado à Vista........ R$ 50,00
Resultado ............................. R$ 15,00 de ganho
Se a relação entre o preço do ativo objeto e o preço de
exercício Não for vantajosa, o titular não exerce o seu
direito, ou seja:
Se o preço do ativo objeto for menor que o preço de
exercício, o titular do CALL não exerce seu direito de compra
do ativo pois pode comprá-lo com preço inferior no mercado.
Se o preço do ativo objeto no mercado estiver acima do
preço de exercício, o titular da PUT não exerce o seu direito
de venda, pois pode vendê-lo melhor no mercado.
Uma opção está:
IN THE MONEY: quando o preço do ativo objeto no mercado
favorece seu exercício.
AT THE MONEY: quando o preço do ativo objeto no mercado
é igual ao preço de exercício.
OUT OF THE MONEY: quando o preço do ativo no mercado
não favorece seu exercício.
FATORES QUE AFETAM A FORMAÇÃO DO PREÇO DAS OPÇÕES
PREÇO DE MERCADO DO ATIVO OBJETO: Quanto maior o preço de
mercado do ativo objeto, mais aumenta o valor de um CALL e diminui o
valor de um PUT pois, desta forma, aumenta a chance do preço do ativo
objeto ficar superior ao preço de exercício no vencimento do contrato de
opções.
PREÇO DE EXERCÍCIO: Quanto mais alto o preço de exercício, menor o
valor do CALL e maio o valor do PUT, pois aumenta a possibilidade do
preço do ativo objeto ficar abaixo do preço de exercício na data do
vencimento (ficar “in the money” para o PUT e “out of the money” para o
CALL)
TAXA DE JUROS LIVRE DE RISCO: Quanto maior a taxa livre de risco do
mercado, maior o preço do CALL e menor o preço do PUT, pois faz com que
aumente a probabilidade do preço do ativo carregado por esta taxa ficar acima do
preço de exercício (ficar “in the money” para o CALL e “out of the money” para o
PUT)
PRAZO ATÉ O VENCIMENTO DAS OPÇÕES: Quanto maior é este prazo,
maior o preço das opções (tanto o CALL quanto o PUT), pois mais tempo
se dá para que o preço do ativo objeto caminhe no sentido favorável para
o titular das opções.
VOLATILIDADE ESTIMADA DO PREÇO DO ATIVO OBJETO
Quanto maior a volatilidade (medida pelo Desvio Padrão dos preços do
ativo objeto), maior o preço das opções, pois aumenta a possibilidade do
preço caminhar no sentido que beneficie o titular das opções.
Quando falamos do valor de uma opção, todos os fatores que aumentem
a probabilidade de uma opção ser exercida, são fatores que provocam um
aumento no preço desta mesma opção (aumentam o prêmio)
VALOR INTRÍNSECO DE UMA OPÇÃO: O preço de uma opção européia, é
composto por dois componentes: o valor intrínseco e o valor temporal.
O valor intrínseco representa o ganho da opção “in the money”, caso seja
exercida imediatamente, logo o valor intrínseco é a diferença entre o preço do
ativo objeto no mercado e o preço de exercício. A diferença entre o preço da
opção e o valor intrínseco é o valor temporal.
PRÊMIO
VALOR INTRÍNSECO VALOR TEMPORAL
O cálculo do valor intrínseco e do valor temporal de uma opção não é tão simples
assim, pois devemos levar em conta a variação dos preços no tempo e a taxa livre
de risco.
VALORES INTRÍNSECO E TEMPORAL DE UM CALL
Vencimento = 45 dias Preço de Exercício = R$ 200,00
Prêmio = R$ 4,00 Preço do ativo objeto no mercado = R$ 200,00
Taxa livre de Risco = 15% ao ano.
Vt = [ Pct ( 1 + i ) n/m ] – (Pj – E)
Vt = valor temporal da opção
Pct = prêmio pago
n = prazo de vencimento
m = base dos juros (360 dias)
Pj = preço do ativo projetado = E * ( 1 + i ) n/m
E = preço de exercício
(Pj – E ) = valor intrínseco provável
Vt = [ 4,00 * ( 1 + 0,15 ) 45/360 – [ 200,00 * ( 1 + 0,15 ) 45/360 – 200,00]
Vt = 4,07 – ( 203,52 – 200,00) = 0,55
O valor de R$ 0,55 é o valor temporal que o investidor está disposto a
pagar acima do valor intrínseco provável, porém, assumimos que o preço
do ativo objeto aumente pelo menos à taxa de risco.
HEDGING E DELTA DE UMA OPÇÃO
Os bancos, normalmente, oferecem uma gama muito grande de produtos
de derivativos para seus clientes, incluindo-se OPÇÕES e, como vimos,
quando o banco vende as opções, não se tem a certeza de que ela venha
a ser exercida. Como é possível fazer um hedge para uma opção que foi
vendida?
Consideremos um CALL tipo europeu.
Podemos deixá-lo descoberto, ou seja, vendemos a opção e nada
fazemos.
Neste caso o Lançador pode ter perdas significativas, caso o preço do
ativo objeto fique significativamente acima do preço de exercício da
opção.
Podemos fazer a cobertua total da opção lançada, ou seja, comprar o
ativo objeto na mesma quantidade negociada (notional ammount).
Neste caso, o Lançador pode ter perdas significativas, se o preço do ativo
objeto fique significativamente abaixo do preço de exercício (neste caso a
opção não é exercida, o prêmio é um ganho da operação, porém se perde
com a queda do preço do ativo que foi comprado para fazer a cobertura
da posição).
Podemos fazer o Hedge da carteira usando o DELTA da
opção que foi vendida.
Para realizarmos o Hedge, compramos e vendemos, ao longo
do tempo, unidades do ativo objeto, visando ter em carteira
uma quantidade que foi determinada pelo DELTA da opção.
Esta estratégia é chamada de DELTA neutro, pois o DELTA da
posição do ativo anula o DELTA da posição da opção.
Para se ter um Hedge de uma opção que tem um
DELTA de 0,50 deve-se comprar 50% do “notional
ammount” do ativo objeto. O DELTA de uma opção
pode variar ao longo do tempo.
Imagine agora que, alguns dias depois o DELTA
desta mesma opção passou para 0,60. Para se
manter o Hedge, nesta nova condição, se deve
comprar mais 10% no “notional ammount” do ativo
objeto.
O que é o DELTA?
O DELTA de uma opção, é a relação entre a variação de
preços desta opção e a variação de preços do ativo objeto.
Um DELTA de 0,6 significa que para cada Real que variar o
preço do ativo objeto, o preço da opção variará em 60
centavos.
Preço da Curva da Tangente
∆=B/A
Opção Opção
A Preço do Ativo Objeto
0
Inclinação
= DELTA
O DELTA da opção é a derivada da curva do preço da opção, no ponto
determinado. Quanto maior a probabilidade de uma opção ser exercida,
maior o DELTA desta opção.
ÍNDICE BOVESPA – IBOVESPA
O Ibovespa foi criado em 1968 a partir de uma carteira teórica de ações a
qual procura refletir, até hoje, o desempenho da ações mais negociadas
no mercado. Ou seja, o principal critério de seleção do Ibovespa é
Liquidez: quanto maior a liquidez de uma ação, maior será a sua
representatividade no Ibovespa.
O valor em pontos publicado é determinado pelo produto da quantidade
de cada ação que compõe a carteira teórica multiplicada pelo seu
respectivo preço de mercado. O índice é apurado em tempo real,
considerando-se os negócios realizados no mercado à vista e forma
instantânea. Veja:
n
Ibovespa t = Φ P i t * Q i t
i=1
Ibovespa t = Índice Bovespa no instante “t”
n = número total de ações componentes da carteira teórica
Pit = último preço da ação “i” no instante “t”
Qit = quantidade teórica da ação “i” na carteira no instante “t”
A expressão Ibovespa = 55 860 pontos, subindo 2,5% significa que o fechamento
do Ibovespa no dia anterior foi de 54 498 pontos. De outra forma, significa que na
média as cotações das ações subiram 2,5% em relação ao fechamento do dia
anteior.
CRITÉRIO DE INCLUSÃO: Para que uma ação seja incluída na carteira do
Ibovespa é necessário que ela atenda, simultaneamente, os seguintes
parâmetros, sempre com relação aos 12 meses anteriores:
- Apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total
- Ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período
- Fazer parte das 80% das ações mais líquidas, segundo a fórmula de
negociabilidade abaixo:
IN = (n/N)*(v/V)
IN = Índice de Negociabilidade
n = número de negócios com a ação, realizados no mercado à vista nos últimos
12 meses
N = número de negócios total do mercado à vista nos últimos 12 meses
v = valor em moeda corrente movimentado com a ação no mercado à vista nos
últimos 12 meses
V = valor em moeda corrente total no mercado à vista nos últimos 12 meses
ÍNDICE BOVESPA – IBOVESPA
Critério de Exclusão: Uma vez selecionada uma ação para fazer parte do
índice, ela só deixará de constar dessa carteira quando não conseguir
atender a pelo menos dois dos critérios indicados abaixo:
Periodicidade de Revisão: A cada 4 meses é feita uma
reavaliação do mercado – sempre com base nos 12 meses
anteriores – onde se identificam as alterações na
participação relativa de cada ação. Uma nova carteira é então
montada, atribuindo-se a cada papel um novo peso, segundo
a distribuição de mercado. Meses de reunião: janeiro, maio,
setembro.
Ajuste de Proventos: De forma a medir o retorno total de sua carteira
teórica, o Ibovespa é ajustado a todos os proventos, tais como,
dividendos, bonificações, etc, das ações constantes de seu portfólio. O
ajuste é efetuado considerando-se que o investidor vendeu as ações ao
último preço de fechamento anterior ao início da negociação “ex-
provento” e utilizou os recursos na compra das mesmas ações sem o
provento distribuído. Existem fórmulas para ajustes de quantidades e
preços ex-teórico das ações em caso de proventos.
IBX – Índice Brasil
O IBX – Índice Brasil – é um índice de preços que mede o retorno de uma carteira teórica
composta por 100 ações selecionadas entre as mais negociadas na Bovespa, em termos de
número de negócios e volume financeiro, ponderadas no índice pelo seu respectivo número
de ações disponíveis à negociação no mercado (“free float”)
Ações Ordinárias: totalidade das ações emitidas, excluídas as ações do controlador.
Ações Preferenciais: totalidade das ações emitidas (na classe)
Φ P i t * Q i t-1
i=1
IBXt = IBX (t-1) * n
Φ P i t-1 * Q i t-1
i=1
IBXt = valor do índice no dia t.
IBX (t-1) = valor do índice no dia t-1
n = número de ações integrantes da carteira teórica do índice (100)
Qi t-1 = quantidade teórica da ação “i” disponível à negociação no dia t-1
Pit = preço da ação “i” no fechamento do dia t
Pit-1 = preço de fechamento da ação “i” no dia t-1
CUPOM CAMBIAL
Remuneração das operações internas do capital que leva
em conta a variação do dólar, mais uma taxa
de juros (que é o cupom cambial). Se a variação
do dólar levar em conta a taxa de câmbio PTAX do dia
anterior, trata-se de um "cupom sujo"; se levar em conta
a Ptax do dia, trata-se de um "cupom limpo"
CUPOM CAMBIAL: diferença entre a taxa de juros
interna e a desvalorização da taxa de câmbio do
país.
Nos títulos com cupom cambial, juros são fixados
em dólar, e o principal em reais.
O cupom cambial, da forma como é utilizado no
Brasil, normalmente não leva em conta a taxa de
inflação.
QUESTÃO 11
Sabemos que o Cupom Cambial é uma medida da Taxa de Juros de uma
aplicação em Dólar implícita nas cotações dos Mercados Futuros de DI e
Dólar, calculados pela fórmula a seguir:
Cupom Cambial = { [ ( i DI / Var Dólar ) – 1 ] / Dias Corridos } * 36000
onde,
i DI = taxa de juros do mercado futuro de DI
Var Dólar = Variação da cotação do dólar, indicada pelo Mercado Futuro
Nota: Por convenção essa taxa é calculada de maneira linear.
Considere o seguinte exemplo:
Taxa DI futuro em Novembro = 10,5% a.a.
Dólar Futuro Dezembro = 2 133,420
Dólar Futuro Novembro = 2 120,000
Novembro com 30 dc (20 du)
Nessas condições, calcule o cupom cambial para
novembro.
CUPOM CAMBIAL
Cupom Cambial = { [ ( i DI / Var Dólar ) – 1 ] / Dias Corridos } * 36000
Onde: i DI = taxa de juros do mercado futuro de DI
Var Dólar = Variação da cotação do dólar, indicada pelo Mercado Futuro
Por convenção essa taxa é calculada de maneira linear.
Calcular o cupom cambial para o mês de novembro, dados:
Taxa DI futuro em Novembro = 10,5% a.a.
Dólar Futuro Dezembro = 2 133,420
Dólar Futuro Novembro = 2 120,000
Novembro com 30 dc (20 du)
Cupom Cambial = ((((1,105 ^ (20 / 252)) / ( 2133,420 / 2120,000)) -1 / 30 ) * 36000 =
Cupom Cambial = ((( 1,0080 / 1,0063 ) – 1 ) / 30 ) * 36000 =
Cupom Cambial = 1,99 % a.a.
Corresponde à variação do dólar mais a taxa de juros acima (taxa do
cupom cambial). Também podemos afirmar que a taxa acima corresponde
à diferença entre a taxa de juros interna e a desvalorização da taxa de
câmbio do país.
QUESTÃO 12
Calcule o valor temporal de um CALL, considerando:
Vencimento para 45 dias
Preço do exercício = R$ 200,00
Prêmio = R$ 4,00
Preço do ativo objeto no mercado = R$ 200,00
Taxa livre de Risco = 15% a.a.
A fórmula utilizada para o cálculo do valor temporal de um CALL é dada
por:
Vt = [ Pct ( 1 + i ) n/m ] – (Pj – E) onde:
Vt = valor temporal da opção
Pct = prêmio pago
n = prazo
m = base dos juros (360 dias)
Pj = preço do ativo projetado = E * ( 1 + i ) n/m
E = preço de exercício
(Pj – E ) = valor intrínseco provável
QUESTÃO 12
Vt = [ 4,00 * ( 1 + 0,15 ) 45/360 ] – [ 200,00 * ( 1 + 0,15 ) 45/360 – 200,00]
Vt = 4,07 – ( 203,52 – 200,00) = 0,55
O valor de R$ 0,55 é o valor temporal que o
investidor está disposto a pagar acima do
valor intrínseco provável, porém, assumimos
que o preço do ativo objeto aumente pelo
menos à taxa de risco.
QUESTÃO 13
Calcule o valor temporal de um CALL, considerando:
Vencimento para 90 dias
Preço do exercício = R$ 250,00
Prêmio = R$ 8,00
Preço do ativo objeto no mercado = R$ 250,00
Taxa livre de Risco = 12,5% a.a.
Vt = [ 8,00 * ( 1 + 0,125 ) 90/360 ] – [ 250,00 * ( 1 + 0,125 ) 90/360 – 250,00]
Vt = 8,24 – ( 257,47 – 250,00) = 0,77
O valor de R$ 0,77 é o valor temporal que o
investidor está disposto a pagar acima do valor
intrínseco provável, porém, assumimos que o preço
do ativo objeto aumente pelo menos à taxa de risco.
QUESTÃO 14 – curva de juros da Taxa Selic Mensal
1,50%
1,40%
1,30%
1,20%
1,10%
1,00%
0,90%
0,80%
0,70%
0,60% 6
7
06
07
06
07
6
7
6
7
6
7
/0
/0
/0
/0
l/0
l/0
t/0
t/0
n/
n/
v/
v/
ai
ai
ar
ar
ju
ju
se
se
no
no
ja
ja
m
m
m
m
SELIC
A inclinação da curva é negativa. A relação
Risco/Retorno muda a partir do mês de outubro de
2007, quando a taxa de juros fica FLAT em 0,8%
a.m., ou seja, o investidor não está ganhando
nenhum adicional por correr mais Risco estendendo
o prazo de sua aplicação.
QUESTÃO 14 – curva de juros da Taxa Selic Mensal
Média Móvel para as Taxas Selic Mensais a partir de janeiro de 2006 –
tendência decrescente para a taxa de juros.
QUESTÃO 14 – curva de juros da Taxa Selic Mensal
Ajuste Exponencial – alisamento da curva de juros para a Taxa Selic
Mensal, mostra que a tendência é decrescente.
QUESTÃO 15 – Preço de Mercado
Valor Aplicado = R$ 1 000,00
Juros Semestrais (cupom) = R$ 1 000,00 * 0,12/2 = R$ 60,00
YTM = 12% a.a. = 6% ao semestre Prazo = 5 anos
60 60 1060
+ + ......................+
+ = P0
(1,06)1 (1,06)2 (1,06)10
P0 = R$ 1 000,00
QUESTÃO 16 – Preço de Mercado
60 60 1060
+ + ......................+
+ = P0
(1,07)1 (1,07)2 (1,07)10
60 g CFj
9 g Nj
1060 g CFj
7i
f NPV P0 = R$ 929,76
QUESTÃO 17 – Preço de Mercado
60 60 1060
+ + ......................+
+ = P0
(1,05)1 (1,05)2 (1,05)10
60 g CFj
9 g Nj
1060 g CFj
5i
f NPV P0 = R$ 1 077,22
QUESTÃO 18 – Preço de Mercado
Taxa de 6% a.a. = 3% ao semestre, sendo negociado com
prazo de 2 anos antes do vencimento.
60 60 1060
+ + .......+
+ = P0 60 g CFj
(1,03)1 (1,03)2 (1,03)4 3 g Nj
1060 g CFj
3i P0 =
f NPV R$ 1 111,51
QUESTÃO 19
Se o Fundo X é marcado a mercado e sua carteira é
composta por 100% de CDB pré-fixado, e a taxa de juros
futura subir, o que ocorrerá com a cota do Fundo?
A cota do Fundo cairá, pois a taxa pré é menor que a taxa
futura de juros.
QUESTÃO 20
Considere dois fundos X e Y com o mesmo patrimônio
líquido de R$ 1 bilhão. Os 2 fundos possuem 2 cotistas, cada
um com PL de R$ 500 milhões. O Fundo X adota a prática de
marcação a mercado e o fundo Y não adota essa prática. O
Fundo Y apresenta uma valorização média diária de 2% em
seus ativos. Se os ativos valorizarem-se em 10% e um dos
cotistas do Fundo Y pedir resgate, qual a perda deste
cotista?
A perda é de 8%, pois, a cota valoriza em média 2% ao dia e o
cotista pede resgate no momento em que os ativos se
valorizaram em 10%.
QUESTÃO 21
Se os ativos da carteira do Fundo X
desvalorizam-se em 10%, o que acontece com
os cotistas?
Os cotistas perdem 10%.
QUESTÃO 22
Se os ativos da carteira do Fundo Y desvalorizam-se
em 10% e um dos cotistas pede resgate, o que
ocorrerá?
Ocorrerá transferência de prejuízo do cotista que
pede Resgate para o que permanece no Fundo.
TITULAR DE OPÇÃO DE VENDA (PUT)
Quando o comprador de uma opção de venda adquire o direito, mas não
a obrigação, de vender um determinado ativo objeto por um preço
previamente definido (preço de exercício), essa estratégia é a mais eficaz
para hedge de uma posição comprada num determinado ativo.
Quem carrega uma posição comprada corre o risco de desvalorização do
ativo. Logo, a proteção ideal para quem tem essa posição é garantir um
preço mínimo para vender o ativo, caso este se desvalorize, mantendo ao
mesmo tempo a possibilidade de vendê-lo a preço de mercado, caso este
se valorize.
A compra de uma opção de venda (PUT) assegura essa possibilidade.
Um exportador deverá receber, dentro de 180 dias, o valor em dólares
correspondente a uma venda de US$1.000.000,00 efetuada para o exterior.
Esse exportador acredita que dadas as várias fontes de incerteza no
mercado local e internacional, o dólar deverá continuar se valorizando
nos próximos meses. Dessa forma ele prefere não travar uma taxa futura
hoje, preferindo ficar com a possibilidade de se beneficiar caso a
volatilidade atual se mantenha ou se acentue.