História Natural dos
Morcegos Brasileiros
Chave de Identificação de Espécies
O Grupo Technical Books reúne a Livraria e a Editora, que se fazem presentes nacional e
internacionalmente por meio de rede própria ou de parceiros. Participamos anualmente dos maiores
eventos na área de Ciências Biológicas por intermédio de nossa equipe de vendas.
Fundada em 1996, a Technical Books Livraria sempre se destacou como uma das mais importantes
divulgadoras de assuntos na área de Ciências Biológicas. Atenta às necessidades do mercado, ampliou
as áreas de atuação e hoje oferece livros de todos os assuntos, consolidando-se, também, como uma
das mais importantes livrarias técnicas.
Em abril de 2005, realizando um antigo sonho, foi criada a Technical Books Editora. Focada na área
de Ciências Biológicas, tem priorizado publicar obras de autores brasileiros, incentivando a pesquisa e a
divulgação de toda a riqueza da nossa fauna e flora, contribuindo, assim, com a valorização dos nossos
pesquisadores e cientistas das diversas instituições de ensino do Brasil.
Nelio Roberto dos Reis
Adriano Lúcio Peracchi
Carolina Blefari Batista
Isaac Passos de Lima
Alan Deivid Pereira
(Organizadores)
História Natural dos
Morcegos Brasileiros
Chave de Identificação de Espécies
1ª edição
TECHNICAL BOOKS EDITORA
Rio de Janeiro
2017
História Natural dos Morcegos BrasileiroS
Chave de Identificação de Espécies
1ª edição
Copyright © 2016 Technical Books Editora Ltda.
Direitos desta edição reservados à Technical Books Editora Ltda.
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É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem a expressa autorização da Editora.
Realização: Technical Books Editora
Capa: Marcio Meirelles
Fotografias da Capa (Respectivamente da esquerda para a direita e de cima para baixo): Lasiurus
blossevillii por Isaac Passos de Lima, Cynomops planirostris por Isaac Passos de Lima, Natalus
macrourus por Wilson Uieda, Noctilio leporinus por Adriano Lúcio Peracchi, Furipterus horrens por
Fábio Falcão, Chrotopterus auritus por André Pol, Thyroptera discifera por André Pol, Peropteryx
macrotis por André Pol e Pteronotus parnellii por André Pol
Produção Editorial: Marcio Meirelles
Os organizadores desta obra envidaram os seus melhores esforços no sentido de referenciar
todas as fontes bibliográficas e virtuais consultadas e creditar todas as ilustrações utilizadas
e, antecipadamente, pedem desculpas por eventuais omissões, comprometendo-se, desde
já, a sanar quaisquer falhas na próxima edição.
Organizadores
Nelio Roberto dos Reis
Doutor em Ciências pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA); professor
sênior da Universidade Estadual de Londrina (UEL).
Adriano Lúcio Peracchi
Doutor em Ciências pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); professor
emérito da UFRRJ.
Carolina Blefari Batista
Mestra e doutoranda em Ciências Biológicas pela UEL. Atua na área de ecologia de
mamíferos em ambientes fragmentados.
Isaac Passos de Lima
Doutor em Ciências pela UFRRJ; pesquisador associado ao Laboratório de Mastozoologia
IB/UFRRJ; vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ).
Alan Deivid Pereira
Biólogo; mestrando em Ciências Biológicas pela UEL. Atua na área de ecologia de
mamíferos em ambientes fragmentados.
Dedicatória
Este livro é oferecido aos mastozoólogos do Brasil, especialmente àqueles que
tanto trabalham para manter ativa a Sociedade Brasileira de Mastozoologia.
Também é oferecido ao naturalista Lauro Eduardo Bacca, que durante toda a vida
se preocupou e trabalhou em prol da vida silvestre brasileira.
Aos homenageados, nosso respeito e admiração,
Os organizadores.
Agradecimentos
À Universidade Estadual de Londrina (UEL), em especial ao Programa de Pós-Graduação
em Ciências Biológicas, à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e à
Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de janeiro (FAPERJ).
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
Aos organizadores, autores, aos que colaboraram doando as fotos e ao corpo editorial.
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Agradecemos a André Pol, Fábio Falcão, Marcelo R. Nogueira e Patrício Rocha pelas
fotos cedidas para esta chave.
Subfamília Vespertilioninae
Agradecemos a Renato S. Bérnils, Sandra B. Mikich, Renato Gregorin, Fabiana
Rocha-Mendes, Fernando C. Straube e Carlos Eduardo de A. Julio pelas críticas e
contribuições à versão preliminar deste texto, e a Urubatan M. Skerratt Suckow pelo
valioso auxílio no levantamento das informações. Agradecemos a Sergio L. Althoff
e Anderson Feijó pela presteza em revisar a redação de H. diaphanopterus. A Isaac
P. Lima, Adriano L. Peracchi e, especialmente, Rexford D. Lord pelas imagens que
ilustram o capítulo, bem como a Gustavo Graciolli pela cuidadosa revisão e auxílio
nos dados de parasitismo.
Subfamília Myotinae
Agradecemos a Renato S. Bérnils, Sandra B. Mikich, Renato Gregorin, Fabiana Rocha-
Mendes, Fernando C. Straube e Carlos Eduardo de A. Julio pelas críticas e contribuições
à versão preliminar deste texto, e a Urubatan M. Skerratt Suckow pelo valioso auxílio
no levantamento das informações. Agradecemos a Isaac P. Lima, Adriano L. Peracchi
e, especialmente, Rexford D. Lord pelas imagens que ilustram o capítulo, bem como
a Gustavo Graciolli pela cuidadosa revisão e auxílio nos dados de parasitismo.
Autores
Adriano Lúcio Peracchi (Dr.), engenheiro agrônomo; livre-docente e D.Sc. em Zoologia;
professor emérito da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Alan Deivid Pereira, biólogo; mestrando em Ciências Biológicas pela UEL. Atua na
área de ecologia de mamíferos em ambientes fragmentados.
Carlos Eduardo Lustosa Esbérard (Dr.), biólogo; mestre em Biologia Animal pela
UFRRJ; doutor em Ecologia e Evolução pela Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (UERJ) em 2004; pós-doutor em Ecologia e Evolução pela UERJ em 2006;
professor associado da UFRRJ desde 2006. Atua na área de mamíferos, com
interesse maior em morcegos.
Carolina Blefari Batista (Me.), bióloga; mestra e doutoranda em Ciências Biológicas
pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Atua na área de ecologia e conservação
de mamíferos, com interesse maior em morcegos.
Eduardo Ribeiro Sartore (Me.), biólogo; mestre em Ciências Biológicas pela UEL.
Gabriela Regina de Oliveira (Me.), bióloga; mestra em Ciências Biológicas pela UEL.
Atua na área de ecologia e conservação de mamíferos.
Gisele da Silva Porto (Me.), bióloga graduada pela Universidade Paranaense (UNIPAR);
mestra em Ciências Biológicas pela UEL.; professora na UNIPAR.
Gledson Vigiano Bianconi (Dr.), biólogo; doutor em Ciências Biológicas pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP); pesquisador do Instituto Neotropical;
professor do Instituto Federal do Paraná (IFPR).
Isaac Passos de Lima (Dr.), biólogo; doutor em Ciências pela UFRRJ; pesquisador
associado ao Laboratório de Mastozoologia IB/UFRRJ; vice-presidente da Sociedade
Brasileira para o Estudo de Quirópteros (SBEQ).
Ligiane Martins Moras (Dra.), bióloga; doutora em Zoologia pela Universidade
Federal de Minas Gerais(UFMG); mestra em Ecologia Aplicada pela Universidade
Federal de Lavras; pesquisadora associada do Laboratório de Biodiversidade
e Evolução Molecular; bolsista de Desenvolvimento Tecnológico Industrial do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) – Nível
B. Atua em Taxonomia, Sistemática, Evolução e Ecologia de Chiroptera.
Autores
Marcelo Oscar Bordignon (Dr.), biólogo; doutor em Zoologia pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR); professor associado da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul. Atua na área de biologia, ecologia e conservação de mamíferos.
Marlon Zortéa (Dr.), biólogo; doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade
Federal de São Carlos; professor associado na Universidade Federal de Goiás (UFG).
Atua em biologia de morcegos e avaliação de impactos ambientais.
Monik Oprea (Dra.), bióloga; doutora em Ecologia e Evolução pela UFG; pesquisadora
na UFG. Atua em genética de populações e filogeografia de morcegos.
Nelio Roberto dos Reis (Dr.), biomédico; doutor em Ciências pelo Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (INPA); professor sênior na UEL.
Paúl M. Velazco (Dr.), biólogo; doutor em Ecologia e Evolução pela University of
Illinois at Chicago; pós-doutorando no American Museum of Natural History. Atua
na área de evolução de mamíferos.
Paula Ferracioli (Me.), bióloga; mestra em Ecologia Aplicada pela Universidade Federal
de Lavras, Minas Gerais. Atua na área de ecologia de mamíferos e interações
animais-plantas
Poliana Mendes (Dra.), bióloga; doutora em Ecologia e Evolução pela UFG; pesquisadora
na UFG. Atua em ecologia de paisagens e ecologia de morcegos.
Valéria da Cunha Tavares (Dra.), bióloga; Ph.D. pela City University of New York e
American Museum of Natural History, New York; mestra em Ecologia, Conservação
e Manejo de Vida Silvestre pela UFMG; pós-Doutora e docente colaboradora no
Programa de Pós-Graduação em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva do INPA
(2013); pós-doutoranda e docente colaboradora no Programa de Pós-Graduação
em Zoologia da UFMG. Atua em sistemática, evolução, conservação e ecologia de
mamíferos e é especialista em Chiroptera.
Wagner André Pedro (Dr.), biólogo; livre-docente; professor adjunto da Universidade
Estadual Paulista (UNESP), campus de Araçatuba. Atua na área de diversidade e
história natural de vertebrados.
Sumário
Sobre os morcegos brasileiros ................................................................ 17
Marcelo Oscar Bordignon, Nelio Roberto dos Reis, Adriano Lúcio Peracchi e
Carolina Blefari Batista
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil .... 21
Adriano Lúcio Peracchi e Isaac Passos de Lima
Família Emballonuridae .......................................................................... 63
Subfamília Emballonurinae ........................................................................... 65
Carlos Eduardo Lustosa Esbérard, Paula Ferracioli e Valéria da Cunha Tavares
Família Phyllostomidae .......................................................................... 90
Subfamília Micronycterinae .......................................................................... 92
Paula Ferracioli, Nelio Roberto dos Reis, Adriano Lúcio Peracchi e
Alan Deivid Pereira
Subfamília Desmodontinae ......................................................................... 109
Gabriela Regina de Oliveira, Gisele da Silva Porto e Isaac Passos de Lima
Subfamília Lonchorhininae .......................................................................... 116
Gisele da Silva Porto, Gabriela Regina de Oliveria e Isaac Passos de Lima
Subfamília Phyllostominae .......................................................................... 120
Paula Ferracioli, Valéria da Cunha Tavares, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Subfamília Glossophaginae ......................................................................... 150
Marlon Zortéa e Paúl M. Velazco
Subfamília Lonchophyllinae ........................................................................ 173
Marlon Zortéa; Monik Oprea e Poliana Mendes
Subfamília Carolliinae ................................................................................. 190
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Subfamília Glyphonycterinae ...................................................................... 196
Wagner André Pedro, Nelio Roberto dos Reis e Adriano Lúcio Peracchi
Sumário
Subfamília Rhinophyllinae .......................................................................... 203
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Subfamília Stenodermatinae ....................................................................... 208
Alan Deivid Pereira, Marcelo Oscar Bordignon e Valéria da Cunha Tavares
Família Mormoopidae ........................................................................... 248
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Família Noctilionidae ............................................................................ 254
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Família Furipteridae .............................................................................. 259
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Família Thyropteridae ........................................................................... 262
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Família Natalidae .................................................................................. 271
Carolina Blefari Batista, Alan Deivid Pereira, Nelio Roberto dos Reis e
Adriano Lúcio Peracchi
Família Molossidae ............................................................................... 274
Eduardo Ribeiro Sartore, Valéria da Cunha Tavares e Ligiane Martins Moras
Subfamília Molossinae ................................................................................ 276
Eduardo Ribeiro Sartore, Valéria da Cunha Tavares e Ligiane Martins Moras
Família Vespertilionidae ....................................................................... 319
Subfamília Vespertilioninae ........................................................................ 321
Gledson Vigiano Bianconi e Wagner André Pedro
Subfamília Myotinae ................................................................................... 352
Gledson Vigiano Bianconi e Wagner André Pedro
Bibliografia ........................................................................................... 367
Glossário .............................................................................................. 414
História Natural dos
Morcegos Brasileiros
Chave de Identificação de Espécies
17
Sobre os morcegos brasileiros
Marcelo Oscar Bordignon ♦ Nelio Roberto dos Reis
Adriano Lúcio Peracchi ♦ Carolina Blefari Batista
18
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Morcegos são mamíferos interessantes e únicos (para dizer o mínimo). Apesar
de possuírem todas as características comuns aos demais mamíferos, são os únicos
dentro da classe Mammalia com real capacidade de voar.
Taxonomicamente, a ordem Chiroptera estava subdividida em duas subordens:
a Megachiroptera, exemplificada pelos morcegos da Ásia e África sob a imagem
dos grandes morcegos Pteropodidae, conhecidos como “raposas-voadoras” ( flying-
fox); e a Microchiroptera, representada principalmente pelos morcegos da Europa
e Américas ou “Novo Mundo”, exemplificados pelas Famílias Vespertilionidae e
Molossidae, comedoras de insetos, além da Família Phyllostomidae, exclusivamente
das Américas.
Mais recentemente, a ordem Chiroptera foi reavaliada filogeneticamente
e passou a ser subdividida em duas subordens (HUTCHEON; KIRSCH, 2006). A
subordem Yangochiroptera Koopman, 1984 agrupa as superfamílias Emballonuroidae,
Noctilionoidae (que inclui a família Phyllostomidae) e Vespertilionoidae. Outra subordem,
a Yinpterochiroptera Springer, Teeling, Madsen, Stanhope & Jong, 2001 reúne a família
Rhinolophoidae (incluindo a antiga família Pteropodidae).
Classificações à parte, a fauna brasileira é uma das mais ricas entre os países
tropicais, quer seja de anfíbios, répteis, aves ou mamíferos, além dos peixes de água
doce. Grande parte da riqueza dos mamíferos em nosso país é formada por animais
de pequeno porte, como roedores silvestres, marsupiais e morcegos.
A forma como esses animais voam depende da sua espécie e necessidades de
deslocamento (VAUGHAN et al., 2000). Morcegos frugívoros possuem asas largas e
grandes, o que lhes permite carregar frutos durante o voo. As espécies insetívoras, que
precisam caçar as presas em voo, necessitando de manobras rápidas e alta velocidade,
possuem asas curtas e estreitas, em forma triangular. A distância percorrida do voo
pode chegar a 80km em uma só noite, mas a maioria das espécies costuma deslocar-
se próximo aos seus abrigos (PERACCHI et al., 2011).
Os morcegos apresentam visão adaptada a pouca luz e conseguem enxergar muito
bem à noite. Entretanto, na ausência total de luz, como no interior de cavernas, para
possibilitar a orientação no voo, esses animais desenvolveram um sistema de “radar”,
a partir da emissão de ultrassom, isto é, ondas sonoras de alta frequência que rebatem
em objetos sólidos, como as paredes, e retornam como ecos, fornecendo a distância
e localização em relação aos morcegos. Esse sistema é tão sensível que morcegos
insetívoros, durante o voo, conseguem localizar insetos com extrema precisão.
Apesar de não notarmos esses pequenos animais no ambiente, devido ao seu
hábito exclusivamente noturno, o número de espécies de morcegos no Brasil representa
cerca de 25% de todos os mamíferos do país (PAGLIA et al., 2012). Não bastasse sua
grande representatividade em número de espécies, os morcegos também apresentam
uma ampla variedade alimentar. Eles podem, conforme a espécie, nutrir-se de frutos,
insetos, pólen, néctar e pequenos vertebrados (anfíbios, aves, peixes, morcegos).
Algumas espécies alimentam-se exclusivamente de sangue (hematófagos).
19
Sobre os morcegos brasileiros
No inconsciente popular, os morcegos sempre estiveram associados a coisas
ruins e considerados criaturas malignas, transmissoras de doenças. Entretanto, se
soubéssemos o quão importante eles são para o equilíbrio da cadeia alimentar e do
ecossistema, certamente mudaríamos nossos conceitos.
Morcegos que se alimentam de frutos geralmente os retiram de uma planta e
pousam em outro local para consumi-los, ocorrendo, muitas vezes, nesse processo, a
queda do fruto ou o descarte das sementes durante a alimentação ou pela defecação
após sua ingestão. Com isso, eles contribuem na dispersão de muitas plantas, cujos
frutos não poderiam ser dispersos pelo vento ou pela água (PERACCHI et al., 2011).
Algumas flores têm sua polinização realizada de forma mais eficiente pelos morcegos
do que por insetos, pois, ao introduzir a face dentro da flor para lamber o néctar, os
pelos dos morcegos ficam repletos de pólen, aumentando a eficiência de fecundação
da planta (HOWE; WESTLEY, 1986).
Morcegos insetívoros, por sua vez, geralmente consomem insetos que normalmente
não são predados por aves, pois poucas aves alimentam-se à noite. Algumas espécies
pequenas, com peso em torno de 4 a 7 gramas, podem consumir mosquitos e pernilongos,
chegando a ingerir seu próprio peso em uma única noite, o que representa a retirada
de centenas desses insetos do ambiente por noite.
Por outro lado, pelo fato de algumas espécies terem se adaptado às modificações do
ambiente feitas pelo homem, conseguindo abrigar-se nos telhados e outras construções
artificiais como alternativa à destruição de abrigos naturais, como cavernas, grutas,
ocos de árvores e florestas densas, os morcegos acabam não sendo bem tolerados
pelo homem em áreas urbanas (PACHECO; MARQUES, 2006). Grandes colônias de
morcegos insetívoros produzem grande quantidade de guano (fezes), provocando
cheiro desagradável nos telhados e lajes das residências. Esse desconforto causado
às pessoas faz com que tais animais sejam considerados indesejáveis e incômodos,
fazendo-nos esquecer do seu importante papel de controladores de insetos noturnos,
como mariposas, mosquitos e baratas.
Dados da União Internacional para a Conservação da Natureza sugerem a existência
de 1151 espécies de morcegos atualmente no mundo (IUCN, 2015). Deste total, cerca de
15% ocorrem no Brasil, o que, para um único país, é um número bastante expressivo.
Os morcegos que habitam o Brasil, conforme os últimos levantamentos de
especialistas, somam um total de 180 espécies, agrupadas em nove famílias e 68
gêneros. Nos últimos cem anos, o Brasil passou de pouco mais de 80 espécies registradas
e descritas para mais de 170 (PAGLIA et al., 2012), ou seja, a quantidade de novas
espécies registradas no país praticamente dobrou em cem anos de história natural.
Nas últimas duas décadas, cerca de duas novas espécies foram descritas para o país
a cada ano. Este fenômeno tem sido possível graças ao aumento da amostragem em
território brasileiro e à formação de novos pesquisadores especialistas, promovendo
a revisão de material depositado em museus e amostragem em áreas territoriais não
cobertas por décadas.
20
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Das 180 espécies ocorrentes no Brasil, dez delas são endêmicas do país, ou
seja, 5% ocorrem apenas em território brasileiro, em locais como o Cerrado, a Mata
Atlântica e a Caatinga. Infortunadamente, este endemismo ocorre justamente em
muitos locais onde há a maior ocupação e interferência do homem no ambiente, por
meio de atividades como a mineração e o desmatamento.
Pesquisas com quirópteros no Brasil tiveram um grande avanço a partir da década
de 1970, por meio de nomes como Valdir Taddei, Luiz Vizotto e Adriano Peracchi.
Com a publicação de livros especializados sobre esses mamíferos a partir dos anos
2000, muitos alunos de graduação em biologia e áreas afins puderam se aventurar
na pesquisa e conhecimento dos morcegos (PERACCHI et al., 2011). Congressos e
encontros nacionais e internacionais no Brasil e América Latina têm crescido a cada
ano, ampliando o esforço para desmistificar a visão errônea que as pessoas costumam
ter sobre esses nobres animais de nossa fauna.
Apesar dos avanços nos estudos sobre os morcegos no Brasil, ainda estamos abaixo
do ideal para realmente conhecer o que precisamos das espécies aqui existentes.
Poucos aspectos sobre a história natural das espécies estão disponíveis – dados sobre
a biologia reprodutiva, alimentação, dinâmica populacional e ecologia trófica ainda
são insipientes no país. Outros aspectos, como o impacto das modificações ambientais
causadas pelo homem sobre as espécies e populações destes animais, precisam ser
mensurados e avaliados. Muitas espécies são sensíveis à perda de abrigos naturais, não
suportam a fragmentação florestal e podem morrer por estarem no topo da cadeia
alimentar ao consumir insetos fitófagos contaminados por agrotóxicos.
Esperamos, com este livro, fornecer informações básicas aos iniciantes no estudo
desses animais incríveis e também incentivar aqueles que pretendem contribuir para
a preservação das espécies brasileiras de morcegos e seu habitat.
O interesse geral dos estudiosos na biologia dos Quirópteros, e o surgimento de
novas espécies, levaram-nos a elaborar uma chave de identificação para fornecer
dados sistemáticos dos morcegos brasileiros e incentivar os interessados, levando-os
ao reconhecimento das espécies coletadas pouco conhecidas, nas diversas regiões dos
cinco biomas brasileiros. Certamente, com o tempo e mais trabalhos de campo, novas
espécies deverão ser acrescidas, na medida em que os estudiosos quebrem barreiras
por áreas brasileiras onde poucos levantamentos existem.
21
Chave dicotômica para as espécies
de morcegos que ocorrem no Brasil
Adriano Lúcio Peracchi
Isaac Passos de Lima
22
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Os morcegos estão entre os mamíferos com maior diversidade de espécies, perdendo
apenas para os roedores (SIMMONS, 2005). Alguns táxons podem suscitar dúvidas
quanto à sua identificação, gerando a necessidade de boas chaves de identificação.
Entre as primeiras chaves de classificação para morcegos brasileiros, podemos citar
as elaboradas por Lima (1926) e Vieira (1942), sendo esta a última composta por 98
espécies, posteriormente, Vizotto e Taddei (1973) elevaram o número para 104 espécies.
Em 2002, Bredt et al. (2002) elaboraram uma chave visual eletrônica e apontaram
159 espécies presentes no Brasil. Gardner (2008a), em sua chave para mamíferos da
América do Sul, reconheceu 161 espécies de morcegos presentes no Brasil. Chaves
regionais foram produzidas para morcegos do sul do país (REIS et al., 1993b; MIRANDA
et al., 2011; RIO GRANDE DO SUL, 2012), além de outra direcionada para a Família
Molossidae (GREGORIN; TADDEI, 2002).
O número de espécies de morcegos no Brasil vem aumentando ano a ano,
quer seja por novas ocorrências, como Dermanura bogotensis (Andersen, 1906);
Platyrrhinus aurarius (Handley & Ferris, 1972); Molossus aztecus Saussure, 1860
e Histiotus laephotis Thomas, 1916, quer seja por novas descrições, como Myotis
izecksohni Moratelli, Peracchi, Dias & Oliveira, 2011; Dryadonycteris capixaba Nogueira,
Lima, Peracchi & Simmons, 2012; Lonchophylla peracchii Dias, Esbérard & Moratelli,
2013 e Thyroptera wynneae Velazco, Gregorin, Voss & Simmons, 2014. Em 2010,
tínhamos assinaladas 168 espécies de morcegos no Brasil (PERACCHI et al., 2010). No
ano seguinte, este número passou para 172 espécies (PERACCHI et al., 2011) e, em
2012, a lista de morcegos brasileiros subiu para 174 espécies (PAGLIA et al., 2012).
Na última compilação, realizada em 2014 por Nogueira et al. (2014a), chegou-se a
uma lista primária com 178 espécies com registros válidos e material testemunho
depositado em coleção científica, além de duas listas secundárias, uma delas com
dez registros duvidosos e outra com seis registros considerados inválidos, por erro de
identificação. Recentemente, tivemos a descrição de mais duas espécies no nordeste
brasileiro: a espécie nectarívora Lonchophylla inexpectata Moratelli & Dias, 2015
e a insetívora Histiotus diaphanopterus Feijó, Rocha & Althoff, 2015 elevando para
180 o número de espécies de morcegos para o Brasil. Esta chave tem como principal
objetivo incluir as novas espécies descritas e registradas em território brasileiro, além
de auxiliar na identificação dessas espécies.
23
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Dimensões cranianas
Figura 1 Dimensões cranianas – Vampyrodes caraccioli (USNM 460117) (Fotos: Isaac P. Lima).
Legendas: modificado de Vizotto e Taddei (1973).
Ct (comprimento total) – da borda anterior dos incisivos centrais superiores ao extremo posterior
do occipital.
CCB (comprimento côndilo-basal) – da borda alveolar anterior de um dos incisivos centrais superiores
ao ponto distal do côndilo occipital correspondente.
CCC (comprimento côndilo-canino) – da borda alveolar anterior do canino ao ponto distal do
côndilo occipital correspondente.
CB (comprimento basal) – da borda alveolar posterior de um dos incisivos centrais à borda anterior
do foramen magnum.
Cpt (comprimento palatal) – da borda alveolar posterior de um dos incisivos centrais ao ponto
mais anterior da chanfradura palatina, ao nível das coanas.
CdS (comprimento da série de dentes superiores) – da borda alveolar anterior do canino superior
à borda alveolar posterior do último molar da mesma série.
Cdi (comprimento da série de dentes inferiores) – da borda alveolar anterior do canino inferior à
borda alveolar posterior do último molar da mesma série.
Cm (comprimento da mandíbula) – da borda alveolar anterior de um dos incisivos centrais ao ponto
distal do processo no côndilo articular.
Lc (largura entre os caninos) – medida entre os pontos extremos externos dos cíngulos dos caninos
superiores.
Lm (largura entre os molares) – medida entre os pontos extremos das bordas alveolares externas
dos molares superiores.
Li (largura interorbital) – medida entre os pontos mais próximos das constrições orbitais.
Lp (largura pós-orbitária) – medida entre os pontos mais próximos na constrição pós-orbitária.
Lz (largura zigomática) – medida entre os pontos extremos laterais dos arcos zigomáticos.
24
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lcc (largura da caixa craniana) – medida entre os pontos extremos das paredes da caixa craniana,
geralmente, na região esquamosal do temporal.
Lpm (largura do processo mastóidea) – medida entre os pontos extremos dos processos mastoideos.
Lpt (largura palatal) – medida entre os pontos mais próximos das bordas alveolares internas dos
últimos molares (M2 ou M3).
Figura 2 Morfologia externa de Dermanura gnoma – Phyllostomidae (Foto: Marcelo R. Nogueira).
Medidas externas:
Comprimento do antebraço (AN) – medida tomada desde a articulação, com o braço até a região
proximal dos metacarpos, incluindo o carpo, com o braço, antebraço e dedos dobrados.
Comprimento da orelha – medida tomada da base do antitrago (no ponto mais profundo do entalhe)
até a parte mais distal da borda do pavilhão (Fig. 3).
Metacarpo (3º, 4º e 5º Metacarpos) – medida tomada pela região dorsal, incluindo o carpo, até a
região distal, na articulação com a 1ª falange.
Falanges (Fa) – medida tomada da extremidade proximal à extremidade distal de cada falange,
considerando o centro da articulação como referência.
25
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Figura 3
Detalhe da orelha de Vampyriscus bidens
(Foto: André Pol).
Chave para Famílias de Morcegos do Brasil
1 – Apêndice facial (folha nasal, protuberância dérmica, projeções de pele na face
ou lábios) (Fig.4) ................................................................................................... 2
1’ – Ausência de apêndice facial ................................................................................ 3
2 – Folha nasal presente (Fig.5) (parte superior da folha nasal ausente em
Desmodontinae). Pode ser reduzida a uma excrescência dérmica semelhante
a um capuz acima dos olhos em Sphaeronycteris, ou a uma série de franjas
dérmicas na face de Centurio (uropatágio rudimentar e ausência de cauda neste
taxa) .............................................................................................. Phyllostomidae
2’ – Ausência de apêndice facial ou folha nasal; lábio inferior com dobras de pele
formando pregas (Fig. 6); cauda e uropatágio presentes e bem desenvolvidos ....
......................................................................................................... Mormoopidae
26
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Figura 4
Apêndice facial em Artibeus lituratus (Foto: Isaac
P. Lima).
Figura 5
Parte superior da folha nasal ausente em
Desmodus rotundus (Foto: André Pol).
Figura 6
Ausência de apêndice facial ou folha nasal; lábio
inferior com dobras de pele formando pregas
em Pteronotus parnellii (Foto: André Pol).
27
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
3 – Antebraço com uma série de tufos de pelos claros (Fig. 7), ou presença de uma bolsa
glandular localizada no propatágio (Fig. 8) ou centro da membrana interfemural;
presença de processo pós-orbital (Fig. 9); ramo do palato* da pré-maxila reduzido;
pré-maxila móvel, não fundida ao maxilar .................................. Emballonuridae
Figura 7
Antebraço de Rhynchonycteris naso
com série de tufos de pelos claros
(setas vermelhas) (Foto: André Pol).
Figura 8
Presença de uma bolsa glandular
localizada no propatágio de Saccopteryx
bilineata (Foto: Adriano Peracchi).
28
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Figura 9 Processo pós-orbital (Seta) em Artibeus lituratus (ALP 544) (Foto: Isaac P. Lima).
3’ – Ausência de tufos de pelos no antebraço; ausência de bolsa glandular no propatágio
ou na membrana interfemural; ausência de processo pós-orbital; pré-maxila
fundida ao maxilar................................................................................................. 4
4 – Lábio superior completo, dividido por uma fissura ou dobra profunda na linha
média abaixo do nariz; orelhas longas e estreitas (Fig. 10a); membrana da asa
ligada à perna acima do tornozelo; pés e garras bem desenvolvidas (Fig. 10b) ....
........................................................................................................... Noctilionidae
A B
Figura 10 (A) Lábio superior completo, dividido por uma fissura ou dobra profunda na linha média
abaixo do nariz (Noctilio leporinus – Foto: Isaac P. Lima). (B) Membrana da asa ligada à perna acima
do tornozelo; pés e garras bem desenvolvidas [Ilustração: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a)].
29
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
4’ – Ausência de fissura no lábio superior; orelhas pouco estreitas e pontiagudas;
membrana da asa fixa no tornozelo ou junto ao pé; pés curtos; cauda frequentemente
tão longa ou mais do que o uropatágio ................................................................ 5
5 – Presença de disco adesivo na base do pólex e do pé (Fig. 11); trago triangular; palato
anterior completo ........................................................................... Thyropteridae
5’ – Ausência de disco adesivo; trago de forma variável, mas não triangular ............ 6
6 – Polegar rudimentar com unha pequena e fraca, e inteiramente contido no propatágio
(Fig. 12) ............................................................................................... Furipteridae
6’ – Polegar normal, não embutido no propatágio ..................................................... 7
7 – Segundo dedo possui apenas um metacarpo (ausência de falange); cauda totalmente
contida no uropatágio, com comprimento igual ou maior do que cabeça e corpo
................................................................................................................. Natalidae
7’ – Segundo dedo com uma falange rudimentar; cauda tão longa ou maior que o
uropatágio, mas não maior do que o comprimento da cabeça e corpo .............. 8
8 – Orelhas de vários formatos e tamanhos, podendo ser bem largas; lóbulo basal
presente; trago conspícuo comparativamente longo e bem desenvolvido com
pontas arredondadas ou pontiagudas ........................................ Vespertilionidae
8’ – Orelha estreita, frequentemente estendendo-se para a frente e além dos olhos;
ausência de lóbulo basal; trago pequeno, incompleto e pouco perceptível .........
.............................................................................................................. Molossidae
Figura 11
Disco adesivo na base do pólex em
Thyroptera discifera (Foto: André Pol).
30
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Figura 12 Polegar rudimentar com unha pequena e fraca, e inteiramente contido no propatágio
Furipterus horrens [Ilustração: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a].
Chave para gêneros de Emballonuridae
1 – Presença de bolsa localizada no centro da membrana interfemural (Fig. 13), mais
desenvolvida nos machos ....................................................................... Diclidurus
1’ – Ausência de bolsa no centro da membrana interfemural .................................... 2
2 – Ausência de bolsa no propatágio ........................................................................... 3
2’ – Presença de bolsa no propatágio ......................................................................... 5
3 – Focinho alongado e pontudo; antebraço com tufos de pelos ...... Rhynchonycteris
3’ – Focinho arredondado; antebraço sem tufos de pelos ......................................... 4
4 – Pelagem felpuda; antebraço com 41,5 a 44,7mm ............................ Centronycteris
4’ – Pelagem longa e sedosa; antebraço com 45 a 47mm ............................. Cyttarops
5 – Bolsa no centro do propatágio .................................................................. Cormura
5’ – Bolsa não situada no centro do propatágio ......................................................... 6
6 – Bolsa junto ao antebraço, próximo ao cotovelo, bem desenvolvida nos machos,
rudimentar nas fêmeas (Fig. 8) ........................................................... Saccopteryx
6’ – Bolsa junto ao bordo anterior do propatágio ....................................... Peropteryx
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Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Figura 13 Bolsa glandular localizada no centro da membrana interfemural em Diclidurus scuttatus.
[Ilustração: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a)].
Chave para espécies de Emballonuridae
1 – Com bolsa localizada no centro da membrana interfemural (Fig. 13), mais desenvolvida
nos machos ............................................................................................................ 2
1’ – Sem bolsa no centro da membrana interfemural ................................................. 5
2 – Coloração branca ou cinza muito pálido ................................................................ 3
2’ – Coloração pardo-clara na cabeça e espáduas, pardo-escura no dorso e branco-
amarelada nas partes inferiores ................................................ Diclidurus isabella
3 – Antebraço com mais de 70mm ..................................................... Diclidurus ingens
3’ – Antebraço com menos de 70mm .......................................................................... 4
4 – Antebraço com mais de 60mm ...................................................... Diclidurus albus
4’ – Antebraço com menos de 60mm ........................................... Diclidurus scuttatus
5 – Sem bolsa no propatágio ....................................................................................... 6
5’ – Com bolsa no propatágio ...................................................................................... 8
6 – Focinho alongado e pontudo; antebraço com tufos de pelos esbranquiçados .......
............................................................................................... Rhynchonycteris naso
6’ – Focinho arredondado; antebraço sem tufos de pelos ......................................... 7
7 – Pelagem felpuda, pardo-avermelhada nas partes superiores, mais pálidas nas
inferiores; antebraço com 41,5 a 44,7mm ................. Centronycteris maximiliani
32
História Natural dos Morcegos Brasileiros
7’ – Pelagem longa e sedosa, cinza-enegrecido; antebraço de 45 a 47mm; metade
inferior da margem externa do trago com um lóbulo grande, muito desenvolvido
....................................................................................................... Cyttarops alecto
8 – Com bolsa longa, no centro do propatágio .............................. Cormura brevirostris
8’ – Com bolsa não situada no centro do propatágio ................................................ 9
9 – Com bolsa situada no propatágio, junto ao antebraço, próximo ao cotovelo, bem
desenvolvida nos machos e rudimentar nas fêmeas .......................................... 10
9’ – Com bolsa curta, junto ao bordo anterior do propatágio ................................. 11
10 – Com duas listras dorsais evidentes ................................................................... 12
10’ – Com duas listras dorsais esmaecidas ................................ Saccopteryx gymnura
11 – Membranas das asas escuras ............................................................................ 14
11’ – Membranas das asas com área translúcida do lado do corpo ......................... 16
12 – Pelagem dorsal e membranas enegrecidas, face ventral cinza-escuro, listras
nítidas; antebraço com 45 a 48mm nos machos e 48 a 51mm nas fêmeas ..........
.............................................................................................. Saccopteryx bilineata
12’ – Pelagem dorsal castanha ou castanho-acinzentada; membranas não enegrecidas;
antebraço com menos de 44mm ........................................................................ 13
13 – Pelagem dorsal uniformemente castanha, listras dorsais usualmente distintas;
antebraço com 37,4 a 40mm nos machos e 39,1 a 42,3mm nas fêmeas ...............
................................................................................................. Saccopteryx leptura
13’ – Pelagem dorsal cinza ou castanha, levemente agrisalhada de cinza; listras dorsais
indistintas, porém visíveis; antebraço com 35,8 a 37,5mm nos machos e 36,5 a
40,8mm nas fêmeas ........................................................... Saccopteryx canescens
14 – Tamanho relativamente grande, com antebraço de 45 a 51mm nos machos e
47,9 a 53,6 nas fêmeas ............................................................ Peropteryx kappleri
14’ – Tamanho relativamente menor; antebraço com 38,3 a 44,3mm nos machos e
43,5 a 48,2mm nas fêmeas ................................................................................. 15
15 – Com antebraço mais curto que 41mm nos machos e 42mm nas fêmeas; primeiro
pré-molar superior frequentemente reduzido a uma cavilha simples ...................
................................................................................................ Peropteryx trinitatus
15’ – Com antebraço mais longo que 39,5mm nos machos e 41mm nas fêmeas; primeiro
pré-molar superior sem forma de cavilha simples, frequentemente com distinta
cúspide posterior acessória ................................................... Peropteryx macrotis
16 – Propatágio e plagiopatágio castanho-escuros; orelhas ligadas por uma banda
estreita de pele ................................................................. Peropteryx leucoptera
16’ – Propatágio e plagiopatágio translúcidos; orelhas separadas, não ligadas por banda
de pele ............................................................................ Peropteryx pallidoptera
33
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Chave para subfamília em Phyllostomidae
1 – Incisivos superiores falciformes, muito desenvolvidos, maiores que os caninos
(Fig. 14); folha nasal reduzida à carúncula membranosa em torno das narinas ....
........................................................................................................ Desmodontinae
1’ – Incisivos superiores não falciformes; folha nasal não reduzida à carúncula
arredondada .......................................................................................................... 2
2 – Folha nasal bem desenvolvida; membrana interfemural bem desenvolvida; cauda
geralmente não ultrapassa a metade da membrana interfemural, podendo estar
até mesmo ausente; coroa dos molares com cúspides formando um “W” nítido
(Fig. 15) ........................................................................................... Phyllostominae
2’ – Folha nasal pequena ou bem desenvolvida; membrana interfemural estreita ou
rudimentar; cauda pouco desenvolvida ou ausente; coroa dos molares com um
“W” indistinto ou ausente .................................................................................... 3
3 – Folha nasal pequena; focinho longo e estreito; língua comprida e extensível (Fig.
16); superfície do lábio inferior profundamente sulcada no centro .................... 4
3’ – Folha nasal bem desenvolvida; focinho curto e largo; língua curta; superfície do
lábio inferior não sulcada no centro ..................................................................... 5
A B
Figura 14 Incisivo superior falciforme (um em cada hemimandíbula), desenvolvido, maior que o
canino. (A) Vista lateral anterior e (B) vista ventral anterior do crânio. Desmodus rotundus (ALP
119). Barras de escala = 5mm (Fotos: Isaac P. Lima).
34
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Figura 15
Vista ventral do palato de Lonchorrina aurita
(USNM 311935), com a seta indicando a coroa
de molares com cúspide em formato de “W”.
Barra de escala = 5mm (Foto: Isaac P. Lima).
Figura 16 Folha nasal pequena; focinho longo e estreito; língua comprida e extensível em Glossophaga
soricina (Foto: Adriano L. Peracchi).
35
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
4 – Incisivos superiores internos e externos não marcadamente diferentes em tamanho;
língua com papilas filamentosas (lembrando um pincel); sem sulco profundo nos
lados da língua (Fig. 17a) ............................................................... Glossophaginae
4’ – Incisivos superiores internos proeminentes, com ápice alargado, conspicuamente
maiores que os incisivos externos; língua desprovida de papilas filamentosas;
com sulco longitudinal profundo nos lados da língua (Fig. 17b) ............................
....................................................................................................... Lonchophyllinae
5 – Coroa dos molares superiores (Fig. 18a) e inferiores cortantes ............ Carolliinae
5’ – Coroa dos molares superiores (Fig. 18b) e inferiores achatados ...........................
..................................................................................................... Stenodermatinae
A B
Figura 17
Superfície dorsal da língua de morcegos
nectarívoros. (A) Glossophaginae –
Glossophaga soricina (AMNH 237911)
e (B) Lonchophyllinae – Hsunycteris
thomasi (AMNH 266107). Barra de
escala = 2mm [Modificado de Wetterer
et al. (2000)].
36
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A B
Figura 18 Hemimandíbula de phyllostomideos. Destaque para a coroa dos molares, que podem ser:
(A) Cortantes, como em Rhinophylla pumilio (ALP 2427), ou (B) achatados, como em Vampyrodes
caraccioli (USMN 393022) (Fotos: Isaac P. Lima). Barra de escala = 2,5mm.
Chave para gêneros e espécies de Desmodontinae
1 – Uropatágio com franja de pelos (Fig. 19); polegar curto, sem almofadas basais
(Fig. 20a); dois incisivos inferiores e dois superiores ................ Diphylla ecaudata
1’ – Uropatágio esparsamente piloso; polegar desenvolvido, com almofadas basais;
um incisivo superior e dois inferiores ................................................................... 2
2 – Polegar moderadamente desenvolvido, com uma almofada basal (Fig. 20b); ponta
das asas brancas .......................................................................... Diaemus youngii
2’ – Polegar muito desenvolvido, com duas almofadas basais (Fig. 20c); sem manchas
brancas nas asas ..................................................................... Desmodus rotundus
37
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Figura 19 Uropatágio com franja de pelos em Diphylla ecaudata [Ilustração: Oscar A. Shibatta
(REIS et al., 2013a)].
A B C
Figura 20 Diferenças entre os polegares em Desmodontinae. (A) Polegar curto sem almofadas
Diphylla ecaudata (ALP 6978). (B) Polegar moderadamente desenvolvido, com uma almofada basal
Diaemus youngii (ALP 7010). (C) Polegar muito desenvolvido, com duas almofadas basais Desmodus
rotundus (ALP 6970). Barra de escala = 2mm (Fotos: Marcelo R. Nogueira).
38
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para gêneros e espécie de Phyllostominae
1 – Cauda ausente ou rudimentar ............................................................................... 2
1’ – Cauda presente ..................................................................................................... 3
2 – Cauda rudimentar; um par de incisivos inferiores ............................. Chrotopterus
2’ – Cauda ausente; dois pares de incisivos inferiores ................ Vampyrum spectrum
3 – Cauda se estendendo até a margem posterior da membrana interfemural ........ 4
3’ – Cauda alcançando somente a metade da membrana interfemural .................... 5
4 – Folha nasal muito longa; antebraço com mais de 40mm ................... Lonchorhina
4’ – Folha nasal não muito alongada; antebraço com menos de 40mm .......................
................................................................................. Macrophyllum macrophyllum
5 – Orelhas arredondadas ........................................................................................... 6
5’ – Orelhas pontudas .................................................................................................. 7
6 – Com um par de incisivos inferiores ....................................................................... 8
6’ – Com dois pares de incisivos inferiores ................................................................. 9
7 – Dois pré-molares inferiores ............................................................... Phyllostomus
7’ – Três pares de pré-molares inferiores ................................................................. 10
8 – Pilosidade da face curta, focinho quase nu (quando capturados, dobram as orelhas
para trás ao serem manuseados) ........................................................ Lophostoma
8’ – Pilosidade da face bem desenvolvida, inclusive no focinho (quando capturados,
não dobram as orelhas para trás ao serem manuseados) ......................... Tonatia
9 – Com banda de pele ligando a base das orelhas (Fig. 21) .................. Micronycteris
9’ – Sem banda de pele ligando a base das orelhas ....................... Neonycteris pusilla
10 – Focinho com conspícuas protuberâncias arredondadas, em forma de verrugas
no focinho e no mento (Fig. 22); margem da folha nasal serrilhada .....................
................................................................................................... Trachops cirrhosus
10’ – Focinho e mento desprovido de protuberâncias; margem da folha nasal lisa .....
............................................................................................................................ 11
11 – Antebraço com mais de 60mm; ponta das asas esbranquiçadas ...........................
............................................................................................... Phylloderma stenops
11’ – Antebraço com menos de 65mm ...................................................................... 12
12 – Primeiro incisivo superior com comprimento similar ao do canino ......................
........................................................................................................ Glyphonycteris
39
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
12’ – Primeiro incisivo superior distintamente mais curto e estreito que o canino .....
............................................................................................................................ 13
13 – Orelhas com menos de 16mm de comprimento; pilosidade da garganta e do peito
amarelo-alaranjada ou avermelhada ........................... Lampronycteris brachyotis
13’ – Orelhas com mais de 16mm de comprimento, geralmente com listra tênue
acinzentada no dorso ................................................................ Trinycteris nicefori
A B
Figura 21 Tipos de banda de pele ligando a base das orelhas. (A) Micronycteris microtis. (B)
Micronycteris sanborni. [Ilustrações: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a)].
Figura 22
Verrugas no focinho e no mento em
Trachops cirrhosus (Foto: Isaac P.
Lima).
40
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Lonchorhina
1 – Antebraço com 48,8 a 51,9mm ................................................. Lonchorhina aurita
1’ – Antebraço com 52,4 a 56,8mm ........................................... Lonchorhina inusitata
Chave para espécies de Lophostoma
1 – Antebraço com mais de 49mm; pelagem ventral com frequência fortemente grisalha
................................................................................................ Lophostoma silvicola
1’ – Antebraço com menos de 49mm .......................................................................... 2
2 – Antebraço com menos de 40mm ...................................... Lophostoma brasiliense
2’ – Antebraço com mais de 40mm ............................................................................. 3
3 – Com granulações na superfície dorsal do antebraço, dedos, pata, orelha e folha
nasal ........................................................................................ Lophostoma schulzi
3’ – Sem granulações; pelagem ventral inteiramente branca, exceto no queixo e nos lados
do abdômen ............................................................... Lophostoma carrikeri
Chave para espécies de Glyphonycteris
1 – Um par de incisivos superiores (semelhantes aos caninos); antebraço com mais
de 50mm ............................................................................. Glyphonycteris daviesi
1’ – Com 2 pares de incisivos superiores .................................................................... 2
2 – Antebraço com mais de 44mm .............................................. Glyphonycteris behni
2’ – Antebraço com menos de 44mm .................................... Glyphonycteris sylvestris
Chave para espécies de Micronycteris
1 – Ventre branco ou cinza-claro ou marrom-claro, conspicuamente mais claro que
o dorso .................................................................................................................. 2
1’ – Ventre escuro, aproximadamente da mesma cor que o dorso ............................ 6
41
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
2 – Calcâneo mais longo que o pé (Fig. 23a) ............................................................... 3
2’ – Calcâneo igual ou mais curto que o pé (Figs. 23b e 23c) ..................................... 4
3 – Tíbia com menos de 14,5mm; pelos do terço inferior médio das orelhas com 4mm
ou menos ............................................................................. Micronycteris brosseti
3’ – Tíbia com mais de 14,5mm; pelos do terço inferior médio das orelhas com 5mm
ou mais ........................................................................ Micronycteris schmidtorum
4 – Primeira falange do dedo IV mais longa que a segunda .........................................
...................................................................................... Micronycteris homezorum
4’ – Primeira e segunda falanges do dedo IV do mesmo comprimento ..................... 5
5 – Ventre cinza-pálido ou marrom-claro .................................. Micronycteris minuta
5’ – Ventre branco; calcâneo do mesmo comprimento que o pé .................................
............................................................................................ Micronycteris sanborni
6 – Antebraço com mais de 37mm .............................................................................. 7
7 – Antebraço com mais de 41mm; incisivos inferiores estreitos e cerca de três vezes
mais altos do que largos ....................................................... Micronycteris hirsuta
7’ – Antebraço com menos de 41mm .......................................................................... 8
8 – Orelhas com mais de 22mm; pilosidade do terço médio inferior das orelhas com
8 a 10mm ......................................................................... Micronycteris megalotis
8’ – Orelhas com menos de 22mm; pilosidade do terço médio inferior das orelhas
com 8mm ou menos ........................................................... Micronycteris microtis
A B C
Figura 23 Tipos de calcâneos de Phylolostomidae quanto ao tamanho. (A) Maior que o pé – p.
ex., Phyllostomus elongatus. (B) Igual ao tamanho do pé – p. ex., Lampronycteris brachyotis. (C)
Menor que o pé – p. ex., Phyllostomus discolor. [Ilustrações: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a)].
42
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Mimon
1 – Margem da folha nasal crenulada; frequentemente, com listra branca dorsal .....
.................................................................................................. Mimon crenulatum
1’ – Margem da folha nasal inteira; sem listra branca dorsal ........... Mimon bennettii
Chave para espécies de Phyllostomus
1 – Calcâneo igual ou mais longo que o pé ................................................................. 2
1’ – Calcâneo mais curto que o pé ............................................. Phyllostomus discolor
2 – Antebraço com mais de 75mm ........................................... Phyllostomus hastatus
2’ – Antebraço com menos de 75mm .......................................................................... 3
3 – Antebraço com mais de 61mm .......................................... Phyllostomus elongatus
3’ – Antebraço com menos de 61mm ....................................... Phyllostomus latifolius
Chave para espécies de Tonatia
1 – Com listra curta pálida, no topo da cabeça, entre as orelhas ........ Tonatia saurophila
1’ – Sem listra pálida no topo da cabeça ............................................... Tonatia bidens
Chave para gêneros de Carolliinae
1 – Cauda curta; molares e pré-molares inferiores não se assemelham ......... Carollia
1’ – Cauda ausente; molares e pré-molares inferiores se assemelham ...... Rhinophylla
Chave para espécies de Carollia
1 – PM1 superior arqueado para a porção lingual da fileira superior de dentes; antebraço
nu; comprimento médio da cauda de 9,26mm .......................... Carollia benkeithi
1’ – PM1 não arqueado para a porção lingual da fileira superior de dentes; antebraço
piloso ..................................................................................................................... 2
43
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
2 – i2 inferior facilmente visível na vista oclusal; cauda com menos de 7mm .............
.................................................................................................. Carollia brevicauda
2’ – i2 quase completamente escondido pelo cíngulo do canino na vista oclusal; cauda
com mais de 7mm .................................................................. Carollia perspicillata
Chave para espécies de Phinophylla
1 – Membrana interfemural com franja de pelos (Fig. 24a); com diastema* entre o
incisivo superior e o canino ................................................. Rhinophylla fischerae
1’ – Membrana interfemural sem franja de pelos (Fig. 24b); sem diastema entre o
incisivo superior e o canino .................................................... Rhinophylla pumilio
A B
Figura 24 (A) Rhinophylla fischerae (ALP 7115) membrana interfemural com franja de pelos. (B)
Rhinophylla pumilio (ALP 9615) membrana interfemural sem franja de pelos. Fotos: Isaac P. Lima.
Chave para gêneros e espécie de Glossophaginae
1 – Com dois pares de incisivos inferiores ............................................... Glossophaga
1’ – Sem incisivos inferiores ........................................................................................ 2
2 – Com três pré-molares superiores ................................................................ Anoura
2’ – Com dois pré-molares superiores ......................................................................... 3
3 – Com dois molares superiores e dois molares inferiores ...... Lichonycteris degener
3’ – Com três molares superiores e três molares inferiores ....................................... 4
44
História Natural dos Morcegos Brasileiros
4 – Pelagem dorsal tricolorida; calcâneo do mesmo tamanho que o pé .....................
......................................................................................... Dryadonycteris capixaba
4’ – Pelagem dorsal bicolorida; calcâneo mais curto que o pé ................................... 5
5 – Pelagem dorsal marrom-enegrecida; falange distal do polegar (não inclusa na
membrana) mais longa que a proximal ..................................... Scleronycteris ega
5’ – Pelagem dorsal mais clara; falanges distal e proximal do polegar praticamente
iguais ....................................................................................... Choeroniscus minor
Chave para espécies de Anoura
1 – Antebraço entre 34 e 39mm; uropatágio dotado de franja pouco desenvolvida
em sua margem posterior ............................................................ Anoura caudifer
1’ – Antebraço entre 39 e 47mm; uropatágio bastante reduzido e recoberto por densa
pilosidade .................................................................................... Anoura geoffroyi
Chave para espécies de Glossophaga
1 – Ponta do I1 ultrapassando a ponta do I2; incisivos inferiores apertados, usualmente
em contato entre si e com os caninos ................................. Glossophaga soricina
1’ – Ponta do I1 nivelada com a ponta do I2; incisivos inferiores não apertados ...... 2
2 – Incisivos inferiores bem desenvolvidos, usualmente separados uniformemente e
não separados por um conspícuo espaço no meio ........ Glossophaga longirostris
2’ – Incisivos inferiores pequenos e separados em dois pares por um conspícuo espaço
....................................................................................... Glossophaga commissarisi
Chave para espécie e gêneros de Lonchophyllinae
1 – Molares extraordinariamente reduzidos; incisivos superiores internos e externos
separados por diastema ........................................................... Xeronycteris vieirai
1’ – Molares não extraordinariamente reduzidos; incisivos não separados .............. 2
2 – Base dos pelos mais escura que o ápice; porção mediana do uropatágio conspicuamente
pilosa; asa inserida no terço distal da tíbia ............................. Lionycteris spurrely
45
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
2’ – Base dos pelos com larga banda basal* clara; uropatágio sem pilosidade; asa
inserida ao nível do tornozelo ou do pé ............................................ Lonchophylla
2’’ – Comprimento do antebraço com variação de 29 a 34,4mm .................................
............................................................................................... Hsunycteris thomasi
Chave para espécies de Lonchophylla
1 – Antebraço com pilosidade densa na porção proximal .......................................... 2
1’ – Antebraço desprovido de pilosidade e menor que 38mm ................................... 3
2 – Tamanho maior, antebraço com variação do comprimento de 39,4 a 41,1mm .....
......................................................................................... Lonchophylla bokermani
2’ – Tamanho menor, antebraço com variação do comprimento de 34,5 a 36,9mm ..
............................................................................................ Lonchophylla peracchii
3 – Projeção do lobo lingual com variação de pequeno a moderadamente desenvolvido;
presença de uma ranhura longitudinal visível ao longo da superfície posterior do
canino; metaestilo em M1 e M2 reduzido ou ausente; antebraço com variação
de 34,7 a 37,7mm ............................................................... Lonchophylla dekeyseri
3’ – Com lobo lingual reduzido ou ausente; ausência da ranhura longitudinal ao longo
da superfície posterior do canino; metaestilo de M1 e M2 distinto e desenvolvido
................................................................................................................................ 4
4 – Pelagem ventral castanho-clara; comprimento da mandíbula com variação de
15,5 a 17mm ......................................................................... Lonchophylla mordax
4’ – Pelagem ventral esbranquiçada ou cinza-claro na garganta e no abdômen
(particularmente na região posterior da barriga); comprimento da mandíbula
com variação de 14,1 a 16,3mm .................................... Lonchophylla inexpectata
Chave para gêneros e espécie de Stenodermatinae
1 – Com mancha branca nos ombros .......................................................................... 2
1’ – Sem mancha branca nos ombros .......................................................................... 4
2 – Com projeção horizontal carnosa na fronte, mais desenvolvida nos machos do
que nas fêmeas; folha nasal em forma de “U” invertido, empurrada para a frente
pela projeção frontal ............................................... Sphaeronycteris toxophyllum
2’ – Folha nasal proeminente ...................................................................................... 3
46
História Natural dos Morcegos Brasileiros
3 – Antebraço com 24,6 a 26,5mm nos machos e 29,8 a 33,2mm nas fêmeas ............
.................................................................................................... Ametrida centurio
3’ – Antebraço com 36 a 41mm ............................................... Pygoderma bilabiatum
4 – Rostro relativamente curto; folha nasal relativamente larga, apresentando cela
com bordas livres; superfície dorsal da membrana interfemural pilosa; sem ossos
nasais .................................................................................................... Chiroderma
4’ – Membrana interfemural sem pilosidade na face dorsal; ossos nasais presentes ..... 5
5 – Incisivos superiores internos nitidamente bilobados ................................ Artibeus
5’ – Incisivos superiores internos não bilobados ou fracamente bilobados .............. 6
6 – Molares 2/3 ........................................................................................................... 7
6’ – Molares 3/3 ......................................................................................................... 10
7 – Segundo molar superior nitidamente maior que o primeiro; pré-molares superiores
separados um dos outros e dos dentes adjacentes por diastemas ........................
......................................................................................... Mesophylla macconnelli
7’ – Segundo molar com tamanho superior, igual ou menor que o primeiro; sem
diastemas entre os dentes pré-molares superiores ............................................. 8
8 – Incisivos 2/1 ou 2/2; altura do primeiro incisivo maior que a altura do primeiro
pré-molar .............................................................................................................. 9
8’ – Incisivos 2/2; altura do primeiro incisivo muito menor que a altura do primeiro
pré-molar ............................................................................................ Vampyrodes
9 – Primeiro pré-molar inferior caniniforme ............................................. Vampyressa
9’ – Primeiro pré-molar inferior não caniniforme .................................... Vampyriscus
10 – Molares superiores distintamente sulcados longitudinalmente, os dois primeiros
subquadrados e sem cúspides bem desenvolvidas .................................. Sturnira
10’ – Molares superiores sem sulcos longitudinais, os dois primeiros não subquadrados
e com cúspides bem desenvolvidas ................................................................... 11
11 – Incisivos superiores internos paralelos, fortemente bilobados ........... Uroderma
11’ – Incisivos superiores internos convergindo no ápice, não fortemente bilobados;
incisivos inferiores separados por diastemas ..................................... Platyrrhinus
Chave para subgênero em Artibeus
1 – Pelos dorsais tricolores; ausência de listras faciais; rostro curto e largo; antebraço
de 43 a 52mm .................................... subgênero Koopmania – Artibeus concolor
47
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
1’ – Pelos dorsais bicolores .......................................................................................... 2
2 – Antebraço com 50 a 77mm ...................................................... subgênero Artibeus
2’ – Antebraço com 34 a 40,5mm ............................................. subgênero Dermanura
Chave para espécies de Artibeus
1 – Molares 3/3 ............................................................................................................ 2
1’ – Molares 2/3 ........................................................................................................... 3
2 – Pelos longos, com 8 a 10mm, no meio do dorso; coloração enegrecida; listras
faciais fracas ou ausentes .............................................. Artibeus obscurus (parte)
2’ – Pelos curtos, com menos de 8mm, no meio do dorso; coloração pálida; listras faciais
usualmente evidentes; membrana interfemural nua e sem franja medianamente;
antebraço com mais de 61mm ............................................... Artibeus planirostris
3 – Dorso usualmente marrom a marrom-escuro; listras faciais proeminentes e bem
definidas; ventre marrom e não grisalho ................................... Artibeus lituratus
3’ – Listras faciais presentes, mas fracamente definidas; parte ventral agrisalhada ..... 4
4 – Membrana interfemural e patas distintamente pilosas; ferradura da folha nasal
soldada ao lábio superior, com a margem inferior da ferradura indicada por uma
crista transversal ..................................................................... Artibeus fimbriatus
4’ – Membrana interfemural e patas ligeiramente pilosas, parecendo nuas; ferradura
da folha nasal livre ......................................................... Artibeus obscurus (parte)
Chave para espécies de Dermanura
1 – Molares 2/3; margem das orelhas, bordas da folha nasal e trago amarelados ......
................................................................................................... Dermanura gnoma
1’ – Molares 2/2 ........................................................................................................... 2
2 – Membrana interfemoral praticamente sem pelos; pelagem dorsal marrom-clara
ou cinza; margem das orelhas, bordas da folha nasal e trago de cor creme .........
.................................................................................................. Dermanura cinerea
2’ – Membrana interfemoral visivelmente recoberta de pelos .................................. 4
3 – Crânio com a região supraorbital inflada; rostro com arqueamento moderado ....
............................................................................................. Dermanura bogotensis
48
História Natural dos Morcegos Brasileiros
3’ – Crânio com a região supraorbital não inflada; rostro achatado ............................
.............................................................................................. Dermanura anderseni
Chave para espécies de Chiroderma
1 – Tamanho pequeno; antebraço com menos de 42mm ........ Chiroderma trinitatum
1’ – Tamanho médio a grande; antebraço com mais de 43mm ................................... 2
2 – Incisivos internos superiores delgados e paralelos (não convergem nas pontas);
listras faciais e dorsal inconspícuas a ausentes .................... Chiroderma villosum
2’ – Incisivos superiores internos, não delgados, em contato ao longo do seu comprimento
e na ponta; listras faciais conspícuas; listra dorsal presente e usualmente conspícua
................................................................................................................................ 3
3 – Tamanho intermediário; antebraço usualmente com menos de 52mm; caninos
superiores grandes e dispostos obliquamente ...................... Chiroderma vizottoi
3’ – Tamanho grande; antebraço usualmente com mais de 52mm ..............................
................................................................................................... Chiroderma doriae
Chave para espécies de Uroderma
1 – Cor escura; listras faciais proeminentes; membrana interfemural quase nua; perfil
dorsal do crânio com inclinação na região frontal ............... Uroderma bilobatum
1’ – Cor clara; listras faciais não proeminentes; membrana interfemural pilosa até
além do nível dos joelhos; rosto com perfil quase em linha reta ..........................
......................................................................................... Uroderma magnirostrum
Chave para espécies de Vampyressa
1 – Antebraço com mais de 33mm; uropatágio com franja de pelos; folha nasal
inteiramente marrom .............................................................. Vampyressa pusilla
1’ – Antebraço com 34mm ou menos; folha nasal com bordas amareladas ................
.................................................................................................. Vampyressa thyone
49
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Chave para espécies de Vampyriscus
1 – Listra dorsal presente, mas, em alguns casos, pouco perceptível nos indivíduos
de coloração clara; um par de incisivos inferiores ................. Vampyriscus bidens
1’ – Listra dorsal ausente; dois pares de incisivos inferiores ........ Vampyriscus brocki
Chave para espécies de Sturnira
1 – Antebraço com mais de 51mm ....................................................... Sturnira magna
1’ – Antebraço com menos de 51mm .......................................................................... 2
2 – Antebraço com 43 a 51mm; ponta dos incisivos superiores internos largos e
fracamente bilobados ...................................................................... Sturnira tildae
2’ – Antebraço com 45,5mm ou menos; ponta dos incisivos superiores internos estreitos,
frequentemente pontudos .............................................................. Sturnira lilium
Chave para espécies de Platyrrhinus
1 – Antebraço medindo de 30 a 42mm ....................................................................... 2
1’ – Antebraço com mais de 42mm ............................................................................. 4
2 – Pelos ventrais de uma só cor ............................................ Platyrrhinus fusciventris
2’ – Pelos ventrais bi ou tricoloridos ........................................................................... 3
3 – Pelos ventrais bicolores ......................................................... Platyrrhinus incarum
3’ – Pelos ventrais tricolores ............................................ Platyrrhinus brachycephalus
4 – Antebraço mais longo que 54mm .......................................... Platyrrhinus infuscus
4’ – Antebraço usualmente mais curto que 54mm ..................................................... 5
5 – Antebraço com 49 a 55mm .................................................... Platyrrhinus aurarius
5’ – Antebraço com menos de 49mm .......................................................................... 6
6 – Antebraço com mais de 45mm ............................................... Platyrrhinus lineatus
6’ – Antebraço usualmente com menos de 45mm ..................... Platyrrhinus recifinus
50
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Mormoopidae
1 – Membrana da asa fusionada na linha mediana dorsal, dando a aparência de ausência
de pelos no dorso ............................................................ Pteronotus gymnonotus
1’ – Membrana da asa não fusionada na linha mediana dorsal ................................. 2
2 – Basioccipital estreito com constrição entre as bulas auditivas; basiesfenóide* com
dois sulcos estreitos e profundos; antebraço geralmente maior que 50mm ........
................................................................................................. Pteronotus parnellii
2’ – Basioccipital sem constrição entre as bulas auditivas; sulco no basiesfenóide largo
e raso; antebraço geralmente menor que 50mm ............. Pteronotus personatus
Chave para espécies de Noctilionidae
1 – Comprimento do pé medindo 25mm ou mais; antebraço com mais de 73mm ......
..................................................................................................... Noctilio leporinus
1’ – Comprimento do pé medindo 20mm ou menos; antebraço com menos de 70mm
................................................................................................... Noctilio albiventris
Furipteridae (1 gênero e 1 espécie)
1 – Espécie monotípica*. Possui focinho relativamente simples e bem peludo; palato
curto, não se estendendo muito além do último molar; fossa mesopterigoide
mais longa que larga ................................................................. Furipterus horrens
Chave para espécies de Thyropteridae
1 – Disco adesivo de forma oval na base do polegar; pelagem ventral bi ou tricolorida;
cúspides do segundo incisivo superior estão dispostas perpendicularmente em
relação ao eixo longitudinal da fileira de dentes ................................................. 2
1′ – Disco adesivo, em linhas gerais, é quase circular; pelagem ventral unicolorida;
ambas as cúspides no segundo incisivo superior estão dispostas obliquamente
em relação ao eixo longo da fileira de dentes ..................................................... 4
2 – Antebraço maior ou igual a 35mm; comprimento total do crânio maior ou igual a
14mm; pelagem ventral bicolorida; porção proximal do antebraço pouco pilosa;
cúspide acessória do terceiro incisivo inferior ausente ou levemente desenvolvida
................................................................................................................................ 3
51
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
2′ – Antebraço maior ou igual a 34,5mm; comprimento total do crânio maior ou igual a
13,5mm; pelagem ventral tricolorida; porção proximal do antebraço densamente
pilosa; cúspides acessórias bem desenvolvidas no terceiro incisivo inferior ........
................................................................................................ Thyroptera wynneae
3 – Presença de pontas esbranquiçadas na pelagem ventral, com a base do pelo
indo do marrom-escuro ao enegrecido e porção superior marrom-acinzentado;
comprimento total do crânio menor ou igual a 15,1mm ......... Thyroptera devivoi
3′ – Pelagem ventral bicolorida, sem a presença de “frosting” evidente; calcâneo
possui uma membrana de pele desenvolvida e projetada posterolateralmente a
partir do eixo do calcâneo (Fig. 25); comprimento total do crânio maior ou igual
15,2mm ....................................................................................... Thyroptera lavali
4 – Pelagem ventral unicolorida branca ou cinza-claro; porção proximal do antebraço
com pelos esparsos; forame oval largo (0,50 – 0,65mm) ........ Thyroptera tricolor
4’ – Pelagem ventral unicolorida marrom-amarelada; porção proximal do antebraço
densamente pilosa; forame oval pequeno (< 0,45mm) ......... Thyroptera discifera
Figura 25 Calcâneo com uma membrana de pele desenvolvida e projetada posterolateralmente a
partir do eixo do calcâneo de Thyroptera lavali. [Ilustração: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a)].
Natalidae
1 – Rostro levemente inchado com perfil dorsal reto; superfície superior do maxilar
e pré-maxilar no mesmo nível; protuberância nasal atrás das narinas externas
pouco evidente; borda posterior do palato bem definida e terminando logo atrás
do M3 ....................................................................................... Natalus macrourus
52
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para gêneros e espécies de Molossidae
1 – Margens internas das orelhas separadas, sem origem em um mesmo ponto da
fronte e não ligadas por uma banda baixa ........................................................... 2
1’ – Margens internas das orelhas ou com origem em um mesmo ponto da fronte ou
ligas por uma banda baixa .................................................................................... 4
2 – Antebraço com granulações (Fig. 26); presença de dois pré-molares superiores;
incisivos superiores separados por diastemas ..... Neoplatymops mattogrossensis
2’ – Sem granulações no antebraço; um pré-molar superior; incisivos superiores em
contato .................................................................................................................. 3
3 – Orelhas pontudas, ligadas à cabeça por uma dobra flexível; um par de incisivos
inferiores; 2ª falange dos dedos III e IV igual ou mais longa que a 1ª falange ......
................................................................................................................ Molossops
3’ – Orelhas rombudas e arredondadas, ligadas diretamente à cabeça; normalmente,
dois pares de incisivos inferiores; 2ª falange dos dedos III e IV muito mais curta
que a 1ª .................................................................................................. Cynomops
4 – Lábios superiores com sulcos ou pregas verticais (Fig. 27a); incisivos superiores
separados por diastemas ...................................................................................... 5
4’ – Lábios superiores lisos, sem sulcos ou pregas (Fig. 27b); incisivos superiores em
contato .................................................................................................................. 6
5 – Orelhas que não se estendem até o ápice do focinho, quando deitadas para a
frente; bordas internas das orelhas não ligadas; três pares de incisivos inferiores,
com cerdas curtas, grossas e com ponta rombuda na face e no queixo ...............
................................................................................................ Tadarida brasiliensis
5’ – Orelhas que ultrapassam o ápice do focinho, quando deitadas para a frente;
bordas internas das orelhas ligadas; dois pares de incisivos inferiores; poucas
cerdas faciais longas e delgadas ........................................................ Nyctinomops
6 – Orelhas grandes que se estendem quase até o ápice do focinho ou ultrapassam-
no, quando dobradas para a frente; antitrago semicircular, mais largo que alto ..
..................................................................................................................... Eumops
6’ – Orelhas pequenas; antitrago mais alto do que largo ........................................... 7
7 – Dois pares de incisivos inferiores; incisivos superiores projetados para a frente,
ultrapassando os caninos ......................................................................... Promops
7’ – Um par de incisivos inferiores; incisivos superiores alinhados com os caninos ...
................................................................................................................. Molossus
53
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Figura 26
Presença de granulações no
antebraço em Neoplatymops
mattogrossensis [Ilustração:
Oscar A. Shibatta (REIS et al.,
2013a)].
A B
Figura 27 (A) Nyctinomops laticaudatus com lábios superiores sulcados ou com pregas verticais.
(B) Eumops glaucinus com lábios superiores lisos, sem sulcos. (Fotos: Fábio Falcão e Patrício Rocha,
respectivamente)
54
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Cynomops
1 – Antebraço com mais de 40mm ................................................. Cynomops abrasus
1’ – Antebraço com menos de 40mm .......................................................................... 2
2 – Ventre muito mais claro que o dorso, usualmente esbranquiçado ou castanho-
claro ..................................................................................... Cynomops planirostris
2’ – Ventre uniformemente escuro, em geral ............................................................. 3
3 – Tamanho pequeno, comprimento do antebraço nos machos com média de 33mm
e, nas fêmeas, com variação de 30,3 a 31,2mm ......................... Cynomops milleri
3’ – Tamanho maior, comprimento do antebraço nos machos com variação de 34 a
36,6mm e, nas fêmeas, de 31,7 a 36mm .............................................................. 4
4 – Tamanho menor, comprimento do antebraço nos machos com variação de 34 a
35,3mm e, nas fêmeas, de 31,7 a 34,9mm .............................. Cynomops paranus
4’ – Tamanho maior, comprimento do antebraço nos machos com variação de 34 a
36,6mm e, nas fêmeas, de 33 a 36mm ................................. Cynomops greenhalli
Chave para espécies de Eumops
1 – Antebraço com mais de 55mm; comprimento total do crânio menor que 22mm ..... 2
1’ – Antebraço com menos de 55mm; comprimento total do crânio maior que 22mm
............................................................................................................................... 6
2 – Com banda de pelos brancos (cerca de 5mm de largura) na superfície ventral do
mesopatágio, próximo ao corpo, entre os úmeros e os fêmures; restante do corpo
com coloração chocolate-escuro, comprimento do antebraço com variação de
51 a 53mm .................................................................................... Eumops maurus
2’ – Sem banda de pelos brancos na superfície ventral do mesopatágio; antebraço
menor que 50mm ................................................................................................. 3
3 – Comprimento total do crânio equivalente a cerca de 50% do comprimento do
antebraço; pelagem dorsal curta com predomínio de pelo castanho-escuro; pelos
ventais com a base branca; fossa basiesfenóide profunda e longa; antebraço com
variação de 37 a 41mm .................................................................. Eumops hansae
3’ – Comprimento total do crânio menor que 45% do comprimento do antebraço ..... 4
4 – Fossa do basiesfenóide larga, alongada e rasa; pelagem dorsal castanho-clara a
castanho-escura; pelagem ventral mais clara; comprimento do antebraço de 44,9
a 47,1mm; largura do côndilo-basal de 17,3 a 17,8mm; largura zigomática de 10,6
a 11mm ......................................................................................... Eumops delticus
55
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
4’ – Fossa do basiesfenóide pequena, oval e rasa ..................................................... 5
5 – Tamanho maior: pelagem dorsal com variação do castanho-claro ao preto-
acinzentado; pelagem ventral castanho-escura; antebraço de 43,5 a 49mm; largura
do côndilo-basal de 18,7 a 19,7mm; largura zigomática de 11,8 a 12,3mm; no
Brasil, distribui-se no Rio Grande do Sul ................................ Eumops bonariensis
5’ – Tamanho menor: pelagem dorsal do marrom betuminoso ao preto-acinzentado;
pelagem ventral mais clara; antebraço de 37 a 46,6mm; largura do côndilo-basal
de 14,9 a 17,9mm; largura zigomática de 9,7 a 11,2mm ..... Eumops patagonicus
6 – Orelhas longas com medida aproximada de 39,6mm (variação de 35 a 44mm);
trago quadrado e largo; fossa do basiesfenóide profunda e alongada ............... 7
6’ – Orelhas curtas, em media menor que 34mm (variação de 17 a 34mm); trago
pequeno, pontudo ou quadrado; fossa do basiesfenóide rasa ........................... 8
7 – Tamanho maior: antebraço com média de 79,4 mm (variação de 73,9 a 83,3mm);
primeiro pré-molar superior disposto, geralmente no centro da série de dentes,
entre o canino e o segundo pré-molar; maior comprimento do crânio, com medida
aproximada de 32,1mm (variação de 31,5 a 34,4mm) .................. Eumops perotis
7’ – Tamanho menor: antebraço com média de 70,9 mm (variação de 67,4 a 75mm);
primeiro pré-molar superior deslocado labialmente e mais externamente, entre
o canino e o segundo pré-molar; comprimento total do crânio com média de 28,7
mm (variação de 26,8 a 31mm) ................................................. Eumops trumbulli
8 – Trago pequeno e pontiagudo; pelagem dorsal e ventral em castanho muito escuro,
quase negro e, às vezes, avermelhado; primeiro pré-molar superior reduzido
deslocado labialmente; segundo pré-molar em contato com o canino; fossa do
basiesfenóide rasa ............................................................... Eumops auripendulus
8’ – Trago largo e quadrado; coloração da pelagem castanho-clara e acinzentada; ventre
mais claro; primeiro pré-molar superior pequeno e geralmente menos deslocado
labialmente em relação ao centro da fileira de dente; presença de espaço entre
o canino e o segundo pré-molar; fossa do basiesfenóide rasa e bem definida ....
.................................................................................................... Eumops glaucinus
Chave para espécies de Molossops
1 – Tamanho grande: comprimento do antebraço nos machos com variação de 37 a
38,5mm e, nas fêmeas, de 36 a 39mm ................................. Molossops neglectus
1’ – Tamanho pequeno: comprimento do antebraço menor que 33mm .....................
............................................................................................ Molossops temminckii
56
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Molossus
1 – Pelos dorsais curtos, usualmente com menos de 3,5mm, unicolores ou indistintamente
bicolores ................................................................................................................ 2
1’ – Pelos dorsais longos, usualmente com mais de 4mm, distintamente bicolores ..... 4
2 – Antebraço na média com 34,9mm (33,2 a 36mm) de comprimento .......................
................................................................................................... Molossus coibensis
2’ – Antebraço na média com mais de 36mm ............................................................. 3
3 – Antebraço na média com 50,9mm (48,5 a 54mm) nos machos e 50,3mm (47,5 a
53mm) nas fêmeas .......................................................................... Molossus rufus
3’ – Antebraço na média com 45,6mm (43 a 49mm) nos machos e 44,6mm (41 a
48,5mm) nas fêmeas ................................................................ Molossus pretiosus
4 – Tamanho maior: antebraço na média com 41,7mm (39,3 a 43,6mm) nos machos
e 41mm (39 a 42,9mm) nas fêmeas ...................................... Molossus currentium
4’ – Tamanho menor: antebraço com medida entre 35 e 40mm ............................... 5
5 – Incisivos superiores espatulados; banda basal com metade esbranquiçada; formato
do crânio alongado; crista sagital* 0,4 a 0,6mm .................... Molossus molossus
5’ – Incisivos superiores em forma de pinça; banda basal com 1/3 acinzentado ou 1/4
esbranquiçado; formato do crânio globoso; crista sagital medindo de 0,9 a 1,4mm
..................................................................................................... Molossus aztecus
Chave para espécies de Nyctinomops
1 – Antebraço com mais de 55mm ............................................ Nyctinomops macrotis
1’ – Antebraço com menos de 55mm .......................................................................... 2
2 – Antebraço usualmente mais longo que 47mm ............. Nyctinomops aurispinosus
2’ – Antebraço mais curto 40 a 46mm ................................ Nyctinomops laticaudatus
Chave para espécies de Promops
1 – Antebraço mais curto que 50mm ................................................ Promops nasutus
1’ – Antebraço mais longo que 51,5mm ........................................... Promops centralis
57
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Chave para espécies de Vespertilionidae
1 – Com um par de incisivos superiores e três pares inferiores ................................. 2
1’ – Com dois pares de incisivos superiores e três pares inferiores ........................... 3
2 – Metade ou mais da superfície dorsal do uropatágio densamente pilosa (Fig. 28)
.................................................................................................................... Lasiurus
2’ – Superfície dorsal do uropatágio não densamente pilosa ..................... Rhogeessa
3 – Um par de pré-molares superiores ....................................................................... 4
3’ – Três pares de pré-molares superiores ......................................................... Myotis
4 – Orelhas que não se estendem muito além da extremidade do focinho, quando
dobradas para a frente ............................................................................ Eptesicus
4’ – Orelhas muito desenvolvidas, estendendo-se muito além da extremidade do
focinho, quando dobradas para a frente ................................................. Histiotus
Figura 28 Metade ou mais da superfície dorsal do uropatágio densamente pilosa em Lasiurus
blossevillii [Ilustração: Oscar A. Shibatta (REIS et al., 2013a)].
58
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Eptesicus
1 – Pelos dorsais com 8 a 10mm ou mais de comprimento ........................................ 2
1’ – Pelos dorsais com menos de 8mm de comprimento ........................................... 3
2 – Tamanho maior: antebraço com 42mm ou mais ................... Eptesicus chiriquinus
2’ – Tamanho menor: antebraço normalmente com menos de 43mm .........................
.................................................................................................... Eptesicus andinus
3 – Antebraço com 44 a 49mm .......................................................... Eptesicus taddeii
3’ – Antebraço com menos de 44mm ......................................................................... 4
4 – Antebraço com 40mm ou mais .............................................. Eptesicus brasiliensis
4’ – Antebraço com 31 a 44mm, normalmente com menos de 40 mm ..................... 5
5 – Tamanho maior: antebraço com 37mm ou mais ........................ Eptesicus furinalis
5’ – Tamanho menor: antebraço com 37mm ou menos ............... Eptesicus diminutus
Chave para espécies de Histiotus
1 – Coloração geral marrom-escura; marrom-amarelada, pelos do dorso unicoloridos
ou, quando bicoloridos, não tão marcantes; marrom na base e pontas amarelas;
coloração escura da orelha ou em cinza-escuro, banda de pele com largura menor
que 4mm ligando as orelhas ................................................................................. 2
1’ – Pelagem geral marrom-dourada com os pelos do dorso bicolorida bem definida,
sendo marrom-escura na base e dourada nas pontas; orelhas e asas translúcidas,
banda de pele ligando as orelhas bem desenvolvidas (4mm) ................................
......................................................................................... Histiotus diaphanopterus
2 – Orelhas triangulares; (altura de 28 a 30mm; largura 22 a 25mm) unidas por
uma banda na testa; lóbulo da orelha com um terço ou mais da largura total do
pavilhão auricular e que se estende para a frente do focinho; coloração marrom-
escura; pontas dos pelos dorsais com pequeno contraste com a base dos pelos
...................................................................................................... Histiotus velatus
2’ – Orelhas ovoide, unidas por uma banda de pele entre as orelhas, variando de
larga a estreita; pelagem dorsal geral pálida, mas com a ponta dos pelos dorsais
em contraste com os da bases .............................................................................. 3
59
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
3 – As orelhas são relativamente mais curtas (26 a 28mm) e arredondadas (Fig. 29a);
a ligação membranosa, quando presente, é pouco perceptível. O trago é bem
desenvolvido, podendo alcançar até a metade da altura da orelha; pelagem
dorsal com base castanho-escura e ponta amarelada; pelagem ventral com base
castanho-escura e ponta esbranquiçada; as membranas das asas e uropatágio,
a face e as orelhas são escuras ou marrom-claras em alguns indivíduos ..............
.................................................................................................. Histiotus montanus
3’ – Altura das orelhas igual ou maior que 29mm ...................................................... 4
4 – Orelhas grandes (altura de 32 a 33mm; largura de 23 a 24mm) (Fig. 29b); ponta
dos pelos ventrais amarelada; orelhas relativamente claras, ligadas entre si por
uma banda evidente; rostro estreito; largura entre o terceiro molar superior
menor que 7mm ....................................................................... Histiotus laephotis
4’ – Orelhas com formato praticamente oval (altura de 29mm; largura de 20mm);
coloração geral castanho-escura, com ligação membranosa sobre a fronte pouco
perceptível (altura da ligação ca. 2mm). Medidas do holótipo: antebraço com
45mm; comprimento total do crânio de 18,3mm; largura do zigomático de 11,4mm;
largura interorbital de 6,5mm; e comprimento da série de dentes maxilares de
6,4mm .......................................................................................... Histiotus alienus
A B
Figura 29 (A) Histiotus montanus com orelhas curtas e mais arredondadas, com trago bem
desenvolvido. (B) Histiotus laephotis com orelhas grandes e ovaladas. [Ilustrações: Oscar A. Shibatta
(REIS et al., 2013a)].
60
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chave para espécies de Lasiurus
1 – Membrana das asas negras ................................................................................... 2
1’ – Membrana das asas normalmente mosqueada, conspicuamente avermelhada
ao longo dos metacarpos e falanges .................................................................... 5
2 – Pelagem ou avermelhada (vermelha, laranja-avermelhada ou castanha) ou preta,
ou uma combinação dessas cores ........................................................................ 3
2’ – Pelagem uniformemente vermelha ou amarela .................................................. 4
3 – Pelagem dorsal negra (percebe-se um padrão tricolor nos pelos, que têm as bases
e as pontas pretas, com uma faixa mediana castanho-escura); ventralmente, possui
pelos bicolores, com dois terços basais marrons e pontas pretas; terço distal do
uropatágio sem pelos; orelhas largas e arredondadas e trago curto e triangular;
crista sagital pouco desenvolvida; primeiro pré-molar superior presente e segundo
pré-molar com raiz dupla .............................................................. Lasiurus ebenus
3’ – Pelagem dorsal avermelhada ou castanha ............................... Lasiurus castaneus
4 – Pelagem dorsal e ventral amarelada; uropatágio recoberto de pelos na superfície
dorsal até a metade ou um terço de sua porção anterior; a partir daí, tornam-se
bastante esparsos; comprimento do antebraço com variação geográfica de 40,5
a 52mm ............................................................................................... Lasiurus ega
4’ – Pelagem dorsal ou ventral avermelhada .................................... Lasiurus egregius
5 – Tamanho grande: antebraço com variação de 50 a 57mm; pelagem dorsal pardo-
esbranquiçada, com sombras de amarelo (base escura – ca. 1,5 mm, seguida por uma
faixa amarela ou creme – ca. 6mm, seguida por uma faixa castanho-escura e ponta
branca); uropatágio todo recoberto de pelos (por vezes, pardos-avermelhados)
...................................................................................................... Lasiurus cinereus
5’ – Tamanho menor: antebraço com menos de 45mm ............................................. 6
6 – Colorido avermelhado no dorso, mais claro no ventre; dois pré-molares superiores
(pm 2/2), sendo o primeiro minúsculo (de difícil visualização e ocasionalmente
ausente), em comparação com o segundo; os incisivos inferiores (i 1/3) são trífidos
e dispostos em linhas um tanto sobrepostas; antebraço com variação de 36 a
42mm ....................................................................................... Lasiurus blossevillii
6’ – Colorido avermelhado ou marrom-enegrecido no dorso, negro no ventre ...........
........................................................................................................ Lasiurus salinae
61
Chave dicotômica para as espécies de morcegos que ocorrem no Brasil
Chave para espécies de Myotis
1 – Com franja de pelos na borda do uropatágio ....................................................... 2
1’ – Sem franja de pelos na borda do uropatágio ....................................................... 3
2 – Antebraço com 31 a 37mm de comprimento; pelagem ventral fortemente bicolor,
pelos com base preta e ápice esbranquiçado, dando o aspecto de grisalho ........
............................................................................................................ M. albescens
2’ – Antebraço com comprimento entre 35,5 e 39,7mm; pelagem ventral não grisalha
............................................................................................................................... 4
3 – Pelagem dorsal fraca ou moderadamente bicolor, frequentemente enegrecida ..
....................................................................................................... Myotis nigricans
3’ – Pelagem dorsal não enegrecida ........................................................................... 5
4 – Pelos dorsais extremamente curtos (aproximadamente 2mm); pelagem dorsal
com variação de acastanhada a alaranjada ...................................... Myotis simus
4’ – Pelos dorsais com mais de 2mm (4,5 a 5,5mm); pelagem dorsal com variação de
castanho-avermelhada a castanho-acinzentada nas pontas e castanho médio a
intenso nas bases ................................................................................. Myotis levis
5 – Pelagem dorsal avermelhada; ventral, ferrugínea ............................. Myotis ruber
5’ – Pelagem dorsal não avermelhada ........................................................................ 6
6 – Pelagem dorsal unicolor, marrom ................................................... Myotis riparius
6’ – Pelagem dorsal bicolor ......................................................................................... 7
7 – Pelos dorsais com 7,8 a 8,5mm de comprimento; pelagem dorsal bicolor, base
escura e ápice mais claro, com leve contraste .......................... Myotis izecksohni
7’ – Pelos dorsais com 7mm de comprimento; pelagem dorsal fortemente bicolor,
com base marrom e ápice mais claro ................................................ Myotis lavali
Chave para espécies de Rhogeessa
1 – Possui coloração castanha com tons difusos de cinza; pelo dorsal com porção distal
mais escura que a base; a pelagem ventral tende a ser mais clara; comprimento
total do crânio maior que 12,6mm; série de dentes da mandíbula menor que
5,4mm ....................................................................................... Rhogeessa hussoni
62
História Natural dos Morcegos Brasileiros
1’ – Coloração castanho-amarelada ou ferrugínea com tons difusos de cinza; base
dos pelos do dorso é amarelo-pálida tendendo a cinza, e a porção distal varia
do marrom-cinzento ao acastanhado; comprimento total do crânio menor que
12,6mm; série de dentes da mandíbula igual ou maior que 5,4mm ......................
............................................................................................................ Rhogeessa io
Abreviações
ALP – Coleção Adriano Lúcio Peracchi, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
Rio de Janeiro.
AMNH – American Museum of Natural History, New York, NY.
USNM – National Museum of Natural History, Washington, D.C.
I1 – Primeiro incisivo superior.
i2 – Segundo incisivo inferior.
I2 – Segundo incisivo superior.
M1 – Primeiro molar superior.
M2 – Segundo molar superior.
PM1 – Primeiro pré-molar superior.
63
63
Família Emballonuridae
Gervais, 1856
Carlos Eduardo Lustosa Esbérard
Paula Ferracioli ♦ Valéria da Cunha Tavares
64
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Trata-se de uma família composta por 51 espécies, com distribuição Pantropical.
Ocorre da África até a Península Árabe, pelo sul da Ásia até a Austrália (HOOD; GARDNER,
2008 ). Na região Neotropical, a família está distribuída desde o México ao sudeste e
sul do Brasil, apresentando maior diversidade junto ao Equador, sendo que algumas
espécies estão restritas ao bioma amazônico. Um total de duas subfamílias, oito gêneros
e vinte espécies de emballonurídeos é conhecido para os Neotrópicos, e 17 dessas
espécies, pertencentes a 7 gêneros de uma subfamília, têm registros em território
brasileiro (NOGUEIRA et al., 2014a).
Grande parte das espécies de emballonurídeos apresenta bolsas glandulares, onde
são depositados excrementos e outras substâncias de odor forte cuja função é atrair
as fêmeas que, em contraste, possuem bolsas de tamanho reduzido ou atrofiadas
(JONES-JR; HOOD, 1993; NOWAK, 1999; LaVAL; RODRÍGUEZ-H., 2002; WAINWRIGHT,
2007; REID, 2009). O segundo dígito dos emballonuridae é composto apenas pelo
metacarpal, e o terceiro dígito possui duas falanges. A cauda corresponde a cerca de
metade do comprimento do uropatágio e o perfura dorsalmente (HOOD; GARDNER,
2008).
Há embalonurídeos de pequeno a médio porte, tendo a maior espécie, Diclidurus
ingens Hernandez-Camacho, 1955, 73mm de comprimento de antebraço. A coloração
varia do branca a marrom-escura. Possuem dentes com cúspides bem desenvolvidas
que utilizam na trituração dos insetos capturados em voo (KALKO, 1995).
A dieta ainda é pouco conhecida, mas os escassos registros disponíveis indicam
o consumo de insetos das ordens Lepidoptera, Coleoptera, Diptera e Himenoptera
(p. ex., PERACCHI; NOGUEIRA, 2008). Os emballonurídeos apresentam atividade
crepuscular e noturna e forrageiam em clareiras, sobre cursos de água ou sobre o
dossel de árvores (KALKO, 1995).
Utilizam como refúgio árvores, rochas e abrigos artificiais como edificações e
pontes, geralmente próximos a coleções de água. Os grupos formados por estas
espécies são geralmente pequenos, mas já foram descritas colônias com até 80 animais
(p. ex., NOGUEIRA; POL, 1998).
Nenhuma espécie de emballonurideo neotropical é atualmente considerada
ameaçada de extinção pelos critérios da IUCN, apesar de algumas espécies serem
conhecidas por menos de dez registros de captura. De modo geral, os embalonurídeo
são pouco amostrados por meio de capturas com de redes de neblina armadas no
sub-bosque (BERNARD, 2003), e algumas espécies só são conhecidas por exemplares
abatidos por tiro ou capturadas por meio de buscas ativas, em seus abrigos diurnos.
65
Subfamília Emballonurinae
Gervais, 1856
Carlos Eduardo Lustosa Esbérard
Paula Ferracioli ♦ Valéria da Cunha Tavares
66
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Gênero Centronycteris Gray, 1838
O gênero Centronycteris é composto de duas espécies, Centronycteris centralis O.
Thomas, 1912 que ocorre no norte e leste da América da Sul, e C. maximiliani (Fischer,
1829), distribuida desde a Colômbia, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana
Francesa até o sudeste do Brasil (HOOD; GARDNER, 2008; ROCHA et al., 2015a). A
pelagem dorsal é longa e macia e a membrana interfemural e a região interorbital, no
rostro, apresentam pelos avermelhados. Ambas as espécies não apresentam bolsas
associadas ao patágio, como é o caso de outros embalonurídeos neotropicais (HOOD;
GARDNER, 2008). Os principais caracteres diagnósticos para distinguir as espécies estão
relacionados ao tamanho relativo das fossas basiesfenoides e ao tamanho corporal
(SIMMONS; HANDLEY-JR, 1998)
Centronycteris maximiliani (Fischer, 1829)
(Foto: André Pol)
A localidade-tipo de Centronycteris maximiliani é “Fazenda Coroaba, rio Jucú,
Espírito Santo, Brasil”. Já foi registrada nos estados do Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Pernambuco e Espírito Santo (TAVARES et al., 2008a; ROCHA et al., 2015a)
e há registros mais recentes para a Bahia e Mato Grosso (GEISE et al., 2015; OLIVEIRA
et al., 2015b).
67
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
É um morcego de porte pequeno (comprimento total de 41 a 64mm; peso de
4,5 a 9g; antebraço de 41,5 a 45mm; cauda de 15 a 26mm) (SIMMONS; HANDLEY-
JR, 1998; HICE; SOLARI, 2002; ROCHA et al., 2015a). A pelagem dorsal é bicolorida,
com base cinzenta ou marrom-escura e pontas variando entre marrom-pálido e
marrom-alaranjado. A pelagem do ventre é mais clara que a do dorso e é nitidamente
bicolorida, com pontas de cor marrom-pálida e base escura (SIMMONS; HANDLEY-
JR, 1998).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Dados sobre sua dieta são escassos no Brasil. Há somente um registro feito (REIS;
PERACCHI, 1987) de fragmentos de insetos não identificados nas fezes de um indivíduo
macho de C. maximiliani.
Quanto a sua reprodução, o único dado na literatura é referente ao registro de
uma fêmea lactante coletada no mês de fevereiro, na Amazônia (SIMMONS; HANDLEY-
JR, 1998). As fêmeas podem apresentar tamanho ligeiramente maior que os machos
(SIMMONS; HANDLEY-JR, 1998).
Centronycteris maximiliani tem, aparentemente, uma distribuição disjunta na
América do Sul, sendo encontrada nos biomas Amazônia e Mata Atlântica (ROCHA et
al., 2015b). A biologia desta espécie é muito pouco conhecida, tendo sido capturada em
florestas em diferentes graus de conservação, como florestas primárias e secundárias
e áreas de campinas e campinaranas na Amazônia Central (SIMMONS; VOSS, 1998;
SIMMONS; HANDLEY-JR, 1998; BARNETT et al., 2006; NOGUEIRA et al., 2007). Há registro
de um espécime na Guiana Francesa abrigando-se em uma folha de melastomatácea
(SIMMONS; HANDLEY-JR, 1998).
Centronycteris maximiliani é categorizada atualmente como “Pouco Preocupante”
pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008a) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Cormura Peters, 1867
O gênero Cormura é monoespecífico, representado pela espécie Cormura
brevirostris. Ele se distribui desde a Nicarágua até o Peru e centro-oeste do Brasil
(SIMMONS, 2005). Caracteriza-se pela presença de uma bolsa glandular longa situada
no meio da membrana antibraquial (BERNARD, 2003).
68
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Cormura brevirostris (Wagner, 1843)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
Cormura brevirostris foi descrita a partir de um exemplar coletado em Marabitanas,
Rio Negro, estado do Amazonas. No Brasil, já foi registrada nos estados do Amazonas,
Amapá, Maranhão, Pará, Rondônia e Mato Grosso (TAVARES et al., 2008a; SANTOS
et al., 2009; BERNARD et al., 2011a; SILVA et al., 2013; CASTRO; MICHALSKI, 2015).
É uma espécie de médio porte (comprimento total de 58 a 72mm, peso de 6,8
a 11g, comprimento do antebraço de 45 e 49mm e cauda de 9 e 17mm) (SIMMONS;
VOSS, 1998). O dorso é marrom-escuro a marrom-avermelhado, ou castanho, e o ventre
por vezes pode ser mais claro. As asas de C. brevirostris são negras e o plagiopatágio
posterior é ligado aos pés à altura da base dos dedos. Cormura brevirostris tem bolsas
glandulares no propatágio, as quais são mais desenvolvidas em machos do que em
fêmeas, além de membranas interfemurais bem desenvolvidas com a cauda perfurando
o uropatágio dorsalmente e medindo cerca de de 1 a 3mm, a partir da face dorsal do
uropatágio, na região medial (BERNARD, 2003).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Há registro de consumo de ortópteros (RIVAS-PAVA et al., 1996) por C. brevirostris.
Segundo Bernard (2003), C. brevirostris captura suas presas em áreas florestais, entre
a copa de árvores, abaixo delas ou em clareiras. A espécie foi registrada forrageando
em bordas e capturando suas presas longe da vegetação, a cerca de 5 a 10m de
distância (SURLYKKE; KALKO, 2008), em áreas de maiores lacunas da borda e em
espaços parcialmente abertos sobre riachos ou grandes clareiras (JUNG et al., 2007).
Quanto à reprodução, Fleming et al. (1972) capturaram fêmeas grávidas de Cormura
brevirostris em abril e maio no Panamá, e Nowak (1999), em agosto e setembro na
Guiana Francesa.
69
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
No Brasil, Cormura brevirostris é endêmica da região amazônica (BERNARD et al.,
2011a). Apesar de pouco capturada e considerada rara, é provável que o conhecimento
de suas abundâncias relativas locais seja limitado pelos métodos de captura (BERNARD,
2003). Há registros de sua captura em redes de neblina no início da noite (DÍAZ; GARCÍA,
2012). Aparentemente, Cormura brevirostris é sensível à fragmentação florestal, visto que é
menos observada em áreas florestais de menor tamanho em detrimento de áreas maiores
e menos isoladas (ESTRADA-VILLEGAS et al., 2010). A espécie forma grupos pequenos, com
2 a 5 indivíduos (SIMMONS; VOSS, 1998), geralmente com mais machos adultos do que
fêmeas, que se mantêm bem agrupados e formam “massas compactas” (BERNARD, 2003).
Utilizam como refúgio ocos de árvores, troncos caídos, cavidades entre raízes, pontes e
folhas, tendo sido registrado o uso de Phenakospermum guyanensis (SIMMONS; VOSS, 1998).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008b), Cormura
brevirostris não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Cyttarops Thomas, 1913
O gênero Cyttarops é monotípico e representado pela espécie Cyttarops alecto, que
está distribuida a partir da Nicarágua, Costa Rica e Panamá até a Venezuela, Guiana,
Suriname, Guiana Francesa, Colômbia, Bolívia, Peru e região norte do Brasil (SIMMONS,
2005; LIM, 2009; TAVARES et al., 2012; RODRÍGUEZ; PÉREZ, 2012). Caracteres diagnósticos
incluem a ausência de bolsa glandular e o formato peculiar do trago (NOWAK, 1994).
Cyttarops alecto Thomas, 1913
A localidade-tipo é Ananindeua, Mocajatuba, Pará (cf. TAVARES et al., 2012). No
Brasil, possui registros para os estados: Pará, Tocantins e Rondônia (TAVARES et al.,
2008a; TAVARES et al., 2012).
De porte mediano, o comprimento do corpo (cabeça e corpo) varia entre 50 e
75mm; o antebraço, entre 40 e 47,2mm; a cauda, entre 18 e 25mm; e o peso corporal,
entre 6 e 9g. A pelagem é sedosa e longa e possui coloração cinza-escuro; a tíbia possui
ranhuras profundas e sua clavícula é muito expandida; não apresentam bolsas nas asas,
que são de cor negra; tragos e orelhas são curtos e possuem formato arredondado
(TAVARES et al., 2012).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Análises do conteúdo estomacal de Cyttarops alecto registraram o consumo
de insetos dípteros e lepidópteros e a presença de fragmentos de exoesqueletos
quitinosos (VELAZCO et al., 2011; TAVARES et al., 2012). Assim como C. brevirostris,
70
História Natural dos Morcegos Brasileiros
prefere forragear em áreas de maiores aberturas, em bordas de floresta e em grandes
clareiras ou espaços parcialmente abertos sobre riachos, mas nunca em áreas totalmente
abertas, como pastos (JUNG et al., 2007).
Uma fêmea grávida foi registrada em meados da estação seca no Peru, com
um embrião em fase intermediária de desenvolvimento, indicando a ocorrência do
nascimento provavelmente no início da estação chuvosa (VELAZCO et al., 2011).
Cyttarops alecto ocorre em diversos tipos de ambientes, incluindo florestas
primárias e secundárias e pomares (MEDINA-FITORIA et al., 2015), e parece ser sensível
à urbanização (JUNG; KALKO, 2011); todavia, já foi registrada em áreas urbanizadas
(TAVARES et al., 2012). Tem biologia pouco conhecida, devido à escassez de capturas,
mas há registros que demonstram que C. alecto utiliza como refúgio folhas de coqueiros
(Cocos nucifera), onde forma colônias de quatro a 11 indivíduos de ambos os sexos e
de diferentes idades (STARRETT, 1972; MEDINA-FITORIA et al., 2015).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (LIM et al., 2008a), não consta
na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Diclidurus Wied-Neuwied, 1820
Gênero composto por quatro espécies, sendo reconhecidos dois subgêneros:
Depanycteris, contendo D. ingens Hernández-Camacho, 1955; Diclidurus, contendo
D. albus Wied-Neuwied, 1820, D. scutatus Peters, 1869 e D. isabellus (Thomas, 1920)
(NOGUEIRA et al., 2007).
Diclidurus albus Wied-Neuwied, 1820
(Foto: Luciana M. Costa)
71
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Ocorre do México até o nordeste e sudeste do Brasil, tendo como localidade-tipo
Rio Pardo, no estado da Bahia, Brasil (CEBALLOS; MEDELLÍN, 1988; FERREIRA et al.,
2013). No Brasil, já foi registrada nos estados de Rondônia, Amazonas, Amapá, Pará,
Bahia, Pernambuco, Paraíba, Espírito Santo e Rio de Janeiro (TAVARES et al., 2008a;
FERREIRA et al., 2013; REIS et al., 2013a).
Apresenta tamanho médio (comprimento do corpo de 68 a 82mm; peso de
13 a 24g; comprimento do antebraço de 58,9 a 69mm; e cauda de 18 a 22mm;
(REID, 1997; FERREIRA et al., 2013). Tem pelagem branca, orelhas arredondadas,
curtas e de cor amarelada; olhos relativamente grandes; bolsas glandulares na
membrana interfemural, a qual é perfurada dorsalmente na região central da
bolsa pela curta cauda. Diclidurus scutatus e D. ingens possuem pelagem branca
como D. albus e D. albus, é maior do que D. scutatus e menor do que D. ingens
(NOGUEIRA et al., 2007).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Alimenta-se de dípteros e lepidópteros (CEBALLOS; MEDELLÍN, 1988; PERACCHI;
ALBUQUERQUE, 1997) e forrageia principalmente em áreas de borda na altura do
dossel e em áreas abertas, mais afastadas da borda da floresta (JUNG et al., 2007;
BARBOZA-MARQUEZ et al., 2013).
Dados reprodutivos só estão disponíveis para indivíduos do México, onde
foram capturadas fêmeas grávidas em maio, sugerindo uma época reprodutiva que
se estende de janeiro a junho (CEBALLOS; MEDELLÍN, 1988). A bolsa glandular é
mais desenvolvida em machos e fica mais evidente durante o período reprodutivo,
pois acredita-se que desempenhe o papel de atrair fêmeas, como visto em outros
embalonurídeos que possuem as mesmas bolsas nas membranas alares (NOGUEIRA
et al., 2007).
A espécie pode ser encontrada em florestas primárias e secundárias e também
em áreas urbanas (HANDLEY-JR, 1976). Na Amazônia, já foi registrada em áreas de
floresta de terra firme e habitat alagáveis (SILVA et al., 2013). Utiliza folhas de palmeiras
como refúgio, mas também pode ser encontrada em habitações humanas (CEBALLOS;
MEDELLÍN, 1988; PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1997).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (LIM et al., 2008b), não consta
na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
72
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Diclidurus ingens Hernández-Camacho, 1955
(Foto: Enrico Bernard)
Tem como localidade-tipo Porto Laguizano, Colômbia (RAMÍREZ-CHAVES, 2011).
Ocorre na Colômbia, Venezuela, Guiana e no norte do Brasil, onde foi registrada no
Pará e na região centro-oeste, no estado de Mato Grosso (DALPONTE; AGUIAR, 2009;
MANTILLA-MELUK et al., 2009a).
Trata-se de um morcego de grande porte, quando comparado aos demais Diclidurus
(comprimento de antebraço de 67,9 a 73mm, comprimento do corpo até 76,8mm,
cauda até 25,2mm e peso até 16,5g) (DALPONTE; AGUIAR, 2009; MANTILLA-MELUK
et al., 2009a). Apresenta pelagem branca como D. albus e pode ser distinguido das
demais espécies de Diclidurus principalmente pelo maior comprimento do antebraço
(NOGUEIRA et al., 2007).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Na Colômbia, Diclidurus ingens foi observada forrageando próximo a um poste
de luz em um campo de futebol (MANTILLA-MELUK et al., 2009a). No Panamá, foi
capturada com o auxílio de arma de tiro, enquanto voava sobre rios dentro de florestas
úmidas e em áreas peridomiciliares (HANDLEY-JR, 1976). Também foi registrada em
habitações humanas (DALPONTE; AGUIAR, 2009; MANTILLA-MELUK et al., 2009a).
Classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (LIM et al., 2008c), não consta
na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
73
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Diclidurus isabella (Thomas, 1920)
A localidade-tipo é Manacapuru, estado do Amazonas (THOMAS, 1920). Trata-se
da espécie com distribuição mais restrita do gênero, com registro de sua ocorrência
somente na Venezuela, Guiana e no norte do Brasil, nos estados do Amazonas e
Rondônia (BERNARD et al., 2011a; GARBINO et al., 2013).
É uma espécie relativamente pequena entre os representantes do gênero
(comprimento total de 83 a 92mm, antebraço de 58 a 65mm, cauda de 15 a 24mm e
peso de 14 a 18 g) (LIM et al., 1999; GARBINO et al., 2013). Também difere das demais
espécies do gênero pelo polegar bem desenvolvido e provido de garra e pela coloração
do dorso, que é predominantemente acastanhada, e o ventre, branco-amarelado (LIM
et al., 1999).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Diclidurus isabella forrageia em espaços abertos, incluindo clareiras, lagoas
e rios e sobre a copa das árvores, o que pode explicar sua baixa taxa de captura
em redes de neblina alocadas em sub-bosque. A espécie pode frequentar áreas
urbanas para consumir os insetos atraídos pela iluminação artificial (EMMONS;
FEER, 1987).
Fêmeas adultas (total de 13) foram capturadas em abril na Guiana e não
apresentavam sinais reprodutivos (LIM et al., 1999). No Brasil, D. isabella é endêmica
da Amazônia (BERNARD et al., 2011b), tendo sido registrada em área de Floresta
de Terra Firme (GARBINO et al., 2013). Tem biologia pouco conhecida, tendo sido
capturada ocasionalmente, com auxílio de arma de tiro e mediante registros
acústicos (HANDLEY-JR, 1976; LIM et al., 1999; OCHOA et al., 2005; GARBINO
et al., 2013). Apesar dos poucos registros, pode ser considerada localmente
comum, pela facilidade de observá-la voando sobre grandes rios (LIM et al., 1999).
Provavelmente, utiliza como refúgios diurnos os espaços entre folhas de palmeiras
(EMMONS; FEER, 1987).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008c), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
74
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Diclidurus scutatus Peters, 1869
(Foto: Mirian Sodré Silva)
Tem como localidade-tipo Belém, no Pará, e ocorre desde a Venezuela, Peru, Guiana,
Suriname, Guiana Francesa até o sudeste do Brasil (BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE,
1990; NOGUEIRA et al., 2007). Em território brasileiro, já foi registrada nos estados
do Amazonas, Amapá, Pará e São Paulo (TAVARES et al., 2008a; SODRÉ; UIEDA, 2006;
BERNARD et al., 2011a).
Trata-se do menor Diclidurus (comprimento do antebraço de 54 a 58,9mm,
comprimento do corpo de 62,7 a 65mm, cauda com até 20mm, e peso de 10 a
13g) (LINARES; RIVAS, 2004; ESCOBEDO; VELAZCO, 2012). A pelagem é sedosa e
longa, com uma porção basal de coloração marrom-acinzentada e com as pontas
brancas. O patágio e a epiderme que recobre os membros são de cor branca, e
os machos possuem duas bolsas glandulares na mambrana interfemural (SODRÉ;
UIEDA, 2006).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Pode ser capturada em matas primárias e secundárias (BROSSET et al., 1996),
áreas peridomiciliares e mesmo em áreas urbanas, como descrito por Sodré e Uieda
(2006), em São Paulo. Porém, é considerada rara em áreas urbanas (PACHECO
et al., 2010). Trata-se do registro mais austral das espécies deste gênero. Já foi
capturada também sob folhas de Cyclanthaceae (BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE,
1990).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008d), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
75
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Gênero Peropteryx Peters, 1867
Este gênero compreende cinco espécies: Peropteryx macrotis (Wagner, 1867);
P. kappleri Peters, 1867; P. leucoptera Peters 1867; P. trinitatis Miller, 1899; e a
recentemente descrita P. pallidoptera Lim, Engstrom, Reid, Simmons, Voss & Fleck,
2010. Todos elas ocorrem no Brasil (CASTRO et al., 2012; NOGUEIRA et al., 2014a).
Peropteryx kappleri Peters, 1867
(Foto: Patrício Rocha)
Ocorre do México até a Guiana Francesa, Peru, Bolívia e leste do Brasil, tendo
como localidade-tipo Suriname (CARRERA et al., 2010). No Brasil, já foi capturada
nos estados do Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins, Maranhão, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo (TAVARES et
al., 2008a; BERNARD et al., 2011a; FEIJÓ; LANGGUTH, 2011; REIS et al., 2013a).
É a maior espécie do gênero (LIM et al., 2010) (comprimento do corpo de 65 a
82mm, antebraço de 47 a 54mm, cauda de 9 a 17mm e peso de 6,7 a 11,6g (LIM et al.,
2010). Tem coloração castanho-escura na região dorsal e ventre um pouco mais claro.
A pelagem é longa, geralmente com 10mm ou mais na região dorsal. Possui orelhas
negras e longas que, quando deslocadas para a frente, ultrapassam a extremidade
do focinho. O trago possui a ponta arredondada, e o patágio tem coloração negra.
Além disso, Peropteryx kappleri possui bolsas glandulares curtas na margem anterior
do propatágio (NOGUEIRA et al., 2007; REIS et al., 2013a).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
76
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Sua dieta é constituída principalmente de himenópteros, coleópteros, lepidópteros
e dípteros (LINARES, 1998; GARCÍA et al., 2011). Forrageia principalmente em áreas
abertas (JUNG et al., 2007)
No Brasil, são escassos os dados com relação à reprodução desta espécie.
Observações realizadas na Colômbia indicam que a reprodução coincide com o regime
pluviométrico, com um pico maior de nascimentos em abril e um menor em outubro
e novembro. Antes do parto, as fêmeas trocam de área dentro refúgio, mantendo-se
longe dos machos (GIRAL; ALBERICO, 1991). O desmame ocorre após os primeiros 15
dias de vida (GIRAL; ALBERICO, 1991). Fêmeas são maiores que machos quanto ao
comprimento total do corpo, antebraço e peso (LIM et al., 2010).
Peropteryx kappleri está distribuída nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e
Caatinga (PAGLIA et al., 2012). A espécie ocorre em florestas primárias e secundárias, em
florestas secas e em áreas de cultivo (HANDLEY-JR, 1976); porém, é mais frequentemente
capturada em áreas de borda do que em áreas abertas (BARBOZA-MARQUEZ et al.,
2013). É considerada uma espécie de áreas florestais, sensível à urbanização. Forma
colônias mistas, com apenas um ou poucos machos e uma quantidade maior de fêmeas,
que variam de cinco a até mais de 40 indivíduos, ocupando cavernas, frestas, troncos
caídos e árvores ocas e fendas em rochas (GIRAL; ALBERICO, 1991; BAPTISTA; MELLO,
2001). Entretanto, quanto ao uso de refúgios diurnos, é considerada essencialmente
cavernícola (GUIMARÃES; FERREIRA, 2014). Já foi registrada dividindo refúgio com a
espécie Desmodus rotundus (CARRERA et al., 2010).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (DÁVALOS et al., 2008a), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Peropteryx leucoptera Peters, 1867
(Foto: Patrício Rocha)
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Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Tem como localidade-tipo Suriname, ocorrendo desde a Guiana, passando pela
Guiana Francesa, Peru, Colômbia, Equador e Venezuela, até o Brasil (NOGUEIRA et
al., 2007), onde pode ser encontrada nas regiões norte e nordeste, nos estados do
Amazonas, Amapá, Pará, Sergipe, Pernambuco e Paraíba (TAVARES et al., 2008a;
BERNARD et al., 2011a; CASTRO; MICHALSKI, 2015).
Seu tamanho é pequeno quando comparado às demais espécies do gênero
(comprimento do corpo de 56 a 59mm, antebraço de 41 a 46,4mm, cauda de 5 a 17mm
e peso de 4 a 9g (MCDONOUGH et al., 2010; LIM et al., 2010; MIKALAUSKAS et al.,
2014). A pelagem é castanho-escura no dorso e torna-se mais clara no ventre. Além
disso, muitas vezes, os indivíduos têm as pontas das asas de cor branca e os antebraços
e dígitos são sempre de cor marrom-escura (LIM et al., 2010; SUAREZ-CASTRO et al.,
2012). É muito semelhante à espécie P. pallidoptera por possuir as membranas das asas
translúcidas; entretanto, difere-se dela por apresentar o propatágio e plagiopatágio
de coloração marrom-escura e possuir as orelhas ligadas por uma banda de pele
membranosa e estreita (LIM et al., 2010).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Alimenta-se de coleópteros (REIS; PERACCHI, 1987).
Fêmeas grávidas foram capturadas em maio, no Pará (BERNARD, 1999), e em
fevereiro, no Peru (DÍAZ; GARCÍA, 2012).
Ocorre em florestas primárias e secundárias da Amazônia, Mata Atlântica e
Cerrado (REIS; PERACCHI, 1987; BROSSET, 1996; BERNARD, 1999; PAGLIA et al.,
2012) e já foi capturada em fragmentos florestais cercados de savanas (BERNARD,
1999; SUAREZ-CASTRO et al., 2012) e florestas alagáveis da Amazônia (SILVA et al.,
2013). Utiliza como refúgios ocos de árvores e espaços em troncos caídos, onde
forma grupos que podem chegar a 12 indivíduos (SIMMONS; VOSS, 1998; DÍAZ;
GARCÍA, 2012).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008e), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
78
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Peropteryx macrotis (Wagner, 1843)
(Foto: André Pol)
Tem como localidade-tipo Mato Grosso (YEE, 2000). Ocorre do México ao Peru,
Bolívia, Paraguai e Brasil, até as regiões sul e sudeste (YEE, 2000). Em território
brasileiro, já foi registrada nos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Goiás, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe
e Bahia (TAVARES et al., 2008a; REIS et al., 2013a; LEAL et al., 2013; FISCHER et al.,
2015). É a espécie da família Emballonuridae com distribuição geográfica mais austral.
É considerada a menor espécie do gênero (YEE, 2000) (comprimento do corpo
de 53 a 65mm, cauda de 11 a 18mm, antebraço de 38,3 a 48,2mm e peso corporal
de 3 a 9,2g (cf. YEE, 2000; LIM et al., 2010). A coloração geral da pelagem pode variar
em cinza, marrom ou avermelhada na região dorsal e um pouco mais clara na região
ventral (YEE, 2000). As asas são de coloração cinza-escura e não possuem manchas
brancas. Além disso, P. macrotis não possui banda de pele interligando as orelhas,
como P. leucoptera (YEE, 2000).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Peropteryx macrotis se alimenta de dípteros e coleópteros (BRADBURY;
VEHRENCHAMP, 1976) e forrageia em áreas abertas e próximas a habitações humanas,
como estradas e ao redor de luzes (YEE, 2000; BADER et al., 2015).
79
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Sua reprodução ocorre tanto na época seca quanto na época chuvosa (GRAHAM,
1987). Fêmeas grávidas foram capturadas em janeiro, setembro e outubro no nordeste
do Brasil e lactantes em janeiro, demonstrando poliestria* (WILLIG, 1985b). A gestação
dura de 4 a 4,5 meses (LOPEZ-FORMENT, 1976). Há dimorfismo sexual, e as fêmeas
são maiores que os machos (YEE, 2000).
Distribui-se em quase todos os biomas brasileiros, exceto Pampa (PAGLIA et
al., 2012). Ocorre em florestas primárias e secundárias, savanas e áreas de cultivo
(HANDLEY-JR, 1976; SIMMONS; VOSS, 1998). Também é frequente em áreas de borda
florestal (BARBOZA-MARQUEZ et al., 2013). Os abrigos já relatados compreendem
cavernas, fendas entre rochas, construções humanas e buracos em árvores, onde
grupos de até 21 animais foram capturados (YEE, 2000; ESBÉRARD; BERGALLO, 2008;
BELTRÃO et al., 2015). Todavia, grupos que reúnem cerca de 80 indivíduos podem
ocupar grandes cavernas (NOGUEIRA et al., 2007).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008a), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Peropteryx pallidoptera Lim, Engstrom, Reid, Simmons, Voss & Fleck, 2010
Sua localidade-tipo é Província de Orellana, Equador (LIM et al., 2010). Ocorre
no Equador, Peru, Colômbia e norte do Brasil (LIM et al., 2010; MCDONOUGH et al.,
2010; MORALES-MARTÍNEZ, 2013), onde foi registrada recentemente com base em
um indivíduo fêmea, coletado em Curuá, no estado do Pará (CASTRO et al., 2012).
Possui tamanho mediano (comprimento do corpo de 52 e 67mm, antebraço de 37
a 43mm, cauda entre 9,6 e 15mm e peso entre 4 e 6g) (LIM et al., 2010; MCDONOUGH
et al., 2011; CASTRO et al., 2012; SUAREZ-CASTRO et al., 2012; GUERRA; ALBUJA,
2012; MORALES-MARTÍNEZ, 2013). A pelagem dorsal é longa (cerca de 8mm) e possui
coloração castanha, tornando-se mais clara no ventre. Assemelha-se à espécie P.
leucoptera pelo fato de suas asas serem translúcidas; todavia, possui a coloração dos
antebraços e dígitos de cor marrom mais clara (marrom-escura, em P. leucoptera) e
não possui banda de pele interligando as orelhas. Possui covas pterigoides* pequenas
que são separadas por uma grande região mesopterigoide (LIM et al., 2010).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Quanto a sua reprodução, duas fêmeas grávidas foram capturadas no mês de
julho no Peru e umas delas gestava dois embriões (DÍAZ, 2011). Outra fêmea grávida
foi capturada em setembro e uma fêmea lactante, em outubro, no Equador (LIM et
al., 2010), sugerindo que há pelo menos dois picos reprodutivos ao ano. Apresenta
dimorfismo sexual, sendo que fêmeas são maiores que machos (LIM et al., 2010).
80
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Encontrada somente na Amazônia, no Brasil (CASTRO et al., 2012), foi coletada
em áreas de floresta primária bem conservadas e próximo a áreas degradadas (LIM et
al., 2010; DÍAZ; GARCÍA, 2012) e regiões savânicas na Colômbia (MORALES-MARTÍNEZ,
2013). Foi registrada refugiando-se em cavernas próximas a cursos e quedas d’água,
raízes de árvores caídas e troncos ocos de árvores caídas, em tocas de tatu próximas
a cursos d’água, fendas no solo formadas por erosão em barrancos de riachos e sob
folhas não modificadas de uma espécie de banana selvagem (LIM et al., 2010). Há
registros de coabitação de refúgios com as espécies Carollia brevicaudata, Peropteryx
leucoptera e Saccopteryx bilineata (LIM et al., 2010).
Por ser uma espécie recentemente descrita, ainda não foi avaliada por comitês
da IUCN e não consta da Lista Nacional na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de
Extinção (ICMBIO, 2014).
Peropteryx trinitatis Miller, 1899
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
A localidade-tipo é Porto de Espanha, em Trinidad e Tobago (HOOD; GARDNER, 2008),
e ocorre em Trinidad e Tobago, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Brasil, onde já foi
registrada no Pará, Amapá, Maranhão e Bahia (HOOD; GARDNER, 2008; SILVA et al., 2013).
81
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Possui porte pequeno (comprimento total de 54 a 64mm, cauda de 11 a 18mm,
antebraço de 36 a 43mm e peso de 3 a 6g) (LIM et al., 2010). A pelagem dorsal
tem cerca de 8mm de comprimento e coloração que varia do castanho-escuro ao
castanho-avermelhado, sendo o ventre levemente mais claro. As asas têm coloração
similar à do dorso, as orelhas são largas e grandes, mais estreitas na ponta e não são
interligadas por faixa de pele. O focinho tem formato de cone e as narinas se abrem
em sua extremidade (REIS et al., 2013a).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
A reprodução provavelmente é sazonal, concentrada na época de chuvas. Há
dimorfismo sexual, e as fêmeas são maiores que os machos (LIM et al., 2010).
É encontrada em florestas primárias, savanas e ambientes alterados como
pastagens e em habitat alagáveis da Amazônia (HOOD; GARDNER, 2008; SILVA
et al., 2013). Utiliza fendas entre rochas, árvores ocas, troncos caídos, cavernas
e casas como refúgios diurnos (HANDLEY-JR, 1976; REIS et al., 2013a). Brosset
e Charles-Dominique (1990) descreveram um refúgio contendo mais de cem
indivíduos; todavia, a formação de grupos pequenos é mais comum. É pouco
capturada em redes de neblina, e mais comumente em abrigos diurnos (REIS et
al., 2013a).
Classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008f), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Rhynchonycteris Peters, 1867
É um gênero monotípico, representado pela espécie Rhynchonycteris naso (Wied-
Neuwied, 1820). Distribui-se desde o México, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana
Francesa, Trinidad e Tobago, até o nordeste e sudeste do Brasil (PLUMPTON; JONES,
1992). O focinho alongado que se prolonga para além do lábio inferior é um dos
caracteres que diferencia R. naso dos demais embalonurídeos (PLUMPTON; JONES,
1992).
82
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Rhynchonycteris naso (Wied-Neuwied, 1820)
(Foto: André Pol)
Tem como localidade-tipo Morro da Arara, Rio Mucuri, na Bahia (PLUMPTON;
JONES, 1992). No Brasil, há registros nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará,
Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão,
Piauí, Ceará, Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito
Santo e Rio de Janeiro (TAVARES et al., 2008a; FABIÁN, 2008; CÁCERES et al., 2008;
BERNARD et al., 2011a; NASCIMENTO et al., 2013; REIS et al., 2013a).
É uma espécie de pequeno porte (comprimento do corpo de 37 a 46mm, antebraço
de 35 a 40mm, cauda de 11 a 16,84mm e peso de 3,5 e 6g) (PERACCHI; NOGUEIRA,
2008; REIS et al., 2013a). Caracteriza-se pelo focinho pontudo e alongado e pelos
tufos de pelos brancos na parte dorsal do antebraço, a pelagem dorsal grisalha e a
presença de duas listras paralelas, longitudinais, sinuosas e de coloração branca. A
parte ventral tem coloração cinza-claro e R. naso não possui bolsas nas membranas
antebranquiais ou no uropatágio (PLUMPTON; JONES, 1992; PERACCHI; NOGUEIRA,
2008). Orelhas e membranas possuem coloração marrom-escura e seu calcâneo é
maior que a tíbia (PLUMPTON; JONES, 1992).
83
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Apresenta atividade crepuscular quando forrageia e caça dípteros, coleópteros,
tricópteros e quironomídeos (DALQUEST, 1957; PLUMPTON; JONES, 1992). Forrageia
sobre a água (JUNG et al., 2007) e parece ser adaptada a forragear em áreas externas
às florestas (BARBOZA-MARQUEZ et al., 2013).
Uma fêmea grávida foi capturada no mês de junho, no Peru (DÍAZ; GARCÍA,
2012). No Brasil, já foram registradas fêmeas grávidas no mês de outubro e
lactantes nos meses de abril, maio e outubro, e os filhotes nascem no iníco e no
fim do período chuvoso (NOGUEIRA; POL, 1998). Todavia, pode haver atividade
reprodutiva ao longo de todo o ano (PLUMPTON; JONES, 1992). O desmame ocorre
após quatro meses, e a maturidade sexual de fêmeas ocorre aproximadamente aos
18 meses (BRADBURY; VEHRENCAMP, 1976; NOGUEIRA; POL, 1998; PLUMPTON;
JONES, 1992).
Ocorre em florestas primárias, secundárias e em áreas de cultivo (REIS et al.,
2013a). Já foi registrada em áreas fragmentadas e regiões savânicas da Amazônia
(BERNARD; FENTON, 2007). Geralmente, refugia-se em troncos ou galhos de árvores,
pontes de concreto, habitações humanas, fendas entre rochas, em ambientes próximos
ou sobre cursos d’água e em refúgios com boa iluminação, como a entrada de
cavernas (PERACCHI; NOGUEIRA, 2008; TAVARES et al., 2007; FABIÁN, 2008; PEREIRA
et al., 2009; DÍAZ; GARCÍA, 2012). Forma grupos pequenos de três a cinco indivíduos,
mas que podem conter até 80 indivíduos (NOGUEIRA; POL, 1998), mantendo os
antebraços em ângulos próximos a 45 graus. Compartilha refúgio com Macrophyllum
macrophyllum, Carollia perspicillata e Myotis albescens (TAVARES et al., 2007; DÍAZ;
GARCÍA, 2012).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (LIM; MILLER, 2008), não consta
na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Saccopteryx Illiger, 1811
Este gênero compreende cinco espécies, das quais quatro ocorrem em território
brasileiro: Saccopteryx bilineata (Temmincki, 1838); S. canescens Thomas, 1901; S.
gymnura Thomas, 1901; e S. leptura (Schreber, 1774). Apresenta duas linhas dorsais
mais claras e uma bolsa glandular que se localiza no propatágio, próximo à parte
central do comprimento do antebraço (NOWAK, 1999).
84
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Saccopteryx bilineata (Temmincki, 1838)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
Detalhe do antebraço e propatágio com bolsa glandular. (Foto: Adriano L. Peracchi)
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Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
A localidade-tipo é Suriname e a espécie é encontrada desde o México até a Bolívia,
Trinidad e Tobago, Guiana Francesa e sudeste do Brasil (HOOD; GARDNER, 2008). Foi
registrada nos estados do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Mato
Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de
Janeiro (TAVARES et al., 2008a; REIS et al., 2013a).
É a maior espécie do gênero (comprimento do corpo de 72 e 86mm, cauda de 15 a
24mm, antebraço de 45 a 51mm e peso de 6,7 a 13,2g) (SIMMONS; VOSS, 1998). Fêmeas
são maiores que machos (YANCEY et al., 1998a). A coloração da pelagem dorsal varia de
marrom-escura a negra e torna-se mais clara no ventre. As membranas também apresentam
coloração enegrecida. Possui duas linhas dorsais bem evidentes, de formato sinuoso e que
se estendem dos ombros à região lombar posterior. Além disso, possui bolsas glandulares no
propatágio, junto ao antebraço, sendo mais desenvolvidas nos machos do que nas fêmeas
(YANCEY et al., 1998a). Suas orelhas são afuniladas, possuem a margem externa recortada
e não atingem o focinho quando estendidas em direção ao rostro (REIS et al., 2013a).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Sua dieta constitui-se principalmente de coleópteros e dípteros (BRADBURY;
VEHRENCAMP, 1976; RIVAS-PAVAS et al., 1996) e forrageia, principalmente, na borda
da floresta (JUNG et al., 2007).
A reprodução dessa espécie é marcadamente sazonal, com filhotes nascendo de maio
a junho, após a época das chuvas. Os filhotes são capazes de voar independentemente
após duas semanas. O desmame ocorre 12 semanas após o nascimento e, após esse
período, as fêmeas abandonam o refúgio que usaram para a reprodução (BRADBURY;
EMMONS, 1974). A espécie é territorialista e chega a formar colônias de 40 a 50
indivíduos. Os machos formam haréns compostos de até oito fêmeas (BRADBURY;
VEHRENCAMP, 1976; REIS et al., 2013a). Os machos da espécie produzem vocalizações
de cortejo ao ouvir chamados de ecolocalização femininos, e agressivas, ao escutarem
chamados de ecolocalização masculinos (KNÖRSCHILD et al., 2012). Os machos defendem
áreas de um a três metros quadrados e atraem fêmeas para seu harém por meio de
um complexo comportamento de corte, executando ações parecidas a bocejos, além
de vocalizações e voos feitos de forma a dispersar o odor das substâncias contidas em
suas bolsas (VOIGT; VON HELVERSEN, 1999; BEHR; VON HELVERSEN, 2004).
Ocorre na Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga (PAGLIA et al., 2012). É
encontrada em floresta primárias bem drenadas e pantanosas, ou próximo a cursos
d’água, em clareiras artificiais (SIMMONS; VOSS, 1998) e em florestas secundárias
(REIS; PERACCHI, 1987; BROSSET et al., 1996). É frequente encontrar a espécie sobre
tronco de árvores, durante o dia, na floresta (NOGUEIRA et al., 2002). Todavia, ela
ocorre em vários tipos de refúgios, como árvores ocas, cavernas, fendas em rochas,
pontes, blocos de pedra e construções e até ruínas (RICK, 1968; POLANCO et al., 1992;
SIMMONS; VOSS, 1998; REIS et al., 2013a).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008g), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
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História Natural dos Morcegos Brasileiros
Saccopteryx canescens Thomas, 1901
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
Tem como localidade-tipo Óbidos, Pará, Brasil (HOOD; GARDNER, 2008). Ocorre
na Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, leste do
Peru e norte do Brasil (HOOD; GARDNER, 2008), onde já foi registrada nos estados do
Amazonas, Rondônia, Pará, Amapá e Maranhão (REIS et al., 2013a).
O tamanho é similar ao de S. leptura (comprimento do corpo de 38 mm, em média;
antebraço entre 35,8 e 40,8mm; cauda de 16mm, em média; e peso de 6,7 a 9,9g)
(SIMMONS; VOSS, 1998; REIS et al., 2013a). É semelhante à S. leptura quanto ao seu
tamanho, mas distingue-se dela por possuir a coloração da pelagem dorsal castanho-
agrisalhada, que pode variar do amarelo ao cinza; as listras dorsais são esbranquiçadas
e evidentes (SIMMONS; VOSS, 1998). A pelagem ventral é bicolorida, variando do
preto ao marrom-escuro, e com pontas acastanhadas (SIMMONS; VOSS, 1998). Suas
orelhas são pontudas e possuem a margem superior externa côncava. Seu trago não
é denteado, como em S. leptura (DAVIS, 1976).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Assim como as demais espécies do gênero, é possível que apresente um único
pico reprodutivo ao ano (REIS et al., 2013a).
Ocorre em florestas primárias e secundárias, úmidas e secas e em ambiente urbano,
incluindo pastos e pomares (HANDLEY-JR, 1976; BROSSET et al., 1996; BERNARD; FENTON,
2007). Existe um único registro de refúgio desta espécie, em que foi observado um
macho e quatro fêmeas abrigados em uma construção humana, o que pode evidenciar
a formação de haréns pela espécie (TEJEDOR, 2003). Esse registro, entretanto, carece
de voucher comprovando a espécie, que poderia ter sido confundida com S. leptura.
87
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008h), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Saccopteryx gymnura Thomas, 1901
(Foto: Ciro Lílbio)
Vista dorsal de S. gymnura indicando (Foto: Ciro Lílbio)
a ausência de listras dorsais.
88
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Ocorre somente na Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil, onde foi registrada
nos estados do Pará, Amazonas e Maranhão (SANTOS et al., 2012).
Trata-se da menor espécie do gênero (comprimento total de 37 a 54mm, antebraço
de 31 a 36mm, cauda de 9,85 a 14mm e peso de 3,3 a 3,5g) (SIMMONS; VOSS, 1998).
Possui coloração dorsal marrom-escura e as duas listras do dorso são pouco perceptíveis
ou ausentes, em alguns exemplares. A coloração da pelagem do ventre é similar à do
dorso e não é bicolorida, e seu plagiopatágio se conecta ao metatarso, e não na tíbia,
como as demais espécies do gênero (SIMMONS; VOSS, 1998).
A fórmula dentária: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Dados sobre sua reprodução são escassos, havendo apenas os registros de uma
fêmea grávida capturada em julho, na Guiana (LIM; ENGSTROM, 2001), e uma fêmea
categorizada como subadulta, que foi capturada no início de dezembro, no Brasil
(SANTOS et al., 2012). Fêmeas são maiores que machos (REIS et al., 2013a).
É considerada endêmica da Amazônia (BERNARD et al., 2011a); todavia, já foi
registrada numa região de ecótone entre Amazônia, Cerrado e Caatinga, no Maranhão
(SANTOS et al., 2012). Ocorre em florestas primárias e secundárias, em clareiras e
próximo a cursos d’água (SIMMONS; VOSS, 1998; LIM; ENGSTROM, 2001).
Classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008i), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Saccopteryx leptura (Schreber, 1774)
(Foto: Patrício Rocha)
89
Famí lia Emballonuridae ‖ Subfamí lia Emballonurinae
Sua localidade-tipo é o Suriname (YANCEY et al., 1998a), e ocorre do sul do México
ao Peru e sudeste do Brasil, incluindo Bolívia, Guiana, Guiana Francesa, parte da
Venezuela e Trinidad e Tobago (HOOD; GARDNER, 2008). No Brasil, ocorre nos estados
do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Goiás, São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe (TAVARES et al., 2008a; GARBINO, 2011; REIS et al., 2013a).
O tamanho do corpo é próximo ao de S. canescens (comprimento do corpo de
52 a 69mm, antebraço de 36 a 43,8mm, cauda de 8 a 17,7mm e peso de 3,8 a 6,4g)
(SIMMONS; VOSS, 1998; NOGUEIRA et al., 2002; DIAS; PERACCHI, 2008; GARBINO,
2011). É similar à S. bilineata, mas bem menor e de pelagem marron-clara, sendo
a coloração da pelagem dorsal marrom ou marrom-acinzentada e a pelagem do
ventre mais clara que o dorso, podendo ser castanho-acinzentada (YANCEY et al.,
1998b; PERACCHI; NOGUEIRA, 2008). Suas listras dorsais são menos pronunciadas e
as membranas possuem a mesma coloração do dorso (PERACCHI; NOGUEIRA, 2008).
As orelhas são semelhantes às de S. canescens; todavia, o trago apresenta borda
denteada (DAVIS, 1976).
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Um exemplar capturado no sudeste do Brasil possuía nas bochechas exemplares
de formigas aladas, do gênero Pheidole, confirmando o consumo de himenópteros
(NOGUEIRA et al., 2002). Reis e Peracchi (1987) destacam também o consumo de
coleópteros. A espécie parece preferir forragear em áreas de dossel próximo à borda
da floresta do que em áreas mais abertas (JUNG et al., 2007; BARBOZA-MARQUEZ et
al., 2013).
A reprodução ocorre antes da época da chuva, na América Central, e se distingue
das espécies do gênero por ser mais frequentemente monogâmica (BRADBURY;
VEHRENCAMP, 1976).
Ocorre nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga (PAGLIA et al.,
2012). Tem sido capturada em florestas primárias e secundárias, florestas de terra firme,
habitat inundáveis e regiões savânicas da Amazônia, assim como áreas modificadas
pela ação do homem, como pomares, clareiras e áreas urbanas. Refugia-se em tronco
de grandes árvores, geralmente próximo à água (REIS; PERACCHI, 1987; BROSSET et al.,
1996; SIMMONS; VOSS, 1998; SILVA et al., 2013). Na Guiana Francesa, grupos foram
encontrados arranjados em colônias pequenas, com um até quatro indivíduos, sendo
compostas de somente um macho adulto, dois machos e duas fêmeas adultos ou dois
machos adultos, uma fêmea adulta e um juvenil (SIMMONS; VOSS, 1998).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008j), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
90
Família Phyllostomidae
Gray, 1825
91
Famí lia Phyllostomidae
Os morcegos desta família apresentam como característica marcante a presença de
uma folha nasal membranosa em forma de lança ou folha, na extremidade do focinho,
exceto nos integrantes da subfamília Desmodontinae, nos quais a folha nasal é reduzida.
No Brasil, esta família está representada por 93 espécies pertencentes a dez
subfamílias. São elas: Micronycterinae; Desmodontinae; Lonchorhininae; Phyllostominae;
Glossophaginae; Lonchophyllinae; Carolliinae; Glyphonycterinae; Rhinophyllinae; e
Stenodermatinae.
92
Subfamília Micronycterinae
Baker, Hood & Honeycutt, 1989
Paula Ferracioli ♦ Nelio Roberto dos Reis
Adriano Lúcio Peracchi ♦ Alan Deivid Pereira
93
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
A subfamília Micronycterinae foi primariamente reconhecida por Van Den Bussche
(1992). Porém, somente Baker et al. (2000; 2003), com base em análises moleculares,
propuseram a posição da subfamília Micronycterinae na forma como é aceita atualmente
(SOLARI; MARTÍNEZ-ARIAS, 2014; NOGUEIRA et al., 2014a).
Das 12 espécies do grupo que ocorrem na região Neotropical, nove têm distribuição
conhecida para o Brasil (SOLARI; MARTÍNEZ-ARIAS, 2014; NOGUEIRA et al., 2014a). Estão
presentes em quase todos os biomas brasileiros, exceto Pampa, e são encontradas nos
mais variados tipos de habitat, desde floresta primária até ambientes antropizados
(NOGUEIRA et al., 2007; PAGLIA et al., 2012, FREGONEZI et al., 2013).
Possuem porte relativamente pequeno, pesando não mais do que 18,4 gramas.
Com exceção de L. brachiotys, todas as demais espécies desta subfamília são
predominantemente insetívoras (PAGLIA et al., 2012). As presas podem ser capturadas
sobre a vegetação ou em pleno voo, pois possuem um excelente sistema de ecolocalização
que faz com que esses morcegos detectem presas imóveis e que não emitam som
algum (GEIPEL et al., 2013; FALK et al., 2015).
Nenhuma espécie desse grupo consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas
de Extinção (ICMBIO, 2014), e são classificadas na categoria “Pouco Preocupante” ou
“Deficiente em Dados” pela IUCN (2015).
Gênero Lampronycteris Sanborn, 1949
Anteriormente descrito como subgênero de Micronycteris (MEDELLÍN et al., 1985;
KOOPMAN, 1994; SIMMONS, 1996), Lampronycteris foi classificado como gênero por
Simmons e Voss (1998) por meio de dados publicados por Wetterer et al. (2000). É
representado somente pela espécie L. brachyotis (Dobson, 1879) (KOOPMAN, 1976),
a qual foi descrita a partir de um exemplar coletado em Cayenne, na Guiana Francesa
(MEDELLÍN et al., 1985).
94
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lampronycteris brachyotis (Dobson, 1879)
(Foto: Carolina Scultori)
Distribui-se a partir do México, estendendo-se até o Equador e Bolívia (SIMMONS,
2005; TIRIRA et al., 2010). No Brasil, a espécie é encontrada nos estados do Acre,
Amazonas, Pará, Tocantins, Piauí, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso e
Paraná (SIMMONS, 2005; SCULTORI et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2015b).
Possui comprimento do corpo entre 48 e 62mm, seu antebraço possui entre 38 e
43,6mm e a cauda, entre 7 e 13mm. O peso pode variar de 9 a 15g (MEDELLÍN et al.,
1985; KOOPMAN, 1994; TADDEI; PEDRO, 1996; REID, 1997). A principal característica
do táxon é a pelagem de cor laranja na região da garganta, que se torna mais clara ou
amarelada na região ventral. A pelagem do dorso em adultos varia entre marrom e
marrom-alaranjado, e em indivíduos jovens a coloração nessa região pode ser marrom-
olivácea (MEDELLÍN et al., 1985). As orelhas são pequenas, de formato arredondado,
tornando-se pontiagudas na parte superior, e não possuem conexão entre si. Além
disso, o trago é longo e afilado (MEDELLÍN et al., 1985). A folha nasal é pequena e
tem o formato de uma lança, com base mais larga e ponta afilada. Os lábios inferiores
possuem duas almofadas grandes e ranhuras em formato de “Y” (MEDELLÍN et al., 1985).
O calcâneo e o pé apresentam tamanhos semelhantes (REID, 1997). Já os metacarpos
diminuem sucessivamente de tamanho; dessa forma, o quinto dedo é o mais curto
(TADDEI; PEDRO, 1996). Além disso, a base do polegar é visivelmente coberta de pelos
(MEDELLÍN et al., 1985). O uropatágio é nu em sua porção distal e apresenta poucos
pelos em sua porção proximal (MEDELLÍN et al., 1985).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes e seus incisivos têm
a forma de um cinzel* (MEDELLÍN et al., 1985).
95
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
A espécie é considerada onívora/carnívora (PAGLIA et al., 2012), pois se alimenta
de néctar, pólen e frutos, principalmente durante a estação seca, e de insetos, como
coleópteros, homópteros e dípteros (BONACCORSO, 1979; MEDELLÍN et al., 1985;
GIANNINI; KALKO, 2005). Sabe-se também que a espécie costuma capturar os insetos
de folhagens que se localizam principalmente nas copas das árvores e também durante
o voo acima do dossel (WEINBEER; KALKO, 2004).
Quanto à reprodução, a espécie pode apresentar dois períodos reprodutivos ao
ano (BONACCORSO, 1979), sendo que os filhotes começam a nascer no início da estação
chuvosa (WILSON, 1979). Além disso, os machos podem formar haréns (MEDELLÍN et
al., 1985).
No Brasil, a espécie ocorre nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia
(MARINHO-FILHO; SAZIMA, 1998; TAVARES et al., 2008a; LOUZADA et al., 2015). Essa
espécie é comumente encontrada em bandos de aproximadamente dez indivíduos
(GOODWIN; GREENHALL, 1961); porém, um grupo com cerca de 300 indivíduos já
foi registrado no México (MEDELLÍN et al., 1983). Refugia-se em cavernas e ocos
de árvores, especialmente em florestas primárias úmidas próximas a riachos,
e demonstra ser sensível a modificações do ambiente (MEDELLÍN et al., 1983;
LOUZADA et al., 2015).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014)
e é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (OCHOA et al., 2008).
Gênero Micronycteris Gray, 1866
Este gênero compreende um grupo morfologicamente diverso de morcegos
filostomídeos e que sofreu várias mudanças taxonômicas nos últimos anos (FONSECA
et al., 2007). Sanborn (1949) apresentou um arranjo no qual Micronycteris inclui
seis subgêneros (Micronycteris, Xenoctenes, Trinycteris, Neonycteris, Lampronycteris
e Glyphonycteris); porém, baseados em inúmeras análises morfológicas, alguns
autores têm sugerido que o grupo não é monofilético (SIMMONS, 1996; SIMMONS;
VOSS, 1998; WETTERER et al., 2000). Análises moleculares mais recentes (PORTER
et al., 2007) mostram que Micronycteris inclui somente quatro subgêneros:
Leuconycteris, Micronycteris, Schizonycteris e Xenoctenes. Nesta nova abordagem,
o gênero Micronycteris abrange 11 espécies (SOLARI; MARTÍNEZ-ARIAS, 2014), que
podem ser distribuídas em dois grupos que diferem quanto à coloração do ventre:
as espécies que possuem ventre de cor semelhante à coloração dorsal – “ventre
escuro” (M. megalotis, M. hirsuta, M. microtis, M. matses, M. giovanniae e M.
buriri) e as espécies em que a coloração do ventre é mais clara que a do dorso
– “ventre claro” (M. minuta, M. schmidtorum, M. homezorum, M. sanborni e M.
brosseti) (SIMMONS et al., 2002; FONSECA et al., 2007; LARSEN et al., 2011), das
quais somente oito ocorrem no Brasil.
96
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Micronycteris brosseti Simmons & Voss, 1998
Esta espécie foi descrita com base em seu holótipo coletado na região de
Paracou, na Guiana Francesa. Há registros de sua ocorrência somente no leste do
Peru, Guiana, Guiana Francesa e sudeste do Brasil, no estado de São Paulo (SIMMONS;
VOSS, 1998; LIM et al., 1999; SIMMONS, 2005). Entretanto, espera-se que a espécie
ocorra no Suriname, na Venezuela e no Brasil, principalmente na Amazônia e em
outras regiões da Mata Atlântica (SIMMONS; VOSS, 1998; BERNARD et al., 2011a;
LIM; TAVARES, 2012).
É uma das menores espécies do gênero, com o comprimento do corpo (cabeça,
corpo e cauda) medindo de 51 a 61mm; o antebraço, de 31,5 a 34mm; a cauda, de 10
a 14mm. Seu peso pode variar de 4,3 a 5g (SIMMONS; VOSS, 1998; LIM et al., 1999). A
espécie possui pelagem do ventre de coloração que varia do cinza-pálido ao amarelo-
pálido e distingue-se da pelagem do dorso, que é marrom a marrom-escura. As orelhas
são grandes e têm formato arredondado e são conectadas entre si por uma faixa
diminuta de pele que, em sua região média, possui uma depressão pouco profunda.
No terço superior da borda interna das orelhas, existem pelos curtos e densos que
possuem menos de 3mm. A segunda falange do dígito IV da asa é menor do que a
primeira e, além disso, o calcâneo tem comprimento maior que o do pé (SIMMONS;
VOSS, 1998; LIM et al., 1999).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 34 dentes.
A espécie é considerada insetívora (PAGLIA et al., 2012), assim como as outras
espécies do gênero, devido à escassez de estudos sobre sua dieta. Desta forma, é
considerada predominantemente insetívora, podendo fazer uso de frutos ocasionalmente
(NOGUEIRA et al., 2007; FREGONEZI et al., 2013). A espécie também não possui registros
sobre sua reprodução.
No Brasil, existe registro confirmado somente para a Mata Atlântica, no estado
de São Paulo. Ocorre em regiões de floresta primária (SIMMONS; VOSS, 1998; LIM et
al., 1999) e abriga-se em ocos de árvores (SIMMONS; VOSS, 1998). Há o registro de
uma colônia de até oito indivíduos (SIMMONS; VOSS, 1998).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014)
e é classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008k). No
Brasil, a espécie não é representada por nenhuma área de proteção da Mata Atlântica
(ALBUQUERQUE et al., 2011).
97
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
Micronycteris hirsuta (Peters, 1869)
(Foto: Isaac P. Lima)
A espécie-tipo foi coletada na região de Pozo Azul, na Província de Guanacaste, na
Costa Rica (SIMMONS, 2005). Ocorre de Honduras à Bolívia, Guiana Francesa, Trinidad,
Tobago e Brasil, nos estados do Amazonas, Acre, Roraima, Amapá, Pará, Piauí, Bahia,
Espírito Santo e Rio de Janeiro (PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1985; AZURDUY; EMMONS,
2005; SIMMONS, 2005; TAVARES et al., 2008a; MAAS et al., 2013; SILVA et al., 2013).
Possui o maior tamanho entre as espécies do gênero (SIMMONS; VOSS, 1998),
visto que nenhuma outra espécie deste grupo parece alcançar 40mm de antebraço
(SIMMONS et al., 2002) ou pesar mais do que 10g. O comprimento do corpo apresenta
variação entre 54 e 81mm; o antebraço, entre 39 e 46; a cauda, entre 9 e 19mm; e o
peso, entre 10 e 18,4g (KOOPMAN, 1994; SIMMONS, 1996; REID, 1997; SIMMONS et
al., 2002; LaVAL e RODRÍGUEZ-H., 2002). A pelagem do dorso é de cor marrom-escura
ou marrom-acinzentada, e o ventre é marrom-acinzentado, podendo o dorso e o
ventre, algumas vezes, seguir o mesmo padrão de coloração (SIMMONS; VOSS, 1998;
SIMMONS et al., 2002). A pelagem é macia e longa e os machos podem apresentar um
topete (REID, 1997). Como nas demais espécies do gênero, suas orelhas são longas e
arredondadas e ligadas por uma estreita faixa de pele que possui uma depressão pouco
profunda (SIMMONS, 1996; REID, 1997) ou mesmo ausente (GENOWAYS; WILLIAMS,
1986). A folha nasal é bem desenvolvida (SIMMONS et al., 2002).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes. Seus incisivos
inferiores apresentam altura cerca de três vezes maior do que a largura, e essa é a
principal característica que a diferencia das demais espécies do gênero (SIMMONS;
VOSS, 1998; SIMMONS et al., 2002).
98
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A espécie é classificada como insetívora (PAGLIA et al., 2012), consumindo
predominantemente dípteros e coleópteros, e também pode fazer uso de vertebrados
e frutos, que aparecem em menor proporção em sua dieta (HUMPHREY et al., 1983;
ESBÉRARD, 2004; GIANNINI; KALKO, 2005). A presença de material foliar na dieta dessa
espécie é dada como acidental (NOGUEIRA; PERACCHI, 2008).
Possui dois períodos reprodutivos ao ano (WILSON, 1979), e o nascimento da prole
parece estar diretamente associado ao período mais chuvoso (LaVAL; RODRÍGUEZ-H., 2002).
Micronycteris hirsuta possui, no Brasil, registros confirmados somente na Amazônia e
Mata Atlântica (MARINHO-FILHO; SAZIMA, 1998). É encontrada em florestas primárias e
secundárias próximas a córregos (GENOWAYS; WILLIAMS, 1986; PERACCHI; ALBUQUERQUE,
1993; SIMMONS; VOSS, 1998; BERNARD; FENTON, 2002), fragmentos de mata (FARIA,
2006), plantações de frutas (ESBÉRARD, 2004) e ambientes antropizados (HANDLEY-
JR, 1976; GOODWIN; GREENHALL, 1961). Parece se abrigar principalmente em ocos
de árvores (SIMMONS; VOSS, 1998; ESBÉRARD, 2004), formando bandos de até cinco
indivíduos (GOODWIN; GREENHALL, 1961; SIMMONS; VOSS, 1998; ESBÉRARD, 2004).
A espécie não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014) e é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et
al., 2008l).
Micronycteris homezorum Pirlot, 1967
(Foto: Patrício Rocha)
99
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
Sua localidade-tipo fica na região da fazenda El Cerro, rio Palmar, na Bacia de
Maracaibo, Venezuela (PIRLOT, 1967). Originalmente Pirlot (1967) a descreveu com
o epíteto homezi e como subespécie de Micronycteris megalotis, foi redescrita como
espécie válida por Simmons; Voss (1998). Solari (2008) propôs a correta grafia do
epíteto, como é aceita atualmente: Micronycteris homezorum, em vez de M. homezi
(NOGUEIRA et al., 2014a). A espécie se distribui desde a Venezuela até Guiana, Guiana
Francesa e Brasil (SIMMONS, 2005). No Brasil, há registro somente para o estado do
Pará (BERNARD, 2001a).
Apresenta tamanho pequeno, com o comprimento total do corpo de
aproximadamente 48mm, o comprimento do antebraço entre 31,4 e 37,4mm, e
cauda com aproximadamente 11mm. A espécie pesa em torno de 6,8g (PIRLOT,
1967; SIMMONS; VOSS, 1998; LIM; ENGSTRON, 2001). A pelagem do ventre é de
cor amarelo-pálida ou cinza-pálido, muito mais clara que o dorso, que apresenta
coloração marrom-escura, e possui a base branca (PIRLOT, 1967; SIMMONS; VOSS,
1998). Suas orelhas são arredondadas e grandes e conectadas entre si por uma faixa
de pele que possui um entalhe em forma de “V” muito profundo (SIMMONS; VOSS,
1998). Micronycteris homezorum é muito similar à M. minuta, e a característica
externa que mais parece diferenciar essas duas espécies é a presença de pelos longos
(7 a 8mm) na borda interna superior das orelhas de M. homezorum (em M. minuta,
medem cerca de 3mm) (SIMMONS; VOSS, 1998). O calcâneo possui comprimento
visivelmente menor que o pé (SIMMONS; VOSS, 1998), e essa característica também
é compartilhada por M. sanborni, que pode ser diferenciada de M. homezorum pela
coloração do ventre, que é branco e se estende até a região do queixo, e também
pelo tamanho de seu polegar, que é aproximadamente 1mm menor (SIMMONS, 1996;
SIMMONS; VOSS, 1998).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Micronycteris homezorum parece ser insetívora (PAGLIA et al., 2012) e, assim
como as demais espécies do gênero, pode consumir frutas ocasionalmente. Não há
dados sobre sua reprodução, pois todos os espécimes coletados já mencionados na
literatura são machos (SIMMONS; VOSS, 1998; BERNARD, 2001a e LIM; ENGSTRON,
2001).
Possui ocorrência somente na Amazônia, onde habita florestas primárias e regiões
de savana amazônica, nos extratos mais altos da floresta (SIMMONS; VOSS, 1998;
BERNARD, 2001c; LIM; ENGSTRON, 2001).
A espécie ainda não teve seu status avaliado pela IUCN e não consta na Lista de
Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
100
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Micronycteris megalotis (Gray, 1842)
(Foto: Patrício Rocha)
A espécie-tipo de M. megalotis foi coletada em Perequê, São Paulo (ALONSO-MEJÍA;
MEDELLÍN, 1991). Ocorre na Colômbia, Peru, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa,
Trinidad e Tobago e nas ilhas São Vicente e Granadinas (SIMMONS, 2005). No Brasil,
já foi registrada em quase todos os estados, exceto no Rio Grande do Sul, Rio Grande
do Norte e Alagoas (TAVARES et al., 2008a; ASTÚA; GUERRA, 2008; GREGORIN et al.,
2008b; PASSOS et al., 2010; FREGONEZI et al., 2013).
A espécie possui porte pequeno, pesando entre 5 e 8g e com o comprimento
do corpo (cabeça, corpo e cauda) medindo de 55 a 66mm. A cauda apresenta
comprimento de 10 a 16mm e o antebraço, de 31,9 a 36mm (SIMMONS, 1996;
SIMMONS; VOSS, 1998; SIMMONS et al., 2002; MORAS et al., 2014). Sua pelagem
possui coloração marrom tanto no dorso quanto no ventre, porém a pelagem dorsal
é bicolorida, com sua base branca (SIMMONS, 1996). Sua morfologia externa é muito
semelhante à da espécie M. microtis; entretanto, algumas dessas características
podem ser utilizadas para distingui-las, como comprimento dos pelos da borda
superior interna das orelhas (M. megalotis: 4,06 – 9,5mm; M. microtis: 1,7 – 3,9mm);
comprimento dos pelos dorsais (M. megalotis: 9,1 – 17mm; M. microtis: 6,7 – 11,3mm);
e comprimento das orelhas (M. megalotis: 18,5 – 23mm; M. microtis: 16,5 – 21mm)
101
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
(MORAS et al., 2014). Suas orelhas são conectadas por uma faixa de pele baixa
com uma depressão na região média pouco profunda, e seu calcâneo é maior que
o pé (SIMMONS, 1996). Micronycteris megalotis possui ainda duas almofadas em
forma de “V” no lábio inferior (REID, 1997), e sua folha nasal, em formato de lança,
é relativamente pequena e pontuada, sendo a largura da base duas vezes menor
que sua altura (FREGONEZI et al., 2013).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
A espécie é considerada insetívora especialista de sub-bosque (BERNARD, 2001b;
PAGLIA et al., 2012; ALMEIDA et al., 2015), sendo os coleópteros e lepidópteros os
principais itens alimentares da sua dieta (LaVAL; LaVAL, 1980; LASSO; JARÍN-V., 2005);
porém, a variação no consumo destes e outros itens está diretamente relacionada
ao tipo de habitat – pasto, floresta primária ou secundária (LASSO; JARÍN-V., 2005). A
espécie também pode fazer uso de frutos (REIS; PERACCHI, 1987; RIVAS-PAVA et al.,
1996), como Ficus sp. (REIS et al., 1999).
Possui provavelmente dois picos reprodutivos ao ano associados ao período
de chuvas (WILSON, 1979). Porém, já foram registrados nascimentos de filhotes
tanto na estação seca quanto na chuvosa (GRAHAM, 1987). Fêmeas grávidas foram
registradas nos meses de fevereiro, março, junho, julho e agosto (FREGONEZI et al.,
2013). Os machos podem apresentar fossa cefálica com formato triangular (OCHOA;
SANCHEZ, 2005).
No Brasil, ocorre em praticamente todos os biomas (REIS et al., 2011). É
encontrada nos mais diversos habitat, desde florestas primárias (úmidas ou secas)
e secundárias até fragmentos de mata, em áreas com predomínio de agropecuária
e em áreas urbanizadas (HANDLEY-JR, 1976; ALONSO-MEJÍA; MEDELLÍN, 1991;
PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1993; BROSSET et al., 1996; BREDT; UIEDA, 1996; REID,
1997; SIMMONS; VOSS, 1998; BERNARD; FENTON, 2002; REIS et al., 2011; MORAS
et al., 2014). Abriga-se geralmente em cavernas, minas, espaços entre rochas,
cavidades em árvores e ambientes mais urbanizados, como edificações, pontes e
poços (GARDNER, 2008a). Pode ser encontrada em abrigos artificiais juntamente com
outras espécies, como Glossophaga soricina, Anoura caudifer e Carollia perspicillata
(TEIXEIRA; FERREIRA, 2010). Esta espécie forma colônias de até dez indivíduos
(SIMMONS; VOSS, 1998) e ocorre, ainda, em simpatria com M. microtis, em regiões
amazônicas (MORAS et al., 2014).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014) e é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al.,
2008m).
102
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Micronycteris microtis Miller, 1898
(Foto: Marcelo R. Nogueira)
O holótipo* dessa espécie tem como região de coleta San Juan del Norte, Greytown,
Nicarágua (SIMMONS, 2005). Distribui-se desde o México até a Bolívia e Argentina,
Venezuela, Guiana e Guiana Francesa (SIMMONS, 2005; MORAS et al., 2014). No Brasil,
ocorre nos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Bahia, Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso (TAVARES et al., 2008a; PERACCHI et
al., 2011; MORAS et al., 2014; LOUZADA et al., 2015).
De porte pequeno, a espécie pesa entre 5 e 10g, o comprimento do corpo
(cabeça, corpo e cauda) varia de 54 a 65mm, a cauda possui entre 8 e 17mm e seu
antebraço possui entre 32,5 e 36,6 mm (SIMMONS, 1996; SIMMONS et al., 2002;
MORAS et al., 2014). Micronycteris microtis é muito semelhante à M. megalotis em
quase todas as características morfológicas externas (SIMMONS, 1996; SIMMONS
et al., 2002; MORAS et al., 2014), porém alguns parâmetros podem ser utilizados
para diferenciá-las (ver detalhes na descrição de Micronycteris megalotis) (MORAS
et al., 2014).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Predominantemente insetívora (PAGLIA et al., 2012), há registros de consumo
de várias ordens de insetos, como coleópteros, dípteros, ortópteros, lepidópteros
– incluindo suas lagartas (GIANNINI; K ALKO, 2005; K ALK A; K ALKO, 2006). A
103
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
espécie também pode fazer uso, em sua dieta, de frutos (HOWELL; BURCH, 1974;
HUMPHREY et al., 1983; GIANNINI; KALKO, 2005) e de vertebrados, como lagartos
(SANTANA et al., 2011). Micronycteris microtis evita consumir o abdômen de
insetos herbívoros, provavelmente devido a menor disponibilidade de nutrientes
nessa região e também a fim de diminuir a ingestão de compostos secundários
de plantas consumidos por esses insetos (KALKA; KALKO, 2006). Pode consumir,
ainda, de 61 a 84% de seu corpo de insetos herbívoros por dia. Este dado ressalta
sua importância ecológica e possibilita que, no futuro, esses morcegos possam
ser incluídos em programas de preservação que objetivem a integridade de
Florestas Tropicais e o menor uso de inseticidas na agricultura (KALKA; KALKO,
2006; KALKA et al., 2008). Estudos recentes mostram que M. microtis utiliza,
com sucesso, somente a ecolocalização para detectar e identificar precisamente
a localização de presas (insetos) imóveis e em silêncio, em meio à vegetação
densa (GEIPEL et al., 2013; FALK et al., 2015).
A espécie não apresenta dimorfismo sexual (MORAS et al., 2014). Há registros
de uma fêmea grávida e uma lactante no início da estação chuvosa e duas fêmeas
subadultas e um macho adulto no final da estação chuvosa, na Bolívia (ACOSTA et
al., 2011). Outras duas fêmeas coletadas no mês de setembro na Argentina estavam
grávidas. Aparentemente, o pico reprodutivo dessa espécie inicia-se no período de
transição entre a estação seca e a chuvosa (ACOSTA et al., 2011).
No Brasil, ocorre nos biomas Amazônia, Cerrado e em zonas de transição de
Cerrado e Mata Atlântica da Região Sudeste (MORAS et al., 2014; LOUZADA et
al., 2015). É encontrada em florestas primárias e secundárias e em fragmentos de
mata, matas ciliares, cavernas de minério de ferro ou formadas por afloramentos
rochosos (MORAS et al., 2014). Utiliza como abrigos edificações humanas, túneis,
troncos de árvores caídos e ocos de árvores (FREGONEZI et al., 2013). Assim como M.
megalotis, também divide refúgios com as espécies Anoura caudifer e Glossophaga
soricina (DÍAZ; BARQUEZ, 2009). Usando a técnica do Mínimo Polígono Convexo,
Albrecht et al. (2007) revelaram uma pequena área de vida para M. microtis, de
1,6 a 7,5 hectares (ha), em ilhas do Lago Gatún, no Panamá, porém os autores
relataram que a espécie não transpõe áreas abertas (como o lago). Levando este
fato em consideração, a área de vida se torna ainda menor, entre 1,1 e 4,1ha. Em
adição, o registro da presença de colônias nessas ilhas sugere que esta espécie pode
permanecer por muito tempo em remanescentes de habitat pequenos e isolados
(MEYER; KALKO, 2008).
A espécie não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014) e é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al.,
2008a).
104
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Micronycteris minuta (Gervais, 1856)
(Foto: Isaac P. Lima)
A localidade-tipo é Capela Nova, Bahia, Brasil (SIMMONS, 2005). Ocorre desde Honduras,
Guiana, Guiana Francesa, Trinidad, Peru e Bolívia até o sudeste do Brasil (SIMMONS, 2005).
No Brasil, ocorre nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão, Ceará,
Pernambuco, Paraíba, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito
Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (TAVARES et al., 2008a; DIAS et al., 2009).
Apresenta porte pequeno dentro do gênero, com peso variando de 6,5 a 8,5g, o
comprimento total (cabeça, corpo e cauda) se encontra entre 52 e 73mm, a cauda mede
em torno de 9 a 14mm e o antebraço, entre 31,2 e 36,8mm. A pelagem do dorso possui
a base branca e a porção distal marrom, ao passo que a pelagem do ventre é mais
clara que o dorso e pode apresentar cor cinza-pálido ou amarelo-pálida. As orelhas são
arredondadas, longas e conectadas por uma faixa de pele alta que possui uma depressão
profunda. Possui calcâneo mais curto que o pé, assim como M. homezorum (LÓPEZ-
GONZÁLEZ, 1998; SIMMONS; VOSS, 1998). Diferentemente de M. sanborni, que possui
polegar com menos de 7mm e ventre branco puro, M. minuta possui um polegar maior
(7,7 a 9,1mm) e a cor de seu ventre, apesar de ser clara, não se aproxima do “branco
puro” apresentado por M. sanborni. Além disso, a base branca de seus pelos dorsais
possui uma menor proporção – entre 1/4 a 1/5 do comprimento total do pelo, contra
2/3 a 4/5 apresentados por M. sanborni. Micronycteris minuta é também muito similar
à M. homezorum, diferindo dela somente pelo tamanho dos pelos localizados na borda
superior interna das orelhas (ver detalhes na descrição de Micronycteris homezorum)
(LÓPEZ-GONZÁLEZ, 1998; SIMMONS; VOSS, 1998). Além disso, a fossa cutânea cefálica
presente em M. homezorum também pode estar presente em machos adultos de M.
minuta (OCHOA; SANCHEZ, 2005). Sua folha nasal é proeminente e possui formato de
lança, e seu tamanho é menor do que o de M. megalotis (FREGONEZI et al., 2013). Há
registros de um espécime totalmente albino na Costa Rica (GAMBA-RÍOS, 2010).
105
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
A espécie é considerada insetívora (PAGLIA et al., 2012) e consome, principalmente,
lepidópteros, coleópteros e hemípteros (WHITAKER-JR; FINDLEY, 1980; TEIXEIRA; PERACCHI,
1996), e pode também consumir frutos (FLEMING et al., 1972; LÓPEZ-GONZÁLEZ, 1998).
Não ocorre dimorfismo sexual na espécie (LÓPEZ-GONZÁLEZ, 1998). Há registros
de fêmeas grávidas no período de transição entre as estações seca e chuvosa (meses
de setembro e outubro) e uma fêmea lactante no mês de fevereiro (estação chuvosa),
sugerindo um pico reprodutivo no início da estação chuvosa; porém, pode não ser o
único no ano (TEIXEIRA; PERACCHI, 1996; TRAJANO; GIMENEZ, 1998).
Ocorre nos biomas Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Caatinga e Pantanal (PAGLIA
et al., 2012; FISCHER et al., 2015). Habita principalmente áreas mais florestais do Cerrado
(MARINHO-FILHO et al., 2002) e é encontrada em florestas primárias, drenadas e inundadas,
em clareiras feitas pelo homem, áreas rurais e urbanizadas (HANDLEY-JR, 1976; SIMMONS;
VOSS, 1998; BERNARD; FENTON, 2002;2007). Abriga-se em ocos de árvores e cavernas
(HANDLEY-JR, 1976; ESBÉRARD et al., 2005). Pode compartilhar refúgios com as espécies
Natalus macrourus, Peropteryx macrotis, P. kappleri e várias outras espécies de filostomídeos
(TRAJANO; GIMENEZ, 1998; CORTÉS-DELGADO; FERBANS, 2014), ou pode ser encontrada
sozinha formando pequenos bandos (LÓPEZ-GONZÁLEZ, 1998).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014) e é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008n).
Apesar de seu baixo risco de extinção, a espécie é pouco registrada em estudos de
abundância e diversidade de morcegos no Brasil (NOBRE et al., 2009).
Micronycteris sanborni Simmons, 1996
(Foto: Patrício Rocha)
106
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A espécie foi descrita a partir de holótipo coletado no Sítio Luanda, Itaitera,
próximo à cidade de Crato, no Ceará, Brasil (SIMMONS, 1996). Possui registros
somente no Brasil e na Bolívia (SIMMONS, 2005). No Brasil, M. sanborni já foi
registrada nos seguintes estados: Amazonas, Tocantins, Maranhão, Piauí, Paraíba,
Ceará, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Minas Gerais (SIMMONS, 1996; BROOKS et al.,
2002; GREGORIN et al., 2008b; CUNHA et al., 2009; FEIJÓ et al., 2010; GREGORIN
et al., 2011; LEAL et al., 2013; LÓPEZ-BAUCELLS, et al., 2013; FALCÃO et al., 2014;
FEIJÓ et al., 2015a).
A espécie é considerada de porte pequeno dentro do gênero, com o corpo medindo
(cabeça, corpo e cauda) entre 48,4 e 65mm, seu peso variando de 4 a 8g, a cauda tendo
entre 7,2 e 18,4mm e o antebraço, entre 31,8 e 37,4mm (SIMMONS, 1996; SANTOS et
al., 2010; LÓPEZ-BAUCELLS, et al., 2013; FEIJÓ et al., 2015a). Sua morfologia é muito
semelhante à de M. minuta (ver detalhes na descrição de M. minuta). Possui orelhas
arredondadas e longas unidas por uma faixa de pele alta e com uma depressão na
região média profunda (SIMMONS, 1996).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
A espécie é insetívora (PAGLIA et al., 2012), havendo registros do consumo de
insetos coleópteros, lepidópteros, efemerópteros, ortópteros e blatódeos (NOVAES
et al., 2015).
Parece ter um único pico reprodutivo no ano. O nascimento dos filhotes está
associado ao período chuvoso e o desmame ocorre no início da estação seca (FEIJÓ
et al., 2015a)
Ocorre principalmente nos biomas Cerrado e Caatinga, mas recentemente
foi registrada para o bioma Pantanal (CUNHA et al., 2009) e Amazônia (LÓPEZ-
BAUCELLS et al., 2013). Utiliza habitat mais densos e úmidos no Cerrado e Caatinga
(SIMMONS, 1996; NOGUEIRA et al., 2007), mas também faz uso de áreas abertas
e áridas e paisagens modificadas (como clareiras e áreas com predomínio de
agropecuária) próximas a cursos d’água (GREGORIN et al., 2011; FEIJÓ et al.,
2015a; NOVAES et al., 2015). A espécie parece preferir o alojamento em fendas
de afloramentos rochosos e falésias (FEIJÓ et al., 2015a); porém, há registros
recentes de indivíduos capturados em refúgios em ocos de árvores (NOVAES et
al., 2015).
A espécie não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014) ou na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, da IUCN (TAVARES;
AGUIRRE, 2008a).
107
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Micronyc terinae
Micronycteris schmidtorum Sanborn, 1935
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
A localidade-tipo é a região de Bobos, departamento de Izabal, Guatemala. Sua
distribuição vai desde o México até a Guiana Francesa, Peru e Brasil (SIMMONS, 2005).
No Brasil, a espécie é encontrada nos estados: Amazonas, Amapá, Pará, Tocantins,
Mato Grosso, Bahia, Ceará, Pernambuco e Minas Gerais (NUNES et al., 2005; TAVARES
et al., 2008a; LOUZADA et al., 2015).
Micronycteris schmidtorum possui porte pequeno, pesando entre 5 e 7,5g, com
o comprimento total (cabeça, corpo e cauda) medindo entre 53,3 a 67 mm, a cauda
tendo entre 10 e 17mm e o antebraço, entre 33 e 37,8mm (SIMMONS, 1996; TAVARES;
TADDEI, 2003; ESCOBEDO-CABRERA et al., 2006). A pelagem do dorso possui coloração
marrom e seu ventre varia do amarelo-pálido ao cinza-pálido ou marrom-pálido.
Suas orelhas longas e arredondadas são ligadas por uma faixa de pele de tamanho
intermediário com uma depressão mediana e moderadamente profunda (nas espécies
M. brosseti, M. megalotis e M. minuta, essa faixa de pele é estreita e possui, na região
média, uma depressão “rasa”, diferentemente das espécies M. minuta, M. sanborni
e M. homezorum, em que essa faixa de pele é visivelmente mais larga e dividida por
uma depressão mais profunda). Além disso, as orelhas possuem, em suas bordas
superiores internas, pelos que medem entre 5 e 8mm. Seu calcâneo é maior que o pé,
e o segundo pré-molar inferior é menor que o primeiro e o terceiro, diferentemente de
M. megalotis e M. microtis, em que os três dentes apresentam tamanhos equivalentes
(SIMMONS, 1996; SIMMONS; VOSS, 1998; ESCOBEDO-CABRERA et al., 2006).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
108
História Natural dos Morcegos Brasileiros
É considerada insetívora (PAGLIA et al., 2012). Alimenta-se principalmente de
insetos, como lepidópteros (HOWELL; BURCH, 1974; BERNARD, 2002; ESCOBEDO-
CABRERA et al., 2006); porém, eventualmente, pode alimentar-se de frutos (GARDNER,
1977).
Não há dados concretos na literatura sobre sua atividade reprodutiva. Escobedo-
Cabrera et al. (2006) relatam que capturaram quatro fêmeas no mês de setembro
com provável atividade reprodutiva, e pelo menos uma delas estava lactante, o que
evidencia ao menos um pico reprodutivo ao ano, no final da estação seca.
Já foi registrada na Amazônia, Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica (TAVARES et
al., 2008a; LOUZADA et al., 2015). Pode ser encontrada principalmente em florestas
primárias (TAVARES; TADDEI, 2003), florestas de mangue (ANDRADE et al., 2008), na
região de floresta de terra firme e savana amazônica (SILVA et al., 2013), e em áreas
de transição de Caatinga e Mata Atlântica (SÁ-NETO; MARINHO-FILHO, 2013). Pode
utilizar, esporadicamente, cavernas como refúgios (PÉREZ-TORRES et al., 2015) e também
ambientes antropizados ou ocos de árvores, onde já foram registradas colônias de
cinco até oito indivíduos (ESCOBEDO-CABRERA et al., 2006).
A espécie não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014) e é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (2015) (SAMPAIO
et al., 2008o)
109
Subfamília Desmodontinae
Wagner, 1840
Gabriela Regina de Oliveira
Gisele da Silva Porto ♦ Isaac Passos de Lima
110
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A subfamília Desmodontinae foi recentemente incluída dentro de Phyllostomidae
(KOOPMAN; JONES, 1970). Estudos filogenéticos recentes indicam que estes hematófagos
formam um clado basal com as demais subfamílias de Phyllostomidae (WETTERER et
al., 2000; JONES et al., 2002).
Esta subfamília contempla os únicos mamíferos hematófagos, ou seja, que se
alimentam exclusivamente de sangue. São três espécies distribuídas em três gêneros
distintos: Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810), Diaemus youngii (Jentink, 1893) e
Diphylla ecaudata Spix, 1823.
Estas espécies são simpátricas* e restritas ao continente americano. São
caracterizadas pela presença de folha nasal rudimentar em forma de ferradura, ausência
de cauda e membrana interfemural reduzida. Apresentam ainda características únicas,
relacionadas ao hábito alimentar: incisivos superiores longos e altamente cortantes,
saliva com substância anticoagulante, lábio inferior e língua sulcados (o que facilita
a tomada de alimento), e estômago especializado para a absorção e processamento
do sangue (KWON; GARDNER, 2008). Podem ingerir de 30 a 40% do seu peso a partir
de uma única fonte alimentar. Os rins processam rapidamente o excesso de água
absorvido durante a alimentação (90% do sangue é formado por água), permitindo
eliminar grande porcentagem de peso logo após a ingestão de sangue (MCFARLAND;
WIMSATT, 1965).
Gênero Desmodus Wied-Neuwied, 1826
O gênero é monotípico, representado apenas pela espécie D. rotundus. No entanto,
registros fósseis do Pleistoceno indicam que ocorriam outras quatro espécies do
gênero, D. archaeodaptes Morgan, Linares & Ray 1988, D. draculae Morgan, Linares
& Ray 1988, D. puntajudensis Suárez, 2005 e D. stocki Jones, 1958 (MORGAN et al.,
1988; RAY et al., 1988; SUÁREZ, 2005).
111
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Desmodontinae
Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810)
(Foto: André Pol)
A espécie se distribui por todos os países das Américas do Sul e Central e também
no México (BARQUEZ et al., 2008b). No Brasil, ocorre em todo o território (PAGLIA
et al., 2012).
A pelagem dorsal é marrom-acinzentada e a ventral é cinza-prateado. Os antebraços,
pernas e membrana interfemoral possuem poucos pelos. O calcâneo é reduzido, ao
passo que o polegar é alongado e forte, com três calosidades e duas almofadas. As
orelhas são pontudas e separadas, e os incisivos superiores são pontiagudos e altamente
cortantes. É considerada de porte médio, com comprimento cabeça-corpo entre 69
e 90mm, antebraço com 50 a 63mm e peso variando de 25 a 40g.
A fórmula dentária é: i1/2, c1/1, pm1/2, m1/1 = 20 dentes (KWON; GARDNER, 2008).
A dieta consiste principalmente de sangue de grandes mamíferos (SÁNCHEZ-
CORDERO et al., 2010). Em função da produção em larga escala de gado, a espécie
passou a incluir em sua alimentação sangue de animais de criação, como bovinos,
equinos e suínos (MIALHE, 2014; BOBROWIEC et al., 2015) e, ocasionalmente, seres
humanos, cachorros e aves (BOBROWIEC et al., 2015).
112
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Quanto à reprodução em cativeiro, a gestação dura aproximadamente 170 dias,
e os nascimentos ocorrem uma vez ao ano, nas estações mais quentes e chuvosas
(DELPIETRO; RUSSO, 2002). Em condições naturais, reproduz-se durante todo o ano, e
as fêmeas dão à luz apenas um filhote, ocasionalmente nascendo gêmeos (WIMSATT;
TRAPIDO, 1952).
É a espécie mais abundante da subfamília. Apresenta hábito social, formando
colônias que variam de vinte a mais de cinco mil indivíduos e podem ser constituídas
por machos e fêmeas, exclusivamente por machos ou por fêmeas e seus filhotes
(colônia maternidade) (MIALHE, 2013). Abriga-se em cavernas, poços antigos, minas,
ocos de árvores e edifícios abandonados (TALAMONI et al., 2013), preferencialmente
próximos a corpos d’água (MIALHE, 2013). Pode compartilhar abrigos com outras
espécies de quirópteros, como Phyllostomus discolor e Sturnira lilium (WOHLGENANT,
1994), e também com indivíduos dos gêneros Micronycteris, Glossophaga, Carollia,
Sturnira, Saccopteryx e Artibeus (GREENHALL et al., 1983). A limpeza social e a
autolimpeza são comportamentos comuns à espécie, sendo a primeira relacionada
com a partilha de alimento e a segunda uma resposta à infestação por ectoparasitas
(WILKINSON, 1986).
Desmodus rotundus pode ser infestada por diversas espécies de ectoparasitas e
endoparasitas, como protozoários, nematoides, ácaros e carrapatos (MÉNDEZ, 1988).
É considerada o principal vetor silvestre da raiva, sendo responsável por grandes
perdas na produção de gado. Também está cada vez mais envolvida na transmissão da
raiva humana (ARELLANO-SOTA, 1988; FLORES-CRESPO, 1991), embora o potencial de
transmissão da doença para seres humanos a partir de morcegos seja baixo (MORAN
et al., 2015).
Está classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al.,
2008b) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
Gênero Diaemus Miller, 1906
O gênero é monotípico, representado apenas pela espécie D. youngii. Não há
registro fóssil do grupo.
113
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Desmodontinae
Diaemus youngii (Jentink, 1893)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
A espécie distribui-se pelo México, América Central, Venezuela, ilha de Trinidad,
Guiana, Guiana Francesa, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Paraguai, Bolívia e norte
da Argentina (KOOPMAN, 1993; PINTO et al., 2007). No Brasil, ocorre nos estados do
Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul,
Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná (PAGLIA
et al., 2012).
A coloração do corpo varia de marrom-clara a marrom-escura. As orelhas são
curtas e suas extremidades, assim como as pontas das asas, são brancas. A membrana
interfemoral, os pés e dedos dos pés apresentam pelos. O calcâneo é ausente e o
polegar tem uma única almofada basal (KWON; GARDNER, 2008). Cada lateral interna
da boca apresenta uma “glândula de cheiro”, que libera um forte odor quando o
morcego é perturbado (GREENHALL; SCHUTT, 1996). Apresenta porte médio, com
comprimento cabeça-corpo médio de 85mm, antebraço com 50 a 56mm e peso
variando entre 30 e 45g.
A fórmula dentária é: i1/2, c1/1, pm1/2, m2/1 = 22 dentes (KWON; GARDNER, 2008).
Embora apresente ampla distribuição, é considerada localmente rara. Vive em
pequenas colônias formadas por até 30 indivíduos e utiliza ocos de árvores e cavernas
como abrigo (GREENHALL; SCHUTT, 1996). Pode dividir esses locais com outras espécies
de quirópteros, como Peropteryx macrotis, Platyrrhinus lineatus, Sturnira lilium,
Anoura sp., Artibeus sp., Carollia perspicillata, Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata,
Lonchophylla dekeyseri, Phyllostomus hastatus e Chrotopterus auritus (AGUIAR et al.,
2006a).
114
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A principal fonte alimentar da espécie é o sangue de aves de grande porte que
possuem o hábito de empoleirar (GREENHALL; SCHUTT, 1996; COSTA et al., 2008),
podendo, ocasionalmente, consumir sangue de mamíferos (UIEDA, 1993; SCHUTT
et al., 1999). Como consequência do aumento de criadouros, Diaemus youngii foi
observada alimentando-se de aves domésticas, como galinhas e pavões (SAZIMA;
UIEDA, 1980; UIEDA, 1993).
O padrão de reprodução da espécie é pouco conhecido; aparentemente, concentra-
se na estação chuvosa (AGUIAR et al., 2006a; MÉNDEZ, 1988).
Diaemus youngii é parasitada por várias espécies de ácaros, carrapatos e moscas
ectoparasitas (AGUIAR et al., 2006a).
Está classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ, et al.,
2008c) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014). Destruição de cavernas e desmatamento são as principais ameaças à espécie.
Gênero Diphylla Spix, 1823
O gênero é monotípico, representado apenas pela espécie D. ecaudata, a qual
apresenta registro fóssil no Pleistoceno. Dados morfológicos sustentam a posição
basal de Diphylla dentro da subfamília (GREGORIN; TAVARES, 2008).
Diphylla ecaudata Spix, 1823
(Foto: André Pol)
115
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Desmodontinae
A espécie é encontrada na Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Brasil e sul
do Texas (EUA), em altitudes de até 1000 metros (SAMPAIO et al., 2008p). No Brasil,
ocorre nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Amapá, Tocantins, Ceará,
Pernambuco, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná e Santa Catarina (PAGLIA et al., 2012; ROCHA et al., 2014b).
Sua pelagem é bastante densa e de coloração marrom-escura na região dorsal,
ficando mais pálida na região ventral. Apresenta antebraços, pernas e membrana
interfemoral densamente pilosos. Os olhos são grandes e as orelhas são pequenas
e arredondadas. O calcâneo está presente e os polegares são curtos e não possuem
almofadas. Seus incisivos inferiores externos são únicos entre os morcegos, sendo
amplos, em forma de leque e com sete lóbulos. Considerada de porte médio, apresenta
comprimento cabeça-corpo entre 65 e 93mm, antebraço com medidas de 50 a 56mm
e peso variando de 24 a 43g.
A fórmula dentária é: i2/2, c1/1, pm1/2, m2/2 = 26 dentes (KWON; GARDNER, 2008).
Apesar da ampla distribuição, é pouco abundante. Vive solitária ou forma pequenos
grupos, com até 12 indivíduos; no entanto, grupos maiores, com até 500 indivíduos,
já foram registrados, mas são incomuns. Abriga-se em cavernas e minas, raramente
ocupando ocos de árvores (ROCHA et al., 2014b).
Sua dieta consiste principalmente em sangue de aves e, ocasionalmente, inclui
sangue de gado (PICCININI et al., 1991).
Em relação à reprodução, em cativeiro, os partos ocorrem uma vez ao ano e
concentram-se nas estações mais quentes e chuvosas, e a gestação dura cerca de 160
dias (DELPIETRO; RUSSO, 2002). No ambiente natural, a espécie parece reproduzir-se
ao longo de todo o ano (GREENHALL et al., 1984; PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1986).
Em ambos os casos, nasce apenas um filhote (GREENHALL et al., 1984; DELPIETRO;
RUSSO, 2002).
Moscas ectoparasitas e ácaros são encontrados parasitando essa espécie (MÉNDEZ,
1988).
Está classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al.,
2008p) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
116
Subfamília Lonchorhininae
Gray, 1866
Gisele da Silva Porto
Gabriela Regina de Oliveira ♦ Isaac Passos de Lima
117
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchorhininae
A subfamília Lonchorhininae é composta por um único gênero: Lonchorhina Tomes,
1863. Anteriormente, o gênero estava incluso na subfamília Phyllostominae (ROJAS
et al., 2011); porém, como proposto por Baker e colaboradores (2003), é considerada
um ramo basal em relação a ela (BARROS et al., 2009). Embora a antiga classificação
tenha sido utilizada em alguns trabalhos (NOGUEIRA et al., 2007; PERACCHI et al., 2011;
FREGONEZI et al., 2013; ANDRADE, 2014), estamos seguindo o proposto por Baker et
al. (2003) e corroborado por Solari; Martínez-Arias (2014) e Nogueira et al. (2014a).
Ocorre na região Neotropical, desde o sul do México ao leste do Brasil (WILSON;
REEDER, 2005).
Morcegos dessa subfamília são predominantemente insetívoros (SAMPAIO et al., 2008q;
EISENBERG; REDFORD, 1999; MUÑOS; MANTILLA-MELUK, 2008). São reconhecidos por
possuírem folha nasal longa, pontuda e em forma de espada (BOTERO-CASTRO et al., 2013).
Gênero Lonchorhina Tomes, 1863
O gênero contém cinco espécies: Lonchorhina aurita Tomes, 1863; L. fernandezi Ochoa
& Ibañez, 1982; L. inusitata Handley & Ochoa, 1997; L. marinkellei Hernández-Camacho
& Cadena, 1978; L. orinocensis Linares & Ojasti, 1971 (PERACCHI et al., 2011; ANDRADE,
2014). Lonchorhina aurita e L. inusitata são encontradas no Brasil (NOGUEIRA et al., 2014a),
tendo sido esta última recentemente separada de L. aurita (HANDLEY-JR; OCHOA, 1997).
Lonchorhina aurita Tomes, 1863
(Foto: Fábio Falcão)
118
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Entre as espécies encontradas no Brasil, L. aurita apresenta maior distribuição
(ANDRADE, 2014) e pode ser encontrada nos seguintes estados brasileiros: Amazonas,
Roraima, Pará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pernambuco, Goiás, Distrito
Federal, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espirito Santo e São Paulo (VIEIRA,
1942, 1955; RUSCHI, 1953; MOK et al., 1982; PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1986;
BREDT; UIEDA, 1996; ESBÉRARD et al., 1997; PORTFORS et al., 2000; PASSOS et
al., 2003; GIMENEZ; FERRAREZZI, 2004; SAMPAIO et al., 2008q; REIS et al., 2013a;
LOUZADA et al., 2015).
Seu antebraço varia de 47 a 54mm; o comprimento do corpo, de 53 a 69mm. A cauda
longa, com medidas entre 49 e 56mm, estende-se até a extremidade do uropatágio
(WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Considerada de porte médio para o gênero, pesa de
10 a 15g e é caracterizada pela folha nasal extremamente desenvolvida, alongada e
em forma de espada (ANDRADE, 2014; JORDAN et al., 2014).
Dados compilados em literatura indicam que seu antebraço tem a parte
proximal recoberta de pelos. As orelhas são amplas e longas, com ápice pontiagudo,
sulcos horizontais na parte superior esquerda. O trago é grande, equivalendo a
aproximadamente metade do tamanho da orelha. A coloração da pelagem dorsal
varia de marrom-escura a marrom-avermelhada, e o ventre é mais claro e com
extremidade distal dos pelos pálidos. A espécie pode ser facilmente confundida com
L. inusitata, especialmente quando os espécimes se enquadram em faixas de tamanho
compatível com tal espécie (NOGUEIRA et al., 2007; CHAVES et al., 2012; FREGONEZI
et al., 2013; ANDRADE, 2014).
A fórmula dentária é: i2/2, c1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Alimenta-se predominantemente de insetos, como lepidópteros, coleópteros,
ortópteros e dípteros, podendo incluir em sua dieta aracnídeos e, ocasionalmente,
frutos (HOWELL; BURCH, 1974; ESBÉRARD et al., 1997).
Estudos indicam que sua reprodução ocorre no início da estação chuvosa,
com nascimentos ocorrendo nessa estação (AGUIRRE et al., 2010; JORDAN et
al., 2014).
Encontrada em floresta tropical, floresta primária, floresta sazonalmente inundável,
floresta média ou com copas densas e savana, pode utilizar também ambientes agrícolas
e de pastagem (REIS et al., 2013a; JORDAN et al., 2014; LOUZADA et al., 2015). A área
de ocorrência abrange todos os biomas brasileiros, com exceção do Pampa. Utiliza
como abrigo principalmente cavernas, onde o tamanho dos grupos pode variar de 12
a 500 indivíduos (SAMPAIO et al., 2008q; REIS et al., 2013a).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008q)
devido a sua ampla distribuição e baixo declínio populacional (AGUIRRE et al., 2010),
porém a espécie não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
119
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchorhininae
Lonchorhina inusitata Handley & Ochoa, 1997
É considerada uma espécie monotípica, com ocorrência restrita ao estado de
Rondônia (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008; BERNARD et al., 2011a).
Apontada como de grande porte para o gênero, Lonchorhina inusitata apresenta
antebraço que varia de 52,4 a 56,8mm, comprimento do corpo, de 61,5 a 64mm, e
peso, de 14 a 16g (HANDLEY-JR; OCHOA, 1997). Descrita recentemente pela cisão de L.
aurita, pode ser confundida com outras espécies do gênero (SAMPAIO et al., 2008r). A
pelagem do dorso apresenta coloração marrom-escura e a extremidade distal dos pelos
pode ser levemente esbranquiçada, ao passo que o ventre é mais claro (HANDLEY-JR;
OCHOA, 1997; REIS et al., 2013a).
Indivíduos menores podem ser facilmente confundidos com L. aurita, exceto por
apresentarem folha nasal mais longa, mais pilosa, mais larga e com bordas fortemente
lobadas, além de orelhas densamente pilosas, proeminências faciais maiores e mais
pilosas e lábio superior com ornamento médio mais complexo. No entanto, a avaliação
do crânio e dos dentes pode ser necessária para uma correta identificação (HANDLEY-
JR; OCHOA, 1997).
A fórmula dentária é: i2/2, c1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Em relação à dieta, dados compilados encontrados na literatura consideram-na
insetívora, com consumo de lepidópteros e coleópteros; contudo, ocasionalmente,
pode se alimentar de aracnídeos (FREGONEZI et al., 2013).
Existem poucos dados referentes à sua reprodução, os quais não indicam um padrão
sazonal. Há relatos de uma fêmea grávida em maio, outra em estado de lactação em
novembro e uma pós-lactante em outubro (HANDLEY-JR; OCHOA, 1997).
Encontrada na floresta amazônica, associa-se a afloramentos graníticos ou
formações rochosas parecidas e floresta úmida (SAMPAIO et al., 2008r). Utiliza cavernas
como abrigo, onde foi encontrado um grupo com aproximadamente 300 indivíduos
(identificada como L. marinkellei) (BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE, 1990; WILLIAMS;
GENOWAYS, 2008; FREGONEZI et al., 2013).
A espécie está inserida na categoria “Dados Insuficientes” pela IUCN (SAMPAIO
et al., 2008r) devido à falta de estudos populacionais, o que pode até subestimar
sua distribuição e status de conservação. Não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
120
Subfamília Phyllostominae
Gray, 1825
Paula Ferracioli ♦ Valéria da Cunha Tavares
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
121
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
O termo Phyllostominae vem sendo utilizado historicamente para referir-se a uma
assembleia polifilética*, cujo mais recente rearranjo taxonômico foi proposto inicialmente
por Baker et al. (2003), a partir da análise de marcadores nucleares e mitocondriais. Esses
autores sugeriram que os filostomíneos (lato sensu) poderiam ser realocados em quatro
subfamílias: Macrotinae (incluindo Macrotus), Micronycterinae (incluindo Micronycteris
e Lampronycteris), Lonchorhininae (incluindo Lonchorhina) “Glyphonycterinae”, incluindo
Glyphonycteris, Neonycteris e Trinycteris, e Phyllostominae propriamente dito, contendo de
nove a dez géneros, podendo considerar ou não o gênero recém-descrito Gardnerycteris
(BAKER et al., 2003; HURTADO et al., 2014). Em território brasileiro, são conhecidas 17
espécies de filostomíneos pertencentes a nove gêneros (NOGUEIRA et al., 2014a).
Os filostomíneos (sensu BAKER et al., 2003) são muito variáveis em termos de tamanho
corporal, incluindo desde formas pequenas, como Macrophyllum macrophyllum, com
massa corporal de cerca de 10 a 11g, até formas maiores, como Vampyrum spectrum, o
maior morcego dos Neotrópicos, que pode pesar mais de 230g. A maioria das espécies
de Phyllostominae tem folhas nasais e orelhas bem desenvolvidas, que podem auxiliar
na emissão e recepção de sinais de ecolocalização, e asas largas e curtas, que permitem
um voo mais lento e facilitam a realização de manobras refinadas, inclusive no interior
da florestas e emaranhados de ramos e folhas (NORBERG; RAYNER, 1987; REID, 1997;
ZHUANG; MÜLLER, 2006; TAVARES, 2013). Os Phyllostominae também têm a porção rostral
do crânio com comprimento intermediário, se comparado aos outros filostomídeos.
Finalmente, a membrana interfemoral (uropatágio) de Phyllostominae é bem desenvolvida
e em parte funcional para o voo e a cauda não ultrapassa metade de seu comprimento,
podendo ser ausente ou imperceptível em algumas espécies (NOGUEIRA et al., 2007).
Todos os filostomíneos se alimentam de insetos e, para algumas espécies, esse é o
principal item consumido. Já em outras espécies, há um balanço em relação a outros itens
alimentares, como frutos, néctar e pólen em variadas quantidades e frequência de consumo.
As espécies com menores tamanhos de corpo tendem a concentrar suas dietas em insetos,
ao passo que as de maiores tamanhos corporais (p. ex., Chrotopterus) tendem à carnivoria
(GIANNINI; KALKO, 2005). As espécies do gênero Phyllostomus, entretanto, que variam muito
em tamanho, têm normalmente uma dieta mais ampla, consumindo frutos e néctar, além de
insetos. Sabe-se que pelo menos duas espécies – P. discolor e P. hastatus – estão diretamente
relacionadas a processos de dispersão de sementes e polinização de plantas (GREENHALL,
1956; PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1971; KALKO; CONDON, 1998; GRIBEL et al., 1999).
Gênero Chrotopterus Peters, 1865
O gênero Chrotopterus é monotípico, representado pela espécie C. auritus, um dos
maiores morcegos da América do Sul. Entre os caracteres que definem Chrotopterus,
estão a pelagem lanosa e longa, a presença de uma cauda diminuta e apenas um
dente incisivo e três premolares em cada ramo da mandíbula. O tamanho relativo do
calcâneo é maior, em comprimento, que o pé (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
122
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chrotopterus auritus (Peters, 1856)
(Foto: André Pol)
A distribuição de C. auritus segue do México, na América Central, para o sul, até as
Guianas e o norte da Argentina, na América do Sul, estendendo-se também pelo Brasil
(WILLIAMS; GENOWAYS, 2008), onde a espécie já foi registrada em quase todos os
estados, incluindo Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco (BORDIGNON, 2006a; MARTINS et al.,
2006; TAVARES et al., 2008a) e, mais recentemente, Paraíba (FEIJÓ; LANGGUTH, 2011).
Chrotopterus é um dos três maiores morcegos dos Neotrópicos (comprimento
total de 93 a 114mm, massa corporal de 59 a 94g, comprimento do antebraço de 77
a 87mm e comprimento da cauda de 6 e 17mm). (NOGUEIRA et al., 2007.) Os outros
dois são Phyllostomus hastatus e Vampyrum spectrum.
A pelagem de todo o corpo de C. auritus é claramente lanosa, sendo que a pelagem
do dorso é de cor cinza ou é cinza mesclado com tons de marrom-claro, e o ventre é
mais claro que o dorso. As orelhas de C. auritus são grandes e bem separadas. O pavilhão
auditivo (pina) tem um formato oval e o trago é pequeno, embora alongado e pontiagudo.
Os olhos são relativamente grandes comparados aos dos demais filostomíneos, e a
folha nasal é bem desenvolvida e tem um formato parecido a uma taça na base. O
lábio inferior tem duas papilas bem desenvolvidas dispostas em forma de “V”, e há
somente um incisivo inferior em cada ramo da mandíbula.
A fórmula dentária de C. auritus é: I 2/1, C 1/1, PM, 2/3, M 3/3 = 32 dentes.
A dieta de C. auritus é basicamente carnívoro-insetívora, ainda que a espécie possa
consumir frutos (GIANNINI; KALKO, 2005; UIEDA et al., 2007) e pólen (MUNIN et al.,
2012), em menor frequência. Entre os itens alimentares já descritos como consumidos
123
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
por C. auritus estão pequenos vertebrados, como roedores, lagartos, aves, anfíbios,
pequenos marsupiais e outros morcegos, como Myotis sp., Carollia perspiscillata e
Peropterix macrotis (MEDELLÍN, 1988; BONATO et al., 2004; BORDIGNON, 2005a;
NOGUEIRA et al., 2006), e vários insetos, incluindo lepidópteros da família Sphingidae
e coleópteros das famílias Scarabaeidae e Cerambycidae (MEDELLÍN, 1988). Bonato
et al. (2004) encontraram que insetos são mais frequentemente consumidos por C.
auritus na época chuvosa, e Witt e Fabián (2010) sugeriram que aves também seriam
um componente expressivo da dieta de C. auritus.
Em cativeiro, C. auritus exibiu poliestria e dois picos reprodutivos em um ano,
sendo um de maio a julho e o outro em setembro. As fêmeas cativas atingiram a
maturidade sexual a partir do 16º mês, e a gestação durava cerca de sete meses, com
intervalos entre 369 a 770 dias entre uma e outra gestação (ESBÉRARD et al., 2006).
Dados coletados em campo também sugerem a ocorrência de pelo menos dois picos
reprodutivos ao ano (p. ex., TRAJANO, 1985).
Ocorre em todos os biomas brasileiros (MARINHO-FILHO; SAZIMA, 1998; PAGLIA et
al., 2012). É uma espécie considerada sensível a distúrbios ambientais e requer habitat
florestais de melhor qualidade, que se encontrem em estágios sucessionais tardios (ALHO
et al., 2011; PENA-CUÉLLAR et al., 2012). Há registros de colônias pequenas, de dois a três
indivíduos, na entrada de cavernas, no sudeste e centro-oeste brasileiros (CAMPANHA;
FOWLER, 1993; ALHO et al., 2011), e em um oco de árvore no Rio Grande do Sul, onde
Chrotopterus auritus compartilhava o refúgio com Desmodus rotundus (MARQUES et al.,
2011). A partir de levantamentos faunísticos, tem sido considerada naturalmente rara,
devido à baixa abundância nas coletas (MARINHO-FILHO et al., 2002; CAMARGO et al.,
2009; BEZERRA; MARINHO-FILHO, 2010; ALHO et al., 2011; ALURRALDE et al., 2015) e
costuma ser capturada no sub-bosque das florestas bem preservadas (PEREIRA et al., 2010).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008f) e não consta
na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014), porém é classificada
como “Vulnerável” no livro “Fauna do Paraná em extinção” (TISSOLINO et al., 2006).
Gênero Lophostoma d’Orbigny, 1836
As espécies deste gênero estavam previamente inseridas no gênero Tonatia Gray,
1827, mas, a partir da revisão de Lee-Jr et al. (2002), Lophostoma tem sido considerado
um gênero à parte de Tonatia por praticamente todos os autores subsequentes.
Atualmente, são conhecidas de sete a oito espécies de Lophostoma, entre as quais
quatro ocorrem no Brasil (NOGUEIRA et al., 2007; TAVARES et al., 2008a; VELAZCO;
GARDNER, 2012). Entre os caracteres úteis para identificar Lophostoma, estão a
ocorrência de um único incisivo inferior em cada ramo da mandíbula, o rostro pouco
piloso e, no crânio, a constrição pós-orbital relativamente estreita, particularmente
quando comparada à Tonatia (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
124
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lophostoma brasiliense Peters, 1866
(Foto: Isaac P. Lima)
Lophostoma brasiliense está distribuída desde o México, na América Central, em
direção sul, até o Peru, Trinidad, Bolívia e Brasil, na América do Sul (SIMMONS, 2005;
WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Ocorre nos estados brasileiros do Amazonas, Roraima,
Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Rio
de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Paraíba, Pernambuco e Sergipe (NUNES, et al., 2005;
BORDIGNON, 2006a; MARTINS et al., 2006; CÁCERES et al. 2008; TAVARES et al., 2008a,
FEIJÓ; LANGGUTH, 2011).
Trata-se do menor Lophostoma conhecido (comprimento total de 42 a 61mm,
antebraço de 30 a 40mm, cauda de 5 a 14mm e massa corporal de 7 a 13g) (NOGUEIRA et
al., 2007; VELAZCO; CADENILLAS, 2011). Os pelos de seu dorso têm a base esbranquiçada
e porção distal cinza ou marrom-acinzentada. A pelagem do ventre é mais clara do
que a do dorso, e a face do animal é quase desprovida de pelos (REID, 1997). Outro
conjunto de caracteres úteis para a identificação de Lophostoma brasiliense em campo
– a maioria também é aplicável à identificação do gênero – inclui a presença de um
incisivo inferior em cada ramo da mandíbula, o entalhe em forma de “U” envolvido
por papilas dérmicas na porção rostral da mandíbula à região do mento, abaixo do
lábio inferior, e o plagiopatágio posterior, que está inserido próximo à base dos dedos
(GENOWAYS; WILLIAMS, 1984; REID, 1997; SIMMONS; VOSS, 1998).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes.
Dados sobre a dieta e reprodução de L. brasiliense são escassos no Brasil e, em
geral, ao longo da distribuição da espécie. Já foram registrados dípteros, coleópteros,
125
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
lepidópteros e ortópteros compondo sua dieta em um estudo feito na Colômbia
(RIVAS-PAVA et al., 1996) e, segundo Gardner (1977), a espécie também pode fazer
uso de frutos. Fêmeas grávidas foram registradas na Caatinga do nordeste brasileiro
nos meses de agosto, setembro, outubro e dezembro, e fêmeas lactantes, em março
(WILLIG, 1985c).
Há registros de captura de L. brasiliense em áreas de floresta primária na
Amazônia, em veredas* do Cerrado, em serrotes e brejos de altitude em áreas de
caatinga e mata Atlântica, respectivamente, e também em algumas áreas alteradas
do centro-oeste e sudeste brasileiros (PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1993; BERNARD;
FENTON, 2002; GONÇALVES; GREGORIN, 2004; WILLIG, 1983; SOUZA et al., 2004;
BORDIGNON, 2006a; FARIA, 2006). Há alguns registros antigos em pastos e pomares
(HANDLEY-JR, 1976) e mais recentes, em cultivos (HEER et al., 2015). Como é
pouco capturada em levantamentos faunísticos, essa espécie tem sido considerada
naturalmente rara por alguns autores (ESBÉRARD et al., 2010; GARCÍA-MORALES
et al., 2011; LUZ et al., 2011; MIRANDA et al., 2015). Já foi registrada abrigando-se,
durante o dia, em ocos de árvores (HANDLEY-JR, 1967), em edificações humanas
(HICE et al., 2004) e em cupinzeiros arbóreos, formando grupos pequenos com não
mais de cinco indivíduos (GOODWIN; GREENHALL, 1961; PERACCHI; ALBUQUERQUE,
1993; YORK et al., 2008).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008s) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Lophostoma carrikeri (Allen, 1910)
(Foto: Alexandra P. Silva)
126
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lophostoma carrikeri distribui-se na América do Sul, desde a Bolívia e o Peru até a
Colômbia, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa (SIMMONS, 2005), e recentemente foi
registrada no Equador (CAMACHO et al., 2014). A espécie ocorre no norte, nordeste e
centro oeste do Brasil nos estados: Amazonas, Rondônia, Pará, Amapá, Goiás, Tocantins,
Maranhão e Piauí (GREGORIN et al., 2008b; DIAS et al., 2009; SANTOS et al., 2009;
ZORTÉA et al., 2009; GREGORIN et al., 2011).
Lophostoma carrikeri tem porte mediano em relação às demais espécies do gênero,
sendo que os indivíduos menores se sobrepõem à L. schulzi (comprimento total de 66
a 99mm, comprimento do antebraço de 43 a 50mm, comprimento da cauda de 9 a
17mm e massa corporal de 20 a 20,9g) (NOGUEIRA et al., 2007). A pelagem da cabeça
e dorso têm cor marrom-escura e os pelos dessa região têm três bandas de cores
– basal e apical de cor branca e intermediária de cor cinza (ZORTÉA et al., 2009). A
pelagem do ventre é esbranquiçada, à exceção da região do mento (queixo) e laterais
do abdômen (CAMACHO et al., 2014). Esta última característica a difere das seguintes
espécies do gênero que têm ocorrência no Brasil: L. schulzi, L. brasiliense e L. silvicola
(MCCARTHY et al., 1992; FONSECA; PINTO, 2004). As orelhas são arredondadas e
bem desenvolvidas e podem ou não apresentar uma estreita margem de coloração
esbranquiçada (ZORTÉA et al., 2009).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes.
Dados sobre reprodução e dieta são escassos para essa L. carrikeri. Há registros
de fêmeas lactantes em maio, junho, setembro e outubro no Equador, sugerindo a
ocorrência de pelo menos dois picos reprodutivos ao ano (MCCARTHY et al., 1992;
CAMACHO et al., 2014).
No Brasil, L. carrikeri ocorre na Amazônia, no Cerrado e na Caatinga e já foi
capturada em áreas de Mata Seca (GREGORIN et al., 2008b; ZORTÉA et al., 2009),
florestas primárias pouco perturbadas (GENOWAYS; WILLIAMS, 1984; MCCARTHY;
HANDLEY-JR, 1987; GRIBEL; TADDEI, 1989; SIMMONS; VOSS, 1998; SAMPAIO et al.,
2003; CAMACHO et al., 2014), áreas de Savana Amazônica (BERNARD; FENTON, 2002)
e plantações de árvores frutíferas (HANDLEY-JR, 1976).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008t)
e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
127
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
Lophostoma schulzi (Genoways & Williams, 1980)
(Foto: André Pol)
Lophostoma schulzi está restrita ao Escudo das Guianas na América do Sul, incluindo
localidades nas Guianas Francesa e Inglesa, e norte do Brasil (SIMMONS, 2005; LIM;
TAVARES, 2012), nos estados do Amazonas, Pará e Amapá (BERNARD et al., 2011a;
LIM; TAVARES, 2012).
A espécie tem porte médio, semelhante ao de L. carrikeri (comprimento total de
76 a 80mm, antebraço de 42 a 45mm, cauda de 7 a 15mm e massa corporal de 17,6
a 19,9g) (NOGUEIRA et al., 2007). O ventre tem coloração acinzentada bem clara ou
esbranquiçada, que contrasta com o cinza-escuro do dorso. As orelhas são arredondadas
e bem desenvolvidas e a espécie tem características granulações dérmicas que se
assemelham a pequenas verrugas nos antebraços, dígitos, folha nasal e membros
inferiores (GENOWAYS; WILLIAMS, 1980a; MCCARTHY et al., 1988; GRIBEL; TADDEI,
1989; SIMMONS; VOSS, 1998; VELAZCO; CADENILLAS, 2011).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes.
Quase nada se sabe sobre a reprodução e dieta de L. schulzi. Mccarthy et al. (1988)
descreveram que as fêmeas de L. schulzi têm clitóris bem desenvolvido, passível de
ser confundido com um pênis, e reportaram uma fêmea gestante registrada no mês
de agosto, na Guiana Francesa.
128
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A grande maioria dos registros de L. schulzi ao longo de sua distribuição foi
obtida em florestas primárias (GENOWAYS; WILLIAMS, 1984; MCCARTHY et al., 1988;
SIMMONS; VOSS, 1998), inclusive no Brasil (SAMPAIO et al., 2003; SILVA et al., 2013).
Há relatos esparsos de ocorrência em florestas secundárias (GRIBEL; TADDEI, 1989;
MARQUES-AGUIAR; OREN, 1987) e em regiões de elevada altitude, de até 1500m,
aproximadamente (LIM, 2012).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008u) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Lophostoma silvicola d’Orbigny, 1836
(Foto: André Pol)
Lophostoma silvicola ocorre na Colômbia, Venezuela, nas Guianas, Suriname,
Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e em território brasileiro (WILLIAMS; GENOWAYS,
2008). No Brasil, já foi registrado nos estados do Acre, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Bahia, Alagoas, Pernambuco,
Paraíba e Rio de Janeiro (BORDIGNON, 2006a; MARTINS et al., 2006; TAVARES et
al., 2008a).
Lophostoma silvicola é uma espécie grande, principalmente quando comparada
às demais espécies do gênero (NOGUEIRA et al., 2007) (comprimento total de 46 a
89mm, comprimento do antebraço de 49 a 61mm, comprimento da cauda de 10 a
26mm e massa corporal de 25 a 49g) (NOGUEIRA et al., 2007). A pelagem tem coloração
129
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
variável e vai do cinza ao marrom-avermelhado ou escuro, tornando-se mais clara no
ventre. A pelagem da região da garganta e da base das orelhas é bem mais clara ou
mesmo branca (MEDELLÍN; ARITA, 1989), e as orelhas são grandes e arredondadas,
ligadas por uma projeção dérmica no topo da cabeça (WETTERER et al., 2000). Pode
ser separada das demais espécies do gênero conhecidas para o território brasileiro
em razão de seu maior tamanho (NOGUEIRA et al., 2007).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes.
A dieta de L. silvicola é predominantemente composta de insetos, complementada
com frutos e pólen e, ocasionalmente, há registros de restos de pequenos vertebrados
(REIS; PERACCHI, 1987; BERNARD, 2002; GIANNINI; KALKO, 2004; PAGLIA et al., 2012).
Como parte da dieta de indivíduos já analisados, foram encontrados coleópteros,
lepidópteros, ortópteros e aracnídeos (REID, 1997; MUNIN et al., 2012). Indivíduos de
L. silvicola foram registrados forrageando próximo aos seus refúgios, a cerca de 200
a 500m de distância (KALKO et al., 1999).
Há dimorfismo sexual secundário em L. silvicola, e as fêmeas são menores que
os machos (WILLIG, 1983; DECHMANN et al., 2005). Dados coletados no Panamá
revelaram sistemas elaborados de poliginia* por defesa de recurso, já que machos
adultos cavam cupinzeiros ativos a fim de construir refúgios para atrair fêmeas, e
elas escolhem os machos que detêm os melhores refúgios (DECHMANN et al., 2004;
2005). Ainda com base nos resultados obtidos no Panamá, verificou-se que ocorrem
dois picos reprodutivos por ano (DECHMANN et al., 2005).
Lophostoma silvicola ocorre em quase todos os biomas brasileiros, exceto no
Pampa (PAGLIA et al., 2012). Refugia-se em cupinzeiros arbóreos (KALKO et al., 1999;
DECHMANN et al., 2005) e em habitações humanas (SMITH et al., 2012). É encontrada
em florestas primárias, capoeiras (REIS; PERACCHI, 1987), pomares, pastos e áreas
urbanizadas (HANDLEY-JR, 1976); todavia, dados sobre sua biologia coletados no Brasil
são escassos.
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008d) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Macrophyllum Gray, 1838
O gênero é monotípico, representado pela espécie Macrophyllum macrophyllum
(Schinz, 1821). Caracteres importantes para a definição do gênero são a longa cauda,
que se estende até a margem posterior da membrana interfemural, e seus também
longos pés e lança da folha nasal (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008), além dos dentículos
dérmicos, que são projeções da derme presentes na face ventral do amplo uropatágio
dessa espécie.
130
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Macrophyllum macrophyllum (Schinz, 1821)
(Foto: Adriano l. Peracchi)
Macrophyllum macrophyllum está distribuído desde o México, na América Central,
em direção sul, até a América do Sul, nordeste da Argentina e sudeste do Brasil
(SIMMONS, 2005). No Brasil, já foi registrada nos estados do Amazonas, Acre, Pará,
Amapá, Paraíba, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo,
Goiás e Paraná (TAVARES et al., 2008a).
Trata-se de um morcego pequeno, o menor filostomíneo conhecido (comprimento
total de 40 a 53mm, comprimento do antebraço de 32,9 a 40mm, cauda de 37 a
53mm e massa corporal de 7 a 11g) (NOGUEIRA et al., 2007). A coloração é marrom-
alaranjada escura, ou ferrugínea, as orelhas são grandes e com ponta aguda, e a lança
da folha nasal é bem desenvolvida, com uma coluna central bem demarcada. Os pés
de M. macrophyllum são longos, com unhas bem desenvolvidas. A cauda é grande e
está totalmente inserida na membrana interfemural que, por sua vez, possui em sua
face ventral fileiras longitudinais de projeções, ou dentículos dérmicos (HARRISON,
1975; NOGUEIRA et al., 2007).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Macrophyllum macrophyllum é uma espécie estritamente insetívora
(WETTERER et al., 2000; GIANNINI; KALKO, 2005) e há registros do consumo de
quironomídeos, coleópteros, hemípteros aquáticos e aranhas (HOWELL; BURCH,
131
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
1974). A espécie forrageia sobre a água, recolhendo insetos de sua superfície
(MEYER et al., 2005), tal qual Rhynchonycteris naso (Emballonuridae) e Myotis
albescens (Vespertilionidae) (MEYER et al., 2005). Além disso, M. macrophyllum
foi encontrada sob palafitas e observada forrageando sobre o espelho d’água,
junto a essas duas espécies, no Parque Estadual do Rio Doce (TAVARES; ANCIÃES,
1998).
Na América Central, LaVal e Rodríguez-H (2002) registraram fêmeas grávidas
de outubro a maio, sugerindo um extenso período reprodutivo para a espécie.
Meyer et al. (2005) sugeriram ainda que esta espécie se organiza socialmente
em haréns.
Macrophyllum macrophyllum ocorre nos biomas Amazônia, Mata Atlântica,
Cerrado e Pantanal (PAGLIA et al., 2012), e é encontrado em florestas primárias e
secundárias, pastos e capoeiras (HANDLEY- JR, 1976; REIS; PERACCHI, 1987; BROSSET;
CHARLES-DOMINIQUE, 1990; SIMMONS; VOSS, 1998). Geralmente, é capturado
próximo à água (HARRISON, 1975; TAVARES; ANCIÃES, 1998). Refugia-se em ocos de
árvores (PATTERSON, 1992), cavernas (LINARES, 1966; FARIA et al., 2006) e construções
humanas, como túneis (PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1971), sob casas de palafita
(TAVARES; ANCIÃES, 1998), habitações abandonadas (HARRISON, 1975) e túneis para
passagem de cursos d’água sob estradas (MARQUES, 1985; REIS; PERACCHI, 1987;
SIMMONS; VOSS, 1998). Pode formar colônias numerosas, compostas por até 50
indivíduos (PERACCHI et al., 1984).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (RODRÍGUEZ; PINEDA,
2008) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
Gênero Mimon Gray, 1847
Este gênero é representado por quatro espécies de porte mediano: M. bennettii
(Gray, 1838); M. cozumelae Goldman, 1914; M. crenulatum (É. Geoffroy, 1810); e
M. koepckeae Gardner & Patton, 1972; porém, somente duas ocorrem no Brasil
(NOGUEIRA et al., 2014a). Alternativa e recentemente, Hurtado et al., (2014)
descreveram o gênero Gardnerycteris para acomodar Mimon crenulatum (incluindo
keenani) e M. koepckeae. São os únicos filostomíneos que têm somente um incisivo
e dois pré-molares em cada ramo da mandíbula. A cauda se estende até a metade
da membrana interfemural, que é longa, e seu calcâneo é mais longo que o pé
(WILLIAMS; GENOWAYS, 2007).
132
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Mimon bennettii (Gray, 1838)
(Foto: Isaac P. de Lima)
Mimon bennettii distribui-se desde o Panamá, na América Central, em direção
sul, até a Guiana Francesa e o Brasil (SIMMONS, 2005; GREGORIN et al., 2008a). Em
território brasileiro, há registros para os estados: Amapá, Piauí, Bahia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro,
São Paulo, Paraná e Santa Catarina (GREGORIN et al., 2008a).
É um morcego relativamente grande (comprimento total de 50 a 75mm,
comprimento do antebraço de 51,4 a 59,3mm, comprimento da cauda de 10 a 25mm
e massa corporal de 19,7 a 25,2g) (NOGUEIRA et al., 2007). Mimon bennettii tem
pelagem longa e densa de coloração castanho-dourada, orelhas longas e pontiagudas,
e a lança da folha nasal longa, estreita e com margens lisas. Além disto, M. bennettii
tem uma mancha de pelos esbranquiçados atrás das orelhas e uma listra clara dorsal
mediana (ORTEGA; ARITA, 1997; NOGUEIRA et al., 2007; HURTADO et al., 2014). A
distinção entre M. bennettii e M. cozumelae é motivo de controvérsias e há variação,
sobretudo, de tamanho, que permeia ambas as espécies ao longo de suas distribuições
(GREGORIN et al., 2008a).
A fórmula dentária é: i2/1, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
Mimon bennettii foi registrado consumindo coleópteros e lepidópteros no sul e no
sudeste do Brasil (FENTON et al., 1999; CARVALHO et al., 2008). Quanto à reprodução,
há registros de fêmeas grávidas no mês de agosto em área de Cerrado (BREDT et al.,
133
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
1999) e no mês de junho em área de Mata Atlântica, na Região Sudeste do Brasil (DIAS
et al., 2002). Na Região Sul, no Paraná, Miranda; Bernardi (2006) registraram uma
fêmea lactante nos meses de janeiro e dezembro e um filhote no mês de dezembro.
Mimon bennettii ocorre em todos os biomas do Brasil, exceto nos Pampas (PAGLIA
et al., 2012). Segundo Carvalho et al. (2013), a espécie utiliza principalmente o
sub-bosque florestal de florestas primárias e secundárias (BROSSET et al., 1996;
SIMMONS; VOSS, 1998; ESBÉRARD, 2003), em áreas rurais (BREDT; UIEDA, 1996) e
pomares (ESBÉRARD et al., 1996). Pode ser encontrada também próximo a áreas
perturbadas, grutas, cavernas, minas, ocos de árvores e túneis sob estradas e em
colónias, que raramente excedem dez indivíduos (ORTEGA; ARITA, 1997; ARNONE;
PASSOS, 2007; MIRANDA, 2013), embora existam relatos de colônias composta por
até vinte indivíduos (BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE, 1990). Pode compartilhar
abrigo com as espécies Myotis nigricans, Carollia perspicillata, Diphylla ecaudata e
Desmodus rotundus (TRAJANO, 1985).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008v) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Entretanto, consta como “Vulnerável” nas listas dos estados do Paraná (MIKICH;
BÉRNILS, 2004) e Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000).
Mimon crenulatum (É. Geoffroy, 1803)
(Foto: Isaac P. Lima)
134
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Mimon crenulatum distribui-se desde o México até a Guiana Francesa, Bolívia,
Equador, Peru, Ilha de Trinidad e sudeste do Brasil (SIMMONS, 2005; WILLIAMS;
GENOWAYS, 2008). A espécie ocorre em quase todas as regiões do Brasil, à exceção
do sul do país, e já foi registrada nos estados do Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima,
Amapá, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba e Ceará (TAVARES
et al., 2008a; GURGEL FILHO et al., 2009; CALOURO et al., 2010; VIVO et al., 2011).
É um morcego de porte médio (comprimento total de 55 a 69mm, comprimento
do antebraço de 45 a 53,5mm, comprimento da cauda de 15 a 29mm e massa corporal
de 9 até 24g) (PEDRO et al., 1994; REID, 1997; SIMMONS; VOSS, 1998; MELLO; POL,
2006; OLIVEIRA et al., 2013). A lança da folha nasal é peculiar, já que é ondulada
nas margens (“crenulatum”), além de densamente pilosa. Também salta aos olhos
a combinação de cores da pelagem entre a cabeça e da parte superior do tórax do
animal, que mistura tons de marrom-escuro, dourado, branco-acinzentado e cor da
pele, que aparece mais exposta em regiões glabras*. A pelagem do ventre é, de modo
geral, marrom-dourada, com a base dos pelos individuais mais escura. A coloração
da pelagem dorsal é marrom-escura e interrompida por uma listra longitudinal de
cor pálida (HUSSON, 1962; REID, 1997). As orelhas são grandes e pontiagudas, e o
trago é fino e também pontiagudo. A membrana interfemural é bem desenvolvida,
estendendo-se até a base dos pés (NOGUEIRA et al., 2007).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
Mimon crenulatum foi registrado consumindo coleópteros (AGUIAR; MARINHO-
FILHO, 2007) e outros insetos, como lepidópteros, dípteros, ortópteros e hemípteros
(WHITAKER-JR; FINDLEY, 1980; HUMPHREY et al., 1983; RIVAS-PAVA et al., 1996; AGUIAR;
MARINHO-FILHO, 2007), e pequenos vertebrados, como lagartos (HUMPHREY et al.,
1983). Também há registros do consumo de néctar e pólen (PEDRO et al., 1994).
No Peru, foram registradas fêmeas grávidas nos meses de julho, agosto, setembro
e janeiro (GRAHAM, 1987; ASCORRA et al., 1993). Já na Região Sudeste do Brasil,
foram registradas fêmeas com filhotes durante o período chuvoso (PEDRO et al., 1994;
MELLO; POL, 2006).
Mimon crenulatum ocorre em quase todos os biomas brasileiros, à exceção dos
Pampas (CAMARGO; FISCHER, 2005; PAGLIA et al., 2012), e tem sido capturada em
florestas primárias e secundárias, em vários locais (PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1993;
BROSSET et al., 1996; RODRÍGUEZ-H.; MONTERO, 2001; MELLO; POL, 2006), incluindo
fragmentos florestais, pomares e pastos (HANDLEY-JR, 1976; BERNARD; FENTON, 2002).
Segundo Nowak (1999), a espécie utiliza buracos e ocos de árvores como refúgio, onde
pode permanecer em pequenos grupos, formados por dois a quatro indivíduos. Todavia,
Goodwin e Greenhall (1961) coletaram vários indivíduos em um oco de árvore, sugerindo
que a espécie pode se abrigar com grupos maiores. Já foi registrada uma pequena área
de vida para M. Crenulatum, que varia de 65 a 78 hectares (BERNARD; FENTON, 2003).
135
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008x) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Consta como “Vulnerável” na lista do estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al.,
2000).
Gênero Phylloderma Peters, 1865
Gênero monotípico representado pela espécie P. stenops, é um morcego de
grande porte e relativamente similar às espécies do gênero Phyllostomus em termos
de morfologia (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Baseados em dados genéticos, Baker
et al. (1988) propuseram a sinonímia dos géneros Phylloderma e Phyllostomus.
Entretanto, segundo Wetterer et al., (2000), esse arranjo acarretaria uma grande
alteração na diagnose de Phyllostomus e instabilidade taxonômica desnecessária.
A análise filogenética mais recente do grupo manteve a validade dos dois gêneros
(BAKER et al., 2000; 2003). Os caracteres externos mais marcantes de Phylloderma
são a pelagem curta, o rostro com aparência pálida e esmaecida e a margem inferior
da ferradura da folha nasal contínua com o lábio superior (REID, 1997; NOGUEIRA
et al., 2007).
Phylloderma stenops (Peters, 1865)
(Foto: Marco A. R. Mello)
136
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Phylloderma stenops está distribuída desde o México, na América Central, em direção
sul, até a Bolívia, o Peru e o sudeste do Brasil (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008), onde já foi
registrada nos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Rondônia, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,
Bahia, Piauí, Maranhão e Pernambuco (TAVARES et al., 2008a; DIAS et al., 2009).
Trata-se de uma espécie de porte grande (comprimento total de 81 a 115mm,
antebraço de 65 a 83mm, cauda de 12 a 24,6mm e massa corporal de 40 a 65g)
(BARQUEZ; OJEDA, 1979; GUERRA, 1980; KOOPMAN, 1994; EMMONS; FEER, 1997; REID,
1997; SIMMONS; VOSS, 1998; BRITO; ARGUERO, 2012). A pelagem geral é castanho-
clara, com misturas de bege-pálido e branco-cinzento. O dorso é de castanho-claro a
bege e o ventre é branco-cinzento com tons de bege-pálido.
Além dos caracteres mencionados na breve descrição do gênero, a folha nasal é
menor e mais larga (HUSSON, 1962), e a ponta das asas tende à despigmentação ou
é de cor branca (REID, 1997).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Vários autores consideram que P. elongatus tem hábitos onívoros (LaVAL; FITCH,
1977; SIMMONS; VOSS, 1998; YORK et al., 2008). Há registros de consumo de frutos,
como banana e frutos de Cucurbitaceae e Passiflora (LaVAL, 1977; KALKO et al., 1996;
BERNARD, 2002; GIANNINI; KALKO, 2004; YORK et al., 2008; BRAVO et al., 2012), larvas
e pupas de vespas da espécie Polybia sericea (JEANNE, 1970), insetos, como coleópteros
(BERNARD, 2002; ESBÉRARD; FARIA, 2006), e até pequenos vertebrados (BROSSET;
CHARLES-DOMINIQUE, 1990). É considerada potencial dispersora de sementes (YORK
et al., 2008).
Em cativeiro, as fêmeas apresentaram estro pós-parto, e o período de gestação
durou cerca de 160 dias. Os nascimentos ocorreram em setembro, dezembro e fevereiro
(ESBÉRARD, 2012), sugerindo dois picos reprodutivos ao ano. LaVal (1977) também
registrou uma fêmea grávida no mês de fevereiro, na Costa Rica, na natureza.
Phylloderma stenops ocorre na Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal
(PAGLIA et al., 2012). Já foi capturada em florestas primárias e secundárias (SIMMONS;
VOSS, 1998; ESBÉRARD; FARIA, 2006; YORK, 2008), em áreas de mangue, savana e
florestas de terra firme da Amazônia (ANDRADE et al., 2008; PEREIRA et al., 2010;
SILVA et al., 2013), além de próximo a plantações de banana, pomares, pastos e áreas
urbanizadas (HANDLEY-JR, 1976; CARRERA et al., 2010). É um morcego pouco capturado
em inventários (SIMMONS; VOSS, 1998; MEDELLÍN et al., 2000; ESBÉRARD; FARIA,
2006). Refugia-se em cavernas (TAVARES et al., 2010) e até em bueiros e pode compor
pequenas colônias ou permanecer solitário (TRAJANO; GIMENEZ, 1998; BREDT et al.,
1999; HICE et al., 2004; ESBÉRARD et al., 2005).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008z) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Consta como “Vulnerável” na lista do estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000).
137
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
Gênero Phyllostomus Lacépède, 1799
O gênero é representado por quatro espécies, todas com ocorrência no Brasil
(NOGUEIRA et al., 2014a). Phyllostomus tem dois incisivos e dois pré-molares em cada
ramo da mandíbula e uma cauda curta, que perpassa a membrana interfemural na
superfície dorsal, estendendo-se mais ou menos por um terço à metade proximal da
membrana (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Phyllostomus discolor (Wagner, 1843)
(Foto: Isaac P. de Lima)
Phyllostomus discolor está distribuído desde o México, na América Central, em
direção sul, passando pelo Peru, Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e Brasil, além das
Guianas, Trinidad e Venezuela, na América do Sul (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Já foi
registrada em quase todos os estados brasileiros, exceto Rio Grande do Norte, Alagoas,
Rondônia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (TAVARES et al., 2008a; FREGONEZI et
al., 2013; LAPENTA; BUENO, 2015).
É um Phyllostomus de tamanho médio (comprimento total de 66 a 110mm,
comprimento do antebraço de 55 a 69mm, comprimento da cauda de 12 a 21mm e
massa corporal de 26 a 51g) (TADDEI, 1975; KOOPMAN, 1994; REID, 1997; SIMMONS;
VOSS, 1998; LEE-JR et al., 2010). A pelagem é densa, macia, e a região dorsal tem
coloração marrom-escura ou cinza-chumbo, bem mais clara no ventre, geralmente
creme-esbranquiçado. A banda proximal de cada pelo é branca, a banda medial é
138
História Natural dos Morcegos Brasileiros
marrom-escura e a ponta é acinzentada (KEIWCINSCKI, 2006; NOGUEIRA et al., 2007).
A cauda se estende por cerca de um terço proximal da membrana interfemural e a
ponta sobressai através da superfície dorsal da membrana. Um espécime coletado na
Amazônia Central brasileira apresentou leucismo, sob a forma de uma mancha branca
que cobria parte da cabeça, face, ombros e antebraço direito (TREITLER et al., 2013).
Os tamanhos de P. discolor, P. elongatus e P. latifolius se sobrepõem, mas nestas duas
últimas espécies o calcâneo é mais comprido que o pé (VIEIRA, 1942; HUSSON, 1962;
KOOPMAN, 1994).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
A espécie tem sido considerada onívora (SIMMONS; VOSS, 1998; LaVAL;
RODRÍGUEZ-H., 2002), havendo registros de uma dieta composta de coleópteros,
lepidópteros e himenópteros (AGUIAR; MARINHO-FILHO, 2007; MUNIN et al., 2012),
néctar e/ou pólen (KALKO et al., 1996; GIANNINI; KALKO, 2005; MUNIN et al., 2012), e/
ou complementada com frutos (GARDNER, 1977; RIVAS-PAVA et al., 1996). Phyllostomus
discolor é o principal agente polinizador de Caryocar brasiliense e Parkia pendula
(GRIBEL; HAY, 1993; MARTINS; GRIBEL, 2007; PIECHOWSKI; GOTTSBERGER, 2009), e há
ainda registros de consumo de pólen e/ou néctar de dezenas de plantas de diversas
famílias (GIANNINI; KALKO, 2005).
Phyllostomus discolor possui um sistema de cópula com formação de haréns
anuais e instáveis, já que as fêmeas podem transitar entre vários grupos (MCCRACKEN;
WILKINSON, 2000). Uma fêmea grávida foi capturada no mês julho no nordeste do Brasil
(SILVA et al., 2004). Na Região Sudeste, a espécie apresentou um período reprodutivo
longo, durante quase todo o período de chuvas (TADDEI, 1976).
Ocorre em quase todos os biomas brasileiros, exceto nos Pampas (PAGLIA et al.,
2012), e é encontrada em florestas primárias e secundárias (PERACCHI; ALBUQUERQUE,
1993; BERNARD; FENTON, 2002; ESBÉRARD, 2003; SAMPAIO et al., 2003), em ambientes
mais abertos, como savanas amazônicas (BERNARD; FENTON, 2007), em áreas rurais,
como plantações de bananas (MARES et al., 1981), monoculturas de Pinus elliottii
(MUYLAERT et al., 2014), parques urbanos (OPREA et al., 2009a) e em áreas urbanizadas
(SAZIMA; SAZIMA, 1977; UIEDA; HAYASHI, 1996). Refugia-se em ocos de árvores
(FARIA; BAUMGARTEN, 2007; FABIÁN, 2008), cavernas (SBRAGIA; CARDOSO, 2008)
e habitações humanas (UIEDA; HAYASHI, 1996). Suas colônias podem ter até 25
indivíduos (GOODWIN; GREENHALL, 1961), que podem também compartilhar esses
refúgios com outros morcegos, como Noctilio albiventris e Cynomops planirostris,
embora cada grupo mantenha-se isolado (FABIÁN, 2008). Tem o hábito de forragear
em grupo, o que leva à captura de muitos indivíduos ao mesmo tempo em redes de
neblina (SAZIMA; SAZIMA, 1977).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008e)
e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
139
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
Phyllostomus elongatus (É. Geoffroy, 1810)
(Foto: André Pol)
Phyllostomus elongatus ocorre na Colômbia, Peru, Bolívia, Venezuela, Guianas, Brasil
e em populações isoladas no oeste da Colômbia e noroeste do Equador (WILLIAMS;
GENOWAYS, 2008). Em território brasileiro, a espécie tem registro nos estados do
Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Alagoas e Pernambuco (TAVARES et al., 2008a;
BORDIGNON; FRANÇA, 2009; LAGE et al., 2013; NOVAES et al., 2014a).
Tem porte médio e é muito menor que P. hastatus (comprimento total com cauda
de 99 a 115mm, comprimento do antebraço de 60 a 71mm, comprimento da cauda de
14 a 27mm e massa corporal de 30 a 57g) (VIEIRA, 1942; KOOPMAN, 1994; SIMMONS;
VOSS, 1998). A coloração da pelagem dorsal varia de castanho-avermelhada a marrom-
acinzentado (HUSSON, 1962). A ponta da lança da folha nasal de P. elongatus é afilada,
e as orelhas são arredondadas e longas, perpassando o topo da cabeça. O comprimento
de seu calcâneo é maior que o comprimento do pé (VIEIRA, 1942; KOOPMAN, 1994;
SIMMONS; VOSS, 1998).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
A espécie complementa sua dieta com frutos (REIS; PERACCHI, 1987; MARQUES et
al., 2012), néctar (TUTTLE, 1970) e, provavelmente, pequenos vertebrados (GARDNER,
2008a). Dados sobre sua reprodução são escassos; todavia, há registro de uma fêmea
grávida e lactante no início do período chuvoso na Região Norte do Brasil, indicando
estro pós-parto e a ocorrência de mais de um pico reprodutivo ao ano (MARQUES, 1985).
140
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Ocorre na Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal (FARIA; BAUMGARTEN,
2007; BERNARD et al., 2011a; FISCHER et al., 2015), onde habita florestas primárias e
secundárias (BOBROWIEC, 2012), florestas semidecíduas (BORDIGNON; FRANÇA, 2009),
brejos de altitude em enclave de Mata Atlântica que adentram a Caatinga (SOUZA et
al., 2004), fragmentos florestais de “Cabruca”, no Espírito Santo (LAGE et al., 2013),
fragmentos próximos às areas urbanas (FARIA, 2006; SILVA; ANACLETO, 2011) e matas
de galeria (NOVAES et al., 2014a). Suas capturas são mais frequentes no sub-bosque
(KALKO; HANDLEY-JR, 2001; BERNARD, 2001c; PEREIRA et al., 2010; REX et al., 2011),
porém não são restritas a esse estrato (REX et al., 2011). Abriga-se em ocos de troncos
de árvores (SIMMONS; VOSS, 1998; DÍAZ; GARCÍA, 2012), dutos de galerias fluviais
(CARRERA et al., 2010), sob pontes de concreto (REIS; PERACCHI, 1987) e cavernas de
calcário (NOVAES et al., 2014a). Já foram encontradas colônias em ocos de árvores
contendo de sete a 15 indivíduos (TUTTLE, 1970).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008y) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Phyllostomus hastatus (Pallas, 1767)
(Foto: Isaac P. Lima)
Phyllostomus hastatus ocorre na América central, a partir de Belize, em direção sul,
até a Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Trinidad, Guianas, Suriname, Brasil, Paraguai,
Argentina e Bolívia, na América do Sul (WILLIAMS; GENOWAYS, 2007). Quase todos
141
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
os estados brasileiros têm registros da espécie, exceto Rio Grande do Norte, Alagoas,
Santa Catarina e Rio Grande do Sul (TAVARES et al., 2008a; FREGONEZI et al., 2013).
É a maior espécie do gênero Phyllostomus (comprimento total de 94 e 124mm,
comprimento do antebraço de 77,5 a 94mm, cauda de 10 a 29mm e massa corporal de
64 a 112g) (TADDEI, 1975; KOOPMAN, 1994; REID, 1997; SIMMONS; VOSS, 1998; SANTOS
et al., 2003). A pelagem do dorso e do ventre são relativamente uniformes quanto à
coloração e comprimento. Os pelos são curtos e as cores podem ser marrom-escura,
vermelha ou alaranjada (SANTOS et al., 2003; BREDT et al., 1999). O lábio inferior de
P. hastatus tem duas almofadas em formato de “V” rodeadas por fileiras de papilas
alongadas. Suas orelhas têm formato triangular e são bem separadas (SANTOS et al.,
2003; FREGONEZI et al., 2013).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Observando sua distribuição total, a espécie pode ser considerada onívora
(SIMMONS; VOSS, 1998; SANTOS et al., 2003) ; entretanto, sua dieta pode ser mais
concentrada em alguns itens, variando conforme a região e a época do ano em que
se encontra (NOGUEIRA et al., 2007). Foi considerada frugívora, por exemplo, em uma
localidade e dada época, no Peru (WILSON et al., 1996), e insetívora em uma localidade
no Nordeste (WILLIG et al., 1993). Há registros de consumo de uma ampla variedade de
itens alimentares, como insetos lepidópteros, coleópteros, ortópteros, himenópteros,
hemípteros e isópteros; frutos de Ficus spp., Mangifera indica, Syzygium jambolana,
Carica papaya, Cecropia sp. e Artocarpus integrifolia (WILLIG et al., 1993; WILSON
et al., 1996; COSTA et al., 2010; PACHECO et al., 2010), néctar (GRIBEL et al., 1999) e
pequenos vertebrados, como morcegos das espécies Glossophaga soricina, Carollia
perspicillata e Myotis nigricans (OPREA et al., 2006). Ademais, é considerada a principal
espécie dispersora de algumas plantas (GREENHALL, 1956; PERACCHI; ALBUQUERQUE,
1971; KALKO; CONDON, 1998) e importante polinizadora (GRIBEL et al., 1999).
O padrão reprodutivo de P. hastatus também parece variar conforme a região que
ocorre (SANTOS et al., 2003), pois já foram relatados casos de monoestria* e poliestria
no Brasil (MARQUES, 1985; WILLIG, 1985b). Em um remanescente da Mata Atlântica,
no sul do Brasil, há registro de cinco fêmeas grávidas no mês de setembro (GALLO;
REIS, 2010). No Cerrado, WILLIG (1985b) observou pico reprodutivo ocorrendo de abril
a outubro, e lactação, de setembro a abril.
É encontrada em ambientes bem preservados, em fragmentos florestais, habitat
urbanos e rurais (COSTA et al., 2010; ALBUQUERQUE et al., 2013) e áreas de restinga (OPREA
et al., 2007). É considerada uma espécie comum e amplamente distribuída em Florestas
Tropicais (EMMONS; FEER, 1997); todavia, em ambientes savânicos, é considerada rara
(MEDELLÍN; REDFORD, 1992; AGUIRRE et al., 1996). Utiliza cavernas como abrigos diurnos
(BREDT et al., 1999; ESBÉRARD et al., 2005), folhas de palmeiras (ASCORRA et al., 1996),
habitações humanas e ocos em árvores (BAPTISTA; MELLO, 2001; COSTA et al., 2010).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008a) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
142
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Phyllostomus latifolius (Thomas, 1901)
Phyllostomus latifolius ocorre desde o sudeste da Colômbia, Guianas e Suriname
até o norte e centro-oeste do Brasil (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008), onde, até o
momento, só foi registrada nos estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso (TAVARES
et al., 2008a; MIRANDA; RUBIO, 2011).
É um Phyllostomus relativamente pequeno (comprimento total corpo-cauda de
91 a 95mm, comprimento do antebraço de 55 a 60mm, cauda de 13 a 1mm e massa
corporal de 24 a 31g) (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980a; KOOPMAN, 1994; RODRÍGUEZ-
POSADA; SÁNCHEZ-PALOMINO, 2009; MIRANDA; RUBIO, 2011). Entre os caracteres úteis
para descrever P. latifolius estão o calcâneo maior que o comprimento do pé, a crista
sagital bem desenvolvida, as orelhas com a ponta arredondada e maiores que 25mm, a
folha nasal bem desenvolvida e cuja altura (comprimento) é maior que 18mm, e o lábio
inferior com duas almofadas em formato de “V” circundadas por fileiras de papilas
alongadas, similares à P. hastatus, porém menores (RODRÍGUEZ-POSADA; SÁNCHEZ-
PALOMINO, 2009; MIRANDA; RUBIO, 2011; FREGONEZI et al., 2013). É semelhante à
P. elongatus, porém menor em tamanho de antebraço e medidas cranianas e, além
disto, os pelos da superfície ventral têm aspecto “frosted”, ou seja, apresentam as
pontas mais claras (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980a; LIM; ENGSTRON, 2001; SAMPAIO
et al., 2003; RODRÍGUEZ-POSADA; SÁNCHEZ-PALOMINO, 2009).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Não há informações sobre a dieta de P. latifolius na literatura, e dados sobre sua
reprodução também são escassos. Há registros de fêmeas lactantes entre setembro
e outubro, no Suriname (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980a).
Phyllostomus latifolius é endêmica da região Amazônica (TAVARES et al., 2008a; BERNARD
et al., 2011a; MIRANDA; RUBIO, 2011; PAGLIA et al., 2012, TAVARES et al., 2012). Em seu
registros mais recentes, a espécie foi capturada na porção sul do bioma, em carajás (TAVARES
et al., 2012) e próximo à região de ecótone com o Cerrado, ocorrendo em simpatria com
as demais espécies do gênero (MIRANDA; RUBIO, 2011). É encontrada em áreas de floresta
primária e secundária (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980a; BROSSET et al., 1996; SIMMONS et
al., 2000) e foi registrada abrigando-se em cavernas durante o dia (MARINKELLE; CADENA,
1972; BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE, 1990; SAMPAIO et al., 2003).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008w) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Tonatia Gray, 1827
Tonatia atualmente contém duas formas, Tonatia bidens e T. saurophila, ambas
com distribuição para o Brasil.
143
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
Tonatia bidens (Spix, 1823)
(Foto: Isaac P. Lima)
Tonatia bidens ocorre desde o nordeste do Brasil até o Paraguai, Bolívia, Equador
e norte da Argentina (SIMMONS, 2005; REX et al., 2008; PACA et al., 2012). No Brasil,
ocorre nos estados do Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Santa Catarina, Paraná, São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Paraíba e
Ceará (TAVARES et al., 2008a; BEZERRA; MARINHO-FILHO, 2010; FEIJÓ; LANGGUTH,
2011; FREGONEZI et al., 2013).
A espécie tem porte médio, com comprimento do antebraço de 48,8 a 59,3mm
(WILLIAMS et al., 1995; BARQUEZ et al., 1993; ESBÉRARD; BERGALLO, 2004), e espécimes
brasileiros coletados no Rio de Janeiro tinham massa corporal de 18 a 38g (ESBÉRARD;
BERGALLO, 2004). A pelagem dorsal é marrom-cinzenta e é mais clara no ventre
(WILLIAMS et al., 1995; BARQUEZ et al., 1993). Os morcegos do gênero Tonatia possuem
uma verruga central em seu lábio inferior, rodeada por pequenas papilas, e sua folha nasal
é larga na parte basal e se estreita de forma abrupta em sua porção final (FREGONEZI
et al., 2013). Tonatia bidens pode ser diferenciada de Tonatia saurophila pela ausência
da listra longitudinal no topo da cabeça (REID, 1997; WILLIAMS et al., 1995).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes.
Tonatia bidens tem sido registrada consumindo insetos, vertebrados e frutos (TAVARES et
al., 2007; SMITH, 2012; FELIX et al., 2013). Entre os itens mais consumidos estão lepidópteros,
coleópteros, ortópteros e blatódeos e, em menor frequência, aves (p. ex., Thaulurania
glaucopis, Amazilia fimbriata e Coereba flaveola) e outras espécies de morcegos (e.g. Myotis
nigricans, ESBÉRARD; BERGALLO, 2004; FELIX et al., 2013). No sudeste do Brasil, numa área
de Mata Atlântica, durante o período mais seco, Felix et al., (2013) observaram o consumo
144
História Natural dos Morcegos Brasileiros
de frutos das famílias Moraceae, Cecropiaceae e Solanaceae por T. bidens. Em pequenos
grupos mantidos em cativeiro, foi observado que T. bidens compartilha suas presas com
os demais indivíduos do grupo. Na natureza, já foram registrados 11 indivíduos usando um
mesmo refúgio de alimentação ao mesmo tempo (ESBÉRARD et al., 2000).
Quanto à reprodução, constam poucos dados na literatura. Todavia, fêmeas
grávidas foram observadas em novembro (ESBÉRARD; BERGALLO, 2004), fêmeas
lactantes, em janeiro, março, abril e maio (ESBÉRARD; BERGALLO, 2004; NOGUEIRA
et al., 2015), e indivíduos jovens, nos meses de dezembro, fevereiro, maio e julho
(ESBÉRARD; BERGALLO, 2004), o que demonstra pelo menos um pico reprodutivo ao
ano relacionado com o período chuvoso. Segundo Esbérard et al., (2000), T. bidens
forma haréns compostos por um único macho e até 12 fêmeas e indivíduos jovens.
Ocorre na Mata Atlântica, Pantanal, Cerrado e Caatinga (ASTÚA; GUERRA, 2008;
FABIÁN, 2008; ALHO et al., 2011; PAGLIA et al., 2012). É encontrada em florestas
primárias e secundárias na Mata Atlântica (SEKIAMA et al., 2001; ESBÉRARD; BERGALLO,
2004; TAVARES et al., 2007), em remanescentes de cerrado (CUNHA et al., 2011),
restingas e plantações de banana associadas a florestas (ESBÉRARD; BERGALLO, 2004).
Refugia-se em ocos de árvores, grutas, cavernas e construções abandonadas (ESBÉRARD
et al., 2000; ESBÉRARD; BERGALLO, 2004; MENDES et al., 2011; SMITH et al., 2012;
GUIMARÃES; FERREIRA, 2014). Há registro de predação oportunista de T. bidens pelo
anfíbio Leptodactylus vastus numa região de Caatinga, na Bahia (LEITE FILHO et al., 2014).
É classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008b) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Consta como “Vulnerável” nas listas dos estados do Paraná (MIKICH; BÉRNILS, 2004).
Tonatia saurophila Koopman & Williams, 1951
(Foto: Isaac P. Lima)
145
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
De acordo com Williams et al. (1995), existem três subespécies, e T. s. maresi seria
a que ocorre no Brasil, tendo sido registrada nos seguintes estados: Acre, Amazonas,
Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia,
Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Piauí e Maranhão (TAVARES et al., 2008a; DIAS
et al., 2009; BRITO; BOCCHIGLIERI, 2012; FREGONEZI et al., 2013; CASTRO; MICHALSKI,
2015).
Tonatia saurophila tem tamanho médio (comprimento total de 84 a 103mm,
comprimento do antebraço de 51, 8 a 59mm, comprimento da cauda de 15 a 23mm e
massa corporal de 21,4 a 33g) (WILLIAMS et al., 1995; SIMMONS; VOSS, 1998). A pelagem
do dorso é de cor marrom-cinzenta (WILLIAMS et al., 1995; LaVAL; RODRIGUEZ-H.,
2002), e no topo da cabeça há uma listra de cor clara (WILLIAMS et al., 1995).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes.
Há registros de vários itens alimentares consumidos por Tonatia saurophila,
incluindo insetos de diferentes ordens, como lepidópteros, coleópteros, homópteros,
ortópteros e dípteros, além de pequenos vertebrados e frutos (HUMPHREY et al.,
1983; REIS; PERACCHI, 1987; RIVAS-PAVA et al., 1996; BERNARD, 2002; GIANNINI;
KALKO, 2004).
Os registros sobre a reprodução de T. saurophila, embora escassos, indicam poliestria
bimodal. Reis e Peracchi (1987) capturaram fêmeas grávidas em outubro e novembro e
uma lactante em janeiro, na Amazônia brasileira. Na Costa Rica, fêmeas grávidas foram
registradas em janeiro e fevereiro e em maio e julho (LaVAL; RODRIGUEZ-H., 2002).
No Brasil, T. saurophila já foi registrada na Caatinga, no Cerrado, na Amazônia
e na Mata Atlântica, incluindo áreas de restinga (HANDLEY-JR., 1976; BERNARD;
FENTON, 2007; LUZ et al., 2009; VLEUT et al., 2012). Na Amazônia, parece ser sensível
à fragmentação (MEYER; KALKO, 2008). Willig et al. (2007) e Presley et al. (2008)
observaram que a abundância relativa de T. saurophila decai cerca de 50% em um
cenário de exploração madeireira, em relação a áreas não perturbadas. Em localidades
da Amazônia brasileira, T. saurophila foi frequentemente capturada no sub-bosque
florestal e registrada utilizando uma área de aproximadamente 330 hectares entre seu
abrigo e a área de forrageamento. Abriga-se em ocos de árvores e formando pequenos
grupos (PEREIRA et al., 2010; BERNARD; FENTON, 2003).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008a1) e
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Trachops Gray, 1847
Morcegos do gênero monotípico Trachops, representado pela espécie Trachops
cirrosus (Spix, 1823), são comumente conhecidos pela habilidade de caçar anfíbios e
pelo rostro peculiar, coberto de projeções dérmicas semelhantes a verrugas.
146
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Trachops cirrhosus (Spix, 1823)
(Foto: André pol)
Trachops cirrhosus distribui-se desde o México, na América Central, até a Bolívia,
na América do Sul, e também nas Guianas, em Trinidad e até o sul do Brasil (WILLIAMS;
GENOWAYS, 2008), onde ocorre em todas as regiões, à exceção do sul, e já foi registrada
nos estados: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, e Piauí
(FEIJÓ; NUNES, 2010; TAVARES et al., 2008a; TAVARES et al., 2010; PASSOS et al., 2010;
CUNHA et al., 2011; FREGONEZI et al., 2013).
É um morcego de porte médio (comprimento total de 65 a 88mm, comprimento
do antebraço de 56,4 a 66mm, comprimento da cauda de 10 a 29mm e massa corporal
de 24 a 44,6g) (REID, 1997; SIMMONS; VOSS, 1998; PASSOS et al., 2010). A pelagem
é marrom-ferrugem ou em tons de de canela, além de ser longa e lanosa. O rostro é
ornamentado com numerosas projeções cônicas ou cilíndricas semelhantes a verrugas.
As orelhas são bem arredondadas e desenvolvidas, e a lança da folha nasal tem as
margens serrilhadas. A cauda é curta e perpassa a superfície dorsal da membrana
interfemural (RUSCHI, 1953; GOODWIN; GREENHALL, 1961; NOWAK, 1994; CRAMER
et al., 2001).
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/3 m 3/3 = 34 dentes.
Trachops cirrhosus já foi registrada predando pequenos anfíbios, os quais é capaz
de reconhecer por meio de sua ecolocalização (TUTTLE; RYAN, 1981), além de vários
147
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
outros vertebrados, como lagartos, aves, marsupiais, roedores e morcegos. Também
já foi encontrada consumindo insetos, como coleópteros, homópteros, ortópteros e
dípteros, e até mesmo frutos (HUMPHREY et al., 1983; REIS; PERACCHI, 1987; RIVAS-
PAVA et al., 1996; GOODWIN; GREENHALL, 1961; TUTTLE; RYAN, 1981; PERACCHI et
al., 1982; ARIAS et al., 1999; KALKO et al., 1999; BONATO; FACURE, 2000; RODRIGUES
et al., 2004; ROCHA et al., 2015c).
Quanto à reprodução, Trajano (1985) registrou uma fêmea grávida e lactante no
mês de agosto, em São Paulo, e Reis e Peracchi (1987) também registraram fêmeas
reprodutivas em agosto, na Amazônia. Em contraste, na América Central, Wilson
(1979) relatou picos de atividade reprodutiva nos meses mais secos e, na Amazônia,
Rocha et al. (2015c) registraram uma fêmea lactante em maio, na transição entre o
período chuvoso e o seco.
Ocorre em quase todos os biomas brasileiros, à exceção dos Pampas (ALHO
et al., 2011; PAGLIA et al., 2012), e habita florestas primárias e secundárias na
Amazônia e na Mata Atlântica (REIS; PERACCHI, 1987; PERACCHI; ALBUQUERQUE,
1993; BROSSET et al., 1996; RODRIGUES et al., 2004; FARIA, 2006; TAVARES et al.,
2007; TAVARES et al., 2010), florestas próximas a cangas na Amazônia (TAVARES
et al., 2012), matas próximas a afloramentos rochosos da Caatinga (WILLIG, 1983),
paisagens associadas a cursos d’água (EMMONS; FEER, 1997; LaVAL; RODRIGUEZ-H,
2002), pastos, vergéis e até mesmo habitações humanas (HANDLEY-JR, 1976;
ALBUQUERQUE et al., 2013).
Trachops cirrhosus já foi encontrada utilizando vários abrigos diurnos, como ocos de
árvores, túneis sob estradas (ARIAS et al., 1999; KALKO et al., 1999; BERNARD; FENTON,
2003), cavernas (ESBÉRARD et al., 2005), telhados de casas abandonadas (RODRIGUES
et al., 2004) e bueiros (SIMMONS; VOSS, 1998). Forma colônias com número variável
de indivíduos (GOODWIN; GREENHALL, 1961; TRAJANO, 1985; SIMMONS; VOSS, 1998;
CRAMER et al., 2001; RODRIGUES et al., 2004).
É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al., 2015b) e não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Vampyrum Rafinesque, 1815
O gênero Vampyrum é monotípico, representado pelo maior morcego das américas,
Vampyrum spectrum (Linnaeus, 1758).
148
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Vampyrum spectrum (Linnaeus, 1758)
(Foto: Felipe Zenha)
Vampyrum spectrum está distribuído do México até a Bolívia e ocorre também nas
Guianas, Trinidad e Brasil (SIMMONS, 2005). No Brasil, foi registrada nos estados do Acre,
Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Piauí e Mato Groso (TAVARES et
al., 2008a) e, mais recentemente, no Mato Grosso do Sul (FISCHER et al., 2015).
É a maior espécie de morcego encontrada no Brasil e nas Américas (comprimento
total de 125 a 158mm, comprimento do antebraço de 88 a 117,6mm e massa corporal
de 130 a 235g) (EMMONS; FEER, 1997; NOWAK, 1994; REID, 1997; SIMMONS; VOSS,
1998; ACOSTA; AZURDUY, 2006; PACHECO et al., 2007; GREGORIN et al., 2008b; SILVA;
ROSSI, 2011; CUEVA-A. et al., 2013), e sua envergadura (medida das asas, de ponta a
ponta) pode chegar até um metro (NOWAK, 1994). A pelagem do dorso é castanho-
escura, interrompida por uma linha dorsal clara, e a do ventre é bege-claro (NAVARRO;
WILSON, 1982; REID, 1997). Vampyrum spectrum não tem cauda, tem orelhas grandes
e arredondadas, rostro alongado, a folha nasal é bem desenvolvida e sua base lembra
o formato de uma taça, condição similar àquela encontrada em C. auritus (NAVARRO;
WILSON, 1982; REID, 1997).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes.
Vampyrum spectrum é um morcego carnívoro que complementa sua dieta com
insetos e peixes, havendo registros de predação de aves, como anu-preto (Crotophaga
ani), camundongos (Mus musculus) (DISCHER et al., 2009), peixes e coleópteros
(CUEVA-A et al., 2013), além de um trabalho com evidências de consumo de frutos
(NAVARRO, 1979).
149
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Phyllostominae
Quanto à reprodução, há registros de fêmeas lactantes no mês de agosto (ACOSTA;
AZURDUY, 2006; SILVA; ROSSI, 2011), sugerindo que ocorra pelo menos um pico
reprodutivo ao ano, com os nascimentos ocorrendo no período de transição da estação
seca para a chuvosa (LaVAL; RODRIGUEZ-H., 2002). Vampyrum spectrum é um dos
poucos morcegos monogâmicos conhecidos. A espécie forma casais longevos e grupos
familiares que permanecem juntos por muito tempo (MCCRACKEN; WILKINSON, 2000).
Ocorre na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Caatinga (FISCHER et al., 2015, SOUZA et
al., 2011, GREGORIN et al., 2008c), em matas primárias (REIS; PERACCHI, 1987; SAMPAIO
et al., 2003; NUNES et al., 2005), matas úmidas da Caatinga (GREGORIN et al., 2008c),
áreas de savana amazônica (BERNARD; FENTON, 2002), savanas sazonalmente inundáveis
do Pantanal (Campo de Murundu) (SILVA; ROSSI, 2011) e áreas de canga associadas à
floresta amazônica (TAVARES et al., 2012). Ocorre em ambientes tipicamente abertos,
com presença de corpos d’água permanentes e próximos a habitações humanas (SILVA;
ROSSI, 2011). Utiliza cavidades naturais e ocos de árvores como abrigos (GREGORIN et
al., 2008c). Pode também forragear em áreas de floresta secundária e mata decídua,
além de pastos, onde foi demonstrado que possui uma área de vida relativamente
pequena – 3,2 hectares (VEHRENCAMP et al., 1977).
É classificada como “Quase Ameaçada” pela IUCN (AGUIRRE et al., 2008a) e não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
150
Subfamília Glossophaginae
Bonaparte, 1845
Marlon Zortéa
Paúl M. Velazco
151
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
Na família Phyllostomidae, encontramos duas subfamílias de morcegos com adaptações
à nectarivoria: Glossophaginae e Lonchophyllinae. Ambas ocorrem no Brasil (DATZMANN
et al., 2010). Estes morcegos possuem o crânio alongado e são comumente referenciados
como morcegos-beija-flores. Os Glossophaginae compõem uma subfamília estritamente
Neotropical encontrada do sudoeste dos Estados Unidos até o sul da América do Sul,
incluindo as porções mais ao norte do Chile, Paraguai, Argentina, mas sem referência para
o Uruguai. Seis dos 14 gêneros de Glossophaginae possuem registros no Brasil, incluindo
a recente descrição do gênero monotípico Dryadonycteris, endêmico na Mata Atlântica
do Espírito Santo (NOGUEIRA et al., 2012). Os demais gêneros incluem Scleronycteris
(uma espécie); Anoura (duas espécies); Choeroniscus (uma espécie); Lichonycteris (uma
espécie); e Glossophaga (o grupo mais especioso, com três espécies, totalizando nove
táxons), que ocorre em território brasileiro (NOGUEIRA et al., 2014a).
Assim como os demais filostomídeos, todos os Glossophaginae possuem uma folha
nasal em forma triangular. Apresenta rostro alongado com uma língua comprida e extensível
permeada distalmente por papilas filiformes*. Destaca-se por possuir conspícuas vibrissas
no rostro. As orelhas de todos os nectarívoros são relativamente pequenas e de formato
arredondado. Possui o lábio sulcado na porção medial rodeado de pequenas papilas.
A cauda é pequena e está presente na maioria das espécies, estando ausente apenas
em A. geoffroyi e bastante reduzida em A. caudifer. O mesmo se aplica ao uropatágio,
que é bem estreito nos anouras e desenvolvido nos demais glossofagíneos. A inserção
do patágio nos membros posteriores pode variar, localizando-se na porção distal da
tíbia, na base dos pés ou na base dos dedos, dependendo da espécie.
Os pelos dorsais variam de bi a tricolores, e os dorsais são geralmente mais claros
que os dorsais.
As espécies brasileiras possuem de pequeno a médio porte, com muita sobreposição
nas dimensões corporais. No entanto, Dryadonycteris capixaba pode ser considerada
a menor espécie do grupo (antebraço com 29mm e peso entre 4-5g). A maior espécie
da subfamília que ocorre no Brasil é Anoura geoffroyi, com antebraço podendo chegar
a 47mm e peso, até 18 g.
Em relação à dentição, o gênero Glossophaga apresenta incisivos inferiores bem
desenvolvidos, ao passo que, nos demais glossofagíneos brasileiros, eles estão ausentes.
O número de dentes varia de 26 em Lichonycteris a 34 nas espécies de Glossophaga.
Gênero Anoura Gray, 1838
O gênero Anoura é bem especioso, e a alta riqueza de espécies tem sido
historicamente associada ao sistema montanhoso dos Andes do norte da Colômbia,
onde todos as espécies reconhecidas no gênero têm sido documentadas (MANTILLA-
MELUK et al., 2009b).
152
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Mantilla-Meluk e Baker (2010) reconhecem dez espécies neste gênero: A. caudifer
(É. Geoffroy St.-Hilaire, 1818); A. geoffroyi Gray, 1838; A. peruana (Tschudi, 1844); A.
aequatoris (Lönnberg, 1921); A. cultrata Handley, 1960; A. latidens Handley, 1984; A.
luismanueli Molinari, 1994; A. fistulata Muchhala, Mena & Albuja, 2005; A. cadenai
Mantilla-Meluk & Baker, 2006 e Anoura carishina Mantilla-Meluk & Baker, 2010. No
entanto, a maioria das espécies está presente apenas na região andina (Griffiths;
Gardner, 2008; MANTILLA-MELUK; BAKER, 2010). No Brasil, são conhecidas apenas as
espécies A. caudifer e A. geoffroyi. Estas duas espécies são também as que apresentam
uma distribuição mais extensa dentro da América Central e a do Sul.
A principal característica do grupo é a presença de um uropatágio bastante
estreito e a ausência da cauda em A. geoffroyi e praticamente vestigial em A. caudifer.
Este é um caractere que separa bem as duas espécies, podendo haver exceções (cf.
SIMMONS; VOSS, 1998).
O antebraço pode variar de 33 a 48mm (Griffiths; Gardner, 2008). No Brasil,
A. geoffroyi apresenta normalmente antebraço maior que 40mm, excetuando-se
alguns espécimes da bacia amazônica, que apresentam antebraço por volta dos 39mm
(observação pessoal). Anoura caudifer apresenta antebraço com menos de 40mm. A
medida do antebraço e a presença ou ausência de cauda torna fácil a identificação
das duas espécies brasileiras.
A fórmula dentária do gênero é: 2/0, 1/1, 3/3, 3/3 ×2 = 32 dentes.
Anoura caudifer (É. Geoffroy, 1818)
Anoura caudifer em área (Foto: M.
de Cerrado no nordeste Zortéa)
de Goiás.
153
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
Trata-se de uma espécie endêmica na América do Sul com localidade-tipo no Rio
de Janeiro. Distribui-se pela Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa,
Brasil, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e norte da Argentina (Griffiths; Gardner,
2008). Possui uma extensa distribuição no território brasileiro, com registro em 15
estados brasileiros (Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Espirito Santo, Goiás, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e São Paulo) e mais o Distrito Federal. A espécie deve ocorrer
em outros estados, já que em muitos deles há uma carência muito grande de estudos,
não existindo nem ao menos uma lista simples de ocorrência de espécies, como é o
caso do Tocantins, Piauí e Roraima, por exemplo.
Anoura caudifer é a menor espécie do gênero, com antebraço variando de 33,6 a
39mm e peso, de 8 e 13,5g (NOGUEIRA et al., 2007; observação pessoal). Caracteriza-
se pela presença de uma cauda diminuta inserida em um uropatágio estreito. Em
alguns exemplares de A. caudifer, a cauda pode estar ausente (cf. SIMMONS; VOSS,
1998). A combinação de tamanho de antebraço e presença ou ausência de cauda
são, aparentemente, suficientes para a separação das duas espécies de anouras
brasileiras.
A fórmula dentária é: 2/0, 1/1, 3/3, 3/3 × 2 = 32 dentes. O cariótipo* é: 2n = 30,
NF = 54 (BAKER, 1979).
Anoura caudifer é uma espécie adaptada à nectarivoria, e néctar/pólen parece
ser o seu principal recurso alimentar. No entanto, A. caudifer pode ser considerada
uma espécie generalista, alimentando-se de néctar de plantas não quiropterófilas
(BARROS et al., 2013) e outros recursos alimentares, como insetos e frutos (ZORTÉA,
2003; BARROS et al., 2013). Segundo os autores supracitados, a dieta de A. caudifer
varia sazonalmente e este ajuste poderia suprir as necessidades da espécie ao longo
do ano. As famílias de plantas conhecidas por terem suas flores visitadas por A.
caudifer são: Bromeliaceae, Brasicaceae, Campanulaceae, Cannabaceae, Fabaceae,
Leguminosae, Lythraceae, Magnoliaceae, Malvaceae, Marcgraviaceae, Myrtaceae,
Passifloraceae, Proteaceae e Rubiaceae (FABIÁN et al., 2008; BARROS et al., 2013).
Em relação aos frutos utilizados, há poucas citações, como os membros das famílias
Piperaceae (Piper), Moraceae (Ficus) e Urticaceae (Cecropia) (BARROS et al., 2013).
Dados sobre a reprodução de A. caudifer são escassos e pouco conclusivos (ZORTÉA,
2003). No entanto, baseado nas informações de Taddei (1976), Trajano (1985) e Zortéa
(2003), a poliestria bimodal deve ser o padrão para a espécie, com os nascimentos
ocorrendo dentro da estação chuvosa.
Apesar de sua ampla distribuição, A. caudifer não possui registro de ocorrência
na Caatinga, com presença confirmada nos demais biomas brasileiros. No entanto,
devemos ressaltar que os trabalhos na caatinga são escassos, e não seria surpresa
a ocorrência desta espécie neste bioma. Aparentemente, uma maior abundância de
A. caudifer é verificada na Mata Atlântica, quando comparado a outros nectarívoros
simpátricos.
154
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Anoura caudifer é uma espécie primariamente cavernícola, muito abundante em
áreas cársticas do sudeste do Brasil (TRAJANO, 1985). Utiliza outros abrigos, como
túneis, ocos de árvores e fendas em rochas (ESBÉRARD et al., 1996; OPREA et al.,
2009b), bueiros e ainda outros tipos de construções humanas, como casas abandonadas
(ESBÉRARD et al., 1996). Ocorre em ambientes de área primária, secundária, rurais
(pastos e plantações) e urbanas (cf. NOGUEIRA et al., 2007). Coimbra-Jr et al. (1982)
registraram esta espécie em uma área de pasto em Mambaí, Goiás, e este é o único
registro conhecido da espécie neste tipo de ambiente. Embora as pastagens não
providenciem, a princípio, recursos para A. caudifer, há de se destacar que, pelo menos
no cerrado, espécies de pata-de-vaca (Bauhinia spp.) são comuns, crescendo inclusive
em pastos, o que poderia explicar a utilização destes ambientes por este morcego. Os
pastos podem ser utilizados ainda como rotas entre fragmentos de vegetação.
Esta espécie parece realizar suas atividades iniciadas ainda no crepúsculo (TRAJANO,
1985), com pico de atividade ocorrendo duas horas após o pôr do sol (AGUIAR;
MARINHO-FILHO, 2004). Parece não formar grandes colônias em ambientes cavernícolas
(TRAJANO, 1985; ESBÉRARD et al., 2005). No entanto, nenhuma contagem foi feita
nestes ambientes, e os dados disponíveis se referem ao número de capturas realizadas
dentro ou na boca das cavernas. De acordo com Brosset; Charles-Dominique (1990),
as colônias desta espécie variam de poucos até uma centena de indivíduos na Guiana
Francesa, podendo formar agrupamentos de maternidade e também haréns.
Em relação à conservação, A. caudifer, é classificada como “Pouco Preocupante”
pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008c) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Anoura geoffroyi Gray, 1838
(Foto: André Pol)
155
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
Colônia de Anoura geoffroyi na gruta (Foto: Izaltino
do Muquem, Serranópolis, Goiás. Gonçalves Guimarães)
Duas subespécies de A. geoffroyi foram reconhecidas por Mantilla-Meluk e Baker
(2010): Anoura g. lasiopyga, restrita às elevações médias e altas da América Central,
do México até a Costa Rica, e A. g. geoffroyi, que ocorre em médias e baixas altitudes
da vertente oriental dos Andes até o Brasil e o norte da América Sul, incluindo a Ilha
de Trinidad. Assim como A. caudifer, sua localidade-tipo é o Rio de Janeiro. No Brasil,
há registro da espécie para o Distrito Federal e seguintes estados: Amapá, Bahia,
Ceará, Espirito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Tocantins e São Paulo.
Anoura geoffroyi é a maior espécie do gênero. Seu antebraço possui uma amplitude
de 39 a 47mm e seu peso pode variar entre 13 e 18g (NOGUEIRA et al., 2007). Caracteriza-
se pela ausência da cauda, que está presente em A. caudifer. O uropatágio é estreito,
semicircular, com franja de pelos na parte externa.
A fórmula dentária da espécie é: 2/0, 1/1, 3/3, 3/3 × 2 = 32 dentes. O cariótipo é:
2n = 30, NF = 54 (HAIDUK; BAKER, 1982).
Possui adaptações à nectarivoria, embora pareça ser ainda mais generalista do
que A. caudifer. Gardner (1977) classifica a espécie como insetívora e facultativamente
nectarívora em toda sua área de distribuição. Willig et al., (1993) consideraram a espécie
insetívora no Cerrado da Chapada do Araripe, no nordeste do Brasil. No Cerrado do
Brasil central (Goiás), frutos e insetos contribuíram significativamente na dieta desta
espécie, com pólen/néctar sendo consumido em menor proporção (ZORTÉA, 2003). Esta
plasticidade alimentar contribui para o sucesso da espécie, permitindo-a manter suas
156
História Natural dos Morcegos Brasileiros
populações em sua área de distribuição, especialmente aquelas com baixa incidência
de plantas quiropterófilas. De acordo com Fabián et al. (2008), 13 espécies de plantas
são utilizadas como recurso de A. geoffroyi no Brasil, a maior parte delas oferecendo
recursos florais, como as das famílias Bromeliaceae, Caryocaraceae, Fabaceae, Lythraceae,
Malvaceae, Passifloraceae e Vochysiaceae. Frutos de Piperaceae (Piper) e Myrtaceae
(Psidium) são também consumidos por esta espécie (FABIÁN et al., 2008). Outras famílias
de plantas devem ser utilizadas por A. geoffroyi, e futuros estudos sobre a dieta desta
espécie devem revelar novos recursos. Em relação aos insetos, lepidópteros e coleópteros
são os itens mais frequentemente registrados na dieta de A. geoffroyi, podendo ainda
haver a ingestão acidental de outros insetos, como formigas (Hymenoptera), no ato
de se alimentar de néctar (ORTEGA; ALARCÓN-D, 2008).
Anoura geoffroyi apresenta um padrão monoestrico de reprodução (BROSSET;
CHARLES-DOMINIQUE, 1990; BAUMGARTEN; VIEIRA, 1994; ZORTÉA, 2003). De acordo
com Heideman et al. (1992), a espécie apresenta quatro meses de gestação. Em Trinidad,
fêmeas gestantes foram observadas nos meses de julho e agosto, com os nascimentos
ocorrendo em novembro e dezembro (HEIDEMAN et al., 1992). A maior parte dos
dados sobre a reprodução de A. geoffroyi no Brasil foi obtida no Cerrado. Zortéa (2003)
observou um pico de fêmeas gestantes em setembro e outubro, e nascimentos, em
novembro e dezembro, isto é, não diferindo muito dos dados obtidos em Trinidad por
Heideman et al, (1992). No entanto, Baumgarten e Vieira (1994) encontraram uma
sincronização diferente em uma população do Cerrado do Distrito Federal: gestantes
em março e abril e nascimentos da metade de abril à metade do mês de maio.
Anoura geoffroyi ocorre em todos os biomas brasileiros, mas sua abundância
parece variar espacialmente. Esta espécie é normalmente menos abundante que sua
congênere A. caudifer, na Mata Atlântica (p. ex., TRAJANO, 1985; ESBÉRARD, 2003)
e Pantanal (p. ex., ALHO et al., 2011). A proporção se inverte em áreas de Cerrado,
onde A. geoffroyi parece ser mais abundante (p. ex., ZORTÉA; ALHO, 2008; ZORTÉA
et al., 2010). Na Amazônia, parece não ser muito abundante, não havendo registro da
espécie na maior parte dos estados que compõem o bioma (BERNARD et al., 2011a). No
entanto, na Amazônia Paraense, ela não parece ser incomum, especialmente quando
se realizam inventários em ambientes cavernícolas (ZORTÉA et al., 2015).
Anoura geoffroyi é um morcego de ambiente interno que habita preferencialmente
cavernas, utilizando outros abrigos, como bueiros sob rodovias (BREDT et al., 1999).
No Brasil, já foi observada em coabitação com várias espécies em cavernas, onde
pode formar grandes colônias de cem a 300 indivíduos (BREDT et al., 1999) ou ainda
maiores, com cerca de mil indivíduos (TRAJANO, 1985). Pode ocorrer segregação
sexual na utilização de cavernas (WILSON, 1979; BAUMGARTEN; VIEIRA, 1994; BREDT
et al., 1999), com os machos abandonando o abrigo no período em que as fêmeas se
encontram grávidas ou carregando filhotes, retornando ao final do período de lactação
(BAUMGARTEN; VIEIRA, 1994).
157
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
Ocorre em áreas de floresta primária, secundária e em áreas alteradas,
incluindo zonas rurais e urbanas (BREDT; UIEDA, 1996; BROSSET et al., 1996;
ESBÉRARD, 2003).
Esta espécie não se encontra ameaçada em escala regional (listas estaduais), é
classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MANTILLA et al, 2008) e não consta
na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Choeroniscus Thomas, 1928
Três espécies são reconhecidas atualmente no gênero: C. godmani (Thomas,
1903); C. minor (Peters, 1868); C. periosus Handley, 1966. As espécies de Choeroniscus
têm sido relacionadas a um clado-irmão que inclui Musonycteris harrisoni e
Choeronycteris mexicana (BAKER et al., 2012; DÁVALOS et al., 2014). Das três
espécies de Choeroniscus, apenas C. minor ocorre no Brasil. Presley et al. (2008)
registraram C. godmani para o estado do Pará com base em um espécime (MPEG
29310) capturado por Saldanha (2000). Este espécime necessita ser revisado e
comparado adequadamente com outros espécimes de C. godmani para a confirmação
do registro.
Choeroniscus minor (Peters, 1868)
(Foto: Fábio Falcão)
158
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Esta espécie é endêmica na América do Sul, com localidade-tipo no Suriname.
Ocorre também em Trinidad, no leste da Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Brasil,
leste da Colômbia, Peru, norte da Bolívia e Equador ocidental (Griffiths; Gardner,
2008; SOLMSEN; SCHLIEMANN, 2008). No Brasil, há registros para os seguintes estados:
Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato
Grosso, Pará, Pernambuco e Rondônia (HANDLEY-JR, 1967; MARQUES, 1989; PERACCHI;
ALBUQUERQUE, 1993; AGUIAR et al., 1995; NOGUEIRA et al., 1999; SÁ-NETO, 2003;
SAMPAIO et al., 2003; SOUZA et al., 2004; ESBÉRARD et al., 2005; GREGORIN; DITCHFIELD,
2005; FARIA et al., 2006; MARTINS et al., 2011). Apesar de citada para o estado de
Roraima, na compilação de Bernard et al. (2011a), nós não encontramos nenhuma
referência que confirmasse este registro.
Nenhuma subespécie é reconhecida atualmente, embora uma revisão taxonômica
seja necessária (GRIFFITHS; GARDNER, 2008).
Choeroniscus minor possui um porte médio para um glossofagíneo (antebraço =
33–38mm), caracterizado pela presença de um focinho alongado, língua comprida, ponta
do trago com entalhe, pelagem dorsal e ventral densas e com coloração que vai desde
o enegrecido ao castanho-escuro. Pode ser facilmente distinguida das outras espécies
do gênero pelas seguintes características: rostro mais curto do que a caixa craniana
(mais longa em C. periosus); comprimento do antebraço entre 33-38mm (>40mm em
C. periosus); comprimento do crânio menor que 25mm (>30mm em C. periosus); palato
póstero-lateral sem entalhe (notavelmente entalhado em C. godmani); comprimento
da fileira de dentes superiores >7,5mm (< 7,5mm em C. godmani).
Choeroniscus minor apresenta um marcado dimorfismo sexual secundário, em
que as fêmeas apresentam o corpo maior que o dos machos. Machos possuem as
seguintes dimensões: comprimento total do corpo de 61 a 68mm (N = 4 espécimes);
antebraço de 33 a 35mm (N = 8); comprimento total do crânio de 21,5 a 22,7mm (N =
9); comprimento da fileira de dentes superiores de 7,5 a 8,5mm (N = 9); e a amplitude
da massa corporal de 7 a 8,8g (N = 4); Por sua vez, as fêmeas possuem o comprimento
total do corpo variando de 65 a 70mm (N = 7); antebraço de 33 a 36,9mm (N = 13);
comprimento total do crânio variando de 20,1 a 24,4mm (N = 17); comprimento da
fileira de dentes superiores de 7 a 10mm (N = 16); e massa corporal variando de 8 a
12g (N = 7) (HUSSON, 1962; BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE, 1990; SIMMONS; VOSS,
1998; SOLMSEN, 1998; SOLMSEN; SCHLIEMANN, 2008).
O cariótipo é 2n = 20, FN = 36 (BAKER, 1979).A fórmula dentária da espécie é:
2/0, 1/1, 2/3, 3/3 × 2 = 30 dentes. Choeroniscus minor alimenta-se primariamente de
pólen e néctar, consumindo adicionalmente insetos (GOODWIN; GREENHALL, 1961;
KOEPCKE, 1987). No Brasil, há citação do consumo de Bauhinia bongardii (Fabaceae)
(cf. FABIÁN et al., 2008).
Os dados reprodutivos da espécie são escassos. Uma fêmea gestante (feto = 22mm)
foi capturada em agosto no rio Xingu, no Pará (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Duas
159
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
fêmeas gestantes foram capturadas em junho no Peru (GRAHAM, 1987). Uma fêmea
lactante foi coletada no mês de dezembro na Colômbia (TAMSITT et al., 1965), e um
juvenil foi registrado em agosto no Peru (TUTTLE, 1970).
Ectoparasitas e endoparasitas têm sido registrados para a espécie. Ubelaker et
al. (1977) relataram cinco espécies de tripanosomas para C. minor. Ácaros têm sido
relatados como ectoparasitas desta espécie (WEBB; LOOMIS, 1977; GUERRERO, 1985;
GUERRERO, 1996).
No Brasil, C. minor é encontrada na Amazônia, Floresta Atlântica e Cerrado
(PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1993; SAMPAIO et al., 2003; ESBÉRARD et al., 2005;
GREGORIN; DITCHFIELD, 2005). Habita áreas de floresta tropical, com preferência
por vegetação primária próxima a rios e lagos (SOLMSEN; SCHLIEMANN, 2008). No
entanto, tem sido também registrada em áreas de mata secundária, plantações e
áreas urbanas (TUTTLE, 1970; BROSSET et al., 1996). Choeroniscus minor utiliza uma
grande variedade de abrigos, ocupando-os solitariamente ou em grupos de até oito
indivíduos (SANBORN, 1954; SIMMONS; VOSS, 1998).
Abriga-se sob troncos caídos ou em ocos de árvores em áreas ripárias* (SANBORN,
1954; SOLMSEN; SCHLIEMANN, 2008). Um macho adulto foi encontrado embaixo de
um barranco em um leito seco (SIMMONS; VOSS, 1998).
Choeroniscus minor é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO
et al., 2008b1) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
Gênero Dryadonycteris Nogueira, Lima, Peracchi & Simmons, 2012
Este táxon foi descrito recentemente a partir de amostras provenientes das matas
de tabuleiros (Mata Atlântica), do estado do Espírito Santo, no sudeste do Brasil.
Diferencia-se dos demais gêneros de Glossophaginae por características externas e
craniodentárias, como o tamanho similar do calcâneo e do pé e a presença de ossos
maxilares inflados.
Uma combinação de caracteres sugere que Dryadonycteris pertença à Tribo
Choeronycterini, subtribo Choeronycterina. No entanto, sua posição filogenética ainda
não está bem estabelecida (NOGUEIRA et al., 2012).
Acreditava-se que este gênero monotípico era endêmico na Mata Atlântica do
sudeste do Brasil, mas, após recente avaliação realizada por Rocha et al. (2014a), sua
distribuição foi ampliada, tendo sido registrado nos estados do Alagoas, Bahia, Espirito
Santo, Minas Gerais, Sergipe, e Pernambuco. (cf. ROCHA et al., 2014a).
A fórmula dentária do gênero é: I 2/0, C 1/1, P 2/3, M 3/3 × 2 = 30 dentes.
160
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Dryadonycteris capixaba Nogueira, Lima, Peracchi & Simmons, 2012
(Foto: Isaac P. Lima)
A localidade-tipo de Dryadonycteris capixaba é o município de Linhares, no Espírito
Santo, e todas as informações da espécie são provenientes de apenas três exemplares
coletados (holótipo e dois parátipos*).
Esta é a menor espécie de glossofagíneo conhecida (antebraço de 29-32mm e
peso de 4-5g). Das características externas fornecidas para a espécie, destacam-se:
focinho alongado, porém mais curto do que a caixa craniana; prognatismo* mandíbular
evidente; folha nasal triangular sem nervura central; presença de vibrissas bastante
evidentes no focinho; região do queixo com fenda profunda central e um par de
almofadas estreitas, uma em cada lado da fenda; orelhas pequenas arredondadas com
margem interna fortemente convexa; trago espatulado medindo cerca de um terço do
comprimento do pavilhão auricular; antebraço com os dois terços basais recobertos
com pelos na superfície dorsal e ventral; uropatágio relativamente comprido, marrom-
escuro e com esparsos pelos na superfície dorsal, não apresentando franja em sua
borda; comprimento do calcâneo semelhante ao do pé; presença de uma cauda
curta (6,5mm); pelos dorsais tricolores com cerca de 7mm de comprimento, de base
marrom-pálida, uma banda mediana bege larga e uma estreita faixa marrom-escura
distalmente. Coloração marrom de aparência mais clara no ventre.
A fórmula da espécie é: 2/0, 1/1, 3/3, 3/3 × 2 = 32 dentes, não havendo cariótipo
disponível.
161
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
As únicas localidades que possuem registro da espécie (Reserva Natural Vale e
Floresta Nacional de Goytacazes) são compostas por floresta sazonal semidecidual e
floresta aluvial sazonal semidecidual, onde ela ocorre tanto dentro quanto na borda
da mata (NOGUEIRA et al., 2012).
As informações sobre a história natural da espécie são praticamente inexistentes.
Não há informação sobre seu hábito alimentar. No entanto, baseado em sua morfologia
de crânio e dentição, ela provavelmente é nectarívora. É também pouco abundante
e naturalmente rara (NOGUEIRA et al., 2012).
Em relação ao status de conservação, esta espécie foi categorizada como “Deficiente
em Dados” na última revisão da lista de espécies brasileiras ameaçada de extinção
(M. Zortéa, observação pessoal), ainda que esta informação não conste da portaria
de espécies ameaçadas publicadas recentemente (ICMBIO, 2014). O Espírito Santo
possui uma lista estadual de espécies ameaçadas (PASSAMANI; MENDES, 2007), mas
a descrição de D. capixaba ocorreu após sua confecção, de forma que, regionalmente,
ela nunca foi avaliada. De modo similar, esta espécie não teve seu status avaliado
globalmente (IUCN, 2015).
Gênero Glossophaga É. Geoffroy, 1818
Cinco espécies são conhecidas atualmente no gênero: G. commissarisi Gardner,
1962; G. leachii (Gray, 1844); G. longirostris Miller, 1898; G. morenoi Martínez & Villa-R.,
1938; e G. soricina (Pallas, 1766). As espécies de Glossophaga têm sido consideradas
como grupo-irmão de Leptonycteris (BAKER et al., 2012; DÁVALOS et al., 2014). Das
cinco espécies do gênero, três ocorrem no Brasil.
As glossofagas são pequenos morcegos de coloração marrom a marrom-avermelhada;
antebraço de 31 a 42mm; presença de um longo uropatágio e uma cauda curta (1/3
a 1/2 do comprimento da uropatágio). O rostro é mais curto do que a caixa craniana,
exceto em G. longirostris, em que eles são praticamente iguais em comprimento; os
arcos zigomáticos são completos (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Hoffmann; Baker
(2001) realizaram uma análise filogenética que incluiu todas as espécies Glossophaga.
Eles consideraram G. soricina um táxon-irmão de um grande clado, incluindo os
compostos por G. longirostris - G. leachii e G. morenoi - G. commissarisi. Além disso,
eles concluíram que G. soricina, como nós conhecemos hoje, pode se tratar de um
complexo de espécies com pelo menos dois táxons distintos.
162
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Glossophaga commissarisi Gardner, 1962
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
Esta espécie apresenta ampla distribuição na Região Neotropical. Duas subespécies
com distribuição disjuntas são atualmente conhecidas (GRIFFITHS; GARDNER, 2008).
A subespécie nominal tem o México como localidade-tipo e ocorre desde o oeste do
México até o sul do Panamá. As outras subespécies, G. c. bakeri, com localidade-tipo no
sudeste da Colômbia, ocorre no leste do Equador, Peru oriental, sudeste da Colômbia
e noroeste do Brasil (GRIFFITHS; GARDNER, 2008; WEBSTER, 1993; WEBSTER; JONES-
JR, 1993). No Brasil, foi registrada no estado do Amazonas (WEBSTER, 1993; WEBSTER;
JONES-JR, 1993; GRIFFITHS; GARDNER, 2008).
Glossophaga commissarisi é a menor espécie do gênero (antebraço = 31,3-35,3mm).
Caracteriza-se por ter um rostro mais curto do que a caixa craniana; processos pós-
palatal pouco desenvolvidos; uma crista bem desenvolvida na sínfise* mandibular;
incisivos superiores procumbentes com os externos iguais ou maiores que os internos
(WEBSTER, 1993). Esta espécie pode ser facilmente distinguida das outras espécies
do gênero que ocorrem na América do Sul pelas seguintes características: rostro mais
curto do que caixa craniana (igual em G. longirostris); dois pares de incisivos inferiores
pequenos e separados por um espaço visível (bem desenvolvidos, normalmente
espaçados uniformemente e não separados por um intervalo visível, em G. longirostris);
incisivos superiores externos iguais ou maiores que os incisivos internos (incisivos
163
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
superiores internos maiores que os incisivos superiores externos, em G. soricina);
incisivos inferiores não lobados* (lobados e geralmente em contato uns com os outros
e os caninos, em G. soricina) (GRIFFITHS; GARDNER, 2008).
Glossophaga commissarisi tende a exibir um ligeiro dimorfismo sexual secundário,
em que as fêmeas tendem a ter asas e as medidas de comprimento longitudinal do
crânio maiores, ao passo que os machos tendem a ter as medidas da largura do crânio
maiores (WEBSTER, 1993). Algumas medidas selecionadas da espécies são as seguintes:
comprimento do antebraço (31,1-35,1mm - 19 machos; 32-36,6mm - 21 fêmeas);
comprimento total do crânio (19,3-21mm - 19 machos; 19,5-20,5mm - 21 fêmeas);
largura zigomática (9-10,1mm - 18 machos; 9,1-9,9mm - 19 fêmeas); comprimento do
rostro (7,3-8mm - 19 machos; 7,5-8,1mm - 21 fêmeas); largura mastoide (8,7-9,4mm - 19
machos; 8,8-9,2mm - 21 fêmeas); comprimento da fileira de dentes superiores (6,5-
7mm - 18 machos; 6,5-7mm - 21 fêmeas); comprimento da fileira de dentes inferiores
(7-7,4mm - 18 machos; 6,8-7,5mm - 21 fêmeas) (WEBSTER, 1993).
A fórmula dentária da espécie é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 × 2 = 34 dentes. O cariótipo é:
2n = 32, FN = 60 (BAKER, 1979).
Glossophaga commissarisi inclui néctar, pólen, frutos e insetos em sua dieta
(HOWELL; BURCH, 1974; TSCHAPKA, 2004,2005). Apresenta uma dieta sazonal na
Costa Rica, com um período de frugivoria durante os meses de abril-junho, o que
coincide com um declínio sazonal na disponibilidade de néctar. As fezes de morcegos
da Costa Rica indicam que as fêmeas consomem significativamente mais insetos que
os machos (TSCHAPKA, 2005).
Na Costa Rica, G. commissarisi apresenta um padrão bimodal de reprodução, com
picos de nascimentos nos meses de abril a maio e outro em outubro e novembro.
O primeiro pico do nascimento coincidiu com um período de frugivoria, ao passo
que que o segundo ocorreu durante um período de nectarivoria quase exclusiva.
Os morcegos tornaram-se reprodutivamente ativos com cerca de um ano de idade
(TSCHAPKA, 2005).
Ectoparasitas relatados para G. commissarisi são: duas espécies de moscas
(Streblidae) e ácaros (Spinturnicidae e Trombiculidae) (WEBB; LOOMIS, 1977; GUERRERO,
1996; GUERRERO, 1997).
Glossophaga commissarisi ocupa uma grande variedade de habitat, incluindo
savanas, floresta xéricas espinhosas, florestas de pinheiros e carvalho e florestas
decíduas e sempre-verdes (WEBSTER, 1993). Esta espécie tem sido capturada em torno
de córregos, pomares e vilarejos. Abrigos preferenciais incluem cavernas, bueiros e
ocos de árvores vivas (WEBSTER, 1993).
Glossophaga commissarisi é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(MILLER et al, 2008c) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de
Extinção (ICMBIO, 2014).
164
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Glossophaga longirostris Miller, 1898
É uma espécie endêmica na América do Sul, com distribuição na Colômbia,
Venezuela, Guiana, norte do Brasil, Trinidad e Tobago, Antilhas Holandesas e as
Pequenas Antilhas, até a Ilha de São Vicente (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Sete
subespécies são reconhecidas atualmente (WEBSTER, 1993; SORIANO et al., 2000;
GRIFFITHS; GARDNER, 2008). A subespécie nominal tem a Colômbia como localidade-
tipo, ocorrendo ao norte deste país até a Venezuela ocidental. Das sete subespécies,
apenas G. l. campestris ocorre no Brasil. O único registro brasileiro de G. longirostris
é baseado em espécimes coletados em uma única localidade: o estado de Roraima
(WEBSTER; HANDLEY-JR, 1986). De acordo com Nogueira et al. (2014a), a região fornecida
por Webster e Handley-Jr (1986) para esse registro deve se tratar de Lusitania, e não
Lucetania, indicando ter havido erros ortográficos ou no rótulo original do espécime,
ou em transcrições subsequentes.
Glossophaga longirostris é a maior espécie do gênero (antebraço = 35-41,4mm).
Caracteriza-se por possuir o rostro aproximadamente do mesmo tamanho do
comprimento da caixa craniana; pré-maxilar alongado na porção anterior; ausência
de uma crista na sínfase mandibular; incisivos superiores procumbentes; incisivos
inferiores grandes e geralmente em contato (WEBSTER; HANDLEY-JR, 1986; WEBSTER
et al., 1998). É distinguida facilmente das outras espécies do gênero da América do
Sul pelas seguintes características: rostro aproximadamente igual ao comprimento
da caixa craniana (rostro mais curto do que a caixa craniana em G. commissarisi);
incisivos inferiores bem desenvolvidos, geralmente uniformemente espaçados e não
separados por um espaço visível (incisivos inferiores pequenos e separados em dois
pares por um intervalo visível, em G. commissarisi); incisivos superiores externos iguais
ou maiores que os incisivos internos (incisivos superiores internos maiores que os
incisivos superiores externos, em G. soricina); incisivos inferiores não lobados (incisivos
inferiores lobados, geralmente em contato uns com os outros e com os caninos, em
G. soricina) (WEBSTER et al., 1998; Griffiths; Gardner, 2008). Quando comparada
com as outras subespécies do gênero, G. l. campestris pode ser identificada por suas
relativamente pequenas medidas externas e cranianas, e por um relativo grande
inchaço póstero-orbital (WEBSTER et al., 1998).
As fêmeas são maiores que os machos em algumas medidas cranianas e no
comprimento do antebraço (WEBSTER, 1993). Seguem algumas medidas selecionadas
da espécie: comprimento do antebraço (35-40,5mm - 129 machos; 35,9-41,4mm - 112
fêmeas); comprimento total do crânio (21-24,3mm - 140 machos; 21,2-24,4mm - 108
fêmeas); largura zigomática (8,7-10,7mm - 109 machos; 9-10,6 mm - 120 fêmeas); largura
póstero-orbital (4,2-5,0mm - N = 147 machos; 4,3-5,1mm - 114 fêmeas); comprimento
da fileira de dentes superiores (7,1-8,6mm - 145 machos; 7,4-8,5mm - 112 fêmeas);
largura dos caninos (3,6-4,6mm - 145 machos; 3,5-4,5mm - 113 fêmeas) (WEBSTER;
HANDLEY-JR, 1986; WEBSTER, 1993).
165
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
A fórmula dentária da espécie é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 × 2 = 34 dentes. O cariótipo é:
2n = 32, FN = 60 (BAKER, 1979).
A dieta de G. longirostris inclui néctar, pólen da Malvaceae Helicteres baruensis,
frutos de cactos colunares (Stenocereus griseus, Subpilocereus repandus e Pilocereus
tillianus), frutos da Moraceae Maclura tinctoria e da Malvaceae Muntingia calabura,
e ainda insetos (SORIANO et al., 1991; ESPINOZA et al., 1995). No noroeste da
Venezuela, foi relatado que frutos com pequenas sementes compuseram o item
dominante na dieta da espécie durante a estação chuvosa (março-abril, setembro-
outubro), ao passo que o pólen foi o item mais importante durante a estação seca
(janeiro-fevereiro, maio-junho) (SORIANO et al., 1991). Petit (1997) relatou que,
em Curaçao, G. longirostris depende de cactos colunares para a sobrevivência e
reprodução, e que a gestação (maio-julho) e a lactação (julho-setembro) coincidiram
com o florescimento de duas das três espécies de cactos colunares desta ilha do
mar do Caribe. Webster e Handley-Jr (1986) relataram dois períodos de gestação
(dezembro-abril e junho a outubro) e encontram fêmeas lactantes em todos os meses,
exceto fevereiro. Webster et al. (1998) consideraram o padrão de reprodução de G.
longirostris poliéstrico* bimodal.
Ácaros das famílias Argasidae, Labidocarpidae, Spinturnicidae e Trombiculidae e
moscas Streblidae foram identificados como ectoparasitas de G. longirostris (BRENNAN;
REED, 1975; HERRIN; TIPTON, 1975; REED; BRENNAN, 1975; WEBB; LOOMIS, 1977;
WENZEL, 1976; GUERRERO, 1985).
No Brasil, G. longirostris foi reportada para ambientes de savana (savana
amazônica) do estado de Roraima (WEBSTER; HANDLEY-JR, 1986). Em outros países,
habita também florestas áridas espinhosas, áreas abertas, florestas decíduas e
sempre-verdes e habitat semiáridos arbustivos (WEBSTER; HANDLEY-JR, 1986;
SORIANO et al., 1991; WEBSTER, 1993). Preferências por abrigos incluem cavernas,
ocos de árvores, residências, bueiros, túneis e fendas (WEBSTER; HANDLEY-JR, 1986;
WEBSTER, 1993).
Glossophaga longirostris é classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN
(TAVARES; SORIANO, 2008) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas
de Extinção (ICMBIO, 2014).
166
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Glossophaga soricina (Pallas, 1766)
(Foto: Marco A. R. Mello)
Esta espécie apresenta ampla distribuição na Região Neotropical, ocorrendo
desde a porção noroeste do México até o sudeste do Paraguai e norte da Argentina,
Jamaica e Trinidad (WEBSTER, 1993; Griffiths; Gardner, 2008). Cinco subespécies
são reconhecidas atualmente (WEBSTER, 1993). A subespécie nominal, com localidade-
tipo no Suriname, é a mais comum de todas as cinco subespécies e a única que ocorre
no Brasil. Está distribuída em grande parte da América do Sul, leste da Colômbia,
Equador, Peru, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Bolívia, norte da
Argentina e Paraguai e Trinidad (ALVAREZ et al., 1991; GRIFFITHS; GARDNER, 2008).
No Brasil, foi registrada em todos os estados (CARVALHO, 1960;1962; REIS; PERACCHI,
1987; MARQUES, 1989; GRIBEL; HAY, 1993; PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1993; WEBSTER,
1993; FABIÁN et al., 1999; NOGUEIRA et al., 1999; HOFFMANN; BAKER, 2001; SÁ-
NETO, 2003; REIS et al., 2003; CHEREM, et al., 2004; SOUSA et al., 2004; GREGORIN;
DITCHFIELD, 2005; BORDIGNON, 2006a; ROCHA et al., 2010; NOGUEIRA et al., 2012;
LAPENTA; BUENO, 2015).
Glossophaga soricina é uma espécie de tamanho médio dentro do gênero (antebraço
= 31,7-38,4mm). Caracteriza-se por ter um rostro mais curto que a caixa craniana;
uma crista bem desenvolvida na sínfase mandibular; incisivos internos superiores
grandes e procumbentes; incisivos inferiores grandes e geralmente em contato uns
com os outros (WEBSTER, 1993). Pode ser facilmente distinguida das outras espécies
do gênero que ocorrem na América do Sul pelas seguintes características: incisivos
superiores internos maiores que os externos (incisivos superiores externos iguais
ou maiores que os incisivos internos, em G. commissarisi e G. longirostris); incisivos
inferiores lobados, geralmente em contato uns com os outros e com os caninos
167
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
(incisivos inferiores não lobados em G. commissarisi e G. longirostris) (GRIFFITHS;
GARDNER, 2008). Glossophaga s. soricina pode ser facilmente distinguida das outras
subespécies por seu tamanho menor, pelagem mais escura, rostro curto e estreito,
zigoma paralelo e caixa craniana arredondada (WEBSTER, 1993).
Em seu estudo, Webster (1993) verificou que as fêmeas eram maiores que os machos
na maioria das medições (comprimento do antebraço e medidas cranianas), ao passo
que os machos apresentaram maiores medidas apenas na largura através dos molares
superiores. Além disso, ele descreveu uma variação clinal* nas dimensões externas
e cranianas em G. soricina, em que as populações da América do Sul são geralmente
menores do que as populações da América Central e as regiões ocidentais dos Andes.
Louzada e Pessôa (2013) relataram que G. soricina na Caatinga é geralmente maior
que a do Pantanal, e as populações do Pantanal, maiores que as da Mata Atlântica.
Medições selecionadas de espécimes brasileiros são fornecidas aqui: comprimento do
antebraço (32,2-36,2mm – 39 machos; 31,7-36,9mm – 33 fêmeas); comprimento total
do crânio (19-21,6 mm – 37 machos; 19,5-21,4mm – 30 fêmeas); largura zigomática
(8,2-9,4mm – 35 machos; 8,7-9,5mm – 27 fêmeas); largura posterorbital (3,7-4,2mm
– 41 machos; 3,8-4,3mm – 32 fêmeas); comprimento da fileira de dentes superiores
(6,4-7,4mm – 39 machos; 6,7-7,3mm – 33 fêmeas); largura através dos molares (4,8-
5,7mm – 41 machos; 5-5,7mm – 33 fêmeas) (WEBSTER, 1993).
A fórmula dentária da espécie é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 × 2 = 34 dentes. O cariótipo é:
2n = 32, FN = 60 (BAKER, 1979).
A dieta de G. soricina é composta por néctar, pólen, frutos, partes florais e insetos
(GARDNER, 1977; ALVAREZ et al., 1991). No Brasil, consome pólen de uma grande
variedade de plantas, incluindo espécies de Bignoniaceae, Brasicaceae, Bombacaceae,
Bromeliaceae, Caryocaraceae, Fabaceae, Gentianaceae, Gesneriaceae, Lythraceae,
Malvaceae, Marcgraviaceae, Nyctaginaceae, Passifloraceae, Solanaceae, Tiliaceae,
Vochysiaceae (SAZIMA et al., 1982; BUZATO; FRANCO, 1992; SILVA; PERACCHI, 1995;
SILVA et al., 1996; MACHADO et al., 1998; SAZIMA et al., 1999; SILVA; PERACCHI, 1999;
SAZIMA et al., 2003; MACHADO; VOGEL, 2004; SANMARTIN-GAJARDO; SAZIMA, 2005;
FABIÁN et al., 2008). Glossophaga soricina visita também flores de Mabea fistuifera
(Euphorbiaceae), mas atua como pilhadora de néctar (VIEIRA; CARVALHO-OKANO,
1996). Constam ainda, em sua dieta, frutos de Caricaceae, Clusiaceae, Melastomataceae,
Musaceae, Myrtaceae, Piperaceae, Sapotaceae, Solanaceae e Urticaceae (FABIÁN et
al., 2008).
Em um estudo realizado no Cerrado (ZORTÉA, 2003), verificou-se que G.
soricina apresentou diferenças sazonais na dieta. Frutos e artrópodes foram os itens
predominantes na estação seca, enquanto frutos (polpa) predominaram na estação
chuvosa. Machos e fêmeas dessa espécie comeram os mesmos itens numa proporção
semelhante (ZORTÉA, 2003).
Devido ao fato de G. soricina ter uma ampla distribuição, o padrão de reprodução
varia entre as subspécies. No Brasil, tem sido relatada a poliestria bimodal como
168
História Natural dos Morcegos Brasileiros
padrão reprodutivo de G. soricina (TADDEI, 1976; WILLIG, 1985b; ZORTÉA, 2003). No
Cerrado brasileiro, observou-se um pico de fêmeas grávidas no final da estação seca
e outro na metade da estação chuvosa (ZORTÉA, 2003).
Uma grande diversidade de endoparasitas e ectoparasitas foi relatada para G.
soricina. -Para obter uma lista completa, veja Alvarez et al. (1991) e Webster (1993).
Além disso, G. soricina abriga bactérias, fungos, protozoários e doenças virais (JONES,
1976; SODRÉ et al., 2007).
Glossophaga soricina ocorre em todos os biomas brasileiros, sendo uma das espécies
mais comuns do Cerrado (AGUIAR; ZORTÉA, 2008). Ocupa uma grande variedade de
habitat, que variam desde florestas subtropicais áridas a florestas tropicais perenes e
savanas (WEBSTER, 1993). Abriga-se em cavernas, túneis, bueiros, minas abandonadas,
ocos de árvores, troncos e residências. Normalmente, forma colônias pequenas a
médias, contendo indivíduos de ambos os sexos. Fêmeas e seus filhotes podem formar
grandes colônias maternas durante certas épocas do ano (WEBSTER, 1993).
Glossophaga soricina é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ
et al., 2008g) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
Gênero Lichonycteris Thomas, 1895
Duas espécies são atualmente reconhecidas neste gênero: L. degener Miller, 1931
e L. obscura Thomas, 1895 (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Lichonycteris forma um
grupo-irmão ao clado Choeronycteris, Choeroniscus e Musonycteris (DÁVALOS et al.,
2014). Das duas espécies, apenas L. degener ocorre no Brasil.
As espécies de Lichonycteris são caracterizadas pelo pequeno tamanho (antebraço
= 31-35,5mm), pelagem dorsal tricolor, com a presença de uma banda basal estreita e
escura, antebraço bem peludo na altura do cotovelo, pelos longos espalhados sobre o
dorso, arcos zigomáticos incompletos e ausência de incisivos inferiores e dos terceiros
molares (GRIFFITHS; GARDNER, 2008).
Lichonycteris degener Miller, 1931
Esta espécie é endêmica na América do Sul, com a localidade-tipo no estado
do Pará, Brasil. Ocorre na Colômbia, norte da Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana
Francesa, nordeste do Brasil, leste do Peru e Bolívia. Nenhuma subespécie é reconhecida
atualmente (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). No Brasil, foi registrada nos estados do
Amapá, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo e Pará (MILLER-JR, 1931; REIS;
169
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
PERACCHI, 1987; GEORGE et al., 1988; TADDEI; PEDRO, 1993; ZORTÉA et al., 1998;
BERNARD, 2001a; SÁ-NETO, 2003; GREGORIN; DITCHFIELD, 2005; Griffiths; Gardner,
2008).
Lichonycteris degener é um morcego de tamanho pequeno (antebraço = 32,4-
35,5mm). Possui antebraço bem peludo ao nível dos cotovelos; pelagem dorsal
tricolor com a presença de uma banda basal estreita e escura; pelos ventrais com
uma banda basal curta e escura; uropatágio relativamente longo que aprisiona a
cauda (que mede cerca de metade do seu comprimento); membrana da asa ligada
ao lado do pé próximo à metade do metatarso; rostro maior do que a caixa craniana;
pequenos incisivos superiores uniformemente espaçados dos caninos (Griffiths;
Gardner, 2008). Esta espécie pode ser distinguida da outra espécie do gênero (L.
obscura) devido às seguintes características: comprimento anteroposterior do canino
inferior aproximadamente igual ou maior do que o comprimento anteroposterior
do pré-molar adjacente (mais curto em L. obscura), comprimento anteroposterior
do primeiro molar inferior igual ou menor que 1,3mm (> de 1,3mm em L. obscura)
(Griffiths; Gardner, 2008).
É facilmente separada dos demais glossofagíneos por possuir bandeamento de
três cores no dorso, ao passo que os demais possuem pelos dorsais bicolores (exceto
D. capixaba, que se distingue pelo tamanho maior do antebraço).
Lichonycteris degener é uma espécie rara e há poucas informações sobre a biologia
da espécie. Alguns dados biométricos são fornecidos aqui: antebraço (32,4-35,5mm –
N = 5 espécimes); comprimento total do crânio (18,4-19,3mm – N = 5); comprimento
côndilo-basal (17,9-18,4mm – N = 5); largura posterorbital (3,8-4,3mm – N = 5);
comprimento da fileira de dentes superiores (5,5-6,5mm – N = 4); largura entre os
molares superiores (4,2-4,4mm – N = 5) (GARDNER, 1976; SWANEPOEL; GENOWAYS,
1979; SIMMONS; VOSS, 1998; ZORTÉA et al., 1998).
A fórmula dentária da espécie é: 2/0, 1/1, 2/3, 2/2 × 2 = 26 dentes. O cariótipo
é desconhecido.
Não se conhece nada sobre a dieta desta espécie. Dados reprodutivos são
praticamente inexistentes. Uma fêmea gestante foi capturada em agosto no nordeste
do Brasil (TADDEI; PEDRO, 1993) e outra fêmea gestante (feto CR = 20 mm) foi capturada
em outubro no leste do Equador (REID et al., 2000).
No Brasil, L. degener é encontrada na Amazônia e na Mata Atlântica (REIS; PERACCHI,
1987; TADDEI; PEDRO, 1993). Habita florestas primárias e secundárias e também
savanas (REIS; PERACCHI, 1987; BERNARD; FENTON, 2002; FARIA, 2006). Os abrigos
desta espécie são desconhecidos.
Lichonycteris degener não é considerada uma espécie ameaçada de extinção no
Brasil (ICMBIO, 2014), sendo categorizada como “Deficiente em Dados” na última
revisão da Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (M. ZORTÉA, observação
pessoal). Esta espécie não possui avaliação do status de conservação pela IUCN (2015).
170
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Gênero Scleronycteris Thomas, 1912
O gênero Scleronycteris se encaixa dentro da Tribo Choeronycterini, subtribo
Choeronycterina.
Este gênero monotípico é endêmico em áreas florestais da porção norte do
continente sul-americano. Possui muita semelhança com o gênero Choeronycteris,
do qual se separa por características craniais pouco úteis no campo (p. ex., forma do
processo pterigoide e posicionamento do processo hamular* em relação ao bulbo
auditivo – cf. Griffiths; Gardner, 2008).
A fórmula dentária do gênero é: I 2/0, C 1/1, P 2/3, M 3/3 × 2 = 30 dentes.
Scleronycteris ega Thomas, 1912
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
Após mais de cem anos de sua descrição original, realizada por Oldfield Thomas,
menos de dez espécimes foram registrados em toda sua área de distribuição até hoje,
e são poucas as informações sobre a biologia da espécie. Scleronycteris ega foi descrita
por Thomas baseado em uma fêmea adulta coletada em Ega, Amazonas (THOMAS,
1912). Provavelmente, Ega se refere à Vila de Ega, hoje conhecida como Tefé, um
município da região Central do Amazonas (cf. IBGE, 2013).
171
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glossophaginae
Além do registro descritivo da espécie, a única referência deste morcego para o
Brasil foi fornecido por Bernard e Fenton (2002), para o distrito de Alter do Chão, no
município de Santarém, no estado do Pará. Outros poucos registros da espécie incluem
a Venezuela (HANDLEY-JR 1976; OCHOA et al., 1993) e a Colômbia (ALBERICO et al.,
2000). O registro atribuído à S. ega na Colômbia pode ter advindo de uma identificação
errônea (cf. SAMPAIO et al., 2008c1). Um registro para o estado do Rio de Janeiro não
foi confirmado (Griffiths; Gardner, 2008).
Na descrição original, Thomas fornece poucos dados morfológicos para a
caracterização do táxon, que se assemelha externamente ao de Choeronycteris
(=Choeronycteris + Choeroniscus). As diferenças listadas por Thomas são pouco objetivas
para identificação em campo ou quando não se tem material para comparação. São elas:
pré-molares superiores normais em tamanho e forma, diferente do formato alongado e
estreito de Choeroniscus; pré-molares superiores com uma cúspide principal, mas sem
cúspides secundárias anteriores e posteriores; molares superiores mais largos que em
Choeroniscus, com borda externa reta com interior convexo; pré-molares inferiores
normais, com p1 e p2 alinhado quase se tocando, bem diferente de Choeroniscus, que
estão fora de linha e amplamente separados.
Scleronycteris ega possui tamanho pequeno (antebraço de 35-35,5mm), padrão de
cor castanho-escura; dorsal escuro com um ventre ligeiramente mais pálido; os pelos
dorsais são bicolores com base mais clara; cauda com cerca de 1/3 do comprimento
do uropatágio; arcos zigomáticos incompletos; pterigoide profundamente côncavo;
processo hamular muito próximo ou mesmo em contato o bulbo auditivo. A dentição é
composta por quatro incisivos superiores pequenos não conectados e uniformemente
espaçados. Os incisivos inferiores estão ausentes. Apresenta três molares superiores e
três inferiores. Os molares superiores não apresentam paracone*, hipocone* e qualquer
vestígio da parte anterior do ectolofo em “W” (Griffiths; Gardner, 2008). Algumas
medidas selecionadas do exemplar-tipo fornecidas por Thomas (1912) são (em mm):
antebraço: 35; tamanho total do corpo: 57; cauda: 6; metacarpo do 3º dedo: 34; 1ª
falange do 3º dedo: 14; 2ª falange do 3º dedo: 20; calcâneo: 7; comprimento total do
crânio: 22; largura da caixa craniana: 9; largura externa dos molares: 4,8.
A fórmula dentária é: 2/0, 1/1, 2/3, 3/3 × 2 = 30 dentes. O cariótipo da espécie
ainda não foi descrito.
A espécie é endêmica no bioma Amazônico. Os dados sobre a história natural de
S. ega são escassos, em decorrência da natureza rara desta espécie. Handley-Jr (1976)
coletou um único espécime de S. ega em um universo de mais de 38 mil registros de
mamíferos na Venezuela. Este único exemplar foi coletado em um quintal próximo a
uma área de floresta perene. Ainda na Venezuela, uma fêmea foi capturada em área
de floresta primária (OCHOA et al., 1993). Bernard e Fenton (2002) registraram a
172
História Natural dos Morcegos Brasileiros
espécie em dois tipos ambientes no Pará: floresta (três exemplares) e savana amazônica
(um exemplar). O trabalho destes autores reforça a natureza rara da espécie, já que
apenas quatro indivíduos foram registrados numa amostra de quase 4 mil morcegos
inventariados (0,1%).
Não há nenhum dado a respeito da dieta e reprodução de S. ega. Baseada em sua
morfologia, a nectarivoria deve ser o hábito predominante da espécie.
A espécie foi categorizada como “Deficiente em Dados” como resultado da última
revisão da lista de espécies brasileiras ameaçada de extinção (M. ZORTÉA, observação
pessoal). É classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008c1)
e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
173
Subfamília Lonchophyllinae
Griffiths, 1982
Marlon Zortéa ♦ Monik Oprea
Poliana Mendes
174
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Os loncofilíneos são pequenos morcegos de rostro comprido adaptados à
nectarivoria. Distribuem-se da Nicarágua até a região central da América do Sul,
incluindo o Peru, a Bolívia e o Brasil (PARLOS et al., 2014). São reconhecidos cinco
gêneros e 18 espécies em Lonchophyllinae: os monotípicos (Lionycteris Thomas, 1913;
Platalina Thomas, 1928; e Xeronycteris Gregorin & Ditchfield, 2005), e três espécies
do gênero Hsunycteris [H. cadenai (Woodman & Timm, 2006); H. pattoni (Woodman &
Timm, 2006); H. thomasi (J.A. Allen, 1904)] e o mais especioso Lonchophylla, com 12
espécies (L. bokermanni Sazima, Vizotto & Taddei, 1978; L. chocoana Dávalos, 2004;
L. concava Goldman, 1914; L. dekeyseri Taddei, Vizotto & Sazima, 1983; L. fornicata
Woodman, 2007; L. handleyi Colina, 1980; L. hesperia G.M. Allen, 1908; L. inexpectata
Moratelli & Dias, 2015; L. mordax Thomas, 1903; L. orcesi Albuja & Gardner, 2005; L.
orienticollina Dávalos & Corthals, 2008; L. peracchii Dias, Esbérard & Moratelli, 2013
e L. robusta Miller, 1912). No Brasil, ocorrem oito espécies: Hsunycteris thomasi,
Lionycteris spurrelli, Xeronycteris vieirai, e as loncofilas: L. bokermanni, L. dekeyseri,
L. inexpectata, L. mordax e L. peracchii.
Os loncofilíneos apresentam uma língua extensível e um crânio que vai desde
muito alongado, em Platalina e Xeronycteris, a pouco proeminente, em Hsunycteris.
Apresentam os arcos zigomáticos incompletos e os incisivos superiores são inclinados
para a frente (procumbentes), com os internos marcadamente maiores que os
externos (GRIFFITHS, 1982; GREGORIN; DITCHFIELD, 2005; GRIFFITHS; GARDNER,
2008). Possuem conspícuas vibrissas no rostro. As orelhas são relativamente pequenas
e arredondadas. Possuem o lábio com sulco bem proeminente, na porção medial e
rodeado de pequenas papilas. O uropatágio é bem desenvolvido e encerra uma cauda
que mede geralmente 1/3 do seu comprimento. Apresentam molares e pré-molares
pouco robustos. Os incisivos inferiores são espatulados e trilobulados (GRIFFITHS;
GARDNER, 2008).
Gênero Hsunycteris Parlos, Timm, Swier, Zeballos & Baker, 2014
O gênero Hsunycteris foi descrito recentemente a partir da divisão do gênero
Lonchophylla, com base em dados moleculares, morfológicos e de cariótipos (PARLOS
et al., 2014). Três espécies estão contidas dentro do gênero: H. thomasi (J.A. Allen,
1904), H. cadenai (Woodman & Timm, 2006) e H. pattoni (Woodman & Timm, 2006),
sendo que só a primeira ocorre no Brasil. Esse gênero se distribui da América Central
até a parte norte central da América do Sul. A etimologia do seu nome remete ao Dr.
Tao-Chiuh Hsu, um pesquisador que teve proeminentes trabalhos sobre cariótipos.
É um gênero de tamanho pequeno, quando comparado a outros Lonchophyllinae,
com antebraço que varia de 31 a 34,5mm. O arco zigomático* é incompleto e o rostro
é menor do que a caixa craniana. Morcegos do gênero Hsunycteris têm o uropatágio
sem pelos ou com pelos esparsos, e a base dos pelos dorsais é mais clara que as pontas.
175
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
Além disso, possuem um espaço entre incisivos superiores externos e internos. Os
primeiros e segundos pré-molares superiores são alongados, porém os terceiros pré-
molares superiores são achatados lateralmente e alongados anteroposteriormente
(WOODMAN; TIMM, 2006; PARLOS et al., 2014).
Hsunycteris thomasi (J.A. Allen, 1904)
(Foto: Patrício Rocha)
É a única espécie do gênero Hsunycteris que ocorre no Brasil. Distribui-se desde
o Panamá até a região amazônica de países como Colômbia, Equador, Peru, Bolívia,
Venezuela, Guianas e Brasil. No Brasil, esta espécie está mais bem distribuída na
Amazônia (SIMMONS, 2005), com apenas um registro recente em uma área de Cerrado
no Mato Grosso (LOUZADA et al., 2015). A espécie tem registros nos estados do Acre,
Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins (MARTINS
et al., 2006; WOODMAN; TIMM, 2006; GRIFFITHS; GARDNER, 2008; LOUZADA et al.,
2015; MIRANDA et al., 2015). Tem como sinonímia Lonchophylla thomasi, já que o
gênero Hsunycteris foi estabelecido recentemente com a divisão de Lonchophylla (lato
sensu) (PARLOS et al., 2014).
Hsunycteris thomasi tem tamanho pequeno, quando comparado às outras espécies
de loncofilíneos (antebraço <34,5mm). Pode ser diferenciado de morcegos dos gêneros
Lonchophylla, Platalina e Xeronycteris pelo rosto curto e largo, quando comparado
com a caixa craniana (WOODMAN; TIMM, 2006; PARLOS et al., 2014). Diferencia-se
de Lionycteris pela forma dos pré-molares; o P3 é alongado antero-posteriormente
176
História Natural dos Morcegos Brasileiros
em Hsunycteris, não o sendo em Lionycteris (PARLOS et al., 2014). Além disso, possui
pelos da região dorsal bicolores com medidas entre 5 a 7mm e base mais clara do que
as pontas; os pelos do ventre são mais pálidos que os do dorso. Pode ser separado de
H. pattoni pelo tamanho menor, ausência de pelos marrom-avermelhados no dorso,
crânio mais curto e menor espaço entre os pré-molares inferiores. Diferencia-se de H.
cadenai pela pelagem mais longa, crânio estreito e ausência de projeção pós-orbital
distinta. O peso dessa espécie varia de 4 a 9 gramas, e o comprimento do corpo varia
de 42 a 61mm (WOODMAN; TIMM, 2006).
A fórmula dentária é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 = 34 dentes. Há uma grande variabilidade
de cariótipos atribuídos à H. thomasi (cf. MORATELLI; MORIELLE-VERSUTE, 2007
para uma maior discussão) com alta taxa de evolução cromossômica (RIBEIRO et
al., 2003).
Assim como todas as espécies da subfamília Lonchophyllinae, H. thomasi é
nectarívora, porém sua dieta também pode incluir insetos, frutos e pólen. Espécies
de insetos não identificados e coleópteros já foram encontradas nas fezes de H.
thomasi (ASCORRA et al., 1996; REIS; PERACCHI, 1987; BERNARD, 2002), assim como
pólen de Caryocar villosum, partes florais de Eugenia sp. (jambo) e sementes de
Vismia (REIS; PERACCHI, 1987). Hsunycteris thomasi já foi encontrada em florestas
primárias da Amazônia, savanas amazônicas, áreas de capoeira na Amazônia, área
de Cerrado stricto sensu e áreas de transição savana-pastagem no Cerrado (REIS;
PERACCHI, 1987; BERNARD; FENTON, 2002; LOUZADA et al., 2015). Pouco se conhece
sobre sua reprodução e comportamento. Uma fêmea lactante já foi capturada no mês
de outubro no Amazonas (BERNARD, 2002). Ocorre principalmente em áreas úmidas
próximas a córregos, tendo sido capturada em clareiras de florestas primárias, e
também associadas a áreas antropizadas (HANDLEY-JR, 1976; LOUZADA et al., 2015).
Utiliza como abrigo ocos de árvores, árvores caídas em florestas e cavernas pequenas
(EMMONS; FEER, 1997; SIMMONS; VOSS, 1998). Dípteros Streblidae foram identificados
como ectoparasitas de H. thomasi GUERRERO (1985, 1997).
Atualmente, a espécie é classificada como “Pouco Preocupante” pela lista vermelha
da IUCN (IUCN, 2015) e não se encontra em nenhuma das três categorias de espécies
ameaçadas no Brasil (MMA, 2014).
Gênero Lionycteris Thomas, 1913
Esse gênero é monoespecífico, contendo somente a espécie Lionycteris spurrelli.
Trata-se de um morcego com rostro mais curto que a caixa craniana, caracterizado
também por possuir uropatágio com pelos conspícuos. A espécie pode ser também
prontamente diferenciada de outras espécies de loncofilíneos e glossofagíneos
pelo fato de a asa estar ligada ao terço distal da tíbia. Nas demais espécies das
subfamílias citadas, a ligação se dá mais próxima do pé ou do tornozelo (TADDEI
177
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
et al., 1978). Juntamente com Hsunycteris, Lionycteris representa um dos menores
gêneros da subfamília Lonchophyllinae. São morcegos pequenos (antebraço com 33,4
a 37,5mm), de aparência marrom-escura. A cauda mede cerca de 1/3 do comprimento
do uropatágio.
Neste gênero, as cúspides dos molares são relativamente bem desenvolvidas e o
aparato de protrusão da língua é relativamente primitivo, em contraste com aquelas
estruturas verificadas em Glossophaginae (GRIFFITHS, 1982).
Lionycteris spurrelli Thomas, 1913
(Foto: André Pol)
Esta espécie foi descrita com base em apenas um indivíduo jovem proveniente
do Departamento de Chocó, na Colômbia (JIMÉNEZ-ORTEGA; MANTILLA-MELUK,
2011). Ocorre desde o Panamá, na América Central, até o norte da América do Sul,
incluindo a região Amazônica de vários países, além de áreas savânicas na América
do Sul e na Mata Atlântica brasileira. No Brasil, essa espécie já foi registrada
para os seguintes estados: Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Pará,
Pernambuco, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Tocantins. As ocorrências foram
registradas nos biomas Amazônico, Cerrado, Floresta Atlântica e transição Caatinga-
Cerrado.
O tamanho do antebraço varia de 33,4 a 37,5mm; o comprimento cabeça-corpo
varia de 53 a 60mm; e o peso varia de 7 a 11g (WOODMAN; TIMM, 2006; PARLOS et
al., 2014). Essa espécie possui pelagem dorsal unicolorida marrom-escura; porém,
178
História Natural dos Morcegos Brasileiros
algumas vezes, a base pode se apresentar mais escura do que a ponta (WOODMAN;
TIMM, 2006; GRIFFITHS; GARDNER, 2008). A pelagem ventral é mais clara do que a
dorsal, e o uropatágio apresenta pelagem evidente. Essa espécie possui terceiro e
quarto pré-molares pequenos e triangulares, e primeiros e segundos molares superiores
notavelmente em forma de “W” (WOODMAN; TIMM, 2006). Além disso, L. spurrelli
possui rostro curto quando comparado com Lonchophylla e Xeronycteris. A pelagem
dorsal, escura e unicolorida, diferencia L. spurrelli de H. thomasi e das loncofilas
(WOODMAN; TIMM, 2006).
A fórmula dentária é: 2/2, 1/1, 2/3, e 3/3 = 34 dentes. O cariótipo da espécie é
2n = 28, NF = 50-52 (MORATELLI; MORIELLE-VERSUTE, 2007).
Já foi registrada em regiões cársticas, próximas a cavernas e fendas de rochas
(TRA JANO; GIMENEZ, 1998; GREGORIN; MENDES, 1999). Trajano (1995) cita
que L. spurrelli usa cavernas como abrigos esporadicamente. No entanto, esta
espécie foi a terceira mais capturada em duas cavernas areníticas em Vitória do
Xingu, no Pará (ZORTÉA et al., 2015), mostrando que ela pode utilizar cavernas
mais usualmente. Também foi encontrada em áreas antropizadas como pomares
(HANDLEY-JR, 1976).
Essa espécie já foi registrada em floresta úmida (BROSSET et al., 1996; TRAJANO;
GIMENEZ, 1998; CUARTAS-CALLE; MUÑOZ-ARANGO, 2003), fragmentos de vegetação
savânica (AZURDUY; EMMONS, 2005), além de pequenos fragmentos florestais
próximos a plantações de cana (LIRA et al., 2009). Assim como outras espécies
da subfamília Lonchophyllinae, L. spurrelli é principalmente nectarívora, porém
consome também insetos (RIVAS-PAVA et al., 1996). Na Guiana Francesa, a espécie
utilizou preferencialmente Caryocar glabrum, Bauhinia outimouta, com grande
sobreposição de dieta com o glossofagíneo Anoura geoffroyi (GEISELMAN, 2010).
Já em Minas Gerais, foi reportado o consumo do pequi Caryocar brasiliense, e da
pata-de-vaca Bauhinia forficata (PINTO, 2010). Na Guiana Francesa, observou-
se que, durante a estação chuvosa, a espécie visitava mais flores de lianas e
epífitas, e, na estação seca, visitava mais frequentemente flores em copa de
árvores (GEISELMAN, 2010). Dados fornecidos por Griffiths e Gardner (2008) de
exemplares da Colômbia e Venezuela indicam uma poliestria asazonal. No entanto,
na Guiana Francesa, L. spurrelli tem apenas um filhote por ano na estação seca
(GEISELMAN, 2010).
Atualmente, é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et
al., 2008d1) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
179
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
Gênero Lonchophylla Thomas, 1903
O gênero Lonchophylla é composto por morcegos de tamanho pequeno a médio,
com ocorrência do sul da Nicarágua até o sudeste do Brasil (DÁVALOS; CORTHALS,
2008). Atualmente, 12 espécies são consideradas válidas: L. bokermanni Sazima,
Vizotto & Taddei, 1978; L. chocoana Dávalos, 2004; L. dekeyseri Taddei, Vizotto &
Sazima, 1983; L. fornicata Woodman, 2007; L. handleyi Hill, 1980; L. hesperia G. M.
Allen, 1908; L. inexpectata Moratelli & Dias, 2015; L. mordax Thomas, 1903; L. orcesi
Albuja & Gardner, 2005; L. orienticollina Dávalos & Corthals, 2008; L. peracchii Dias,
Esbérard & Moratelli, 2013; e L. robusta Miller, 1912 (PARLOS et al., 2014). Destas, cinco
ocorrem no Brasil: L. bokermanni, L. dekeyseri, L. inexpectata, L. mordax e L. peracchii.
Os morcegos pertencentes ao gênero Lonchophylla se distinguem dos outros
Lonchophyllinae por não apresentarem as cúspides dos molares reduzidas; possuírem
os pelos dorsais com a base mais pálida do que as pontas; apresentarem uropatágio
praticamente sem pelos; possuírem pré-molares alongados anteroposteriormente
e incisivos superiores largos e procumbentes (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Análises
moleculares reconhecem o gênero como parafilético (p. ex., DÁVALOS et al., 2012).
Das cinco espécies que ocorrem no Brasil, três apresentam o ventre claro (L.
bokermanni, L. dekeyseri e L. inexpectata) e duas apresentam o ventre de pelagem
mais amarronzada (L. mordax e L. peracchii) (MORATELLI; DIAS, 2015).
Lonchophylla bokermanni Sazima, Vizotto & Taddei, 1978
(Foto: Marcelo R. Nogueira)
180
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lonchophylla bokermanni é uma espécie endêmica do Cerrado brasileiro, com
registros, até o momento, provenientes de apenas três locais, todos no estado de
Minas Gerais: a localidade-tipo, em Jaboticatubas, Serra do Cipó (SAZIMA et al.,
1978), Itambé do Mato Dentro (NASCIMENTO et al., 2013) e a região de Diamantina
(DIAS et al., 2013). Griffiths e Gardner (2008) fornecem o registro desta espécie para
Cocorobó, na Bahia (USP 14170). Nós não pudemos confirmar este registro e deixamos
a distribuição restrita ao sudeste do Brasil. Ressalta-se que, após revisão taxonômica
recente (DIAS et al., 2013), a espécie foi subdividida em duas, L. bokermanni, do
Cerrado de Minas Gerais, e L. peracchii, da Mata Atlântica. Desta forma, algumas
informações apontadas para L. bokermanni, especialmente as do Rio e Janeiro e do
Espírito Santo, devem ser atribuídas à L. peracchii (DIAS et al., 2013; NOGUEIRA et
al., 2014a).
Lonchophylla bokermanni é a maior espécie do gênero encontrada no Brasil
(NOGUEIRA et al., 2007), apresentando antebraço com medidas entre 39,4 e 41,1mm
(DIAS et al., 2013).
A fórmula dentária é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 × 2 = 34 dentes (NOGUEIRA et al., 2007).
Não há informações sobre o cariótipo da espécie.
A seguir, constam algumas medidas selecionadas (em milímetros) fornecidas
por SAZIMA et al. (1978) para o holótipo e quatro parátipos: Antebraço (38,8-40,7
mm); metacarpo do 3º dedo (40,8-42,5 mm); metacarpo do 4º dedo (36,8-38,2 mm);
metacarpo do 5º dedo (34,9-36, 3mm); comprimento total do crânio (24,7-25,7 mm –
incisivos excluídos); largura externa dos molares (5,3-5,7 mm); largura póstero-orbitária
(4,7-5 mm); largura da caixa craniana (9,2-9,5 mm).
Dados sobre a história natural de L. bokermanni são escassos e estão limitados
à dieta da espécie, que é à base de néctar, pólen e insetos, conforme os registros de
SAZIMA et al. (1978, 1989). Esses registros descrevem a presença de pólen de Bauhinia
rufa e Encholirium glaziovii, e fragmentos de formigas (Formicidae, Hymenoptera)
nos estômagos de três espécimes. Provavelmente, as formigas foram ingeridas
acidentalmente por L. bokermanni, ao se alimentar das flores.
A espécie não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014) e é categorizada como “Deficiente em Dados” pela lista mundial IUCN
(SAMPAIO et al., 2008e1). De acordo com TEIXEIRA et al. (2014), levando-se em conta
o critério de extensão de ocorrência, a espécie deverá ser categorizada como “em
perigo”, pois, até o momento, o polígono de registros de ocorrência de L. bokermanni
totaliza apenas 1.506 km².
181
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
Lonchophylla dekeyseri Taddei, Vizotto & Sazima, 1983
(Foto: Alexandra P. Silva)
Lonchophylla dekeyseri é uma espécie monotípica, endêmica na América do Sul,
com ocorrência para o Brasil e a Bolívia (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Em território
brasileiro, há registros para os estados de Ceará, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso
do Sul, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Tocantins e o Distrito Federal (NOGUEIRA et
al., 2007; GREGORIN et al., 2011; SILVA et al., 2011; LEAL et al., 2013), compreendendo
áreas do bioma Cerrado e Caatinga. A localidade-tipo é o Parque Nacional de Brasília,
no Distrito Federal (TADDEI et al., 1983).
Lonchophylla dekeyseri é uma espécie de loncofila de ventre claro e, em relação
às outras espécies do gênero, apresenta tamanho médio, com antebraço variando
entre 34 e 37,7mm e peso entre 9 e 12g (TADDEI et al., 1983; WOODMAN; TIMM, 2006;
GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Por ser bastante similar à L. mordax, é recomendável a
182
História Natural dos Morcegos Brasileiros
análise de caracteres cranianos e dentários para uma identificação correta. Segundo
Taddei et al. (1983), L. dekeyseri apresenta uma combinação de antebraço maior que
L. mordax (34,7-37,7mm) e comprimento total do crânio distintamente menor (22-
22,6mm). Ainda de acordo com a descrição original da espécie, a folha nasal é pequena,
com a quilha apenas na porção proximal. As orelhas são arredondadas, com trago
pouco acuminado de margem externa lisa e lóbulo basal subquadrangular. Apresenta
um sulco mediano no lábio inferior cercado de pequenas papilas que vão desde a
porção anterior do queixo até aproximadamente a região lateral do canino inferior.
O calcâneo é curto (5mm). Apresenta pelagem dorsal mais escura que a pelagem da
região ventral. Os dentes molares são finos e alongados. O canino superior apresenta
um sulco na face anterior (WOODMAN; TIMM, 2006).
A fórmula dentária da espécie é: 2/2 1/1 2/3 3/3 = 34 dentes
Dados de captura indicam que a espécie está frequentemente associada à presença
de cavernas e outras cavidades naturais (NOGUEIRA et al., 2007), mas também pode
abrigar-se em túneis e minas (GRIFFITHS; GARDNER, 2008). Lonchophylla dekeyseri
parece demonstrar fidelidade ao abrigo, permanecendo por pelo menos um ano na
mesma caverna (SAMPAIO et al., 2008f1). Registros desta espécie no Distrito Federal
parecem estar restritos a áreas onde existem cavernas e cavidades naturais de diferentes
dimensões (BREDT et al., 1999; COELHO; MARINHO-FILHO, 2002). Bredt et al. (1999)
observaram colônias da espécie em três de vinte cavidades estudadas no Distrito
Federal, onde elas utilizavam normalmente os primeiros salões de dimensões amplas,
dividindo espaço com outro nectarívoro, Glossophaga soricina. Coabita cavidades
naturais com outras espécies de morcegos (BREDT et al., 1999).
Nas cavernas do Distrito Federal, a emergência do abrigo ocorreu até duas horas
após o pôr do sol, com o tempo de retorno variando entre as estações seca e chuvosa
(COELHO; MARINHO-FILHO, 2002). O padrão de atividade foi unimodal, na estação
chuvosa, com a saída dos abrigos nas primeiras horas após o pôr do sol e o retorno um
pouco antes do amanhecer, bimodal, na estação seca, com o retorno em torno da meia-
noite e antes do amanhecer. Esse padrão de atividade parece estar relacionado com a
abertura e produção de néctar das flores visitadas (COELHO; MARINHO-FILHO, 2002).
A dieta dessa espécie é composta primariamente de pólen, néctar, frutos e
insetos. Na estação seca, L. dekeyseri se alimenta de pólen e néctar, que são recursos
abundantes nessa época. As flores mais visitadas pertencem aos gêneros Bauhinia,
Pseudobombax, Lafoensia, Ruellia, Luehea e Inga (COELHO; MARINHO-FILHO, 2002). Na
estação chuvosa, quando a produção de néctar fica escassa, a alimentação é constituída
de insetos (Coleoptera e outros insetos não identificados) e frutos, incluindo Cecropia
e Piper, e de outras quatro espécies que não puderam ser identificadas (COELHO;
MARINHO-FILHO, 2002).
A área de vida média de L. dekeyseri variou de 564 a 640ha, com deslocamento
médio de 1,3km por noite, sendo que o deslocamento máximo de um único indivíduo
chegou a 3,8km (AGUIAR et al., 2014).
183
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
Estudos sugerem que as populações de L. dekeyseri apresentam predominância
de adultos sobre jovens, e mais fêmeas do que machos, o que indica um sistema de
formação de haréns (AGUIAR et al., 2006b). Em uma amostragem de mais de cem
indivíduos em cavidades do Distrito Federal, Coelho e Marinho-Filho (2002) observaram
uma proporção de 3,6 fêmeas para cada macho capturado. Os indivíduos atingem a
maturidade sexual aos dois anos de idade e produzem um filhote por ano (AGUIAR et
al., 2006b). O padrão reprodutivo é monoéstrico. Foram reportadas fêmeas grávidas
entre março e junho (BREDT et al., 1999), sendo que o período de gestação durou
de dois a três meses, e o de lactação, cerca de dois meses (AGUIAR et al., 2006b). Os
filhotes nasceram na época seca ou no início da chuvosa, quando ocorre uma maior
oferta de recursos alimentares (AGUIAR et al., 2006b).
A espécie é categorizada como “Em Perigo” (EN) pela Lista das Espécies da Fauna
Brasileira Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014) e como “Quase Ameaçada” (NT)
em escala global (SAMPAIO et al., 2008f1). As principais ameaças a essa espécie são
a redução do seu habitat e a pressão sobre abrigos provocados pela degradação
ambiental advinda das atividades mineradoras e turismo desordenado (AGUIAR et al.,
2006b). Há evidências de níveis muito baixos de diversidade genética dentro e entre
suas subpopulações (COUTINHO, 2007), além do risco de extinção de subpopulações
provocado por ações de controle de morcegos hematófagos em abrigos (AGUIAR et
al., 2010).
Lonchophylla inexpectata Moratelli & Dias, 2015
Lonchophylla inexpectata é uma espécie recém-descrita, a partir de indivíduos
que estavam classificados previamente como L. mordax, mas que apresentavam
características morfológicas diferentes, como a cor mais clara dos pelos ventrais e o
crânio menor, com rostro mais estreito e delicado (MORATELLI; DIAS, 2015).
A série utilizada para descrição da espécie provém de Barra, Bahia, coletada por
Ernest Garbe em 1908 em habitat característico de Caatinga. Até o momento, há
registros confirmados apenas para os estados da Bahia e Pernambuco (MORATELLI;
DIAS, 2015).
A espécie apresenta antebraço variando entre 32,3 e 36,4mm e, como os outros
morcegos do gênero, possui a fórmula dentária: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 = 34 (MORATELLI;
DIAS, 2015). A coloração do ventre de L. inexpectata é semelhante à de L. dekeyseri,
mas pode ser diferenciada dela por apresentar medidas de crânio e rostro maiores
(MORATELLI; DIAS, 2015). A morfologia dentária de L. inexpectata é semelhante à de
L. mordax, mas, além da coloração ventral dos pelos ser mais claro em L. inexpectata,
essa espécie apresenta quase todas as medidas cranianas menores que L. mordax
(MORATELLI; DIAS, 2015).
184
História Natural dos Morcegos Brasileiros
De acordo com os autores da espécie, L. inexpectata pode ser distinguida das
demais espécies sul-americanas do leste dos Andes pelo conjunto das seguintes
características: presença de uma cúspide lingual no quarto pré-molar; ausência de uma
cúspide lingual no terceiro prá-molar; ausência de um sulco longitudinal profundo na
face posterior do canino superior; porção proxima à superfície dorsal do antebraço
sem pelos; e pelagem ventral pálida.
Por ser uma espécie recém-descrita, com apenas dois registros de sua ocorrência,
nada se sabe a respeito de seus aspectos ecológicos. Pelo mesmo motivo, não se sabe
ainda o status de conservação da espécie, ainda não analisada.
Lonchophylla mordax Thomas, 1903
(Foto: Patricio Rocha)
Lonchophylla mordax é uma espécie endêmica no Brasil que ocorre na região
do agreste brasileiro, nas áreas de ecótone da Mata Atlântica e a Caatinga e no
sertão ao longo da borda leste da Caatinga. As incorretas identificações e as
185
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
recentes separações de espécies do gênero Lonchophylla tornam a delimitação
da área de ocorrência nos estados brasileiros incerta. A citação desta espécie
para a mata Atlântica do sudeste do Brasil, ao que tudo indica, deve ser errônea,
e a espécie provável nesta região deve ser L. peracchii (MORATELLI; DIAS, 2015).
De acordo coma compilação de Nogueira et al. (2007), a espécie ocorre nos
seguintes estados: Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo. Moratelli e Dias (2008) analisaram
material de L. mordax de Sergipe, o que pode ser considerado o primeiro registro
para este estado. A localidade-tipo é descrita como sendo Lamarão, 300m, Bahia,
Brasil. Recentemente, alguns indivíduos identificados como L. mordax coletados
na Caatinga (Bahia e Pernambuco) foram identificados como pertencentes a uma
nova espécie: L. inexpectata (MORATELLI; DIAS, 2015). Uma revisão em material
de coleções seria indicada para a definição de uma distribuição mais acurada da
espécie.
Lonchophylla mordax se assemelha à L. dekeyseri, diferenciando-se pelo crânio,
que é relativamente maior (> 22,6mm), e por apresentar o rostro mais longo (TADDEI
et al., 1983). As medidas de antebraço variam de 33,5 a 37,8mm, e o peso varia de 7,5
a 11g (WOODMAN; TIMM, 2006).
A fórmula dentária é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 = 34 dentes.
É uma espécie que consome predominantemente néctar, incluindo também
pólen, frutos e insetos em sua dieta (GARDNER, 1977). Não se sabe praticamente
nada sobre quais recursos a espécie utiliza no Brasil. Fabián et al. (2008) realizaram
uma compilação sobre as plantas utilizadas por morcegos no Brasil, e nenhuma
informação foi dada referente à L. mordax. No entanto, há uma citação de Vogel
et al. (2005) sobre o consumo de néctar de Mimosa lewisii (Mimosaceae) por
este morcego no Parque Nacional Vale do Catimbau, em Pernambuco. Abriga-se
preferencialmente em cavidades naturais (GRIFFITHS; GARDNER, 2008), como ocos
de árvores e cavernas, e forma colônias de poucos indivíduos. Já foi observada
em cavernas na Chapa Diamantina (GREGORIN; MENDES, 1999). Os aspectos
reprodutivos são pouco conhecidos, havendo relatos na Caatinga do nordeste do
Brasil de fêmeas grávidas de julho a setembro e novembro, e fêmeas lactantes
foram encontradas em janeiro, fevereiro, abril, maio, junho, agosto e setembro
(WILLIG, 1985c).
Lonchophylla mordax é classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO
et al., 2008g1) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014). O status de conservação da espécie deveria ser revisto, quando forem
mais bem posicionados taxonomicamente os espécimes atribuídos à L. mordax em
várias regiões do Brasil.
186
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lonchophylla peracchii Dias, Esbérard & Moratelli, 2013
(Foto: Marcelo R. Nogueira)
Lonchophylla peracchii é uma espécie endêmica no Brasil, descrita apenas
recentemente, que apresenta registros para a região sudeste da Mata Atlântica, nos
estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo (PIMENTA et al., 2010; DIAS et
al., 2013; TEIXEIRA et al., 2013). Um espécime recentemente registrado de Espírito
Santo como L. bokermanni (PIMENTA et al., 2010) apresenta dimensões congruentes
com L. peracchii (DIAS et al., 2013). A localidade-tipo é descrita como próxima à Vila
do Abraão, Ilha Grande, Angra dos Reis, Rio de Janeiro.
A espécie foi descrita após estudos taxonômicos de reavaliação do gênero
Lonchophylla e separada de sua congênere L. bokermanni, a partir principalmente de
características morfológicas de antebraço e crânio (DIAS et al., 2013). É um morcego
de tamanho pequeno a médio, com antebraço variando entre 34,5 e 36,9mm (DIAS
et al., 2013).
A fórmula dentária é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 = 34 dentes. Não há descrição de cariótipo
para a espécie.
Diferencia-se de L. mordax por possuir o antebraço com intensa pilosidade e das
outras três espécies brasileiras por possuir o ventre mais escuro em detrimento do
ventre claro de L. dekeyseri, L. inexpectata e L. bokermanni. Algumas medidas (médias)
selecionadas de 36 exemplares estudados por Dias et al. (2013): antebraço (35,8mm);
comprimento total do crânio (24,6mm – incisivos incluídos); largura externa dos
molares (5,1mm); largura póstero-orbitária (4,7mm); largura da caixa craniana (9,1mm).
187
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
Lourenço et al. (2010) fornecem o dado de peso de uma única fêmea capturada da
Ilha de Marambaia, no Rio de Janeiro (referido à L. bokermanni, mas que deve ser
considerada como de L. peracchii – ver abaixo): 9,2 gramas.
De acordo Dias et al. (2013), L. peracchii ocorre em diferentes tipos vegetacionais
ao longo da porção litorânea da Mata Atlântica do sudeste do Brasil, incluindo ilhas
próximas ao continente, em florestas sempre-verdes, florestas estacionais semideciduais
e formações pioneiras. Registros de altitude vão desde o nível do mar, na região da
Costa Verde, a 900 m no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, ambos localizados no
Rio de Janeiro.
Boa parte dos dados sobre L. peracchii estão contidos nos trabalhos assinalados
para L. bokermanni (TADDEI et al.,1988; ESBÉRARD et al., 1997, 2006, 2010; BAPTISTA;
MELLO, 2001; DIAS et al., 2002, ESBÉRARD, 2003, 2007, 2009; BRITO et al., 2004;
MORATELLI; PERACCHI, 2007; DIAS; PERACCHI, 2008; DIAS et al., 2008; LOURENÇO
et al., 2010; NOVAES et al., 2010; PIMENTA et al., 2010; NASCIMENTO et al., 2013).
Nada se conhece sobre a dieta dessa espécie, embora ela deva apresentar um
hábito predominantemente nectarívoro. Espécimes foram capturados em redes
postadas defronte a bananeiras (Musa) em floração (NOVAES et al., 2010). Em relação
a abrigos, Taddei et al. (1988) capturaram indivíduos no interior de um antigo presídio
em Ilha Grande. Pouco se sabe também sobre a reprodução de L. peracchii. Taddei
et al. (1988) capturaram duas fêmeas em avançado estado de gestação no mês de
dezembro, no Rio de Janeiro. Uma fêmea lactante (classificada possivelmente de
forma errônea como L. mordax) foi capturada em fevereiro (ESBÉRARD et al., 1997).
Por ser uma espécie recém-descrita, ainda não foi avaliado o seu status de
conservação.
Gênero Xeronycteris Gregorin & Ditchfield, 2005
Esse gênero é monotípico, contendo unicamente a espécie Xeronycteris vieirai.
Apresenta tamanho médio para um Lonchophyllinae, pelagem dorsal tricolor (uma
faixa estreita basal branca-amarelada, a mediana marrom-clara e a distal marrom
mais escura). Outras características da espécie incluem: antebraço medindo em
torno de 37mm e desprovido de pelo; borda inferior da folha nasal inteiramente
fundida à face, com a borda livre não associada ao lábio superior; lábio inferior com
um par de simples almofadas dérmicas estreitas não recortadas ao longo de sua
extensão; presença de uma pequena fenda no queixo; pé mais longo do que calcâneo
e polegar relativamente curto; rostro levemente mais longo do que a caixa craniana
e visivelmente mais afilado anteriormente (NOGUEIRA et al., 2014a). Os molares são
extremamente reduzidos, quando comparados a outros loncofilíneos e glossofagíneos
(NOGUEIRA et al., 2007).
188
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Xeronycteris vieirai Gregorin & Ditchfield, 2005
(Foto: Patrício Rocha)
A série-tipo de X. vieirai é baseada em quatro espécimes depositados no Museu
de Zoologia da Universidade de São Paulo oriundos do nordeste do Brasil, e o holótipo
designado foi coletado no município de Soledade, no estado da Paraíba, Brasil (GREGORIN;
DITCHFIELD, 2005). Essa é uma espécie endêmica no bioma Caatinga no Brasil, e ocorre
desde Pernambuco até o norte de Minas Gerais. Existem registros para os estados da
Bahia, Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Minas Gerais (GREGORIN; DITCHFIELD, 2005;
ASTÚA; GUERRA, 2008; NOGUEIRA et al., 2014a). O registro mais ao sul da espécie é
a cidade de Jaíba, em Minas Gerais, em uma área com vegetação típica da Caatinga,
porém na parte sul do bioma (NOGUEIRA et al., 2014a). A etimologia do nome vem
de Xero, que significa seca, uma referência ao bioma Caatinga. O epíteto específico
remete ao pesquisador Dr. Carlos O. C. Vieira por sua pesquisa com morcegos no Brasil
(GREGORIN; DITCHFIELD, 2005).
É uma espécie de tamanho médio, quando comparada a outras espécies da
subfamília Lonchophyllinae (WOODMAN; TIMM, 2006). O tamanho médio do antebraço
é de 37,1mm. Não há muitos dados disponíveis sobre medidas para essa espécie, já
que foi descrita recentemente.
189
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Lonchophyllinae
Os indivíduos dessa espécie possuem pelos tricolores na parte superior do dorso,
com a base branca-amarelada, região mediana marrom-clara e pontas marrom-escuras
(NOGUEIRA et al., 2014a), e esse caractere parece ser único entre os Lonchophyllinae.
Os antebraços são completamente sem pelos, o pé é maior do que o calcâneo e o
uropatágio se conecta ao tornozelo (NOGUEIRA et al., 2014b). Xeronycteris vieirai
possui o rostro comprido e levemente maior do que a caixa craniana, com a mandíbula
inferior maior do que a superior (NOGUEIRA et al., 2014b). O P3 e o P4 são alongados e
comprimidos lateralmente, e os molares superiores são estreitos reduzidos (GREGORIN;
DITCHFIELD, 2005). Pode haver variação na dentição, como foi mostrado para um
exemplar capturado em Minas Gerais, que apresentou um par de pré-molares superiores
a mais (NOGUEIRA et al., 2014b).
A fórmula dentária é: 2/2, 1/1, 2/3, 3/3 = 34 dentes. Não há descrição do cariótipo.
Essa espécie pode ser confundida com L. bokermanni em trabalhos de campo. Alguns
indivíduos de X. vieirai foram classificados como L. bokermanni antes da descrição dessa
espécie (GREGORIN; DITCHFIELD, 2005). Algumas diferenças entre os dois táxons são:
a presença de pelos no antebraço, o antebraço maior, a caixa craniana mais larga e a
menor mandíbula, em L. bokermanni (NOGUEIRA et al., 2014b). As duas espécies são
também aparentemente parapátricas, com L. bokermanni sendo considerada endêmica
no Cerrado e X. vieirai, endêmica na Caatinga. Entretanto, é importante ressaltar que,
geograficamente, as duas espécies estão separadas por 500km de distância, na zona mais
próxima de suas áreas de distribuição (NOGUEIRA et al., 2014b), e futuras amostragem
podem ainda mostrar alguma sobreposição em suas distribuições.
Esta espécie pode ser considerada naturalmente rara, já que, até o momento,
apenas sete indivíduos foram observados na natureza (NOGUEIRA et al., 2014b). Em
razão disso, não existem muitas informações sobre sua biologia. A morfologia cranial, o
rostro alongado, os caracteres linguais e a simplicidade dos molares indicam que essa
espécie pode ser primariamente nectarívora, ao contrário de outros Lonchophyllinae
que, apesar de nectarívoros, alimentam-se oportunamente de insetos, frutos e partes
florais (GREGORIN; DITCHFIELD, 2005).
Xeronycteris vieirai é considerada “Deficiente em Dados” pela IUCN (DITCHFIELD;
GREGORIN, 2008), devido ao pouco conhecimento sobre sua distribuição e biologia. Já
na lista brasileira da fauna ameaçada de extinção, X. vieirai é considerada “Vulnerável”
(ICMBIO, 2014). Sua ameaça está relacionada à alta fragmentação dos locais de
ocorrência da espécie e à previsão de redução populacional nas próximas gerações.
A distribuição geográfica restrita (NOGUEIRA et al., 2014b), a possibilidade de uma
alimentação especializada (GREGORIN; DITCHFIELD, 2005), a falta de conhecimentos
biológicos e a possível raridade da espécie indicam que X. vieirai merece atenção em
futuros estudos científicos e planos de conservação.
190
Subfamília Carolliinae
Miller, 1924
Carolina Blefari Batista ♦ Alan Deivid Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
191
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia C arolliinae
Até 2013, apesar da publicação de Baker et al. (2003) propondo uma divisão
da subfamília, Carolliinae ainda era considerada incluindo dois gêneros: Carollia
e Rhinophylla (SEKIAMA et al., 2013). Consideramos aqui a revisão das espécies
de morcegos brasileiros com a nova lista publicada por Nogueira et al. (2014a),
considerando Baker et al. (2003). Dessa forma, entendemos que a subfamília foi
dividida e inclui apenas o gênero Carollia, com três espécies registradas para o
Brasil.
Gênero Carollia Gray, 1838
Os morcegos desta espécie são robustos, de tamanho intermediário, quando
comparados a outros, com cauda curta, uropatágio estreito, folha nasal pequena e
focinho reduzido; além de lábio inferior em forma de “V” dotado de uma verruga
central maior que é rodeada por verrugas menores, e coloração que varia do castanho-
acinzentado escuro ao castanho-claro ou laranja-pálido (CLOUTIER; THOMAS, 1992;
NOWAK, 1994; EISENBERG; REDFORD, 1999; ORTÊNCIO-FILHO et al., 2007; GARDNER,
2008a; SEKIAMA et al., 2013).
A dieta desse tipo de morcego é principalmente frugívora, com preferência por
frutos do gênero Piper. Outros gêneros também consumidos por essa espécie incluem:
Solanum, Ficus, Vismia e Cecropia (FLEMING, 1987; MULLER; REIS, 1992; GORCHOV et
al., 1995; GARCIA et al., 2000; MIKICH, 2002; PASSOS et al., 2003; LOPEZ; VAUGHN,
2004; LIMA, 2003; SILVEIRA, 2006; ANDRADE et al., 2013; OLIVEIRA, 2015). Em razão
disso, os morcegos do gênero Carollia forrageiam principalmente no sub-bosque
(OLIVEIRA, 2015). Sua alimentação também é complementada com insetos e outros
recursos vegetais (SAZIMA, 1976; MIKICH, 2002).
Este gênero possui mais de um pico reprodutivo ao ano, relacionados, aparentemente,
à disponibilidade de recursos alimentares (FLEMING et al., 1972; CLOUTIER; THOMAS,
1992; DURANT et al., 2013; MOLINARI; SORIANO, 2014). Abriga-se em folhagens, ocos
de árvores, edificações, rochas e cavernas (SEKIAMA et al., 2013).
São conhecidas três espécies para o Brasil: Carollia benkeithi Solari & Baker, 2006,
Carollia brevicauda (Schinz, 1821) e Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758). De acordo
com Nogueira et al. (2014a), os registros de Carollia castanea H. Allen, 1890 indicados
para o Brasil eram equivocados.
192
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Carollia benkeithi Solari & Baker, 2006
(Foto: Patrício Rocha)
A espécie é endêmica no bioma Amazônia e está registrada para o Peru e para a
Bolívia. No Brasil, acredita-se que a espécie estava registrada para algumas localidades
erroneamente como Carollia castanea H. Allen, 1890, ocorrendo, portanto, nos estados
do Amazonas, Acre, porção amazônica do Mato Grosso, Pará e Rondônia (MCLEELAN;
KOOPMAN, 2008; BERNARD et al., 2011a; SEKIAMA et al., 2013).
É a menor espécie do gênero, com antebraço sem pelos e menor que 39mm.
Apresenta um tufo de pelos distintos na base do polegar e comprimento do corpo
tem, em média, 54mm, com pelagem dorsal marrom acinzentado a castanho mais
escuro. Pesa, em média, 12g, e sua cauda é curta (aproximadamente 9mm) e contida
no uropatágio, que também é curto, com entalhe arredondado e inserido no calcâneo.
Suas pernas são pequenas e aparentemente nuas. Exibe verruga central circundada
por uma ou mais fileiras de verrugas menores no lábio inferior, que é em formato de
“V” (EISENBERG; REDFORD, 1999; ORTÊNCIO-FILHO et al., 2007; GARDNER, 2008a;
SEKIAMA et al., 2013).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Alimenta-se de frutos, preferencialmente do gênero Piper, família Piperaceae
(KLINGBEIL; WILLIG, 2010), e pode complementar a dieta com insetos (SEKIAMA et
al., 2013). Segundo York e Papes (2007), C. benkeithi tem a dieta mais restrita que a
de C. perspicillata, e parecida com a de C. castanea.
193
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia C arolliinae
De acordo com Solari e Baker (2006), tanto o padrão reprodutivo da espécie como
os dados ecológicos são muito semelhantes ao de C. castanea, que apresenta dois
períodos reprodutivos ao ano (DURANT et al., 2013).
Encontrada em florestas tropicais a elevações baixas (abaixo de 1.000m), utiliza
construções urbanas, cavernas e ocos de árvores como abrigos, onde pode formar
colônias (SOLARI; BAKER, 2006; SEKIAMA et al., 2013).
Não foi avaliada pela IUCN (2015) e não consta na Lista Nacional de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Carollia brevicauda (Schinz, 1821)
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
Encontra-se distribuída pela Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa,
Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Venezuela. No Brasil, há registros para os estados
do Acre, Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Bahia, Tocantins, Espírito Santo, Maranhão,
Ceará, Pernambuco, Mato Grosso, Goiás, Rio de Janeiro e Minas Gerais (ORTÊNCIO-
FILHO et al., 2007; TAHARA, 2009; PERACCHI; NOGUEIRA, 2010; SEKIAMA et al., 2013).
Trata-se de um morcego de tamanho intermediário, geralmente menor que C.
perspicillata, podendo haver sobreposição de medidas, com comprimento do corpo
de, em média, 56mm, e antebraço peludo e maior que 38mm. Pesa, em média, 17g
e possui a pelagem longa e espessa e de coloração castanho-acinzentada a castanho
194
História Natural dos Morcegos Brasileiros
avermelhada, com o ventre mais claro. Apresenta uma banda de pelos mais escura na
parte basal da nuca, contrastando com uma banda de pelos esbranquiçada na parte
distal a ela (GARDNER, 2008a; SEKIAMA et al., 2013). Possui cauda curta (geralmente,
menor que 7mm) (EISENBERG; REDFORD, 1999) e inserida no uropatágio, que é estreito
e preso ao calcâneo. Suas orelhas são pontiagudas (ORTÊNCIO-FILHO et al., 2007).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Possui dieta frugívora e pode complementá-la com flores e insetos (EISENBERG;
REDFORD, 1999). Consome, entre outros gêneros vegetais, Vismia e Solanum, e exibe
preferência por Piper (BOBROWIEC, 2003; SEKIAMA et al., 2013).
A reprodução segue o padrão de poliestria sazonal, com mais de um pico reprodutivo
por ano, o que pode estar relacionado à disponibilidade de recursos alimentares
(MOLINARI; SORIANO, 2014).
Utiliza tanto florestas contínuas e primárias como áreas de vegetação secundária,
matas de capoeira, pastagens e reflorestamentos, sendo que a abundância de indivíduos
da população é pouco afetada pela fragmentação florestal (BOBROWIEC, 2003; WILSON
et al., 1996). Abriga-se em folhagens, ocos de árvores, cavernas, rochas e construções
(SEKIAMA et al., 2013).
É classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008h1) e
não consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758)
(Foto: Isaac P. Lima)
195
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia C arolliinae
Carollia perspicillata apresenta ampla distribuição geográfica nas Américas, que
abrange o México, a América Central e o sul da América do Sul, incluindo Suriname,
Guiana, Trinidad e Tobago, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai,
Argentina e Brasil. No Brasil, não é capturada na porção extremo sul, onde não há
registros numa faixa logo abaixo de Porto Alegre, Rio Pardo e Santa Maria até a divisa
com o Uruguai (GARDNER, 2008a).
É considerada uma espécie de tamanho intermediário, quando comparada a outros
morcegos, com comprimento do corpo que pode variar de 42,5 a 62mm (n= 113) e antebraço,
de 37,5 a 45mm (n = 113). A massa média é de 17g, e a cauda curta (aproximadamente 10
a 15mm) está completamente contida no uropatágio (que também é curto), em forma de
“V” e preso ao calcâneo, o qual tem o mesmo tamanho dos pés. Seu lábio inferior tem
forma de “V”. Apresenta uma grande verruga central e pequenas verrugas marginais,
suas orelhas são menores que a cabeça e a folha nasal é curta e triangular (SEKIAMA et
al., 2013; ORTÊNCIO-FILHO et al., 2007). A coloração varia de castanho-acinzentada, que
pode ser mais escura, até a cor ferrugem clara, que pode se aproximar de um laranja-
pálido (CLOUTIER; THOMAS, 1992; NOWAK, 1994; SEKIAMA et al., 2013).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
A dieta de Carollia perspicillata é frugívora, constuída principalmente de plantas
do estrato florestal médio. A espécie preferência por plantas da família Piperaceae,
gênero Piper (FLEMING, 1987; MULLER; REIS, 1992; SILVEIRA, 2006; ANDRADE et al.,
2013; OLIVEIRA, 2015). Carollia perspicillata também se alimenta de frutos das famílias
Solanaceae (gênero Solanum), Moraceae (gênero Ficus), Clusiaceae (gênero Vismia) e
Urticaceae (gênero Cecropia) (GORCHOV et al., 1995; GARCIA et al., 2000; MIKICH, 2002;
PASSOS et al., 2003; LOPEZ; VAUGHN, 2004; OLIVEIRA, 2015), e pode complementar
sua dieta com pólen e insetos (SAZIMA, 1976; MIKICH, 2002).
Apresenta um padrão poliéstrico sazonal, ou seja, dois períodos reprodutivos ao
longo do ano, tanto na época chuvosa quando há maior disponibilidade de frutos,
como na época seca, em que há abundância de outras partes vegetais (FLEMING et
al., 1972; CLOUTIER; THOMAS, 1992). A fêmea atinge a maturidade sexual por volta
de um ano de idade e o macho, por volta de dois anos (CLOUTIER; THOMAS, 1992).
A gestação dura, em média, quatro meses, e a fêmea geralmente dá à luz apenas um
filhote (COELHO, 2005). No entanto, já foi observada uma fêmea com quatro filhotes
agarrados ao seu corpo (LIMA, 2003).
A espécie forrageia no sub-bosque. O padrão de sua atividade é unimodal, tendo
apenas um pico de maior atividade, que já foi registrado nas quatro primeiras horas da
noite (OLIVEIRA, 2015). É dispersora de plantas primárias e se desloca aproximadamente
5km por noite durante o forrageio. Prefere habitat florestados, mas pode adaptar-se
a reflorestamentos e ambientes degradados. Abriga-se em ocos de árvores, fendas
de rochas, cavernas e folhagens (SEKIAMA et al., 2013).
A espécie ainda não foi avaliada pela IUCN e não consta na Lista Nacional de
Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
196
Subfamília Glyphonycterinae
Baker, Hoofer, Porter &
Van Den Bussche, 2003
Wagner André Pedro ♦ Nelio Roberto dos Reis
Adriano Lúcio Peracchi
197
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glyphonyc terinae
As cinco espécies incluídas em Glyphonycterinae eram classificadas anteriormente
como subgêneros de Micronycteris, em Phyllostominae (SANBORN, 1949; SIMMONS,
2005; WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Simmons e Voss (1998) elevaram Glyphonycteris,
Neonycteris e Trynicteris à categoriade gênero, baseados no conhecimento de dados
de um manuscrito de Peffley et al. (no prelo), não publicado. Posteriormente, análises
de dados moleculares realizadas por Baker et al. (2003) apoiaram a monofilia de
Glyphonycterinae, afirmando que esse grupo deveria ser considerado uma subfamília
dentro de Phyllostomidae. Wetterer et al. (2000) confirmaram esses táxons em nível de
gênero, mas concluíram que seriam mais bem alocados numa tribo de Phyllostominae,
Micronycterini. Contudo, de forma conservadora, Simmons (2005) manteve as espécies
desses gêneros em Phyllostominae, sem o reconhecimento de tribos ou de outras
subfamílias. Portanto, as relações entre esses táxons ainda não foram bem estabelecidas.
Aqui seguimos a proposta de Baker et al. (2003); entretanto, novas análises e publicações
podem revelar outros arranjos taxonômicos nesse grupo.
Gênero Glyphonycteris Thomas, 1896
Glyphonycteris inclui três espécies que apresentam grande variação de tamanho
(antebraço entre 38 e 58mm). O gênero é caracterizado pela ausência de uma banda
cutânea que conecte as orelhas sobre a cabeça, além de seus incisivos superiores internos
serem semelhantes a caninos. Os caninos superiores são proporcionalmente curtos e
pouco maiores que os incisivos. Os incisivos inferiores são trífidos, e a largura mastóidea
é menor que a largura zigomática. O quarto metacarpo é menor que o quinto metacarpo,
e as segundas falanges do terceiro e quarto dedos são maiores que as primeiras falanges.
A fórmula dentária é = i 1-2/3, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 x 2 = 34-36 dentes.
Vieira (1940) destacou como característica uma distinta dilatação da região orbital
anterior do crânio. A pelagem dorsal é unicolorida ou tricolorida, e não bicolorida, e
a pelagem ventral é marrom-escura ou cinza. A região inferior do mento apresenta
um par de protuberâncias arranjadas em “V”, sem papila central, e o calcâneo é
notoriamente menor que o pé (SIMMONS; VOSS, 1998; WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Glyphonycteris behnii (Peters, 1865)
A localidade-tipo é no município de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil (VIEIRA, 1942).
Sua distribuição geográfica é identificada no leste do Peru e no Brasil (WILLIAMS;
GENOWAYS, 2008). Segundo Peracchi et al. (2011), no território brasileiro, existem
registros nos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Gregorin et al. (2011)
ampliaram a distribuição conhecida desta espécie para o estado de Tocantins.
198
História Natural dos Morcegos Brasileiros
O antebraço de Glyphonycteris behnii pode variar entre 44 e 50mm, e o maior
comprimento do crânio apresenta entre 21 e 25mm. Sua alimentação provavelmente
consiste de uma variedade de insetos e de pequenos frutos, da mesma forma que
a dieta de seus congêneres (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Caracteriza-se por dois
pares de incisivos superiores, sendo os incisivos superiores externos encobertos
pela cingula dos caninos. As orelhas são menores que a cabeça e a folha nasal, cuja
base é em forma de ferradura, lanceolada e termina em ponta aguçada. A segunda
falange do terceiro dedo é maior que a primeira, o calcâneo é muito mais curto que o
pé, e a cauda é curta, com quatro vértebras, a última delas perfurando a membrana
interfemural; o plagiopatágio é ligado ao tarso.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 x 2 = 34 dentes (VIERA, 1942).
A biologia desta espécie é pouco conhecida. Gregorin et al. (2011) capturaram
três indivíduos em área de vegetação de cerrado no estado de Tocantins, um em mata
de galeria e dois em cerrado rupreste. De acordo com os poucos registros atuais,
parece ser uma espécie rara nas áreas de ocorrência (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008;
GREGORIN et al., 2011).
Em nível mundial, segundo a IUCN (ZORTÉA et al., 2008a), seu status de conservação
se inclui na categoria de “Deficientes em Dados”, não existindo informações sobre a
tendência populacional para esta espécie. No Brasil, é considerada ameaçada de extinção,
na categoria “Vulnerável” (ICMBio, 2008, Portaria número MMA444/2014), por ser
endêmica no cerrado, com ocorrência conhecida restrita a quatro populações isoladas.
Glyphonycterys daviesi (Hill, 1964)
(Foto: Thiago B. da Silveira)
199
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glyphonyc terinae
De acordo com Peracchi et al. (2011), esta espécie foi descrita com base em material
procedente da Guiana, Província de Essequibo, estrada Potaro, a 39km de Bartica.
Sua distribuição geográfica conhecida inclui a ilha de Trinidad, Venezuela, Guiana,
Suriname, Guiana Francesa, Brasil, Equador, Peru e Bolívia (WILLIAMS; GENOWAYS,
2008). No Brasil, há registros nos estados do Amazonas, Bahia, Pará e Rondônia
(PERACCHI et al., 2011).
O antebraço de Glyphonycterys daviesi é maior que 50mm (50 - 58,1mm), e o maior
comprimento do crânio é superior a 25 mm (25 – 27,4mm). A espécie apresenta um
par de incisivos superiores, e as coroas dos incisivos inferiores são longas na direção
anterior-posterior, e estreitas transversalmente (GREGORIN; ROSSI, 2005; WILLIAMS;
GENOWAYS, 2008).
A fórmula dentária é: i:1/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 32 dentes (PERACCHI et al., 2011).
Sua massa corporal pode variar de 17 a 25g (SIMMONS; VOSS, 1998; GREGORIN;
ROSSI, 2005; MORALES-MARTÍNEZ; SUÁREZ-CASTRO, 2014).
Pouco se conhece de sua história natural, havendo apenas registros esporádicos
sobre sua alimentação (PINE et al., 1996 apud WILLIAMS; GENOWAYS, 2008), que
consiste de restos de rã, larvas de mariposa e outros insetos. No Brasil, Gregorin e Rossi
(2005) capturaram esta espécie em vegetação de Mata Atlântica, no estado da Bahia.
Segundo a IUCN (OCHOA; VELASCO, 2008), a espécie é “Pouco Preocupante” em
relação à ameaça de extinção devido à sua extensa distribuição geográfica e não
consta na lista de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBIO, 2014).
Glyphonycterys sylvestris Thomas, 1896
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
200
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A localidade-tipo é Hda. Miravalles, Guanagaste, Costa Rica, e tem ocorrência
conhecida do Peru e sudeste brasileiro, até o México e Trinidad (SIMMONS, 2005).
No Brasil, existem registros nos estados do Amazonas, Amapá, Minas Gerais, Pará,
Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, e São Paulo (DIAS et al., 2003; NOGUEIRA et al.,
2007).
É a menor espécie do gênero, e sua massa corporal tem registro de 7g (SIMMONS;
VOSS, 1998). Seu antebraço é menor que 44mm, e o comprimento maior do crânio é
inferior a 22mm (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m3/3 = 34 dentes (NOGUEIRA et al., 2007).
Esta espécie habita florestas, abrigando-se em cavernas, túneis e ocos de árvore,
e alimenta-se de frutos e insetos, segundo uma revisão da literatura realizada por
Williams e Genoways (2008). Simmons e Voss (1998) capturaram um exemplar em
floresta primária, caracteristicamente pantanosa e dominada pela palmeira Euterpe
oleracea, em Paracou, Guiana Francesa.
Segundo a IUCN (ZORTÉA et al., 2008b), é “Pouco Preocupante” em relação à
ameaça de extinção devido à sua extensa distribuição geográfica, e não consta na
lista de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBIO, 2014).
Gênero Neonycteris Sanborn, 1949
Neonycteris é um gênero monotípico, representado por N. pusilla (SIMMONS,
2005; WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Neonycteris pusilla (Sanborn, 1949)
A localidade-tipo é Tahuapunta (Rio Vaupes), Amazonas, Brasil, ocorrendo no
Noroeste brasileiro e também na parte leste da Colômbia (SIMMONS, 2005). No Brasil,
a distribuição conhecida é para os estados do Amazonas e Pará, segundo comunicação
pessoal de V. C. Tavares (NOGUEIRA et al., 2007).
O antebraço varia de 33 a 35mm (SANBORN, 1949; KOOPMAN, 1994 apud
NOGUEIRA et al., 2007); a coloração é castanho-escura, com o ventre marrom
(WILLIAMS; GENOWAYS, 2008). Outras características são: as orelhas são
arredondadas e pontudas, a borda inferior da folha nasal é caracterizada por
uma protuberância, e o lábio inferior apresenta um par de discretos tubérculos,
separados no meio por uma fenda pouco profunda. O metacarpo do quarto dedo
201
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Glyphonyc terinae
é o mais curto e o metacarpo do terceiro dedo é o mais longo. A segunda falange
do terceiro dedo é menor que a primeira, e a segunda falange do quarto dedo é
aproximadamente igual em comprimento à primeira falange. O calcâneo é menor
que o pé. Os caninos são relativamente pequenos, menores que duas vezes a altura
dos incisivos superiores internos. A superfície de oclusão dos incisivos superiores
internos é visível na série de dentes, e não é oculta pela cingula dos caninos. Os
incisivos inferiores são trífidos.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34 dentes (NOGUEIRA et al.,
2007; WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Pouco se conhece de sua história natural. Neonycteris pusilla está listada na
categoria “Vulnerável” da IUCN (SAMPAIO et al., 2008i1). No Brasil, está incluída na
lista de “espécies com dados deficientes” (ICMBIO, 2014).
Gênero Trinycteris Sanborn, 1949
Trynycteris é um gênero monotípico, representado por T. nicefori (SIMMONS,
2005; WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Trinycteris nicefori (Sanborn, 1949)
(Foto: André Pol)
202
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A localidade-tipo é Cucuta, Norte de Santander, Colômbia. A distribuição geográfica
vai de Belize até o Norte da Colômbia, Venezuela, Guianas, Amazônia brasileira (AM e
PA), Equador, Peru, Bolivia e Trinidad (SIMMONS, 2005; WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Além de ser encontrada na Amazônia brasileira (ROCHA et al., 2013), há uma população
disjunta no estado do Espírito Santo, Sudeste brasileiro (WILLIAMS; GENOWAYS, 2008).
Em estudo realizado em Paracou, Guiana Francesa, a massa corporal variou de
7,2 a 8,9g para as fêmeas, e de 7 a 8g para os machos, e o antebraço, de 38 a 41mm
para as fêmeas, e de 36 a 38mm para os machos (SIMMONS; VOSS, 1998). Williams e
Genoways (2008) forneceram dados de variação de antebraço compreendida entre 37,1
e 40,2mm, e do maior comprimento do crânio, entre 20,7 e 22mm, sem discriminação
do sexo. Estes mesmos autores afirmaram que a espécie se distingue por uma pelagem
dorsal de quatro bandas: a primeira é estreita e pálida, a segunda é uma banda escura,
a terceira é larga e pálida, e a quarta é uma banda escura terminal, na ponta dos
pelos. As orelhas são pontudas. Outras características incluem pelos duros, longos e
numerosos, intercalados à pelagem na região gular. A margem inferior da folha nasal
é ligada suavemente com o lábio superior, e a região inferior do lábio sustenta um par
de discretos tubérculos, os quais são parcialmente divididos por um sulco mediano. O
metacarpo do quarto dedo é menor que o metacarpo do quinto dedo, o qual é menor
que o metacarpo do terceiro. O calcâneo é menor que o pé, e os incisivos inferiores
são trífidos.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 x 2 = 34 dentes.
Rocha et al. (2013) capturaram esta espécie próximo às margens do Rio Madeira,
Porto Velho (RO). O tipo de vegetação predominante nessa região é de Floresta
Ombrófila Densa Aluvial. Segundo uma revisão da literatura de Williams e Genoways
(2008), T. nicefori pode utilizar uma variedade de habitats, desde áreas florestais até
agrícolas, e pode se abrigar em ocos de árvores, túneis e edificações, em coabitação
com outras espécies (Lonchorrina aurita e Micronycteris minuta), provavelmente se
alimentando de frutos e de insetos.
Segundo a IUCN (TAVARES; BURNEO, 2008), é “Pouco Preocupante” em relação
à ameaça de extinção devido à sua extensa distribuição geográfica, e não consta na
lista de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBIO, 2014).
203
Subfamília Rhinophyllinae
Baker, Hoofer, Porter &
Van Den Bussche, 2003
Carolina Blefari Batista ♦ Alan Deivid Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
204
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Esta subfamília inclui apenas um gênero, Rhinophylla, e foi proposta por
Baker et al. (2003) após uma análise filogenética molecular. Em Sekiama et al.
(2013), o gênero Rhinophylla ainda está como parte da subfamília Carolliinae. Após
uma revisão das espécies de morcegos brasileiros, que levou em consideração o
trabalho publicado por Baker et al. (2003), e a publicação de uma nova lista, a
qual consideramos aqui neste trabalho, a subfamília Carolliinae foi dividida e o
gênero Rhynophylla foi incluído nesta nova subfamília Rhinophyllinae (NOGUEIRA
et al., 2014a).
Gênero Rhinophylla Peters, 1865
Os morcegos deste gênero são menores que o do gênero Carollia, não apresentam
cauda, possuem folha nasal bem desenvolvida e lanceolada, uropatágio curto, os
pelos corporais têm a base esbranquiçada, e apresentam uma verruga central
rodeada por outras duas verrugas no lábio inferior (BURTON; ENGSTRON, 2001;
RINEHART; KUNZ, 2006; GARDNER, 2008a; SEKIAMA et al., 2013). São registradas
duas espécies para o Brasil: Rhinophylla fischerae Carter, 1966 e Rhinophylla
pumilio Peters, 1865.
São frugívoros de sub-bosque e, entre os gêneros vegetais consumidos, estão:
Vismia, Syzigium, Piper, Solanum, Cecropia e Miconia (REIS; GUILLAUMET, 1983; REIS;
PERACCHI, 1987; SEKIAMA et al., 2013; MARCIENTE et al., 2015).
Para Rhinophylla fischerae Carter, 1996, há registro de gravidez entre junho
e julho (GRAHAM, 1987; SEKIAMA et al., 2013), e para Rhinophylla pumilio Peters,
1865, entre março a dezembro (WILSON 1979; REIS; PERACCHI 1987; GRAHAM
1987).
Habitam florestas primárias, fragmentos secundários, áreas de savanas e várzeas
(BERNARD; FENTON, 2007). Utilizam o estrato florestal baixo, onde se encontram
as plantas de porte arbustivo das quais se alimentam (GARDNER, 1977; RINEHART;
KUNZ, 2006; MARCIENTE et al., 2015).
205
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Rhinophyllinae
Rhinophylla fischerae Carter, 1966
(Foto: Patrício Rocha)
Esta espécie é endêmica do bioma Amazônia, sua distribuição geográfica abrange o
Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e, no Brasil, há registros para os estados do Pará,
Amazonas, Acre e Rondônia (PERACCHI et al., 2006; GOMES et al., 2010; BERNARD et
al., 2011a; SEKIAMA et al., 2013).
É a menor espécie do gênero (MCDONOUGH et al., 2011), com antebraço que varia
de aproximadamente 29 a 35mm, o corpo de, em média, 50mm, e o peso aproximado
de 5 a 10g (BURTON; ENGSTRON, 2001; SEKIAMA et al., 2013). A cauda está ausente
e o uropatágio é relativamente curto, com uma franja de pelos em sua borda. O lábio
inferior possui uma verruga central rodeada por duas outras verrugas, uma de cada
lado (GARDNER, 2008a). A folha nasal é em formato de lança e bem desenvolvida,
e os pelos do corpo possuem a base esbranquiçada, sendo o dorso com coloração
castanho-clara e o ventre castanho-acinzentado (BURTON; ENGSTRON, 2001; SEKIAMA
et al., 2013). Diferencia-se das outras espécies do gênero principalmente por ser a
única que possui um espaço entre o incisivo lateral e o canino superior (RINEHART;
KUNZ, 2006; GARDNER, 2008a; SEKIAMA et al., 2013).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
206
História Natural dos Morcegos Brasileiros
É frugívora de sub-bosque, mas pode complementar a dieta com insetos (GARDNER,
1977; MARCIENTE et al., 2015).
Já foi registrado um período de gravidez no meio do ano, entre junho e julho.
Geralmente, a fêmea dá à luz um único filhote (GRAHAM, 1987; SEKIAMA et al., 2013).
É encontrada em maior frequência em fragmentos florestais, mas também foi
capturada em florestas primárias e áreas de savana (BERNARD; FENTON, 2007).
Classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008j1),
não consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
Rhinophylla pumilio Peters, 1865
(Foto: Isaac P. Lima)
Ocorre na Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana, Peru, Suriname,
Venezuela e, no Brasil, é registrada para os estados do Acre, Rondônia, Amazonas,
Amapá, Roraima, Pará, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Bahia e Espírito Santo
(EISENBERG,1989; PERACCHI et al., 2006; SEKIAMA et al., 2013). A localidade-tipo é
no estado da Bahia (SIMMONS, 2005).
A espécie é pequena, não apresenta cauda, o uropatágio é reduzido e sem
franja de pelos na borda. O antebraço varia de aproximadamente 30 a 37mm, e
o comprimento da cabeça e do corpo, entre 40 a 57mm (RINEHART; KUNZ, 2006).
207
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Rhinophyllinae
Pesa em média 7g (SIMMONS; VOSS, 1998). A coloração do dorso varia do castanho-
esverdeado ao castanho-avermelhado, o ventre é castanho-acinzentado e os pelos
de todo o corpo possuem a base esbranquiçada. A folha nasal é bem desenvolvida
e em forma de lança (RINEHART; KUNZ, 2006), e a asa é enegrecida e contrasta
com as falanges e os metacarpos, que são esbranquiçados (SIMMONS; VOSS, 1998;
SEKIAMA et al., 2013).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Frugívora de sub-bosque (MARCIENTE et al., 2015), inclui na dieta, entre outros,
os gêneros vegetais: Vismia, Syzigium, Piper, Solanum, Cecropia e Miconia (REIS;
GUILLAUMET, 1983; REIS; PERACCHI, 1987; SEKIAMA et al., 2013).
A espécie apresenta o padrão reprodutivo poliéstrico sazonal, com dois picos
de reprodução no ano (SEKIAMA et al., 2013). Fêmeas grávidas foram capturadas de
março a dezembro (WILSON, 1979; REIS; PERACCHI, 1987; GRAHAM, 1987).
É tida como uma espécie comum por sua alta capturabilidade, encontrada em
florestas primárias, secundárias, áreas de várzea e savanas (SIMMONS; VOSS, 1998;
BROSSET et al., 1996; COSSON et al., 1999; COCKLE, 2001; FARIA, 2002; BERNARD;
FENTON, 2007). Apresenta um limite de tolerância aos distúrbios do habitat; no entanto,
algumas populações podem ser mais sensíveis (COSSON et al., 1999; RINEHART; KUNZ,
2006), e a fragmentação pode diminuir o sucesso reprodutivo e causar o declínio
da população (HENRY; KALKO, 2007). Utiliza estratos mais baixos da floresta, o sub-
bosque, onde há frutos de arbustos de plantas pioneiras, os quais fazem parte de sua
alimentação. (RINEHART; KUNZ, 2006). Abriga-se em folhas modificadas que formam
uma “tenda”, como as do gênero Musa e Heliconia (ZORTÉA, 1995; SEKIAMA et al.,
2013). Possui dois picos de maior captura que sugerem maior atividade no início da
noite e no final, quando se aproxima do amanhecer. A estratégia de forrageamento
é principalmente de voos curtos, numa área de até aproximadamente 15ha (HENRY,
2005; HENRY; KALKO, 2007).
Classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008k1),
não consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
208
Subfamília Stenodermatinae
Gervais, 1856
Alan Deivid Pereira ♦ Marcelo Oscar Bordignon
Valéria da Cunha Tavares
209
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
A subfamília Stenodermatinae é a mais diversa dentre todas as subfamílias de
Phyllostomidae, com cerca de 60 espécies pertencentes a 14 gêneros (GARDNER
2008a). Os Stenodermatinae são morcegos essencialmente frugívoros e, em sua
maioria, dispersores de sementes, apresentando variações em seus molares do
tipo bunodontes*, invariavelmente sem os ectolofos e cristas em forma de “W”,
característicos de morcegos insetívoros (VIZOTTO; TADDEI 1973; GARDNER 2008a). Os
stenodermatíneos apresentam ainda rostros mais achatados e mais arrendondados,
comparados aos rostros de morcegos das demais famílias de Phyllostomidae, e a
maioria das espécies ocorrentes no Brasil apresenta listras faciais claras, à exceção
dos morcegos pertencentes à tribo Stenodermatini, a qual tratamos nesta listagem
como tribo de Stenodermatinae, seguindo parcialmente Gardner (2008a), pois não
discriminamos, por conveniência, os demais gêneros em tribos ou subtribos. Até o
presente, são conhecidos 13 genêros e 35 espécies de morcegos Stenodermatinae
com ocorrência para o Brasil (NOGUEIRA et al., 2014a).
Nesta listagem, compilamos de modo breve alguns dados sobre caracterização de
cada espécie e algumas informações sobre a história natural das espécies no Brasil.
Compilações relativamente recentes, abrangendo toda a distribuição das espécies,
podem ser encontradas em Gardner (2008a).
Morcegos “short-faced” (Tribo Stenodermatini sensu Gardner, 2008a)
Os morcegos pertencentes à tribo Stenodermatini têm manchas brancas nos
ombros e no pescoço, rostros muito encurtados e não têm listas faciais. No Brasil, a
tribo Stenodermatini é representada pelos gêneros Ametrida Gray, 1847, Pygoderma
Peters, 1863 e Sphaeronycteris Peters, 1882.
Gênero Ametrida Gray, 1847
Gênero monotípico representado por apenas uma espécie: A. centurio. Por
apresentar traços com certa semelhança, regularmente é relacionado a Sphaeronycteris,
Centurio, Pygoderma e a quatro gêrenos que não possuem registros para o Brasil:
Ariteus, Ardops, Phyllops e Stenoderma (LIM, 1993; ZORTÉA, 2007).
210
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Ametrida centurio Gray, 1847
(Foto: Wilson Uieda)
Ametrida centurio é uma espécie sul-americana que ocorre na Venezuela, Trinidad
e Tobago, Guianas, Suriname, Guiana Francesa e Brasil (HUSSON, 1962; BROSSET;
CHARLES- DOMINIQUE, 1990; SIMMONS, 2005; GARDNER, 2008a; MILLER et al., 2008d).
No Brasil, há registros para os estados do Amapá (PERACCHI et al., 1984; SILVA et al.,
2013), Pará (TAVARES et al., 2012), Amazonas (BERNARD, 2001a), Mato Grosso (PINE
et al., 1970) e Paraíba (VILAR et al., 2015).
É um morcego pequeno (comprimento do antebraço de 24 a 33mm e massa
corporal de 6 a 14g), com acentuado dimorfismo sexual em tamanho, com machos
muito menores do que as fêmeas. Os olhos são relativamente grandes em comparação
a outros membros da subfamília Stenodermatinae (VILAR et al., 2015) e tem íris olivácea
(LEE-JR; DOMINGUEZ, 2000). Apresenta rostro muito encurtado e largo, e orelhas
pequenas e triangulares com o trago amarelado. Sua coloração geral é marrom-clara
e apresenta duas manchas brancas claramente distinguíveis em cada ombro e nos
lados do pescoço, em ambos os sexos.
A fórmula dentária é: 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Segundo Reis et al. (2013a), A. centurio foi observada consumindo frutos de Ficus
nymphaeifolia e Piper aduncum e pólen de Eperua falcata. No Brasil, a espécie foi
capturada em florestas amazônicas preservadas, em savanas e cangas no sudeste da
Amazônia e também em capoeiras (REIS; PERACCHI, 1987; BERNARD; FENTON, 2002;
TAVARES et al., 2012). Recentemente, VILAR et al. (2015) capturaram a espécie a 8,3m
de altura em área de mata Atlântica no nordeste do Brasil.
211
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al., 2008d),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2008,
portaria número MMA444/2014).
Gênero Artibeus Leach, 1821
Os morcegos do gênero Artibeus Leach, 1821 têm distribuição neotropical e
ocorrem desde o México até o norte da Argentina (GARDNER, 2008a). Todas as
espécies apresentam listas faciais, que podem ser tênues ou ausentes em espécimes
de Artibeus concolor. Das 18 espécies, cinco têm registro para o Brasil, pertencentes
a dois subgêneros, o nominal (Artibeus), com quatro espécies, e Koopmania, cujo
único representante é Artibeus (Koopmania) concolor. A sistemática das espécies do
gênero está em fluxo, bem como o estudo das relações evolutivas dentro do gênero
e dele com Dermanura, considerado por vários autores um subgênero de Artibeus
e, por outros, um gênero à parte (MARQUES-AGUIAR, 2008; REDONDO et al., 2008;
SOLARI et al., 2009; TAVARES et al., 2008a; NOGUEIRA et al., 2014a). Nessa listagem,
consideramos Dermanura como um gênero em separado, à parte de Artibeus, seguindo
a lista de morcegos do Brasil recém-publicada por iniciativa da Sociedade Brasileira
de Quirópteros (NOGUEIRA et al., 2014a).
Artibeus concolor Peters, 1865
(Foto: Adriano L. Peracchi)
212
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Artibeus concolor ocorre na Colômbia, Guianas, Venezuela, Peru e Brasil (SIMMONS,
2005; GARDNER, 2008a). No Brasil, a espécie já foi registrada para os estados do
Amapá, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins (ZORTÉA
et al., 2006; TAVARES et al., 2008a; GREGORIN et al., 2008b).
Artibeus concolor possui dimensões intermediárias entre os Dermanura e os grandes
Artibeus (Artibeus), sendo menor que Artibeus obscurus (comprimento total de 61 a
64mm, comprimento de antebraço de 43 a 52mm e massa corporal de 15 a 24g) (ZORTÉA,
2007). A pelagem de A. concolor é marrom-clara, os pelos dorsais têm três bandas de
cores, e as listras faciais são quase imperceptíveis, ausentes em alguns espécimes. No
crânio, os processos paraocciptais são pouco desenvolvidos (MARQUES-AGUIAR, 2008).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Artibeus concolor habita desde áreas de florestas úmidas na Amazônia até áreas
abertas, de cerrado, em Goiás, e de canga, em Carajás, no Pará, além de áreas de domínio
da caatinga, no Ceará (MARES et al., 1981; ZORTÉA et al., 2006; GREGORIN et al., 2008c;
TAVARES et al., 2012). As informações sobre a história natural de Artibeus concolor no
Brasil são escassas, havendo registros de que sua alimentação inclua o consumo de
Vismia spp. e de folhas, néctar e pólen (REIS; GUILLAUMET, 1983; BERNARD, 1997).
Há registros de fêmeas grávidas no Piauí no mês de janeiro, e em setembro e novembro
próximo a Manaus, no Amazonas (REIS; PERACCHI, 1987; MARQUES-AGUIAR, 2008).
Classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008l1),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Artibeus fimbriatus Gray, 1838
(Foto: Isaac P. Lima)
213
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
A espécie endêmica da América do Sul, restringindo-se ao nordeste, sudeste e sul
do Brasil, além do Paraguai e Argentina (MARQUES-AGUIAR, 2008).
Artibeus fimbriatus tem grande porte, com dimensões externas intermediárias
entre as espécies A. planirostris e A. lituratus (ZORTÉA, 2007) (comprimento do corpo
de 87 a 100mm, comprimento do antebraço de 60 a 71mm e massa corporal de 48
a 60g) (REIS et al., 2013a). Artibeus fimbriatus tem pelagem de tons acinzentados,
cinza fuliginoso (RUI et al., 1999), com os pelos ventrais mais claros que os dorsais e
listras faciais pouco evidentes, característica que ajuda diferenciá-la em campo de A.
lituratus, segundo Zortéa (2007). A porção central da borda inferior da folha nasal é
ligada ao lábio superior, com bordas laterais livres e onduladas. As bordas das orelhas
e do trago possuem coloração marrom (MIRANDA et al., 2011; REIS et al., 2013a).
A fórmula dentária é i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/3 = 30 dentes.
Passos et al. (2003) encontraram sementes de frutos de Cecropia spp., Ficus spp.,
Piper spp., Solanum spp., Vassovia breviflora e Cucurbitaceae no Parque Estadual
Intervales, em São Paulo. Graciolli e Rui (2001) e Rui e Graciolli (2005) relataram a
ocorrência de três espécies de strebilídeos em A. fimbriatus. Em Sergipe, A. fimbriatus
teve um curto período de inatividade reprodutiva, conforme demonstrado pela
captura de fêmeas reprodutivas ao longo da maior parte do ano; alem disto, as fêmeas
apresentaram estros pós-parto (ROCHA et al., 2010).
Classificada na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008d),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Artibeus lituratus (Olfers, 1818)
(Foto: Isaac P. Lima)
214
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Artibeus lituratus tem ampla distribuição na região Neotropical, ocorrendo no
México, norte da Argentina, Trinidad e Tobago e todas as regiões do Brasil (ZORTÉA,
2007; MARQUES-AGUIAR, 2008).
É uma espécie de grande porte, facilmente diferenciada dos demais Artibeus,
embora os menores representantes possam se sobrepor a A. planirostris em algumas
medidas (comprimento total 93 a 113mm, comprimento do antebraço maior que 70mm
e massa corporal de 65 a 82g) (TADDEI et al., 1998). A coloração geral predominante é
o marrom-chocolate e as listras brancas faciais são sempre bem marcadas; as margens
do pavilhão das orelhas (pina) e o trago podem ser cor de creme ou amareladas; a
ferradura da folha nasal tem a margem inferior contínua ao lábio superior e bordas
laterais livres e onduladas. O uropatágio largo, com entalhe em forma de “V”, na região
mediana, é piloso na face dorsal.
A fórmula dentária: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/3 = 30 dentes.
Diversos estudos demonstraram o consumo de frutos e infrutescências de um
grande número de espécies por A. lituratus em variados ambientes, tanto preservados
quanto sob forte influência antrópica, incluindo ambientes urbanos. Também existem
dados que demonstram que a espécie é dispersora de sementes da maior parte das
plantas que utiliza, como frutos de Cecropia spp., Solanum spp., Ficus spp., Piper spp. e
ainda Anacardiaceae, Arecaceae, Cactaceae, Clusiaceae, Myrtaceae e espécies exóticas,
como Terminalia catappa e Musa spp. (p. ex., REIS; PERACCHI, 1987; ZORTÉA; MENDES,
1993; SILVA; PERACCHI, 1999; PASSOS; PASSAMANI, 2003; PASSOS; GRACIOLLI, 2004;
FÁBIAN et al., 2008; SATO et al., 2008; NOVAES; NOBRE, 2009; MARTINS et al., 2014).
Zortéa e Mendes (1993) registraram folivoria para A. lituratus.
Em diversas localidades do Brasil, Artibeus lituratus apresentou o padrão de
poliestria bimodal, com picos de fêmeas grávidas em fevereiro no Pará, julho em
Viçosa, MG, outubro e fevereiro no sudeste do Brasil (MUMFORD; KNUDSON, 1978;
REIS; PERACCHI, 1987; REIS et al., 1999; MARINHO-FILHO, 2003; MARQUES-AGUIAR,
2008), e outubro a novembro na região de Brasília, DF (BREDT et al., 1996). Zortéa (2003)
constatou que, no Cerrado, os morcegos capturados apresentavam ciclo reprodutivo
bimodal, com o primeiro período no final da estação seca e o segundo no início da
estação chuvosa, e que os picos reprodutivos ocorreram em períodos de alta umidade.
Willig (1985) registrou padrões reprodutivos similares na Caatinga brasileira, e Reis
(1989), na Mata Atlântica. Ortêncio-Filho et al. (2007) estudaram padrões reprodutivos
de A. lituratus na mata Atlântica do Paraná, também detectando o padrão de reprodução
em poliestria, e um maior numero de fêmeas grávidas na estação úmida, coincidindo
com os resultados de Pacheco (2001) para o Rio Grande do Sul.
Artibeus lituratus refugia-se mais comumente em copas de árvores, mesmo em
ambientes urbanos; porém, nesses últimos, também utiliza ocasionalmente abrigos
artificiais, como garagens e porões (ESBÉRARD et al., 2006; PACHECO et al., 2010).
Inserida na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008h),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
215
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Artibeus obscurus (Schinz, 1821)
(Foto: André Pol)
A espécie é endêmica da América do Sul, com ocorrência no Equador, Peru,
Colômbia, Venezuela, Bolivia, Guianas e Brasil (ZORTÉA, 2007; MARQUES-AGUIAR
2008). No Brasil, possui registro em pelo menos vinte estados e todas as regiões
(TAVARES et al., 2008a).
Artibeus obscurus tem pequeno porte em relação às demais espécies de grandes
Artibeus, sobrepondo-se em tamanho aos menores espécimes de A. planirostris
(comprimento total de 74 a 87mm, comprimento total de antebraço de 55 a 65mm e 28
a 52g de massa corporal) (ARAÚJO; LANGGUTH 2010). A pelagem é longa, a coloração
é inteiramente enegrecida, com pelos ventrais de aspecto grisalho, mais claros que os
dorsais, as listras faciais são fracamente marcadas, ausentes ou quase imperceptíveis,
e o antebraço é densamente piloso (MARQUES-AGUIAR, 2008; MIRANDA et al., 2011;
REIS et al., 2013a).
A fórmula dentária é i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Artibeus obscurus ocorre em florestas úmidas da Amazônia e Mata Atlântica
brasileiras e também em savanas da Amazônia. Também é encontrada na caatinga e no
Pantanal e em áreas urbanas (p. ex., HAYNES; LEE, 2004; ZORTÉA, 2007; BORDIGNON;
SANTOS, 2010). A maior parte dos poucos dados sobre dieta de A. obscurus no Brasil
estão em resumos de congressos e monografias e teses ainda não publicadas. Reis et
al. (1999) encontraram uma semente de Cecropia nas fezes de um indivíduo no Paraná
e Marques-Aguiar (2008) comenta sobre a observação de C. O. Handley-Jr sobre um
indivíduo de A. obscurus que carregava um fruto de Ficus spp. na boca.
216
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Da mesma maneira, a biologia da reprodução de A. obscurus é pouco conhecida
no Brasil. Fêmeas grávidas foram registradas de fevereiro a maio no Pará e de julho
a novembro no estado do Mato Grosso (MARQUES-AGUIAR, 2008), em dezembro,
janeiro e uma fêmea lactante em janeiro e outra em fevereiro no Parque Nacional
Ubajara, Ceará (SILVA et al., 2001).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008m1),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Artibeus planirostris (Spix, 1823)
(Foto: Fábio Falcão)
Artibeus planirostris distribui-se na Venezuela (Porção sul do Rio Orinoco), nas
Guianas, Brasil e leste dos Andes até o norte da Argentina (MARQUES-AGUIAR, 2008) e
ilha de St. Vicent (PUMO et al., 1996). Para o Brasil, esta espécie é descrita para todas
as regiões e em quase todos os estados (TAVARES et al., 2008a; REIS et al., 2013a).
É um Artibeus de grande porte cujo tamanho pode ser similar ao de A. lituratus
(comprimento total de 75 a 110mm, comprimento do antebraço de 56 a 73mm e massa
corporal de 40 a 69g) (TADDEI et al., 1998). Sua coloração varia entre cinza e marrom,
com o ventre mais claro que o dorso e pelos mais curtos e menos sedosos, quando
217
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
comparados aos pelos de A. obscurus. O antebraço de A. planirostris é pouco piloso,
principalmente quando comparado ao antebraço de A. obscurus; por outro lado, as
listas faciais de ambas as espécies são pouco marcadas, de modo geral. No crânio, o
processo pós-orbital não é desenvolvido.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Artibeus planirostris é um morcego frugívoro dispersor de sementes, como
os demais Artibeus, e, no Brasil, há vários registros de consumo por essa espécie
de frutos de Cecropia spp., Piper spp. e Ficus spp., e alguns registros de frutos
de Arecaceae, Cactaceae, Clusiaceae e de espécies exóticas, como Terminalia
catappa e Musa spp. (p. ex., OLIVEIRA; LEMES, 2010; REIS et al., 2013a; MARTINS
et al., 2014).
Artibeus planirostris apresenta um padrão poliéstrico de reprodução (TADDEI,
1976; WILLIG, 1985b); porém, dados sobre sua reprodução em território brasileiro
são ainda pouco representados em publicações. Taddei (1976) comentou que, de
acordo com dados tomados no noroeste do estado de São Paulo, sudeste brasileiro,
não havia um padrão claro de concentração em um período reprodutivo ao longo do
ano, para essa espécie. Willig (1985) capturou fêmeas grávidas na maior parte do ano
em ambientes de caatinga e no cerrado do nordeste brasileiro, incluindo fêmeas com
estro pós-parto. Marinho-Filho (2003) capturou fêmeas grávidas no mês de outubro
no sudeste do Brasil.
Artibeus planirostris habita áreas florestadas e fragmentos de mata úmida ou
ambientes abertos e/ou xeromórficos como cerrado e caatinga (p. ex., BERNARD;
FENTON, 2002; ZORTÉA, 2007; REIS et al., 2013a). Refugia-se sob folhagens e em
ocos de árvores (REIS et al., 2013a) e, bem menos frequentemente, grutas e cavernas
(GUIMARÃES; FERREIRA, 2014).
Incluída na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008e),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Chiroderma Peters, 1860
O gênero está distribuído desde o centro-oeste do México ao sul do Brasil e em
algumas ilhas das Antilhas menores. Atualmente, são conhecidas seis espécies e, dessas,
quatro têm registro no Brasil. Morcegos do gênero Chiroderma têm grandes olhos e
ossos nasais muito reduzidos, além de um diastema presente entre os pré-molares
inferiores (GARDNER, 2008a).
218
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chiroderma doriae Thomas, 1891
(Foto: Sérgio Pereira)
Chiroderma doriae ocorre no nordeste, sudeste, sul e centro-oeste brasileiro e
no sudeste do Paraguai (OPREA; WILSON, 2008).
É o maior Chiroderma ocorrente no Brasil (comprimento total 69 a 78mm;
comprimento do antebraço 49 a 56mm) (OPREA; WILSON, 2008). A coloração geral
é marrom e há uma lista dorsal branca bem marcada, que se inicia, em sua parte
anterior, na região interescapular. O par de listras faciais brancas (supraorbitais e
malares) também é bem definido e o uropatágio é piloso.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
No Brasil, C. doriae já foi registrado consumindo Ficus, Mutingia e Piper (ESBÉRARD et
al., 1996, NOGUEIRA; PERACCHI, 2002). Nogueira e Peracchi (2002) sugerem ser C. doriae um
especialista em Ficus, ainda que complemente sua dieta com outros itens, e que a espécie
não representa um dispersor de sementes, as quais também fariam parte da sua dieta.
Dados sobre a reprodução de C. doriae no Brasil parecem indicar o padrão de
poliestria bimodal (p. ex., TADDEI, 1976; ESBÉRARD et al., 1996; OPREA; WILSON, 2008).
Chiroderma doriae ocorre em ambientes úmidos florestais de mata Atlântica e
ambientes abertos de cerrado e pantanal (p. ex., GREGORIN, 1998; MIRETZKI; MARGARIDO,
1999; BORDIGNON, 2005b; MIKALAUSKAS et al., 2006; FERREIRA et al., 2010).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (TAVARES; AGUIRRE, 2008b),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
219
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Chiroderma trinitatum Goodwin, 1958
(Foto: Valéria C. Tavares)
A espécie possui registro de ocorrência no Peru, Bolívia, Panamá, Trinidad e Tobago,
Suriname, Guianas, leste da Colômbia, leste do Equador e bacia amazônica do Brasil
(GARBINO et al., 2012). No Brasil, sua distribuição está restrita à região norte, com
registros confirmados para o Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará e Rondônia
(TAVARES et al., 2008a; GARBINO et al., 2012).
É a menor espécie do gênero (comprimento do antebraço menor que 42mm)
(GARDNER, 2008a). A coloração geral é bege e o ventre é geralmente mais claro que
o dorso. É facilmente separada das demais espécies do gênero pela comparação das
medidas de comprimento do antebraço e da série molar superior, que são sempre
menores em C. trinitatum, sem sobreposição.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Não há dados disponíveis sobre a dieta de C. trinitatum no Brasil, tampouco
sobre sua reprodução, e pouco mais de dez registros são conhecidos para o Brasil,
distribuídos em florestas, savanas e cangas amazônicas (GARBINO et al., 2012; TAVARES
et al., 2008a).
Incluída na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al., 2008e), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
220
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Chiroderma villosum Peters, 1860
(Foto: Isaac P. Lima)
Chiroderma villosum é uma espécie amplamente distribuída pelas Américas, com
registros para o México e outros países da America Central, Colombia, Peru, Bolívia,
Trinidad e Tobago, Guiana Francesa, Suriname, Venezuela e Brasil (GARDNER 2008). Em
território brasileiro, há registros para todas as regiões e para a maioria dos estados
brasileiros (TAVARES et al., 2008a).
Trata-se de um Chiroderma de tamanho médio a grande (comprimento do antebraço
maior que 42mm) (GARDNER, 2008a). A coloração é uniformemente pardo-acinzentada.
A listra dorsal é indistinta ou ausente e as listras faciais são geralmente também
inconspícuas ou ausentes. A face dorsal do uropatágio é densamente pilosa. Os dentes
incisivos superiores internos são alongados e quase paralelos.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Assim como C. doriae, C. villosum foi considerado especialista no consumo
de Ficus spp. e predador de sementes por Nogueira e Peracchi (2002). Os dados
relativos à reprodução dessa espécie no Brasil são escassos (TADDEI, 1976;
MARQUES, 1985).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008n1), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
221
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Chiroderma vizottoi Taddei & Lim, 2010
(Foto: Valéria C. Tavares)
Recentemente descrita, C. vizottoi é considerada endêmica da Caatinga, no
Nordeste do Brasil (TADDEI; LIM, 2010). O parátipo foi capturado em rede de neblina
próxima ao chão na Caatinga, no Tocantins (GREGORIN et al., 2008b).
Trata-se de um Chiroderma de médio porte (comprimento total 62 a 67mm,
comprimento do antebraço de 46 a 50mm e massa corporal de 20 a 36g). A coloração
da pelagem é marrom-clara amarelada, com listra dorsal branca e bem marcada e
listras faciais brancas e conspícuas, sendo o par supraorbital mais largo. Os dentes
caninos superiores são grandes e dispostos obliquamente, se comparados com os
das demais espécies do gênero, e o primeiro pré-molar inferior tem uma cúspide
bem desenvolvida que atinge a metade da altura do segundo pré-molar (TADDEI;
LIM, 2010).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Não há dados disponíveis sobre a dieta e tampouco sobre reprodução da espécies,
à exceção do registro de uma fêmea lactante que foi coletada em outubro, no Piauí,
Brasil (TADDEI; LIM, 2010).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
222
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Gênero Dermanura Gervais, 1856
A partir de revisões recentes do gênero Artibeus, alguns autores (REDONDO et
al., 2008; SOLARI et al., 2009; PERACCHI et al., 2011) têm sugerido a consideração de
Dermanura como um gênero à parte de Artibeus. Segundo Nogueira et al. (2014a),
quatro espécies apresentam registros para o Brasil: Dermanura anderseni (Osgood,
1916); Dermanura bogotensis (Andersen, 1906); Dermanura cinerea Gervais, 1856e
Dermanura gnoma (Handley, 1987).
Dermanura anderseni (Osgood, 1916)
Dermanura anderseni ocorre no Peru, Equador, Bolívia, Colômbia e Brasil (MARQUES-
AGUIAR, 2008). Para o Brasil, foi registrada nos estados do Acre, Amazonas, Mato
Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins (TAVARES et al., 2008a).
Trata-se de um pequeno Dermanura (comprimento total de 47 a 56mm,
comprimento do antebraço de 38 a 40mm e massa corporal de 10 a 22g), de
tamanho similar ao de D. gnoma. A pelagem é de cor marrom-clara, as listras faciais
são brancas e conspícuas, as margens da folha nasal e das orelhas são pálidas,
bem como a margem das orelhas. A concavidade na região frontal do crânio é um
caracter diagnóstico de D. anderseni, útil para separá-lo de D. gnoma e D. cinerea
(GONÇALVES; GREGORIN, 2004).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Uma fêmea lactante foi coletada por Gonçalves e Gregorin (2004) no Mato Grosso,
no mês de outubro. Foi registrada em savanas e florestas úmidas da Amazônia e
também no cerrado (BERNARD; FENTON, 2002; GONÇALVES; GREGORIN, 2004). Em
outros países, foi encontrada em abrigos de tendas (DÍAZ; GARCÍA, 2012).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Dermanura bogotensis (Andersen, 1906)
Dermanura bogotensis ocorre também na Venezuela, no Suriname, na Guiana
Inglesa, na Colômbia e em Trinidad e Tobago (MARQUES-AGUIAR, 2008). Seguimos
LIM et al. (2008d), que reconhecem e redescrevem D. bogotensis, e NOGUEIRA et al.
(2014a), que formalizam o registro de ocorrência desta espécie no Brasil a partir do
espécime listado para a localidade de Paulo, Roraima (AMNH 75537), por Marques-
Aguiar (2008), que considerava bogotensis como subespécie de glauca.
223
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Os caracteres para identificar Dermanura bogotensis encontram-se difusos na
literatura, podendo ser consultados os trabalhos de Marques-Aguiar (2008), Lim et
al. (2008d) e Calderón e Pacheco (2012).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Não há dados sobre a biologia dessa espécie no Brasil, à exceção de que foi coligida
no estado de Roraima, mas sem informações sobre características da localidade, listada
como “Paulo” (MARQUES-AGUIAR, 2008).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Dermanura cinerea Gervais, 1856
(Foto: Isaac P. Lima)
De acordo com Marques-Aguiar (2008), D. cinerea ocorre na Venezuela, nas Guianas,
no leste do Peru e no Brasil. Para o Brasil, há registros para vários estados (TAVARES
et al., 2008a; REIS et al., 2013a), mas que precisam ser revisados.
Dermanura cinerea é um pequeno morcego (comprimento total de 47 a 59mm,
comprimento de antebraço de 38 a 42mm e massa corporal de 10 a 24g), de coloração
geral entre marrom-clara e cinza, margens da folha nasal e orelhas com variação entre
pálida e amarelada, e uropatágio pouco piloso (LIM et al., 2008d; MARQUES-AGUIAR 2008).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
224
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Há registros de ingestão de Solanum spp., Ficus spp. Piper spp., Cecropia spp.
no Brasil (FABIÁN et al., 2008, REIS et al., 2013a), porém é preciso cautela quanto
aos dados biológicos, devido à hipótese de que cinereus possa ser um complexo de
espécies (p. ex., MARQUES-AGUIAR, 2008). É sabido que D. cinerea usa como abrigo
folhagens ou “tendas’’ formadas por folhas, sempre em pequenos grupos (ZORTÉA,
2007; REIS et al., 2013a).
Espécie ainda não avaliada pela IUCN (2015), consta como “Vulnerável” apenas para
o estado do Rio de Janeiro, segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada
de Extinção (2008). Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
Dermanura gnoma (Handley, 1987)
(Foto: André Pol)
Espécie com distribuição restrita à América do Sul, com registros para as Guianas,
Venezuela, Equador, Bolívia, Peru e Brasil. Para o território brasileiro, a espécie foi
registrada nos Estados do Amazonas, Amapá, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará,
Rondônia (PERACCHI et al., 2011; REIS et al., 2013a).
Dermanura gnoma é a menor espécie conhecida do gênero (comprimento total de
45 a 50mm, antebraço de 34 a 38mm e massa corporal de 34 a 38g) (HANDLEY-JR, 1987).
A coloração geral é castanho-clara, e a margem ventral da ferradura da folha nasal,
o trago e margem das orelhas são de coloração pálida, frequentemente amarelados.
A fórmula dentária: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/3 = 30 dentes.
225
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Dermanura gnoma já foi registrado consumindo frutos de Vismia spp., Cecropia
spp., Anthurium spp. e Ficus spp. (REIS et al., 2013a), sendo que Aguiar et al. (1995)
relatam uma preferência de D. gnoma por frutos de figueiras.
A espécie ocorre em ambientes florestais de mata primária, secundária e também
em áreas em recuperação, podendo ainda ser encontrada no Cerrado e florestas
associadas a cangas amazônicas (TAVARES et al., 2012); alguns autores registraram
hábitos de forrageamento no dossel (BERNARD; FENTON, 2002; ZORTÉA, 2007; REIS
et al., 2013a).
Não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Mesophylla Thomas, 1901
Gênero monotípico representado por Mesophylla macconnelli Thomas, 1901.
Dados moleculares sugerem que Mesophylla seja grupo-irmão de Vampyressa (p. ex.,
HOOFER; BAKER, 2006).
Mesophylla macconnelli Thomas, 1901
(Foto: Felipe Zenha)
226
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A espécie tem registros para a Amazônia Brasileira, Peru, Nicarágua, Bolívia, Costa
Rica e Trinidad e Tobago (ARROYO-CABRALES, 2008). Para o Brasil, a espécie foi registrada
nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, Goiás
e Bahia (TAVARES et al., 2008a; ZORTÉA; TOMAZ, 2006 ; GREGORIN et al., 2015).
Mesophylla macconnelli é um morcego de pequeno porte (comprimento total de 40
a 50mm, comprimento do antebraço de 29,5 a 33,5mm e massa corporal entre 5 a 9g)
(SWANEPOEL; GENOWAYS, 1979). A coloração da pelagem é bege-clara, esbranquiçada
e/ou com partes acinzentadas. As listras faciais, quando presentes, são muito tênues.
As orelhas, trago e folha nasal apresentam cor amarelo-brilhante.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/3= 30 dentes.
Habita com maior frequência ambientes úmidos (florestas perenes), porém foi
registrada em áreas secas, como, por exemplo, o cerrado amazônico e o bioma Cerrado
(KUNZ; PENA, 1992; BERNARD; FENTON, 2002; ZÓRTEA, 2007; GREGORIN et al., 2015).
Abriga-se em “tendas” feitas com folhas de palmeiras e formam haréns, sendo um
macho para até três fêmeas (REIS et al., 2013a).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008o1), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Platyrrhinus Saussure, 1860
O gênero Platyrrhinus atualmente é composto por vinte espécies (VELAZCO et al.,
2010) e, segundo Nogueira et al. (2014a), apenas oito ocorrem em território brasileiro.
Todos os Platyrrhinus têm uma franja de pelos claros ao longo da margem posterior
do uropatágio.
Platyrrhinus angustirostris Velazco, Gardner & Patterson, 2010
Espécie com distribuição para o leste da Colômbia e Equador, nordeste do Peru,
Venezuela e Brasil (VELAZCO et al., 2010; NOGUEIRA et al., 2014). Nogueira et al. (2014a)
relataram o primeiro registro de P. angustirostris para o Brasil no Parque Nacional do
Juruema, no estado do Mato Grosso.
Trata-se de um morcego de pequeno porte, sendo que suas medidas corporais se
sobrepõem às de P. fusciventris, P. helleri e P. incarum (comprimento de antebraço de
34,7 a 39,2mm) VELAZCO et al., 2010). A coloração da pelagem dorsal varia de marrom-
escuro a claro, a pelagem ventral é cinzenta e os pelos ventrais são unicolores. A parte
dorsal dos pés é densamente pilosa, a listra dorsal é bem marcada, embora estreita em
largura, e as listras faciais são claras e conspícuas. O osso metarcapiano V é menor, em
227
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
comprimento, do que o osso metacarpiano III. A espécie somente pode ser identificada
seguramente por meio da análise de caracteres craniodentários (ver VELAZCO et al., 2010).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3= 32 dentes.
Não há dados sobre sua biologia no Brasil.
Espécie não avaliada pela IUCN, não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Platyrrhinus aurarius (Handley & Ferris, 1972)
A espécie é endêmica da América do Sul, com ocorrência no Suriname, Guiana,
Venezuela e Brasil, onde foi registrada no estado do Amazonas (VELAZCO; GARDNER,
2009; BERNARD et al., 2011a).
Possui tamanho grande, quando comparada a outros Platyrrhinus (comprimento
total de 75 a 82mm, comprimento de antebraço de 51 a 54mm e massa corporal de
30 a 31g) (VELAZCO, 2005), com pelos dorsais longos.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Não há dados sobre sua biologia no Brasil.
Inserida na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN, (SAMPAIO et al., 2008p1),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Platyrrhinus brachycephalus (Rouk & Carter, 1972)
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
228
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Espécie com registros de ocorrência para a Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname,
Equador, Peru, Bolívia e Brasil. No Brasil, foi registrada no Amazonas, Pará, Acre, Goiás,
Distrito Federal e Mato Grosso (LOUZADA et al., 2015).
Apresenta porte pequeno, com tamanho similar a P. incarum (comprimento
total de 52 a 68mm, comprimento do antebraço de 33 a 42mm e massa corporal
de 10 a 20g) (VELAZCO, 2005). Sua coloração varia entre marrom e cinza na região
dorsal, a listra dorsal é clara e distinta, com início no topo da cabeça, e listras faciais
pronunciadas e claras (VELAZCO et al., 2010). A espécie só pode ser identificada
seguramente por meio da análise de caracteres craniodentários (ver GARDNER,
2008a).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Espécie encontrada em habitat de floresta subtropical úmida, zonas costeiras,
florestas densas, fragmentos florestais e savanas na Amazônia (REIS et al., 2013a;
LOUZADA et al., 2015). Segundo Reis et al. (2013a), esta espécie abriga-se em
pequenos grupos de três a dez indivíduos, em cavernas, ocos ou sob folhagem de
árvores.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008q1), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Platyrrhinus fusciventris Velazco, Gardner & Patterson, 2010
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
229
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Espécie com registros apenas para a América do Sul, ocorrendo no norte do Brasil,
leste do Equador, Guianas, Suriname, Trinidad e Tobago e sul da Venezuela (VELAZCO
et al., 2010). No Brasil, há registros para os estados do Amapá, Amazonas, Pará e
Roraima (VELAZCO et al., 2010).
Apresenta porte pequeno, cujas medidas se sobrepõem às de P. angustirostris,
P. helleri e P. incarum (comprimento do antebraço de 35,4 a 40,1mm) (VELAZCO et
al., 2010). A coloração é, em geral, marrom-clara com pelos dorsais bicolores e a
extremidade mais escura. A pelagem ventral é marrom-clara e os pelos ventrais são
unicolores. A parte dorsal dos pés é moderadamente pilosa, a listra dorsal é bem
marcada, embora estreita em largura, e as listras faciais são claras e conspícuas. O osso
metarcapiano III é de comprimento similar ao osso metacarpiano V. A espécie somente
pode ser identificada seguramente por meio da análise de caracteres craniodentários
(ver VELAZCO et al., 2010).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Não há dados sobre a biologia da espécie no Brasil.
Espécie não avaliada pela IUCN, não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Platyrrhinus incarum (Thomas, 1912)
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
230
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Com distribuição restrita à América do Sul, P. incarum pode ser encontrada na
Bolívia, Brasil, sudeste da Colômbia, leste do Equador, Guianas e Peru (VELAZCO et al.,
2010). No Brasil, a espécie não possui registro apenas para a Região Sul, mas também
para os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e São Paulo (PERACHI et al., 2011; REIS et al., 2013a).
A espécie possui pequeno porte, sendo que todas as suas dimensões se sobrepõem
às de P. angustirostris, P. fusciventris e P. helleri (VELAZCO et al., 2010). A coloração
dorsal varia de marrom-escuro a marrom-claro, a pelagem ventral é bicolor e cada pelo
possui extremidade distal branca. A espécie sempre apresenta uma listra branca dorsal,
que se inicia no topo da cabeça e é relativamente estreita, em largura, porém bem
marcada, bem como o são as listras faciais malares e supraorbitais. A espécie somente
pode ser identificada seguramente por meio da análise de caracteres craniodentários
(cf. VELAZCO et al., 2010).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Espécie frugívora, forrageia sob a copa das árvores, sendo considerada especialista
em Ficus spp. e podendo complementar sua dieta com outros frutos e insetos
(BONACCORSO, 1979; ZÓRTEA, 2007; REIS et al., 2013a). É descrita como poliéstrica
bimodal em relação ao padrão reprodutivo, com um filhote por gestação (FLEMING et
al., 1972; ZÓRTEA, 2007; REIS et al., 2013a). Ocorre em maior abundância em matas
primária e ripária, possuindo registros também em regiões de cerrado (PINA et al.,
2013; REIS et al., 2013a).
Espécie não avaliada pela IUCN, (2015), não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Platyrrhinus infuscus (Peters, 1880)
A espécie é considerada endêmica na América do Sul, com registro para o noroeste
do Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru (GARDNER, 2008a). Para o Brasil, há registros
apenas para a Bacia Amazônia e os estados do Acre e Amazonas (BERNARD et al.,
2011a; PERACCHI et al., 2011).
É relativamente grande entre os Platyrrhinus (comprimento total de 77 a 105mm,
comprimento do antebraço de 54 a 62mm e massa corporal de 36 a 59g) (VELAZCO,
2005). A coloração geral é cinzento-amarelada e a listra dorsal é pouco evidente,
assim como as listras faciais.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Não há dados sobre a biologia da espécie no Brasil.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (VELAZCO; MANTILLA, 2008),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
231
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Platyrrhinus lineatus (É. Geoffroy, 1810)
(Foto: Isaac P. Lima)
Espécie sul-americana com distribuição para o norte do Uruguai e nordeste da
Argentina, Paraguai, Bolívia, leste e sudeste do Brasil (VELAZCO, 2005).
Entre os Platyrrhinus, tem um tamanho médio (comprimento total de 60 a 78mm,
comprimento do antebraço de 46 a 48mm e massa corporal de 18 a 28g) (VELAZCO,
2005). A coloração da pelagem é marrom-escura, as orelhas são arredondadas e
geralmente do mesmo tamanho que a cabeça, podendo ter margens em tons amarelos.
Há uma listra branca dorsal mediana bem marcada, como também o são as listras
faciais supraorbitais e malares.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
No Brasil, P. lineatus consumiu frutos de Emmotum nitens e Hovenia dulcis e
Cecropia spp., Pipper spp., Solanum spp. e, de modo geral, a espécie foi considerada
um importante dispersor de sementes de Cecropia spp. e Ficus spp., contribuindo para
o estabelecimento de espécies pioneiras e auxiliando os mecanismos de regeneração
e sucessão secundária (GORCHOV et al., 1993; REIS et al., 2013; MARTINS et al., 2014).
Zortéa (1996) e Aguiar (2005) observaram P. lineatus consumindo folhas de Solanum.
Baseando-se em 16 anos de capturas de P. lineatus no Rio de Janeiro, Costa et al.
(2007) observaram a ocorrência de machos com testículos escrotados ao longo de todo
o ano; de fêmeas grávidas (fetos palpáveis) na maioria dos meses do ano, à exceção dos
meses de abril, junho e julho e com picos em agosto-outubro e janeiro-fevereiro; de
fêmeas lactantes de novembro a junho, com picos em novembro e fevereiro; e, finalmente,
de fêmeas grávidas e lactantes em todos os meses, exceto em junho, com pico em abril.
232
História Natural dos Morcegos Brasileiros
No Brasil, a espécie ocorre em todos os biomas, à exceção da Amazônia, em baixas
altitudes (VELAZCO, 2005), e habita diversas desde florestas úmidas, como floresta
atlântica e matas ripárias, a ambientes secos, como a Caatinga e o Cerrado, abrigando-
se sob folhagens e ramos (GARDNER, 2008a; REIS et al., 2013a).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008f), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Platyrrhinus recifinus (Thomas, 1901)
(Foto: Isaac P. Lima)
Platyrrhinus recifinus ocorre na Guiana, Suriname e Brasil (TAVARES; VELAZCO,
2010). No Brasil, P. recifinus não possui registro apenas para a região norte, mas também
para os estados: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco,
Rio de Janeiro e São Paulo (PERACCHI et al., 2011; REIS et al., 2013a).
A espécie possui porte médio, quando comparado a seus congêneres (comprimento
total de 89 a 93mm, comprimento do antebraço de 36 a 52mm e massa corporal de 17
a 19g) (TAVARES; VELAZCO, 2010). A coloração geral varia entre o marrom-escuro e o
marrom-claro, sendo o ventre ligeiramente mais claro, ou muito similar em coloração,
em relação ao dorso. A listra dorsal é clara e conspícua, bem como as listras faciais,
que são, no entanto, mais largas que em P. lineatus.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
233
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Como a maioria das espécies de Platyrrhinus, P. recifinus é seguramente identificado
apenas por meio da análise de caracteres craniodentários.
No Brasil, há relatos que indicam que P. recifinus consome Cecropia spp., e Ficus
spp. por P. recifinus (GARCIA et al., 2000; TAVARES et al., 2007), e de que sua dieta é
complementada com partes florais (SCULTORI et al., 2009).
Há poucas informações sobre os dados reprodutivos da espécie. Reis et al. (2013a)
sugerem um padrão poliestrico bimodal para a espécie, assim como as demais espécies
do gênero. Platyrrhinus recifinus habita principalmente áreas de Mata Atlântica e Cerrado,
ocorrendo em floresta primária e secundária (SCULTORI et al., 2009; TAVARES; VELAZCO,
2010; REIS et al., 2013a) e brejos de altitude no nordeste do Brasil. Abriga-se sob ocos
de árvores e folhas, geralmente em grupos de até dez indivíduos (REIS et al., 2013a).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008r1), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Pygoderma Peters, 1863
Pygoderma é monotípico, representado pela espécie P. bilabiatum, o morcego
do clado dos “short-faced”, e alcança a distribuição mais ao sul da América do Sul.
Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
234
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Pygoderma bilabiatum é restrita à América do Sul, ocorrendo na Argentina, sul
e leste do Brasil, Bolívia, Paraguai e Suriname. No Brasil, a espécie já foi registrada
nos estados de Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato
Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e São Paulo (TAVARES et al., 2008a).
Pygoderma bilabiatum tem porte médio (comprimento total 52 a 65mm, 36 a
46mm de comprimento de antebraço e massa corporal de 19 a 26g) e apresenta
dimorfismo sexual em tamanho (fêmeas maiores que machos) e em caracteres sexuais
secundários. A coloração geral é marrom-acinzentada e há áreas glabras à altura do
peito, na superfície ventral. Sobre os ombros, P. bilabiatum tem manchas brancas
evidentes. Ao redor dos olhos, há duas grandes glândulas periorbitais, geralmente
mais desenvolvidas nos machos, e no antebraço ocorre, em alguns espécimes, o
desenvolvimento de uma glândula antebrachial (TAVARES; TEJEDOR, 2009). O lábio
superior tem uma dobra de pele, que se estende do canto da boca à base da folha
nasal, provendo o aspecto de “lábio duplicado” à espécie.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
No Brasil, há registros que demonstram que a dieta de P. bilabiatum inclui frutos
de espécies de Sapotaceae, Melostomataceae, Moraceae, Solanaceae e Myrtaceae
(PERACCHI; ALBUQUERQUE, 1971; FARIA, 1997; PASSOS et al., 2003). Peracchi e
Albuquerque (1971) capturaram fêmeas grávidas em fevereiro, no Rio de Janeiro, e
Faria (1997) observou um pico de fêmeas em final de gestação no final da estação
seca, em São Paulo. Esbérard et al. (2011), relataram a observação de fêmeas grávidas
e lactantes em diferentes meses do ano, com pico entre setembro a novembro e
janeiro a março.
Pygoderma bilabiatum é encontrada em diversos tipos de ambientes, como florestas
primárias e secundárias úmidas ou secas, matas ripárias, zonas de plantação de árvores
frutíferas e campos abertos, utilizando como abrigo folhagens, e forrageando sob
diferentes estratos (ESBERÁRD et al., 2011).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008g), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Sphaeronycteris Peters, 1882
Gênero monoespecífico representado pela espécie Sphaeronycteris toxophyllum.
Segundo Wettererer et al. (2000), a espécie é filogeneticamente associada à Ametrida
e Centurio.
235
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Sphaeronycteris toxophyllum Peters, 1882
(Foto: Adriana Ruckert)
Sphaeronycteris toxophyllum é endêmica na América do Sul, com registros para
a o norte do Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela (GARDNER, 2008a;
POSADA; GONZÁLEZ, 2012; GALLARDO et al., 2014). Para o Brasil, foi registrada apenas
na região da Amazônia brasileira, nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia (TAVARES
et al., 2008a).
É uma espécie de pequeno porte (de 52 a 63mm de comprimento total, 37 a
42mm de comprimento do antebraço e massa corporal de 14 a 18g). A coloração
em geral é marrom-acinzentada, praticamente de mesma tonalidade dorsal e
ventralmente, e os pelos são quadricolores (quatro bandas de cores) no dorso.
Tem ainda dois pares de manchas brancas nos ombros e no pescoço e uropatágio
em forma de “V” entalhado e com muitos pelos (ANGULO et al., 2008; REIS et al.,
2013a). A espécie tem dimorfismo sexual em caracteres sexuais secundários e os
machos apresentam sob a fronte uma projeção dérmica (em forma de “visor”) mais
desenvolvida que as fêmeas. A folha nasal é reduzida. Não há dados sobre a história
natural da espécie no Brasil.
Classificada como“Deficiente em Dados” pela IUCN (TAVARES; LEWIS, 2008), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
236
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Gênero Sturnira Gray, 1842
Sturnira Gray, 1842 (Phyllostomidae, Stenodermatinae) inclui 22 espécies
descritas e é o gênero com o maior número de espécies conhecidas dentro da família
Phyllostomidae, cuja distribuição geográfica abrange do México às Antilhas ao norte
da Argentina (VELAZCO; PATTERSON, 2013; 2014). Das vinte e duas espécies descritas,
apenas três foram registradas no Brasil: Sturnira lilium (É. Geoffroy, 1810); Sturnira
magna de la Torre, 1966 e Sturnira tildae de la Torre, 1959 (GARDNER, 2008a; NOGUEIRA
et al., 2014a). A revisão recente feita por Velazco e Patterson (2013) demonstrou
não haver suporte para Corvira como subgênero de Sturnira. As espécies de Sturnira
não têm listras faciais nem dorsais, mas podem, eventualmente, ter uma região de
pelos mais escuros ao redor dos olhos. Além disso, apresentam um uropatágio pouco
desenvolvido, praticamente ausente.
Sturnira lilium (É. Geoffroy, 1810)
(Foto: Isaac P. Lima)
Sturnira lilium era, até recentemente, o nome atribuído a uma espécie de ampla
distribuição, ocorrendo nas Antilhas menores e do norte do México até o norte da
Argentina (GARDNER, 2008a). Após recentes revisões sistemáticas, Velazco e Patterson
237
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
(2013, 2014) restringiram S. lilium a uma parte dessas populações ocorrentes em
localidades do escudo brasileiro, da Bolívia, do Paraguai e da Argentina. A partir
dessas revisões, quatro formas descritas anteriormente como subespécies (incluindo
a nominal) de S. lilium foram elevadas a espécies, e uma nova espécie (S. bakeri) foi
descrita. No Brasil, a distribuição de S. lilium, conforme atualmente revisada, inclui
o norte, o sul , o sudeste e parte do centro-oeste do país (VELAZCO; PATTERSON,
2013; 2014).
Sturnira lilium tem tamanho de corpo intermediário, quando comparado ao
das outras espécies de Sturnira (comprimento total de 51 a 71mm, comprimento do
antebraço de 36 a 45mm e massa corporal de 15 a 25g) (GARDNER, 2008a). A coloração
da pelagem apresenta variações (VELAZCO; PATTERSON, 2013, 2014; DINELLI, 2013).
Sturnira lilium tem incisivos superiores internos falciformes, molares superiores com
entalhe longitudinal e cúspides pouco desenvolvidas, além de segundo molar inferior
com cúspides elevadas dispostas paralelamente e entalhe longitudinal pronunciado
(GARDNER, 2008a; MIRANDA et al., 2011).
Sturnira lilium utiliza uma grande variedade de habitat e abrigos. No Brasil, Peracchi
e Albuquerque (1971) registraram S. lilium abrigando-se em ocos de árvores. Tem sido
registrada consumindo principalmente frutos de Solanum spp. e Piper spp. mas outros
frutos como os de Cecropia spp., Ficus spp., Philodendron spp. e Vismia spp. também
são utilizados pela espécie (FLEMING, 1986; PASSOS et al., 2003; MELLO et al., 2008;
SILVA et al., 2008; BRITO et al., 2010; MARTINS et al., 2014). Carvalho et al. (2009)
registraram o consumo de Billbergia zebrina (Bromeliaceae) por S. lilium. A espécie
parece atuar como polinizador de algumas espécies de plantas (VIEIRA; CARVALHO-
OKANO, 1996; ZÓRTEA, 2007). Pouco se sabe sobre os abrigos utilizados por S. lilium
no Brasil, mas há reportes de abrigos em folhagens, ocos de árvores e edificações
humanas. A espécie forrageia principalmente no sub-bosque mencionados por Reis
et al. (2013a).
A reprodução de S. lilium foi categorizada como poliestria bimodal (WILSON,
1979), com duas estações reprodutivas ao ano, ainda que hipóteses alternativas,
considerando variações de temperatura e disponibilidade de alimento, venham
sendo propostas para explicar a sazonalidade da reprodução de S. lilium (SIPINSKI;
REIS, 1995; MELLO et al., 2008, 2009; GODOY et al., 2014). Rui e Graciolli (2005)
apresentaram dados sobre ectoparasitas de S. lilium ocorrentes no Rio Grande
do Sul.
A espécie foi incluída na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ
et al., 2008i) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
238
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Sturnira magna de la Torre, 1966
(Foto: Marcelo R. Nogueira)
Sturnira magna é endêmica na América do Sul, ocorrendo no oeste do Brasil,
Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (SIMMONS, 2005; GARDNER, 2008a). No Brasil, foi
registrada no estado do Acre por Nogueira et al. (1999).
Sturnira magna é a maior espécie do gênero ocorrente no país (comprimento
total de 81 a 101mm, comprimento do antebraço de 55 a 60mm e massa corporal de
41 a 50g). A pelagem varia entre padrões de amarelo, pardo e cinza, com o ventre
mais claro e a base dos pelos dorsais geralmente branco-acinzentada ou amarelada
(os machos podem apresentar ainda um tufo de pelos alaranjado sobre o ombro). O
uropatágio de S. magna é pouco mais desenvolvido em comparação ao de S. lilium e
S. tildae e mais densamente piloso. O calcâneo é curto. Os dentes incisivos internos
superiores estão em contato e têm as margens retas, e os dentes molares inferiores
têm cúspides linguais pouco desenvolvidas (GARDNER 2008a).
Sturnira magna ocorre em florestas preservadas ao longo de um relativamente
amplo gradiente altitudinal e não há dados disponíveis sobre a dieta da espécie ao
longo de toda a sua distribuição. Dados sobre sua reprodução são esparsos (GARDNER
2008a). No Brasil, fêmeas lactantes e em estágio inicial de gestação foram registradas
no mês de julho, no estado do Acre, e fêmeas grávidas foram encontradas em fevereiro
(estação seca) e maio (período chuvoso), coincidindo com um padrão poliéstrico
bimodal (NOGUEIRA et al., 1999).
Sturnira magna foi classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (PACHECO
et al., 2008b) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
239
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Sturnira tildae de la Torre, 1959
(Foto: André Pol)
Sturnira tildae ocorre no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guianas, Peru, Trinidad
e Tobago e Venezuela (SIMMONS, 2005; GARDNER, 2008a). No Brasil, a espécie está
presente na maioria dos estados, à exceção de Alagoas, Goiás, Maranhão, Rio Grande
do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte (TAVARES et al., 2008; REIS
et al., 2013a; NOVAES; LAURINDO, 2014).
A espécie tem medidas externas similares às de S. lilium, embora tenda a um
maior tamanho que ela (61 a 81mm de comprimento total, 44 a 48mm de antebraço, e
massa corporal entre 15 a 33g) (GARDNER, 2008a). Os incisivos superiores são internos
espatulados e não falciformes. A coloração da pelagem de S. tildae varia entre tons
amarelos e pardos, sendo que os machos podem apresentar tufo de pelos alaranjados
ou mais escuros, à altura do ombro.
Sturnira tildae tem sido registrada na Amazônia (p. ex., UIEDA; VASCONCELLOS-
NETO, 1985) Mata Atlântica do sul e sudeste brasileiros (p. ex., PASSOS et al., 2003)
e, recentemente, Novaes e Laurindo (2014) registraram a espécie para o Bioma da
Caatinga.
Dados sobre reprodução e dieta de S. tildae no Brasil são raros, havendo um registro
de fêmeas grávidas em julho e agosto (WILSON, 1979; GARDNER, 2008a). Na Amazônia
brasileira, região de Manaus, Uieda e Vasconcellos-Neto (1985) registraram S. tildae
consumindo Solanum asperum, S. grandiflorum, S. caavurana, Piper spp. Cecropia
spp. e Vismia spp., e consideraram que a espécie é um dispersor de S. asperum e S.
grandiflorum na região estudada. Um indivíduo de S. tildae foi observado enquanto
forrageava, agarrando-se aos frutos com auxílio dos polegares e dos pés, com a cabeça
240
História Natural dos Morcegos Brasileiros
voltada para cima, e em seguida abocanhando, mastigando e engolindo porções do
fruto a partir de mordeduras em sua superfície lateral (UIEDA; VASCONCELLOS-NETO,
1984). Em São Paulo, Passos et al. (2003) registraram S. tildae consumindo Solanum cf.
paranaense, Solanum scuticum e Solanum sp. Na Amazônia central brasileira, Bernard
(2002) registrou fêmeas lactantes nos meses de junho e agosto.
Sturnira tildae foi inserida na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO
et al., 2008s1) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
Gênero Uroderma Peters, 1866
Gênero composto por cinco espécies (MANTILLA-MELUK, 2014), sendo que duas
ocorrem no Brasil (TAVARES et al., 2008a; NOGUEIRA et al., 2014a).
Uroderma bilobatum Peters, 1865
(Foto: Marcelo R. Nogueira)
Espécie cuja distribuição vem sendo redefinida a partir de estudos recentes
(MANTILLA-MELUK, 2014). No Brasil, há registros para todas as regiões (PERACCHI et
al., 2011; REIS et al., 2013a).
241
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Uroderma bilobatum é um morcego de médio porte (comprimento total 54 a
67mm, comprimento de antebraço de 39 a 45mm e massa corporal de 14 a 22g)
(BAKER; CLARK, 1987). A coloração geral é marrom-escura, a listra dorsal é clara e bem
definida, bem como as listras brancas faciais. A margem das orelhas é amarelada e os
contornos da folha nasal também. A borda inferior da ferradura é livre e o uropatágio
é praticamente glabro.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Aparentemente, U. bilobatum é um grande consumidor e dispersor de frutos de
Ficus spp., consumindo também frutos de Cecropia spp., Philodendron spp., Piper spp.
e Solanum spp. e, ocasionalmente, néctar, pólen e insetos presentes nas folhas e flores
(CARVALHO, 1961; SILVA et al., 2008).
Habita florestas primárias, mata ciliar, clareiras, Cerrado (BERNARD; FENTON, 2002;
GONÇALVES; GREGORIN, 2004; ZORTÉA, 2007) e vem aproximando-se de ambientes
antrópicos (SAGOT et al., 2013). Abriga-se sob folhas modificadas em tendas que,
segundo Kunz et al. (1994), asseguram a proteção contra a luz solar, chuvas e predadores.
No Brasil, Sato et al. (2015) relatam a captura de uma fêmea grávida em janeiro de
2002, na Estação Experimental de Itirapina, SP.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008t1), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Uroderma magnirostrum Davis, 1968
(Foto: Isaac P. Lima)
242
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Espécie com ocorrência desde o México, na América Central, até a Bolívia,
incluindo Colômbia, Peru e Equador, Guianas, Venezuela e Brasil (GARDNER, 2008a).
No Brasil, a espécie já foi registrada em todas as regiões, à exceção do sul (TAVARES
et al., 2008a).
Uroderma magnirostrum tem porte médio (comprimento total de 54 a 74mm,
comprimento do antebraço de 39 a 45mm e massa corporal entre 14 a 20g) (NOGUEIRA
et al., 2003). A coloração geral é parda, tendendo a cinza. Frequentemente, a espécie
tem uma listra dorsal clara, estreita e inconspícua, além de listras faciais menos
evidentes, se comparada a U. bilobatum. O perfil do crânio, em visão lateral, é
quase reto, sem a inclinação presente em U. bilobatum, e os ossos mesetmoides
são inflados.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
No Brasil, a espécie foi registrada consumindo frutos de Ficus spp., Cecropia spp.
e Pothomorphe spp. (REIS; PERACCHI, 1987; ASCORRA; WILSON, 1992; NOGUEIRA
et al., 2003; REIS et al., 2013a). Uma fêmea lactante foi observada por Nogueira
et al. (2003) em abril, e fêmeas grávidas, em janeiro, fevereiro, julho, setembro
e outubro.
Ocorre em todos os biomas brasileiros, à exceção dos Pampas (WILLIG; MARES,
1989; TAVARES et al., 2007; BERNARD et al., 2011a; ALHO et al., 2011).
Incluída na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008u1),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Vampyressa Thomas, 1900
Gênero composto por quatro espécies, sendo que duas delas possuem registro
de ocorrência para o Brasil: Vampyressa pusilla (Wagner, 1843) e Vampyressa thyone
Thomas, 1909 (NOGUEIRA et al., 2014; TAVARES et al., 2014).
243
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Vampyressa pusilla (Wagner, 1843)
(Foto: Isaac P. Lima)
Espécie endêmica à América do Sul, com ocorrência para o Brasil, Paraguai e
nordeste da Argentina (ARROYO-CABRALES, 2008). No Brasil, há registros da espécie
para o sudeste, sul, nordeste e centro-oeste (ZORTÉA, 2007; TAVARES et al., 2008a).
A espécie tem pequeno porte (comprimento total de 43 a 55mm, comprimento
do antebraço de 33 a 36mm e massa corporal de 7 a 12g) (ARROYO-CABRALES, 2008;
PERACCHI et al., 2011). A coloração geral é marrom-pálida, com pouca variação entre
o dorso e o ventre. Vampyressa não tem listra dorsal, mas apresenta dois pares de
listras faciais claras e bem conspícuas. Suas orelhas têm margens amareladas, assim
como as margens da folha nasal (LIM et al., 2003).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Habita com maior frequência florestas úmidas, mas ocorre também nos cerrados
de Goiás e Distrito Federal (COIMBRA et al., 1982; BREDT; UIEDA, 1996), e poucos
registros são conhecidos para ambientes alterados (ZORTÉA; BRITO, 2000; FARIA et
al., 2006). Zortéa e Brito (2000) descreveram V. pusilla se abrigando durante o dia em
tendas feitas com folhas de Simira (Rubiaceae) e Heliconia (Heliconiaceae), na mata
Atlântica do estado do Espírito Santo. Esses mesmos autores registraram uma fêmea
lactante e seu filhote numa tenda (ZORTÉA; BRITO, 2000). Esbérard e Bergalo (2010)
registraram reprodução sazonal para V. pusilla, no Rio de Janeiro.
Classificada como “Deficientes em Dados ” pela IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008h),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
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História Natural dos Morcegos Brasileiros
Vampyressa thyone Thomas, 1909
Vampyressa thyone está distribuída do México ao norte da America do Sul, incluindo
o Brasil, Peru, Colômbia, as Guianas e Venezuela (ARROYO-CABRALES, 2008). No Brasil,
há registros para os estados do Acre, Amapá, Amazonas e Rondônia (TAVARES et al.,
2008a).
Vampyressa thyone é menor que V. pusilla, embora possa haver sobreposição de
tamanho entre essas duas espécies (comprimento total de 43 a 60mm, comprimento
do antebraço de 30 a 36mm e massa corporal de 6 a 12g) (ARROYO-CABRALES,
2008; PERACCHI et al., 2011). A coloração geral é marrom-pálida, as margens da
ferradura e da lança da folha nasal têm tom amarelado e as orelhas têm margens
amareladas.
A fórmula dentária é: 1 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/2 = 28 dentes.
Para o Brasil, não há, até o momento, registros referentes a sua dieta e
reprodução, e os poucos registros disponíveis foram obtidos na parte oeste da
Amazônia brasileira.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (TAVARES et al., 2008a), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Vampyriscus Thomas, 1900
Vampyriscus é um gênero atualmente composto por três espécies, tendo duas
delas distribuição para o Brasil: Vampyriscus bidens (Dobson, 1878) e Vampyriscus
brocki (Peterson, 1968) (ARROYO-CABRALES, 2008; TAVARES et al., 2014).
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Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Vampyriscus bidens (Dobson, 1878)
(Foto: André Pol)
Espécie com ocorrência na Bolívia, região norte do Brasil (Amazônia brasileira),
Colômbia, Guianas e Peru (PERACCHI et al., 2011). Para o Brasil, a espécie foi registrada
nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará e Rondônia (TAVARES et al.,
2008a; SILVA et al., 2013; BOBROWIEC, 2012; PERACCHI et al., 2011; REIS et al., 2013a;
MIRANDA et al., 2015).
Vampyriscus bidens é um morcego pequeno (comprimento total de 50 a 52mm,
comprimento do antebraço de 34 a 38mm e massa corporal de 10 a 14g) (ARROYO-
CABRALES, 2008; PERACCHI et al., 2011). A coloração geral é marrom, com listra dorsal
branca e listras faciais, todas bem evidentes. Geralmente, há apenas um incisivo
inferior interno em cada ramo da mandíbula.
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 2/2, m 2/3 = 28 dentes.
Lee-Jr et al. (2001) compilaram informações sobre a biologia da espécie, para a
qual não há dados para o Brasil. Entretanto, registros de captura em território nacional
indicam que V. bidens utiliza floresta primárias e habitat perturbados, incluindo matas
secundárias e grandes clareiras (BERNARD; FENTON, 2007; BOBROWIEC; GRIBEL, 2010;
BOBROWIEC, 2012).
Inserida na categoria “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008),
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
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História Natural dos Morcegos Brasileiros
Vampyriscus brocki (Peterson, 1968)
(Foto: Valéria C. Tavares)
Espécie com registro de ocorrência na região norte do Brasil (Amazônia brasileira),
sudeste da Colômbia, Guiana, Guiana Francesa e Peru (ARROYO-CABRALES, 2008;
PERACCHI et al., 2011). No Brasil, há registros para os estados do Amazonas, Amapá,
Pará e Rondônia (TAVARES et al., 2008a; BERNARD et al., 2011a; PERACCHI et al., 2011).
Trata-se de um morcego pequeno (comprimento total de 49 a 54mm, comprimento
do antebraço de 29 a 35mm e massa corporal de 8 a 11g) (ARROYO-CABRALES, 2008;
PERACCHI et al., 2011). A coloração geral é marrom-clara ou bege, e há uma listra
dorsal bem tênue, que pode ser imperceptível. As listras do rostro são, entretando,
marcadas com em V. bidens.
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/3= 30 dentes.
Não há dados disponíveis sobre a biologia de V. brocki no Brasil. A espécie foi
registrada em florestas primárias, savanas amazônicas, áreas de mosaico de florestas
e canga amazônicas (MARTINS, 2012; TAVARES et al., 2012).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Gênero Vampyrodes Thomas, 1900
Recentemente, Velazco e Simmons (2011), com base em dados morfológicos e
moleculares, separaram Vampyrodes caraccioli (Thomas, 1889) e Vampyrodes major
Allen, 1908, sendo que apenas V. caraccioli ocorre no Brasil.
247
Famí lia Phyllostomidae ‖ Subfamí lia Stenodermatinae
Vampyrodes caraccioli (Thomas, 1889)
(Foto: Marcelo R. Nogueira)
Espécie com ocorrência restrita à América do Sul, ocorrendo no Brasil, norte da
Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Trinidad e Tobago, Venezuela, Suriname e Guianas
(VELAZCO; SIMMONS, 2011). No Brasil, a espécie já foi registrada nos estados do Acre,
Amapá, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo (TAVARES
et al., 2008a; PERACCHI et al., 2011; CARVALHO et al., 2014).
Vampyrodes caraccioli é um grande stenodermatíneo (comprimento total 65 a
83mm, comprimento do antebraço de 46 a 57mm e massa corporal de 27 a 30g) (ZORTÉA,
2007; GARDNER, 2008a). A coloração geral é marrom e o dorso é interrompido por
uma listra branca dorsal mediana bem evidente, que tem início no topo da cabeça.
As listras brancas faciais são também largas e bem marcadas. As margens da folha
nasal, das orelhas e o trago geralmente têm coloração amarelada ou pálida (VELAZCO;
SIMMONS, 2011).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/2, m 2/3 = 30 dentes. Não há dados
disponíveis sobre a biologia de V. caraccioli no Brasil.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al., 2008f), não
consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
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Família Mormoopidae
Saussure, 1860
Carolina Blefari Batista ♦ Alan David Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
249
Famí lia Mormoopidae
Esta família é formada pois dois gêneros restritos ao Novo Mundo: Mormoops
e Pteronotus, mas o último ocorre no Brasil. Antes da revisão de Smith (1972), estes
gêneros eram incluídos na subfamília Chylonicterinae, dentro da família Phyllostomidae;
no entanto, evidências morfológicas e moleculares sustentam que eles formam uma
família distinta (PERACCHI et al., 2011).
Gênero Pteronotus Gray, 1838
O gênero está representado no Brasil por três espécies (NOGUEIRA et al., 2014a).
A espécie Pteronotus davyi Gray, 1838, que era considerada para o Brasil (REIS et
al., 2013c), mas foi excluída da nova lista de morcegos brasileiros (NOGUEIRA et
al., 2014a) após a revisão de Patton e Gardner, (2008) que concluíram que todos os
registros da espécie constituiam erros de identificação de Pteronotus gymnonotus
(WAGNER, 1843).
São morcegos de olhos pequenos, lábios que apresentam dobras e pelos em volta
do focinho que se parecem com um bigode (REIS et al., 2013c).
Pteronotus gymnonotus (Wagner, 1843)
(Foto: Patrício Rocha)
250
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A espécie é encontrada no México, Peru, Bolívia, Guiana, Guiana Francesa e no
Brasil, nos estados do Amazonas, Roraima Pará, Mato Grosso, Distrito Federal, Goiás,
Piauí e Bahia. A localidade-tipo é em Cuiabá, Mato Grosso (PERACCHI et al., 2011; REIS
et al., 2013c).
Possui tamanho intermediário entre as espécies do gênero que ocorrem no Brasil,
com antebraço maior que 49mm até aproximadamente 55mm, comprimento do corpo
entre 55 e 69mm, cauda de 21 a 28mm e peso aproximado entre 11 a 18g, sendo que
as fêmeas geralmente são mais pesadas que o macho (GARDNER, 2008a; REIS et al.,
2013c). Apresenta membrana da asa unida ao corpo na linha da espinha dorsal, dando
a impressão de ausência de pelos nesta região (HERD, 1983). A coloração do dorso
é castanho-avermelhada e o ventre é mais claro. Os olhos são pequenos, a orelha é
lanceolada e o trago possui dobras secundárias. O lábio inferior tem uma dobra em
forma de placa e apresenta um tubérculo central maior rodeado de fileiras de almofadas
menores. O uropatágio é bem desenvolvido e a cauda o ultrapassa (PERACCHI et al.,
2011; REIS et al., 2013c).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34.
A dieta é estritamente insetívora e pode incluir as ordens Coleoptera, Diptera e
Lepidoptera (NOWAK, 1994; HOWEL; BURCH, 1974; WHITAKER–JR; FINDLEY, 1980).
Raramente, pode complementá-la com o consumo de frutas e pólen (REIS et al.,
2013c).
O ciclo reprodutivo do gênero é do tipo monoestria sazonal, com um pico reprodutivo
ao ano, sendo registrado de janeiro a fevereiro, com o nascimento de um único filhote
no final da estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de insetos (HERD, 1983;
ADAMS, 1989; NOWAK, 1994; REIS et al., 2013c).
É a espécie menos capturada do gênero, mas parece abundante em áreas abertas
e secas (HANDLEY-JR, 1976; REID, 1977). Agrega-se preferencialmente em colônias
dentro de cavernas e frestas de rochas, que podem chegar a mais de mil indivíduos
da mesma família (VIZOTTO et al., 1980; REIS et al., 2013c).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MOLINARI et al., 2008a), não
consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
251
Famí lia Mormoopidae
Pteronotus parnellii (Gray, 1843)
(Foto: André Pol)
Encontra-se distribuída no Peru, Bolívia, Guianas, Venezuela, México, Cuba,
Jamaica, Porto Rico, Hispaniola, São Vicente, Trinidad e Tobago, Haiti e Brasil, onde já
foi capturada nos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá, Pará, Tocantins,
Piauí, Ceará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal; a localidade
tipo é na Jamaica (HERD, 1983; REIS et al., 2013c).
É o maior morcego do gênero entre as espécies que ocorrem no Brasil, com
antebraço medindo entre 42 a 65mm aproximadamente, o comprimento do corpo
variando de 58 a 70mm e a cauda de 18 a 28mm. Pesa entre 10 a 26g, e os machos
frequentemente são um pouco maiores que as fêmeas (HERD, 1983; REIS et al., 2013c).
A espécie é parecida com P. personatus; no entanto, é maior, tem a crista sagital mais
desenvolvida e o rostro menos robusto; os olhos são pequenos e as orelhas têm forma
de lança; possui pelos nos lados do focinho voltados para a frente; a cauda ultrapassa
o uropatágio bem desenvolvido; e a coloração varia de castanho-clara a enegrecida,
mas, à medida que envelhece, torna-se mais clara ou, até mesmo, avermelhada,
amarelada ou alaranjada (HERD, 1983; REIS et al., 2013c).
Fórmula dentária: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34
Dieta estritamente insetívora, podendo incluir as ordens Lepidoptera, Coleoptera,
Hymenoptera, Diptera, Hemiptera e Orthoptera (ROLFE; KURTA, 2012).
252
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Reprodução do tipo monoestria sazonal, com um pico em janeiro e o nascimento
de apenas um filhote por gestação em maio, quando há maior disponibilidade de
alimentos (EISENBERG; REDFORD, 1999; REIS et al., 2013c).
Habita geralmente florestas úmidas e pode usar como abrigo cavernas e ocos de
árvores juntamente com outras espécies de morcegos (REIS et al., 2013c). Oliveira et
al. (2015a) encontraram um padrão de atividade para a espécie que sugere que ela é
mais ativa em áreas de vegetação arbustiva densa do que em zonas ripárias, e sugerem
também que a quantidade de insetos tem maior influência sobre o uso do habitat do
que a degradação da vegetação.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al., 2008g), não
consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
Pteronotus personatus (Wagner, 1843)
(Foto: Patrício Rocha)
Sua distribuição geográfica abrange Colômbia, Peru, Bolívia, Suriname, México,
Trinidad e no Brasil há registros para os estados do Amazonas, Pará, Amapá, Roraima,
Piauí, Pernambuco, Paraíba, Sergipe e Mato Grosso; a localidade-tipo é em São Vicente,
Mato Grosso (PERACCHI et al., 2011; ROCHA et al., 2011; REIS et al., 2013c).
253
Famí lia Mormoopidae
É o menor do gênero quando comparado às outras espécies que ocorrem no
Brasil, com antebraço medindo, em média, 50mm, o corpo variando entre 43 a 55mm,
aproximadamente, e a cauda com medidas entre 15 e 20mm. Seu peso pode variar de
5 a 10g) (de la TORRE; MEDELLÍN, 2010; REIS et al., 2013c). Tem o dorso visivelmente
peludo, de coloração castanho-escura a enegrecida e uma fase em que os pelos são
avermelhados ou amarelados. Nesta fase, o ventre é vermelho-claro ou rosado e
mais avermelhado que o pescoço. Estas duas fases de coloração não parecem estar
relacionadas à idade ou sexo (de la TORRE; MEDELLÍN, 2010). As orelhas possuem
pontas longas; o lábio inferior apresenta uma dobra voltada para fora e tubérculos
pequenos que a rodeiam; o focinho apresenta pelos nos lados direcionados para a
frente e elevações baixas e discretas que se fundem na parte superior, formando um
proeminente tubérculo rostral (de la TORRE; MEDELLÍN, 2010; REIS et al., 2013). As
asas estão inseridas nas laterais do corpo; o uropatágio é bem desenvolvido e a cauda
o perfura na porção dorsal e ultrapassa-o em comprimento (VILLA, 1966).
A fórmula dentária é: i 2/2, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 34.
A dieta é exclusivamente insetívora (REIS et al., 2013c).
Possui apenas um pico reprodutivo no ano, geralmente em janeiro, e a fêmea dá
à luz um único filhote (REIS et al., 2013).
Habita floresta tropical estacional decidual e semidecidual até áreas secas, e
pode formar colônias em cavernas úmidas e quentes, com mais de 15.000 indivíduos
da mesma ou de outras espécies (BATEMAN; VAUGHAN 1974; BOWLES et al., 1979;
BROSSET; CHARLES-DOMINIQUE, 1990; KOOPMAN, 1982; REID, 1997; TUTTLE et al.,
2000; VARGAS-CONTRERAS; HERNANDEZ-HUERTA, 2001; de la TORRE; MEDELLÍN, 2010;
REIS et al., 2013c). É encontrada próximo a corpos d’agua onde captura suas presas
(REIS et al., 2013c). A espécie é sensível a quedas de temperatura (NOVICK, 1963).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (DÁVALOS et al., 2008b), não
consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
254
Família Noctilionidae
Gray, 1821
Carolina Blefari Batista ♦ Alan David Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
255
Famí lia Noc tilionidae
A família neotropical é composta por apenas um gênero e duas espécies (GARDNER,
2008a; NOGUEIRA et al., 2014a). Entre as características marcantes está o odor
almiscarado que os indivíduos possuem; o lábio superior leporino; e os pés, unhas,
cauda e uropatágio bem desenvolvidos (HOOD; PITOCCHELLI, 1983).
No Brasil, a piscivoria é um hábito exclusivo dos morcegos desta família (REIS et
al., 2013d).
Gênero Noctilio Linnaeus, 1766
O gênero está amplamente distribuído a partir do México, pela América Central
e América do Sul, incluindo todo o território brasileiro, e sua ocorrência é sempre
associada a corpos d’agua e locais úmidos (HOOD; PITOCCHELLI, 1983; HOOD; JONES,
1984; NOGUEIRA; POL, 1998; GARDNER, 2008a; PAVAN et al., 2012).
Abrange duas espécies muito parecidas, que são popularmente conhecidas por
“Morcegos Bulldog” pela aparência de seus focinhos: Noctilio albiventris Desmarest,
1818 que é menor e alimenta-se principalmente de insetos; e Noctilio leporinus
(Linnaeus, 1758), que é maior e tem adaptações, como os pés mais robustos e as
garras maiores, para se alimentar de peixes, principalmente (HOOD; PITOCCHELLI,
1983; HOOD; JONES, 1984). Ambas as espécies possuem bolsas internas nas bochechas
que são utilizadas para a estocagem de alimentos durante o forrageamento (PAVAN,
2008).
O gênero possui mais de um pico reprodutivo ao ano (NOGUEIRA; POL, 1998;
BORDIGNON; FRANÇA, 2012; REIS et al., 2013d), forma colônias e pode forragear em
grupo ou individualmente (BORDIGNON, 2006a; REIS et al., 2013d).
256
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Noctilio albiventris Desmarest, 1818
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
Tem ampla distribuição geográfica, estendendo-se do sul do México, Honduras,
Guatemala, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname,
Guiana Francesa, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina até quase todo o território
brasileiro, só não havendo registros para o Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina
e Rio Grande do Sul (PAVAN et al., 2012; REIS et al., 2013d).
É o menor morcego do gênero, com medidas aproximadas de comprimento de
corpo entre 65 a 77mm, antebraço com até 70mm, cauda de 13 a 16mm e peso entre
18 a 45g) (HOOD; PITOCCHELLI, 1983; REIS et al., 2013d). Possui pés longos e menos
robustos que N. leporinus (PAVAN, 2008). Popularmente chamado de “morcego Bulldog”
por ter um focinho cuja semelhança remete ao desta raça canina, por ser pontudo,
“cheio”, dando impressão de grandes bochechas, não possui folha nasal e apresenta
dobras no queixo; tem o lábio superior leporino; as orelhas são separadas, estreitas
e pontudas; possui cauda que se estende até metade do uropatário e o perfura na
superfície dorsal; o uropatágio é muito desenvolvido, assim como o calcâneo onde ele se
prende; a pelagem é extremamente curta e a coloração varia consideravelmente entre
os indivíduos, com o dorso mais escuro entre o castanho-avermelhado ou dourado ao
castanho-escuro, e o ventre mais claro, variando de acinzentado a dourado-alaranjado
(HOOD; PITOCCHELLI, 1983; REIS et al., 2013d).
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 1/2, m 3/3 = 28 dentes.
Alimenta-se principalmente de insetos (REIS et al., 2013d) incluindo os das ordens
Coleoptera, Hemiptera, Homoptera, Lepidoptera e Diptera (WHITAKER; FINDLEY, 1980),
257
Famí lia Noc tilionidae
mas também pode incluir itens de origem vegetal. ARANGUREN et al. (2011) encontraram
sementes de Ficus sp., Maclura tinctoria, e Piper sp. nas fezes de morcegos desta
espécie. Pode, ainda, complementar sua dieta com peixes (HOWELL; BURCH, 1974).
Possui mais de um pico reprodutivo ao ano, com registros de fêmeas grávidas
entre abril e outubro, que, geralmente, dão à luz a um único filhote na estação
chuvosa (NOGUEIRA; POL, 1998; REIS et al., 2013d). Os jovens voam sozinhos a partir
do segundo mês de vida e se tornam totalmente independentes por volta do terceiro
mês (EISENBERG; REDFORD, 1999).
A espécie é encontrada em habitat de florestas úmidas e sempre relacionados a
riachos, lagos, lagoas, habitat marinhos costeiros, ou outros lugares úmidos, por se
alimentar principalmente de insetos e forragear em pequenos grupos na superfície
da água (NOGUEIRA; POL, 1998; GARDNER, 2008; BARQUEZ et al., 2008j). Tem maior
registro de capturas no início da noite e após a meia-noite, podendo indicar maior
atividade nestes dois períodos (BROWN, 1968; NOGUEIRA; POL, 1998). Utilizam habitat
antropizados, e isso pode indicar uma certa plasticidade à perturbação ambiental.
Abriga-se em cavernas, ocos de árvores e frestas de construções (NOGUEIRA; POL, 1998).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008j), não
consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
Noctilio leporinus (Linnaeus, 1758)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
258
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Sua ampla distribuição geográfica abrange o México, Honduras, Guatemala,
Nicarágua, Costa Rica, Panamá, Cuba, Bahamas, a maioria das ilhas na América Central
e todo o território brasileiro (PAVAN et al., 2012).
Esta espécie é maior que N. albiventris, com aproximadamente 95mm de corpo, 70
a 90mm de antebraço, 25mm de cauda e peso entre 50 e 65g (REIS et al., 2013d). Os pés
são robustos e longos, maiores que 25mm, com unhas bem desenvolvidas, curvadas e
achatadas lateralmente como adaptação à pesca, características que diferenciam a espécie
(HOOD; JONES, 1984; PAVAN, 2008). Os lábios são cheios e inchados; o lábio superior
tem aparência leporina; e o queixo apresenta sulcos transversais bem desenvolvidos, que
também lhe dão aparência de “Bulldog”. As orelhas são separadas, estreitas e pontudas;
possui cauda menor, inserida e que perfura na porção dorsal o uropatágio, que é muito
desenvolvido, assim como o calcâneo (HOOD; JONES, 1984). Os pelos são muito curtos, e
a coloração dorsal é mais escura, variando do castanho, laranja amarelado ao cinzentado
prateado. A coloração do ventre é mais clara ou pálida (PAVAN, 2008). Num estudo de
Bordignon e França (2004), as fêmeas apresentaram pelagem variando do amarelo-pálido
ao cinza e os machos, do amarelo-pálido ao castanho escuro.
A fórmula dentária é: i 2/1, c 1/1, pm 1/2, m 3/3 = 28 dentes.
Alimenta-se principalmente de peixes, incluindo espécies das famílias Atherinopsidae,
Mugilidae, Engraulidae, Clupeidae, Centropomidae e Carangidae. Ingere também grande
quantidade de insetos como os das ordens Coleoptera, Lepidoptera, Hymenoptera,
Diptera e Streblidae. Também pode ingerir em menores quantidades crustáceos, ordem
Decapoda, e Arachnida: Acarina (BORDIGNON, 2006b).
Padrão reprodutivo de poliestria bimodal, mais de um pico reprodutivo ao ano;
há registros de machos sexualmente maduros ao longo de todo o ano, e indícios de
que fêmeas ovulam entre julho e dezembro. Fêmeas não reprodutoras foram registras
de janeiro a agosto e grávidas, em abril, agosto, novembro e dezembro (BORDIGNON;
FRANÇA, 2012). Nasce um filhote por gestação (REIS et al., 2013d).
Vive em grandes colônias, com até centenas de indivíduos, que podem ocorrer por
agregação de sexo ou maturidade sexual (GOODWIN; GREENHALL, 1961; CARTER et
al., 1966), em habitat florestado próximo a rios, riachos, lagos, lagoas, cavernas com
corpos d’agua e manguezal. Abriga-se em ocos de árvores, cavernas e fendas de rochas
(HOOD; JONES, 1984). Bordignon (2006a) realizou um estudo com a espécie na Baía de
Guaratuba, e teve maior número de capturas no início da noite, sendo que, no verão, a
atividade se iniciava uma hora mais tarde que nos meses de outono, inverno e primavera,
que tiveram um pico de atividade maior nas cinco primeiras horas da noite. O mesmo
autor analisou também que, durante a maré baixa, os morcegos forrageavam mais
longe, no meio do canal, e, quando a maré subia, os indivíduos forrageavam próximo
ao canal. Ainda no mesmo estudo, o autor observou que N. leporinus pode forragear
tanto em grupo como individualmente, demonstrando comportamento territorialista.
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ et al., 2008k), não
consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
259
Família Furipteridae
Gray, 1866
Carolina Blefari Batista ♦ Alan Deivid Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
260
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A família é composta por dois gêneros monotípicos restritos à região neotropical:
Amorphochilus Peters, 1877 e Furipterus Bonaparte, 1837 (REIS et al., 2013b), tendo,
este último, distribuição que abrange desde a Costa Rica até o Peru e sul do Brasil
(PERACCHI et al., 2011; NOVAES et al., 2012; LEAL et al., 2014).
Gênero Furipterus Bonaparte, 1837
Gênero monotípico, a espécie Furipterus horrens (Cuvier, 1828) assemelha-se aos
indivíduos da família Natalidae e Thyropteridae, mas apresenta como características
típicas o polegar bastante reduzido e o focinho curto, com extremidade em forma de
disco (REIS et al., 2013b). Possui distribuição abrangente no Brasil (PERACCHI et al.,
2011; NOVAES et al., 2012; LEAL et al., 2014); no entanto, é dificilmente capturada em
redes de neblina (GUERRA, 2007).
Furipterus horrens (Cuvier, 1828)
(Foto: Patrício Rocha)
261
Famí lia Furipteridae
Esta espécie ocorre desde o sul da Costa Rica até o Peru, Trinidad, Guianas e
Brasi, sendo sua localidade-tipo na Guiana Francesa. No Brasil, ocorre nos estados do
Amazonas, Pará, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Tocantins, Bahia, Goiás,
Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina
(PERACCHI et al., 2011; NOVAES et al., 2012; LEAL et al., 2014).
É uma espécie pequena com comprimento do corpo medindo aproximadamente
de 60 a 75mm, antebraço com 30 a 40mm e cauda com 24 até 36mm. Seu peso
médio é de 3,5g (NOWAK, 1994; REIS et al., 2013b). As orelhas são separadas, largas
e afuniladas e o trago é traingular; o focinho é curto, com extremidade em forma de
disco; o lábio inferior apresenta oito protuberâncias; a pelagem é densa, de coloração
castanho-acinzentada a castanho-escura, com o ventre geralmente mais claro; o
uropatágio é bem desenvolvido e recoberto por pelos; o terceiro e quarto dedos dos
pés apresentam sindactilia*; o polegar é bastante reduzido e incluso na membrana da
asa até a base da unha; as asas são ligadas ao társio e ao platágio; o calcâneo é longo;
os pés são pequenos; as fêmeas são geralmente maiores que os machos (NOWAK,
1994; REIS et al; 2013b).
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 2/3, m 3/3 = 36 dentes.
A dieta é estritamente insetívora, incluindo a ordem Lepidoptera (UIEDA et al.,
1980; NOWAK, 1994).
Pode gerar um filhote por gestação (REIS et al., 2013).
Encontrada nos biomas de floresta amazônica, floresta atlântica, caatinga e
cerrado (LEAL et al., 2014), pode abrigar-se em cavernas, ocos de árvores, dentro de
troncos de árvores caídas e em estágios de decomposição, e em formações rochosas
(UIEDA et al., 1980; POL et al., 2003), onde pode compor colônias de até centenas de
indivíduos, com a formação de subgrupos (REIS et al., 2013b). Voa no estrato florestal
mais baixo (REIS et al., 2013b) e é dificilmente capturada em redes de neblina pela
sua agilidade em desviar dela (GUERRA, 2007).
Está classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (MILLER et al., 2008h) e
“Vulnerável” pela Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
262
Família Thyropteridae
Miller, 1907
Carolina Blefari Batista ♦ Alan David Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
263
Famí lia Thyropteridae
A família compreende um único gênero composto por cinco espécies, todas
presentes no Brasil, incluindo a espécie recém-descrita Thyroptera wynneae Velazco,
Gregorin, Voss & Simmons, 2014. É a única família de morcegos do Novo Mundo que
possui um disco adesivo nos polegares e nos pés.
Gênero Thyroptera Spix, 1823
O gênero é composto por cinco espécies de morcegos pequenos e insetívoros que
forrageiam próximo ao chão. Abrigam-se em folhagens utilizando os discos adesivos,
que possuem uma glândula sudorífera modificada que os mantêm presos às folhas
de cabeça para cima. Outra característica marcante é a sindactilia entre o terceiro e
o quarto dedos dos pés (REIS et al., 2013e).
Thyroptera devivoi Gregorin, Gonçalves, Lim & Engstrom, 2006
(Foto: Paul F. Colas-Rosas)
264
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Detalhe do antebraço evidenciando (Foto: Paul F. Colas-Rosas)
o disco adesivo.
Os registros de distribuição geográfica, assim como todos os dados da espécie, são
baseados em quatro indivíduos capturados, que se restringem ao sudoeste da Guiana e a
dois estados brasileiros: Piauí e Tocantins. A localidade-tipo é no estado do Piauí, Brasil,
na Estação ecológica de Uruçuí-Una, município de Bom Jesus (GREGORIN et al., 2006).
Espécie de tamanho intermediário dentro do gênero, pesa aproximadamente
5g (REIS et al., 2013e), possui antebraço com, em média, 36,8mm e comprimento do
corpo com 38 a 46mm, aproximadamente. O comprimento da parte livre da cauda, que
não está contida no uropatágio (que é bem desenvolvido), mede, em média, 4,5mm.
Apresenta discos adesivos ovalados e côncavos no polegar, e o padrão de coloração
de sua pelagem é o que distingue a espécie das demais espécies do gênero. Possui
o dorso com pelagem curta e densa de cor castanho-escura, contrastando com o
ventre, que tem pelos bicolores de base castanho-escura e ponta mais pálida, dando
a aparência de grisalho. O cotovelo e o terço basal do antebraço são escassos em
pelos, e as orelhas são enegrecidas (GREGORIN et al., 2006).
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 3/3, m 3/3 = 38 dentes.
Como segue o padrão de dentes da família, é provável que também tenha dieta
insetívora (REIS et al., 2013e).
A reprodução na família acontece uma vez por ano, com o nascimento de um
único filhote por gestação (REIS et al., 2013e).
Ambos os espécimes encontrados no Brasil foram capturados em fragmentos
isolados de vegetação úmida, em mata ciliar e de vereda. Estes fragmentos estão
inseridos no bioma Cerrado, formação de savana, que é mais seco e aberto do que
265
Famí lia Thyropteridae
habitat de floresta tropical (GREGORIN et al., 2006). Por apresentar o disco adesivo
no polegar, possivelmente se abriga em folhas novas e enroladas de bananeira (Musa
e Heliconia) (REIS et al., 2013e).
Classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008v1),
não consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
Thyroptera discifera (Lichtenstein & Peters, 1855)
(Foto: André Pol)
Detalhe do antebraço (Foto:
evidenciando o disco adesivo. André Pol)
266
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Estende-se desde a América Central, com registros na Nicarágua e Panamá,
até a América do Sul, na Colômbia, Guianas, Peru, Bolívia e Brasil, nos estados do
Amazonas, Pará, Sergipe, Mato Grosso e Bahia (LIMA; GREGORIN, 2007; REIS et al.,
2013e; BOCCHIGLIERI et al., 2016).
É o menor morcego da família, com comprimento da cabeça e corpo entre 37 e
47mm, aproximadamente, cauda de 24 a 33mm, que ultrapassa o uropatágio, e antebraço
entre 31 a 35,5mm. Pesa menos de 3g (WILSON, 1978; REIS et al., 2013e). O ventre é
ligeiramente mais pálido (mas sem contraste) que o dorso, que possui pelagem longa
e densa de coloração castanho-escura avermelhada. As orelhas possuem forma de
funil, são separadas e de cor amarelada. Possui pelos na metade basal do uropatágio,
que é bem desenvolvido. O calcâneo possui uma única projeção cartilaginosa que se
estende para a borda posterolateral do uropatágio. Apresenta disco adesivo circular na
base do polegar, e o primeiro dedo do pé é fundido à membrana da asa. O terceiro e o
quarto dedos apresentam sindactilia, e todos os dedos do pé possuem duas falanges
(WILSON, 1978, REIS et al., 2013e).
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 3/3, m 3/3 = 38 dentes.
Alimenta-se de insetos e outros artrópodes, como aranhas e ácaros da subordem
Oribatida (HERRERA et al., 1999).
Há registros de uma fêmea lactante em setembro (HERRERA et al., 1999) e de
fêmeas grávidas durante a primavera. Geralmente, dá à luz um único filhote por
gestação (REIS et al., 2013e).
Vive em grupos de machos e fêmeas adultos e jovens, e utiliza como abrigo folhas
enroladas de bananeira e Heliconia. Quando as folhas envelhecem e se desenrolam, os
indivíduos abandonam e procuram outras folhas jovens como abrigo (WILSON, 1978;
KENNEDY, 2002; LIMA; GREGORIN, 2007).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (AGUIRRE et al., 2008b), não
consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
267
Famí lia Thyropteridae
Thyroptera lavali Pine, 1993
(Foto: Paul F. Colas-Rosas)
Sua distribuição geográfica abrange o Peru, Equador, Venezuela e Brasil, onde há
registro para o estado do Pará (SOLARI et al., 2004; GARDNER, 2008). Na colômbia, foi
descrita como Thyroptera robusta Czaplewski, 1997 e depois considerada um sinônimo
júnior de Thyroptera lavali (CZAPLEWSKI, 1996; GREGORIN et al., 2006).
É o maior morcego do gênero, com comprimento de antebraço entre aproximadamente
39 a 41mm, medida da porção caudal livre do uropatágio, com 6mm, e peso de 5g
(REIS et al., 2013e). A coloração do ventre é bicolor, com os pelos castanho-chocolate
na base e castanho-claros na ponta. O dorso é castanho-chocolate com pelos curtos
e densos (GREGORIN et al., 2006; REIS et al., 2013e). Possui disco adesivo ovalado no
polegar e uma projeção cartilaginosa do calcâneo que se estende para a borda distal
do uropatágio (REIS et al., 2013e).
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 3/3, m 3/3 = 38 dentes.
Alimenta-se de insetos que captura durante o voo (SOLARI; VELAZCO, 2008).
Fêmeas lactantes foram capturadas entre janeiro e fevereiro, e uma fêmea grávida
em outubro. Dessa forma, supõe-se que os nascimentos ocorram no início da estação
chuvosa (REID et al., 2000; SOLARI et al., 2004).
A ecologia da espécie é pouco conhecida pelo fato de existirem poucos registros,
com apenas des espécimes em coleção (SOLARI et al., 2004). As poucas capturas
em redes de neblina indicam que a espécie habita florestas primárias próximas a
268
História Natural dos Morcegos Brasileiros
riachos e provavelmente abriga-se em folhas de bananeiras (SOLARI et al., 2004;
SOLARI; VELAZCO, 2008). Já foi observada em folhas de palmeiras Arecaceae
(COMISKEY et al., 2001).
Incluída na categoria “Deficiente em Dados” pela IUCN (SOLARI; VELAZCO, 2008),
não consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
Thyroptera tricolor Spix, 1823
(Foto: Adriano L. Peracchi)
Ocorre do México, Colômbia, Venezuela, Trinidad e Tobago, Guiana, Suriname,
Guiana Francesa, Bolívia, Peru, Equador até o Brasil, onde há registro no bioma
amazônico nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão, e no bioma Mata
Atlântica na Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo (EISENBERG; REDFORD,
1999; WILSON; FINDLEY, 1977; ESBÉRARD et al., 2007; GARDNER, 2008; BOADA et al.,
2010; REIS et al., 2013e).
Possui antebraço com 33,5 a 38,2mm, cauda livre (que se estende além do
uropatágio) com aproximadamente 3 a 9mm, e peso médio de 3,5g (WILSON; FINDLEY,
1977; GREGORIN et al., 2006). A pelagem do dorso é de marrom-escura a enegrecida,
e a do ventre é marcadamente esbranquiçada a amarelada. Possui calcâneo com duas
projeções cartilaginosas que se estendem para a borda distal do uropatágio, que é
269
Famí lia Thyropteridae
bem desenvolvido. Apresenta uma franja de pelos na borda livre, discos adesivos
circulares no polegar, orelhas separadas e afuniladas e trago curvado para dentro,
apresentando um diminuto lóbulo na base (WILSON; FINDLEY, 1977).
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 3/3, m 3/3 = 38 dentes.
Alimenta-se de insetos, incluindo os das ordens Orthoptera e Diptera (BARNETT,
2003). Pode ingerir até 0,8g de insetos por noite (FINDLEY; WILSON, 1974).
Pode dar à luz um único filhote por ano, no início da estação chuvosa (FINDLEY;
WILSON, 1974).
Pode utilizar como abrigo folhas de Heliconia, Calathea e Musa, que ficam
próximas a cursos d’água e em locais sombreados (FINDLEY; WILSON, 1974; BARNETT,
2003; REIS et al., 2013e). É encontrada formando colônias de até nove indivíduos,
aproximadamente, em florestas em desenvolvimento, clareiras, bosques sombreados
e em bordas de trilhas (FINDLEY; WILSON, 1974; WILSON; FINDLEY, 1977). Por
apresentar voo lento e em baixas alturas, supõe-se que forrageia insetos próximo
ao chão (BARNETT, 2003).
Classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (TAVARES; MANTILLA, 2008),
não consta na Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
Thyroptera wynneae Velazco, Gregorin, Voss & Simmons, 2014
A localidade-tipo é no Peru, e para o Brasil há registros nos estados de Minas
Gerais e Espírito Santo (VELAZCO et al., 2014; HOPPE et al., 2014a).
As características da espécie seguem as descritas por Velazco et al. (2014), a partir
de três espécimes coletados: Comprimento total do corpo com aproximadamente
64,5 a 68mm; antebraço de 33 a 34,2mm; peso entre 2,6 e 3,8g; e comprimento da
cauda de 26 a 26,7mm. A pelagem é longa, com coloração no dorso castanho-clara
a acinzentada, ao passo que, no ventre, a base dos pelos é esbranquiçada, a parte
média é castanho-clara e a ponta é mais escura. A porção proximal do antebraço
apresenta pelagem densa e longa. A membrana da asa é castanho-escura e a ponta
é coberta por poucos pelos longos. Uropatágio, plagiopatágio e dactilopatágio
possuem pelos distribuídos esparsamente na borda. A superfície dorsal da orelha é
coberta por pelos longos, e a parte distal é nua. Possui discos adesivos ovalados nos
polegares e nos pés.
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 3/3, m 3/3 = 38 dentes.
Possivelmente, segue a dieta insetívora do gênero.
270
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A reprodução na família acontece uma vez por ano, com o nascimento de um
único filhote por gestação (REIS et al., 2013e).
A espécie foi descrita recentemente e capturada pelos autores em redes de
neblina na altura do solo, sugerindo que ela forrageia próximo ao chão, em floresta
estacional semidecidual, com vegetação de várzea primária e secundária. Foi observada
abrigando-se em folhas mortas de Cecropia (VELAZCO et al., 2014).
Não foi avaliada pela IUCN (2015) e não consta na Lista Nacional de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
Está dividida em quatro gêneros: Nyctiellus Gervais, 1856 (uma espécie), Primonatalus
Morgan & Czaplewski, 2003 (uma espécie), Chilonataus Miller, 1898 (três espécies) e
Natalus Gray, 1838 (oito espécies).
271
Família Natalidae
Gray, 1866
Carolina Blefari Batista ♦ Alan Deivid Pereira
Nelio Roberto dos Reis ♦ Adriano Lúcio Peracchi
272
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A família está restrita ao neotrópico e é representada por morcegos pequenos,
incluindo Nyctiellus lepidus (Gervais, 1837), um dos menores morcegos do mundo
(TEJEDOR, 2011). As espécies são caracterizadas por longas asas, pernas e cauda
(geralmente maior que o comprimento cabeça-corpo); orelhas em forma de funil; e
olhos pequenos. O uropatágio é grande e todos os machos possuem o órgão natalídeo
(glândula no dorso do focinho) (GARDNER, 2008b; TEJEDOR, 2011; FREGONEZI; REIS,
2013).
Gênero Natalus Gray, 1838
Existem oito espécies, e apenas uma delas possui registro para o Brasil, a qual era,
até recentemente, chamada de Natalus espiritosantensis (Ruschi, 1951) (FREGONEZI;
REIS, 2013). No entanto, Garbino e Tejedor (2012) apresentaram evidências de que
Spectrellum macrourum (Gervais, 1856), descrita a partir de indivíduos coletados na
Bahia (Brasil), é a mesma espécie que N. espiritosantensis. E, como S. macrourum é
a forma mais antiga de nomeação da espécie, esta tem prioridade sobre o nome N.
espiritosantensis, o que fez os autores assumirem que o nome correto para espécie
é Natalus macrourus (Gervais, 1856), aceito e publicado na recente lista de espécies
de morcegos brasileiros (NOGUEIRA et al., 2014a).
Natalus macrourus (Gervais, 1856)
(Foto: Wilson Uieda)
273
Famí lia Natalidae
Os registros de distribuição geográfica são na Bolívia (Santa Cruz), Paraguai
(Concepcíon), e no Brasil, onde há registros nos estados de Sergipe, Bahia, Ceará,
Distrito federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais,
Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Paraíba e São Paulo (ROCHA et al.,
2013)
É uma espécie pequena, com medidas aproximadas de antebraço entre 37 e
42mm (TEJEDOR, 2011), comprimento do corpo de 38 a 46mm, e cauda longa entre
35 e 40mm envolvida pelo uropatágio, o qual é muito desenvolvido (FREGONEZI; REIS,
2013). As orelhas são largas, têm extremidade pontuda, são profundamente côncavas,
em forma de funil (TEJEDOR, 2011), e com a margem convexa (REIS et al., 2007). O
trago é curto e tem a base larga. Os olhos são pequenos (FREGONEZI; REIS, 2013).
O focinho é alongado, achatado dorsoventralmente, sem folha nasal, e as narinas
são pequenas e possuem abertura para baixo (TEJEDOR, 2011; FREGONEZI; REIS,
2013). Indivíduos jovens apresentam coloração acinzentada, ao passo que adultos são
castanho-amarelados (ROCHA et al., 2013). Os pelos dorsais têm a base mais clara que
a ponta. A espécie também possui pelos na base das unhas, mas que não chegam a
formar tufos (TEJEDOR, 2011).
A fórmula dentária é: i 2/3, c 1/1, pm 3/3, m 3/3 = 38 dentes.
É insetívoro e captura presas pequenas, o que pode estar relacionado à alta
frequência de sua ecolocalização (YALDEN; MORRIS, 1975).
A gravidez pode ocorrer no verão e no final do inverno (TEJEDOR, 2011), e as
fêmeas dão à luz um único filhote por gestação (CARTER, 1970). Há segregação sexual
durante o período reprodutivo, com formação de colônias separadas (TEJEDOR, 2011;
FREGONEZI; REIS, 2013).
É encontrada em florestas primárias e fragmentos secundários, e utiliza cavernas
úmidas, que geralmente contêm corpos d’água, como abrigo. É a espécie de Natalus
com distribuição geográfica mais ampla conhecida, mas é aparentemente rara por
ser pouco capturada (TEJEDOR, 2011, FREGONEZI; REIS, 2013). O voo de forrageio é
lento e baixo, porém pode realizar grandes manobras e pairar. É capturada com mais
frequência nas duas primeiras horas após o pôr do sol, podendo apresentar maior
atividade neste período (REID, 1997; VAUGHAN et al., 2000; JENNINGS et al., 2004;
FREGONEZI; REIS, 2013).
Está inserida na categoria “Quase Ameaçada” pela IUCN (DÁVALOS; TEJEDOR, 2008)
e “Vulnerável” pela Lista Nacional de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (2014).
274
Família Molossidae
Gervais, 1856
Eduardo Ribeiro Sartore
Valéria da Cunha Tavares ♦ Ligiane Martins Moras
275
Famí lia Molossidae
Morcegos da família Molossidae são insetívoros que caçam suas presas em voo
e com distribuição geográfica que se estende por todos os continentes, em grandes
extensões, à exceção de algumas regiões muito frias e outras desérticas (SIMMONS,
2005). Os molossídeos têm uma cauda longa e espessa, que ultrapassa a borda
distal do uropatágio; asas compridas e estreitas; pelagem curta e aveludada; tem
uma escova de diminutos pelos em forma de colher na face externa dos dedos 1
e 5 dos pés. Possui adaptação que permite voos rápidos. A coloração da pelagem
dos molossídeos varia desde tons mais claros, como cinza-chumbo e canela, até
o castanho bem escuro e enegrecido. Algumas espécies possuem pregas (p. ex.,
Tadarida, Nyctinomops), ou protuberâncias glandulares (Molossops) em seus lábios.
As orelhas são variáveis em tamanho e forma, e o antitrago é característico, sendo,
em muitas espécies, grande e bem destacado (Gregorin; Taddei, 2002). Há
espécies solitárias e outras que vivem em colônias quase sempre muito numerosas,
compostas de milhares a milhões de indivíduos, como Tadarida brasiliensis (GRAHAM;
REID, 2001). De acordo com EGER (2008), havia aproximadamente 18 gêneros e mais
de cem espécies descritas até então, número que segue em fluxo após revisões
sistemáticas (p. ex., MEDINA et al., 2014). No Brasil, há oito gêneros e 29 espécies
(NOGUEIRA et al., 2014a) distribuídos em todo o território nacional (TAVARES et al.,
2008; PERACCHI et al., 2011).
276
Subfamília Molossinae
Gervais, 1856
Eduardo Ribeiro Sartore
Valéria da Cunha Tavares ♦ Ligiane Martins Moras
277
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Gênero Cynomops Thomas, 1920
Cynomops já foi considerado um subgênero de Molossops por alguns autores
(CABRERA, 1958; GOODWIN; GREENHALL, 1961; JONES-JR; DUNNIGAN, 1965), mas
a maioria, a partir dos anos 1990, passou a reconhecer Cynomops como um gênero
distinto de Molossops (p. ex., BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN, 2000; GREGORIN;
TADDEI, 2002; PETERS et al., 2002; SIMMONS, 2005).
A distribuição geográfica do gênero abrange desde o México até o norte da
Argentina (GOODWIN; GREENHALL, 1961; KOOPMAN, 1993, EGER 2008). O número de
espécies encontra-se em fluxo devido a revisões (p. ex., PETERS et al., 2002 e EGER,
2008a) e, de acordo com Nogueira et al. (2014a), cinco espécies têm distribuição
atualmente conhecida para o Brasil.
Todas as espécies de Cynomops têm um crânio achatado e crista infraorbital
acentuada, o que torna a região do rostro larga. Têm também dentes incisivos superiores
em formato cônico e separados distalmente, na região apical, e o terceiro molar
superior com uma única cúspide. Não possui a última comissura e, por isso, tem o
formato aproximado de um “V” em vista oclusal (GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/1-2, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26-28 dentes.
Cynomops abrasus (Temminck, 1826)
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
278
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Cynomops abrasus é amplamente distribuída na América do Sul, ocorrendo na
Venezuela, Guianas e Suriname, ao norte; Colômbia, Equador, Peru e Bolívia, ao oeste;
leste do Paraguai e nordeste da Argentina. No Brasil, estende-se por toda a região
Norte e Centro-Oeste e parte da região Nordeste, Sudeste e Sul (KOOPMAN, 1993;
SIMMONS, 2005; EGER, 2008), com registros para os estados do Rio de Janeiro, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Rio
de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (TAVARES et al., 2008; RAMOS et al., 2013).
Esse complexo foi recentemente revisado por Moras (2015).
Cynomops abrasus é a maior espécie do gênero e caracteriza-se por apresentar a
pelagem na região dorsal castanho-escura e na região ventral pouco mais clara, orelhas
pequenas, com formato triangular obtuso (sem pontas) e distantes umas das outras
em 2 a 4,5mm O antítrago é arredondado e grande, a face é lisa, sem protuberâncias.
As narinas não apresentam verrugas marginais e a segunda falange do dígito IV possui
cerca de 1/3 ou metade do tamanho da primeira (FABIÁN; GREGORIN, 2007).
São morcegos grandes, cujo comprimento total varia de 89 a 99mm. O comprimento
da cauda é de 33 a 37 mm, o comprimento do antebraço é de 40 a 51,2mm e o
comprimento total do crânio é de 19,3 a 23,9mm. A largura zigomática é de 14 a
14,7mm, e a mastoidea* é de 12,8 e 14,5mm. O comprimento da primeira falange do
dígito IV mede entre 15,3 e 18,5mm; o comprimento da segunda falange do dígito IV,
entre 4,5 e 7mm; a envergadura, entre 332 e 359mm; e a massa corporal, entre 24,4
e 37,8g (BARQUEZ et l., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002). Os espécimes mais ao norte
da distribuição são, geralmente, maiores do que os do sul (EGER, 2008).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 28 dentes.
Insetos das ordens Coleoptera (REIS; PERACCHI, 1987), Diptera e Hemiptera
(ACOSTA; PACA, 2010) já foram registrados como parte da dieta de C. abrasus. Taddei
(1980) sugere que C. abrasus segue um regime de monoestria, com um único pico
reprodutivo entre novembro e março, segundo Acosta e Paca (2010), ou estendendo-o
de setembro a março, segundo Esbérard e Bergallo (2005). Entretanto, os machos
podem apresentar testículos escrotados desde junho e formar haréns (ESBERÁRD;
BERGALLO, 2005).
Indivíduos de C. abrasus foram encontrados abrigando-se em ocos de árvores
e edificações, inclusive em ambientes urbanos (REIS; PERACCHI, 1987). Há registros
de C. abrasus em altitudes desde o nível do mar até 1.100m de elevação, a maior
já registrada para a espécie, na Reserva Biológica de Araras, Rio de Janeiro, e de
períodos de atividade durante toda a noite, em estratos acima do dossel (ESBÉRARD;
BERGALLO, 2005).
Cynomops abrasus foi classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN (BARQUEZ;
DÍAZ, 2008i), não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de
Extinção (BRASIL, 2014), nem na Lista das Espécies consideradas Quase Ameaçadas
ou como “Deficiente em Dados” (ICMBIO, 2014).
279
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Cynomops greenhalli Goodwin, 1958
A região de ocorrência abrange regiões do sul do Panamá e as ilhas de Trinidad
e Tobago e parte do norte da América do Sul, estendendo-se do oeste do Equador e
todo o território da Venezuela até o Brasil, do norte do Amazonas até o extremo da
região Nordeste (SIMMONS, 2005). No Brasil, a espécie foi registrada no Amazonas e
em Pernambuco (BERNARD 2001c; NOGUEIRA et al., 2014a).
Cynomops greenhalli destaca-se pela pelagem castanho-escura avermelhada na
região dorsal e castanho-clara na região ventral, as orelhas pequenas e arredondadas, o
antitrago grande e aproximadamente quadrado, comparado a C. abrasus, além da caixa
craniana mais arredondada que em C. abrasus (NOWAK, 1994; FABIÁN; GREGORIN, 2007).
São morcegos de porte médio (comprimento total de 80 a 96mm; comprimento
da cauda de 25 a 34mm; comprimento do antebraço de 33,5 a 38,2mm; comprimento
do crânio de 16,8 a 18,5mm; largura zigomática de 11,2 a 12,4mm; largura mastoidea
de 10,6 a 11,9mm; e massa corporal de 11 a 29g) (JONES-JR; DUNNIGAN, 1965; JONES-
JR; GENOWAYS, 1967).
A fórmula dentária é: i 1/1-2, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26-28 dentes.
Segundo Goodwin (1958), é mais comum haver apenas um par de incisivos inferiores,
mas podem ocorrer espécimes com dois pares.
Dados sobre biologia de C. greenhalli são escassos. Em cativeiro, Walker (1975)
observou C. greenhalli se alimentando principalmente de Isoptera (cupins voadores).
Quatro fêmeas grávidas foram capturadas em junho (GOODWIN; GREENHALL, 1961)
e uma em julho (CARTER et al., 1981), todas na ilha de Trinidad.
A espécie ocorreu mais frequentemente em baixas elevações de áreas de floresta
tropical na Venezuela e foi capturada com auxílio de redes de neblina armadas próximas
a corpos d’água (HANDLEY-JR, 1976). Aparentemente, C. greenhalli forma colônias
pequenas, geralmente em ocos de árvore e edificações, indicando ser possível adaptação
a ambientes urbanos (REID, 1997). Por outro lado, na região Nordeste do Brasil, C.
greenhalli foi registrado somente em áreas florestadas (MARES et al., 1981).
Cynomops greenhalli encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela
IUCN (SAMPAIO et al., 2008x1) e não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies
da Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das
Espécies consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Cynomops milleri (Osgood, 1914)
A espécie foi reconhecida como um táxon válido por Eger (2008) e Nogueira et al.
(2014). No Brasil, Pine et al., (1970) empregaram o nome C. milleri para os espécimes
da Serra do Roncador, no Mato Grosso.
280
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A pelagem de C. milleri varia de marrom-avermelhada a castanho-escura na região
dorsal, sendo a coloração mais clara na região ventral. As orelhas têm formato triangular
com ápice da pina arredondado, e o palato é moderadamente abaulado (EGER, 2008).
Trata-se de um pequeno Cynomops (comprimento total de 83mm; comprimento da
cauda de 26mm; comprimento do antebraço de 29mm; comprimento total do crânio
de 16mm; e largura zigomática de 10,5mm) (OSGOOD, 1914).
A fórmula dentária é: i 1/1-2, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26-28 dentes.
A dieta é insetívora.
A biologia de C. milleri é praticamente desconhecida, mas os registros conhecidos
são provenientes de áreas bem preservadas (PINE et al., 1970; OLIVEIRA et al., 2015b).
Cynomops milleri não foi avaliada pela IUCN. Não consta na Lista Nacional Oficial
de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies
consideradas Quase Ameaçadas ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Cynomops paranus (Thomas, 1901)
A região de ocorrência abrange o sul do Panamá e, na América do Sul, alcança
Venezuela, Guianas, Suriname, Colômbia, Equador e leste do Peru (SOLARI et al., 1999;
SIMMONS, 2005), e uma pequena porção do nordeste da Argentina (BARQUEZ et al.,
1999). No Brasil, foi capturada apenas nos estados do Amazonas e Pará (TAVARES et
al., 2008a; RAMOS et al., 2013. Bernard et al. (2011a) afirmaram que a espécie pode
ser endêmica do bioma Amazônia; porém, segundo Fabián e Gregorin (2007), muitos
espécimes identificados como C. planirostris no Brasil poderiam ser, na realidade,
C. paranus, devido ao recente reconhecimento do táxon (SIMMONS; VOSS, 1998). O
status de C. paranus é controverso (MORAS, 2015).
Cynomops paranus tem pelagem castanho-acinzentada escura e brilhante tanto
na região dorsal quanto ventral, embora esta última tenha tonalidade acinzentada
e a região peitoral possa apresentar-se mais esbranquiçada (coloração mais escura
e homogênea comparada à de C. planirostris). Tem ainda uma caixa craniana mais
abaulada que a de C. abrasus (SIMMONS; VOSS, 1998).
É um morcego de porte médio (comprimento total de 92mm; comprimento da
cauda de 25mm (BARQUEZ et al., 1999); comprimento do antebraço entre 29,9 e
36,3mm; comprimento total do crânio de 15,5 a 18,1mm; (SIMMONS; VOSS, 1998);
largura zigomática em torno de 11,9mm; largura mastoidea em torno de 11,6mm; e
massa corporal de 10,5 a 12,6g) (JONES et al., 2009). Há dimorfismo sexual, uma vez
que machos são maiores que fêmeas.
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
A dieta é insetívora.
281
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Há poucos dados sobre a biologia da espécie; em termos de reprodução, uma
fêmea lactante foi capturada em agosto, no Peru (SOLARI et al., 1999).
Cynomops paranus encontra-se classificada como “Deficiente em Dados” pela IUCN
(BARQUEZ; DÍAZ, 2008j). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das Espécies
consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Cynomops planirostris (Peters, 1866)
(Foto: Isaac P. Lima)
A espécie é amplamente distribuída na América do Sul, com registros para a Venezuela,
Guianas, Suriname, leste da Colômbia, do Peru e da Bolívia, Paraguai (KOOPMAN, 1993;
SIMMONS, 2005), pequena porção do norte da Argentina (BARQUEZ et al., 1999) e, no
Brasil, por quase todo o território nacional, tendo sido capturada nos seguintes estados:
Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,
Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Sergipe e São Paulo (TAVARES et
al., 2008a; FABIÁN, 2008; ZORTÉA et al., 2010; NOVAES et al., 2013; SILVA et al., 2013).
Cynomops planirostris tem pelagem de coloração castanho-avermelhada
no dorso, mais clara na superfície ventral. A espécie tem orelhas relativamente
pequenas, separadas entre si e menores que a cabeça (SIMMONS; VOSS, 1998). O
antitrago é bem desenvolvido, com formato semicircular deslocado anteriormente,
de modo a alcançar o canto da boca. O calcâneo é longo e se estende até a metade
282
História Natural dos Morcegos Brasileiros
do comprimento entre os pés e a cauda. A região nasal (focinho) é proeminente,
achatada dorsoventralmente e larga (BARQUEZ et al., 1999).
É um morcego de porte médio (comprimento total de 50 a 66mm; comprimento
da cauda de 22 a 30mm; comprimento do antebraço de 29 a 35mm; comprimento total
do crânio de 14,1 a 17,5mm; largura zigomática de 10,8 a 11,5mm; largura mastoidea
de 9,1 a 10,6mm; e massa corporal de 11 a 14g) (VIZOTTO; TADDEI, 1973; SIMMONS;
VOSS, 1998; BARQUEZ et al., 1999). Há dimorfismo sexual e os machos são maiores
que as fêmeas (VIZOTTO; TADDEI, 1976).
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
A dieta consiste de insetos.
O registro de fêmeas grávidas entre maio e outubro e em janeiro e lactantes entre
janeiro e fevereiro em diferentes locais sugere poliestria (mais de um pico reprodutivo
ao ano) para a espécie (VIZOTTO; TADDEI, 1976; WILSON, 1979). Cynomops planirostris
foi observada em São Paulo, Brasil, em colônias pequenas, geralmente compostas de
dois a oito indivíduos, localizadas em ocos de árvores e edificações e não muito distantes
do solo (cerca de 5m de altura) (VIZOTTO; TADDEI, 1976). Fabián (2008) observou que a
espécie, no sul do Brasil, pode compartilhar o mesmo abrigo, em um mesmo momento,
com Phyllostomus discolor e Noctilio albiventris. Apesar de ser um morcego que voa e
forrageia acima do dossel, a espécie também forrageia sobre a superfície de corpos d’água,
o que justificaria os maiores índices de captura em matas ciliares (ESBÉRARD et al., 2005).
Cynomops planirostris encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela
IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008k). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
Quase Ameaçadas ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Eumops Miller, 1906
A distribuição geográfica do gênero Eumops é ampla e abrange desde o sul dos
Estados Unidos até a região central da Argentina (SIMMONS, 2005). Existem 16 espécies
atualmente descritas para o gênero, que tem sido alvo de revisões recentes (BAKER
et al., 2009; MEDINA et al., 2014). Entre as 16 espécies conhecidas, nove ocorrem no
Brasil (NOGUEIRA et al., 2014a).
De modo geral, o rostro de Eumops é liso, sem dobras ou sulcos dérmicos, embora
E. bonariensis e E. hansae tenham pequenos sulcos em seus lábios superiores. O lábio
superior das espécies de Eumops tem ainda uma fileira de pelos direcionados ventralmente,
o pavilhão auditivo das orelhas é grande e arredondado e se une anterodorsal e medial
sobre a cabeça, encontrando-se em um continuum com uma quilha dérmica sagital,
ausente na porção dorsal do rostro, a partir da região médio-posterior dos ossos da maxila/
283
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
nasal. O antitrago de Eumops é mais largo do que comprido, o que resulta em uma forma
aproximadamente semicircular (EGER, 2008). O trago é reduzido e sua forma varia entre
aproximada à forma de um quadrado ou pontiaguda (EGER, 1977), e a borda superior das
narinas possui verrugas de pontas filiformes e pelos curtos (GREGORIN; TADDEI, 2002).
O crânio de Eumops é levemente achatado e a fossa basiesfenoide, localizada
posteriormente no basicrânio, tem a forma desde ovalada a quadrangular, podendo
ainda variar de rasa a profunda (NOWAK, 1999; GREGORIN; CIRRANELLO, 2015).
Os incisivos superiores internos são cônicos e recurvados, e os molares têm o
típico padrão em “W” na superfície oclusal. Segundo Eger (1977), ocasionalmente
ocorre a perda de um premolar no maxila em alguns espécimes.
A fórmula dentária para o gênero é: i 1/2, c 1/1, p 1-2/2, m 3/3 = 28-30 dentes.
Eumops auripendulus (Shaw, 1800)
(Foto: Arthur S. Tahara)
A distribuição geográfica de E. auripendulus abrange do México ao sul do Panamá,
além das ilhas da Jamaica e de Trinidad e Tobago. Na América do Sul, estende-se em
quase todos os países, com exceção do Uruguai e Chile (JONES-JR et al., 1973; EGER,
1977; SIMMONS, 2005). Na Argentina, está presente apenas na porção nordeste
(BARQUEZ et al., 1993) e, no Brasil, praticamente só não foi ainda registrada em
uma faixa central do território, já que há relatos de ocorrência nos estados do Acre,
Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato
284
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Grosso, Pará, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul
e São Paulo (TAVARES et al., 2008a; RAMOS et al., 2013). Eger (2008) reconhece duas
subespécies de Eumops auripendulus: E. a. auripendulus, que ocorre em Trinidad, ao
norte e oeste da América do Sul, até a Argentina, e, portanto, ocorreria na Amazônia
brasileira; e Eumops a. major, de maior porte, que ocorre ao leste da América do Sul,
Paraguai e nordeste da Argentina, e, portanto, na Mata Atlântica brasileira.
Eumops auripendulus tem pelagem aveludada, quase sempre marrom-escura ou
marrom-avermelhada e cinzenta nos flancos, orelhas arredondadas, espessas, unidas
por uma membrana sobre a cabeça, trago fino e pontiagudo e fileiras de verrugas
pontiagudas ao redor das narinas. O crânio é relativamente curto e largo em sua
porção rostral. No basicrânio, as fossas basiesfenoides têm formato aproximadamente
oval e são profundas. Em E. auripendulus, o primeiro pré-molar superior é reduzido
e deslocado em relação ao lábio, de modo que o canino tem contato com o segundo
pré-molar. Além disto, considerando os ectolofos do terceiro molar superior, a última
comissura é incompleta (BEST et al., 2002; GREGORIN; TADDEI, 2002).
Eumops auripendulus é relativamente grande (comprimento total de 80 a 90mm;
comprimento da cauda de 47 a 58mm; comprimento do antebraço de 54,9 a 60mm
nas populações amazônicas e de 59,6 a 67,7mm nas populações ao leste do bioma
amazônico; comprimento total do crânio de 24 a 27,4mm, largura zigomática de 14,9 a
16,2mm, largura mastoidea de 13 a 13,9mm; e massa corporal de 23 a 35g) (BARQUEZ
et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002). Há dimorfismo sexual, sendo que machos são
maiores que fêmeas (BEST et al., 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
A dieta é insetívora.
Segundo Carter (1970), os dados de reprodução indicariam um padrão de poliestria
(mais de um pico reprodutivo ao ano). No Brasil, picos reprodutivos foram registrados
em novembro e março, períodos nos quais os machos também apresentavam glândulas
gulares bem desenvolvidas (FABIÁN; GREGORIN, 2007).
Eumops auripendulus pode abrigar-se tanto em fendas de rochas e árvores quanto
em edificações e tem sido encontrada em ambientes urbanos (PERACCHI; ALBUQUERQUE,
1971). Há registros antigos de formação de colônias, geralmente não maiores do que 15
indivíduos (BROSSET; DUBOST, 1967). Na ilha de Trinidad, E. auripendulus foi encontrada
dividindo abrigo com Molossus rufus e M. molossus (GENOWAYS et al., 1973). Ocupa
diversas altitudes, desde o nível do mar (HANDLEY-JR, 1976) até 1.800m de elevação
(KOOPMAN, 1978). Simmons e Voss (1998) capturaram espécimes em dossel de floresta
tropical na Guiana Francesa (entre 17 e 23m de altura).
Eumops auripendulus encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela
IUCN (BARQUEZ et al., 2008l). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
Quase Ameaçadas ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
285
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Eumops bonariensis (Peters, 1874)
(Foto: Enrico Bernard)
A espécie ocorre no sul do Brasil, Uruguai e norte da Argentina (EGER 2008). Eumops
bonariensis tem coloração dorsal marrom-escura ou castanho-clara, sendo a pelagem
ventral mais clara. As orelhas são grandes, unidas por uma fina membrana e, quando
estendidas à frente, ultrapassam o focinho (HUNT et al., 2003). Há verrugas pontiagudas
em sua borda superior (GREGORIN; TADDEI, 2002) e o trago é pontiagudo. O crânio
é alongado, e no basicrânio encontram-se fossas basiesfenoides amplas, ovaladas
e profundas. A terceira comissura do terceiro molar é tão longa quanto a segunda,
formando um padrão em “N” invertido quando visto oclusalmente – semelhante à E.
patagonicus e E. hansae (FABIÁN; GREGORIN, 2007).
A espécie é de pequeno porte (comprimento total do corpo de 89 a 129mm,
comprimento da cauda de 31 a 41mm, comprimento do antebraço de 43,1 a 49,7mm,
comprimento total do crânio de 18,7 a 20,6mm, massa corporal de 11 a 20g) (BARQUEZ
et al., 1999; HUNT et al., 2003; GREGORIN; TADDEI, 2002). Há dimorfismo sexual, sendo
os machos maiores que as fêmeas (GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
A dieta consiste em insetos. Bowles et al. (1990) já encontraram Lepidoptera
como maior parte do volume consumido, seguida por Coleoptera e Hemiptera, em
Yucatán, México.
Foram observadas fêmeas grávidas em outubro, no Paraguai (BAUD, 1981), e
em novembro, na Argentina (MARES et al., 1981). A lactação ocorre entre seis e oito
semanas (HUNT et al., 2003).
286
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Os habitat nos quais já foram registrados indivíduos de E. bonariensis são muito
variados e incluem áreas florestadas, em campos e áreas urbanas. Esses animais
podem usar como abrigos a superfície abaxial de folhagens, pontes ou mesmo forros
de construções (BARQUEZ et al., 1991). Há dados demonstrando fidelidade quanto aos
abrigos (retornam para dormir no mesmo local), e colônias foram avistadas contendo
de dez a vinte indivíduos (HUNT et al., 2003). Pouco antes do anoitecer e em pleno voo,
a espécie emite sons de chamado altos e agudos, os quais são audíveis por humanos
(ACOSTA Y LARA, 1950; BARQUEZ et al., 1999). Possui voos rápidos e em estratos acima
do dossel (MARES et al., 1989).
Eumops bonariensis encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(BARQUEZ et al., 2008m). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das Espécies
consideradas como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Eumops delticus Thomas, 1923
Eumops delticus distribui-se principalmente na bacia Amazônica, ao longo do
rio Amazonas, alcançando também a Colômbia, o Peru e a região central, sudeste e
nordeste do Brasil, tendo sido capturada nos estados do Amazonas, Amapá, Bahia,
Pará e São Paulo (EGER, 2008; TAVARES et al., 2008a; DÍAZ, 2011; SILVA et al., 2013).
Há um registro em Minas Gerais (STUTZ et al., 2004); porém, segundo Eger (2008),
cabe revisão da identificação.
Caracteriza-se por uma pelagem marrom-clara a marrom-escura dorsalmente, e
ventralmente mais clara. Apresenta fossas basiesfenoides alongadas e rasas, e orelhas
unidas por uma membrana sobre a cabeça (EGER, 1977). Diferencia-se de E. bonariensis
por um crânio mais curto e estreito, orelhas mais longas e fossas basiesfenoides
maiores (EGER, 1977).
É um morcego pequeno (comprimento cabeça-corpo de 65mm; comprimento da
cauda de 45 mm, comprimento do antebraço entre 45 e 46,6mm; comprimento total
do crânio entre 18,6 e 18,7mm; largura mastoidea entre 7,9 e 8,2 mm) (RAMOS et al.,
2013, GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
A dieta é insetívora.
Pode habitar florestas densas na Amazônia, ecossistemas savânicos do Cerrado
brasileiro e áreas inundáveis (EGER, 2008; SILVA et al., 2013).
Eumops delticus ainda não foi avaliada pela IUCN. Não consta na Lista Nacional Oficial
de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies
consideradas Quase Ameaçadas ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
287
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Eumops glaucinus (Wagner, 1843)
(Foto: Patricio Rocha)
Após a revisão do complexo Eumops glaucinus, três espécies foram consideradas: E.
floridanu,s com distribuição no sul da Flórida (Estados Unidos), E. ferox, no Caribe, México
e América Central, e E. glaucinus, na América do Sul, desde a Venezuela até o norte da
Argentina, ocorrendo em todos os países exceto Guiana Francesa, Suriname, Chile e Uruguai
(MCDONOUGH et al., 2008; EGER, 2008). No Brasil, pode ser encontrada em todas as regiões
e já foi capturada nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio
de Janeiro e São Paulo (GUERRA, 2007; MENDES et al., 2009; RAMOS et al., 2013).
A espécie tem pelagem curta e brilhante, na maioria dos indivíduos, castanho-
clara amarelada e, eventualmente, acinzentada; porém, ocorrem também indivíduos
de coloração mais escura, enegrecida. O ventre é mais claro que o dorso, o focinho
é alongado e o lábio superior não se projeta à frente. As orelhas são mais largas
do que compridas e unidas por uma fina membrana sobre a cabeça. O trago é bem
desenvolvido, com 4-5mm de comprimento (HALL, 1981) e com a forma aproximada
de um quadrado (GREGORIN; TADDEI, 2002).
O crânio é mais comprido do que largo e é achatado dorsoventralmente (BEST
et al., 1997), no basicrânio. As fossas basiesfenoides são bem definidas, em formato
oval (EGER, 1977) e medianamente profundas (FABIÁN; GREGORIN, 2007). A última
comissura do terceiro molar superior é rudimentar ou ausente, aparentando um “V”
em vista oclusal. O primeiro pré-molar superior é pequeno e, relativamente, pouco
deslocado em relação ao centro da fileira de dentes, de modo que o canino e o segundo
pré-molar separam-se por um curto diastema (GREGORIN; TADDEI, 2002).
288
História Natural dos Morcegos Brasileiros
O comprimento total do corpo varia entre 135 a 152mm, o comprimento cabeça-
corpo, de 86 a 88mm; a cauda, de 45 a 70mm; o antebraço, de 56 a 64,5mm; o
comprimento total do crânio, de 23,7 a 26mm (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI,
2002); e a massa corporal, de 30,4 a 44,5g (SILVA-TABOADA, 1979). Há dimorfismo
sexual e os machos são maiores que fêmeas (BOWLES et al., 1990; BEST et al., 1997).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
Segundo os poucos dados disponíveis, indivíduos de E. glaucinus consumiram
largamente insetos da ordem Coleoptera, seguida de Diptera (BELWOOD, 1981), e,
eventualmente Orthoptera (SILVA-TABOADA, 1979). Belwood (1992) sugeriu que a
espécie é poliéstrica e, aparentemente, as fêmeas geram apenas um filhote por gestação.
Há registros de E. glaucinus em florestas subtropicais (MASSOIA, 1976) e em
ambientes antrópicos (BELWOOD, 1992; SILVA et al., 1996; REIS et al., 2006). A espécie
já foi encontrada em grupos, compostos por um macho e seu harém (BELWOOD, 1981),
com aproximadamente nove a 32 indivíduos (BEST et al., 1997), os quais se abrigam
em ocos de árvores, rachaduras em rochas ou construções e telhados (BARQUEZ et
al., 1991). Os indivíduos de E. glaucinus têm um forte odor almiscarado e machos
possuem uma glândula gular na região torácica, cuja função ainda é desconhecida
(BEST et al., 1997), embora Belwood (1992) acredite ser usada para marcar fêmeas
ou locais de abrigo. Eumops glaucinus já foi capturado em baixas altitudes, próximo
ao nível do mar (TYSON, 1964) até grandes altitudes, chegando a 2.750m de altitude
(TAMSITT; VALDIVIESO, 1963).
Eumops glaucinus foi classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ
et al., 2008n). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas
de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas Quase Ameaçadas
ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Eumops hansae Sanborn, 1932
Eumops hansae distribui-se de forma disjunta no sul do México, parte da América
Central, na Guatemala, Honduras, Costa Rica e Panamá e, na América do Sul, ao longo
da bacia Amazônica, compreendendo Venezuela, Guianas, Suriname, Colômbia, Peru,
Equador, Bolívia e Amazônia brasileira (EGER, 1977; HALL, 1981; KOOPMAN, 1993;
SIMMONS; VOSS, 1998; GREGORIN, 2001; STUTZ et al., 2004). Indivíduos de populações
amazônicas já foram identificados como E. amazonicus por HANDLEY-JR (1955), mas
Eger (1977), Jones-Jr et al. (1988) e Koopman (1994) consideraram-no [o epíteto] como
sinônimo júnior de E. hansae e está como monotípico.
289
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
A pelagem de Eumops hansae tem coloração castanho-escura na região dorsal
e é mais clara ventralmente, onde os pelos são tricolores. O trago amplo tem a
forma aproximada de quadrado (EGER, 1977) e as orelhas grandes são unidas sobre
a cabeça por uma faixa membranosa larga, com verrugas pontiagudas na borda
superior (GREGORIN; TADDEI, 2002). O crânio é alongado e as fossas basiesfenoides,
bem desenvolvidas, quadrangulares e profundas, semelhante à E. perotis (FABIÁN;
GREGORIN, 2007). Os incisivos superiores internos têm pontas separadas entre si em
aproximadamente 1mm (GARDNER et al., 1970), e a terceira comissura do terceiro
molar superior é tão ou mais longa que a segunda, de maneira que o dente tem um
formato de “N” invertido em vista oclusal (EGER, 1977; GREGORIN; TADDEI, 2002).
Eumops hansae é bastante similar a E. bonariensis, porém o crânio é proporcionalmente
mais longo, as fossas basiesfenoides, mais longas e profundas, e a pelagem é muito
mais escura (EGER, 1977).
O comprimento da cabeça-corpo varia entre 61 e 75mm; da cauda, entre 24 e
41mm; do antebraço, entre 37 e 41,6mm; o comprimento total do crânio, entre 18,1 e
21,5mm; e a massa corporal, entre 13,2 e 17,3g (ANDERSON, 1997; SIMMONS; VOSS,
1998, GREGORIN; TADDEI, 2002). Há dimorfismo sexual acentuado, sendo os machos
muito maiores que fêmeas (EGER, 1977).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
Anderson (1977) encontrou fragmentos de Grillidae e Orthoptera no estômago
de um espécime. Eumops hansae ocorre em florestas tropicais, savanas e campos
abertos (HANDLEY-JR, 1976; KOOPMAN, 1982; IBÁÑEZ; OCHOA, 1989) e voa em estratos
acima do dossel (FENTON, 1972). Já foi capturado em planícies com redes de neblina
a 10-13m de altura e em elevações desde o nível do mar (SIMMONS; VOSS, 1998) até
320m de altitude (GRAHAM; BARKLEY, 1984).
Eumops hansae foi classificado como “Pouco Preocupante” pela IUCN (PINEDA;
RODRÍGUEZ-HERRERA, 2008). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas Quase
Ameaçadas ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
290
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Eumops maurus (Thomas, 1901)
(Foto: Maricélio M. Guimarães)
A distribuição geográfica de Eumops maurus abrange o norte da bacia Amazônica,
incluindo registros para o Equador, Peru, Venezuela, Guianas, Suriname e Brasil, nas
regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, onde foram capturados nos estados de Goiás,
São Paulo e Tocantins (EGER, 1977; SÁNCHEZ et al., 1992; KOOPMAN, 1994; REID et
al., 2000; SODRÉ et al., 2008; DÍAZ, 2011). Eumops maurus é monotípica (EGER, 1977;
KOOPMAN, 1994) e já foi avaliada como “Vulnerável” pela IUCN, em 1996 (SAMPAIO
et al., 2008z1).
Destaca-se por uma pelagem marrom-chocolate escura dorsoventralmente, com
uma faixa de pelos brancos de 5mm de largura lateralmente no ventre, entre o corpo e
o plagiopatágio, desde o úmero até o fêmur, exclusiva da espécie. As orelhas são largas
e arredondadas, com bordas superiores e anteriores lisas e, quando projetadas à frente,
alcançam a margem do lábio superior. O trago é pequeno e estreito, com extremidade
arredondada e aproximadamente 2mm de altura. A parte livre da cauda de E. maurus é
igual ou maior que aquela inserida no uropatágio (HUSSON, 1962; CARTER; DOLAN, 1978;
BEST et al., 2001; GREGORIN; TADDEI, 2002). No basicrânio, as fossas basiesfenoides
são ovais, rasas ou medianamente profundas e moderadamente desenvolvidas (EGER,
1977; GREGORIN; TADDEI, 2002). A terceira comissura do terceiro molar superior é
tão desenvolvida quanto a primeira (formato de “N” invertido, visto oclusalmente)
(GREGORIN; TADDEI, 2002). Eumops maurus se assemelha a E. auripendulus em termos
de cor da pelagem (alguns indivíduos podem apresentar pelagem mais enegrecida)
e formato do crânio, mas é menor de forma geral e distingue-se pela faixa de pelos
brancos no ventre (EGER, 1977).
291
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
O comprimento total do corpo de E. maurus pode chegar a 177mm; o comprimento
cabeça-corpo, de 62,8 a 81mm; da cauda, de 43,3 a 52,1mm; do antebraço, de 52,7 a
60,8mm; o comprimento total do crânio, de 20,1 a 22,7mm; a largura zigomática, de
12,1 a 12,5mm; a largura mastoidea, de 10,5 a 10,9mm; e a massa corporal de 15 a
24g (BEST et al., 2001; SODRÉ et al., 2008).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 1-2/2, m 3/3 = 28-30 dentes.
A dieta é insetívora.
Eumops maurus já foi registrado em florestas densas amazônicas, embora já no
Cerrado e na Mata Atlântica , e foi registrado em uma área urbana (KOOPMAN, 1982;
SÁNCHEZ et al., 1992; SODRÉ et al., 2008; PACHECO et al., 2010). A maioria dos registros
foi feita em altitudes abaixo de 500m (REID et al., 2000).
Eumops maurus foi classificado como “Deficientes em Dados”pela IUCN (SAMPAIO
et al., 2008z1). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas
de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase Ameaçadas”
ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Eumops patagonicus Thomas, 1924
(Foto: Wilson Uieda)
Eumops patagonicus é endêmico da América do Sul, ocorrendo na Bolívia, Peru,
Paraguai, Uruguai, norte da Argentina (SARALEGUI, 1996; BARQUEZ et al., 1999;
MEDINA et al., 2012) e Brasil, onde possui registro apenas para os estados do Mato
Grosso do Sul e Rio Grande do Sul (BERNARDI et al., 2009; BORDIGNON et al., 2011).
292
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Eumops patagonicus é semelhante a E. bonariensis, apresentando uma pelagem
marrom-acinzentada com o ventre mais claro que o dorso, sendo que alguns espécimes
podem apresentar pelos brancos, formando tufos espalhados pelo corpo. As orelhas
têm verrugas pontiagudas na borda superior e são unidas sobre a cabeça por uma
membrana, como em E. bonariensis, porém mais estreita (FABIÁN; GREGORIN, 2007).
O trago de E. patagonicus é mais curto e mais largo comparado a E. bonariensis,
e a parte superior do focinho é menos pilosa. O crânio, de modo geral, é largo,
curto e com caixa craniana globular, com comprimento total proporcionalmente
pequeno em relação ao comprimento do antebraço (GREGORIN; TADDEI, 2002). No
basicrânio, as fossas basiesfenoides são ovais, profundas e separadas por uma fina
lâmina óssea (BARQUEZ et al., 1999). Os incisivos superiores internos têm pontas
geralmente próximas ou unidas medialmente, e o primeiro pré-molar superior é
reduzido e deslocado labialmente em relação à fileira de dentes (BARQUEZ et al.,
1999).
Eumops patagonicus possui tamanho intermediário entre E. nanus (menor) e E.
bonariensis (maior). O comprimento cabeça-corpo varia de 64 a 72mm; da cauda,
de 30 a 43mm; do antebraço, de 40 a 47mm; o comprimento total do crânio, de
16,8 a 18,8mm; a largura zigomática, de 10,4 a 11,2mm; a largura mastoidea, de
9,6 a 10,7mm; e a massa corporal, de 7 a 16g (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN;
TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m3/3 = 30 dentes.
A dieta consiste de insetos.
Myers e Wetzel (1983) não observaram atividade reprodutiva da espécie de abril
a agosto, e fêmeas grávidas foram capturadas em setembro e outubro. Apesar dos
escassos dados biológicos disponíveis, a espécie é muito abundante em sua distribuição,
principalmente no Chaco paraguaio, onde indivíduos foram capturados em telhados
compartilhando abrigo com Myotis albescens, Myotis nigricans e Molossops temminckii
(MYERS; WETZEL, 1983). Na Argentina e no Peru, a espécie foi encontrada tanto em
florestas quanto em áreas urbanas (BARQUEZ; GONZALEZ, 2008), geralmente em
altitudes até 1.500m (MEDINA et al., 2012).
Eumops patagonicus foi classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(BARQUEZ; GONZALEZ, 2008). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das
Espécies consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
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Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Eumops perotis (Schinz, 1821)
(Foto: Isaac P. Lima)
A distribuição geográfica de E. perotis é disjunta em duas grandes populações,
e Eger (1977) reconheceu duas subespécies: E. p. californicus, na América do Norte,
abrangendo grande porção do sudoeste dos Estados Unidos e norte do México; e E.
p. perotis, na América do Sul, alcançando Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Chile,
Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e Brasil (EGER, 1977; BARQUEZ et al., 1999). Já
foi registrada nos seguintes estados brasileiros: Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo (EGER, 1977; ESCARLATE-TAVARES; PESSOA,
2005; CÁCERES et al., 2008). É provável que, devido à extensa lacuna geográfica entre
as duas subespécies, o complexo Eumops perotis possa incluir mais de uma espécie
(SIMMONS, 2005).
A pelagem de E. perotis é castanho-clara acinzentada, sendo o ventre mais claro
que o dorso. As orelhas são largas, arredondadas e unidas sobre a cabeça por uma
membrana, sendo que suas pontas ultrapassam o focinho quando projetadas à frente.
O antitrago é largo e semicircular e o trago é bem desenvolvido, quadrado e com
1,5mm de altura, aproximadamente. O lábio superior tem um tufo de pelos na região
central, a cauda é espessa e tem menos da metade de seu comprimento inserido no
uropatágio e um saco gular é visível e mais desenvolvido nos machos. O crânio de
E. perotis é longo, achatado e tem a crista sagital reduzida. As fossas basiesfenoides
são alongadas e profundas (EGER, 1977). Os incisivos de E. perotis são unidos na base
e podem ser separados ou unidos nas pontas. O primeiro pré-molar superior fica
294
História Natural dos Morcegos Brasileiros
alinhado com a fileira de dentes e o terceiro molar superior tem a terceira comissura
com aproximadamente 1/4 do comprimento da segunda (DAVIS, 1974; HOFFMEISTER,
1986; BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002).
Eumops perotis é a maior espécie do gênero, com o comprimento total cabeça-
corpo medidndo entre 98 a 122 mm; da cauda, entre 56 e 71 mm; do antebraço,
entre 70,2 a 83,4mm; o comprimento total do crânio, entre 30,4 e 34mm; a largura
zigomática, entre 17,9 a 19,6mm; a largura mastoidea, entre 15,2 e 16,5mm (GRINNELL,
1918; BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002); e a massa corporal, entre 45
a 76g (BEST et al., 1996).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
Como parte da dieta de E. perotis, já foram relatados restos de insetos das ordens
Odonata, Orthoptera, Coleoptera, Lepidoptera, Homoptera e Hymenoptera, e, dentro
dessa última, abelhas das famílias Anthophoridae, Halictidae e Megachilidae, todas
diurnas (EASTERLA, 1973; ROSS, 1961, 1967). Vaughan (1959) sugere que insetos diurnos
podem ser carregados para grandes altitudes por correntes de ar, sendo possível que
morcegos se alimentem deles ao anoitecer.
Easterla (1973) registrou um período de cópula de E. perotis durante a primavera,
estando a glândula gular do macho ativa. Períodos de nascimentos variando entre o verão
e o outono foram registrados por Barbour e Davis (1969). A gestação é geralmente de um
filhote, ocasionalmente dois, e se estende por 80 a 90 dias (BEST et al., 1996). No Rio de
Janeiro, Peracchi e Albuquerque (1971) registraram machos escrotados em junho e julho.
A espécie foi registrada em áreas abertas, em uma variedade de ambientes: desde
o semiárido, como a Caatinga do nordeste brasileiro (FEIJÓ et al., 2010), ao superúmido,
como a Amazônia (EGER, 1977). Cáceres et al. (2008) registraram-na também para
áreas de Cerrado e Pantanal. Segundo Barbour e Davis (1969), pode abrigar-se em
colônias de até cem indivíduos, em frestas de árvores e rochas e em edificações. As
vocalizações são altas, agudas e bem características da espécie, e podem ser escutadas
por ouvidos humanos até a 200 metros de distância, aproximadamente (VAUGHAN,
1959; COCKRUM 1960; OHLENDORF, 1972).
Eumops perotis encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(BARQUEZ; DÍAZ, 2008l). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase
Ameaçadas” ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Eumops trumbulli (Thomas, 1901)
Eumops trumbulli é endêmico à bacia Amazônica e ocorre na Colômbia, Peru, norte
da Bolívia, sul da Venezuela, Guianas, Suriname e Brasil (EGER, 1977; ENGSTROM; LIM,
2000), onde foi registrada nos estados do Amazonas, Amapá e Pará (BERNARD et al.,
295
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
2011a). Sanborn (1932), Koopman (1971) e Hall (1981) consideraram Eumops trumbulli
como subespécie de E. perotis. Entretanto, Sanborn (1949), Smith e Genoways (1969)
e Eger (1977) conceberam E. trumbulli como uma espécie distinta e válida. No Brasil,
Gregorin e Taddei (2002) e Nogueira et al. (2014a) seguiram esta última interpretação.
Eumops trumbulli tem pelagem de coloração castanho-clara, com o ventre mais
claro que o dorso, e trago largo e quadrado. No basicrânio, as fossas basiesfenoides
são bem desenvolvidas, alongadas e profundas. O primeiro pré-molar superior é
deslocado labialmente da fileira de dentes, entre o segundo pré-molar e o canino.
A terceira comissura do terceiro molar superior tem a metade do comprimento da
segunda (EGER, 1977) (GREGORIN; TADDEI, 2002). Eumops trumbulli é semelhante a
E. perotis, porém menor em tamanho e tem a terceira comissura do terceiro molar
superior mais longa (EGER, 1977).
O comprimento do antebraço varia entre 58 e 73mm; o comprimento total do
crânio, entre 27 e 34mm; a largura mastoidea, entre 13,92 e 14,32mm; a largura
zigomática, entre 16,18 e 16,67mm; e a massa corporal, entre 20 e 26g (EGER, 1977;
GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
A dieta é insetívora.
Eumops trumbulli ocorre principalmente em florestas perenes da bacia Amazônica e
abriga-se em grupos pequenos em ocos de árvores, penhascos e forros de construções.
Trata-se de uma espécie raramente capturada, devido aos voos altos e tipos de abrigo
(EMMONS; FEER, 1997).
Eumops trumbulli encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(SAMPAIO et al., 2008y1). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase
Ameaçadas” ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Molossops Peters, 1866
O gênero é composto por duas espécies, ambas com ocorrência no Brasil (EGER,
2008; NOGUEIRA et al., 2014a). Alguns autores consideram Cynomops (CABRERA,
1958; GOODWIN; GREENHALL, 1961; JONES-JR; DUNNIGAN, 1965) e Neoplatymops
(VIEIRA, 1942; GREGORIN; TADDEI, 2002; TAVARES; GREGORIN; PERACCHI, 2008)
como subgêneros de Molossops, embora Peterson (1965), Willig e Jones (1985) e Eger
(2008) tenham reconhecido a validade dos gêneros como distintos. Sua distribuição
geográfica estende-se da Venezuela e Colômbia ao Uruguai e norte da Argentina,
sendo endêmico da América do Sul (EGER, 2008). Como características diagnósticas,
destacam-se orelhas alongadas, triangulares, separadas entre si por mais de 4,5mm
296
História Natural dos Morcegos Brasileiros
e ligadas à cabeça por uma prega flexível; incisivos superiores unidos até metade de
seu comprimento e separados no ápice; incisivos inferiores separados completamente
entre si e cada um deles anexado ao ramo mandibular correspondente ao lado; terceira
comissura do terceiro molar bem desenvolvida e cerca de metade do comprimento
da segunda; palato distintamente em forma de abóbada; segunda falange dos dígitos
III e IV igual ou maior que a primeira; fossas basiesfenoides bem desenvolvidas; face
sem dobramentos ou fincos; e rostro largo, em razão de uma crista infraorbital bem
desenvolvida (GREGORIN; TADDEI, 2002; EGER, 2008).
A fórmula dentária para o gênero é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Molossops neglectus Williams & Genoways, 1980
A distribuição geográfica de M. neglectus é disjunta, com uma população ao norte
e oeste da América do Sul, abrangendo Suriname, Guianas, Venezuela, Colômbia, Peru
e Amazônia brasileira, e outra ao sul, alcançando o norte da Argentina, sul e sudeste
do Brasil e, provavelmente, Uruguai (ASCORRA et al., 1991a; SIMMONS, 2005). Eger
(2008) considerou três regiões de ocorrência para a espécie, porém é provável que a
população do oeste esteja conectada à do norte (BARQUEZ; DÍAZ, 2008m). No Brasil,
ocorre nos seguintes estados: Amazonas, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e São Paulo (RAMOS et al., 2013; LOUREIRO; GREGORIN, 2015).
Molossops neglectus tem pelagem de coloração marrom-chocolate a enegrecida,
com o ventre mais claro que o dorso; orelhas triangulares, pontudas e separadas
entre si por mais de 4,5mm; antitrago arredondado com aproximadamente 2,3mm
de comprimento; pequenas verrugas envolvendo a borda superior das narinas; e a
porção livre da cauda medindo em torno de 10mm, ou cerca de 1/3 do comprimento
total. Molossops neglectus possui dois incisivos superiores internos adjacentes até
metade de seu comprimento e separados na região apical. Além disso, o primeiro
pré-molar superior é significativamente menor que o segundo pré-molar superior e
o terceiro molar, com duas cúspides. Em termos de morfologia, M. neglectus é muito
semelhante a M. temminckii, distinguindo-se pelo maior tamanho e pela coloração
da pelagem. Além disso, M. neglectus possui oito cristas dispostas ao longo do palato
mole, ao passo que M. temminckii tem usualmente seis (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980b;
GREGORIN; TADDEI, 2002; EGER, 2008; BARQUEZ et al., 2011).
O comprimento cabeça-corpo varia entre 66 e 72mm; da cauda, entre 28,3 e
32mm; do antebraço, entre 34,8 e 37,1mm; o comprimento total do crânio, entre 14,7
a 17,1mm; a largura zigomática, em torno de 10,2mm; a largura mastoidea, entre 9,2
e 9,7mm; e a massa corporal, entre 7 e 16g (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980b; BARQUEZ
et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002). Há acentuado dimorfismo sexual em relação
às medidas cranianas (EGER, 2008).
297
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Sua dieta consiste em insetos.
Segundo alguns autores e em diferentes localidades, o período reprodutivo
aparenta ser distribuído ao longo de todo o ano, ou há mais de um pico (poliestria),
uma vez que fêmeas grávidas já foram capturadas na estação seca (junho a setembro)
e na estação úmida (outubro a janeiro) (TUTTLE, 1970; ASCORRA et al., 1993;
GREGORIN et al., 2004). Bernardi et al. (2007) observaram uma fêmea lactante em
janeiro.
Molossops neglectus já foi registrada em florestas ombrófilas e semidecíduas e
savanas, em campos abertos e em áreas antrópicas (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980b;
BARQUEZ et al., 2011; SARTORE; REIS, 2012). Já foi capturada tanto a 1-4m de altura
(SARTORE; REIS, 2012) quanto em dossel (EGER, 2008). Três indivíduos foram observados
partindo de um oco de árvore a 3-4m de altura em uma área periurbana, pouco antes
do anoitecer (E.R. Sartore). Rosa et al. (2011) identificaram a primeira infecção por
vírus da raiva em M. neglectus no estado de São Paulo.
Molossops neglectus encontra-se classificada como “Deficiente em Dados” pela
IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008m). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
“Quase Ameaçadas” ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Molossops temminckii (Burmeister, 1854)
(Foto: Isaac P. Lima)
298
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Molossops temminckii é endêmico à América do Sul e já foi registrado na Guiana
Inglesa, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, norte da Argentina, oeste
do Uruguai e Brasil (SIMMONS, 2005; EGER, 2008), onde foi observada no Distrito Federal
e nos seguintes estados: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Minas Gerais,
Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rondônia, Rio
Grande do Sul, São Paulo e Tocantins (VIZOTTO; TADDEI, 1976; WILLIG, 1983; NUNES
et al., 2005; GREGORIN et al., 2008b; NUNES et al., 2013; RAMOS et al., 2013).
Molossops temminckii tem uma pelagem de coloração castanho-clara a chocolate,
com o ventre mais claro e relativamente grisalho, quando comparado ao dorso, e tem
protuberâncias arredondadas no lábio superior, além de um tufo de pelos na parte
medial. As orelhas são pequenas, triangulares e bem separadas entre si; o trago é
pequeno, triangular e chega a aproximadamente 1,4mm de altura; o focinho é alongado,
bem como o calcâneo, que se estende por mais da metade da distância entre o pé e a
ponta da cauda; e a primeira e a segunda falanges do dígito IV têm aproximadamente
o mesmo tamanho. O crânio é achatado e largo, principalmente à altura do processo
mastoideo. O palato é arqueado, ainda que menos do que em Promops, e as cúspides
do primeiro e segundo molar têm forma típica de “W” em vista oclusal. Os pré-molares
são pequenos, sendo o segundo maior que o primeiro, e o terceiro molar tem duas
cúspides afiadas, o que difere de todas as espécies de Cynomops, as quais possuem
uma única cúspide (WILLIAMS; GENOWAYS, 1980b; BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN;
TADDEI, 2002). Molossops temminckii possui geralmente seis cristas dispostas no palato
mole, ao passo que M. neglectus tem oito (EGER, 2008).
O comprimento cabeça-corpo varia de 50 a 54mm; da cauda, de 21 a 34mm; do
antebraço, de 27,7 a 32,5mm; o comprimento total do crânio, de 12,7 a 14,6mm; a
largura zigomática possui, em média, 8,8mm; a largura mastoidea, de 7,7 a 9,3mm;
e a massa corporal de 5 a 10g (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002). Há
dimorfismo sexual, sendo que os machos são maiores que as fêmeas; além disso,
populações distribuídas ao norte são maiores que as meridionais (FABIÁN; GREGORIN,
2007). As medidas externas configuram a principal diferença entre M. temminckii
(menor) e M. neglectus (maior).
A fórmula dentária: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Molossops temminckii foi registrada se alimentando de Coleoptera e Lepidoptera
mais frequentemente, seguido por Hemiptera, Hymenoptera e Orthoptera (IBÁÑEZ;
OCHOA 1985),
Vizotto e Taddei (1976) e Gargaglioni et al. (1998) indicaram um período reprodutivo
da espécie de julho a setembro, no sudeste do Brasil; Gonçalves e Gregorin (2004), em
outubro, no estado de Tocantins; e Barquez e Díaz (2008n), em outubro e novembro,
na Argentina. Uma vez que os dados envolvem períodos seco e úmido, é provável que
a espécie apresente mais de um pico reprodutivo ao ano.
Molossops temminckii ocupa diversos tipos de habitat, desde florestas densas e
úmidas ao semiárido brasileiro, até ambientes urbanos (NUNES et al., 2005). Já foi
299
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
registrado abrigando-se em ocos de árvores e postes e em forros de construções
(VIZOTTO; TADDEI, 1976), geralmente de 1-3m de altura e em grupos raramente maiores
que três indivíduos (BARQUEZ et al., 1999). Molossops temminckii já foi registrado em
cavernas, porém Guimarães e Ferreira (2014) classificaram-na como não cavernícola.
Pacheco et al. (2010) consideram-na como um morcego urbano e Barquez e Díaz
(2008n) afirmam que a espécie é abundante e não está sujeita a grandes ameaças.
Molossops temminckii encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela
IUCN (BARQUEZ; DÍAZ, 2008n). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
“Quase Ameaçadas” ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Molossus É. Geoffroy, 1805
O gênero Molossus distribui-se do sul dos Estados Unidos ao sul da Argentina
(SIMMONS, 2005). No Brasil, Nogueira et al. (2014a) confirmaram a ocorrência de seis
espécies, considerando M. bondae sinônimo júnior de M. currentium, como proposto
por López-González e Presley (2001). Como caracteres diagnósticos, observa-se
antitrago conspícuo, arredondado e disjunto da membrana basal da orelha; trago
diminuto; as orelhas, com dobras peculiares e unidas em um ponto central sobre a
cabeça; os incisivos superiores, alinhados com os caninos; e os incisivos inferiores não
funcionais (FREEMAN, 1981; EGER, 2008). Segundo Barquez et al. (1999), a forma mais
confiável de se reconhecer o gênero em campo é a análise dos incisivos superiores não
caniniformes e o único incisivo inferior em cada ramo da mandíbula, além do palato
raso (não abobadado) (GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária para o gênero é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Molossus aztecus Sausurre, 1860
A distribuição geográfica da espécie é pobremente conhecida, uma vez que há
registros esparsos apenas para o México, Guatemala, Nicarágua, Venezuela, Guiana
(HANDLEY-JR, 1976; LIM et al., 2005; SIMMONS, 2005; SAMPAIO et al., 2008w1) e
Brasil, onde Gregorin et al. (2011) haviam registrado M. aztecus pela primeira vez
apenas para o estado de Minas Gerais, e Loureiro (2014) acrescentou novos registros
para nove estados brasileiros, além do anterior, quais sejam: Amazonas, Bahia, Ceará,
Mato Grosso do Sul, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
Molossus aztecus tem pelagem densa, com pelos de aproximadamente 6mm e com
coloração de marrom-chocolate a enegrecida, por vezes acinzentada. A base do pelo
(cerca de 1/3) é mais clara, mas não branca. O crânio é arredondado, a crista sagital é
300
História Natural dos Morcegos Brasileiros
longa e desenvolvida, o forame infraorbital tem uma abertura lateral, o complexo occipital
tem forma quadrangular e as fossas basiesfenoides são moderadamente profundas. Os
incisivos superiores são pequenos e em forma de espátula. Há dimorfismo sexual, uma
vez que as cristas sagitais são maiores e mais robustas nos machos. Assemelha-se muito
à M. coibensis e, em tamanho, à M. molossus, porém se diferencia notavelmente desta
pelas características craniodentárias e a pelagem, pois, em M. molossus, a pelagem
em geral é castanha e os pelos dorsais apresentam duas bandas contrastantes, sendo
a metade basal esbranquiçada (GREGORIN et al., 2011; LOUREIRO, 2014).
O comprimento cabeça-corpo varia de 55 a 59,7mm; da cauda, de 33 a 39mm; do
antebraço, de 34,8 a 41,9mm; o comprimento total do crânio, de 16,1 a 18,3mm; e a
massa corporal, de 12,4 a 15g (RAMOS et al., 2013; LOUREIRO, 2014).
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Sua dieta consiste em insetos.
Espécimes foram registrados em ambientes áridos e semiáridos, florestas
semidecíduas e perenes, assim como em centros urbanos (SAMPAIO et al., 2008w1).
Gregorin et al. (2011) capturaram a espécie em área de ecótono Cerrado-Mata Atlântica,
compreendida entre 650 e 1.100m de altitude.
Molossus aztecus encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(SAMPAIO et al., 2008w1). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das Espécies
consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Molossus coibensis Allen, 1904
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
301
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Molossus coibensis ocorre do México, ao longo da costa oeste da América Central,
até a América do Sul, nas Guianas, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Brasil
(SIMMONS, 2005; EGER, 2008), onde tem registros nos estados da Bahia, Espírito
Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e São Paulo
(PAGLIA et al., 2012; COSTA et al., 2013; PIMENTA et al., 2014).
Molossus coibensis tem uma pelagem de coloração chocolate ou castanho-
avermelhada a enegrecida, com o dorso mais escuro que o ventre, pelos dorsais com
2,0 a 4,4mm de comprimento e com até 1/4 da base acinzentado ou castanho-claro.
O palato tem sete estrias e o crânio é robusto, curto no rostro e com caixa craniana
mais globosa do que em M. molossus. O forame infraorbital se abre frontalmente,
as fossas basiesfenoides são muito rasas e os incisivos superiores têm formato de
espátula (DOLAN, 1989).
O comprimento cabeça-corpo varia de 52 a 64mm; da cauda, de 28 a 37mm; do
antebraço, de 32,6 a 36,8mm; o comprimento total do crânio, de 15,6 a 19mm; e a
massa corporal, de 10 a 16g (RAMOS et al., 2013). Molossus coibensis é a menor espécie
do gênero; entretanto, pode ser facilmente confundida com M. molossus e M. aztecus,
uma vez que alguns espécimes apresentam sobreposição nas medidas externas.
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
A dieta é insetívora.
Não há dados sobre a reprodução da espécie, porém é provável que se assemelhe
à de M. molossus.
Molossus coibensis encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(SAMPAIO et al., 2008a2). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das Espécies
consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Molossus currentium Thomas, 1901
Molossus currentium é sinônimo sênior de M. bondae, segundo López-González
e Presley (2001). Sua distribuição geográfica inclui Honduras, Costa Rica, leste do
Panamá, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Brasil, Paraguai, norte da Argentina e
Uruguai (SIMMONS, 2005). No Brasil, ocorre nos seguintes estados: Amazonas, Bahia,
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Pará (RAMOS et al., 2013; GARCIA et al., 2014).
Molossus currentium tem pelos dorsais com cerca de 2 a 4mm de comprimento
e de coloração castanho-escura a avermelhada, sendo que a base pode ou não ser
mais clara. Além disso, apresenta pelos ventrais mais claros, um rostro curto, caixa
craniana pouco abaulada e um palato achatado e com oito estrias. No crânio, o forame
infraorbital se abre lateralmente, e as fossas basiesfenoides são moderadamente
302
História Natural dos Morcegos Brasileiros
profundas. Os incisivos superiores têm formato de espátula e estão adjacentes aos
caninos, embora alguns espécimes apresentem um pequeno diastema (BARQUEZ et
al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ; PRESLEY, 2001). Molossus currentium assemelha-se à M.
pretiosus, porém esta possui tamanhos corporal e cranial maiores.
O comprimento cabeça-corpo varia entre 65 e 75mm; da cauda, entre 34 e 44mm;
do antebraço, entre 39 e 44,4mm; o comprimento total do crânio, entre 17,9 e 19,4mm; a
largura zigomática, entre 11,2 e 12,6mm; e a massa corporal, entre 16 e 21 g (BARQUEZ et
al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002). Há um pronunciado dimorfismo sexual em razão das
características cranianas, com os machos maiores que as fêmeas (BURNETT et al., 2001).
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Freeman (1979) encontrou aproximadamente 492 partes de mariposas em um
grama de fezes de M. currentium, indicando que a espécie se alimenta principalmente
de Lepidoptera. Molossus currentium parece ser poliéstrica (DOLAN; CARTER, 1979),
uma vez que fêmeas grávidas já foram observadas em janeiro, março e agosto, em
diferentes localidades (GARDNER et al., , 1977).
Molossus currentium foi registrada em áreas abertas, como campos e chaco
(GARCIA et al., 2014), e foi sugerido que seletivamente se desloque em locais com
poucos obstáculos, forrageando acima do nível do dossel em florestas (FREEMAN, 1981).
Molossus currentium encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN
(BARQUEZ et al., 2008o). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das Espécies
consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Molossus molossus (Pallas, 1766)
(Foto: Isaac P. Lima)
303
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Molossus molossus tem ampla distribuição, que abrange o sul da Flórida, Estados
Unidos e grande parte do México, na América do Norte, toda a América Central,
continental e insular, e, na América do Sul, o Suriname, Guianas, Venezuela, Colômbia,
Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Brasil, norte da Argentina e Uruguai (KOOPMAN,
1993; SIMMONS, 2005; BARQUEZ et al., 2008p). No Brasil, sua distribuição também
é ampla, com registros para todos os estados, à exceção do Rio Grande do Norte
(RAMOS et al., 2013).
Molossus molossus tem pelagem de coloração castanho-clara a chocolate ou
enegrecida, com o ventre mais claro que o dorso. Os pelos dorsais têm até 6mm,
e a metade ou 1/4 da base de cada pelo é mais clara que o restante. As orelhas
são pequenas, arredondadas e unidas sobre a cabeça, em sua inserção. O trago é
curto, com até 2mm de comprimento, e o antitrago, arredondado. Os lábios não têm
proeminências e há um tufo de pelos direcionados ventralmente na parte medial do
lábio superior. Há oito estrias no palato, o rostro é curto e caixa craniana, alongada, o
forame infraorbital tem abertura frontal, as fossas basiesfenoides são moderadamente
profundas, e a crista sagital é pouco desenvolvida, sendo mais conspícua nos machos.
O calcâneo é bem desenvolvido sem, entretanto, alcançar o comprimento da cauda
como em Promops. Os incisivos superiores são espatulados e paralelos na região apical
(as pontas não são convergentes medialmente), preenchendo todo o espaço entre
os caninos, embora alguns espécimes apresentem um pequeno diastema (FREEMAN,
1981; BARQUEZ et al., 1999).
O comprimento cabeça-corpo varia entre 58 e 70mm; da cauda, entre 30 e 44mm;
do antebraço, entre 36 e 43mm; o comprimento total do crânio, entre 15,6 e 19,4mm;
a largura zigomática, entre 9,5 e 12mm; a largura mastoidea, entre 9,3 e 11,3mm; e
a massa corporal, entre 12 e 18 g (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002).
Há dimorfismo sexual, sendo os machos maiores que as fêmeas (GENOWAYS et al.,
1981). Molossus molossus pode ser confundida com M. currentium e M. pretiosus; no
entanto, apresenta menor tamanho quando comparada a estas espécies.
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Na Bolívia, foi identificada a ingestão de Odonata (Zygoptera), Orthoptera
(Gryllidae), Hemiptera, Homoptera (Cicadelidae e Fulgoridae), Coleoptera (Carabidae,
Hydrophylidae e Scarabaeidae), Diptera (Nematocera) e Hymenoptera (Formicidae),
o que indica tanto itens duros quanto macios (AGUIRRE et al., 2003).
A espécie é aparentemente poliéstrica, provavelmente com dois picos anuais, uma
vez que já foram observadas fêmeas grávidas em março-abril e novembro. Somente um
filhote se desenvolve por gestação. Os machos são sexualmente ativos durante todo
o ano, já que armazenam espermatozoides mesmo fora do período de acasalamento
(FABIÁN; MARQUES, 1989).
Molossus molossus ocupa tanto regiões secas quanto úmidas, florestas densas,
áreas abertas e centros urbanos (NOWAK, 1994). Indivíduos formam grandes colônias
e abrigam-se em ocos de árvores, cavernas, sob folhas de palmeiras e, nas cidades,
304
História Natural dos Morcegos Brasileiros
em forros, túneis e embaixo de pontes (BARQUEZ et al., 1999; PACHECO et al., 2010).
A espécie é regularmente diagnosticada como positiva para o vírus da raiva (UIEDA
et al., 1995; UIEDA et al., 1996; CUNHA et al., 2006).
Molossus molossus encontra-se classificada como ““Pouco Preocupante”” pela
IUCN (BARQUEZ et al., 2008p). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
“Quase Ameaçadas” (NT) ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Molossus pretiosus Miller, 1902
A distribuição geográfica de Molossus pretiosus é disjunta, com registros esparsos
para o México, Nicarágua, Costa Rica, Guiana, Venezuela e Colômbia (SIMMONS, 2005).
No Brasil, o primeiro registro da espécie ocorreu no estado de Mato Grosso do Sul,
por Gregorin e Taddei (2000), e, posteriormente, em Minas Gerais, por Nogueira et
al. (2008).
Molossus pretiosus caracteriza-se por apresentar uma pelagem de coloração
variando de avermelhada a enegrecida, com o ventre mais claro que o dorso. No entanto,
existem espécimes inteiramente com pelos em vermelho intenso. Os pelos dorsais
têm tamanhos que variam de 2 a 4mm de comprimento, o palato tem nove estrias, o
rostro é curto e a caixa craniana, abaulada. O forame infraorbital tem abertura lateral
e as fossas basiesfenóides são profundas. O terceiro molar tem cúspides em formato
de “V”, e os incisivos superiores têm ápices pouco convergentes, mais cônicos do
que espatulados, principalmente quando comparado às demais espécies de Molossus
(JENNINGS et al., 2000; GREGORIN; TADDEI, 2002; LOUREIRO, 2014).
O comprimento cabeça-corpo varia de 65 a 78mm; da cauda, de 38 a 46mm; do
antebraço, de 42,6 a 49mm; o comprimento total do crânio, de 18 a 22,4mm; e a massa
corporal, de 14 a 27g (JENNINGS et al., 2000; FABIÁN; GREGORIN, 2007).
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Freeman (1979) registrou uma dieta consistindo em insetos pertencentes às
ordens Coleoptera e Lepidoptera. A espécie é provavelmente poliéstrica, e fêmeas
grávidas já foram capturadas em vários meses, em todas as estações (JENNINGS et al.,
2000); além disto, fêmeas grávidas e lactantes já foram observadas simultaneamente
(DOLAN, 1989). Ao nascerem, os neonatos possuem, em média, 25% da massa do
adulto (DOLAN, 1989).
Molossus pretiosus foi registrada em áreas abertas com maior frequência do que
em florestas e em centros urbanos, formando pequenas colônias que se abrigam em
ocos de árvores, fendas de rochas, cavernas e edificações (FREEMAN, 1981; DOLAN,
1989). LaVal (1977) observou indivíduos voando a 20m de altura do solo.
305
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Molossus pretiosus encontra-se classificada como ““Pouco Preocupante” pela IUCN
(PINEDA; MEDINA, 2008). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014), porém está presente na Lista das Espécies
consideradas “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Molossus rufus É. Geoffroy, 1805
(Foto: Isaac P. Lima)
Molossus rufus ocorre em grande parte do México, toda a América Central
continental e na América do Sul, à exceção do Chile, até o norte da Argentina e
Uruguai (KOOPMAN, 1993; SIMMONS, 2005). No Brasil, há registros para o Distrito
Federal e os seguintes estados: Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito
Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e São Paulo (RAMOS et al., 2013).
A espécie caracteriza-se por apresentar uma pelagem de coloração castanho-escura,
variando de avermelhada a enegrecida, com o ventre mais claro que o dorso. Além
disso, possui pelos dorsais com até 4mm de comprimento e, em geral, monocromáticos,
podendo apresentar banda mais clara na base, base do uropatágio hirsuta*, orelhas
arredondadas e unidas sobre a cabeça, nove estrias palatais, rostro largo e caixa
craniana um pouco alongada. O forame infraorbital tem abertura frontal, as fossas
basiesfenóides são moderadamente profundas, a crista sagital é bem desenvolvida,
sendo mais conspícua nos machos, e os incisivos superiores também são curtos,
convergentes entre si e em formato de espátula (EGER, 2008).
306
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Molossus rufus é a maior espécie do gênero, com o comprimento cabeça-corpo
variando de 71 a 98mm; da cauda, de 38 a 55mm; do antebraço, de 46,1 a 55,2mm;
o comprimento total do crânio, de 19,9 a 23,8mm; a largura zigomática, de 12,7 a
14,8mm; a largura mastóidea, de 11,8 a 14,7mm; e a massa corporal, de 21 a 43g
(BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/1, c 1/1, p 1/2, m 3/3 = 26 dentes.
Entre os itens alimentares já registrados, estão os insetos das ordens Coleoptera
(Cucujidae, Dytiscidae, Hydrophylidae e Scarabaeidae) (AGUIRRE et al., 2003) e
Hymenoptera (HOWELL; BURCH, 1974; PINE, 1969), além de Odonata (Zygoptera),
Orthoptera (Gryllidae)e Hemiptera (Belostomidae).
Fêmeas grávidas foram observadas por Marques (1986) em vários meses de todas as
estações, caracterizando a espécie como poliéstrica. Aparentemente, M. rufus é comumente
encontrada em centros urbanos (PACHECO et al., 2010). Barquez et al. (1999) citam ocos
de árvores, fendas e edificações como abrigos mais comuns. As colônias, com centenas de
indivíduos, costumam apresentar fidelidade ao abrigo, de acordo com Esbérard et al. (2014).
Há registros de indivíduos de M. rufus sendo predados por serpentes, quando em repouso,
nos abrigos, e ao alçar voo a partir deles (ESBÉRARD; VRCIBRADIC, 2007). Esbérard (2002)
observou a atividade de uma colônia de M. rufus, a qual tinha início logo após o pôr do sol
e se intensificava durante as quatro primeiras horas da noite, e, finalmente, era reduzida
vigorosamente no restante da noite. A espécie tem sido diagnosticada como positiva para
o vírus da raiva em diferentes locais (CUNHA et al., 2006; SCHEFFER et al., 2007).
Molossus rufus foi classificada como ““Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ
et al., 2008q). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de
Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase Ameaçadas”
(NT) ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Neoplatymops Peterson, 1965
O gênero monotípico é representado pela espécie Neoplatymops mattogrossensis.
Vieira (1942) descreveu originalmente o táxon no gênero Molossops. Peterson (1965),
subsequentemente, descreveu o gênero Neoplatymops para a espécie descrita por Vieira.
Alguns autores classificaram Neoplatymops como subgênero de Molossops (FREEMAN,
1981; GREGORIN; TADDEI, 2002; SIMMONS, 2005; TAVARES et al., 2008a), enquanto outros o
consideram um gênero à parte (WILLIG; JONES, 1985; NOWAK, 1994; EGER, 2008; PERACCHI
et al., 2011; NOGUEIRA et al., 2014a), classificação esta que é utilizada no presente trabalho.
Neoplatymops é endêmico da América do Sul, com algumas ocorrências esparsas
ao longo do Brasil, Venezuela, Guiana, Colômbia e Bolívia (WILLIG; JONES, 1985;
ACOSTA et al., 2006). Um caracter diagnóstico inconfundível do gênero é a presença
de verrugas arredondadas na parte dorsal do antebraço.
307
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Neoplatymops mattogrossensis (Vieira, 1942)
(Foto: Felipe Zenha)
A espécie é endêmica à América do Sul e abrange a Guiana, Venezuela, Colômbia,
Bolívia e Brasil (ACOSTA et al., 2006), onde tem sido capturada nos seguintes estados:
Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Rio de Janeiro e Rondônia (NOVAES et al., 2013; RAMOS et al., 2013).
Como caracteres morfológicos, destacam-se a pelagem de coloração castanho-
clara ou escura na região dorsal e acinzentada na região ventral, pelos curtos, com até
3mm, a base esbranquiçada, orelhas pequenas e bem separadas entre si, granulações
arredondadas na parte dorsal dos antebraços e a glândula gular na região do pescoço.
O crânio é visivelmente achatado dorsoventralmente e alongado, e a crista infraorbital
é menos protuberante que em Molossops. Os incisivos superiores têm forma cônica,
divergentes na região apical e com um diastema entre os caninos (PETERSON, 1965;
WILLIG; JONES, 1985).
Trata-se de um morcego pequeno, com o comprimento cabeça-corpo medindo
entre 50 e 53mm; da cauda, em torno de 25mm; do antebraço, entre 27,5 e 32,5mm;
comprimento total do crânio, entre 13,3 e 16,8mm; largura zigomática, entre 9,31 e
9,76mm; largura mastóidea entre 9,06 e 9,6mm; e massa corporal, entre 5,4 a 6,1g
(WILLIG; JONES, 1985; GREGORIN; TADDEI, 2002). Há dimorfismo sexual e os machos
são maiores que as fêmeas (WILLIG, 1983).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
308
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Willig (1985) registrou o consumo de Coleoptera (Scarabaeidae, Hydrophylidae
e Dytiscidae) e Diptera (Nematocera e Calliphoridae), mas também de Hemiptera,
Lepidoptera, Homoptera, Hymenoptera, Orthoptera e Blattodea na caatinga do
nordeste brasileiro.
Neoplatymops mattogrossensis apresentou um padrão de monoestria (um único
pico reprodutivo ao ano) na Caatinga do nordeste brasileiro (WILLIG, 1985a), com
fêmeas grávidas sendo registradas de julho a dezembro. A espécie ocorre tanto em
florestas densas e úmidas quanto em áreas de Caatinga, e neste ambiente abriga-
se principalmente em fendas de afloramentos rochosos próximas ao chão, sendo
especialista em se abrigar neste tipo de micro-habitat (SAZIMA; TADDEI, 1976;
WILLIG, 1985a). A morfologia funcional de N. mattogrossensis assemelha-se mais à
de Vespertilionidae do que à de Molossidae, pois sua velocidade máxima de voo é de
33km/h (lenta, para molossídeos), e apresenta elevada manobrabilidade de forrageio,
como os vespertilionídeos (FREEMAN, 1981; WILLIG, 1985a). De fato, N. mattogrossensis
não tem grandes dificuldades em alçar voo a partir do chão, ao contrário da maioria
dos molossídeos (V.C. Tavares). Neoplatymops aparentemente tem convergências
adaptativas em relação à Platymops, que é um gênero de morcego muito semelhante,
com distribuição para a África (HAPPOLD; HAPPOLD, 2013).
Neoplatymops mattogrossensis encontra-se classificada como ““Pouco Preocupante”
pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008b2), assim como Molossops mattogrossensis. Não consta
na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014)
nem na Lista das Espécies consideradas “Quase Ameaçadas” (NT) ou “Deficientes em
Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Nyctinomops Miller, 1902
Há quatro espécies incluídas no gênero e três delas – N. aurispinosus, N. laticaudatus
e N. macrotis – ocorrem no Brasil (TAVARES et al., 2008a; PERACCHI et al., 2011).
A distribuição geográfica é ampla pelas Américas, uma vez que se estende da Colúmbia
Britânica, no Canadá, encontrando populações em várias regiões dos Estados Unidos,
México e América Central, além de quase toda a América do Sul, sendo que o limite sul
de ocorrência é o Uruguai e norte da Argentina (KOOPMAN, 1993; SIMMONS, 2005).
Algumas caracteres úteis para a distinção do gênero Nyctinomops são as orelhas
grandes, que ultrapassam o focinho quando projetadas à frente e com as bordas internas
unidas, e o dobramento do lábio superior, que forma pregas. Nyctinomops tem um par
de incisivos em cada ramo da mandíbula, o que o separa prontamente de Tadarida.
A segunda falange do dígito IV possui menos de 1/4 do comprimento da primeira do
mesmo dígito, e a emarginação palatal é mais curta que em Tadarida, geralmente com
0,2 a 0,6mm de largura GREGORIN; TADDEI, 2002; EGER, 2008; PERACCHI et al., 2011).
309
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Nyctinomops aurispinosus (Peale, 1848)
(Foto: Roberto L. M. Novaes)
A distribuição geográfica da espécie ainda é mal compreendida, uma vez que
há ocorrências dispersas pelo México, nenhum registro para a América Central e
apontamentos também esparsos para a América do Sul, abrangendo Venezuela,
Colômbia, Bolívia, Peru e Brasil (OCHOA, 1984; SIMMONS, 2005; EGER, 2008). No
Brasil, há relatos de ocorrência no Distrito Federal e nos seguintes estados: Minas
Gerais, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e São Paulo (RAMOS et
al., 2013).
Nyctinomops aurispinosus tem pelagem castanha, variando entre avermelhada e
acinzentada, ventre mais claro que o dorso, pelos dorsais com até 4mm de comprimento,
tricolores e com a base geralmente esbranquiçada, orelhas grandes, rugosas e com
diminutas verrugas na borda superior, e lábio superior com muitas dobras (SANBORN,
1941; OCHOA, 1984). O crânio é moderadamente achatado e a crista sagital, pouco
desenvolvidas. As fossas basiesfenóides são quadrangulares e profundas (JONES-JR;
ARROYO-CABRALES, 1990).
O comprimento cabeça-corpo varia de 70 a 73mm; da cauda, de 41 a 49mm; do
antebraço, de 47,7 a 53,4mm; da primeira falange do dígito IV, de 18,6 a 19,5mm; da
segunda falange do dígito IV, em torno de 3,4mm; o comprimento total do crânio, de
19,6 a 21,6mm; a largura zigomática, de 11 a 12,1mm; e a massa corporal, de 11,3
a 22,7 g (JONES-JR; ARROYO-CABRALES, 1990; GREGORIN; TADDEI, 2002). A espécie
tem tamanho intermediário entre as demais do gênero, sendo muito menor que N.
macrotis, porém maior que N. laticaudatus.
A fórmula dentária: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
310
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Jones e Arroyo-Cabrales (1990) observaram uma dieta presumivelmente de insetos
macios, como mariposas (Lepidoptera), para alguns indivíduos de N. aurispinosus. A
espécie provavelmente é monoéstrica (um único pico reprodutivo ao ano), sendo
que os nascimentos – de um filhote por parto – ocorrem no período quente e úmido
(IBÁÑEZ; OCHOA, 1989; JONES-JR; ARROYO-CABRALES, 1990).
Ocorre em florestas tropicais decíduas e ombrófilas mistas, assim como áreas mais
secas, como o Cerrado e a Caatinga no Brasil (ARITA, 2005), além de centros urbanos,
ainda que a espécie seja raramente amostrada nesses locais (PACHECO et al., 2010). As
capturas são feitas desde o nível do mar até 3.150m de altitude, embora a frequência
seja maior abaixo de 1.000m (JONES-JR; ARROYO-CABRALES, 1990).
Nyctinomops aurispinosus encontra-se classificada como ““Pouco Preocupante”
pela IUCN (SAMPAIO et al., 2008c2). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
“Quase Ameaçadas” (NT) ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Nyctinomops laticaudatus (É. Geoffroy, 1805)
(Foto: Fábio Falcão)
A distribuição geográfica de Nyctinomops laticaudatus é ampla, estendendo-se
pelo México e atravessando toda a América Central e Caribe e quase toda a América
do Sul, até o norte da Argentina e Uruguai (BARQUEZ et al., 1999; KOOPMAN, 1982).
Há cinco subespécies reconhecidas, as quais estão delimitadas por diferentes regiões
de ocorrência (AVILA-FLORES et al., 2002).
311
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
A espécie tem pelagem de coloração castanho-escura a chocolate e o ventre é
mais claro que o dorso. As orelhas são grandes, arredondadas e com as bordas internas
unidas sobre a cabeça, o trago é pequeno e quadrado, o antitrago tem até 4mm de
comprimento e o focinho pontudo é voltado dorsalmente. A segunda falange do dígito
IV tem menos de 1/4 do comprimento da primeira (FREEMAN, 1981; AVILA-FLORES
et al., 2002).
Nyctinomops laticaudatus é a menor espécie do gênero, com o comprimento total
do corpo em torno de 107mm; o comprimento cabeça-corpo, entre 50 e 64mm; da
cauda, entre 35 e 48mm; do antebraço, entre 41 e 47,3mm; da primeira falange do
dígito IV, entre 15,4 e 18mm; da segunda falange do dígito IV, entre 2,2 e 3,6mm; o
comprimento total do crânio, entre 17,3 e 19,2mm; da largura zigomática, 9,96mm,
em média; da largura mastóidea, 9,81mm, em média; e a massa corporal, entre 9
e 16g (BARRIGA-BONILLA, 1965; BOWLES et al., 1990; AVILA-FLORES et al., 2002;
GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
Silva-Taboada (1979), estudando animais de Cuba, registrou o consumo de
Coleoptera e Lepidoptera. Fêmeas grávidas foram encontradas entre abril e julho, e
os nascimentos ocorreram durante a estação chuvosa (BOWLES, 1973; SILVA-TABOADA,
1979). Alvarez (1963) observou que as fêmeas tinham um filhote a cada gestação, no
México.
A espécie ocupa diversos tipos de habitat tropicais e subtropicais, de florestas
densas e úmidas a vegetação xeromórfica, além de centros urbanos (AVILA-FLORES et
al., 2002). Indivíduos podem se abrigar debaixo de folhas, ocos de árvores, fendas em
rochas, cavernas e edificações, formando grupos de 150 a mil indivíduos (JONES-JR,
1966; BOWLES et al., 1990), embora já tenham sido observadas colônias com milhares
de indivíduos habitando cavernas no México (VILLA-R, 1960). Pode ser capturada do
nível do mar, até 1.500m de altitude (REID, 1997). A espécie já foi diagnosticada como
positiva para o vírus da raiva (UIEDA et al., 1996).
Nyctinomops laticaudatus foi classificada como ““Pouco Preocupante” pela IUCN
(BARQUEZ et al., 2008r). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase
Ameaçadas” (NT) ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
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História Natural dos Morcegos Brasileiros
Nyctinomops macrotis (Gray, 1840)
(Foto: Ronaldo R. Rufino)
Nyctinomops macrotis distribui-se por toda a América: na América do Norte, com
registros esparsos na Colúmbia Britânica, Canadá, e nos estados de Iowa e Kansas,
na região central dos Estados Unidos, além de outros estados da região sudoeste e
do México, onde ocorre com maior frequência; na América Central, ocupa toda a
porção continental, além de Cuba e Jamaica, no Caribe; na América do Sul, estende-
se da Venezuela até o norte da Argentina e Uruguai, não ocorrendo apenas no Chile
(KOOPMAN, 1982; GRAHAM; BARKLEY, 1984; SIMMONS, 2005). No Brasil, há registros
para os seguintes estados: Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa
Catarina e São Paulo (SILVA, 2007; RAMOS et al., 2013; HOPPE et al., 2014b).
Como caracteres morfológicos, destacam-se uma pelagem de coloração castanho-
avermelhada a enegrecida, com a base dos pelos esbranquiçada; as orelhas grandes
e unidas sobre a cabeça; o crânio largo, porém com rostro estreito e alongado; a
crista sagital pouco desenvolvida; as fossas basiesfenóides profundas; e os incisivos
superiores paralelos entre si (FREEMAN, 1981; HALL, 1981; MILNER et al., 1990).
Nyctinomops macrotis é a maior espécie do gênero, com o comprimento cabeça-
corpo entre 75 e 84mm; da cauda, entre 40 e 57mm; do antebraço, entre 58 e 64,7mm; da
primeira falange do dígito IV, entre 18 e 21,3mm; da segunda falange do dígito IV, entre
2,5 e 3,8mm; o comprimento total do crânio, entre 22,4 e 24,1mm; a largura zigomática,
entre 12,2 e 13mm; a largura mastóidea, entre 11,25 e 12,05mm; a envergadura das
asas, entre 417 e 436 mm; e a massa corporal, entre 22 e 30g (BARBOUR; DAVIS, 1969;
HOFFMEISTER, 1986; GREGORIN; TADDEI, 2002).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
313
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
A dieta já registrada para espécimes de N. macrotis consiste em insetos de várias
ordens, como Orthoptera (Gryllidae, Tettigoniidae), Hymenoptera (Formicidae),
Hemiptera (Pentatomidae, Cercopidae, Cicadellidae), Coleoptera e Lepidoptera, sendo
esta última representada por grandes mariposas, item que aparece mais frequentemente
como parte da dieta da espécie (ROSS, 1967; EASTERLA, 1972; OCHOA et al., 1988).
Barbour e Davis (1969) observaram indivíduos de Nyctinomops macrotis formando
colônias-maternidade, onde os jovens permaneciam até a fase adulta. Fêmeas geram
apenas um filhote por gestação e os nascimentos ocorrem no período quente e úmido,
uma vez que a reprodução acontece no outono/inverno; portanto, o período varia
entre os hemisférios norte e sul (MILNER et al., 1990).
A espécie já foi capturada em florestas densas e perenes e em regiões semiáridas,
como no sudoeste dos Estados Unidos e México, além de áreas abertas e centros
urbanos (MILNER et al., 1990). Foram registradas colônias de aproximadamente 150
indivíduos abrigando-se em ocos de árvores, cavernas, fendas em rochas e edificações
(BORELL; BRYANT, 1942; BARBOUR; DAVIS, 1969). Em Cuba, foram encontradas colônias
menores e indivíduos solitários (SILVA-TABOADA, 1979). Milner et al. (1990) observaram
padrões de migração entre o México e os Estados Unidos. A distribuição das capturas
por variação altitudinal é grande, do nível do mar até 2.600m (MILNER et al., 1990),
embora a espécie aparentemente seja capturada com mais frequência entre 550 e
1.220m (EASTERLA, 1973). A espécie é comumente diagnosticada como positiva para
o vírus da raiva (UIEDA et al., 1995; DEUS et al., 2003).
Nyctinomops macrotis foi classificada como ““Pouco Preocupante” pela IUCN
(BARQUEZ et al., 2008s). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase
Ameaçadas” (NT) ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Promops Gervais, 1856
Thomas (1921) reconheceu sete espécies para o gênero, porém apenas três são
consideradas válidas atualmente, P. centralis, P. nasutus e P. davisoni (GREGORIN; CHIQUITO,
2010), sendo que as duas primeiras ocorrem no Brasil (PERACCHI et al., 2011). Tavares et al.
(2008a) acreditam que um grupo existente no Paraguai (P. occultus) poderia ser desassociado
em uma espécie distinta. De forma geral, o gênero carece de revisões taxonômicas.
A distribuição geográfica alcança o México, parte da América Central e, na América
do Sul, da Venezuela ao norte da Argentina (LÓPEZ-GONZÁLEZ, 2004; SIMMONS,
2005). Promops é muito semelhante à Molossus, tem orelhas curtas e arredondadas, o
trago também curto e o antitrago bem desenvolvido. O palato é abaulado, os incisivos
superiores são cônicos e divergentes na região apical, o primeiro pré-molar superior é
muito reduzido, o calcâneo é longo e a cauda é relativamente maior que o corpo, em
comparação a outros molossídeos (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002).
314
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Promops centralis Thomas, 1915
A distribuição geográfica de Promops centralis se estende do centro-sul do México,
principalmente Jalisco e Yucatán, por quase toda a América Central, até a Venezuela,
Guianas, Suriname, Colômbia, Equador, Peru, norte do Brasil, Bolívia, Paraguai e norte
da Argentina (IBÁÑEZ; OCHOA, 1985; ANDERSON, 1997; SIMMONS, 2005). No Brasil,
a espécie foi registrada nos estados do Acre, Amazonas, Mato Grosso do Sul e Pará
(CÁCERES et al., 2008; RAMOS et al., 2013).
Promops centralis tem pelagem de coloração castanho-escura, com o ventre mais
claro que o dorso, e 2/3 da base dos pelos têm cor pálida. As orelhas são arredondadas
e muito curtas, de modo que, se estendidas à frente, alcançam, no máximo, a altura dos
olhos e, ainda, são separadas entre si sobre a cabeça por um espaço menor que 1mm. O
antitrago é largo e constrito na base e mais da metade do comprimento da cauda está
contida no uropatágio. No crânio, a crista sagital é medianamente desenvolvida, e as
fossas basiesfenóides são moderadamente desenvolvidas. Promops centralis é muito
similar à P. nasutus e pode ser diferenciado dela principalmente pelo maior tamanho
corporal e, em geral, pela coloração da pelagem mais escura, castanho-enegrecida
(FREEMAN, 1981; BARQUEZ et al., 1999).
O comprimento cabeça-corpo varia entre 56 e 88mm; da cauda, entre 48,5 e
52mm; do antebraço, entre 53 e 54,9mm; o comprimento total do crânio, entre 18,5
e 22,1mm; a largura zigomática, entre 12,6 e 13,3mm; a largura mastoidea, entre
11,6 e 12,1mm; e a massa corporal, entre 18 e 25g (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN;
TADDEI, 2002; EGER, 2008).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
A dieta é insetívora.
Uma fêmea grávida de P. centralis foi capturada em setembro, no Paraguai (MYERS;
WETZEL, 1983), e, no Brasil, fêmeas lactantes foram observadas em novembro e
dezembro (RAMOS et al., 2013).
Promops centralis foi registrada no pantanal brasileiro (CÁCERES et al., 2008) e
em regiões semiáridas no México (WATKINS et al., 1972). Massoia (1976) registrou um
abrigo com seis indivíduos em folhas de palmeira.
Promops centralis foi classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (SOLARI
et al., 2008). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de
Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase Ameaçadas”
(NT) ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
315
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Promops nasutus (Spix, 1823)
(Foto: Patrício Rocha)
Promops nasutus está distribuída nas Guianas, Suriname, Trinidad e Tobago, leste
da Venezuela e da Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, norte da Argentina e
Brasil (KOOPMAN, 1993; SIMMONS, 2005), onde já foi citada para os seguintes estados:
Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul,
Pará, Piauí, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (TAVARES et al.,
2008a; CÁCERES et al., 2008; RAMOS; REIS et al., 2013a; NOVAES; LAURINDO, 2014).
Entre os caracteres úteis para descrever e identificar a espécie, destacam-se
a pelagem de coloração castanho, sendo a base dos pelos de coloração pálida e o
ventre mais claro que o dorso, o trago pequeno e com a ponta arredondada, a quilha
membranosa que se estende da região superior das narinas até a linha média entre
as orelhas, o lábio superior com rugas que não chegam a formar grandes dobras ou
pregas e com franja de pelos longos, o calcâneo mais desenvolvido, quando comparado
aos de outros molossídeos, o crânio globoso e rostro curto e as fossas basiesfenóides
rasas (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002).
Promops nasutus é semelhante, porém menor, que P. centralis. O comprimento
cabeça-corpo varia entre 71 e 74mm; da cauda, entre 47 e 59mm; do antebraço, entre
45 e 51,8mm; o comprimento total do crânio, entre 15,6 e 19,4mm; a largura zigomática,
entre 10,4 e 11,2mm; a largura mastoidea, entre 8,8 e 10,6mm; e a massa corporal,
entre 12,3 e 22g (BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002; EGER, 2008).
A fórmula dentária é: i 1/2, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 30 dentes.
316
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Pouco se sabe sobre a reprodução e dieta dessa espécie, em geral e no Brasil.
Freeman (1981) sugere que a espécie se alimente de insetos macios, devido ao
formato do crânio e mandíbula pouco robusta. Algumas fêmeas grávidas foram
capturadas em outubro e novembro, na Argentina (BARQUEZ et al., 1999). Em julho
e agosto, no Paraguai, indivíduos não estavam reprodutivamente ativos (MYERS;
WETZEL, 1983).
A espécie ocorre em diversos tipos de habitat no Brasil, entre florestas perenes
e semidecíduas, Cerrado, Caatinga, Pantanal, campos abertos, entre outros, além
de centros urbanos (SAZIMA; UIEDA, 1977; CÁCERES et al., 2008; NOVAES et al.,
2014b). Indivíduos se abrigam em ocos de árvores, fendas em rochas e edificações,
telhados e sótãos e apresentam fidelidade ao abrigo (SILVA, 1975; PACHECO et
al., 2010).
Promops nasutus foi classificada como “Pouco Preocupante” pela IUCN (BARQUEZ;
DÍAZ, 2008o). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de
Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas “Quase Ameaçadas”
(NT) ou “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
Gênero Tadarida Rafinesque, 1814
Tadarida é um gênero não monofilético de ampla distribuição por todo o mundo,
com diversos subgêneros descritos (p. ex., Austronomus, Rhizomops) e oito espécies
ocorrendo em todos os continentes, incluindo as pequenas ilhas da Oceania (LEGENDRE,
1984; NOWAK, 1999; EGER, 2008; GREGORIN; CIRRANELLO, 2015). Apenas uma espécie,
T. brasiliensis, ocorre no Brasil (NOGUEIRA et al., 2014a). Alguns autores já consideraram
também Mormopterus, Chaerephon, Mops e Nyctinomops como subgêneros (CORBET;
HILL, 1991; LEGENDRE, 1984; MEESTER et al., 1986; JONES-JR et al., 1988), porém
não há um consenso, e a maioria aceita todos esses taxa como gêneros distintos
(FREEMAN, 1981; KOOPMAN, 1984, 1993; BARQUEZ et al., 1999; NOWAK, 1999; EGER,
2008; GREGORIN; CIRRANELLO, 2015).
Alguns caracteres importantes para descrever e reconhecer Tadarida são os
lábios superiores fortemente enrugados e a emarginação palatal curta e larga, além
da presença de três incisivos em cada ramo da mandíbula.
317
Famí lia Molossidae ‖ Subfamí lia Molossinae
Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
A distribuição geográfica de T. brasiliensis é ampla ao longo das Américas,
abrangendo o México e toda a porção sul, sudoeste e sudeste dos Estados Unidos; na
América Central, ocorre em toda a parte continental e insular, inclusive nas pequenas
Antilhas; e na América do Sul, ao noroeste da Venezuela, oeste da Colômbia, Equador,
Peru, Bolívia e Paraguai, centro-sul do Chile e da Argentina e sul e sudeste do Brasil,
sendo a província de Santa Cruz, na Argentina, o ponto mais meridional da distribuição
(WILKINS, 1989; KOOPMAN, 1993; SIMMONS, 2005). No Brasil, a espécie é mais comum
nas regiões Sul e Sudeste e há registros para os estados de Minas Gerais, Paraná, Rio
de Janeiro, Roraima, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (TAVARES et al.,
2008a). Há nove subespécies reconhecidas (HALL, 1981; WILKINS, 1989).
Tadarida brasiliensis caracteriza-se por sua pelagem de coloração uniforme
castanho-escura a acinzentada, os pelos negros e rígidos espalhados pela face, o lábio
superior com pregas bem demarcadas, as orelhas grandes, arredondadas, separadas
entre si, sobre a cabeça e que alcançam um pouco além do focinho quando projetadas
anteriormente, e as membranas das asas cobertas por curta pelagem. Além disto, o
palato de T. brasiliensis é profundamente abaulado e os incisivos inferiores, diminutos.
A segunda falange do dígito IV mede cerca de 2/3 do comprimento da primeira. Uma
glândula gular está presente em ambos os sexos, mas é aparente somente nos machos
sexualmente ativos (WILKINS, 1989; BARQUEZ et al., 1999; GREGORIN; TADDEI, 2002)
318
História Natural dos Morcegos Brasileiros
O comprimento cabeça-corpo varia de 52 a 62mm; o da cauda, de 29 a 44mm; o
do antebraço, de 38,2 a 45,8mm; o da primeira falange do dígito IV, de 12 a 15mm; o
da segunda falange do dígito IV, de 7,5 a 9,5mm; o comprimento total do crânio, de
16 a 17,6mm; e massa corporal, de 8 a 14,7g (WILKINS, 1989; BARQUEZ et al., 1999;
GREGORIN; TADDEI, 2002). Lowery-Jr (1974) detectou a ocorrência de dimorfismo
sexual quanto às dimensões cranianas.
A fórmula dentária é: i 1/3, c 1/1, p 2/2, m 3/3 = 32 dentes.
Ross (1961) encontrou que cerca de 90% da dieta de T. brasiliensis consistia em
mariposas (Lepidoptera, Gelechiidae). Mcwilliams (2005) analisou mais de 1300 amostras
fecais de T. brasiliensis mexicana, na caverna de Carlsbad, nos EUA, e encontrou restos
de insetos correspondendo a 11 ordens e 38 famílias de insetos, e de duas ordens
de Arachnida, sendo a maior parte da dieta constituída de Lepidoptera e Coleoptera,
tanto em volume quanto em frequência.
Poucos dados estão disponíveis sobre a reprodução da espécie no Brasil.
Aparentemente, T. brasiliensis apresenta monoestria, e os machos tornam-se
reprodutivamente ativos em torno dos dois anos de idade, ao passo que as fêmeas,
aos nove meses (SHERMAN, 1937). Os nascimentos se restringem ao final da primavera
e verão, e grandes colônias-maternidade são formadas com os neonatos (GLASS, 1958;
MARQUES; FABIÁN, 1994).
A espécie ocorre em diversos tipos de habitat, e pode ocupar áreas de até 3.000m
de altitude (WILLIAMS et al., 1973; WILKINS, 1989). Colônias são formadas geralmente
com muitos indivíduos, os quais usam como abrigo grandes fendas, forros de edificações,
pontes, bueiros e cavernas, onde se agrupam aos milhares (KUNZ, 1982). Migrações de
até 1.840km foram registradas por Glass (1982), e um indivíduo percorreu em torno
de 1.280km em 69 dias, segundo Villa-R e Cockrum (1962). Esses mesmos autores
documentaram que a distância máxima percorrida em um dia possa chegar a 32km.
Grupos de morcegos desta espécie podem cobrir áreas de até 400km2 e mover-se a
velocidades de até 40km/h (WILLIAMS et al., 1973). O forrageamento ocorre, em geral,
de 6 a 15m de altura do solo (WILKINS, 1989).
Tadarida brasiliensis foi diagnosticada como positiva para o vírus da raiva (SODRÉ
et al., 2010).
Tadarida brasiliensis encontra-se classificada como “Pouco Preocupante” pela
IUCN (BARQUEZ et al., 2008t). Não consta na Lista Nacional Oficial de Espécies da
Fauna Ameaçadas de Extinção (BRASIL, 2014) nem na Lista das Espécies consideradas
“Quase Ameaçadas” (NT) ou como “Deficientes em Dados” (ICMBIO, 2014).
319
Família Vespertilionidae
Gray, 1821
Gledson Vigiano Bianconi
Wagner André Pedro
320
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Vespertilionidae Gray, 1821 é a família com maior diversidade e distribuição
geográfica entre os Chiroptera, incluindo, atualmente, 48 gêneros e 408 espécies nas
regiões tropicais e temperadas do globo (NOWAK, 1999; SIMMONS, 2005). Simmons
(2005) reconheceu seis subfamílias para essa família (Vespertilioninae, Antrozoinae,
Myotinae, Miniopterinae, Murininae e Kerivoulinae), mas apenas Vespertilioninae (tribos
Eptesicini, Lasiurini, Nycticeiini e Vespertilionini) e Myotinae possuem representantes no
Brasil. Dados corológicos* disponíveis para o país indicam uma riqueza de 28 espécies
pertencentes a cinco gêneros (Eptesicus, Lasiurus, Rhogeessa, Histiotus e Myotis), a
maioria com ampla distribuição (PERACCHI et al., 2006; NOGUEIRA et al., 2014a).
Caracterizam-se por olhos pequenos e ausência de folha nasal ou qualquer outro
ornamento facial (EISENBERG; REDFORD, 1999). As orelhas variam bastante de forma
e tamanho, sendo um bom parâmetro para a separação dos gêneros. A cauda, bem
desenvolvida, é contida no uropatágio, raramente ultrapassando sua borda distal em
uma vértebra, formando um “V” bem definido (GOODWIN; GREENHALL, 1961; VIZOTTO;
TADDEI, 1973). Os dentes incisivos são pequenos e separados medianamente; os
molares apresentam um padrão de cúspides e sulcos em forma de “W” bem definida
(NOWAK, 1994). O sistema dentário varia entre 30 e 38 dentes, e o crânio apresenta
tamanhos e formas diferentes, embora, em alguns, sejam encontrados numerosos
caracteres em comum (ACOSTA Y LARA, 1950).
Todos os vespertilionídeos do Brasil se alimentam de insetos, em geral, capturando-
os em voo (LaVAL; FITCH, 1977; BARCLAY; BRIGHAM, 1991). O período de gestação varia
entre 40 e 90 dias (ou um pouco mais), e as fêmeas dão à luz a um ou, ocasionalmente,
dois a cinco filhotes por evento reprodutivo (WILSON; FINDLEY, 1970; KURTA; LEHR,
1995; NEUWEILER, 2000). No Hemisfério Norte, muitas espécies realizam movimentos
migratórios e hibernação (BARBOUR; DAVIS, 1969), comportamentos que, embora não
comprovados, são sugeridos na América do Sul (ACOSTA Y LARA, 1950; VAN DEUSEN,
1961; SILVA, 1985). Podem ser encontrados sozinhos ou em grupos pequenos ou
extremamente grandes (de centenas a milhares de indivíduos), ocupando toda sorte
de abrigos, como grutas, cavernas, fendas em rochas, árvores (folhagens, ocos e
cascas), folhas secas de palmeiras, barrancos de rios, construções humanas ou outros
locais protegidos (p. ex., PERACCHI, 1968; PATTERSON, 1992; ALMEIDA et al., 2002;
FALCÃO et al., 2003).
321
Subfamília Vespertilioninae
Gray, 1821
Gledson Vigiano Bianconi
Wagner André Pedro
322
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A subfamília Vespertilioninae representa um grupo ecologicamente importante
e diversificado de morcegos insetívoros. Reúne cerca de 239 espécies amplamente
distribuídas, cujos integrantes ocupam 38 gêneros e sete tribos (Eptesicini, Lasiurini,
Nycticeiini, Nyctophilini, Pipistrellini, Plecotini e Vespertilionini) (Simmons, 2005;
FEIJÓ et al., 2015b). No Brasil, é representada por 19 espécies e quatro gêneros,
Eptesicus, Lasiurus, Rhogeessa e Histiotus, pertencentes, respectivamente, às tribos
Eptesicini, Lasiurini, Nycticeiini e Vespertilionini. Estudos baseados em sequências de
genes mitocondriais e nucleares sustentam o monofiletismo para o grupo (Roehers
et al., 2010).
Tribo Eptesicini Volleth & Heller, 1994
Gênero Eptesicus Rafinesque, 1820
Espécie-tipo: Eptesicus melanops Rafinesque, 1820 (= Vespertilio fuscus
Beauvois, 1796) (SIMMONS, 2005). É representado por 23 espécies no mundo
(SIMMONS, 2005), das quais seis são assinaladas para o Brasil: E. andinus J. A.
Allen, 1914, E. brasiliensis (Desmarest, 1819), E. chiriquinus Thomas, 1920, E.
diminutus Osgood, 1915, E. furinalis (d’Orbigny, 1847), e E. taddeii Miranda,
Bernardi & Passos, 2006.
As espécies brasileiras deste gênero são de tamanho pequeno a médio (antebraço
geralmente variando de 30 a 50mm) e de coloração bastante variada (castanho
em diferentes tons, enegrecida ou acinzentada). Diferenciam-se de Myotis pela
ausência de pelos na base do uropatágio, número reduzido de pré-molares (pm 1/2)
e pela menor distância entre o canino e o primeiro molar. Possuem dois incisivos
superiores nos lados dos pré-maxilares, sendo os externos cerca de metade do
tamanho dos internos; a orelha é pouco desenvolvida e a região rostral mostra-
se inflada.
323
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Eptesicus andinus J. A. Allen, 1914
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
Distribui-se pela Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, possivelmente Bolívia e Brasil
(SIMMONS, 2005), onde possui registros para os estados do Mato Grosso (BERNARD
et al., 2011b) e Goiás (DAVIS, 1965; SIMMONS; VOSS, 1998, ambos em referência ao
espécime AMNH 134910). A localidade-tipo é Valle de las Papas, na Colômbia.
A coloração dorsal é castanho-escura, podendo apresentar pelos (ca. 9mm)
com as pontas ligeiramente pálidas; ventralmente, os pelos são bicolores, de bases
escuras e pontas castanho-amareladas. O crânio é menos achatado em visão lateral,
com a crista sagital pouco desenvolvida (SIMMONS; VOSS, 1998). Eptesicus andinus
é uma espécie relativamente grande para o gênero, como comprovam algumas das
medidas apresentadas: antebraço de 37,2 a 44,4mm, comprimento do crânio de 14,1 a
16,1mm, largura zigomática de 9,7 a 10,8mm, largura da caixa craniana de 7,1 a 7,9mm
e comprimento da série de dentes maxilares de 5,5 a 6mm (SIMMONS; VOSS, 1998).
Possui hábito alimentar insetívoro, fazendo a captura de presas em voo (LaVAL;
FITCH, 1977). Os poucos dados sobre reprodução indicam a captura de fêmeas grávidas
no mês de agosto, no Peru (GRAHAM, 1987); não há informações sobre preferência
de hábitat para esta espécie.
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (MOLINARI; AGUIRRE,
2008), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na lista de espécies
ameaçadas do Brasil (ICMBIO, 2014).
324
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Eptesicus brasiliensis (Desmarest, 1819)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
Ocorre do sul do México (Veracruz), ao norte da Argentina, Paraguai, Uruguai e
Trinidad e Tobago (SIMMONS, 2005). Considerando as subespécies reconhecidas por Davis
(1966), a distribuição geográfica no Brasil se dá da seguinte maneira: E. b. brasiliensis
(Desmarest, 1819), com registros para os estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas
Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins (PERACCHI et al., 2011; GREGORIN et al.,
2008b); e as subespécies E. b. melanopterus Jentink, 1904 e E. b. thomasi Davis, 1966,
com registros para a região Norte, nos estados do Amazonas, Amapá, Pará e Roraima
(TAVARES et al., 2008a; BERNARD et al., 2011a). Localidade-tipo: Goiás, no Brasil.
Seus caracteres externos e cranianos são bastante similares aos de E. furinalis,
com quem costuma ser confundida. Possui molares grandes em comparação às outras
espécies do gênero (DAVIS, 1966), bem como uma coloração mais clara em comparação
àquelas de maior tamanho (E. andinus, E. chiriquinus e E. fuscus). Segundo Gonçalves
(2000), os exemplares colecionados no Brasil apresentam uma pelagem dorsal castanho-
escura a castanho-avermelhada. Geralmente, têm os dois terços basais escuros e o
terço apical avermelhado ou amarelado, dando uma impressão mesclada. A coloração
ventral é amarelada a esbranquiçada. Embora alguns autores sugiram pelos dorsais
relativamente curtos (SIMMONS; VOSS, 1998; LIM; ENGSTROM, 2001), espécimes
da região Sul demonstram variações acentuadas nesse caráter (comprimento de 8 a
12mm) (G.V. BIANCONI, obs. pess.), por vezes, corroborando a descrição de Reid (1997)
para a América Central (7 a 9mm). As orelhas são triangulares, o trago geralmente é
curvado para frente, e o lado do focinho, levemente distendido. A pele do rostro é
rosada e as membranas são escuras. Algumas das medidas disponíveis para a espécie
325
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
são: antebraço de 40 a 46,1mm, comprimento do crânio de 16,7 a 18,7mm, largura
zigomática de 11,9 a 12,9mm, largura da caixa craniana de 7,5 a 8,4mm, e comprimento
da série de dentes maxilares de 6 a 6,7mm (DAVIS, 1966; BARQUEZ et al., 1999; G. V.
BIANCONI obs. pess). Segundo Pedro (1998), a média da massa corporal é de 9 gramas.
A dieta destes vespertilionídeos é insetívora, capturando suas presas em voos
rápidos e em alturas variadas. Segundo Reid (1997), podem ser vistos forrageando
ao redor de iluminação artificial, repetindo uma rota circular; sua atividade noturna
começa cerca de meia hora a uma hora após o ocaso. Reis e Peracchi (1987), analisando
amostras fecais de indivíduos capturados na região de Manaus, estado do Amazonas,
observaram fragmentos de coleópteros, restos de lepidópteros e outros insetos não
identificados. Em cativeiro, são receptivos a vários insetos e, quando alimentados
com besouros do gênero Dermestes, descartam os élitros, deixando-os cair inteiros
no chão, e não fragmentados, como seria esperado (GONZÁLEZ, 1989).
As fêmeas podem ter duas gestações ao ano, que duram cerca de três meses, quando
dão à luz um filhote. Gargaglioni et al. (1998) capturaram duas fêmeas grávidas no
mês de outubro, na Estação Ecológica de Jataí (SP); Reis e Peracchi (1987) observaram
dois machos em fase reprodutiva no mês de julho na região de Manaus.
Os artrópodos ectoparasitos de E. brasiliensis no Brasil incluem o carrapato
Argasidae Ornithodoros mimon Kohls, Clifford & Jones, 1969 e os dípteros nicteribiídeos
Basilia carteri Scott, 1936, B. mirandaribeiroi Guimarães, 1938, B. plaumanni Scott,
1940, B. speiseri (Miranda-Ribeiro, 1907) e B. quadrosae Graciolli & Moura, 2005
(GRACIOLLI; MOURA, 2005; GRACIOLLI et al., 2006; GRACIOLLI et al., 2008). Cabe ainda
destacar o registro recente e inédito do Trichobiinae Anatrichobius passosi Graciolli,
2003 sobre E. brasiliensis, o qual pode representar uma baixa especificidade deste
estreblídeo (anteriormente citado apenas sobre morcegos do gênero Myotis), ou uma
ocorrência temporária ou acidental (GRACIOLLI; BIANCONI, 2007).
Para o Brasil, existem informações de captura tanto em florestas primárias como
em capoeiras, na região de Manaus (REIS; PERACCHI, 1987); na Floresta Atlântica,
tem sido capturada no sub-bosque ou borda florestal, algumas vezes sobre riachos.
Bernard (2001b), trabalhando em floresta primária na Amazônia Central, capturou
dois indivíduos em redes instaladas no dossel da floresta (altura entre 17 e 30 m) e
um indivíduo no estrato inferior.
Eptesicus brasiliensis busca abrigo em ocos e sob cascas de árvores, grutas,
cavernas, telhados de residências (SILVA, 1985; ALMEIDA et al., 2002), entre outros
refúgios naturais e artificiais. Reis et al. (2002) relatam a presença de uma colônia
de 14 indivíduos em nicho de ar-condicionado, na periferia da cidade de Londrina,
estado do Paraná. No sul do Brasil, há registros de coabitação com Molossus molossus
e Myotis nigricans (G. V. BIANCONI, obs. pess.).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ et al.,
2008u), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e e não consta na Lista de Espécies
Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
326
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Eptesicus chiriquinus Thomas, 1920
Distribui-se pelos seguintes países: Costa Rica, Panamá, Colômbia, Equador,
Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Brasil (SIMMONS, 2005), com registros
para os estados do Amazonas (SAMPAIO et al., 2003), Pará (BERNARD; FENTON,
2002), Bahia (ZORTÉA et al., 2013), Minas Gerais (GREGORIN; LOUREIRO, 2011) e,
provavelmente, Amapá (MARTINS et al., 2011). Localidade-tipo: Boquete, Chiriquí,
no Panamá.
Dorsalmente, apresenta uma pelagem longa (8 a 10mm), de coloração castanho-
escura ou enegrecida; ventralmente, os pelos são bicolores, de base castanho-escura e
ponta mais clara. O crânio é mais achatado em vista lateral, com crista sagital e nucal
bem desenvolvidas; o rostro é pouco proeminente lateralmente (SIMMONS; VOSS,
1998). Eptesicus chiriquinus é considerada uma espécie grande para o gênero, com
antebraço variando de 42,5 a 48,9mm; o comprimento do crânio, de 15,8 a 17,5mm;
largura zigomática, de 10,7 a 12,4mm; largura da caixa craniana, de 7,3 a 8,5mm;
e comprimento da série de dentes maxilares, de 6,1 a 7,1mm – medidas, em geral,
maiores do que E. andinus.
Embora não haja dados sobre a sua dieta, sugere-se o hábito insetívoro.
Há registros de captura desta espécie em hábitat modificado (estrada e clareira)
no Paracou, Guiana Francesa, onde Simmons e Voss (1998) coletaram dois indivíduos
ao nível do solo e quatro em redes instaladas entre 4 e 23 m. No Brasil, foi capturada
em redes instaladas entre 17 e 30m de altura em áreas de floresta primária dos
estados do Pará (n = 3) (KALKO; HANDLEY-JR, 2001; BERNARD, 2001b) e Amazonas
(n = 1) (SAMPAIO et al., 2003), sendo que, neste último, também foi identificada no
sub-bosque florestal (n = 1).
Não há informações sobre a reprodução.
O status de conservação deste vespertilionídeo é de “Baixo Risco de Extinção”
pela IUCN (2015) (MOLINARI et al., 2008b), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/
lc), e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO,
2014).
327
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Eptesicus diminutus Osgood, 1915
(Foto: Isaac P. Lima)
Distribui-se pela Venezuela, Paraguai, Uruguai, norte da Argentina e Brasil
(SIMMONS, 2005), onde ocorre no Distrito Federal e nos estados da Bahia, Espírito
Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, São Paulo e Tocantins (PERACCHI et al., 2006; GREGORIN et al., 2008b;
ZORTÉA; ALHO, 2008; TAVARES et al., 2008a). Localidade-tipo: São Marcello, Rio Preto,
Bahia, no Brasil.
A coloração geral é castanha, com diferentes tonalidades, podendo apresentar o
ventre acinzentado, num padrão que lembra muito o usualmente encontrado em E.
furinalis (VIEIRA, 1942; DAVIS, 1966; BARQUEZ et al., 1999). Alguns exemplares têm os
pelos dorsais de pontas pardas e a porção basal escura, resultando em uma pelagem
castanho-amarelada. A crista sagital é usualmente pouco desenvolvida nesta espécie,
que é a menor entre as representantes brasileiras do gênero. As seguintes medidas,
proporcionalmente pequenas, podem ser observadas: antebraço de 30 a 36,5mm,
comprimento do crânio de 12,9 a 13,8mm, largura zigomática de 8,6 a 9,3mm, largura
da caixa craniana de 6,5 a 7,1mm e comprimento da série de dentes maxilares de
4,6 a 5mm (VIEIRA, 1942; VIZOTTO; TADDEI, 1973; SILVA, 1985; MARES et al., 1996;
BARQUEZ et al., 1999; GONZÁLEZ, 2001). Segundo Pedro (1998), a média da massa
corporal é de 7,32 gramas.
328
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Este vespertilionídeo é classificado como insetívoro aéreo (OJEDA; MARES, 1989).
Uma análise de conteúdo estomacal na Argentina indicou o consumo preferencial de
coleópteros (BARQUEZ et al., 1999), e, no Brasil (Fazenda Monte Alegre, estado do
Paraná), Reis et al. (1999) registraram lepidópteros e dípteros.
Poucas são as informações sobre seus padrões reprodutivos. Há o registro
de fêmeas lactantes no final de janeiro para a Fazenda Monte Alegre (REIS et al.,
1999).
No Brasil, o único ectoparasito encontrado nesta espécie é o díptero nicteribiídeo
Basilia ortizi Machado-Allison, 1963 (GRACIOLLI et al., 2008).
Eptesicus diminutus pode ser capturada tanto em áreas secundárias quanto
primárias, no interior ou na borda de florestas; na bacia do rio Tibagi (PR), é a espécie
mais encontrada do gênero (REIS et al., 2002). Como abrigo, utiliza cascas e ocos de
árvores, bem como construções humanas (GONZÁLEZ, 1989; BARQUEZ et al., 1999;
EISENBERG; REDFORD, 1999). No Uruguai, há relatos de abrigos em Erythrina crista-
galli (L.) Kuntze, e outras árvores nativas (ACOSTA Y LARA, 1951 apud GONZÁLEZ,
1989, p. 26).
Segundo a IUCN (2015) (GONZÁLEZ; BARQUEZ, 2008a), está na lista de espécies
com “Dados Deficientes” e não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de
Extinção (ICMBIO, 2014).
Eptesicus furinalis (d’Orbigny, 1847)
(Foto: Isaac P. Lima)
329
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Distribui-se do México (norte de Jalisco e Tamaulipas) ao norte da Argentina,
Paraguai, Bolívia, Brasil, Guianas e leste do Peru (MIES et al., 1996; SIMMONS, 2005). Em
território brasileiro, há registro para o Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal,
Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, Pernambuco,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins
(SCHNEIDER, 2000; CHEREM et al., 2004; PERACCHI et al., 2006; TAVARES et al., 2008a;
GARDNER, 2008a; GREGORIN et al., 2008b; BERNARD et al., 2011a). Sua localidade-
tipo é Corrientes, na Argentina.
A coloração é castanho-escura no dorso, tendo pelos de base escura e ponta
castanho-amarelada no ventre (em alguns indivíduos, o padrão dorsal se repete no
ventre). Em muitos aspectos, esses morcegos são pequenas réplicas de E. brasiliensis
e, em algumas regiões, como na Bacia Amazônica, são de difícil distinção (DAVIS,
1966). Ademais, indivíduos pequenos de E. furinalis (geralmente machos) podem
também ser confundidos com E. diminutus (ver BARQUEZ et al., 1999). As medidas de
antebraço disponíveis para esta espécie variam de 36,5 a 42,5mm. Outros caracteres
são: presença de pequenos molares, com a série de dentes maxilares variando de
5,3 a 6,3mm, crânio pequeno (maior comprimento entre 14,3 e 16,3mm) com crista
sagital por vezes pouco desenvolvida, porém distinta, largura da caixa craniana de 6,7
a 8mm, largura zigomática de 9,8 a 11,8mm (SIMMONS; VOSS, 1998; BARQUEZ et al.,
1999; G. V. BIANCONI, obs. pess.). Segundo Pedro (1998), a média da massa corporal
é de 9 gramas.
Assim como os demais Eptesicus, tem dieta insetívora, com a captura de presas
em voo (LaVAL; FITCH, 1977). Nada se conhece sobre a composição da sua dieta.
As informações reprodutivas indicam duas gestações ao ano, com duração pouco
superior a dois meses (um ou dois filhotes) (GONZÁLEZ, 2001). Na estação reprodutiva,
em Belize, formam haréns, com o macho abrigando-se à parte do grupo de fêmeas
(McCARTHY, 1980 apud REID, 2009). Segundo esse autor , os nascimentos ocorrem
no final de maio (geralmente dois filhotes), embora algumas fêmeas reproduzam
novamente em julho-agosto, quando têm apenas um filhote. No Paraguai, o primeiro
período corresponderia aos meses de julho e agosto, e o segundo, mais curto, ao
mês de janeiro (MYERS, 1977). Na Argentina, Barquez et al. (1999) registraram estro
pós-parto (fêmeas prenhas amamentando em novembro) e a captura de machos com
escroto aparente nos meses de maio e novembro; Varela et al. (2004) colecionaram
um exemplar jovem no mês de dezembro.
O único ectoparasito citado para E. furinalis no Brasil é o díptero nicteribiídeo
Basilia hughscotti Guimarães, 1946 (GRACIOLLI et al., 2008).
Segundo Reid (1997), esse vespertilionídeo ocorre desde terras baixas até
1.800m, mas geralmente, abaixo de 500m. Um grupo excepcionalmente grande,
contendo aproximadamente cem mil indivíduos, foi encontrado abrigando-se numa
330
História Natural dos Morcegos Brasileiros
caverna mexicana (VILLA-R, 1966). Mares et al. (1995) registraram E. furinalis
para diferentes ambientes na Argentina; González (2001) sugere que seja comum
em áreas rurais e menos frequente em zonas urbanas e suburbanas do Uruguai.
No Paracou (Guiana Francesa), foram realizadas capturas (n = 23) tanto em redes
baixas como elevadas (entre 5 e 20m), instaladas em clareiras artificiais e estradas
de terra; apenas um indivíduo foi capturado entre 34 e 37m, na floresta primária
(SIMMONS; VOSS, 1998).
Seus registros para o Brasil são para florestas primárias e secundárias, nas bordas da
vegetação (p. ex., REIS et al., 1993b; PERACCHI et al., 2005) e em edificações humanas,
como verificado na Chapada do Araripe, estado do Ceará (MARES et al., 1981). Tem sido
observada com relativa frequência em áreas urbanas de vários municípios brasileiros,
como em São Paulo (SP) (SODRÉ; ROSA, 2006), Boa Vista (RR) (CAPAVERDE-JR et al.,
2014), Londrina (PR) e Florianópolis (SC) (PACHECO et al., 2008a). Outros abrigos citados
na literatura incluem cavernas, ocos e cascas de árvores (p. ex.: eucalipto) (VILLA-R,
1966; BARQUEZ; OJEDA, 1992; GONZÁLEZ, 2001).
A espécie é citada como presa da coruja Asio stygius (Wagler, 1832) no Cerrado
brasileiro (MOTTA-JÚNIOR; TADDEI, 1992) e possui diagnóstico positivo para a raiva
no país (CUNHA et al., 2006).
Seu status de conservação é de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015)
(BARQUEZ et al., 2008v), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na
Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Eptesicus taddeii Miranda, Bernardi & Passos, 2006
(Foto: Isaac P. Lima)
331
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
A espécie foi recentemente descrita e é conhecida apenas por sua série-tipo (n =
24), com os exemplares oriundos dos estados brasileiros de São Paulo, Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul (MIRANDA et al., 2006a; MIRANDA et al., 2010). Localidade-
tipo: Fazenda Monjolo, distrito de São Luiz do Purunã, município de Balsa Nova, estado
do Paraná, no Brasil. Este vespertilionídeo tem E. brasiliensis como o seu congênere
mais similar; no entanto, é notável também sua semelhança externa e craniana com
E. chiriquinus e E. fuscus (ver descrições anteriores, bem como TATE, 1943; DAVIS,
1966; KURTA e BAKER, 1990; e SIMMONS e VOSS, 1998). Contudo, as comparações
(caracteres externos e craniodentários) efetuadas por Miranda et al. (2006a) entre o
seu conjunto de exemplares e as demais séries representantes do gênero não foram
ajustadas à escala de variação conhecida (ou descrita) para outros grandes Eptesicus. A
ausência da análise dessas espécies (E. chiriquinus, E. fuscus), bem como dos holótipos
de formas envolvidas, reforçam a necessidade de revisões adicionais para que o status
deste táxon seja inequivocamente estabelecido (BIANCONI et al., 2011).
Com base em Miranda et al. (2006a), as seguintes características podem ser
destacadas para os exemplares: tamanho médio com focinho mais inflado e orelhas mais
redondas que E. brasiliensis; coloração variando do castanho-avermelhado ao vermelho;
pelos dorsais bicolores (dois terços basais castanhos e as pontas avermelhadas), com
cerca de 7mm de comprimento; região ventral mais pálida; as partes desprovidas de
pelos no rostro, orelhas e membranas são negras. Algumas medidas da série-tipo:
comprimento do antebraço de 44,1 a 48,7mm, largura zigomática de 11,7 a 12,9mm,
largura da caixa craniana de 7,7 a 8,5mm, maior comprimento do crânio de 17,3 a
18,4mm, comprimento da série de dentes maxilares de 6,4 a 7,1mm.
Não há informações sobre sua biologia, incluindo dados reprodutivos. Assim como
seus congêneres, deve incluir uma grande variedade de insetos em sua dieta.
Os exemplares citados por Miranda et al. (2006a) foram capturados com uso de
redes de neblina em horários variados na noite, em áreas de floresta primária e em
regeneração, bem como suas bordas. Outras espécies do gênero, registradas para a
localidade-tipo, foram E. brasiliensis e E. furinalis.
O status de conservação deste vespertilionídeo não tem sido avaliado pela IUCN
(2015); no Brasil, é considerado ameaçado de extinção, na categoria “Vulnerável”
(portaria número MMA444/2014, ICMBio 2008).
Tribo Vespertilionini Gray, 1821
Gênero Histiotus Gervais, 1856
Espécie-tipo: Plecotus velatus I. Geoffroy, 1824. Este gênero é exclusivo da
América do Sul, representado por oito espécies, quatro delas com registro no Brasil:
Histiotus alienus Thomas, 1916, Histiotus diaphanopterus Feijó, Rocha & Althoff,
332
História Natural dos Morcegos Brasileiros
2015, H. montanus (Philippi & Landbeck, 1861) e H. velatus (I. Geoffroy, 1824) (POL
et al., 1998; SIMMONS, 2005; FEIJÓ et al., 2015b). Embora H. laephotis Thomas,
1916 seja citada para o Sul do Brasil (MIRANDA et al., 2007), optou-se por não
considerá-la devido ao fato de a análise dos autores abarcar um único espécime e,
também, devido à carência de estudos sobre o status específico e da distribuição
corrente do gênero.
As diferenças de morfometria, crânio e dentição são bastante discretas entre as
espécies de Histiotus. Alguns dos caracteres utilizados em sua identificação são os
padrões de coloração e a forma e a variação no tamanho das orelhas, compridas e
largas (marcantes no gênero). A pelagem é castanha em diferentes intensidades, por
vezes com tons difusos de cinza. No crânio, chama a atenção o grande diâmetro das
bulas timpânicas, consideravelmente maiores do que o espaço entre elas. O gênero
apresenta a mesma fórmula dentária de Eptesicus, porém os incisivos superiores
externos são muito reduzidos e dispostos lateralmente aos superiores internos
(KOOPMAN, 1994).
Histiotus alienus Thomas, 1916
Distribui-se pelo Uruguai e sul do Brasil, onde é citada apenas para o estado de
Santa Catarina (CHEREM et al., 2004; SIMMONS, 2005). González (2006) recentemente
questionou a sua ocorrência para o Uruguai, após revisar o provável exemplar
testemunho (depositado no Field Museum) e identificá-lo como Histiotus montanus.
Localidade-tipo: Joinville, Santa Catarina, no Brasil.
Possui coloração geral castanho-escura, com orelhas e membranas intensamente
acinzentadas. O formato das orelhas é aproximadamente oval (altura de 29mm;
largura de 20mm), com ligação membranosa sobre a fronte pouco perceptível (altura
da ligação ca . 2mm) (THOMAS, 1916). As medidas observadas para o holótipo são:
comprimento do antebraço de 45mm, comprimento do crânio de 18,3mm, largura
do zigomático de 11,4mm, largura interorbital de 6,5mm, e comprimento da série de
dentes maxilares de 6,4mm (THOMAS, 1916).
Não constam informações sobre reprodução e preferências de alimento e hábitats
para esta espécie. Com base no que se conhece para o gênero, sugere-se uma dieta
insetívora com a captura de presas em voo.
Ocupa a lista de espécies com “Dados Deficientes” da IUCN (2015) (GONZÁLEZ;
BARQUEZ, 2008b) e do ICMBio (2014).
333
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
*Nota sobre Histiotus laephotis Thomas, 1916
A localidade-tipo é Caiza, Tarija, Bolívia. A distribuição geográfica conhecida se dá ao
longo do flanco leste dos Andes, incluindo o Norte da Argentina, o Centro-sul da Bolívia
e o Sul do Peru (SIMMONS, 2005; HANDLEY-JR; GARDNER, 2008). Já foi considerada
uma subespécie de H. montanus por ANDERSON (1997), e como uma subespécie de H.
macrotis - sinônimo de H. macrotus (POEPPIG, 1835) - por Koopman (1994). Simmons
(2005) afirmou ser, aparentemente, uma espécie distinta de H. montanus, baseado
nos trabalhos de Autino et al. (1999 apud SIMMONS, 2005) e de Barquez e Díaz (2001
apud SIMMONS, 2005). Por outro lado, Handley-jr e Gardner (2008), após revisão
da literatura, mantiveram-na em nível de subespécie, H. m. laephotis. Embora com
registro no Sul do Brasil por Miranda et al. (2007) com base na análise de apenas um
indivíduo coletado em floresta com araucária (Floresta Ombrófila Mista), a definição
do status específico e da distribuição corrente ainda necessita de revisão do gênero,
de acordo com as controvérsias acima mencionadas.
Histiotus diaphanopterus Feijó, Rocha & Althoff, 2015
Esta recém-descrita espécie é conhecida de cinco localidades distribuídas ao longo
da diagonal seca da América do Sul. A localidade-tipo é Boqueirão da Onça, Vila de São
Pedro do Lago, município de Sento Sé, Bahia, Brasil. Os registros até o momento se
restringem ao nordeste brasileiro, nos estados do Ceará, Paraíba, Bahia e Maranhão,
sendo o quinto registro no centro da Bolívia. O comprimento do antebraço varia de
41,8 a 47,2mm, e a massa corporal, de 8 a 11gramas. Os pelos dorsais são macios e
longos (~9mm na parte central dorsal), bicoloridos, com a parte basal castanho-escura,
e a porção distal, castanho-dourada ou amarelada. Os pelos ventrais são longos,
cada um deles com base de coloração castanho-escura e de cor branca na porção
distal. As orelhas são triangulares, translúcidas, bem desenvolvidas (28,8 – 33,1mm)
e conectadas por uma banda (~4mm) na parte superior da cabeça. A primeira falange
do terceiro metacarpo é um pouco maior do que a segunda falange, a primeira falange
do quarto metacarpo é um pouco menor que a segunda falange, e a primeira falange
do quinto metacarpo, maior que a segunda. A cauda mede de 46,6 a 55,3mm, é longa
e ultrapassa um pouco a porção distal do uropatágio. A característica mais marcante
de H. diaphanopterus está nas asas, que são claras e transparentes, dando nome à
espécie. Este vespertilionídeo é encontrado em vegetação de Cerrado e de Caatinga
no Brasil, e no Chaco boliviano. Todas as informações acima foram extraídas de Feijó
et al. (2015b). Devido à sua recente descrição, a espécie ainda não foi avaliada em
relação à ameaça de extinção (IUCN, 2015).
334
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Histiotus montanus (Philippi & Landbeck, 1861)
(Foto: Santiago Carvalho)
A espécie apresenta registros para a Bolívia, onde ocorre em grandes altitudes
(ANDERSON, 1997), norte do Chile, Argentina, Uruguai, Peru, Equador, Colômbia,
Venezuela e sul do Brasil (SIMMONS, 2005), nos estados do Paraná, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul (SILVA, 1985; CHEREM et al., 2004; FABIÁN et al., 2006; MIRANDA
et al., 2006b). Localidade-tipo: Cordillera, Santiago, no Chile.
Em geral, a coloração é bastante similar à de H. macrotus, ou seja, os pelos dorsais
têm base castanho-escura com a ponta amarelada, e os ventrais, base castanho-
escura com a ponta esbranquiçada. Percebe-se, em alguns exemplares, tons mais
claros, geralmente no ventre, conferindo-lhes um padrão acinzentado (ACOSTA Y
LARA, 1950; BARQUEZ et al., 1999). As orelhas são relativamente mais curtas (26 a
28mm) e arredondas do que na espécie precedente, e a ligação membranosa entre elas
pode estar ausente ou pouco perceptível (VIZOTTO; TADDEI, 1973; ANDERSON, 1997;
BARQUEZ et al., 1999). O trago é bem desenvolvido, podendo alcançar até a metade da
altura da orelha. As membranas, a face e as orelhas são escuras ou marrom-claras, em
alguns indivíduos (ACOSTA Y LARA, 1950). Algumas medidas anotadas para a espécie
incluem: antebraço de 42,5 a 49mm, comprimento do crânio de 17 a 18,6mm, largura
da caixa craniana de 8 a 8,5mm, largura do zigomático de 10,7 a 12,2mm, constrição
pós-orbital de 4,1 a 4,6mm, comprimento da série de dentes maxilares de 5,9 a 6,8mm
(ACOSTA Y LARA, 1950; GONZÁLEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
Alimenta-se de insetos e, segundo González (1989), é uma das espécies que
melhor se adapta ao cativeiro, sendo receptiva a pequenos coleópteros, lepidópteros
e ortópteros, entre outras presas vivas.
335
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Estima-se que as fêmeas iniciam a reprodução com cerca de um ano de vida,
gerando um filhote por ciclo (PEARSON; PEARSON, 1989); segundo esses autores, a
implantação do embrião ocorre geralmente na tuba uterina direita. Na Argentina,
grávidas têm sido colecionadas entre agosto e novembro (PEARSON; PEARSON, 1989).
Não há informações reprodutivas para o Brasil.
Embora rara no país, inclui diferentes hábitats ao longo de sua distribuição pela
América do Sul. Geralmente, forma pequenas colônias em frestas de rocha, ocos de
árvores, grutas, cavernas e toda sorte de abrigos artificiais (ACOSTA Y LARA, 1950;
PEARSON; PEARSON, 1989; GONZÁLEZ, 2001; BARQUEZ et al., 1999). No Uruguai, foi
capturada (n = 8) utilizando o mesmo galpão que Tadarida brasiliensis e Myotis ruber.
No estado do Paraná, há registros de coabitação de telhado de residência com Tadarida
brasiliensis e Myotis levis (MIRANDA et al., 2006b). Silva (1985) reporta como hábitat
preferencial para a espécie, no Rio Grande do Sul, cavernas rochosas de regiões serranas.
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (GONZÁLEZ; BARQUEZ,
2008c), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na Lista de Espécies
Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824)
(Foto: Isaac P. Lima)
Distribui-se na Bolívia, Paraguai, noroeste da Argentina e Brasil (SIMMONS, 2005),
onde há registros para o Piauí, Ceará, Mato Grosso, Maranhão, Goiás, Distrito Federal
e todos os estados das regiões Sudeste e Sul (TAVARES et al., 2008a). Localidade-tipo:
“Curitiba, Parana”, no Brasil.
336
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A coloração dorsal varia do castanho-claro ao escuro, incluindo tons grisalhos; o
ventre pode ser castanho-acinzentado, cinza-esbranquiçado ou castanho-escuro. As
orelhas são de formato aproximadamente triangular (altura 28 a 30mm, largura 22 a
25mm), com ligação membranosa sobre a fronte mais desenvolvida do que em H. alienus
(altura da ligação: 3 a 3,5mm) (VIZOTTO; TADDEI, 1973) – nas outras espécies, esse
último caráter é bastante variado. As membranas e as orelhas são escuras, geralmente
marrons. O crânio é levemente mais estreito do que em seus congêneres (padrão
verificado na análise da região pós-orbital e palatal) (ver THOMAS, 1916; ANDERSON,
1997). Seguem algumas medidas anotadas: antebraço de 42 a 50mm, comprimento do
crânio de 14,5 a 18mm, largura da caixa craniana de 8,1 a 9,3mm, largura do zigomático
de 11 a 11,5mm, constrição pós-orbital de 3,8 a 4mm, comprimento da série de dentes
maxilares de 6,5 a 7mm (VEIRA, 1942; SILVA, 1985; G. V. BIANCONI, obs. pess.).
Histiotus velatus é insetívoro e captura suas presas em voo. A análise de amostras
fecais obtidas no Parque Estadual da Cantareira, em São Paulo, indicou o consumo de
lepidópteros, himenópteros e aranhas Pholcidae e Araneoidea (NORA; CHAVES, 2006).
Dados biológicos levantados para alguns exemplares no estado do Rio de Janeiro
apontam setembro como o mês de início do período reprodutivo (PERACCHI, 1968).
Embora a composição sexual não tenha sido anotada durante o evento reprodutivo,
foi comum nas colônias uma maior proporção de fêmeas. Em um dos abrigos, foram
capturadas quatro fêmeas e seis filhotes. Segundo Peracchi (1968), os mais jovens,
agarrados às mães (ca. 10 dias de vida), tinham coloração rósea, com raros pelos
esparsos, asas escuras e orelhas relativamente pequenas; os filhotes mais velhos
(25 a 30 dias) tinham orelhas mais desenvolvidas, pele ventral acinzentada e dorsal
enegrecida, recoberta por pelos curtos e densos.
Seus ectoparasitos no Brasil incluem os ácaros Mesostigmata (Macronyssidae)
Chiroptonyssus haematophagus (Fonseca, 1935) e Steatonyssus sp., o carrapato
(Argasidae) Ornithodoros talage Guérin-Méneville, 1949, os dípteros nicteribiídeos
Basilia andersoni Peterson & Maa, 1970 e B. plaumanni Scott, 1940, o estreblídeo
(Trichobiinae) Megistopoda aranea (Coquillett, 1899) e a pulga (Tungidae) Hectopsylla
pulex (Haller, 1880) (GRACIOLLI et al., 2008).
Parece capaz de se adaptar com sucesso às mais variadas estruturas feitas pelo
homem – seu registro em áreas urbanas no Brasil não é raro (p. ex., PERINI et al., 2003;
ROSA et al., 2006; SODRÉ; ROSA, 2006). Histiotus velatus, juntamente com Myotis
nigricans, são os morcegos sinantrópicos mais comuns no Rio Grande do Sul, habitando
preferencialmente telhados, caixas de persianas, nichos de ar-condicionado ou vãos
entre edifícios (PACHECO; MARQUES, 2006). As colônias têm tamanho variado, como
comprovam as observações feitas em telhados de residências no Rio Grande do Sul (1
a 40 indivíduos), Paraná (10 a 65 indivíduos), Rio de Janeiro (12 a 50 indivíduos) e Minas
Gerais (6 a 12 indivíduos) (PERACCHI, 1968; REIS et al., 1999; MUMFORD; KNUDSON, 1978
apud PERACCHI et al., 2006, p. 217; PACHECO et al., 2010; G. V. BIANCONI, obs. pess.).
337
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Este vespertilionídeo foi citado como presa da coruja Asio stygius (WAGLER, 1832)
no Cerrado brasileiro (MOTTA-JUNIOR; TADDEI, 1992), e possui diagnóstico positivo
para a raiva (BREDT et al., 1996; UIEDA et al., 1996).
Ocupa a lista de espécies com “Dados Deficientes” da IUCN (2015) (GONZÁLEZ;
BARQUEZ, 2008d) e não consta na lista de espécies ameaçadas do Brasil (ICMBio, 2008).
Tribo Lasiurini Tate, 1942
Gênero Lasiurus Gray, 1831
Espécie-tipo: Vespertilio borealis Müller, 1776. Gênero exclusivo das Américas,
constituído por 17 espécies, sete das quais com registros para o Brasil. Dois subgêneros
são considerados: L. (Lasiurus), representado no país por L. blossevillii ([Lesson,
1826]), Lasiurus castaneus Handley, 1960, L. cinereus (Palisot de Beauvois, 1796), L.
ebenus Fazzolari-Corrêa, 1994 e Lasiurus salinae Thomas, 1902; e L. (Dasypterus),
representado por L. ega (Gervais, 1856) e L. egregius (Peters, 1870) (NOGUEIRA
et al., 2014a). Segundo ressaltado por esses autores , as informações corológicas
sobre o gênero no Brasil são precárias, dificultando traçar a real distribuição das
espécies.
Caracteriza-se pela presença de pelos no uropatágio, que se estendem,
na maioria das espécies, até sua margem distal. A coloração é variada (tons
avermelhados, amarelados, acinzentados ou enegrecidos), sendo, juntamente
com a fórmula dentária e dimensões corpóreas, um bom caráter na identificação
dos subgêneros e espécies. Como características diagnósticas do gênero e que
o separa dos demais no Brasil, estão a forma pontiaguda (cônica) dos incisivos
superiores (único em cada hemimaxila), a reentrância palatal acentuada, e o crânio
curto e abaulado. As orelhas são pequenas e arredondadas. As fêmeas costumam
apresentar quatro mamas, podendo dar à luz cinco filhotes por evento reprodutivo.
Das cinco espécies brasileiras, L. cinereus é a que apresenta o maior antebraço
(geralmente > 50mm).
338
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lasiurus blossevillii ([Lesson, 1826])
(Foto: Isaac P. Lima)
Ocorre em Trinidad e Tobago, Equador (incluindo as Ilhas Galápagos), Bolívia, Chile,
norte da Argentina, Uruguai e Brasil (REID, 1997; SIMMONS, 2005). Em território brasileiro,
há registros para o Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito
Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (MARTINS et al., 2006; TAVARES et al., 2008a;
BERNARD et al., 2011a; PERACCHI et al., 2011). Localidade-tipo: Montevideo, no Uruguai,
mas Buenos Aires, na Argentina, foi sugerida por Allen (ANDERSON, 1997).
Lasiurus blossevillii é similar à L. borealis e, por muito tempo, foi “sinonimizada”
com ela. Estudos genéticos de Baker et al. (1998) e de Morales e Bickham (1995) indicam
que L. borealis limita-se ao centro-oeste dos EUA e Canadá, e nordeste do México.
Todas as outras populações, com exceção das Antilhas (que podem representar uma
outra espécie), estariam incluídas em L. blossevillii (REID, 1997).
O colorido geral é pardo-avermelhado (os machos usualmente têm a coloração mais
brilhante que as fêmeas), com tons difusos de cinza (pelos com pontas esbranquiçadas), o
ventre ligeiramente mais pálido, com tons amarelados (VIZOTTO; TADDEI, 1973; SHUMP-JR;
SHUMP, 1982a) e a face ferrugínea. Pode apresentar manchas claras (castanho-amareladas)
na base do polegar e na altura da porção anterior do carpo (REID, 1997). As orelhas são
curtas e arredondadas e a pele do rostro e das orelhas é rosada. Segundo Fazzolari-Corrêa
(1995), observa-se grande variação na cor da pelagem (longa e densa), sendo as populações
da região Nordeste do Brasil mais avermelhadas, enquanto as populações da região Sul
são tingidas de preto em diferentes intensidades. O uropatágio é densamente piloso em
sua face dorsal, exceto na borda posterior, onde os pelos são mais esparsos (BARQUEZ et
339
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
al., 1993; BARQUEZ et al., 1999). O antebraço varia de 36 a 42mm (VIZOTTO; TADDEI, 1973;
G. V. BIANCONI, obs. pess.). Apresenta crânio curto e largo, com a superfície do rostro
quase alinhada à caixa craniana, que é arredondada. O diâmetro de cada bula timpânica
é aproximadamente igual ao espaço entre elas (SHUMP-JR; SHUMP, 1982a). Possui dois
pré-molares superiores (pm 2/2), sendo o primeiro minúsculo (de difícil visualização e,
ocasionalmente, ausente) em comparação com o segundo. Os incisivos inferiores (i 1/3)
são trífidos e dispostos em linhas um tanto sobrepostas (ACOSTA Y LARA, 1950). Segundo
Pedro (1998), a média da massa corporal é de 13,5 gramas.
A alimentação desta espécie é basicamente insetívora, capturando suas presas em
voos rápidos e em elevadas altitudes (SHUMP-JR; SHUMP, 1982a) – por esse motivo, é
raramente amostrada em redes no sub-bosque. O forrageio começa de uma a duas horas
após o ocaso e, quando em área antropizada, a atividade frequentemente se concentra
próximo a lâmpadas (REID, 1997). As populações dos Estados Unidos incluem, em sua
dieta, dípteros, homópteros, coleópteros, himenópteros e lepidópteros (SHUMP-JR;
SHUMP, 1982a). Reis e Peracchi (1987), em análise do tubo digestivo de um exemplar
colecionado nos arredores de Manaus, encontraram restos de lepidópteros.
Na América do Norte, o período de gestação dura cerca de 90 dias, e as fêmeas
podem dar à luz até cinco filhotes, embora três seja o número usual (SHUMP-JR; SHUMP,
1982a; NEUWEILER, 2000). Segundo Neuweiler (2000), quando há poucos recursos
disponíveis, pode ocorrer a reabsorção do excesso de embriões, assim como relatado
para E. fuscus. Em geral, as fêmeas não carregam os filhotes durante a atividade de
forrageio (DAVIS, 1970), nem os congregam em creches (SHUMP-JR; SHUMP, 1982a).
Os poucos dados reprodutivos disponíveis para América do Sul indicam a captura
de fêmeas lactantes em janeiro e novembro para a Argentina, bem como de jovens
em fevereiro (BARQUEZ et al., 1999). Fêmeas com filhotes também foram encontradas
em novembro e dezembro no Uruguai (GONZÁLEZ, 1989). No Brasil, Reis e Peracchi
(1987) relataram a captura de uma fêmea grávida no mês de outubro nos arredores
de Manaus, estado do Amazonas, e Sipinski e Reis (1995), a de uma fêmea jovem no
mês de agosto na Reserva Volta Velha, estado de Santa Catarina.
Seus ectoparasitos no Brasil incluem os dípteros nicteribiídeos Basilia ferruginea
Miranda-Ribeiro, 1903 e B. speiseri (Miranda-Ribeiro, 1907) (GRACIOLLI et al., 2008).
Lasiurus blossevillii é tida como migratória na América do Norte, mas, para a
região meridional, poucos são os dados disponíveis sobre este comportamento. Acosta
Y Lara (1950) reportam para o Uruguai grandes grupos que aparecem em março e
desaparecem em abril. Silva (1985) se refere à espécie como uma provável migrante
do norte que frequenta o estado do Rio Grande do Sul na primavera e verão.
Este vespertilionídeo, geralmente solitário, costuma ser coletado em locais com
diferentes níveis de alteração nos mais variados ecossistemas brasileiros, não sendo
raros registros até mesmo em áreas urbanas (MARES et al., 1981; MARTORELLI et al.,
1996; GARGAGLIONI et al., 1998; FÉLIX et al., 2001; PEDRO et al., 2001; REIS et al.,
2002; BERNARD; FENTON, 2002; FALCÃO et al., 2003; BIANCONI et al., 2004).
340
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lasiurus blossevillii utiliza uma grande variedade de poleiros, como troncos,
forquilhas e as folhagens mais densas das árvores (incluindo o pinus, onde pode ser
confundida com as pinhas), epífitas, palmeiras, bananeiras, capim denso e edificações
humanas (ACOSTA Y LARA, 1950; SILVA, 1985; GONZÁLEZ, 1989; GARGAGLIONI et al.,
1998; GONZÁLEZ, 2001; MAGER; NELSON, 2001; F.C. STRAUBE, com. pess). Estudos
conduzidos na América do Norte indicam a utilização de abrigos em folhagens (ca.
5m acima do solo), de forma a ter poucos obstáculos ao voo (cf. KUNZ; LUMSDEN,
2003). Ademais, a espécie mostra fidelidade aos locais dentro de uma área geográfica
pequena, mas não demonstra particularidade no uso dos abrigos, utilizando raramente
o mesmo abrigo em dias consecutivos.
A espécie possui diagnóstico positivo para a raiva no Brasil (UIEDA et al., 1996; BREDT
et al., 1996; MARTORELLI et al., 1996) e, assim como E. furinalis, é citada como presa da
coruja Asio stygius (Wagler, 1832) no Cerrado brasileiro (MOTTA-JUNIOR; TADDEI, 1992).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (GONZALES et al.,
2008a), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na Lista de Espécies
Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Lasiurus castaneus Handley, 1960
A localidade-tipo é Tacarcuna Village, Río Pucro, Darién, Panamá. A distribuição
conhecida inclui Panamá e Costa Rica, e também é registrada nas proximidades
de Manaus, estado do Amazonas, Brasil (DINERSTEIN, 1985; SAMPAIO et al., 2003;
GARDNER; HANDLEY-JR., 2008; BERNARD et al., 2011a). Segundo Muñoz (2001 apud
GARDNER; HANDLEY-JR., 2008), sua ocorrência é previsível também na Colômbia.
A face avermelhada, a pelagem ventral enegrecida, as partes superiores com uma
coloração marcadamente castanha e o comprimento do antebraço variando de 41,3 a
45,5mm diferenciam esta espécie das demais do mesmo gênero (SHUMP-JR; SHUMP,
1982a; GARDNER; HANDLEY-JR., 2008). Dos exemplares em coleções, os machos são
menores que as fêmeas, variando de 41,3 a 41,8mm nos exemplares coletados próximos
a Manaus (SAMPAIO et al., 2003).
Quase nada se conhece de sua história natural; não há informações sobre sua
dieta, embora deva incluir uma grande variedade de insetos. As coletas da espécie
no Panamá e Costa Rica ocorreram em redes de neblina instaladas sobre córregos
e recursos hídricos (HANDLEY-JR, 1960; VILLALOBOS-CHAVES; DICK, 2014). Handley-
Jr. (1960), Villalobos-Chaves e Dick (2014) sugerem que essas capturas podem ter
ocorrido pelas seguintes razões, não exclusivas: consumo de água, busca por insetos
que voavam perto ou emergentes do riacho, e trajetória de voo.
Atualmente, ocupa a lista de espécies com “Dados Deficientes” da IUCN (2015)
(PINEDA et al., 2008a) e do ICMBio (2008).
341
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Lasiurus cinereus (Palisot de Beauvois, 1796)
(Foto: Rodrigo Hein)
Espécie de ampla distribuição, incluindo Colômbia e Venezuela, até a região
central de Chile, Bolívia, Uruguai, e Argentina; Havaí (Estados Unidos), Guatemala
e México, ao longo dos Estados Unidos até a Columbia Britânica, sudeste de
Mackenzie, baía de Hudson e sul de Quebec (Canadá); Ilhas Galápagos (Equador)
e Bermudas (SIMMONS, 2005). Há registros de Lasiurus cinereus para a Islândia
(KRZANOWSKI, 1977), com indivíduos chegando pelo ar, e não em barcos; no entanto,
as identificações merecem ser revistas. No Brasil, há registros para os estados de
Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (CHEREM et al., 2004; PERACCHI et al.,
2006; TAVARES et al., 2008a; TAVARES et al., 2010). Localidade-tipo: “Philadelphia,
Pennsylvania”, nos Estados Unidos.
Lasiurus cinereus possui coloração cinza-esbranquiçada que lhe confere um
caráter geral grisalho – efeito causado pelas pontas dos pelos, quase brancas. As
orelhas são pequenas e arredondadas, com pelos amarelos nas margens internas
e na metade de sua superfície externa (BARQUEZ et al., 1999). Observam-se
pelos amarelados também na região gular, na base do polegar e na face dorsal
do plagiopatágio. Ali, estendem-se do metacarpo do quinto dedo até o cotovelo,
na face externa do antebraço. Ventralmente, até a metade basal do uropatágio,
predomina uma pelagem mais amarelada, com tendência ao pardo; os pelos do
abdômen são bicolores, com a base castanho-escura e a ponta clara (GONZÁLEZ,
1989). Dorsalmente, os pelos são pardos-esbranquiçados, com sombras de amarelo
(base escura – ca. 1,5mm, seguida por uma faixa amarela ou creme – ca. 6mm,
342
História Natural dos Morcegos Brasileiros
seguida por uma faixa castanho-escura e ponta branca) (ACOSTA Y LARA, 1950;
BARQUEZ et al., 1999); todo o uropatágio é recoberto de pelos (por vezes, pardos-
avermelhados), que se tornam menos densos em sua borda posterior. É a maior
espécie brasileira do gênero, com um antebraço variando de 50 a 57mm (VIZOTTO;
TADDEI, 1973; LIM; ENGSTROM, 2001). O crânio é semelhante ao de L. blossevillii,
porém maior. Possui dois pré-molares superiores (pm 2/2), sendo o primeiro
minúsculo (proporcionalmente menor do que o de L. blossevillii) e, ocasionalmente,
ausente (SHUMP-JR; SHUMP, 1982b).
Este vespertilionídeo é considerado um insetívoro aéreo e sua dieta é composta
por uma ampla variedade de insetos. Realiza voos rápidos e retilíneos ao longo de
áreas abertas, com chamadas de ecolocalização projetadas de forma a detectar
insetos a longas distâncias (BARCLAY, 1985). Sabe-se que, nos Estados Unidos, possui
uma dieta oportunista, constituída primariamente por lepidópteros, coleópteros
e odonatas (SHUMP-JR; SHUMP, 1982b; BARCLAY, 1985). No Paraguai, a análise do
conteúdo estomacal de um indivíduo revelou a presença de Hymenoptera (Formicidae)
(VARELA et al., 2004).
As fêmeas podem gerar de um a quatro filhotes (em média dois), que nascem com
o corpo recoberto por uma fina pelagem cinza (GONZÁLEZ, 2001; G. V. BIANCONI,
obs. pess.). Os recém-nascidos permanecem com os olhos fechados até o 12º dia,
e as fêmeas não costumam carregá-los durante a atividade de forrageio; voos
intencionais são iniciados com um pouco mais de 30 dias (SHUMP-JR; SHUMP,
1982b). São poucas as informações reprodutivas disponíveis para a América do
Sul, cabendo destacar a captura de indivíduos jovens em dezembro e machos
ativamente reprodutivos em meados de novembro, na Argentina (BARQUEZ et
al., 1999), bem como o registro de uma fêmea com dois filhotes recém-nascidos
(casal) no final de novembro, no município de Foz do Iguaçu, estado do Paraná
(G. V. BIANCONI, obs. pess.).
Esta espécie realiza movimentos migratórios e hibernação no Hemisfério Norte,
mas não há evidências sobre esse comportamento na América do Sul. Para o Brasil,
destaca-se apenas a citação de Silva (1985) para o Rio Grande do Sul, considerando-a
provável migrante do norte e que chega até as regiões do planalto, campos serranos
e depressão central desse estado.
Seus hábitos são bastante similares aos de L. blossevillii, ou seja, em geral, são
solitários – ainda que grupos possam frequentar a mesma árvore (GONZÁLEZ, 2001),
fazendo uso de uma infinidade de abrigos, como copas de palmeiras e bananeiras,
ocos de árvores, troncos com liquens e musgos, ramagens e folhagens secas de
árvores frutíferas (p. ex.: ameixeiras, pessegueiros e macieiras) ou não (p. ex.:
pinus e eucalipto), com os quais se confundem (ACOSTA Y LARA, 1950; SILVA, 1985;
GONZÁLEZ, 1989; PACHECO et al., 2008b). No Brasil, também são capturadoscom
relativa frequência em áreas urbanas, como nas cidades de Foz do Iguaçu, Londrina,
estado do Paraná (BIANCONI et al., 2004) e Belo Horizonte, estado de Minas Gerais
(PERINI et al., 2003).
343
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Assim como L. blossevillii, esta espécie também é citada como presa de Asio
stygius (Wagler, 1832) no Cerrado brasileiro (MOTTA-JUNIOR; TADDEI, 1992); possui
diagnóstico positivo para raiva, no Brasil (CUNHA et al., 2006).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (GONZÁLEZ et al.,
2008), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e citada como “presumivelmente
ameaçada” no estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000). Não consta na Lista
de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Lasiurus ebenus Fazzolari-Corrêa, 1994
A espécie é conhecida apenas por seu holótipo, procedente do Parque Estadual da
Ilha do Cardoso, São Paulo, Brasil (FAZZOLARI-CORRÊA, 1994), embora sua distribuição
deva incluir áreas similares do Sudeste brasileiro.
Lasiurus ebenus difere de seus congêneres brasileiros, sendo quase inteiramente
negro, incluindo a face, as orelhas, os lábios e as membranas – embora essas últimas
apresentem pelos um pouco mais claros no uropatágio e na parte ventral da asa
(FAZZOLARI-CORRÊA, 1994). Segundo Fazzolari-Corrêa (1994), é possível perceber
dorsalmente um padrão tricolor nos pelos, que têm as bases e as pontas pretas, com
uma faixa mediana castanho-escura; ventralmente, possui pelos bicolores, com dois
terços basais marrons e pontas pretas. Outras características da espécie: terço distal
do uropatágio sem pelos; orelhas largas e arredondadas e trago curto e triangular;
rostro curto, crista sagital pouco desenvolvida; primeiro pré-molar superior presente
e segundo pré-molar com raiz dupla. Medidas do holótipo, em machos: antebraço com
45,7mm; tíbia com 21,2mm; calcâneo com 15,3mm; comprimento total de 115mm; maior
comprimento do crânio de 13mm; largura zigomática de 10,3mm; largura interorbital
de 4,6mm; peso de 14 gramas (FAZZOLARI-CORRÊA, 1994).
Não há informações sobre sua dieta, embora deva incluir uma grande variedade
de insetos.
O holótipo foi coletado em junho de 1991, com o uso de rede de neblina instalada
sobre um riacho em área de floresta; apresentava testículos com 3mm de comprimento
e 2mm de largura (FAZZOLARI-CORRÊA, 1994). Sobre este indivíduo, foram coletados
ectoparasitos nicteribiídeos, descritos como Basilia insularis Graciolli, 2003.
Devido à sua área limitada de ocorrência e consequente fragilidade às pressões
antrópicas (ou a eventos estocásticos), este táxon já foi considerado “Vulnerável”
(VU: B1+2c, D2) pela IUCN (2006), na Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção
(MACHADO et al., 2005) e na lista da fauna ameaçada no estado de São Paulo (SÃO
PAULO, 1998). Atualmente, ocupa a lista de espécies com “Dados Deficientes” da
IUCN (2015) (SAMPAIO et al., 2008d2) e não consta na Lista de Espécies Brasileiras
Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
344
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Lasiurus ega (Gervais, 1856)
(Foto: Adriano L. Peracchi)
Ocorre do sul dos Estados Unidos ao sul da Bolívia, Argentina, Paraguai, Uruguai,
Trinidad e Brasil (SIMMONS, 2005), em todos os estados das regiões Centro-Oeste,
Sudeste e Sul, bem como no Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Pará, Paraíba, Pernambuco,
Piauí e Tocantins (MARES et al., 1981; TAVARES et al., 2008a; PERACCHI et al., 2011;
BERNARD et al., 2011a; LEAL; GOMES-SILVA, 2015). Embora alguns autores (p. ex.,
VIEIRA, 1955; VOSS, 1973; VIZOTTO; TADDEI, 1973) diferenciem duas subespécies de
L. ega no Brasil (L. e. ega e L. e. argentinus), não apresentamos aqui suas distribuições,
concordando com Tavares et al. (2008a), que sugerem não haver elementos para
julgar a validade desses táxons. Localidade-tipo: “Ega” (atualmente Tefé), estado do
Amazonas, no Brasil.
Lasiurus ega possui coloração que varia do pardo-amarelado ao fulvo-oliváceo.
A base dos pelos é castanho-escura ou negra, embora nas laterais do corpo (flancos)
e no uropatágio sejam amarelos, desde sua base até a ponta (ACOSTA Y LARA, 1950).
As orelhas, ainda que arredondadas, terminam em uma ponta, enquanto o trago é
comparativamente mais largo do que em L. cinereus (GONZÁLEZ, 1989). Outro detalhe
distinto à L. cinereus são as unhas dos polegares, usualmente menores em L. ega. De
forma geral, as membranas são de um colorido pálido, levemente transparente e,
assim como em outros representantes do gênero, as partes ventrais são recobertas
por pelos. Estes surgem no cotovelo e avançam gradativamente pelo plagiopatágio
externamente ao antebraço, terminando no metacarpo do quinto dedo (dorsalmente,
345
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
nesses locais, nota-se uma pigmentação marrom). O uropatágio é recoberto por pelos
em sua superfície dorsal até a metade ou um terço de sua porção anterior; a partir daí,
os pelos tornam-se bastante esparsos. Pode ser considerada uma espécie relativamente
grande, com um antebraço variando geograficamente de 40,5 a 52mm (VIZOTTO;
TADDEI, 1973; SILVA, 1985; G. V. BIANCONI, obs. pess.). Algum dimorfismo sexual tem
sido relatado para a América do Sul, com fêmeas maiores que os machos, embora as
diferenças não sejam significativas (BARQUEZ et al., 1999). A cabeça é curta e larga,
com a caixa craniana fortemente arredondada; o rostro é inclinado, com a superfície
dorsal quase alinhada à caixa craniana; as bulas timpânicas são bem desenvolvidas,
tendo o diâmetro aproximadamente igual à distância entre elas (KURTA; LEHR, 1995).
Possui apenas um pré-molar superior (pm 1/2); incisivos inferiores trífidos (i 1/3) e
dispostos em uma linha quase perpendicularmente ao sentido das maxilas (ACOSTA Y
LARA, 1950; KURTA; LEHR, 1995). Segundo Pedro (1998), a média da massa corporal
é de 14 gramas.
No que se refere à dieta, um estudo conduzido no México (Yucatan) observou o
consumo frequente de coleópteros, seguidos por outras presas potenciais (GAUMER,
1917 apud KURTA; LEHR, 1995, p. 4). No Paraguai, a análise do conteúdo estomacal
de um indivíduo revelou a presença de Diptera (Brachycera), Lepidoptera (Pyralidae),
Coleoptera (Chrysomelidae) e Heteroptera (Miridae) (VARELA et al., 2004). No Brasil,
o mesmo tipo de análise para um indivíduo procedente do município de Foz do Iguaçu
(PR) indicou a ingestão de lepidópteros e coleópteros (G. V. BIANCONI, obs. pess.).
Reis et al. (2002) encontraram insetos em todas as fezes desta espécie procedentes
da bacia do rio Tibagi, estado do Paraná.
As fêmeas podem gerar de um a quatro filhotes por ciclo reprodutivo (monoestral),
sendo a gestação de 3 a 3,5 meses; o período mínimo de lactação é de dois meses, e
os primeiros voos intencionais dos jovens ocorrem após 30 dias (KURTA; LEHR, 1995).
Myers (1977) observou, no leste do Paraguai, cópulas sem ovulação no mês de maio,
sugerindo que as fêmeas armazenam os espermatozoides viáveis por aproximadamente
três meses. Outras anotações para a América do Sul indicam o nascimento de filhotes
durante a primavera no Uruguai (GONZÁLEZ, 2001), e a captura de três fêmeas grávidas
(dois embriões cada; ca. 20 mm) em novembro, e um recém-nascido no final de janeiro,
na Argentina (BARQUEZ; OJEDA, 1992; BARQUEZ et al., 1999). Adicionalmente, há o
registro, para o Brasil, de uma fêmea grávida em novembro, na Caatinga (Willig,
1985a), e outra, no mesmo mês, em Itaúna do Sul, estado do Paraná (três embriões;
ca. 22 mm) (G. V. BIANCONI, obs. pess.).
Pouco se conhece sobre seus hábitos, mas se sugere que sejam similares aos de L.
blossevillii (GOODWIN; GREENHALL, 1961). A distribuição geográfica é bastante ampla
e inclui os mais variados habitats; no Brasil ocorre em todos os biomas (VIEIRA, 1955;
VOSS, 1973; MARES et al., 1981; MOK et al., 1982; NOGUEIRA et al., 1999; MIRETZKI,
2003; CHEREM et al., 2004). Embora não comprovado, o comportamento migratório
tem sido sugerido para a América do Sul; Van Deusen (1961) registrou um indivíduo
macho voando sobre o Oceano Atlântico e pousando em um navio a cerca de 335 km
346
História Natural dos Morcegos Brasileiros
da terra mais próxima (entre as ilhas Falkland e Buenos Aires, na Argentina), em março
de 1960. Esbérard e Moreira (2006) relataram o caso de um macho adulto pousando
em uma embarcação localizada a 145 km da costa sudeste brasileira, em abril de 2002.
Lasiurus ega é frequentemente observada em meio a folhas secas de palmeiras
e, ao contrário de outras espécies que se agarram utilizando somente as patas, ela
pode se prender às nervuras das folhas valendo-se também das unhas dos polegares
(GONZÁLEZ, 1989). Os registros para a Argentina são tanto de indivíduos sozinhos quanto
em grupos relativamente grandes (> 20) abrigados em folhas de palmeiras, algumas
vezes na zona urbana; há também relatos da ocupação de casas com cobertura de
palha ou palmeira (BARQUEZ et al., 1999). No Uruguai, utiliza as copas de Arecaceae
dos gêneros Washingtonia e Trithrinax (que também ocorrem no Brasil) (GONZÁLEZ,
2001) e os ninhos abandonados do pequeno psitacídeo caturrita Myiopsitta monachus
(Boddaert, 1783) (ACOSTA Y LARA, 1950), amontoados de pequenos gravetos, galhos
secos e espinhosos pendurados em árvores, geralmente acima de um metro (SICK,
1997). Para o Brasil, há relatos de coletas desse morcego em folhas secas e retorcidas
de palmeiras-de-leque no Rio Grande do Sul (SILVA, 1985), na área urbana de Porto
Alegre e no vale do rio Taquari, onde grupos com aproximadamente 12 indivíduos
foram registrados (PACHECO et al., 2008a). A espécie tem sido capturada com relativa
frequência em abrigos naturais ou artificiais em outras cidades, como Lajeado, no Rio
Grande do Sul, Florianópolis, Londrina, Itaúna do Sul, Foz do Iguaçu, São Paulo, entre
outras (SODRÉ; ROSA, 2006; PACHECO et al., 2010; G. V. BIANCONI, obs. pess.). Em
Minas Gerais, foi encontrada coabitando abrigos cársticos com Desmodus rotundus e
formando colônias de quatro a oito indivíduos (ALMEIDA et al., 2002). Neste mesmo
estado, foi relatada a captura de três espécimes ao redor de bananeiras, na Serra da
Canastra (GLASS; ENCARNAÇÃO, 1982). Patterson (1992) relata a captura para o estado
do Pará de três indivíduos em folha de bananeira.
Foi citada como presa de Asio stygius (Wagler, 1832) no Cerrado brasileiro (MOTTA-
JUNIOR; TADDEI, 1992) e possui diagnóstico positivo para a raiva (Uieda et al., 1996;
Cunha et al., 2006).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ et al.,
2008x), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na Lista de Espécies
Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Lasiurus egregius (Peters, 1870)
A espécie ocorre no Panamá, Guiana Francesa e Brasil (SIMMONS, 2005), onde
possui registros para o Amazonas, Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, (VOSS, 1973; CHEREM et al., 2004; SOUZA et al., 2004; LÓPEZ-BAUCELLS
et al., 2014; TAVARES et al., 2008a). Localidade-tipo: “Santa Catarina”, no Brasil.
347
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Sua coloração é avermelhada, com os pelos das partes superiores escuros na
base, amarelados na parte mediana e avermelhados na ponta; nas partes inferiores,
eles são pardos-escuros na base e vermelho brilhante na extremidade (VIEIRA, 1942).
Segundo Vieira (1942), as orelhas são romboidais, mais longas que largas; o trago tem
a margem interna reta e a externa forma um ângulo bem acentuado. As membranas
das asas são escuras, exceto as próximas ao polegar e na base dos metacarpos, quando
atingem um tom mais pálido. Observam-se pelos na base dos polegares e na face
dorsal do plagiopatágio, formando uma faixa estreita que se estende do cotovelo até
o metacarpo do quinto dedo. De forma mais esparsa, eles ocorrem entre as bases do
terceiro e quinto dedos e no propatágio. O uropatágio é dorsalmente revestido por
uma pelagem avermelhada em sua parte anterior, tornando-se menos densa em sua
porção posterior. Lasiurus egregius é relativamente grande, com um comprimento total
de 127mm e antebraço medindo de 48 a 50mm (EMMONS; FERR, 1997; EISENBERG;
REDFORD, 1999; LIM; ENGSTROM, 2001). Assim como a espécie precedente, não possui
os pequenos pré-molares superiores (pm 1/2).
Não há informações sobre os hábitos alimentares e a reprodução desta espécie,
embora, em muitos aspectos, deva ser similar aos seus congêneres.
É um animal com poucos registros para o Brasil. Na descrição da espécie, Peters
(1870) cita como localidade-tipo apenas “Santa Catarina”, não especificando o local
exato da coleta. Este era o único registro disponível para o país até o final da década
de 1960, quando um estudo conduzido no estado do Pará, por Kalko e Handley-Jr
(2001), revelou sua ocorrência também para a Floresta Amazônica. Mais recentemente,
L. egregius foi capturada nos brejos de altitude de Pernambuco (SOUSA et al., 2004).
Tais ampliações na distribuição deixam clara a necessidade de maior cuidado na
identificação dos espécimes colecionados, bem como daqueles obtidos e liberados
em campo. Sugere-se ainda uma revisão sistemática do gênero no Brasil.
Atualmente, ocupa a lista de espécies com “Dados Deficientes” da IUCN (2015)
(SAMPAIO et al., 2008e2) e do ICMBio (2014).
Lasiurus salinae Thomas, 1902
A localidade-tipo é Cruz del Eje, Central Cordova, na Argentina. A distribuição
geográfica inclui o sudeste brasileiro, Uruguai, Argentina e, provavelmente, o Paraguai
(GARDNER; HANDLEY-JR, 2008).
A espécie-tipo foi uma fêmea capturada com quatro filhotes (GARDNER; HANDLEY-
JR., 2008). Tiranti e Torres (1998) encontraram um espécime numa pequena cavidade
em um banco de terra, na fronteira com as salinas, em Salinas Grandes, La Pampa,
Argentina. Este morcego, macho, tinha as seguintes medidas: antebraço com 39mm;
maior comprimento do crânio de 11,65mm; comprimento côndilo-basal de 11,70mm;
348
História Natural dos Morcegos Brasileiros
menor largura interorbital de 4,28mm; largura zigomática de 9,04mm; largura da
caixa craniana de 7,58mm; comprimento da série de dentes superiores de 4,13mm;
comprimento da série de dentes inferiores de 4,42mm; maior comprimento da mandíbula
de 8,44mm.
Lasiurus salinae já foi considerada uma subespécie de L. borealis - L. b. salinae
Thomas, 1902; porém, Mares et al. (1995) distinguiram uma da outra afirmando que
L. salinae tem a coloração mais castanha e escura. Gardner e Handley-Jr (2008), com
base em Barquez et al. (1999), afirmaram que os L. salinae analisados por Mares et
al. (1995) foram identificados de forma equivocada, sendo, na realidade, L. blossevillii
([LESSON, 1826]). No entanto, Gardner e Handley-Jr (2008) mantiveram a identidade
específica de L. salinae afirmando que, aparentemente, há uma vasta ocorrência
simpátrica de indivíduos escuros prontamente distinguíveis de outros mais claros e
avermelhados.
Não há informações sobre sua dieta, embora deva incluir uma grande variedade
de insetos. O status de conservação desta espécie não tem sido avaliado (IUCN, 2015;
ICMBio, 2014).
Tribo Nycticeiini Gervais, 1855
Gênero Rhogeessa H. Allen, 1866
Espécie-tipo: Rhogeessa tumida H. Allen, 1866. O gênero é representado por dez
espécies exclusivas da América Latina, das quais duas ocorrem no Brasil: Rhogeessa
hussoni Genoways & Baker, 1996 e Rhogeessa io Thomas, 1903 (SIMMONS, 2005). Tavares
et al. (2008a) recomendam uma revisão dos exemplares de Rhogeessa colecionados
no país, uma vez que muitos indivíduos do gênero foram primariamente identificados
como R. tumida – espécie hoje considerada restrita à América Central (GENOWAYS;
BAKER, 1996).
Este pequeno vespertilionídeo possui membrana alar nua e espessa, e uropatágio
extenso e quase desprovido de pelos, exceto em sua base (VONHOF, 2000). A coloração
acastanhada contrasta com a base dos pelos, que é mais clara (PERACCHI et al., 2006).
Os machos apresentam uma área glandular (função odorífera) localizada na superfície
dorsal da base da orelha (SCULLY, 1977). O comprimento da cabeça e corpo varia de
37 a 50mm, o antebraço, de 25 a 34mm, e as orelhas em geral são menores que 15mm
(VIZOTTO; TADDEI, 1973; EISENBERG; REDFORD, 1999). A largura de cada bula timpânica
é menor do que o espaço entre elas. Difere de Eptesicus, Histiotus e Myotis por seu
único incisivo superior, que apresenta uma pequena cúspide próxima à extremidade
(i 1/3); os incisivos laterais inferiores são reduzidos (GOODWIN; GREENHALL, 1961;
Koopman, 1994).
349
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Rhogeessa hussoni Genoways & Baker, 1996
(Foto: André Pol)
Ocorre no sul do Suriname e no Brasil (SIMMONS, 2005), onde possui registros para
a Bahia (GENOWAYS; BAKER, 1996; FARIA et al., 2006), Mato Grosso, Pará (AIRES et al.,
2011), Minas Gerais (TAVARES et al., 2010; AIRES et al., 2011), Maranhão (GARDNER,
2008a) e Paraná (TAVARES et al., 2008a). Genoways e Baker (1996) consideram sua
distribuição também para o alto rio Paranaíba, estado do Maranhão, ainda que baseado
num único exemplar (só pele) depositado no Field Museum de Chicago, Estados Unidos.
Há relatos de espécimes para os estados do Mato Grosso (Xavantina) (PINE et al., 1970;
LaVAL, 1973a), Sergipe (Mikalauskas et al., 2011), Paraíba e Pernambuco (SOUZA
et al., 2004). Segundo Tavares et al. (2008a), muitos desses exemplares necessitam
de confirmação, por ocorrerem em áreas intermediárias entre R. hussoni e R. io.
Localidade-tipo: Nickerie District, no Suriname.
Possui coloração castanha com tons difusos de cinza. Os pelos dorsais apresentam
a porção distal mais escura e a base mais clara; a pelagem ventral segue o mesmo
padrão, embora a base dos pelos costume ser mais pálida. A face é triangular, com
o focinho afilado e evidente; os olhos são pequenos e as orelhas são triangulares
e escuras na ponta, com o trago formando uma lâmina longa e estreita (EMMONS;
FEER, 1997). Seus caracteres externos e cranianos são bastante similares aos de R. io,
com quem costuma ser confundido. Os exemplares examinados por Aires et al. (2011)
apresentam uma pelagem dorsal e ventral castanho-dourada, enquanto R. io, tons
mais tênues, que remetem a um amarelo pálido na região ventral. Segundo Aires et
al. (2011), o focinho nesta espécie é mais inflado do que em seu congênere (R. io). As
membranas alares são escuras e, em geral, nuas; dorsalmente, o uropatágio possui
350
História Natural dos Morcegos Brasileiros
pelos esparsos que raramente excedem a altura do joelho. Rhogeessa hussoni é um
pouco maior que seu congênere brasileiro; algumas das medidas observadas para o
holótipo são: comprimento do antebraço de 30,2mm; metacarpo do terceiro dedo
de 29mm; metacarpo do quinto dedo de 28mm; comprimento do crânio de 13,2mm;
largura externa entre os caninos superiores de 3,8mm (GENOWAYS; BAKER, 1996).
Pouco se conhece sobre sua biologia, incluindo dados reprodutivos. Sugere-se,
a exemplo de outros representantes do gênero, hábitos insetívoros com a captura
de presas aéreas, provavelmente utilizando rotas de voo bem estabelecidas (ver
GOODWIN; GREENHALL, 1961; BARCLAY; BRIGHAM, 1991).
Embora raramente capturada (REIS et al., 2002), parece estar associada a uma
grande variedade de ecossistemas em diferentes biomas brasileiros.
Citada como Rhogeessa tumida, está inserida na categoria “Dados Insuficientes” no
estado do Paraná (MARGARIDO; BRAGA, 2004). Atualmente, ocupa a lista de espécies
com “Dados Deficientes” da IUCN (2015) (SAMPAIO et al., 2008f2) e e não consta na
Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Rhogeessa io Thomas, 1903
Distribui-se desde a região central e sul da Nicarágua até o norte da Colômbia
e oeste do Equador, Venezuela, Trinidad e Tobago, Guiana e Brasil, onde possui
registros para a Bacia Amazônica (PINE et al., 1970; SIMMONS, 2005; TAVARES et al.,
2008a). Aires et al. (2011) examinaram um espécime de Rhogeessa proveniente de
Orocó, Pernambuco, sugerindo pertencer à R. io devido aos seus caracteres externos
e cranianos; no entanto, devido à similaridade da espécie com R. hussoni, outras
abordagens elucidativas são cabíveis, incluindo estudos genéticos. Localidade-tipo:
Valencia, no estado de Carabobo, Venezuela.
De forma geral, R. io possui coloração castanho-amarelada ou ferrugínea com
tons difusos de cinza. Dorsalmente, a base dos pelos é amarelo-pálida tendendo a
cinza, e a porção distal varia do marrom-cinzento a acastanhado, semelhante à cor
da canela em pó. No ventre, predominam os tons mais brilhantes, ainda que a base
dos pelos seja pálida. Assemelha-se à espécie precedente no que diz respeito à face
triangular, aos olhos pequenos, ao rostro afilado e evidente, às orelhas triangulares
(quase inteiramente negras) e ao trago longo e laminiforme. As membranas são escuras
e desprovidas de pelos, exceto em uma pequena porção do uropatágio, onde estes
se distribuem de forma esparsa até a altura do joelho. É menor do que R. hussoni
em várias medidas, como o comprimento do antebraço (< 30mm), do metacarpo do
terceiro dedo (26,2 a 28,4mm), do metacarpo do quinto dedo (26,3 a 27,8mm), do
comprimento do crânio (11,7 a 12,6mm) e da largura externa entre os caninos superiores
(3,4 a 3,6mm) (HERSHKOVITZ, 1949; GENWAYS; BAKER, 1996; LIM; ENGSTROM, 2001).
351
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Vesper tilioninae
Ainda que suas preferências alimentares sejam desconhecidas, sabe-se que é
insetívora aérea e, supostamente, estabelece rotas de caça (GOODWIN; GREENHALL,
1961; BARCLAY; BRIGHAM, 1991). Segundo Emmons e Feer (1997), inicia sua atividade
de forrageio ao anoitecer, saindo do abrigo em voos rápidos.
As poucas informações reprodutivas indicam a geração de dois filhotes por ciclo
(GOODWIN; GREENHALL, 1961). Na Nicarágua, foram capturadas fêmeas grávidas no
início de março e uma lactante em meados de julho (JONES-JR et al., 1971; LaVAL,
1973a).
Há relatos de abrigos em folhas de palmeiras, casas com telhado de palha, tábuas
justapostas e, principalmente, árvores ocas, podendo formar colônias relativamente
grandes (GOODWIN; GREENHALL, 1961; EMMONS; FEER, 1997; EISENBERG; REDFORD,
1999). Na Nicarágua, exemplares deste gênero (citados como R. tumida) foram
observados numa torre de igreja juntos com Molossus bondae, M. sinaloae, Eptesicus
furinalis, Glossophaga sp., Myotis nigricans e Noctilio albiventris (BURNETT et al., 2001).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (SORIANO; TAVARES,
2008), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e ocupa a lista de espécies com
“Dados Deficientes” do ICMBio (2008).
352
Subfamília Myotinae
Tate, 1943
Gledson Vigiano Bianconi
Wagner André Pedro
353
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
A subfamília Myotinae representa aproximadamente 1/4 de todas as espécies da
família Vespertilionidae. São cerca de 105 espécies distribuídas em apenas três gêneros,
Cistugo, Lasionycteris e Myotis, este último somando quase a totalidade delas: 103
(Simmons, 2005). Para o Brasil, Myotinae é representada apenas pelo gênero Myotis,
sendo nove as espécies atualmente reconhecidas para o país. Inicialmente incluída
como uma tribo de Vespertilioninae, Myotinae foi elevada ao nível de subfamília por
Simmons (1998) (ver Volleth; Heller, 1994). Estudos baseados em sequências de
genes mitocondriais sugerem que o grupo pode não ser monofilético (Hoofer; VAN
DEN Bussche 2001; L ack et al., 2010).
Gênero Myotis Kaup, 1829
Espécie-tipo: Vespertilio myotis Borkhausen, 1797. Inclui 103 espécies no mundo,
das quais 38 ocorrem nas Américas (SIMMONS, 2005). Myotis é o gênero com a
mais ampla distribuição geográfica entre os morcegos e, provavelmente, entre os
mamíferos terrestres (excetuando-se o homem) (NOWAK, 1999). No Brasil, são nove
as espécies conhecidas: M. albescens (É. Geoffroy, 1806), M. dinellii Thomas, 1902,
M. izecksohni Moratelli, Peracchi, Dias & Oliveira, 2011, Myotis lavali Moratelli,
Peracchi, Dias & Oliveira, 2011, M. levis (I. Geoffroy, 1824), M. nigricans (Schinz,
1821), M. riparius Handley, 1960, M. ruber (É. Geoffroy, 1806), e M. simus Thomas,
1901.
Há de se destacar que a correta caracterização corológica desses táxons, com
a definição de seus padrões de distribuição, é comprometida por dois motivos
principais. O primeiro deve-se à seletividade do método de amostragem utilizado
na maioria dos estudos, as redes de neblina – não adequadas à captura de muitas
espécies de vespertilionídeos. O segundo relaciona-se à atual situação sistemática e
taxonômica das espécies sul-americanas de Myotis, que não assegura confiabilidade
às identificações vinculadas em vários estudos realizados no Brasil. LaVal (1973b),
em sua clássica revisão das espécies neotropicais do gênero (única até o momento),
salienta que muitos exemplares dessa região têm sido mal identificados, usualmente
como M. nigricans.
Seus representantes são pequenos e de pelagem moderadamente curta, lanosa ou
sedosa. A coloração varia bastante entre as espécies brasileiras, podendo apresentar tons
acinzentados, enegrecidos, pardos-avermelhados, castanhos, entre outras variações.
Possuem um uropatágio largo e comprido com pelos em sua base dorsal, o antebraço
varia de 31 a 41,1mm de comprimento, e o peso costuma não ultrapassar 8 gramas.
Eventualmente, podem ser confundidos com Eptesicus spp., porém diferem destes e
de outros vespertilionídeos brasileiros por apresentar três pré-molares, inferiores e
superiores.
354
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Myotis albescens É. Geoffroy, 1806
(Foto: Isaac P. Lima)
Ocorre no sul do México, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Colômbia,
Venezuela, Guiana, Suriname, Equador, Peru, Bolívia, Brasil, Uruguai, Paraguai e norte da
Argentina (SIMMONS, 2005). No Brasil, há registros para os estados do Acre, Amazonas,
Amapá, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia,
Roraima, Rio Grande do Sul e São Paulo (VOSS, 1973; MARTINS et al., 2006; PACHECO;
MARQUES, 2006; MIRANDA et al., 2007; TAVARES et al., 2008a). Localidade-tipo:
“Yaguaron, Paraguari” (por designação de neótipo), no Paraguai (LaVAL, 1973a).
Os pelos dorsais são castanho-escuros ou negros na base, com as pontas amarelo-
douradas ou branco-prateadas (medindo de 3 a 5 mm); ventralmente os pelos variam do
castanho-escuro ao negro, com a base amarelo-pálida tendente a cinza (LaVal, 1973a; LÓPEZ-
GONZÁLEZ et al., 2001). Vizotto e Taddei (1973) sugerem para a espécie uma coloração parda
clara no dorso e cinza-esbranquiçado nas partes inferiores. Nas membranas (amarronzadas
ou enegrecidas), os pelos se distribuem de forma esparsa, sem cobrir os joelhos na parte
dorsal do uropatágio, que geralmente apresenta franja em sua extremidade posterior –
pode ser necessária amplificação para ser visualizada (LaVAL, 1973a). O trago tem uma
largura aproximadamente constante ao longo de seu comprimento, sendo ligeiramente
afilado na extremidade distal, com lobo basal pouco desenvolvido (VIZOTTO; TADDEI, 1973).
O comprimento do antebraço varia de 31 a 37,3mm, e o do terceiro metacarpo, de 30,2 a
34,8mm – com variações geográficas no tamanho (LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001). Apresenta,
proporcionalmente, ampla constrição pós-orbital (em geral, com aproximadamente 4mm),
rostro curto, curvatura frontal acentuada e crista sagital usualmente ausente ou pouco
desenvolvida (BARQUEZ et al., 1999; LaVAL, 1973a).
355
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
Myotis albescens é classificado como insetívoro aéreo de florestas e clareiras
(OJEDA; MARES, 1989; FINDLEY, 1993).
As fêmeas costumam gerar apenas um filhote por evento reprodutivo e a gestação
dura 90 dias, ou um pouco menos; o período de lactação é de aproximadamente 30 dias
(MYERS, 1977; DOLAN; CARTER, 1979; GONZÁLEZ, 2001). Em Honduras, foi capturada uma
fêmea grávida no final de julho, carregando um feto de 19mm de comprimento (DOLAN;
CARTER, 1979). No Paraguai, foram observadas cópulas em maio, e fêmeas com gravidez
aparente, no final de julho (MYERS, 1977). Neste último caso, os nascimentos ocorrem
em outubro, podendo ser seguidos de cópula e uma segunda gravidez; algumas fêmeas
podem engravidar uma terceira vez. Os machos atingem a maturidade sexual no primeiro
ano de vida e as fêmeas podem armazenar esperma, retardando, assim, a fecundação
(MYERS, 1977). Tal comportamento pode explicar parcialmente a discrepância nos dados
coletados para outras regiões da América do Sul, embora a escassez e a pontualidade
dos registros dificultem o entendimento de possíveis padrões. Na Argentina, constam
capturas no mesmo mês (novembro) e localidade, de jovem, adultos com o testículo
evidente, fêmea grávida e fêmeas lactantes (MARES et al., 1995). No Peru, a reprodução
parece ocorrer na estação seca (GRAHAM, 1987). Para o Brasil, não há informações
concludentes; no entanto, Patterson (1992) notifica a captura de um indivíduo jovem
no final do mês de julho, no estado do Pará.
As espécies de artrópodos ectoparasitos já identificadas sobre este vespertilionídeo
no Brasil incluem os dípteros nicteribiídeos Basilia andersoni Peterson & Maa, 1970, B.
carteri Scott, 1936, B. currani Guimarães, 1943, B. producta Maa, 1968, e B. travassosi
Guimarães, 1938, bem como o estreblídeo (Trichobiinae) Anatrichobius passosi Graciolli,
2003 (GRACIOLLI et al., 2008).
Em geral, Myotis albescens é coletado em locais úmidos, tanto em áreas abertas
como em florestas primárias, alteradas e suas bordas (REIS, 1984; REIS; PERACCHI,
1987; PATTERSON, 1992; SAMPAIO et al., 2003). Com grupos pequenos ou de várias
dezenas de indivíduos, ocupa toda sorte de abrigos, como grutas, cavernas, fendas
em rochas, árvores (copas, ocos e cascas), barrancos de rios e construções humanas
(habitadas ou não). No estado do Pará, foi registrado em um buraco de palmeira morta,
sob as tábuas de uma ponte e no interior de um tronco podre (PATTERSON, 1992).
Reis e Peracchi (1987) sugerem a utilização das folhas secas e pendentes do “buriti”
(Mauritia flexuosa L.) como refúgio, na região de Manaus, estado do Amazonas. Segundo
Acosta Y Lara (1950), coexiste com frequência com outras espécies, como Eptesicus
furinalis, Myotis nigricans, M. riparius, Molossus molossus, Eumops patagonicus e
Tadarida brasiliensis (cf. BARQUEZ, 1988; ASCORRA et al., 1991b; BARQUEZ; OJEDA,
1992; BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ et al., 2008z),
subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc). Já foi citada como espécie “Presumivelmente
Ameaçada” no estado do Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000) e como “Dados
Insuficientes” no Rio Grande do Sul (PACHECO; FREITAS, 2003). Não consta na Lista
de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
356
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Myotis dinellii Thomas, 1902
A localidade-tipo é Tucuman, Tucumán, Argentina (WILSON, 2008). No Brasil,
existem registros nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (MIRANDA et
al., 2013).
Anteriormente classificada como subespécie – M. levis dinellii Thomas, 1902 –, foi
elevada ao nível específico (BARQUEZ et al., 1999; MIRANDA et al., 2013), ocorrendo
em simpatria com M. levis levis I. Geoffroy, 1824, existindo diferenças de morfometria
e de coloração entre ambas. Myotis dinellii é menor, com a média do antebraço de
36,4mm (x 36,9mm em M. levis); média da massa corporal de 5,2g (x 7g em M. levis);
média do maior comprimento do crânio de 14,3mm (x 14,7mm em M. levis) ; média
da lagura zigomática de 8,6mm (x 9,2mm em M. levis); e média da constrição pós-
orbital de 3,5mm (x 3,8mm em M. levis). Dorsalmente, os pelos são bicoloridos, a base
é negra ou castanho-escura; porém, a ponta dos pelos é mais clara em M. dinellii,
geralmente amarelada, em contraste com a ponta dos pelos de cor castanha em M.
levis (BARQUEZ et al., 1999).
Não há informações sobre a sua biologia; com base no que se conhece para
o gênero nas Américas, sugere-se uma dieta insetívora com a captura de presas
em voo.
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ; DÍaz,
2008p), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc). No Brasil, faz parte da lista de
espécies com “Dados Deficientes” do ICMBio (2014).
Myotis izecksohni Moratelli, Peracchi, Dias & Oliveira, 2011
As informações a seguir foram sumarizadas de Moratelli et al. (2011) e Dias et
al. (2015). A localidade-tipo é Fazenda Maria Brandina, Reserva Biológica do Tinguá,
RJ, Brasil. Esta espécie foi descrita após uma revisão do complexo Myotis nigricans
(Schinz, 1821). Conhecida das regiões Sul e Sudeste do Brasil, ela foi capturada em
vegetação de mata atlântica e de transição entre mata atlântica e o cerrado, nos
Estados do Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro. O comprimento do antebraço
varia de 35,20 a 38,3mm; o maior comprimento do crânio, excluindo os incisivos, de
14,40 a 14,96mm; a largura pós-orbital, de 3,35 a 3,56mm; e a largura zigomática,
de 8,64 a 8,93mm.
Com base no que se conhece para o gênero nas Américas, sugere-se uma dieta
insetívora com a captura de presas em voo. Devido à sua recente descrição, sua
distribuição geográfica e biologia são pouco conhecidas, e ainda não teve seu status
de conservação definido.
357
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
Myotis lavali Moratelli, Peracchi, Dias & Oliveira, 2011
(Foto: Patrício Rocha)
A localidade-tipo é Exu, estado de Pernambuco, Brasil. Distribuída pelo nordeste
brasileiro, nos estados da Bahia, Ceará e Pernambuco, a espécie foi capturada no
bioma Caatinga; porém, em geral, em habitats florestais subúmidos e deciduais. Assim
como M. izecksohni, esta espécie foi descrita após uma revisão do complexo Myotis
nigricans (Schinz, 1821).
A média de antebraço dos machos é de 33,6mm, variando de 31,5 a 37mm; nas
fêmeas, a média de antebraço é de 34mm, variando de 32 a 36mm. A média do maior
comprimento do crânio é de 13,88mm nos machos, variando de 13,58 a 14,12mm; e
de 13,95mm nas fêmeas, variando de 13,43 a 14,34mm. A pelagem é longa e sedosa,
e, na região dorsal, é notoriamente bicolorida: os pelos da base são castanho-médios,
e os pelos das extremidades são mais claros. O plagiopatágio é ligado aos dedos por
uma larga membrana.
Todas as informações sobre espécie foram obtidas da publicação de sua descrição
(MORATELLI et al., 2011). Também são poucas as informações sobre a história natural
de Myotis lavali, e ainda não foi definido seu status de conservação.
358
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Myotis levis (I. Geoffroy, 1824)
(Foto: Paul F. Colas-Rosas)
Distribui-se pela Bolívia, Argentina, Uruguai, Paraguai, Argentina e Brasil (SIMMONS,
2005), com registros para os estados de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (PERACCHI et al., 2011). Localidade-tipo:
“Sudeste do Brasil”.
Possui pelos dorsais longos (4,5 a 5,5mm) e sedosos, de coloração castanho-
avermelhada a castanho-acinzentada nas pontas, e castanho médio a intenso nas
bases (LaVAL, 1973b); o ventre é cinza-esbranquiçado. As membranas, levemente
pigmentadas, são praticamente nuas em sua face dorsal, exceto por pelos esparsos
que alcançam a altura do joelho, e pela parte distal do uropatágio, onde se nota uma
franja. O comprimento do antebraço varia de 33 a 41,1mm, e o do terceiro metacarpo,
de 31,3 a 37,6mm (LaVAL, 1973b; BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
O crânio é robusto e o rostro, alongado; possui uma estreita constrição pós-orbital
(3,6 a 4mm) e a crista sagital é ausente ou pouco desenvolvida (LaVAL, 1973b; BAUD;
MENU, 1993).
Com base no que se conhece para o gênero nas Américas, sugere-se uma dieta
insetívora com a captura de presas em voo.
As poucas informações disponíveis sobre o comportamento reprodutivo dessa
espécie são para a Argentina e apontam fêmeas grávidas no mês de outubro, lactantes
em dezembro e janeiro, machos com o testículo aparente em abril, junho, agosto e
novembro, e jovens em janeiro, maio, setembro e novembro (MARES et al., 1995;
BARQUEZ et al., 1999; GONZÁLEZ, 2001; VARELA et al., 2004).
359
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
Seus ectoparasitos conhecidos no Brasil são o estreblídeo (Trichobiinae)
Anatrichobius passosi Graciolli, 2003 e a pulga (Ischnopsyllidae) Myodopsylla wolffsohni
wolffsohni (Rothschild, 1903) (GRACIOLLI et al., 2008).
Frequenta florestas e capoeiras, forrageando intensamente em áreas abertas,
geralmente próximas à água (MARES et al., 1995; REIS et al., 2002). No Uruguai, é a
espécie mais comum do gênero, formando grandes colônias em cavernas (algumas
vezes, com mais de mil indivíduos) ou vivendo em grupos pequenos em outros tipos
de abrigo, como sob cascas de eucalipto (GONZÁLEZ, 1989; GONZÁLEZ, 2001). Segundo
González (1989), muitas vezes, Myotis levis compartilha abrigo com morcegos vampiros,
sendo observados movimentos migratórios locais, em particular quando os refúgios
produzem diferenças térmicas muito marcadas.
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ; DÍAZ,
2008q), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na Lista de Espécies
Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Myotis nigricans (Schinz, 1821)
(Foto: Isaac P. Lima)
Distribui-se na América Latina, do México ao Peru, Bolívia, norte da Argentina,
Paraguai e Brasil (SIMMONS, 2005), onde possui registros para todos os estados das
regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, bem como para o Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará,
Pará, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima, Sergipe e Tocantins
360
História Natural dos Morcegos Brasileiros
(SCHNEIDER, 2000; MIKALAUSKAS, 2005; PERACCHI et al., 2006; GREGORIN et al.,
2008a; FEIJÓ; NUNES, 2010). Localidade-tipo: Fazenda de Aga, entre os rios Itapemirim
e Iconha, próxima ao rio Iritiba, Espírito Santo, Brasil (GOODWIN; GREENHALL, 1961).
Nesta espécie, os pelos dorsais são sedosos (em geral, com 4 a 5mm) e tendem ao
marrom ou à cor acastanhada da canela em pó, por vezes com uma porção basal levemente
mais clara. Ventralmente, percebe-se um colorido castanho com variações geográficas
na intensidade, porém a base dos pelos tende a se manter escura. As membranas
(amarronzadas ou enegrecidas) são nuas ou com pelos esparsos que, na face dorsal do
uropatágio, raramente excedem a altura dos joelhos (LaVAL, 1973b). Segundo Vizotto e
Taddei (1973), o trago é mais afilado na extremidade distal, com lobo arredondado na
base da margem externa, bem desenvolvido, seguido de um entalhe profundo, acima do
qual apresenta sua maior largura. O comprimento do antebraço varia de 29,9 a 36,2mm
e o do terceiro metacarpo, de 28,6 a 33,2mm (BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ
et al., 2001). Possui o crânio pequeno, com um rostro curto, a constrição pós-orbital
variando de 3,2 a 3,7mm, e a crista sagital geralmente ausente (quando presente, é baixa
e estreita) (BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
Myotis nigricans é classificado como insetívoro aéreo de florestas e clareiras
(LaVAL; FITCH, 1977; FINDLEY, 1993), com certa variação na captura de presas. Reis
e Peracchi (1987) registraram, para a região de Manaus, estado do Amazonas, o
consumo de insetos das ordens Ephemeroptera, Diptera, Coleoptera, além de outros
não identificados. Nora e Chaves (2006) citam, para o Parque Estadual da Cantareira,
consumo de Araneae, e Reis et al. (1999), para a Fazenda Monte Alegre, Diptera,
Lepidoptera e Coleoptera.
Alguns estudos têm demonstrado um ciclo poliéstrico, com período de gestação
de aproximadamente 60 dias, e até três crias por ano (WILSON; LaVAL, 1974; WILLIG,
1985a; BARCLAY; HARDER, 2003). Os recém-nascidos permanecem agarrados às mães
durante os primeiros dois ou três dias, sendo então deixados no abrigo quando elas
saem em forrageio; voos intencionais são iniciados na terceira semana de vida. O
desmame acontece com cinco a seis semanas (período em que os jovens alcançam o
tamanho dos adultos). Já a pelagem e a fusão das epífises e diáfises dos ossos longos
ocorrem entre oito e treze semanas. A maturação sexual das fêmeas é alcançada a
partir dos quatro meses de idade, e dos machos, normalmente após 15-17 semanas
(WILSON; FINDLEY, 1970; WILSON; LaVAL, 1974). Podem formar grandes grupos de
fêmeas e filhotes, conforme relatado por Falcão et al. (2003) para a Reserva Serra do
Caraça, estado de Minas Gerais, onde um único grupo continha de 200 a 300 indivíduos.
Os machos costumam permanecer solitários, e a presença de poucos machos adultos
nos conjuntos sugere uma hierarquia social com a formação de haréns (LaVAL, 1973b;
WILSON; LaVAL, 1974; MYERS, 1977). Sabe-se que alguns indivíduos alcançaram sete
anos de idade em vida selvagem (WILSON; LaVAL, 1974).
Na ilha de Barro Colorado (Panamá), foram registradas cópulas no final de dezembro
e início de janeiro, com fêmeas dando à luz em fevereiro. Esses nascimentos são
seguidos por um estro pós-parto e repetições do ciclo, com novas crias em abril-maio
361
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
e também em agosto (geralmente coincidindo com a época de maior abundância de
insetos) (WILSON; FINDLEY, 1970). No Paraguai, as fêmeas dão à luz na primavera e
no verão e, provavelmente, continuam reproduzindo, embora com baixa frequência,
nas outras estações (LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
No Brasil, a reprodução contínua foi evidenciada para áreas de Cerrado e Caatinga
da região Nordeste, com a captura de grávidas e lactantes geralmente no mesmo mês
e, por vezes, na mesma frequência (v. WILLIG, 1985a). Já para os arredores de Manaus,
estado do Amazonas, Reis e Peracchi (1987) capturaram fêmeas grávidas em março
e abril, agosto e setembro, e lactantes, em abril e maio. Com base nesses dados, os
autores sugerem uma poliestria bimodal, com nascimentos em abril e setembro. A
literatura brasileira apresenta uma série de relatos sobre a condição reprodutiva de
M. nigricans em diferentes localidades, mas, infelizmente, o pequeno tamanho das
amostras e a pontualidade dos dados não permitem esclarecer os ciclos anuais. Teixeira
e Peracchi (1996) registraram uma fêmea grávida em março, no Parque Estadual da
Serra da Tiririca (RJ). Machos com o escroto aparente foram capturados em junho e
durante a primavera no Parque Estadual Morro do Diabo (SP) e na Fazenda Monte
Alegre (PR), respectivamente (REIS et al., 1996; REIS et al., 1999). Sipinski e Reis
(1995) citam uma fêmea grávida, uma lactante e dois jovens no mês de janeiro e um
macho reprodutivo em setembro, para a Reserva Volta Velha (SC). Falcão et al. (2003)
registraram, em uma colônia, várias fêmeas com jovens em fevereiro, na Reserva
Serra do Caraça (MG).
Seus ectoparasitos no Brasil incluem várias espécies de dípteros nicteribiídeos
do gênero Basilia, a saber: B. anceps Guimarães & D’Andretta, 1956, B. carteri Scott,
1936, B. andersoni Peterson & Maa, 1970, B. dubia Guimarães & D’Andretta, 1956, B.
ferrisi Schuurmanns-Stekhoven, 1931 (Myotis cf. nigricans), B. guimaraesi (Schuurmans-
Stekhoven, 1951), B. hughscotti Guimarães, 1946, B. juquiensis Guimarães, 1943, B.
lindolphoi Graciolli, 2001, B. mirandaribeiroi Guimarães, 1938, B. plaumanni Scott,
1940, B. producta Maa, 1968 e B. speiseri (Miranda-Ribeiro, 1907). A estes somam-se os
dípteros estreblídeos da subfamília Trichobiinae Anatrichobius passosi Graciolli, 2003,
Megistopoda aranea (Coquillett, 1899), M. proxima (Séguy, 1926), e Paratrichobius
longicrus (Miranda-Ribeiro, 1907), bem como a pulga (Ischnopsyllidae) Myodopsylla
wolffsohni wolffsohni (Rothschild, 1903) (GRACIOLLI et al., 2008).
Entre as espécies brasileiras do gênero, M. nigricans é a que aparece com maior
frequência em estudos de inventário, sendo capturada tanto em ambientes bem
conservados quanto modificados (p. ex., REIS; PERACCHI, 1987; PATTERSON, 1992;
FÉLIX et al., 2001; REIS et al., 2002b; BIANCONI et al., 2004). Sua abundância em áreas
antropizadas, anteriormente constatada para países vizinhos, como a Argentina, o
Paraguai e o Uruguai (MYERS, 1977; BARQUEZ et al., 1999; GONZÁLEZ, 2001), tem sido
relatada também para o Brasil (PACHECO; MARQUES, 2006; PACHECO et al., 2010).
A relação que mantém com esse ambiente chega a ser tão intensa que, em algumas
regiões, torna-se dependente de poleiros em construções, como constatado por
Myers (1977) no Paraguai.
362
História Natural dos Morcegos Brasileiros
No Rio Grande do Sul, está entre as espécies sinantrópicas mais comuns,
habitando preferencialmente forros de telhados, caixas de persianas, nichos de ar-
condicionado ou vãos entre prédios (PACHECO; MARQUES, 2006). Em áreas menos
perturbadas, seus abrigos incluem ocos e cascas de árvores, grutas, cavernas, fendas
de rocha, entre outros. Reis e Peracchi (1987) registraram, para a região de Manaus,
estado do Amazonas, grupos de dezenas de indivíduos em folhas secas pendentes
de buriti (Mauritia flexuosa L.). As colônias têm tamanho variado, havendo relatos
para o Brasil de grupos com menos de dez indivíduos a outros compostos por até
200-300 indivíduos (REIS et al., 2002b; FALCÃO et al., 2003). Myotis nigricans tem
sido observado em coabitação com várias espécies, entre as quais: Peropteryx
macrotis, Lonchorhina aurita, Mimon bennettii, Phyllostomus hastatus, Anoura
caudifer, Carollia perspicillata, Artibeus lituratus, Desmodus rotundus, Diphylla
ecaudata, Eptesicus brasiliensis, Myotis albescens, Eumops abrasus, Promops
davisoni e Tadarida brasiliensis (BROSSET, 1965; WILSON; LaVAL, 1974; TRAJANO,
1985; ASCORRA et al., 1991b; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001; ALMEIDA et al., 2002;
PACHECO et al., 2008).
A espécie possui diagnóstico positivo para a raiva no país (Uieda et al., 1996;
Cunha et al., 2006).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ et al.,
2008y), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc), e não consta na Lista de Espécies
Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
Myotis riparius Handley, 1960
(Foto: Gustavo C. Piccoli)
363
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
Ocorre de Honduras ao Uruguai, Bolívia, Argentina, Paraguai, Bolívia, Trinidad e
Brasil (SIMMONS, 2005), nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Bahia, Minas Gerais,
Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins (PERACCHI et
al., 2006; MARTINS et al., 2006; GREGORIN et al., 2008b). Localidade-tipo: “Río Puero,
Villa Tacarcuna, Darien”, no Panamá.
Tem pelo curto e lanoso (3 a 4mm no dorso), com padrão dorsal monocromático
ou levemente mais escuro na base (LaVAL, 1973b), numa coloração que varia do cinza-
escuro à cor acastanhada da canela em pó. No ventre, os pelos são de base escura e
ponta variando do castanho-claro amarelado ao castanho médio. Alguns indivíduos
podem apresentar uma pelagem de tons ferrugíneos, semelhante àquela encontrada
em M. ruber. As membranas (amarronzadas ou enegrecidas) são quase totalmente
desprovidas de pelos que, na face dorsal do uropatágio, não alcançam os joelhos. O
comprimento do antebraço varia de 31,5 a 37,7mm e o do terceiro metacarpo, de 30,3
a 34,6mm (LaVAL, 1973b; cf. BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001). O
crânio geralmente é longo e estreito, porém são encontradas variações em seu tamanho
e forma (constrição pós-orbital de 3,2 a 3,8mm) (LaVAL, 1973b; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al.,
2001). É comum a presença de crista sagital, bem como o fato de o segundo pré-molar
superior ser deslocado para a borda lingual, dificultando sua visualização lateralmente.
Com uma dieta insetívora, M. riparius tem seu forrageio quase sempre associado
a ambientes aquáticos, com a captura de presas sobre a água (FINDLEY, 1993; LÓPEZ-
GONZÁLEZ et al., 2001). Com base nas curtas distâncias de recaptura obtidas para a espécie
na Costa Rica, LaVal e Fitch (1977) sugerem áreas de atividade relativamente pequenas.
Tais autores também observaram, para aquela região, um padrão reprodutivo
monoestro estacional, com grande prevalência de fêmeas grávidas no mês de abril.
Para a América do Sul, quase não existem informações nesse sentido, exceto pelo
relato de fêmeas grávidas em agosto, no Peru (GRAHAM, 1987), e do nascimento de
um filhote no final de novembro, no Uruguai (GONZÁLEZ, 2001).
Seus ectoparasitos no Brasil incluem o ácaro Mesostigmata (Macronyssidae)
Steatonyssus sp., bem como dípteros nicteribiídeos Basilia anceps Guimarães &
D’Andretta, 1956, B. hughscotti Guimarães, 1946, B. juquiensis Guimarães, 1943 e B.
lindolphoi Graciolli, 2001 (GRACIOLLI et al., 2008).
Estudos conduzidos nos estados do Pará e Amazonas indicam tendências no
uso dos estratos inferiores da floresta (BERNARD, 2001c; KALKO; HANDLEY-JR, 2001;
SAMPAIO et al., 2003). Ocupa diferentes abrigos, incluindo construções humanas. Na
Argentina, foi registrado sob casca de árvore (Schinopsis sp. – braúna) e telhado de
uma moradia rural; nesse caso, formando uma colônia com cerca de 50 indivíduos
(BARQUEZ; OJEDA, 1992). Constam registros de coabitação com Myotis nigricans, M.
albescens e Molossus molossus (BARQUEZ et al., 1999).
É considerada de “Baixo Risco de Extinção” pela IUCN (2015) (BARQUEZ et al.,
2008w), subcategoria “Preocupação Menor” (LR/lc). Já foi inserida na categoria “Dados
Insuficientes”, no estado do Rio Grande do Sul (PACHECO; FREITAS, 2003). No Brasil,
não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção (ICMBIO, 2014).
364
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Myotis ruber (É. Geoffroy, 1806)
(Foto: Isaac P. Lima)
Distribui-se no sudeste do Paraguai, nordeste da Argentina e leste do Brasil, nos
estados das regiões Sudeste e Sul, na Bahia e em brejos de altitude de Pernambuco
(SOUZA et al., 2004; PERACCHI et al., 2006; WEBER et al., 2010). Localidade-tipo
(neótipo): Sapucay, Ñeembucu (por designação de neótipo), no Paraguai.
Apresenta pelagem dorsal relativamente curta (média de 4mm), sedosa, vermelha
monocromática na maioria dos exemplares. O ventre é de coloração geral ferrugínea, de
base castanho-escura. As membranas (amarronzadas ou enegrecidas) são praticamente
nuas, exceto em sua face dorsal, onde os pelos ultrapassam um pouco a altura dos
joelhos. Seu antebraço varia de 37,7 a 40,5mm e o terceiro metacarpo, de 35,4 a 37,5mm
(LaVAL, 1973b; BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001). A crista sagital
é bem desenvolvida nos indivíduos adultos, o crânio é robusto (largo em sua base),
com o rostro alongado e os ossos nasais com ranhuras bem pronunciadas (VIZOTTO;
TADDEI, 1973; LaVAL, 1973b). Apresenta, proporcionalmente, uma estreita constrição
pós-orbital (3,6 a 4mm) (BARQUEZ et al., 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001). Myotis
ruber excede em tamanho M. albescens, M. nigricans e M. riparius, estando mais
próximo a M. levis e M. simus. Deste último, com que se assemelha também em cor,
difere principalmente por ter um maior comprimento de pelo e pela disposição dos
pré-molares superiores, geralmente com o segundo pré-molar não deslocado para a
borda lingual, estando visível lateralmente.
Sua alimentação é insetívora, provavelmente com a captura de presas em voo.
Reis et al. (1999) registraram para a espécie, na Fazenda Monte Alegre (PR), o consumo
de dípteros, coleópteros e outros insetos não identificados.
365
Famí lia Vesper tilionidae ‖ Subfamí lia Myotinae
São poucas as informações reprodutivas sobre Myotis ruber disponíveis na literatura.
Mares et al. (1995) capturaram um macho com o escroto aparente em dezembro,
na Argentina. No Brasil, um indivíduo em igual situação foi encontrado no início de
fevereiro, na Fazenda Experimental Gralha Azul, estado do Paraná (G. V. BIANCONI,
obs. pess.), e uma fêmea lactante foi obtida no início de novembro, no Parque Estadual
Mata dos Godoy (REIS et al., 1993b).
Os ectoparasitos já identificados sobre esta espécie no Brasil são os ácaros Mesostigmata
(Macronyssidae) Macronyssus crosbyi (Ewing & Stover, 1915) e macronissídeos não
determinados, além de duas espécies de dípteros nicteribiídeos, Basilia currani Guimarães,
1943 e B. ruiae Graciolli, 2003, o estreblídeo (Trichobiinae) Anatrichobius passosi Graciolli,
2003 (GRACIOLLI, 2003; GRACIOLLI; BIANCONI, 2007; GRACIOLLI et al., 2008) e uma espécie
não descrita de Joblingia Dybas & Wenzel, 1947 (BERTOLA et al., 2005).
Myotis ruber tem sido capturado nos mais variados habitats, incluindo florestas
conservadas, capoeiras, borda de vegetação e pequenas manchas florestais urbanas
(REIS et al., 1993b; FÉLIX et al., 2001; REIS et al., 2002a). Na região Sul, parece estar
associado ao domínio da Mata Atlântica, sendo amostrado com relativa frequência
em algumas áreas dos estados de Santa Catarina (S. L. ALTHOFF, com. pess.) e Paraná;
já no Rio Grande do Sul demonstra maior raridade, com registros esparsos e, em sua
maioria, restritos a áreas protegidas (SILVA, 1985; PACHECO; FREITAS, 2003).
Aparenta utilizar como abrigos ocos de árvores, frestas em rochas e habitações
humanas. No Uruguai, há registro de coabitação (galpão em área periurbana) com
Histiotus montanus e Tadarida brasiliensis (ACOSTA Y LARA, 1950). No Rio Grande
do Sul, os exemplares são geralmente capturados ou observados de forma isolada
(PACHECO; FREITAS, 2003).
Espécie classificada como “Quase Ameaçada” pela IUCN (2015) (BARQUEZ; DÍAZ,
2008r). Foi categorizada como “Vulnerável” no Rio de Janeiro (BERGALLO et al., 2000),
São Paulo (SÃO PAULO, 1998) e Rio Grande do Sul (PACHECO; FREITAS, 2003). No
estado do Paraná, constava como com “Dados Insuficientes” (MARGARIDO; BRAGA,
2004). Atualmente, não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
Myotis simus Thomas, 1901
A distribuição desta espécie inclui a Colômbia, Equador, Peru, nordeste da Argentina,
Paraguai e Brasil (SIMMONS, 2005), nos estados de Santa Catarina, Amazonas, Mato
Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará (BIANCONI et al., 2011; TAVARES et al., 2008a). A
inclusão do Mato Grosso na área de distribuição do táxon deve-se ao registro (para
o sul do estado) de Myotis guaycuru Proença, 1943, considerado sinônimo-júnior de
M. simus por López-González et al. (2001). Localidade-tipo: Sarayacu, Río Ucayali,
Loreto, no Peru.
366
História Natural dos Morcegos Brasileiros
A pelagem é curta (menor do que 3mm) e lanosa, de coloração dorsal monocromática,
laranja brilhante ou variando do marrom à cor acastanhada da canela em pó. No ventre,
os pelos são um pouco mais longos, de pontas amareladas e bases mais escuras. As
membranas (amarronzadas ou enegrecidas) são desprovidas de pelos, que mal se
estendem pelo uropatágio. Nesta espécie, o plagiopatágio está inserido ao nível da
articulação tíbia-tarso, ao passo que, em seus congêneres brasileiros, esta membrana
geralmente se fixa à base dos artelhos. O comprimento do antebraço varia de 35,9 a
40,5mm e o do terceiro metacarpo, de 32,5 a 36,5mm (LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
Apresenta crânio robusto com caixa craniana globular e crista sagital quase sempre
presente. Pode ser confundido com M. riparius, com o qual compartilha o fato de
o segundo pré-molar superior ser deslocado para a borda lingual (dificultando sua
visualização lateralmente); contudo, seus pelos são mais curtos e suas dimensões
cranianas, em média, maiores em largura (p.ex.: constrição pós-orbital 3,7 a 4,2mm)
(BARQUEZ, 1999; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001). Outra diferença apontada por LaVal
(1973b) está no fato de a crista sagital em M. simus alcançar a altura máxima perto
de seu limite posterior, visto que isso ocorre mais anteriormente em M. riparius.
Possui dieta insetívora e parece forragear mais frequentemente próximo a ambientes
aquáticos (LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001).
Assim como na espécie precedente, são poucas as informações reprodutivas
disponíveis na literatura. Barquez et al. (1999) citam para a Argentina a captura de
uma fêmea subadulta no mês de abril. No Paraguai, há relatos de fêmeas grávidas,
com um embrião cada, no mês de outubro (MYERS; WETZEL, 1979).
O ectoparasito encontrado sobre esta espécie no Brasil é o estreblídeo (Trichobiinae)
Trichobius parasiticus Gervais, 1844 (GRACIOLLI et al., 2008).
Myotis simus parece estar associado a ambientes ricos em água, forrageando e
habitando florestas de galeria (Findley, 1993; LÓPEZ-GONZÁLEZ et al., 2001). São
poucos os abrigos descritos, o que dificulta apontar preferências de uso. Patterson
(1992) relata, para o estado do Pará, capturas em folhas de bananeira e em oco de
árvore, neste último em coabitação com Noctilio albiventris. Registro de associação
semelhante foi feito por Myers e Wetzel (1979) no Paraguai, também em oco de árvore
(Aspidosperma sp.).
Ocupa a lista de espécies com “Dados Deficientes” da IUCN (2015) (BARQUEZ;
DÍAZ, 2008s), não consta na Lista de Espécies Brasileiras Ameaçadas de Extinção
(ICMBIO, 2014).
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Glossário
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Glossário
Arco zigomático – O arco zigomático é um componente estrutural do complexo
zigomático formado pela junção do processo zigomático do temporal com o
processo temporal do zigomático
Banda basal – Lista larga de diferente cor na região da base dos pelos dorsais ou
ventrais dos morcegos.
Bunodontes – Mamíferos que têm dentes molares com cúspides arredondadas e
pouco desenvolvidas.
Cariótipo – Conjunto de cromossomos de um indivíduo.
Cinzel – Instrumento manual que tem, em uma de suas extremidades, uma lâmina de
metal resistente muito aguçada em bisel, e que é usada para entalhar, esculpir,
cortar ou gravar materiais duros (madeira, ferro, pedra etc.).
Corologia – Ciência da distribuição geográfica dos organismos.
Crista sagital – Proeminência ao longo da linha média no topo do crânio (acima da
sutura sagital) encontrada em alguns crânios de mamíferos e répteis. Nem todos
os morcegos apresentam crista sagital.
Diastema – Espaço entre dois dentes (na maioria dos casos, nos incisivos superiores
e inferiores).
Metacone – É uma cúspide sobre os molares da dentição superior em alguns mamíferos.
Pode ser encontrada na área bucal distal do dente.
Filiformes – Tão semelhante ou delgado quanto um fio.
Hipocone – Cúspide principal encontrada nos molares da dentição superior de alguns
mamíferos. Pode ser encontrada no lado distal lingual do dente. Ajusta-se para
dentro das ranhuras da dentadura inferior e é uma adaptação para a moagem
em geral e ao rasgamento de alimentos utilizando o oclusal (lado de mascar) da
superfície do dente durante a oclusão ou mastigação.
Hirsuta / hirsuto – De pelos longos, duros e espessos; eriçado.
Holótipo – Espécime-tipo, utilizado para representar uma espécie que foi descrita.
Lobado – Dividido em lobos ou lóbulos.
Monoestro – Apenas um período reprodutivo ao ano.
Monotipo – Gênero que possui uma só espécie.
Osso basiesfenóide – Osso do crânio, face dorsal.
Osso mastóide – Um osso da secção posterior do osso temporal.
Palato – Osso que forma o teto da cavidade bucal dos vertebrados. Ele separa a
cavidade oral da cavidade nasal.
416
História Natural dos Morcegos Brasileiros
Paracone – É uma cúspide sobre os molares da dentição superior em alguns mamíferos.
Pode ser encontrada na área bucal distal do dente. Os picos entre as cúspides são
adaptações para cortar alimentos durante a oclusão ou mastigação.
Parátipo – Espécimes além do holótipo utilizados para a descrição de uma espécie.
Poliestria/poliestria bimodal/poliestrico – Diz-se do indivíduo que apresenta mais
de um período reprodutivo ao longo do ano.
Polifilética – Grupo que não inclui o ancestral comum de todos os indivíduos.
Poliginia – Acasalamento de um macho com várias fêmeas.
Processo hamular – Uma projeção na borda anterior inferior do osso esfenoide em
ambos os lados, posterior à tuberosidade maxilar.
Prognatismo mandibular – Consiste em uma desarmonia facial envolvendo ossos,
dentes e músculos. É caracterizado pelo excesso de crescimento mandibular
(arcada inferior) em relação à maxila (arcada superior), causando uma mordida
cruzada anterior e um perfil facial côncavo.
Pterigoide – A tuberosidade pterigoidea ou pterigoide é uma estrutura anatômica,
formada por várias rugosidades e se localiza na face interna do ramo da mandíbula.
Regiões glabras – Regiões da epiderme que não apresentam pelos.
Simpátrica – Duas ou mais espécies muito próximas filogeneticamente ocupando o
mesmo espaço.
Sindactilia – É uma anormalidade embriológica que resulta na visível união entre dois
ou mais dedos das mãos ou dos pé.
Sínfise mandibular – É uma estrutura anatômica que divide a mandíbula em duas
partes. Uma crista suave na linha mediana.
Sínfise – Linha de junção e fusão entre dois ossos originalmente distintos.
Variação clinal – É uma mudança gradual em um fenótipo (traço, caráter, feição) ao
longo da distribuição de uma espécie ou população, normalmente relacionada
com uma transição geográfica ou ambiental.
Vereda – Áreas de mata ciliar onde se tem grande quantidade de Buritis.
Zonas ripárias – São áreas de saturação hídrica, permanente ou temporária, cuja
principal função é a proteção dos recursos hídricos de uma microbacia.