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Território, Cidadania, Identidades E Desenvolvimento Local Sustentável

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Matheus Lemos
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TERRITÓRIO, CIDADANIA, IDENTIDADES E

DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL


Ivaldo Gehlen*
Publicado In Riella, Alberto (org.) Glabolización, desarrollo y territórios menos
favorecidos. Montevidéu: Universidad de La República, 2006. P265 – 283.
A construção do cidadão foi vinculada ao da civilização racional ocidental que se consagrou
através do trabalhado produtivo como centralidade ética, sobrepondo-se às identidades
socioculturais territorializadas localmente. Esta estratégia foi responsável pela discriminação
de grupos ou classes portadores de racionalidades centradas em valores éticos na relação com o
meio natural, que priorizam valores de convívio aos de competitividade, como os caboclos, os
indígenas e os negros.
A formação da sociedade lationamericana, em particular a brasileira foi marcada
profundamente pelas desigualdades socioeconômicas e pelos conflitos identitários, entre as
civilizadas “incluídas” e as não civilizadas ou excluídas. A qualificação profissional em
atividades reconhecidas, aparentemente contraditórias, apresenta-se como alternativa para
afirmar as identidades socioculturais. Esta perspectiva referencia-se no respeito à diferença e
questiona a centralidade do trabalho reintroduzindo a profunda vinculação entre identidade e
desenvolvimento sustentável local.

Palavras chaves: a) Identidade e Cidadania; b Desenvolvimento local sustentável; c)


território, identidade e cidadania

A dinâmica social da sociedade brasileira é complexa na sua paisagem natural e humana,


com sua infinidade de organizações voltadas para a produção, a vida comunitária, as decisões
políticas, o lazer, as atividades religiosas, etc. Porém, as desigualdades sociais e a discriminação
pelas diferenças culturais e identitárias persistem. Entre os mais discriminados, além dos pobres
e/ou analfabetos, estão os caboclos, os indígenas e os negros dos quilombos, cuja racionalidade
se assenta em valores éticos socioeconômicos, sociais e ambientais que priorizam o convívio e a
sustentabilidade ao invés da competitividade.

A abordagem dessa problemática atenderá três dimensões: a cidadania e identidade


historicamente construídas em conflito; o desenvolvimento local e a cidadania universal e, as
transformações no território social exigem competitividade profissional, porém possibilitam
afirmações identitárias socioculturais.

*
Professor do Departamento de Sociologia e dos Programas de Pós-Graduação de Sociologia, de Desenvolvimento Rural e de
Agronegócios da UFRGS. [email protected]
1. TERRITÓRIO, CIDADANIA E IDENTIDADE
A Cidadania se referencia na sociedade histórica à qual cada um pertence e na totalidade
nacional, segundo normas por esta estabelecidas. Na Grécia antiga a cidadania era definida e
validada aos pertencentes às “Cidades Estado”. No Império Romano era atribuída à parcela da
sociedade que governava, administrava e julgava, com validade em todo o território do Império.
Na sociedade medieval a possibilidade de ser cidadão era diferente conforme o território
socioeconômico de pertencimento. Nos feudos era concessão do senhor feudal e válida no
território local. Nos burgos ou cidades, desenvolve-se o conceito de cidadania como direito (não
concessão) individual e como condição de liberdade para os iguais formalmente. Liberdade
gozada no território citadino, especialmente nos espaços públicos.

A cidadania do indivíduo da cidade se afirma como um direito público, universal, porém


sob contrato negociado. A “moeda” de troca passa a ser o trabalho e o compromisso político em
troca da liberdade (inclusive religiosa) no território, o acesso ao saber universal e aos bens
comuns. Emerge o cidadão moderno, de direito, no território nação, que delega, pelo voto, a
outrem (políticos) a normatização e a decisão das condições para a cidadania.

Neste contexto, o trabalho se adapta às diferentes culturas e modos de produção


históricos. No mundo greco-romano, o trabalho era um obstáculo à mobilidade ascendente. Era
atributo dos "não-cidadãos". Na civilização cristã medieval, era apresentado como sofrimento
libertador, mesmo que condicionada à uma expectativa futura, pós mortem. A penosidade do
trabalho era amenizada por dias de folga, santificados ou feriados, preenchendo em determinados
períodos dos séculos XIV e XV, na Europa, cerca de um terço do tempo. Tempo livre continuou
abundante e, sua mutação qualitativa, ocorreu com a imposição do conceito de produtividade do
trabalho ou do tempo de trabalho. Primeiro na Inglaterra, depois sobre todo o continente. “O
divórcio entre tempo de trabalho e tempo livre se somou àquele entre lugar de trabalho e
domicílio. A hora de trabalho tornou-se aos poucos a unidade de referência, depois a medida de
produtividade, simbolizada em seguida pelo relógio que vela à porta de entrada das usinas”
(Neufville, 1996 p. 46, tradução livre para este texto).

Tal concepção de trabalho vem junto com a de progresso, justificado socialmente pela
noção de bem-comum, no sentido de que todos os que trabalham seriam seus beneficiários, ainda
que em graus diferenciados. Seus ordenadores criaram mecanismos formais para se apropriaram
dos meios e instrumentos de trabalho movidos pela idéia de progresso como resultado. Estes,
constituem-se como classe dominante e seus hábitos e modo de vida como referência de
civilização. Neste contexto o incluído é o “moderno” civilizado, o não incluído é o “tradicional”
atrasado.

A industrialização atribuiu ao trabalho a centralidade ética, econômica (a riqueza ou


pobreza resultam do trabalho ou do não trabalho) do ser humano e impõe a gestão do trabalho
subordinada ao tempo. Na Idade Média formula-se o conceito de igualdade social, marcado pelo
cristianismo, apesar de na prática persistir a estrutura social de dominação e desigualdade social.
A superação da dicotomia entre saber teórico e prático foi condição para o desenvolvimento de
tecnologias voltadas para a produtividade do trabalho que geraram a possibilidade da Revolução
Industrial.

A ascensão da burguesia politizou e positivou o conceito de igualdade e de trabalho,


tornando-os condição de pertença à civilização. A valorização do trabalho pela produtividade
otimiza o tempo e a tecnologia, impondo uma nova gestão do tempo. Estas duas mudanças -
atribuição ao trabalho como centralidade ética e econômica e ao tempo como gestor da
produtividade do trabalho - geram efeitos diferenciados sobre as diversas classes sociais e/ou
grupos específicos. No meio rural interferem na definição dos atores sociais coletivos e suas
respectivas identidades profissionais. A política, consagra a universalidade do cidadão individual
através do voto e do trabalhado produtivo. A democracia representativa delegativa e
meritocrática contribui com a lenta e gradual separação entre estado, religião, sociedade civil e
ciência.

Estas novas referências e práticas se expandem como ideologia, tornando-se hegemônicas


na Europa, no século XVIII. Por isso a normatização formal das relações de trabalho através de
contratos, se por um lado impôs limites aos desmandos patronais, por outro viabilizou a
exploração e o lucro das organizações de trabalho (fábricas, vendas, fazendas) e conferiu às
instituições o controle e seu enquadramento. Cada ser humano deve reproduzir-se e a sua
família através do trabalho livre, vendido através de contrato entre o público (estado) e o
privado. O Estado passa a ser o seu tutor. A defesa dos indivíduos passa a ser coletiva pelo
sindicato e cooperativa para os autônomos.

Atualmente o trabalho recupera a autonomia relativa, porém em interatividade. Ninguém


mais trabalha isolado, como indivíduo absoluto, aos poucos o individual é desobstruído e
coletivizado, através de contratos sobre produção e não mais sobre o tempo. Reconstrói-se a
individualidade interativa social, semelhante a uma rede, em que cada nó é ao mesmo tempo fim
e começo. As tecnologias melhoram a qualidade do trabalho e dos produtos, possibilitam a
comunicação instantânea e carregam a informação independentemente das distâncias.

Estas exigências tecnológicas e de competitividade, diminuem o esforço físico do


trabalho, porém, aumentam a conectividade e o esforço mental, daí o stress crescente,
principalmente entre os da geração mais envelhecida. Isto em contradição com os progressos dos
novos conhecimentos da biogenética e da bioquímica que interferem diretamente na qualidade e
longevidade de toda e qualquer forma de vida.

Neste contexto atual as referências se ampliam para uma dimensão supranacional através
dos Mercados Regionais (CEE, NAFTA, MERCOSUL...), ampliando o cidadão nacional para
uma dimensão globalizante, redefinindo as condições e critérios de pertença. O trabalho continua
centralidade ética e condição de inclusão na cidadania, porém o consenso do convívio social á
demarcado pela competitividade. O desenvolvimento, local, regional ou geral exige a criação de
ferramentas de participação nas decisões e nas atividades da vida cotidiana, especialmente as
profissionais, desabrochando com nitidez uma nova perspectiva de viver a cidadania e as
identidades.

A vida política consagra a participação, valorizando a sociedade civil. O novo desafio


para o cidadão é construir caminhos de participação independentes do trabalho, pela valorização
do público, do social e relativização do privado, do econômico. Percebe-se a construção de um
cidadão que se orienta por valores de convívio com as diferenças, a competência, principalmente
no exercício profissional (identidade profissional definida e valorizada socialmente) e com
perspectiva de sustentabilidade dos projetos em que se envolve. É um cidadão múltiplo, que se
faz representar de múltiplas formas, cujas estratégias de sustentabilidade se assentam no
equilíbrio social, cultural, ambiental, econômico, político e institucional.

As organizações representativas articulam para que seus representados tenham poder de


barganha, de negociação, de acesso aos bens, de qualidade de vida de tecnologias adequadas às
suas atividades. A múltipla representação impõe descentralização na formulação e na aplicação
de políticas públicas e privadas que propiciem qualidade de vida e oportunidades de
participação, nas suas formas mais simples e informais, às mais complexas e institucionais,
como, por exemplo, os Conselhos Municipais de Desenvolvimento.

O processo modernizador subordinou a dimensão sociocultural, e, por vezes, destruiu as


identidades que resistiam à subordinação imposta através do trabalho e do novo sistema de
valores "nacionais". Imposição que gerou, não raro, conflitos que persistem até hoje. Em nome
da civilização procurou-se justificar o genocídio dos indígenas, o menosprezo aos caboclos ou
nacionais, a perseguição aos ciganos, a escravidão dos negros.

A Identidade sociocultural, remete à condição de existência privada, referenciada no


mundo intra, expresso por relações interativas com “seu” meio social definido culturalmente.
Privado no sentido da história pessoal de referenciar-se à determinada (aquela) totalidade
cultural na qual tem pertencimento. Cada um se define pela semelhança, pelos gostos, pelo
cheiro, pelos hábitos, validados pelos que pertencem ao mesmo privado, à mesma cultura, se
entendem por gestos, meias palavras. As normas são de tradição, de consenso e, em geral não
escritas.

Frente à globalização, a identidade se oferece como possibilidade de dar conteúdo


específico, um sentido ao cotidiano. Muitos movimentos sociais atuais se originam e se
sustentam da afirmação ou defesa de identidades socioculturais excluídas ou desqualificadas
(CASTEL, R. 1999) na modernidade. Os avanços tecnológicos que propiciaram oportunidades
quase sem limites de dominação pelo controle do trabalho, agora oferecem novas chances, pela
informação e pela comunicação superando limites de espaço e tempo. Contraditoriamente
recriam as condições para a interação intra e inter intedentidades no espaço de um território. As
experiências dão sentido e revitalização aos valores éticos ou morais possibilitando abrir-se para
o reconhecimento de outras identidades, a aceitação das diferenças.

O conceito de civilização vincula-se mais à cidadania e se sobrepôs às culturas


“incivilizadas”, como se fosse único, universal e devesse fazer parte do mundo privado. Essa
sobreposição da cidadania fez com que na América Latina, identidades fossem massacradas por
uma cultura civilizada que se impõe como se fosse única, universal, expressa pelos seus
conceitos e símbolos. A reconstrução de um território latinoamericano passa pelo
reconhecimento das identidades autóctones e exógenas. Crescentemente organizadas e
mobilizadas conquistando visibilidade e se utilizando dos direitos de cidadania para se
afirmarem. São sinais de reversão do processo civilizatório. Os novos paradigmas científicos e
tecnologias de comunicação possibilitam esse movimento reversivo, em que a cidadania se
sobrepôs à identidade; o trabalho à cultura.

Este processo atinge diretamente o mundo rural, induzindo os agricultores a repensar todo
o paradigma de sua relação com o meio natural e com o social. Nesta perspectiva suas
organizações específicas, passam a ter funções de articulação e de qualificação das relações ou
seja, de negociação. Já não faz sentido a representação exclusiva, como nas cooperativas
convencionais.

O local e a comunidade podem ser identificados pelas suas características de cidadania,


principalmente pelo lugar do trabalho e pelo respeito a valores da democracia definida
territorialmente ou por valores cívicos de reconhecimento público e onde se promovem os laços
de auto-estima, cidadania ativa pela participação, qualificação para o trabalho profissional e
referenciamento ético para cumprir o papel de cidadão nacional. O local é reconhecido como o
“lócus” identitário, por vezes multifacetário, porém definido territorialmente e onde se cultivam
tradições e se expressam as diferenças que constituem a cultura local, diversa e, por vezes síntese
de culturas universais.
O patrimônio sociocultural de uma comunidade ou sociedade local pode ser
compreendido como sendo o conjunto de características intrínsecas a uma comunidade que
podem contribuir (ou frear) as ações em prol de seu desenvolvimento.

As identidades são múltiplas e valorizam as tradições, as diferenças, em alguns casos


negando valores absolutizados como o do trabalho. A identidade valoriza a cultura local.
Historicamente o local tem se apresentado com duas dimensões. a) A idílica, paradisíaca, fonte
da vida “verdadeira” e que está ameaçado pelo que vem de fora, do universal, do global. É a
valorização do primitivo, do paroquialismo, dos compadrios, etc. Neste caso, frente às
mudanças, a proposta é a resistência, é a supervalorização da experiência ou da fidelidade
confiável (seja ela do senhor latifundiário, seja ela do militante de esquerda, revolucionário). b)
A da solidariedade, espaço de relações entre humanos diferentes e desiguais, que se identificam
por uma cultura territorial (ou seja um projeto comum, uma necessidade comum, uma cidadania
comum ou até mesmo, em alguns casos, uma identidade comum – caso dos indígenas. As
pessoas têm o sentimento de pertença a uma comunidade, não apenas de residir próximos,
pertença a uma mesma nação (ex. imigrantes e caboclos). Não se rejeita o de fora (universal),
mas esta novidade é subordinada aos interesses da comunidade.

O quadro abaixo expressa a síntese das transformações nos últimos séculos e as


perspectivas tendo como referencial a produção material da vida, o consumo de bens e produtos,
a vida social e comunitária, os sistemas de valores éticos e morais e o sistema de valores de
cidadania e éticos, no período medieval, moderno e pós-moderno.

QUADRO I – Transformações sociais no processo produtivo, no consumo, na vida societária,


nos valores identitários e valores éticos de cidadania do período medieval ao pós-moderno
Período
Idade Média Moderna Industrial Tendências
Funções
Sistema econômico Familiar : pessoas Individualização: sistema de Autônomo cooperado
(organização da identificadas pela contrato individual e pessoal (rede) entre pessoas com
produção) atividade e pelo pai identidade profissional
Familiar : produção pela Familiar : bens produzidos e Segmentalizado, compra
Consumo (compra /
família, troca com outras salário, atende necessidades para necessidades
venda) de bens e famílias, compra para a familiares personalizadas
produtos família “globalizadas”
Familiar, restrita à Familiar, individualizadas e Institucionalizadas,
Vida social e comunidade local e institucionalizadas, associativas, participativas
Comunitária religiosa cooperativas e competitivas a (interativas) e culturais
partir do trabalho
Família reprodutora Família consangüínea, Família “compartilhada”
Sistema de valores biológica, moral, ética e monogâmica e religião agregada pela interação
identitários e morais religiosa reproduzem identitária e lócus de
igualdade
Família e comunidade Individualizados (cidadão) Segmentalizados e
(sociedade local), referência nacional; personalizados em
Sistema de valores de
cidadania familiar instituições e governos interatividade (cidadania)
Cidadania e éticos nacionais reproduzem universal, valoriza
diferenças socioculturais
As profundas mudanças ainda em curso alteraram e alteram profundamente o território
sociocultural de pertencimento. Valoriza-se o indivíduo societário, novas formas de inclusão e de
pertencimento. Á família reserva-se função crescentemente restritiva, projetando-se sua
sobrevivência à preservação do “lócus” identitário e igualitário. A família será composta por
indivíduos solidários agregados pelo patrimônio sociocultural comum que os torna iguais.

2. TERRITÓRIO E CONSTRUÇÃO DO DESENVOLVIMENTO RURAL


SUSTENTÁVEL

A construção do desenvolvimento sustentável tem por base o espaço local e o patrimônio


sociocultural das comunidades. Espaço local é um território, uma comunidade, um município ou
região onde se expressam os direitos da cidadania e se realizam as identidades particulares,
ensejando, quando articuladas solidariamente o desenvolvimento inclusivo das potencialidades
econômicas locais. No território local se desenvolvem as relações específicas, superando a
dicotomia entre o rural e o urbano e, estabelecendo articulações internas de respeito e
valorização da diversidade e de acordos solidários de cidadania com vistas ao desenvolvimento
sustentável. Esta potencialidades constituem o patrimônio socioeconômico e cultura que
expressa a capacidade de organização que a comunidade possui, com vistas a mobilizar recursos.

A gestão social, produzida pelas ações organizadas localmente, é condição básica para
obter o desenvolvimento sustentável. Diferentemente da forma tradicional. a gestão social é
operada pela comunidade organizada, a qual assume as rédeas do processo, construindo seu
próprio modelo. As experiências recentes de organização associativa de produtores
agroecológicos e de experiências de programas de desenvolvimento local sustentável em muitos
municípios, chamam a atenção de seus processos gestionários, pelos expressivos resultados
obtidos.

O desenvolvimento local, porém, pode ser concebido apenas no seu veio de cidadania,
sendo, neste caso, necessário compreender suas possibilidades e seus contributos cívicos (para a
cidadania), como participação local em atividades multifacetadas : cultural, econômica, política,
religiosa, social, etc. Porém, pode também ser concebido como o resultado de um engajamento
dos cidadãos com identidades (étnicas, por exemplo) que buscam construir ou resgatar suas
matrizes originais, seu bom viver, seu equilíbrio, sua estabilidade através do convívio criativo,
multifacetário, entre diferentes, porém, iguais.
O desenvolvimento rural tem especificidades históricas e culturais, No Brasil, o censo do
IBGE do ano de 2000, mostrou que 18,75% do total de brasileiros vivem no meio rural, sendo a
maioria homens. A População Economicamente Ativa (PEA) ocupada no setor primário é de
18,51 % (12.153.000 pessoas). É um índice alto comparado com outros países mais
industrializados, cuja ocupação neste setor raramente ultrapassa 5% da PEA. A manutenção
deste índice é um desafio importante, pois se pode planejar o desenvolvimento socialmente mais
sustentável. Nos municípios onde a economia é predominantemente agropecuária, a permanência
de homens é maior que de mulheres, especialmente a partir dos 12 anos de idade. Somente
28,55% das pessoas ocupadas em atividades rurais, são mulheres. Elas migram ainda
adolescentes para cidades que oferecem mais oportunidades de trabalho no setor de serviços.
Uma política pública de diversificação, de qualificação, de escolarização, de lazer e de vida
societária, para o rural ajudaria a equilibrar a situação de gênero nas comunidades locais,
especialmente se voltada especificamente para crianças, os adolescentes e jovens.

A crescente valorização das atividades rurais resulta das lutas sociais, especialmente
aquelas voltadas para a remuneração do trabalho (preços agrícolas); a ampliação da cidadania
como as mulheres que estão alterando o estatuto de dona de casa para trabalhadoras rurais; a luta
pela terra ampliando a reforma agrária e reforçando o modelo familiar. A presença da agricultura
familiar é forte no cenário rural brasileiro, constituindo cerca 4,1 milhões (ou ¾ do total) de
propriedades, ocupando somente 30 % das terras. Absorve 77 % (13,8 milhões, segundo o
Ministério do Desenvolvimento Agrário) da força de trabalho do setor, produzindo 37% da
riqueza agropecuária e cerca de 60 % dos alimentos consumidos pelos brasileiros, especialmente
cereais, leite, carnes, frutas, verduras e café. Também produz parte significativa da matéria prima
para indústria e contribui com cerca de 30 % das exportações agropecuárias brasileiras.

A competitividade dos produtores familiares face às transformações estruturais que


ocorrem nos processos produtivos, e particularmente na agropecuária põe em risco as condições
de reprodutibilidade social, econômica, política e cultural dos envolvidos no processo, enfim a
sustentabilidade. A recomposição seletiva que a modernização gera referencia-se no aparente
consenso fundado na noção de competitividade. Tal consensualidade reintroduz a centralidade
do trabalho agora como competitividade, porém, flexível para possibilitar o sucesso de uns e o
insucesso de outros, transferindo a responsabilidade pelo sucesso ou insucesso da esfera pública
ou social para a esfera privada ou individual.

No Brasil, a história agrária está marcada por um processo de apropriação e ocupação ou


uso da terra que atendem mais interesses políticos do que projetos ou estratégias de
desenvolvimento. Tal processo conformou a estrutura fundiária concentrada e a vinculação da
terra com poder expresso pelo patrimonialismo. A contestação a esse modelo colonial
(monoculturista, exportador e tecnologicamente tradicional) se fez através da Lei de Terra e pela
lenta introdução, regionalizada e seletiva, de alternativas de uso da terra e de tecnologias. A
pretendida modernização e afirmação nacional manteve-se vinculada ao conceito de civilização,
que impõe um cidadão racional (tipo social) vinculado a uma forma social, considerada
desenvolvida, que se sobrepõe ao de identidade sociocultural. Com base na formação histórica
do Sul do Brasil o trabalho explicita as formas sociais de produção agropecuária aí construída :
latifundiária,. Burguesa, granjeiro, familiar colonial de mercado, familiar cabocla de
subsistência, quilombola e indígena.

A terra, enquanto dimensão política, definida culturalmente e ao mesmo tempo definidora


de relações sociais tem, tal qual a categoria trabalho, especificidades segundo as ideologias e os
interesses de classe. No Brasil identificam-se claramente pelo menos cinco especificidades
diferentes : a noção latifundiária para quem é fonte de poder e de especulação, caracterizando o
patrimônio(lismo) personalizado; a noção burguesa para a qual é fonte de produção e
acumulação de riqueza, sendo um capital de mercado; a noção familiar que a considera um lugar
de trabalho e como patrimônio de reprodução familiar; a noção indígena que a considera "mãe"
ou fonte da vida, constituída como patrimônio societal e, por fim a do trabalhador assalariado
para quem a terra é um lugar onde seu trabalho é explorado, sendo um cativeiro.

Na sociedade colonial hierarquizada, quase estamental, a possibilidade de reação do


inferior contra o superior era remota e limitada por leis e por costumes introjetados, por vezes
estigmatizados. O senhor se impunha por estes mecanismos e quando não funcionavam, utilizava
a violência física, às vezes com morte para “servir de lição”. Esta cultura patrimonialista permeia
as referências e os comportamentos também dos “dominados”, como mostra o exemplo de um
reassentado caboclo em Segredo (Mangueirinha, Paraná) que ao justificar por que não trabalhava
nas suas terras e as arrendava, afirmou “agora sou dono de terra”. E dono de terra não trabalha,
manda.

A implantação da agricultura familiar no Sul do Brasil, a partir de 1824, ocorre sob o


referencial moderno do trabalho. Recebe e consagra os colonos imigrantes que trazem
incorporado a centralidade ética do trabalho, sem, contudo, ainda estarem coagidos pelo tempo e
pela concorrência da produtividade, pelo não acesso às tecnologias do progresso. Esta
centralidade do trabalho os distingue dos nacionais ou caboclos e dos indígenas, explicando
parcialmente os contrastes do meio rural e apontando seus limites e potencialidades.

Aplicando este raciocínio para a realidade agrária, constata-se que sob as categorias
trabalho e terra, exprimem significações éticas, políticas e econômicas diferentes segundo a
matriz sociocultural dos tipos sociais: latifundiária, capitalista, familiar comercial, familiar de
subsistência ou cabocla. São matrizes construídas ao longo das experiências históricas. Reverteu-
se uma tradição milenar pela imposição do trabalho como referência valorativa de moderno. A
lógica da produtividade como relação ideal de valoração do tempo pelo trabalho e tecnologia,
desestruturou os saberes experimentais acumulados. Seus efeitos foram profundos, indeléveis e
diferenciados sobre as diversas classes e / ou grupos sociais específicos. Redefiniu identidades
profissionais e socioculturais. Produziu exclusão e pobreza atribuídas ao não trabalho e inclusão
e riqueza ao trabalho.

Assim, o caboclo, na sua trajetória de nômade / pioneiro, raramente conseguiu


transformar suas possessões em propriedades. O depoimento de Elvino Zanatta1, descendente de
imigrantes italianos descreve a rejeição ao caboclo no Rio Grande do Sul: as terras pertenciam
ao Estado (...) alguns caboclos que lá residiam queriam comprar, mas não concediam a terra
facilmente à essa gente. A preferência era sempre dos colonos que chegavam. A instalação de
colonos nas terras que ocupavam, converteu os caboclos em intrusos ou cidadãos “de segunda
categoria, aos olhos do Poder Público quanto dos imigrantes” (Frantz, 1980 p. 41). Isto os
obrigava a partir novamente e, salvo raras exceções2, eles não fizeram parte de programas
oficiais de colonização.

A atividade econômica tradicional do caboclo é a agricultura de subsistência, por ele


considerada como meio de reprodução biológica, social e cultural, mas que tem fraco poder de
inserção econômica e política na sociedade global. Historicamente permaneceu relativamente do
mercado e seu contato tem se restringido ao necessário. Também permaneceu isolado dos
centros consumidores e culturais.. Sua importância econômica nunca foi reconhecida e, muito
menos sua contribuição cultural, ética e ambiental na formação da sociedade regional.

É a partir das lutas sociais de resistência, de reivindicações ou de produção de políticas


específicas para o desenvolvimento rural, que a auto-estima dos agricultores, sobretudo os
familiares se afirma. O agricultor familiar se territorializa e passa a recusar ser identificado por
termos com os quais não se identificava tais como: camponês, colono ou trabalhador rural. Em
alguns lugares recriou o sentido original do termo colono por razões mercadológicas,
especialmente turísticas. Em outros, como na região cerealeira, os “antigos” colonos recusam
este termo e o substituem por familiar, empresário agrícola, ou pela identificação profissional:
fumicultor, sojicultor, avicultor, etc.

As diferenças de origem explicam parcialmente os contrastes do meio rural, ao mesmo


tempo que apontam seus limites e potencialidades. Aplicando tal raciocínio para a agricultura,
constata-se que sob as categorias trabalho e terra, convivem significações éticas, políticas e

1
Campo Erê (Santa Catarina), 15.04.88, pelo autor.
2
A inclusão dos nacionais na política de colonização do governo estadual do Rio grande do Sul no início desse século, deu-se
dentro do polêmico espírito republicano de promover um desenvolvimento nacionalista com os brasileiros, pressupondo que a
presença massiva de estrangeiros pudesse ser um perigo para a soberania nacional (Cf Kliemann, 1976: 104-105).
econômicas diferentes segundo a matriz sociocultural construída ao longo das experiências
históricas. A politização do conceito de igualdade pela burguesia, atribuiu positividade ao
trabalho, visto como único responsável para o progresso, justificado socialmente pela noção de
bem-comum, todos seriam beneficiários dos resultados do trabalho. Seus ordenadores criaram
mecanismos formais para se apropriaram privilegiadamente desses resultados, constituindo-se
em classe dominante e, com isso, impondo seus hábitos e modo de vida como referência de
civilização. Neste contexto o incluído é o civilizado, o moderno.

Nas colônias sulinas do Brasil, nas últimas décadas reverteu-se a milenar tradição do
modelo tecnológico e do significado do trabalho pela imposição da produtividade como
referência valorativa de moderno. As mudanças decorrentes, desestruturam a tradição dos
agricultores familiares de forma diferenciada. Para os que já tinham incorporado a centralidade
ética do trabalho, a tecnificação induz o tempo como controle e a produtividade como objetivo.
Para os demais, como caboclos, indígenas e africanos, impõe-se a reconversão valorativa para a
ética do trabalho como condição para a modernização. É uma dupla "conversão" ou reversão do
modus vivendi. Tal alternativa altera não só sua identidade profissional como também a
sociocultural. Neste novo contexto a referência idealizada é a do empresário, para quem o
"tempo vale ouro". A conseqüência desses processos será a perda quase total da autonomia da
unidade produtiva pela dependência crescente de apropriação externa: tecnologia, técnicas,
energia, recursos, equipamentos, insumos, mercado, sementes e trabalho.

No trabalho agrícola há um tempo de ocupação, mas há também uma perícia ou


qualificação necessária para produzir. Bruno Jean explica que, no mundo operário quanto mais
moderno, a qualificação exigida é mais específica e restrita, no mundo agrícola quanto mais
moderno, mais abrangente e complexa a qualificação exigida, pois se há algo que distancia a
agricultura do imaginário industrial, é bem esta; à desqualificação do trabalho do operário
pode-se opor o aumento das exigências de qualificação do trabalho agrícola, cada vez mais
complexo (Jean, 1994). O resultado disso, ou seja, a qualidade e a produtividade não retorna para
o agricultor e, em nosso país, nem para as classes e categorias subalternas.

Para ser eficiente na agricultura moderna, é necessário que os produtores abandonem


parte do saber tradicional e apropriem-se de um novo saber. Isto os leva a se reprofissionalizar.
Ora, este processo é violento e rápido e impede que este novo saber seja reelaborado com
adequação e controle, levando à perda do controle, inclusive sobre o saber técnico herdado. A
identidade sociocultural e profissional do produtor familiar do Sul do Brasil, está em permanente
dinâmica com as relações que estabelece com o econômico, com o sociocultural, com o
ambiental. Neste caso fica evidente uma alteração marcante da identidade profissional, pois a
eficiência impõe procedimentos qualificados e apreendidos formalmente e uma racionalidade
específica, quase exclusiva, que conduz ao abandono do generalismo e tradicionalismo, pela
profissionalização. As transformações em curso também afetam a identidade sociocultural,
observando-se uma tendência de adequação à sustentabilidade garantidora das condições e do
sistema de valores próprios de agricultores familiares.

As formas organizativas tradicionais e inovadoras, a revalorização de costumes e


tradições são indicadores fortes desta evidência de busca de sustentabilidade com inclusão social
e cultural. Para uma minoria, as transformações em curso induzem a um processo de mobilidade
social vertical, ou seja, de mudança na condição de classe, o que vale dizer de mudança, em
processo lento, da identidade sociocultural. Num primeiro momento seu tipo ideal de referência
parece ser o do empresário capitalista, porém carecem estudos sobre este objeto. Para a maioria,
porém, a busca é por uma adequação às novas exigências de competitividade e de convívio com
qualidade de vida.

3. DILEMAS PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

No século XIX a contestação ao modelo colonial monoculturista, exportador e


tecnologicamente tradicional, se fazia pela busca de uma alternativa global do modelo de
sociedade, incluindo-se aí a estrutura fundiária, ou seja, da posse e uso da terra. No entanto os
compromissos deixados pelo regime imperial, conservador e garantidor dos privilégios das
oligarquias agrárias, inviabilizaram as transformações necessárias para a pretendida
modernização e construção da sociedade nacional “autônoma”. Posteriormente, a república
obteve pouco sucesso na superação desse modelo. A construção do “novo” projeto,
economicamente forte e socialmente justo, foi protelado e com ele as reformas, entre elas a
agrária, no caso brasileiro, porque incluía a democratização da distribuição da terra.

Nesta perspectiva, qualquer política de transformações estruturais no rural se constitui


numa interface perturbadora de interesses oligárquicos e geradora de profundas transformações
nas relações, alianças, conflitos, contradições, tanto na sociedade local quanto na regional e/ou
nacional. A desestruturação da fonte do poder patrimonialista / latifundiário, instaura confrontos,
disputas, violências, enfim conflitos sociais, crescentemente cotidianos.
As transformações estruturais geram novas referências valorativas, éticas e de convívio
social, recriando sonhos e idealizações do futuro. Esta é a dimensão cultural estratégica que
valoriza as diferenças ao invés de aniquilá-las. O social se realiza pela criatividade nos formas
organizativas, pela solidariedade reestruturada e que se apropiem das novas tecnologias de
comunicação e de informação. A reforma agrária vista nesta perspectiva, situa-se no cerne da
concepção de um projeto inovador para a sociedade na qual se realiza.

Apesar da injusta distribuição das terras no Brasil, a produção agrícola é dinâmica e


cresceu nos últimos anos, constituindo-se numa importante alavanca para a economia brasileira e
para ocupação de força de trabalho. O setor primário, sistematicamente apresentou superávit no
comércio internacional, alavancando a modernização e o desenvolvimento. O Produto Interno
Bruto agropecuário foi o único que em todos os anos recentes apresentou crescimento. No último
ano (2003) aumentou 1,25 % enquanto os demais setores decresceram.

A revervisibilidade e a desmistificação da cultura patrimonialista, ocorre a partir da


organização dos destituídos rurais ou citadinos e de sua mobilização para reverter o processo.
Apropriam-se aos poucos do mesmo método do dominante, no caso a valorização de atividades
reconhecidas socialmente e se instrumentalizam pela apropriação de conhecimentos e de técnicas
que possibilite operacionalizar o sonho, a utopia.

Um novo olhar sobre o rural complexificado resgata o cidadão crescentemente


participativo nas suas questões, mas também nas nacionais e internacionais, crescentemente
diferenciado: produtor de mercadorias cada vez mais profissionalizado, produtor tradicional de
subsistência cada vez menos integrado ou produtor combinando as duas racionalidades. Dois
aspectos emergem com clareza. Um, mostra as tendências que apontam para transformações
profundas do rural e, outro, revela o dinamismo dos atores sociais que lutam por interesses
específicos e por construir referências novas para a sociedade local, nacional e mesmo global.

O desenvolvimento local se fortalece através de políticas publicas e das organizações


formais e informais e através de metodologias de indução do desenvolvimento sustentável. Este
desenvolvimento é a expressão econômica, política e cultural num território demarcado em
mudança. No caso da América Latina, o desenvolvimento deve superar a correlação positiva
entre pertencimento à determinada identidade sociocultural e a desigualdade social no sentido de
não acesso aos benefícios da modernidade. Ainda permanece forte, a imposição civilizatória de
valores de cidadania sobre os identitários. O desenvolvimento local aliado à crescente
profissionalização, resgatando a autonomia interativa nas atividades, além de alterar o conceito
de trabalho, possibilita uma nova oportunidade de inclusão, mesmo sendo diferente.
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