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FACULDADE INTERATIVA DE SÃO PAULO - FAISP

CURSO DE …..

NOME… - RA

TÍTULO

SÃO PAULO
2021
2

FACULDADE INTERATIVA DE SÃO PAULO - FAISP


CURSO DE …..

NOME… - RA

TÍTULO

Artigo apresentado ao Curso de ..., da


Faculdade Interativa de São Paulo – FAISP,
como requisito final para obtenção de nota.

SÃO PAULO
2021
3

RESUMO
Trabalho de cunho qualitativo, que tem como objeto o uso da musicalização como
instrumento de contribuição para o processo de ensino e aprendizagem na
educação das crianças. Por meio de pesquisa bibliográfica, destacam-se mudanças
no métodos de ensino, aplicando novas propostas pedagógicas com o uso da
música. Destacam-se para a fundamentação do estudo, a análise de conteúdos,
relacionados aos documentos oficiais, bem como legislações que viabilizaram a
pesquisa, os quais, se destacam: Lei Nº 11.769, de 18 de agosto de 2008,
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e a Base Nacional Comum
Curricular. Sendo assim, o presente estudo propõe a análise da temática em
questão, com a apresentação do projeto já apresentado, na perspectiva de destacar
a música como elemento de transformação de propostas pedagógicas. Os
resultados esperados condizem com as melhorias esperadas na formação
pedagógica a partir da educação infantil.

Palavras-chave: Música. Metodologia. Aprendizado.

ABSTRACT
Qualitative work, whose object is the use of musicalization as an instrument of
contribution to the process of teaching and learning in the education of children.
Through bibliographic research, changes in teaching methods stand out, applying
new pedagogical proposals with the use of music. The analysis of contents, related
to the official documents, as well as legislation that made the research feasible, stand
out for the foundation of the study, which stand out: Law No. 11,769, of August 18,
2008, National Curriculum Reference for Education Infantile and the Common Base
National Curriculum. Therefore, the present study proposes, the analysis of the
theme in question, with the presentation of the project already presented, with the
perspective of highlighting music as an element of transformation of pedagogical
proposals. The expected results are in line with the expected improvements in
pedagogical training from early childhood education.

Keywords: Music. Methodology. Learning.


4

INTRODUÇÃO

Este estudo destaca o uso da música, no ensino básico, tornando-se


obrigatório a partir da Lei 11.769, que altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade
do ensino da música na educação básica.

Com a formulação de uma nova legislação, abrem-se novas possibilidades de


buscar propostas pedagógicas, para ensinar a criança, de uma maneira diferente,
em que as matérias tediosas dos componentes curriculares, seja mais prazerosa e
possibilite uma aprendizagem diferente.

Gaio (2004, p. 97) destaca o espaço escolar como o local de ascensão de


suas habilidades, apresentando suas frustrações e seus potenciais, não conhecidos
no seu desenvolvimento.

Assim que assimilada, pelos profissionais da educação, como elemento de


ensino, práticas cotidianas comuns, servem como catalizadores de aprendizagem
na infância, persistindo uma forma de preservação social e histórica.

Ao ter contato com a música, as crianças desenvolvem o brincar, se apropria


das canções executadas, então assimilam a música ao seu processo de
desenvolvimento cognitivo. Além disso, acaba desenvolvendo o gosto pela música,
contribuindo para sua interação em brincadeiras rítmicas, bem como trabalhando a
sua percepção pelo gosto musical, o ritmo, movimento, incrementando à sua
formação, a interação humana.

Este estudo destaca a música nos planos educacionais, da formação


docente, como insatisfatórios, pois os docentes sentem certa dificuldade de utilizá-la,
como instrumento de formação das crianças na infância.

No entanto, apesar de superficial nos cursos de formação de professores, a


aprendizagem da musicalização criou sua alternativas na aplicação das práticas de
ensino e aprendizagem. Destaca-se como um componente curricular de igual
relevância aos demais conteúdos ensinados na educação básica.

Chiarelli (2005) destaca o ensino da música com uma característica lúdica e


de livre expressão, sem o peso de gerar grandes resultados, mas sim, uma forma
5

ensinar com amor, prazer e incluindo todos que aprendem, de uma forma tranquila e
aliviante, fazendo assim a interação social se acentuar em seu desenvolvimento.

Espera-se com este estudo, que o olhar para a educação por meio de
propostas que utilize a musicalização possibilite, além de destacar o ensinar, a
perspectiva de educar e ter o olhar em uma proposta mais inclusiva.

JUSTIFICATIVA

Este trabalho propõe a discussão de novas alternativas para ensinar,


diferenciando dos modelos tradicionais, que para as crianças, nem sempre são
prazerosos.

Discute-se novos métodos, bem como o olhar sobre novas dinâmicas, que
despertem a atratividade para o ensinar das crianças, como um processo natural,
que desenvolva novas linguagens em seu itinerário formativo a partir de novas
propostas de ensino.

O grande desafio é o trabalho da formação do desenvolvimento integral da


criança, com a interação das propostas pedagógicas, com a musicalização na
aprendizagem da infância, desenvolvendo aspectos emocionais, bem como
cognitivos, sociais, ao mesmo tempo em que elas se divertem e exploram o meio
onde estão inseridas com alegria e diversão.

Com isso, a justificativa do trabalho é a necessidade de estudar alternativas


de trabalho com a música, com propostas pedagógicas inovadoras na Educação
Infantil, considerando-a como um fator de desenvolvimento humano, gerador de
aprendizagem e desenvolvimento, mas alinhado ao objetivo primordial de trabalhar
de maneira leve, prazerosa e divertida para contemplar o perfil do público
trabalhado.

Destaca-se como uma temática relevante, pois estuda como tornar os alunos
mais receptivos ao conhecimento, a partir do respeito por suas características
naturais, estimulando a valorização da infância e oportunizando que o professor
reveja o seu papel e forma de trabalhar para tornar a aprendizagem significativa.
6

A música é sempre presente na cultura humana, sendo indispensável na


formação da criança.

A música é uma linguagem universal. Tudo o que o ouvido percebe sob a


forma de movimentos vibratórios. Os sons que nos cercam são expressões
da vida, da energia, do universo em movimento e indicam situações,
ambientes, paisagens sonoras: a natureza, os animais, os seres humanos
traduzem sua presença, integrando-se ao todo orgânico e vivo deste
planeta. (BRITO, 2003, p.17)

O uso da proposta pedagógica, em que a música seja inserida, para a


criança, auxilia o desenvolvimento de seu pensamento, a partir de gerar condições
para que tenha ideias pessoais e mais reflexivas.

Nesse sentido, este trabalho se justifica na medida em que procura


demonstrar a importância da música para a formação da criança. Isso vale tanto
para as atividades escolares quanto para todas as outras atividades desenvolvidas
com a mesma.

Assim também podendo contribuir para que os conhecimentos sejam mais


absorvidos e reconhecidos pela criança, pois faz com que eles desenvolvam a
criatividade.

Para Oliveira (2002), a música passa a ser um complemento para a


educação, pois o aprendizado leva a criança a pensar, já a música a se movimentar.
Na sua formação a criança recebe estímulos de todas as formas, mas os mais
significativos são os conhecimentos adquiridos na escola e a forma com que ela
expressa através de seu corpo, o seu entendimento, sua forma de comunicar-se
com o mundo.

Vivaldo (2010), destaca que uma aprendizagem significativa e de acordo com


as necessidades impostas pela sociedade nos dias de hoje, se torna cada vez mais
necessária a ludicidade no ambiente educacional de nossos alunos, pois ela é capaz
de tornar o aprendizado prazeroso e estimulante.

Araújo (2007) evidencia que a música auxilia no desenvolvimento da como a


imaginação, memória, concentração, autodisciplina, atenção, do respeito ao
próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva
consciência corporal e de movimentação.
7

Vale lembrar que o conhecimento construído, aguça a aprendizagem com a


utilização da música como proposta de ensino na educação infantil, contribuindo, de
certa forma, para desenvolver a sensibilidade, senso rítmico, criatividade, sensações
prazerosas em escutar música.

PROBLEMATIZAÇÃO

Trabalhar, ensinar e educar crianças atualmente requer de nós professores


muito conhecimento para que cada criança possa aprender de forma fácil e que de
fato elas aprendam. Pois para isto, temos que ter em mãos materiais que auxiliam
no ensino e aprendizagem, devemos buscar ferramentas que façam despertar na
criança a vontade de aprender.

A música por sua vez, leva a criança a querer explorar os sons, as batidas, os
toques e até as letras das canções, com isso podemos trabalhar com elas diversas
maneiras que os façam entender o assunto e de forma divertida, e através do
conteúdo incluir a música. Assim pode-se levantar alguns questionamentos que
possam nos ajudar a entender melhor a importância da música para o
desenvolvimento da criança.

● Qual proposta pedagógica da música como uma ferramenta de ensino?


● Por que se deve trabalhar com a musicalização em sala de aula?
● As crianças aprendem mais por meio musicalização no componente
curricular?

Os seres humanos usam a expressão dos sentimentos de muitas formas, e


uma delas é cantando ou dançando, pois, traz uma sensação de liberdade. Através
disso, entende-se que ao praticar a melodia e a dança seja com qualquer tipo de
ritmo, trabalha-se com a mente e com o corpo e os desenvolvendo.

Ao decorrer deste estudo, busca-se a compreensão do funcionamento da


música na mente das crianças, como ela faz um papel muito especial em sala de
aula e como devemos trabalhar de forma divertida e saudável. Mostrar que o ensino
não precisa ser de forma robótica, que devemos levar para nossas crianças
facilidade no aprendizado, trazendo-as para o meio social e de mente aberta para
todos os assuntos.
8

OBJETIVOS

GERAL

O presente estudo tem como objetivo compreender como a música pode ser
usada como instrumento no processo de ensino aprendizagem para a formação
integral da criança na Educação Infantil.

Favorecer o desenvolvimento para o linguístico/cognitivo, psicomotor e


socioafetivo da criança. Para Piaget (1987), a criança em fase escolar encontra-se
num período de desenvolvimento do pensamento concreto, aprendizagens rápidas
na maioria dos casos parecem ser realizadas com entusiasmo, perseverança e
curiosidade, encarando o pensamento e a aprendizagem como um desafio
intelectual.

Assim, divulgar a importância da música na vida das crianças e na educação


infantil, contribuindo para a formação de seres humanos sensíveis, criativos e
reflexivos.

ESPECÍFICOS

● Pesquisar a importância da música no desenvolvimento cognitivo da criança.


● Apresentar conceitos e teorias referentes a música.
● Descobrir a maneira que o gosto musical é despertado na criança.
● Estudar a música enquanto recurso pedagógico.
● Compreender os benefícios da música para o desenvolvimento infantil;
● Destacar o trabalho docente, por meio do uso da música como recurso
pedagógico na Educação Infantil.

HIPÓTESE

Conhecendo os benefícios da música na educação infantil, torna-se bem mais


fácil desenvolver modelos pedagógicos que possibilitem entrar no mundo da criança
e, consequentemente, contribuir para a sua formação integral. Com isso não
podemos deixar de incluir a musicalização no desenvolvimento infantil.
9

A música envolve diferentes ritmos, andamentos e contornos melódicos.


Tendo assim uma grande influência em seu desenvolvimento cerebral, entendida
pelo cérebro como uma forma de linguagem. Além dos benefícios de prazer e
tranquilidade que a música traz, ela é uma importante aliada nos processos de
aprendizagem.

Porém, a música pode ter um papel muito mais importante na educação


infantil. Ela comprovadamente auxilia nos processos de raciocínio lógico e
concentração, por isso ela se faz importante no desenvolvimento.

A música possui muitos conteúdos para serem trabalhados, por isso esses
conteúdos estão divididos em grupos, para uma melhor compreensão de cada um
deles e para facilitar o planejamento do trabalho.

Pensando na educação escolar, a aprendizagem musical busca aprimorar e


quebrar paradigmas na formação do aluno, contribuindo para o desenvolvimento
cognitivo e sensorial, inteirando a criança em uma aprendizagem que faça sentido.

Sendo assim, a musicalidade não é uma aprendizagem sem sentido, mas


sim, um recurso pedagógico que deve ser aplicado na educação escolar, buscando
o desenvolvimento das potencialidades das crianças, em seus conhecimentos,
habilidades e atitudes.
Sua relevância pedagógica, supera as expectativas de ser apenas uma
prática prazerosa, mas sim, um instrumento que envolve, principalmente, a formação
social de um ser humano.

METODOLOGIA

Para a proposta metodológica, foi realizado um estudo bibliográfico, por meio


da coleta de dados em sites e documentos legais. Segundo Ander-Egg (1978), o
conceito de pesquisa vai além da técnica de coleta de dados; é um procedimento
formal e reflexivo que permite descobrir novos fatos e relações em qualquer campo
do conhecimento. Trata-se de uma ação de pensamento técnico e científico, que ao
final, apresenta fatos reais ou verdades parciais.
A proposta do estudo, foi planejada a partir das variáveis discutidas por
Ander-Egg (1978), que ao tratar a pesquisa científica, destaca a “Adaptação ao
10

objeto de investigação. Adaptação aos meios que se possui para realizar o trabalho.
Precisão das informações em um grau de exatidão suficiente e satisfatório para o
objeto proposto.” (ANDER-EGG, 1978, p.125 apud LAKATOS; MARCONI, 2010, p.
195).
Sendo assim, o presente estudo propõe, a análise da temática em questão,
com a apresentação do projeto já apresentado, na perspectiva de destacar a música
como elemento de transformação de propostas pedagógicas.
Como elemento de coleta de dados, serão consideradas informações
disponíveis em material digital e impresso, que fomentam informações de relevância
para o estudo.
Por fim, o procedimento metodológico adotado, segue as recomendações
Lakatos e Marconi (2010), que discutem as práticas de elaboração de trabalhos, no
contexto da metodologia da pesquisa científica.
Sendo este estudo, realizado por meio da análise de conteúdos, relacionados
aos documentos oficiais, bem como legislações que viabilizaram a pesquisa, os
quais, se destacam: Lei Nº 11.769, de 18 de agosto de 2008, Referencial Curricular
Nacional para a Educação Infantil e a Base Nacional Comum Curricular.

REFERENCIAL TEÓRICO

Este trabalho destaca a utilização da música na educação infantil, sendo


fundamentado a partir do olhar e reflexões de variados autores, que discutem o
aprender brincando com a música na proposta pedagógica, em que ambiente
escolar se torna mais agradável, para possibilitar às crianças de 0 a 5 anos, relações
afetivas, que trabalhem seu cognitivo e ainda torna o aprendizado de qualquer área
de conhecimento ainda mais fácil de ser compreendido.

Segundo Sekeff (2002) “a música é um poderoso agente de estimulação


motora, sensorial, emocional e intelectual”.

Desde o nascimento, a criança tem necessidade de desenvolver o senso de


ritmo, pois o mundo que ele vive, expressa uma grande quantidades de ritmos
conhecidos por diversos aspectos: no relógio, no andar das pessoas, nos pingos de
chuva, nas batidas do coração, numa banda, num motor, no piscar de olhos e até
mesmo na voz das pessoas mais próximas.
11

Rosa (1990) destaca que a música estimula a criança em seu


desenvolvimento cognitivo, para potencializar suas competências.

Desde que nascemos já notamos que a música faz parte de nós, pelo seu
poder criador e libertador, a música torna-se um grande recurso educativo a ser
utilizado na Pré-Escola.

Osório (2011), afirma que nos anos iniciais, em que se formam as primeiras
características dos indivíduos, a criança sofrerá influências do meio que a cerca. Por
isso,a importância de inserir a música em seu processo de aprendizagem, no início
de seu ciclo de escolarização.

A música é uma linguagem que comunica e expressa sensações, a criança


desde o nascimento vive ao mesmo tempo em um meio onde descobre coisas o
tempo todo, pois sua interação com o mundo permite que ela desenvolva o seu lado
individual. Segundo Brito (2001) é preciso aprender a apreender o que ensinar.

Sousa (2010) salienta a tradição dos povos e sua cultura musical, pois
atravessam gerações no tempo das sociedades, vista por muitos como a primeira
das artes, tanto no que se refere à história humana quanto à sua importância na vida
de todos nós. Para as civilizações primitivas, os sons tinham significado, o qual
também estava presente em seus instrumentos.

Para os adultos, a música é associada à felicidade e ao equilíbrio das


emoções, ao trazer lembranças positivas, como por exemplo, o som do útero, que
fica no inconsciente, simbolizando acolhimento e proteção.

Martins (2004), em seu estudo, ressalta que alguns dias após o nascimento,
as cólicas começam a surgir e a música de ninar parece ajudar a diminuir as cólicas
infantis, proporcionando tranquilidade para o bebê e os pais por esta vida ainda tão
indefesa.

Sobre os a musicalidade cabe destacar

As impressões de ritmos musicais despertam sempre, e em certa medida,


imagens motoras na mente do ouvinte, e em seu corpo, reações musculares
intuitivas. As sensações musculares acabam por associar-se às sensações
auditivas que, assim reforçadas, se impõem mais ao espírito, para
apreciação e análise. (SEASHORE, 1919, p.170)
12

Com base nos estudos de Piaget (1987), esta teoria trata do desenvolvimento
musical de crianças e adolescentes.

A música se faz muito importante na Educação Infantil, pois, é preciso que a


criança seja habituada a expressar-se musicalmente desde os primeiros anos de
sua vida, para que a música venha a se constituir permanentemente em seu ser.
Quando oferecemos música em um ambiente sonoro em diferentes situações,
permitimos que bebês e crianças iniciem, intuitivamente, seu processo de
musicalização.

Segundo a UNESCO (2005) Escutando os diferentes sons de brinquedos, dos


objetos, do ambiente e do próprio corpo, há observação, descoberta e reações,
mesmo nos bebês.

A música representa uma importante fonte de estímulos, equilíbrio e


felicidade para a criança. Assim, na Educação Infantil os fatos musicais
devem induzir ações, comportamentos motores e gestuais (ritmos marcados
caminhando, batidos com as mãos, e até mesmo falados), inseparáveis da
educação perceptiva propriamente dita. A música na instituição infantil é
principalmente produzir e pensar música com as crianças. (GÓES, 2009).

Estar no ambiente escolar não significa que devemos somente aprender


sobre os conteúdos maçantes do dia a dia, mas também podemos envolver muitas
atividades extras que busque o interesse do aluno.

Para Silva (2010) é preciso preocupar-nos em relação à formação das


crianças, não apenas com o ensino dos conhecimentos sistematizados, mas
também com o ensino de expressões, movimentos corporais e percepção. Variadas
propostas pedagógicas podem despertar a vontade de aprender, por meio do
desenvolvimento de atividades lúdicas.

Nogueira (2003) enfatiza que por meio do ouvir, tocar, dançar a criança está
sendo sempre estimulada. Alguns estudos apontam que, mesmo se o contato com a
música for feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas
simplesmente ouvindo com atenção e propriedade, os estímulos cerebrais também
são bastante intensos.
13

A MÚSICA NA EDUCAÇÃO

A música trata-se de um instrumento significativo no processo da formação na


educação infantil, a partir mudanças no currículo educacional, quando em 2008, se
altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação
básica, a partir da criação da Lei 11.769.

A música possui diferentes definições, sendo entendida como uma arte de


combinar os sons simultânea e sucessivamente, com ordem, equilíbrio e proporção
dentro do tempo.

Para Sekeff (2002) tem diferentes classificações:

- Música clássica – é usada para indicar qualquer música que não pertença às
tradições folclóricas ou populares. A expressão relaciona-se principalmente
ao classicismo vienense, entre o século XVIII e início do século XIX,
especialmente com os compositores Haydn, Mozart e Beethoven.
- Música das esferas – para os pitagóricos (partidários de uma doutrina grega
antiga), a música representa a harmonia universal, justificando a relação
harmoniosa entre os planetas pelas proporções entre suas órbitas e sua
distância fixa em relação à Terra. Afirmavam eles que seu conhecimento é
necessário para todos poderem elevar-se tanto na sabedoria e na ciência
como também na alma, porque ela mantém os sentimentos nobres e justos,
garantindo a estabilidade e a prosperidade do Estado, cita Sekeff (2002).
Alguns compositores, como Paul Hindemith (1895-1963), utilizaram-na como
um conceito metafórico.
- Música folclórica – expressão usada para as tradições musicais que são
transmitidas oralmente.
- Música incidental – é a música composta para um filme, peça de teatro,
programa de rádio ou televisão.
- Música programática – é um tipo de música que tem a função de narrar ou
descrever objetos ou eventos.
14

FUNÇÕES DA MÚSICA

Mesmo que a presença e a função da música se modifiquem em alguns


períodos da história, o seu desenvolvimento esteve sempre ligado à sociedade,
revelando aperfeiçoamento, especialização e, consequentemente, a sua evolução.

Segundo Martins (2004) aconteceram mudanças expressivas nas relações


entre os que a produziam, como os compositores, editores e intérpretes, e o ouvinte.
Por outro lado, a música, que era uma prática vivenciada por todos originalmente,
passa a depender de um público com características próprias, exercendo pressão e
agindo conforme suas posições políticas, sociais e históricas.

Na Grécia, onde aconteciam grandes espetáculos, surgiram as primeiras


manifestações de um público consciente. Com a chegada do Cristianismo, a música
passou a ter a função de auxiliar o homem no seu aprimoramento e na salvação da
alma, e já não era mais destinada ao povo.

Por muitos séculos, a arte mais elaborada permaneceu nas mãos da Igreja e
da elite social e cultural. A música erudita ficou cada vez mais complexa, formando
um público educado musicalmente, mas passivo na sua manifestação. A burguesia,
a nobreza e a Igreja patrocinam e desfrutam do talento dos grandes músicos, que
assim conseguem sair do anonimato.

Para Sousa (2010) o povo se afasta dessa música por considerá-la muito
elaborada, podendo apenas ouvi-la nas igrejas, produzindo alternativamente outras
formas de música com transmissão oral e conforme suas necessidades.

Nos séculos XVII e XVIII, com o surgimento dos teatros de ópera e dos
concertos públicos (para os quais, apesar do nome, os ingressos eram pagos), as
pessoas puderam manifestar-se livremente sobre o que lhes agradava ou não.

SIGNIFICADOS

Os sons organizados, produzidos e ouvidos expressam uma criação musical


e o seu sentido está relacionado à compreensão que podemos ter, atribuindo-lhes
significados, os quais contribuem no processo de aprendizagem da criança.
15

Para Sousa (2010) a música, como expressão humana, diz respeito a sua
função e posição cultural, pois precisamos localizá-la no contexto em que foi criada.
O ouvinte, a educação infantil, trata-se do intérprete que apreciará a música
segundo sua sensibilidade, percepção sonora e conhecimento adquirido, utilizando
em sem processo de desenvolvimento cognitivo.

Por meio das diferentes linguagens, como a música, a dança, o teatro, as


brincadeiras de faz de conta, elas se comunicam e se expressam no
entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem. As crianças conhecem e
reconhecem as sensações e funções de seu corpo e, com seus gestos e
movimentos, identificam suas potencialidades e seus limites,
desenvolvendo, ao mesmo tempo, a consciência sobre o que é seguro e o
que pode ser um risco à sua integridade física. (BRASIL, 2018).

O interesse pela música provém de uma habilidade complexa que o nosso


cérebro pode executar e aprender. Quando os sons chegam para as crianças,
podem ser classificados de acordo com suas características físicas (acústica), o
modo de percebê-los (psicoacústica), a função e o significado (semiótica e
semântica) ou, ainda, conforme suas qualidades emocionais ou afetivas (estética),
sugere Schafer (2001).

Ao ouvir uma canção, a criança busca naturalmente ligar os sons para formar
melodias, frases, observar a harmonia, as mudanças de intensidade e os diferentes
ritmos que se apresentam. Quando consegue decodificar e modelar essas relações,
surgem as sensações e os significados que atribui ao que estamos ouvindo e
aprendendo.

REPRESENTAÇÕES MENTAIS

A arte musical é uma arte que acontece no tempo porque os sons, quando
acabam de soar, já estão se extinguindo. Consideramos, então, a música como um
fenômeno passageiro e em constante movimento, gerando uma expectativa daquilo
que está por vir, dando sequência ao que foi ouvido antes.

Segundo Rosa (1990) para dar um significado a uma obra musical, é


necessário que haja elementos de repetição ou variação de uma ideia ou então
16

possibilitar a criação de novas relações entre o que está acontecendo agora e o


restante da peça.

Os sons ouvidos, passados alguns minutos, só poderão permanecer na


mente da criança por meio de imagens aurais, que são representações mentais dos
sons.

Essas representações são as possibilidades de se evocar, lembrar os objetos


ausentes, tornando-os presentes no pensamento por meio de imagens e, portanto,
são as interiorizações daquilo que se conhece e de tudo aquilo que pode ser criado
no imaginário da criança. Por exemplo, quando a criança ouve uma música, forma
imagens sobre os sons, que são imagens apoiadas na audição, chamadas imagens
aurais. Essas imagens permitem que a criança memorize e lembre as músicas
conhecidas, fazendo assim, seu processo de aprendizagem se tornar mais
prazeroso e significativo.

O compositor Ludwig van Beethoven (1770-1827) só pôde compor e escrever


muitas obras, mesmo estando surdo, unicamente por meio das imagens aurais: os
sons continuavam a soar em sua mente. Essa a importância que deve ser
destacada, no valor que a musicalização tem, no desenvolvimento de competências.

Ao visualizar um quadro, uma escultura ou uma obra arquitetônica, os olhos


podem apreciá-los por tempo indefinido e retornar quantas vezes forem necessárias
para admirá-la. A música, no entanto, é um organismo vivo e seus elementos são de
ordem temporal. Enquanto está sendo ouvida, provoca reações fisiológicas no
organismo e, consequentemente, desperta emoções e ativa a mente. Por isso, o
destaque de sua significância nas fases de desenvolvimento cognitivo da criança,
para seja vista como um componente curricular, que seja utilizado nas prática
pedagógicas da educação infantil.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo sobre a musicalização na educação infantil, buscou realizar uma


discussão acerca das propostas pedagógicas, que podem ser trabalhadas em um
contexto educacional.
17

Para isso, buscou-se a estruturação de um projeto de pesquisa, pensando


nas problemáticas que envolvem o tema, em que a questão principal foi a
aprendizagem das crianças por meio da implementação de novas propostas. Planos
que a partir da aprovação da Lei 11.769, tornam obrigatórios, na educação infantil, o
ensino com a musicalização, bem como a inserção de objetos de aprendizagem, na
Base Nacional Comum Curricular.

Esses objetos de aprendizagem e desenvolvimento, que passam a trabalhar o


currículo escolar da educação infantil, a partir do uso de propostas, que trabalhem
competências de uma maneira mais significativa, como traços, sons, cores e formas.

Como resultado parcial, pode-se concluir, que a aprendizagem pode ser


diferente e mais atrativa para quem ensina e para quem aprende, pois a mudança
de planos educacionais, a partir da inserção de novas intencionalidades
pedagógicas e novos recursos, que propõe alternativas, as quais podem gerar
melhores resultados no ensino e também, transformar a educação infantil.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, kenia Kerlley Saraiva de. Brasil Escola. A contribuição da música para o
desenvolvimento e aprendizagem da criança. São Paulo: 2007. Disponível em:
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-contribuicao-da-musica-
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